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* * * Na Roma antiga, a propriedade (terra, animais, escravos) era coletiva, indivisível, exclusiva e praticamente sem limitações. * * * O art. 17 da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1787, a propriedade passou a ser “um direito inviolável e sagrado” e “ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir evidentemente e sob a condição de justa e prévia indenização” * * Conceituação: A função socioambiental da propriedade compreende uma série de direitos e deveres que cerceiam o uso, gozo, disposição do domínio ou posse de um determinado espaço público ou privado, seja ele rural ou urbano. * * * Art. 225 CF e art. 3º Lei 6938/81 * Natural; artificial; cultural; do trabalho Artificial: espaço urbano construído formado pelo conjunto de Edificações (espaço urbano fechado)e equipamentos públicos : espaço urbano aberto: ruas, praças, áreas verdes, espaços livres – áreas construídas fechadas ou semiabertas para uso público, ex. centros culturais, assistenciais, de educação e saúde * * * Fundamentos: cidadania, dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, II, III e IV, CF) * Objetivos fundamentais: assegurar o desenvolvimento nacional (sustentável) e promover o bem comum, segundo o princípio isonômico (art. 3º, II e IV, CF) nas relações internacionais, por princípios como o da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, II, CF), o direito ao ambiente. * * * da propriedade privada (art. 170, II, CF) * da função social (socioambiental) da propriedade (art. 170, III, CF) * da defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços (art. 170, VI, CF) * * -direito fundamental de propriedade (art. 5º, XXII,CF) – erga omnes -função social da propriedade (art. 5º, XIII, CF) “a função social se manifesta na própria configuração estrutural do direito de propriedade, pondo-se concretamente como elemento qualificante na predeterminação dos modos de aquisição, gozo e utilização dos bens” (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 14ª ed., São Paulo: Malheiros) * * * exercício do direito de propriedade não mais só em benefício individual, mas da sociedade, * do bem-estar social e do meio ambiente * proprietário do bem: obrigações de fazer e/ou de não fazer * * * Cumpre a função socioambiental a posse da terra, que tem os requisitos sociais, ambientais e econômicos, ao passo que não existe propriedade se estes requisitos não forem cumpridos. * * art. 5°, XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII, consagra que “a propriedade atenderá a sua função social”. * o exercício normal de um direito individual tem que estar compatibilizado com os interesses sociais . * * * Nesse diapasão, existem limitações ao direito de propriedade, as quais podem ser de Direito privado ou de Direito Público * restrições, que limitam o caráter absoluto da propriedade; servidões, que são formas de utilização da propriedade alheia e desapropriação, que é o meio pelo qual o Poder Público determina a transferência compulsória da propriedade particular. * * * Convém lembrar que o art. 6° da Constituição Federal também enfatizou a função social da propriedade ao elencar a moradia como direito social e esta premissa fundamenta institutos como reforma agrária e usucapião rural e urbana * * * Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) II - propriedade privada; III - função social da propriedade; VI – Defesa do meio ambiente.... * * Art. 186. “A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I- aproveitamento racional e adequado;(Elemento Econômico) II- utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (Elemento Ambiental) * * III- observância das disposições que regulam as relações de trabalho; (Elemento Social) IV- exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.” (Elemento Social) Obs: Imóvel Produtivo que não cumpre requisito ambiental é suscetível de desapropriação ? * * Art. 184. “Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária (...).” A função social da propriedade rural exige a preservação do meio ambiente * * Art. 182 e 183 da CF; artigo 182, § 2º, o cumprimento da sua função social, Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade (Lei do Meio Ambiente Artificial); A cidade passa a ter como funções essenciais a habitação, o trabalho, o lazer, a circulação e tudo isso visando à qualidade de vida. * * Art. 182. “A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”. * * Art. 182, § 2º da CF “cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas”. * * § 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. * * *lei fundamental aprovada pela Câmara Municipal - facultativo - obrigatório para cidades com população superior a vinte mil habitantes * mecanismo basilar das políticas públicas de desenvolvimento e de expansão urbana (art. 182, § 1º, CF) * * * propriedade urbana exerce a sua função social se cumprir exigências de ordenação da cidade, cf. o Plano Diretor, garantindo as necessidades dos cidadãos quanto a qualidade de vida, justiça social e desenvolvimento das atividades econômicas, atendidas as diretrizes gerais fixadas no art. 2º do Estatuto; * * * Art. 182, § 4°, CF. Poder Público municipal, por lei específica para determinada área inserida no Plano Diretor, pode exigir, cf. lei federal, do proprietário de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que realize o seu aproveitamento de forma adequada, sob pena de: * * * parcelamento ou edificação obrigatórios (Art. 182, § 4ª, I- CF); * imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo ((Art. 182, § 4º, II- CF); * desapropriação com indenização mediante títulos da dívida pública (art. 182, 4º, III- CF) * usucapião urbano e concessão de uso (art. 183, CF), salvo imóveis públicos * * * descumprimento da função socioambiental da propriedade rural (art. 186, CF) - desapropriação por interesse social, para reforma agrária pela União Federal (art. 184, CF) * responsabilidade por danos ambientais, com a recuperação dos bens lesados, de preferência e se possível; * * * compensação ambiental (ex., Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC: pagamento de porcentagem do valor do empreendimento que puder causar significativo impacto); ou indenização por danos patrimoniais e morais por danos ambientais irrecuperáveis. * * Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-áo domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. * * Código Civil Estatuto da Cidade; Zoneamento Ecológico Econômico Plano Diretor de Cidades Lei de Zoneamento e Parcelamento de Uso e Ocupação do Solo; * * Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. * * § 1º - o direito de propriedade deve ser exercido conforme os fins econômicos e sociais e por forma a que restem preservados, de acordo com a lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, assim como evitada a poluição do ar e das águas. * * é exigido que este direito seja exercitado em consonância com suas finalidades econômicas e sociais, sempre em atenção às leis ambientais e trabalhistas e de forma a preservar o meio ambiente, os patrimônios histórico e artístico, e cultural. * * * Art. 2º. “É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra, condicionada pela sua função social, na forma prevista nesta lei. * * § 1º. A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando, simultaneamente”: bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores; níveis satisfatórios de produtividade; conservação aos recursos naturais; cumpre as leis que tratam das relações de trabalho. * * Art. 2º. “As florestas existentes no território nacional e demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.” * * Art. 2º, § 1º. “Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões contrárias às disposições desta Lei são consideradas uso irregular da propriedade, aplicando-se o procedimento sumário previsto no inciso II do art. 275 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sem prejuízo da responsabilidade civil, nos termos do § 1o do art. 14 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e das sanções administrativas, civis e penais.”. * * Art. 3º, III, a. A lei considera, entre outras, a poluição como atividade causadora de degradação ambiental apta a, direta ou indiretamente, prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população (por ex., na propriedade) * * Obs: O zoneamento ambiental prevê a criação de Unidades de Conservação, que são espaços territoriais protegidos por lei. Áreas Verdes; Praças; Parques Municipais; * * Art. 2º, I. A atividade agrícola está sujeita às regras e princípios de interesse público, inclusive quanto à função social e econômica da propriedade Arts. 3º, IV e 4º, IV. É objetivo da política agrícola proteger o meio ambiente, garantir seu uso racional e estimular a conservação e a recuperação dos recursos naturais * * Art. 9º, II e § 3º - a função social da propriedade rural implica o uso adequado dos recursos naturais e preservação do meio ambiente pela manutenção das características do meio ambiente natural e da qualidade dos recursos ambientais, visando o equilíbrio ecológico local e a saúde e a qualidade de vida das comunidades próximas * * *Áreas de preservação permanente; *Reserva legal * Parque * Florestas públicas * Estações ecológicas * * *Reservas biológicas *Áreas de proteção ambiental * Ás áreas de relevantes interesses ecológicos * Reserva extrativista * Patrimônio Nacional * * Susp. Segurança 2658, 2003.03.00.075647-6/SP, TRF3ª R., 00103628, cont. A atribuição municipal para DEFINIR ZONA URBANA e autorizar atividades que sejam nela desenvolvidas, tem que sintonizar-se com as demais normas e princípios da Constituição. Ausência de comprovação da potencialidade de risco aos valores da lei, não se prestando o risco de surgimento de favelas e invasões no local, cujo impedimento não se relaciona com o projeto, e os eventuais impactos positivos, nas áreas social e econômica, que devem ser equilibrados com a INDISPENSABILIDADE DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. Agravo negado. * * Susp. Segurança 2658, 2003.03.00.075647-6/SP, TRF3ª R., 00103628, Rel.Juiz Pres. Márcio Moraes, Órg. Esp., j.09.06.05, DJU 09.06.06, p. 710 CONSTITUCIONAL. AMBIENTAL. PROC. CIVIL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. NÃO CONCEDIDA. AGRAVO. INCONSISTÊNCIA NA ARGUMENTAÇÃO. REC. NEGADO. Decisão parcialmente concessiva de tutela antecipada, ACP, ORDENANDO A PARALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE PROJETO IMOBILIÁRIO, em área de interesse ambiental (vegetação de mangue e mata de restinga). (...) Possibilidade de riscos ao meio ambiente, na consecução do projeto na ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, cuja licença de instalação se encontra pendente de apreciação. Aplicabilidade do princípio precautório. * * Ag.Inst.2007.04.00.00.4057-0, TRF 4ª 3ª T., DE. 22.03.2007, Rel.LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, ind. ef.susp. “O Estado constitucional ecológico impõe uma redefinição do conteúdo dos direitos de feição individualista, os quais devem estar também a serviço de toda a coletividade. O DIREITO DE PROPRIEDADE, POR EXEMPLO, DEVE SER EXERCIDO EM CONSONÂNCIA COM SUAS FINALIDADES SOCIOAMBIENTAIS, sob pena de não estar legitimado e protegido constitucionalmente. A Constituição de 1988 impõe ao Estado e à sociedade o dever de preservar e proteger o meio ambiente em todos os lugares e tempos para todas as gerações vindouras (Art. 225). O Poder Judiciário (...) tem a função proeminente de fazer valer esse comando constitucional e também de tutelar o meio ambiente com a utilização da função promocional do direito.” * * Ap.Cível com Rev. 817.267-5/8-00, Câm.Esp.de MA do TJSP, Rel. Des. Renato Nalini neg. prov., v.u. ACP- RESERVA LEGAL -ÁREA DE 20% NO MÍNIMO- OBRIGATORIEDADE - Obrigação do proprietário regenerá-la se estiver dizimada, independentemente de ter sido ele o responsável. “Visão arcaica da propriedade o considera absoluto e garantidor de uso, gozo e abuso dominial. NOVO TRATAMENTO CONSTITUCIONAL A CONSAGRAR A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE QUE, NA PROPRIEDADE RURAL, IMPÕE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E USO ADEQUADO DOS RECURSOS NATURAIS (...)”
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