Buscar

Apostila de Saúde Publica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APOSTILA DE SAÚDE 
PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELABORADA POR: 
Simone Mantuan – Enfermeira Docente 
 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
2 
 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
3 
 
Sumário 
CAPITULO I – INTRODUÇÃO Á SAÚDE PÚBLICA ............................................................. 6 
Conceito de Saúde ................................................................................................................ 6 
Conceito de Doença .............................................................................................................. 6 
Saúde Publica ......................................................................................................................... 6 
Saúde Coletiva ....................................................................................................................... 6 
Agente Infeccioso. .................................................................................................................. 7 
Mortalidade e Morbidade ...................................................................................................... 7 
Surto, Endemia, Epdemia e Pandemia .................................................................................... 7 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ................................................................................... 10 
Período Pre-patogênese ....................................................................................................... 10 
Período de Patogênese ......................................................................................................... 10 
Niveis de Prevenção de Saúde .............................................................................................. 10 
Prevenção de Saúde Primária ........................................................................................... 10 
Prevensão de Saúde secundária ...................................................................................... 11 
Prevenção Terciária de Saúde ........................................................................................... 12 
CAPITULO II- SUS- SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ........................................................... 12 
O QUE É O SUS? .................................................................................................................... 12 
QUAL É A HISTÓRIA DO SUS? ................................................................................................ 12 
Reforma Sanitária no Brasil .......................................................................................... 13 
PRINCIPIOS DO SUS ....................................................................................................... 14 
Universalidade. ................................................................................................................. 14 
Integralidade. ................................................................................................................... 14 
Eqüidade. .......................................................................................................................... 14 
NÍVEIS DO SUS ...................................................................................................................... 14 
Descentralização político-administrativa .......................................................................... 14 
Hierarquização e regionalização ....................................................................................... 15 
ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUS ................................................................................................ 16 
CAPITULO III - PROGRAMAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ........................................... 16 
PROGRAMAS DE ATENÇÃO Á SAÚDE .................................................................................... 17 
PROGRAMAS E PROJETOS DESENVOLVIDOS RECENTEMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE 18 
CAPITULO IV - ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA - ESF ........................................ 19 
PRINCIPIOS DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA ........................................................ 19 
CARACTERISTICAS DO PROCESSO DE SAÚDE DA FAMÍLIA .................................................... 20 
EQUIPE DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA .................................................................. 20 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
4 
 
Expansão e qualificação da Atenção Básica – PROESF .......................................................... 20 
Núcleo de Atenção Integral Na Saúde da Família ................................................................. 21 
CAPITULO IV- VIGILÂNCIA SANITÁRIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................ 21 
AÇÕES PRIORITÁRIAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE ............................................................... 21 
VIGILÂNCIA EPIDEMILÓGICA ............................................................................................... 22 
Histórico ........................................................................................................................... 22 
SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL ........................................................ 22 
CONCEITO ......................................................................................................................... 23 
OBJETIVOS ........................................................................................................................ 23 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ........................................... 23 
AÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMILÓGICA ............................................................................... 23 
Notificação Compulsória................................................................................................... 23 
Quem deve notificar? ....................................................................................................... 24 
Objetivos da Investigação Epidemilógica ............................................................................ 24 
Primeiras Medidas a serem adotadas frente a Investigação................................................. 24 
Etapas da Investigação Epidemiológica .............................................................................. 24 
Processamento e análises parciais dos dados................................................................ 25 
Doenças de Notificação Compulsória .................................................................................. 26 
Critérios de seleção .............................................................................................................. 26 
CAPITULO V- PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM SAÚDE PUBLICA .................................. 27 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS .......................................................................... 27 
Cancro Mole ..................................................................................................................... 27 
CANDIDÍASE ...................................................................................................................... 28 
TRICOMONÍASE ................................................................................................................ 29 
CONDILOMA ACUMINADO ............................................................................................... 30 
GONORRÉIA ...................................................................................................................... 31 
LINFOGRANULOMA .......................................................................................................... 32 
SÍFILIS ...............................................................................................................................33 
HERPES ............................................................................................................................. 34 
AIDS = SIDA ( Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) .................................................. 35 
HIV .................................................................................................................................... 35 
DIAGNÓSTICO DO HIV ................................................................................................ 37 
Teste rápido ......................................................................................................................... 39 
AÇÕES DE ESNFERMAGEM NAS DSTs ...................................................................... 40 
DOENÇAS TRANSMÍSSIVEIS ......................................................................................... 40 
DENGUE ............................................................................................................................ 40 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
5 
 
FORMAS DA DENGUE ................................................................................................. 42 
Diagnóstico da Dengue Hemorrágica ............................................................................... 45 
TRATAMENTO DA DENGUE ............................................................................................... 45 
PREVENÇÃO CONTRA A DENGUE ...................................................................................... 45 
Ações simples para combater a proliferação do mosquito da dengue .............................. 46 
FEBRE AMARELA ................................................................................................................... 48 
O que é ................................................................................................................................. 48 
MALÁRIA .............................................................................................................................. 50 
Diagnóstico Laboratorial ................................................................................................... 52 
DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS ................................................................................ 54 
Descrição .......................................................................................................................... 54 
 ......................................................................................................................................... 54 
Tratamento....................................................................................................................... 55 
CAPITULO VI - VACINAÇÃO ............................................................................................... 56 
Definição .......................................................................................................................... 56 
Vacinação no Brasil – Histórico .................................................................................... 57 
Calendário de vacinação 2011 para crianças até 6 anos: .................................................. 58 
Calendário para crianças maiores de 7 anos e adolescentes: ........................................... 59 
Calendário para adultos entre 20 e 59 anos: .................................................................... 60 
Calendário para adultos com 60 anos ou mais: ................................................................ 60 
INFORMAÇÕES SOBRE AS VACINAS E DOENÇAS IMUNIZANTES ........................................... 61 
Orientações quanto a administração de imunobiológicos .................................................... 65 
CONTRA INDICAÇÕES DAS VACINAS ..................................................................................... 66 
REDE DE FRIOS ...................................................................................................................... 66 
DEFINIÇÃO ........................................................................................................................ 66 
OBJETIVO FINAL .................................................................................................................. 66 
REFRIGERADOR OU GELADEIRA ............................................................................................ 67 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS; .................................................................................... 69 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
6 
 
 
 
CAPITULO I – INTRODUÇÃO Á SAÚDE PÚBLICA 
Conceito de Saúde 
 Definição da OMS (1947): ―saúde é o estado de mais completo 
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de 
enfermidade. 
 Na VIII Conferência nascional de Sáude foi conceituada no seu 
sentido mais amplo como resultado das condições mais devidas de 
uma população – alimentação, habitação, educação, renda, transporte, 
lazer, segurança, liberdade e acesso a serviços de saúde 
Foi a apartir de deste conceito de saúde que a constituição de 1988 
estabeleceu em seu artigo 196. 
“ A saúde é direito de todos e dever do estado, garantida mediantes politicas 
sociais e economicas que visam a redução de doenças e e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção e recuperação”. 
Conceito de Doença 
A doença é um sinal da alteração do equilíbrio homem-ambiente, 
estatisticamente relevante e precocemente calculável, produzida pelas 
transformações produtivas, territoriais, demográficas e culturais. 
Saúde Publica 
Conceito: Conjunto de atividades que visam proteger e recuperar a 
saúde da população através de medidas de alcance coletivo, motivação e 
educação da população. 
Saúde Coletiva 
Conceito: é uma expressão que designa um campo de saber e de práticas 
referido à saúde como fenômeno social e, portanto, de interesse público. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
7 
 
Saúde Coletiva propõe um novo modo de organização do processo de 
trabalho em saúde que enfatiza a promoção da saúde, a prevenção de riscos e 
agravos, a reorientação da assistência a doentes, e a melhoria da qualidade de 
vida, privilegiando mudanças nos modos de vida e nas relações entre os sujeitos 
sociais envolvidos no cuidado à saúde da população.medidas específicas de 
prevenção, de controle ou de erradicação". 
Agente Infeccioso. 
É um organismo, microscópico ou não, capaz de produzir doenças 
infecciosas aos seus hospedeiros sempre que estejam em circunstâncias 
favoráveis, inclusive do meio ambiente. Podem ser bactérias, vírus, protozoários, 
fungos ou helmintos. O agente patogênico pode se multiplicar no organismo do 
seu hospedeiro, podendo causar infecções e outras complicações. 
 Mortalidade e Morbidade 
Mortalidade – é definida como relação entre o número de óbitos e o 
número de pessoas expostas ao risco de morrer em relação a sexo, idade, 
estado cívil, lugar etc 
Morbidade – refere-se ao comportamento das doenças numa população 
exposta a doença. Seus indices permite conhecer que doenças existem , 
quando onde e como elas surgem. Esses indíces são conhecidos atraves de 
surtos, endemia, epdemia e pandemia 
Letalidade: Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-
se seu maior ou menor poder para causar a morte 
Surto, Endemia, Epdemia e Pandemia 
Surto :É o aumento repentino do número de casos de uma determinada 
doença, dentro de limites muito restritos 
Por exemplo: Casos isolados de rubéola em uma creche 
Endemia: É uma doença localizada em um espaço limitado denominado 
―faixa endêmica‖. Isso quer dizer que, endemia é uma doença que se manifesta 
apenas numa determinada região,de causa local. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
8 
 
Para entender melhor: endemia é qualquer doença que ocorre apenas em 
um determinado local ou região, não atingindo nem se espalhando para outras 
comunidades. 
Enquanto a epidemia se espalha por outras localidades, a endemia tem 
duração continua porém, restrito a uma determinada área. 
No Brasil, existem áreas endêmicas. A título de exemplo, pode ser citada a 
febre amarela comum Amazônia. No período de infestação da doença, as 
pessoas que viajam para tal região precisam ser vacinadas. A dengue é outro 
exemplo de endemia, pois são registrados focos da doença em um espaço 
limitado, ou seja, ela não se espalha por toda uma região, ocorre apenas onde 
há incidência do mosquito transmissor da doença. 
Epidemia : É uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa 
comunidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de 
outras regiões, originando um surto epidêmico. Isso poderá ocorrer por causa de 
um grande desequilíbrio (mutação) do agente transmissor da doença ou pelo 
surgimento de um novo agente (desconhecido). 
A gripe aviária, por exemplo, é uma doença ―nova‖ que se iniciou como 
surto epidêmico. Assim, a ocorrência de um único caso de uma doença 
transmissível (ex.: poliomielite) ou o primeiro caso de uma doença até então 
desconhecida na área (ex.: gripe do frango) requerem medidas de avaliação e 
uma investigação completa, pois, representam um perigo de originarem uma 
epidemia. 
Com o tempo e um ambiente estável a ocorrência de doença passa de 
epidêmica para endêmica e depois para esporádica. 
Pandemia :É uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se 
espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras 
mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras. 
Para entender melhor: quando uma doença existe apenas em uma 
determinada região é considerada uma endemia (ou proporções pequenas da 
doença que não sobrevive em outras localidades). Quando a doença é 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
9 
 
transmitida para outras populações, infesta mais de uma cidade ou região, 
denominamos epidemia. Porém, quando uma epidemia se alastra de forma 
desequilibrada se espalhando pelos continentes, ou pelo mundo, ela é 
considerada pandemia. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pandemia pode se 
iniciar com o aparecimento de uma nova doença à população, quando o agente 
infecta os humanos, causando doença séria ou quando o agente se difunde 
facilmente e sustentavelmente entre humanos. 
Os critérios de definição de uma pandemia são os seguintes: a doença ou 
condição além de se espalhar ou matar um grande número de pessoas, deve ser 
infecciosa. 
Para saber mais: o câncer (responsável por inúmeras mortes) não é 
considerado uma pandemia porque não uma é doença infecciosa, ou seja, não é 
transmissível. 
Exemplos de Pandemias 
AIDS, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe espanhola, tifo, etc. 
É importante saber que: o vírus ebola e outras doenças rapidamente letais 
como a febre de Lassa, febre de Vale de Racha, vírus de Marburg, e a febre de 
hemorragia boliviana são doenças altamente contagiosas e mortais com o 
potencial teórico de se tornar pandemias no futuro. 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
10 
 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
 
A história natural da doença é um conjunto de processos interativos, que 
emgloba tadas as etapas que fazem parte da ocorrencia e da evolução da 
doença no organismo humano incluindo o processo saúde e doença e é dividido 
em dois períodos: 
Período Pre-patogênese 
É o período que antecede a doença, destacando os fatores 
predispodentes que estimulam o aparecimento da doença ( ambientais, 
econômicos, culturais, psicossociais e gnéticos) 
Período de Patogênese 
É a fase com implantação evolução da doença do homem dividido em 
 Alterações bioquimicas, fisiopatológicas, e histológicas 
 E aparecimento dos Sinais e Sintomas 
 
Niveis de Prevenção de Saúde 
Prevenção de Saúde Primária 
Nesse nível, encontram-se agrupadas as medidas ou ações especialmente 
destinadas ao período que antecede a ocorrência da doença. Dentre elas, 
destacam-se o saneamento básico, a vacinação e o controle de vetores, por 
exemplo. 
" Significa evitar a ocorrência de uma doença, eliminando fatores de risco 
ou tratamento de lesões precursoras. Ela é definida como promoção de saúde e 
as prevenção de enfermidades ou profilaxia. “ 
 
 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
11 
 
Exemplos: 
 Uso de preservativos para evitar a infecção por DST (Doenças 
Sexualmente Transmissíveis) 
 Uso de Capacete pelo Motociclista .Uso de cinto de segurança, 
airbag, capacetes e outros dispositivos de segurança para ciclistas e 
motociclistas. 
 Uso de luvas para manipular material biológico. 
 Controle de vetores, vacinas, como a vacina para poliomelite. 
 Ginástica Laboral e Exercício Físico para aqueles que nunca 
tiveram tendinite, diminuirá as possibilidades de que os mesmos 
desenvolvam a doença. 
Prevensão de Saúde secundária 
Incorpora uma série de medidas que visam a impedir a evolução de 
doenças já existentes e, em conseqüência, suas complicações. Os exames 
periódicos e o auto-exame de mama, entre outros, são procedimentos de 
reconhecida eficácia para o diagnóstico precoce, que permite o início imediato 
do tratamento e evita, muitas vezes, o agravamento da enfermidade. "Prevenção 
secundária significa prevenção da evolução das enfermidades através da 
execução de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos." 
Exemplos: 
 Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que 
tem monitoramento de profissionais de saúde , exercício físico 
orientado, dieta adequada, é livrado das situações de estresse do 
cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia, diminuindo 
incrivelmente as possíveis complicações da doença. 
 Um paciente com infecção por HPV ( papiloma virus 
humano) no colo do útero com acompanhamento e orientação do 
ginecologista , pode evitar o câncer de colo de útero. 
 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
12 
 
 
Prevenção Terciária de Saúde 
Esse último nível engloba ações voltadas à reabilitação do indivíduo após a 
cura ou o controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida. 
Fazem parte dessas medidas a fisioterapia, fisiatria, a terapia ocupacional e a 
colocação de próteses 
Exemplo 
 Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que 
tem monitoramento de profissionais de saúde , exercício físico 
orientado, dieta adequada, é livrado das situações de estresse do 
cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia, diminuindo 
incrivelmente as possíveis complicações da doença. 
 
 CAPITULO II- SUS- SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
O QUE É O SUS? 
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 
1988 para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público 
de saúde. 
QUAL É A HISTÓRIA DO SUS? 
Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do 
Ministério da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e 
prevenção de doenças (por exemplo, vacinação). 
O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento 
do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto 
Nacional de Seguridade Social (INSS). 
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), era restrita aos 
empregados que contribuíssem com a previdência social; ou seja, para quem 
tinha cateira assinada os demais eram atendidos apenas em serviços 
filantrópicosAPOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
13 
 
O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do 
atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a 
remuneração por procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e 
não da saúde. 
Reforma Sanitária no Brasil 
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da 
década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo 
abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época 
— o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). 
Em meados da década de 70 ocorreu uma crise do financiamento da 
previdência social, com repercussões no INAMPS. 
 Em 1979 o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a 
promessa de abertura política, e de fato a Comissão de Saúde da Câmara dos 
Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpósio 
sobre Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos 
integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao 
mesmo; ao longo da década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas 
mudanças com universalização progressiva do atendimento, já numa transição 
com o SUS. 
A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS 
por vários motivos. 
 Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro 
presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade; 
além disso, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A 
8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de 
Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o 
mais importante foi ter formado as bases para a seção "Da Saúde" da 
Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. 
 A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública 
brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
14 
 
 
A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o 
SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 
99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 
8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada 
a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas 
principais características: o controle social, ou seja, a participação dos usuários 
(população) na gestão do serviço. 
 O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689. 
PRINCIPIOS DO SUS 
O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei 
Orgânica de Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal 
de 1988. 
Universalidade. "A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição 
Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover 
atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força de lei. 
Integralidade. A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os 
preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as 
necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em 
consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria. 
Eqüidade. Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de 
saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as 
necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em 
igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político consideram mais importante 
lutar pela eqüidade do SUS. 
NÍVEIS DO SUS 
Descentralização político-administrativa 
O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, 
estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os 
municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no 
gerenciamento 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
15 
 
dos serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", 
ou seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no 
número de atendimentos. 
Hierarquização e regionalização 
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível 
primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem 
ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o 
fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a 
eficiência e eficácia dos mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de 
abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da população. Os 
serviços de maior complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua 
área de abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de 
menor complexidade. 
A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguintes princípios: 
 Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua 
integridade física e moral; 
 Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
 Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de 
saúde e sua utilização pelo usuário; 
 Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, 
a alocação de recursos e a orientação programática; 
 Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio-
ambiente e saneamento básico; 
 Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e 
humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na 
prestação de serviços de assistência à saúde da população; 
 Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de 
assistência; e e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e 
radioativos; 
 Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
16 
 
 Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de 
meios para fins idênticos. 
ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUS 
Segundo o artigo 200 da Constituição Federal, compete ao SUS: 
 Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, 
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
 Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem 
como as de saúde do trabalhador; 
 Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
 Participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico; 
 Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
 Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu 
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
 Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, 
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e 
radioativos; 
 Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
 CAPITULO III - PROGRAMAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
POLITICA PUBLICA 
 ― Podemos dizer que política pública é a materialização da 
ação do Estado.‖ (Figueiredo, 2005) 
 No caso da saúde, temos políticas públicas que se 
materializam na forma de Programas de Atenção à Saúde de se 
comenta a seguir: 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
17 
 
 
PROGRAMAS DE ATENÇÃO Á SAÚDE 
 PAISA – Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto 
(priorização de agravos específicos como hipertensão arterial, diabetes 
mellitus, tuberculose). 
 PAISM – Programa de Atenção à Saúde da Mulher através 
de atividades de assistência clínico-ginecológica, assistência pré-natal e 
assistência ao parto e puerpérioimediato 
 PAISC – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança 
com enfoque nas ações básicas de saúde de alto custo-efetividade – 
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, aleitamento 
materno e orientação para o desmame, controle de doenças diarréicas, 
de infecções respiratórias agudas e de doenças que se podem prevenir 
por imunização 
 PROSAD – Programa de Atenção à Saúde do Adolescente, 
fundamentado em áreas prioritárias como o acompanhamento do 
crescimento e do desenvolvimento, a sexualidade, a saúde bucal, a saúde 
mental, a saúde reprodutiva, a saúde do escolar adolescente, a 
prevenção de acidentes, o trabalho cultural, o lazer e o esporte. 
 PAST – Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador 
estruturado em ações que objetivam a promoção, proteção, recuperação 
e reabilitação de todos os trabalhadores submetidos aos riscos e agravos 
advindos das condições de trabalho. 
 PAISI – Programa de Assistência Integral à Saúde do Idoso, 
cujo objetivo fundamental é ―conseguir a manutenção de um estado de 
saúde com a finalidade de atingir um máximo de vida ativa, na 
comunidade, junto à família, com o maior grau possível de independência 
funcional e autonomia‖ (MS, 2001). Envolve um conjunto de ações 
voltadas para promoção, prevenção e recuperação da saúde ou 
manutenção de uma qualidade de vida. 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
18 
 
 
PROGRAMAS E PROJETOS DESENVOLVIDOS RECENTEMENTE PELO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
 BRASIL SORRIDENTE – Programa cujas ações têm por 
objetivo melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira. 
 FARMÁCIA POPULAR – visa ampliar o acesso da 
população aos medicamentos considerados essenciais. 
 SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)-
consiste em um atendimento pré-hospitalar com assistência prestada em 
um primeiro nível de atenção, fora do ambiente hospitalar. 
 PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE À DENGUE – visa 
diminuir a incidência do número de casos de dengue no país. 
 PROGRAMA DE CONTROLE DO TABAGISMO E OUTROS FATORES 
DE RISCO DE CÂNCER 
 Tem como objetivo a prevenção de doenças na população através 
de ações que estimulem a adoção de comportamentos de estilos de vida 
saudáveis e que contribuam para a redução da incidência e mortalidade 
por câncer e doenças tabaco-relacionadas no país. 
 HUMANIZASUS – proposta de uma nova relação entre o 
usuário, os profissionais que o atendem e à comunidade. Visa agilizar o 
atendimento e melhorar a qualidade dos serviços. 
 QUALISUS – conjunto de mudanças que visa proporcionar 
maior conforto para o usuário, atendimento de acordo com o grau de 
risco, atenção mais efetiva pelos profissionais de saúde e menor tempo 
de permanência no hospital. 
 MULTIPLICASUS Seu objetivo é proporcionar a discussão 
sobre o SUS entre trabalhadores, ampliar o conhecimento em saúde e 
formar sujeitos responsáveis pelo seu processo de trabalho. 
 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
19 
 
 
CAPITULO IV - ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA - ESF 
Histórico 
A atenção básica a sáude organizada pela ESTRATÉGIA DA 
SAÚDE DA FAMÍLIA. Possibilita a organização do Sistema Municipal de 
Saúde para contemplar os pontos essenciais de qualidade na Atenção 
Básica. 
Organização dos Serviços 
A Saúde da Família constitui uma estratégia para a organização e 
fortalecimento da Atenção Básica como o primeiro nível de atenção à 
saúde no SUS 
Procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do 
acesso, a qualificação e reorientação das práticas de saúde embasadas 
na Promoção da Saúde 
PRINCIPIOS DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA 
Adscrição de clientela - Definição precisa do território de atuação 
Territorialização - Mapeamento da área, compreendendo 
seguimento populacional determinado 
Diagnóstico Da Situação De Saúde Da População -
Cadastramento das famílias e dos indivíduos, gerando dados que 
possibilitem a análise da situação de saúde do território 
Planejamento Baseado Na Realidade Local - Programação das 
atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizando solução dos 
problemas. 
Interdisciplinaridade - Trabalho interdisciplinar, integrando áreas 
técnicas e profissionais de diferentes formações 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
20 
 
Vinculação - Participação na dinâmica social das famílias assistidas 
e da própria comunidade 
Competência cultural - Valorização dos diversos saberes e práticas 
na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva, possibilitando a 
criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e respeito 
CARACTERISTICAS DO PROCESSO DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
Participação social - Participação da comunidade no planejamento, 
execução e avaliação das ações. 
Intersetorialidade - Trabalho intersetorial, integrando projetos 
sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde 
Fortalecimento Da Gestão Local - Apoio a estratégias de 
fortalecimento da gestão local. 
EQUIPE DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA 
Médico, Enfermeiro, Auxiliares de enfermagem, Agentes comunitários 
de saúde, Cirurgião-Dentista, Auxiliar de consultório dentário e/ou, Técnico 
de higiene dental. 
Expansão e qualificação da Atenção Básica – PROESF 
Dirigido aos municípios com mais de 100 mil habitantes apoiando a 
ampliação da ESF e de serviços públicos de média complexidade 
ambulatorial; 
 Educação permanente de RH; 
 Estudos de linha de base e projeto de Avaliação para Melhoria da 
Qualidade; 
 Monitoramento e Avaliação – recursos fundo a fundo para as SES 
– Pacto de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. 
 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
21 
 
 
Núcleo de Atenção Integral Na Saúde da Família 
Objetivos Qualificar e ampliar resolubilidade e integralidade da Estratégia 
de Saúde da Família 
Modalidades Atividade física, saúde mental, reabilitação, alimentação e 
nutrição e serviço social 
Implantação O município poderá implantar o Núcleo com todas as suas 
modalidades ou implantá-las separadamente 
Avaliação para melhoria da Qualidade - Qualificação da estratégia 
Saúde da Família - Criar as bases para um sistema de melhoria contínua da 
qualidade e da promoção da cultura da avaliação no âmbito da Atenção Básica 
em Saúde 
CAPITULO IV- VIGILÂNCIA SANITÁRIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
Conceito - Vigilância sanitária é um conjunto de ações capaz de 
 eliminar , diminuir ou prevenir riscos ‗a saúde e de intervir nos 
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente , da produção e 
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde , com o 
poder de interferir em toda a cadeia do processo saúde-doença ( lei nº 
8080/90 ). 
AÇÕES PRIORITÁRIAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
As ações priotárias da Vigilãncia em Saúde estabeleceram um 
conjunto de atividades e metam que se destacam: 
 Notificações da doenças e agravos 
 Investigação epidemilógica 
 Diagnóstico laboratorial de agravos de saúde pública 
 Vigilância ambiental 
 Vigilância de doenças transmitidas por vetores e 
antropozoonoses 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
22 
 
 Controle de doenças e imunização 
 Monitorização de agravos de relevância epidemiológica 
 Divulgação de informações epidemilógicas 
 Elaboração de estudos e pesquisas em epidemiologia 
 Alimentação e manutenção dos sistemas de informação 
 Acompanhamento das atividades programadas 
 Ações básicas de vigilância sanitária 
ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGIlÂNCIA SANITÁRIA 
MISSÃO: Proteger e promover a saúde da população garantindo a 
segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de 
seu acesso"VALORES: 
 Conhecimento como fonte de ação 
 Transparência 
 Cooperação 
 Compromisso e Responsabilidade 
VIGILÂNCIA EPIDEMILÓGICA 
Histórico 
• O termo ―Vigilância Epidemiológica‖ teve início na campanha de 
controle da malária na década de 50. 
• Langmuir, em 1963 definiu vigilância epidemiológica como ― a 
observação contínua da distribuição e tendências da incidência de 
doenças mediante a coleta sistemática, consolidada e avaliada de 
informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados 
relevantes e a regular disseminação dessas informações a todos que 
necessitam conhece-las‖ 
• Década de 60 – projeto de erradicação da varíola 
• Década de 70 OMS e OPAS incentivaram a criação do sistema de 
vigilância epidemiológica 
SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
23 
 
• Criado pela Lei Nº 6259 => 30/10/ 1975 
• Artigo 8º => obrigação da notificação 
• Elenco das Doenças de Notificação Compulsória 
• Criação do Programa Nacional de Imunização 
CONCEITO 
Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou 
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes 
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 
(Segundo a Lei 8080/90) 
OBJETIVOS 
• Manter um conhecimento atualizado da situação epidemiológica 
das doenças e dos fatores que o condicionam. 
• Conhecer e prever a evolução do comportamento epidemiológico 
das doenças. 
• Prever as mudanças de comportamento epidemiológico das 
doenças em decorrência dos programas de controle ou erradicação. 
• Selecionar as medidas de controle a serem usadas . 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
• SINAN – Sistema de Informação dos Agravos de Notificação 
• PNI-API – Programa Nacional de Imunização – Avaliação do 
Programa de Imunização. 
• EPI-TB – Banco de dados do programa de tuberculose no Sistema 
de Informação EPI-INFO. 
• LABDENGUE – Recebimento dos resultados sorológicos de 
dengue e repasse aos Municípios. 
 AÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMILÓGICA 
Notificação Compulsória É a comunicação da ocorrência de determinada 
Doença ou Agravo à Saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de 
saúde ou qualquer cidadão, para fim de adoção de medidas de intervenção 
pertinentes. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
24 
 
Quem deve notificar? Segundo o artigo 8º da Lei 6.259 ― é dever de todo 
cidadão comunicar a autoridade sanitária local a ocorrência de fato comprovado 
ou presumível de casos de doenças transmissíveis, sendo obrigatório a 
médicos e outros profissionais de saúde, no exercício de sua profissão, bem 
com aos responsáveis por organizações e estabelecimentos de ensino, a 
notificação de casos suspeitos ou confirmados das doenças de notificação 
compulsória‖. 
Como se deve notificar? A notificação deve ser feita pelo meio mais 
rápido. O instrumento utilizado é Ficha de Notificação do SINAN 
Objetivos da Investigação Epidemilógica 
• Avaliação clínica do doente e de seus comunicantes, visando a 
obtenção de informações clínicas e epidemiológicas. 
• Coleta de amostras para exames de laboratório. 
• Busca ativa de novos casos. 
• Identificação do agente infeccioso. 
• Determinação do seu modo de transmissão ou de ação. 
• Identificação das fontes de infecção, locais contaminados, 
reservatórios e vetores biológicos. 
• Reconhecimento dos fatores que tenham contribuído para a 
ocorrência do(s) caso(s). 
• Orientação sobre a doença investigada aos doentes, aos 
comunicantes e se necessário à comunidade. 
• Retorno da informação sobre as medidas adotadas para a 
instituições envolvidas. 
Primeiras Medidas a serem adotadas frente a Investigação 
• Assistência Médica ao Paciente 
• Qualidade da Assistência 
• Proteção Individual 
• Proteção da População 
 Etapas da Investigação Epidemiológica 
1- Coleta de dados sobre o caso 
 Identificação do paciente 
 Anamnese e exame físico 
 Suspeita diagnóstica 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
25 
 
 Meio ambiente 
 Exames laboratoriais 
 
2- Busca de Pistas 
 Fonte de contágio a exemplo de água, alimentos, ambiente 
insalubre, etc (Fontes de infecção); 
 Período de incubação do agente; 
 Modos de transmissão (respiratória, sexual, vetorial, etc.); 
 Faixa etária, sexo, raça e grupos sociais mais acometidos 
(Características biológicas e sociais); 
 Presença ou não de outros casos na localidade (abrangência da 
transmissão); 
 Possibilidade da existência de vetores ligados à transmissão da 
doença; 
 Fatores de Riscos 
3- Busca Ativas de Casos -Esta etapa tem como propósito identificar 
casos adicionais (secundários ou não) ainda não notificados, ou aqueles 
oligosintomáticos que não buscaram atenção médica e visa: 
• tratamento adequado dos casos; 
• determinar a magnitude e extensão do evento; 
• ampliação do espectro das medidas de controle. 
4- Processamento e análises parciais dos dados 
A consolidação, análise e interpretação dos dados disponíveis devem 
considerar as características de pessoa, tempo, lugar e os aspectos clínicos 
e epidemiológicos, para a formulação de hipóteses quanto ao diagnóstico 
clínico, fonte de transmissão, potenciais riscos ambientais; efetividade das 
medidas de controle adotadas até aquele momento. 
5- Encerramento dos Casos 
As Fichas Epidemiológicas de cada caso devem ser analisadas 
visando definir qual critério (Clínico-epidemiológico-laboratorial; clínico-
laboratorial; clínico-epidemiológico) foi ou será empregado para o 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
26 
 
diagnóstico final, considerando as definições de caso específicas para 
cada doença. 
 
Doenças de Notificação Compulsória 
Critérios de seleção 
• Magnitude : doenças com elevada freqüência que afetam grandes 
contingentes populacionais. Traduzidos pela incidência, prevalência, 
mortalidade e anos potenciais de vida perdido 
• Potencial de Disseminação: expressa-se pela transmissibilidade 
da doença 
• Transcendência : 
 Severidade - letalidade 
 Relevância social – estigmatização 
 Relevância econômica - custo 
• Vulnerabilidade : Existência de medidas de controle 
ELENCO DE DOENÇAS (Port. Nº 2325 08/12/2003) 
 Botulismo 
 Carbúnculo ou 
"antraz" 
 Cólera 
 Coqueluche 
 Dengue 
 Difteria 
 Doenças de Chagas 
(casos agudos) 
 Doenças 
Meningocócica e outras 
Meningites 
 Esquistossomose 
(em área não endêmica) 
 Febre Amarela 
 Febre Maculosa 
 Febre do Nilo 
 Febre Tifóide 
 Hanseníase 
 Hantaviroses 
 Hepatite B 
 Hepatite C 
 Infecção pelo vírus 
da imunodeficiência humana 
(HIV) em gestantes e crianças 
expostas ao risco de 
transmissão vertical 
 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
27 
 
 
 Leishmaniose 
Tegumentar Americana 
 Leishmaniose 
Visceral 
 Leptospirose 
 Malária (em área não 
endêmica) 
 Meningite por 
Haemophilus influenzae 
 Peste 
 Poliomielite 
 Paralisia Flácida 
Aguda 
 Raiva Humana 
 
 Rubéola 
 Sarampo 
 Sífilis Congênita 
 Síndrome 
Respiratória Aguda Grave 
(SARS) 
 Síndrome da 
 Rubéola Congênita 
 Síndrome da 
 Imunodeficiência 
Adquirida (AIDS) 
 Tétano 
 Tularemia 
 Tuberculose 
 Varíola 
 
CAPITULO V- PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM SAÚDE PUBLICA 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
Cancro Mole 
Agente: bactéria Haemophilus ducreyi 
Transmissão:sexo vaginal, anal ou oral 
Ocorrência: 01 mulher para cada 20 homens. 
Sintomas : De 02 a 05 dias após o contágio acompanhado de cefaléia, 
febre e prostração.pequenas e dolorosas feridas, úlceras, nos genitais 
externos. As úlceras podem ser únicas ou múltiplas 
Diagnóstico: - Sintomatologia, Coleta de secreção 
Tratamento: - Antiobióticoterapia, Esvaziamento ganglionar por punção 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
28 
 
 
Ulcerações no Pênis Ulcerações na Vulva
 
 
 
CANDIDÍASE 
Agente: Candida albicans (Microbiota) 
Queda de imunidade, higiene pessoal ou distúrbios no organismos, levam 
ao aparecimento da doença, três a quatro dias após o contágio ou no período 
pré-menstrual. 
Transmissão: contato sexual, água contaminada e 
 objetos contaminados. 
Sintomas: corrimento branco, irritação e prúrido 
Diagnóstico: - História Clínica 
 - Sintomatologia 
 - Exames microscópicos do pênis e vagina 
Tratamento : Antifúngico( Cremes Vaginais) 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
29 
 
Eritema e placas grumosas brancas na glande e 
no prepúcio. Fatores ligados à higiene pessoal influenciam casos como este. 
Secreção branca e grumosa aderentes às paredes da 
vagina com candidíase 
 TRICOMONÍASE 
Agente Parasita Trichomonas vaginalis, 
Transmissão: relações sexuais ou por ambientes contaminados como 
banheiros e piscinas. 
Nas mulheres, os sintomas são coceira intensa na vagina, corrimento 
amarelado de odor desagradável e ardor ao urinar. 
O processo inflamatório intenso na vagina e no colo do útero pode facilitar 
a penetração do HIV no organismo. 
Nos homens, geralmente, os sintomas podem ficar ocultos durante 
semanas ou aparecer na forma de pequena irritação no pênis e ardor ao urinar. 
Diagnóstico: História Clínica, Sintomatologia, Exames laboratoriais, 
Papanicalau 
Tratamento: É utilizado antibióticoterapia (Fágyl- Metronidazol) ambos 
parceiros são tratados. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
30 
 
 
 
 
 
 
 
CONDILOMA ACUMINADO 
Agente: Papiloma Vírus Humano (HPV) 
Transmissão: via sexual. 
Manifestação clássica: Pele dolorosa, pequenas verrugas rugosas nas 
zonas genitais, anais ou garganta. 
Mulheres: na vulva, períneo, vagina e colo do útero, havendo quase 
sempre, concomitância de corrimento vaginal. 
Homens: na glande, prepúcio e a bolsa testicular 
Diagnóstico: História Clínica, Exame Físico, Papanicolau a cada 6 meses 
Tratamento: Cauterização e Intervenção Cirúrgica 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
31 
 
 
 
 
 
GONORRÉIA 
Agente: bactéria Neisseria Gonorrhoeae 
Transmissão: sexo vaginal, anal ou oral. 
Sintomas: diferem na mulher e no homem, que apresenta quadro 
infeccioso mais aparente, caracterizado pela uretrite, que produz secreção 
purulenta amarelo-esverdeada, pela manhã, provocando odor e ardor ao urinar. 
Quando não tratada pode acometer próstata, vesículas seminais, 
epidídimos, pele, articulações, endocárdio, fígado, meninges. 
Diagnóstico: História Clínica, Sintomatologia, Esfregaço do material obtido 
da uretra ou do colo do útero 
Tratamento: Antibióticoterapia 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
32 
 
 
Gonorréia complicada: edema no testículo, bolsa escrotal com volume aumentado. 
 
Secreção purulenta na vulva 
 
LINFOGRANULOMA 
Agente: bactéria Chlamydia trachomatis. 
Transmissão: sexo vaginal com pessoa contaminada. 
Sintomas leve secreção matinal com aspecto de "clara de ovo", ardor ao 
urinar e às vezes alterações na freqüência urinária, seguida por lesão genital 
transitória, única e indolor tipo erosão superficial, que cicatriza espontânea e 
rapidamente em mais ou menos três a quatro dias. 
Nas mulheres: vagina, a vulva e, em alguns casos, o colo uterino, 
Nos homens as lesões ocorrem na glande e no prepúcio, formando 
grandes feridas purulentas. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
33 
 
Diagnóstico: Histórico do paciente, Quadro Clínico, Exames Laboratoriais 
Tratamento: Tetraciclinas 
 
 
 
 
 
 
 
SÍFILIS 
Doença de caráter sistêmico, causada pela bactéria Treponema pallidum. 
É adquirida através do sexo vaginal, anal ou oral com pessoa contaminada, 
além de transfusão de sangue ou pelo parto. 
Apresenta 03 fases: 
Primária: feridas indolores com bordas altas, nítidas e endurecidas, 
denominadas cancro duro região genital, que também podem aparecer em 
outros locais do corpo desaparecendo com ou sem tratamento 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
34 
 
 
Secundária: sintomas de febre, inflamação da garganta - faringite, 
gânglios em várias regiões do corpo, perda de cabelo, de peso, de apetite e 
erupções cutâneas de aspecto avermelhado ou arroxeado, principalmente nas 
palmas das mãos e plantas dos pés, denominadas roséolas sifilíticas, bem como 
lesões úmidas nas áreas genitais que são muito contagiosas. 
 
Terciária: aparecimento de doenças cardiovasculares, cerebrais e da 
medula espinhal, olhos, conduzindo a pessoa infectada a paralisias, insanidade, 
cegueira e até mesmo a morte. 
 
HERPES 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
35 
 
Agente é o Herpes vírus II. 
Transmissão: contato sexual. 
Manifestação: Relacionada à queda das defesas imunológicas do organismo. 
Sintomas: primeiramente prurido, fisgada e sensação de queimadura na pele dos 
genitais, que evoluem para lesões avermelhadas - pequenas vesículas nos genitais ou 
anais que se tornam muito dolorosas, as quais cicatrizam-se em algumas semanas com 
ou sem tratamento. 
Diagnóstico: Visualização das lesões herpéticas, Papanicolau 
Tratamento: A herpes não tem cura. Na crise o tratamento é antiviral ( Aciclovir), 
para as lesões vesiculares e com antibióticos, se houver infecções paralelas 
. 
 
 
AIDS = SIDA ( Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) 
HIV 
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da 
aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de 
doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o 
DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, 
rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. 
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que 
vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem 
transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo 
compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
36 
 
gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se 
proteger em todas as situações. 
Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. 
Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação 
prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células 
do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. 
AIDS 
A aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema 
imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é 
chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do 
nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um 
simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O 
próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado. 
Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era uma sentença de morte. 
Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. 
Basta tomar os medicamentosindicados e seguir corretamente as 
recomendações médicas. 
Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a 
sobrevida da pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda fazer o teste 
sempre que passar por alguma situação de risco e usar sempre o preservativo. 
TRANSMISSÃO 
Como o HIV, vírus causador da aids, está presente no sangue, sêmen, 
secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias 
formas: 
 Sexo sem camisinha (vaginal, anal ou oral). 
 De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a 
amamentação. 
 Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma 
pessoa. 
 Transfusão de sangue contaminado com o HIV. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
37 
 
 Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados. 
SINTOMAS E FASES DA DOENÇA 
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema 
imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção 
aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o 
surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 
semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir 
anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de 
uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa 
despercebido. 
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e 
as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o 
organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e 
morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é 
chamado de assintomático. 
Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com 
menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e 
vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela 
alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - 
que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos 
saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais 
comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. 
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que 
recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, 
atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, 
por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode 
sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos 
de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por 
alguma outra situação de risco. 
DIAGNÓSTICO DO HIV 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
38 
 
Teste Elisa 
É o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de 
laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma 
amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para 
o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é 
necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São 
usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de 
Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas 
vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de 
algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de 
câncer. 
Nesse caso, faz-se uma confirmação com a mesma amostra e o resultado 
definitivo é fornecido ao paciente. Se o resultado for positivo, o paciente será 
informado e chamado para mais um teste com uma amostra diferente. Esse é 
apenas um procedimento padrão para que o mesmo não tenha nenhuma dúvida 
da sua sorologia. 
Independentemente do resultado do exame, positivo ou negativo, o 
paciente é encaminhado ao aconselhamento pós-teste – conversa com o 
profissional do CTA ou do posto de saúde que orienta sobre prevenção, 
tratamento e outros cuidados com a saúde. 
O Elisa é feito com uma placa de plástico que contém proteínas do HIV 
absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada amostra de soro ou plasma 
(que são frações do sangue) será adicionada. Após uma sequência de etapas, 
em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido 
por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa. 
Teste western blot 
De custo elevado, o western blot é confirmatório, ou seja, indicado em 
casos de resultado positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório 
procuram fragmentos do HIV, vírus causador da aids. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
39 
 
Para a realização do Western Blot, utiliza-se uma tira de nitrocelulose em 
que serão fixadas proteínas do HIV. O soro ou plasma do paciente é adicionado, 
ficando em contato com a tira de nitrocelulose. Depois da adição de vários tipos 
de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual, pelo profissional 
do laboratório. 
Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 
Também confirmatório, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 
permite detectar os anticorpos anti-HIV. Nele, o soro ou plasma do paciente é 
adicionado a uma lâmina de vidro que contém células infectadas com o HIV, 
fixadas nas cavidades. Após uma sequencia de etapas, em que são adicionados 
diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio da leitura em um 
microscópio de imunofluorescência. 
Teste rápido 
Possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na 
amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado 
no momento da consulta. Os testes rápidos permitem que o paciente, no mesmo 
momento que faz o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o 
aconselhamento pré e pós-teste. O teste rápido é preferencialmente adotado em 
populações que moram em locais de difícil acesso, em gestantes que não 
fizeram o acompanhamento no pré-natal e em situações de acidentes no 
trabalho. 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: O tratamento é a base antirretovirais 
que são drogas que tendem a prolongar a vida do doente. 
O AZT (zidovudina) e coquetel: Epivir , Crixivan, Ganciclovir, que agem na 
tentativa de inibir as ações do vírus, retardando o declínio do sistema 
imunológico, porem sem proporcionar a cura 
EFEITOS COLATERAIS 
Entre os mais frequentes, encontram-se: diarreia, vômitos, náuseas, 
manchas avermelhadas pelo corpo (chamadas pelos médicos de rash cutâneo), 
agitação, insônia e sonhos vívidos. Há pessoas que não sentem mal-estar. Isso 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
40 
 
pode estar relacionado com características pessoais, estilo e hábitos de vida, 
mas não significa que o tratamento não está dando certo. 
AÇÕES DE ESNFERMAGEM NAS DSTs 
 Orientar e informar quanto as medidas de prevenção 
 Participar de Campanhas 
 Incentivar a comunidade a notificação dos casos 
 Auxiliar no diagnóstico e tratamento adequado 
 Orientar e incentivar ao tratamento correto e acompanhamento 
médico 
 Participar de programas educativos e de reciclagem 
 Dar apoio psicológico 
 Incentivar a reintegração social e a família 
 
 
 
 
 
 DOENÇAS TRANSMÍSSIVEIS 
DENGUE 
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da 
família Flaviridae e é transmitida, no Brasil, através do mosquito Aedes aegypti, 
também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos 
principais problemas de saúde pública de todo o mundo. 
Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador 
da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3e DEN-4. 
A dengue é conhecida no Brasil desde os tempos de colônia. O mosquito 
Aedes aegypti tem origem africana. Ele chegou ao Brasil junto com os navios 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
41 
 
negreiros, depois de uma longa viagem de seus ovos dentro dos depósitos de 
água das embarcações. 
O primeiro caso da doença foi registrado em 1685, em Recife (PE). Em 
1692, a dengue provocou 2 mil mortes em Salvador (BA), reaparecendo em 
novo surto em 1792. 
Em 1846, o mosquito Aedes 
aegypti tornou-se conhecido quando uma epidemia de dengue atingiu o Rio de 
Janeiro, São Paulo e Salvador. Entre 1851 e 1853 e em 1916, São Paulo foi 
atingida por epidemias da doença. Em 1923, Niterói, no estado do Rio, lutou 
contra uma epidemia em sua região oceânica. 
Em 1903, Oswaldo Cruz, então Diretor Geral da Saúde Pública, implantou 
um programa de combate ao mosquito que alcançou seu auge em 1909. Em 
1957, anunciou-se que a doença estava erradicada do Brasil, embora os casos 
continuassem ocorrendo até 1982, quando houve uma epidemia em Roraima. 
Em 1986, foram registradas epidemias nos estados do Rio de Janeiro, de 
Alagoas e do Ceará. Nos anos seguintes, outros estados brasileiros foram 
afetados. 
No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A 
primeira, em 1986-87, com cerca de 90 mil casos; e a segunda, em 1990-91, 
com aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de 1995, a dengue 
passou a ser registrada em todas as regiões do país. Em 1998 ocorreram 
570.148 casos de dengue no Brasil; em 1999 foram registrados 204.210 e, em 
2000, até a primeira semana de março, 6.104. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
42 
 
Em 2006, o número de casos de dengue voltou a crescer no país. Segundo 
dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro de 2006 foram 
registrados 279.241 casos de dengue o equivalente a 1 caso (não fatal) para 
cada 30 km ² do território desse país. Um crescimento de 26,3% em relação ao 
mesmo período em 2005. A região com maior incidência foi a Sudeste. 
Já em 2008, a doença volta com força total, principalmente no Rio de 
Janeiro, onde foram registrados quase 250 mil casos da doença e 174 mortes 
em todo o Estado (e outras 150 em investigação), sendo 100 mortes e 125 mil 
casos somente na cidade do Rio de Janeiro. A epidemia de 2008 superou, em 
número de vítimas fatais, a epidemia de 2002, onde 91 pessoas morreram. Nos 
últimos anos, outros estados do Brasil também registraram uma epidemia de 
Dengue . 
Atualmente, a dengue hemorrágica está entre as dez principais causas de 
hospitalização e morte de crianças em países da Ásia tropical. Nas Américas, a 
primeira epidemia de dengue hemorrágico que se tem notícia ocorreu em Cuba, 
em 1981. 
 
FORMAS DA DENGUE 
Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador 
da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. 
No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2, 3 e 4. O vírus tipo 4 
não era registrado no País há 28 anos, mas em 2010 foi notificado em alguns 
estados, como o Amazonas e Roraima, 
A dengue tipo 4 apresenta risco a pessoas já contaminadas com os vírus 1, 
2 ou 3, que são vulneráveis à manifestação alternativa da doença. Complicações 
podem levar pessoas infectadas ao desenvolvimento de dengue hemorrágica. 
Formas de apresentação 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
43 
 
A dengue pode se apresentar – clinicamente – de quatro formas diferentes 
formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e 
Síndrome de Choque da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica 
e a Febre Hemorrágica da Dengue. 
 
Vírus da Dengue (rcsb.org) 
-Infecção Inaparente 
A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma da 
dengue. A grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. 
Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam 
doentes. 
- Dengue Clássica 
A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à 
gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A 
pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor 
muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas 
na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas. 
Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este 
período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição. 
- Dengue Hemorrágica 
A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por 
alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
44 
 
assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução 
da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos 
na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar 
hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. 
Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a 
pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a 
doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. 
- Síndrome de Choque da Dengue 
Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma 
grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença 
apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de 
consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias 
complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, 
insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. 
Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, 
sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, 
amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com 
rapidez, pode levar à morte. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico da dengue é realizado com base na história clínica do 
doente, exames de sangue, que indicam a gravidade da doença, e exames 
específicos para isolamento do vírus em culturas ou anticorpos específicos. 
Para comprovar a infecção com o vírus da dengue, é necessário fazer a 
sorologia, que é um exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus 
do dengue. A doença é detectada a partir do quarto dia de infecção. 
Inicialmente, é feito um o diagnóstico clínico para descartar outras 
doenças. Após esta etapa, são realizados alguns exames, como hematócrito e 
contagem de plaquetas. Estes testes não comprovam o diagnóstico da dengue, 
já que ambos podem ser alterados por causa de outras infecções. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
45 
 
 Diagnóstico da Dengue Hemorrágica 
Há três exames que podem ser utilizados identificar a dengue 
hemorrágica: a prova do laço, a contagem das plaquetas e a contagem dos 
glóbulos vermelhos. A prova do laço é um exame de consultório, com uma 
borrachinha o médico prende a circulação do braço e vê se há pontos vermelhos 
sob a pele, que indicariam a doença. Os outros testes são feitos por meio de 
uma amostra de sangue em laboratório. 
Lembrete: A dengue hemorrágica deve ser diagnóstica rapidamente, pois 
se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. 
TRATAMENTO DA DENGUE 
O tratamento da dengue requer bastante repouso e a ingestão de muito 
líquido, como água, sucos naturais ou chá. No tratamento, também são usados 
medicamentos anti-térmicos que devem recomendados por um médico. 
É importante destacar que a pessoa com dengue NÃO pode tomar 
remédios à base de ácido acetil salicílico, como AAS, Melhoral, Doril, Sonrisal, 
Alka-Seltzer, Engov, Cibalena, Doloxene e Buferin. Como eles têmum efeito 
anticoagulante, podem promover sangramentos. 
O doente começa a sentir a melhorar cerca de quatro dias após o início dos 
sintomas da dengue, que podem permanecer por 10 dias. 
É preciso ficar alerta para os quadros mais graves da doença. Se 
aparecerem sintomas, como dores abdominais fortes e contínuas, vômitos 
persistentes, tonturas ao levantar, alterações na pressão arterial, fígado e baço 
dolorosos, vômitos hemorrágicos ou presença de sangue nas fezes, 
extremidades das mãos e dos pés frias e azuladas, pulso rápido e fino, 
diminuição súbita da temperatura do corpo, agitação, fraqueza e desconforto 
respiratório, o doente deve ser levado imediatamente ao médico. 
PREVENÇÃO CONTRA A DENGUE 
A ação mais simples para prevenção da dengue é evitar o nascimento do 
mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
46 
 
contaminação. Para isso, é preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a 
reprodução. 
A regra básica é não deixar a água, principalmente limpa, parada em 
qualquer tipo de recipiente. 
Como a proliferação do mosquito da dengue é rápida, além das iniciativas 
governamentais, é importantíssimo que a população também colabore para 
interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Para se ter uma ideia, em 45 
dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas. 
 
Ciclo de Transmissão da Dengue (Imagem: MDS) 
Então, a dica é manter recipientes, como caixas d‘água, barris, tambores 
tanques e cisternas, devidamente fechados. E não deixar água parada em locais 
como: vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, 
panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, 
canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e 
bambus, buracos de árvores, além de outros locais em que a água da chuva é 
coletada ou armazenada. 
É bom lembrar que o ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até 450 
dias, mesmo se o local onde foi depositado o ovo estiver seco. Caso a área 
receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta em um 
espaço de tempo entre 2 e 3 dias. Por isso é importante eliminar água e lavar os 
recipientes com água e sabão. 
Ações simples para combater a proliferação do mosquito da dengue 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
47 
 
 
Como eliminar as larvas e os mosquitos da dengue 
Pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do 
Rio Preto (SP) descobriram que a cafeína é fatal para o desenvolvimento da 
larva do Aedes aegypti. No estudo, elas verificaram que quanto maior a 
concentração de cafeína na água parada contida em vasos, ralos e plantas, 
menor o tempo de vida das larvas. De acordo com as cientistas, foi registrada 
uma taxa de mortalidade de 100%. Nenhuma das larvas conseguiu chegar ao 
último estágio de desenvolvimento. 
Resultados semelhantes foram obtidos com a borra de café. Em 
laboratório, quatro colheres de sopa de borra de café bloquearam o 
desenvolvimento de larvas mergulhadas no equivalente a um copo de água. 
Em situações de epidemia de dengue, o método de combate mais usado 
contra a reprodução do mosquito é a aplicação de inseticidas, mas a maioria 
desses produtos é tóxica. Além disso, com o tempo, os mosquitos podem 
adquirir resistência a essas substâncias. A borra de café funciona como um 
inseticida natural e não faz mal para seres humanos, animais e plantas. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
48 
 
Outros produtos, como o sal de cozinha e a água sanitária, têm sido 
recomendados contra o Aedes egypti. Mas há limitações: eles não podem ser 
aplicados em plantas, por exemplo. A borra é um resíduo produzido diariamente 
na maioria das residências. Ela pode ser jogada sobre o solo dos jardins e 
hortas, na terra dos vasos ou dentro das bromélias. Não se deve diluí-la em 
água antes de aplicar. 
A larva se intoxica ao ingerir extratos de borra do café. A quantidade de 
borra a ser utilizada depende da quantidade de água acumulada. Se o local 
contém o equivalente a meio copo de água de chuva ou de rega, por exemplo, 
duas colheres de sopa de borra bastam. A mesma quantidade de borra nova 
deve ser colocada a cada sete dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FEBRE AMARELA 
O que é 
A febre amarela é uma importante doença que, infelizmente, faz milhares 
de vítimas em nosso país. É uma doença provocada por um tipo de vírus 
(flavivírus), encontrado em primatas não-humanos que habitam regiões de 
florestas. Este vírus pode ser transmitido aos seres humanos de duas formas: 
- Pela picada da fêmea do mosquito conhecido por ―Aedes Aegypti‖, desde 
que o inseto esteja contaminado (após picar um ser humano com a doença). 
Esta é conhecida como febre amarela urbana. 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
49 
 
- O segundo tipo de febre amarela é a silvestre, que ocorre através da 
picada do mosquito Haemagogus. 
Regiões de maior incidência 
Esta enfermidade ocorre principalmente nas regiões tropicais e 
subtropicais, em função das condições climáticas favoráveis para a procriação e 
desenvolvimento deste tipo de mosquito. A região amazônica, por exemplo, é 
um importante local de disseminação da doença, pois o clima quente, as chuvas 
e a grande quantidade de rios facilita a reprodução deste inseto e o alastramento 
da doença. 
Transmissão da doença 
Após ser picado pelo mosquito, a pessoa contaminada começa a 
apresentar uma série de sintomas: febre alta (podendo chegar a 40 ou 41 graus 
centígrados), fortes dores de cabeça, vômitos, problemas no fígado e 
hemorragias. 
Sinais e Sintomas 
O vírus e a evolução clínica da doença são idênticos nas formas urbana e 
silvestre. Os sintomas da febre amarela costumam aparecer entre o terceiro dia 
e o sexto dia após a picada do mosquito. As manifestações são: 
Febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômitos, dores no corpo, icterícia 
(a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias na gengiva, nariz, estômago, 
intestino e urina. 
 
Complicações 
Cerca de 15% dos doentes infectados apresentam sintomas graves, que 
podem levar à morte. A febre amarela pode causar um funcionamento 
inadequado de órgãos vitais como fígado e rins. Conseqüentemente, isso 
provoca uma diminuição do volume urinário ou até mesmo a ausência de urina 
na bexiga e o coma. Os pacientes que sobrevivem conseguem se recuperar 
totalmente. 
Tratamento 
APOSTILA DE SAÚDE PÚBLICA 
50 
 
Não há tratamento específico. O indivíduo deve ser internado para manter 
os sintomas sob controle, permanecer em repouso, fazer a reposição de líquidos 
e das perdas sanguíneas, quando indicado. 
Outras informações 
doença. 
O nome da doença está relacionado à cor a qual a pele da pessoa fica 
após contrair a doença. O doente fica com ictirícia, pois ocorre o derramamento 
da bilirrubina em diversos tecidos do corpo. Quando espalha-se pela corrente 
sanguínea, a pessoa fica com uma cor amarelada na pele e também nos olhos. 
Esta doença infecciosa pode permanecer no corpo da pessoa doente por 
aproximadamente duas semanas. Em alguns casos, a pessoa pode morrer, em 
função do agravamento da doença e dos danos provocados pelo vírus no corpo 
e nos órgãos. 
A vacina contra a febre amarela foi criada, no ano de 1937, pelo médico e 
virulogista sul-africano Max Theiler. 
Importante: os médicos recomendam tomar esta vacina antes de viajar 
para as regiões norte e centro-oeste do país ou para áreas em que existem 
incidências desta 
 
 
MALÁRIA 
O que é? 
Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da

Continue navegando