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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Macapá-AP 
Agente de Combate às Endemias 
 
 
Doenças ou Agravos de Notificação Compulsória ............................................................................... 1 
Fontes de transmissão de doenças infecciosas .................................................................................. 8 
Principais Agentes Transmissores de Doenças de Importância Sanitária: artrópodes, moluscos, 
roedores ................................................................................................................................................ 21 
Vetores de doenças bacterianas, parasitárias, fúngicas e virais ....................................................... 31 
Técnicas e tecnologias de coleta e identificação de vetores de doenças e agravos .......................... 54 
Ações para controle de Roedores ..................................................................................................... 71 
Controle e prevenção de doenças por manejo ambiental, controle mecânico e controle químico. 
Técnicas de manipulação de larvicidas e inseticidas. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIADOUROS DOS 
VETORES DA DENGUE ....................................................................................................................... 73 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS: diretrizes e princípios ............................................................ 74 
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Vigilância Ambiental em Saúde ou Vigilância em Saúde 
Ambiental, Vigilância Epidemiológica; Vigilância Sanitária .................................................................... 78 
Promoção da saúde ........................................................................................................................ 112 
Educação em Saúde ....................................................................................................................... 114 
Política Nacional de Atenção Básica ............................................................................................... 119 
Estratégia da Saúde da Família (ESF) ............................................................................................ 149 
Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em 
Situação de Violência .......................................................................................................................... 166 
Evento adverso e queixa técnica de medicamentos ou alimentos ................................................... 170 
Surtos de doenças transmitidas por alimentos ................................................................................ 173 
Sinais e sintomas da esquistossomose, leishmanioses e doenças transmitidas pelo Aedes aegypti 
 ............................................................................................................................................................. 175 
Fatores não biológicos de risco para saúde humana relacionados à qualidade da água, solo e ar 
(ambientes coletivos fechados) ........................................................................................................... 178 
Coleta e análises, microbiológica e físico-química, de água para consumo humano ...................... 187 
Coleta e análise de solo contaminado por agrotóxicos ou metais pesados ..................................... 196 
Coleta e análise de poluição atmosférica ........................................................................................ 198 
Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico .................................................. 198 
Calendário Nacional de Vacinação ................................................................................................. 204 
Ações de vacinação de cães e gatos .............................................................................................. 231 
Princípios gerais de biossegurança. Níveis de biossegurança. Equipamentos de Proteção Individual e 
Coletivo. Noções de segurança no trabalho (CIPA e acidentes de trabalho) ....................................... 232 
Normas e Riscos de manipulação de larvicidas e inseticidas .......................................................... 270 
Conceitos de assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização .................................................... 271 
Conceitos de endemia, epidemia e pandemia ................................................................................. 292 
Mapeamento de Vulnerabilidades Populacionais e Índice Geral de Vulnerabilidade ....................... 292 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
. 2 
Sistemas de Informação em Saúde ................................................................................................ 293 
Indicadores de Saúde. Indicadores de ocorrência de vetores ......................................................... 297 
Conceito de transição epidemiológica. Conceito de epidemiologia. Estudos observacionais, 
experimentais, prospectivos, retrospectivos, longitudinais, corte transversal, caso-controle, coorte .... 311 
Amostragem e tipos de dados. Distribuição de frequências, Medidas de posição, Medidas de variação. 
Coleta, processamento, análise, interpretação e representação gráfica de dados de pesquisa .......... 323 
Lei n° 11.350/2006 - Atribuições do profissional ACE ..................................................................... 327 
Portaria nº 1.007/2010 .................................................................................................................... 333 
Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde ............... 337 
Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde ............... 344 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 20161 
 
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública 
nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras 
providências. 
 
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos 
I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e 
 
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações 
de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à 
notificação compulsória de doenças, e dá outras providências; 
 
Considerando o art. 10, incisos VI a IX, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura 
infrações à legislaçãosanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências; 
 
Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente; 
 
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências; 
 
Considerando a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, alterada 
pela Lei nº12.461, de 26 de julho de 2011, que determina a notificação compulsória dos atos de violência 
praticados contra o idoso atendido em estabelecimentos de saúde públicos ou privados; 
 
Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação compulsória, 
no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde, 
públicos ou privados; 
 
Considerando a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso às informações 
previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição 
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, 
e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências; 
 
Considerando o Decreto Legislativo nº 395, publicado no Diário do Senado Federal em 13 de março 
de 2009, que aprovão texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional, acordado na 58ª 
Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde, em 23 de maio de 2005; 
 
Considerando o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de 
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema 
Único de Saúde (FN-SUS); e 
 
Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à notificação 
compulsória no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), resolve: 
 
 
1 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html 
Doenças ou Agravos de Notificação Compulsória 
 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
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CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS 
 
Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos 
de saúde publicanos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do 
anexo. 
 
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes 
conceitos: 
I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias 
nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões 
decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; 
II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único 
de Saúde (SUS); 
III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa 
representar um dano significativo para os seres humanos; 
IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde 
pública; 
V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, 
como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão 
clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, 
a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos 
decorrentes de desastres ou acidentes; 
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, 
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a 
ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no 
anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
VII - notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e 
quatro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, 
pelo meio de comunicação mais rápido disponível; 
VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, 
a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; 
IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo 
estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi 
identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação 
Compulsória; e 
X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico 
para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, 
com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância 
em Saúde (SVS/MS). 
 
CAPÍTULO II 
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
 
Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou 
responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em 
conformidade com o art. 8º da Lei n° 6.259, de 30 de outubro de 1975. 
§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, 
de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela 
SVS/MS. 
§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à 
autoridade de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos 
públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades 
laboratoriais e instituições de pesquisa. 
§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode 
ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. 
 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
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Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável 
pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas 
desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. 
Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá 
informa-la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o 
conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo. 
 
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de 
atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória. 
Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. 
 
Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em 
sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do 
SUS estabelecido pela SVS/MS. 
 
CAPÍTULO III 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação 
compulsória que estejam sob sua responsabilidade. 
 
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação 
compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. 
 
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
divulgarão, em endereço eletrônico oficial,o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou 
formulário para notificação compulsória. 
 
Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, 
instrumentos, definições de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação 
em saúde e demais diretrizes técnicas para o cumprimento e operacionalização desta Portaria, no prazo 
de até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação. 
 
Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades 
sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. 
 
Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do 
Ministro de Estado da Saúde. 
 
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial 
da União, nº 108, 
 
Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
 
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA 
 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
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* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento entre as 
esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES 
(Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde) A notificação imediata no Distrito 
Federal é equivalente à SMS. 
 
Questões 
 
01- (TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Enfermagem – CONSULPLAN/2017) “A notificação 
compulsória é a comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais 
de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de 
suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública.” 
(Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016.) 
Sobre a periodicidade da notificação das doenças, agravos à saúde estabelecidos na Lista Nacional 
de Notificação Compulsória, afirma-se corretamente que 
(A) algumas doenças são de notificação mensal. 
(B) todas as doenças são de notificação semanal. 
(C) algumas doenças são de notificação imediata e outras de notificação semanal. 
(D) quando se aplica, todas as notificações imediatas devem ser realizadas para o Ministério da Saúde. 
 
02- (FMS – Técnico em Enfermagem - NUCEPE/2017) - Considerando a Portaria GM/MS nº 
204/2016, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Trata-se de doença de notificação compulsória, o que significa afirmar que todos os pacientes 
evoluem ao óbito, independente do tratamento. 
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(B) Trata-se de doença de notificação compulsória, pois os pacientes devem ser obrigados a realizar 
o tratamento em isolamento respiratório. 
(C) Trata-se de doença de notificação compulsória, pois aparece na lista de doenças que devem ser 
comunicadas às autoridades sanitárias mediante suspeita ou confirmação do diagnóstico. 
(D) Trata-se de doença de notificação compulsória, pois aparece na lista de doenças que devem ser 
comunicadas às autoridades sanitárias somente mediante confirmação do diagnóstico. 
(E) Não é uma doença de notificação compulsória, pois não aparece na lista de doenças que devem 
ser comunicadas às autoridades sanitárias mediante suspeita ou confirmação do diagnóstico. 
 
03- (FMS – Assistente Social - NUCEPE/2017) - Considerando a Portaria GM/MS nº 204/2016, 
assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Por não constar explicitamente na lista de doenças e agravos de notificação compulsória, o 
fenômeno descrito não deve ser notificado às autoridades sanitárias do município. 
(B) Por não constar explicitamente na lista de doenças e agravos de notificação compulsória, o 
fenômeno descrito poderia ter sido notificado às autoridades sanitárias do município, caso o resultado 
das análises laboratoriais apontasse a presença de algum patógeno causador de doença constante na 
referida lista 
(C) A notificação compulsória será realizada somente após a confirmação de doença ou agravo, 
observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. 
(D) Apesar de não constar explicitamente na lista de doenças e agravos de notificação compulsória, o 
fenômeno relatado deve ser notificado, pois representa uma situação que pode constituir potencial 
ameaça à saúde pública. 
(E) A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória não 
pode ser realizada à autoridade de saúde, por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. 
 
04- (TRT – 11a Região (AM e PR) – Analista Judiciário – Medicina do Trabalho - FCC/2017) - De 
acordo com a Portaria n° 204, de 17 de fevereiro de 2016, que define a Lista Nacional de Notificação 
Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados 
em todo o território nacional, são agravos de notificação compulsória semanal: 
(A) transtorno de estresse pós-traumático no trabalho. 
(B) perda auditiva induzida por ruído ocupacional. 
(C) acidente de trabalho com exposição a material biológico. 
(D) distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho. 
(E) câncer relacionado ao trabalho. 
 
05- (TRF – 2a Região – Analista Judiciário – Enfermagem - CONSUPLAN/2017) - “A notificação 
compulsória é a comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais 
de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de 
suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública.” 
(Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016.) 
Sobre a periodicidade da notificação das doenças, agravos à saúde estabelecidos na Lista Nacional 
de Notificação Compulsória, afirma-se corretamente que 
 
(A) algumas doenças são de notificação mensal. 
(B) todas as doenças são de notificação semanal. 
(C) algumas doenças são de notificação imediata e outras de notificação semanal. 
(D) quando se aplica, todas as notificações imediatas devem ser realizadas para o Ministério da Saúde. 
 
Gabarito 
 
01. C/02. C/03. D/04. C/05. C 
 
01. Alternativa: C 
Conforme disposto no quadro, algumas doenças estão assinaladas como de notificação imediata e 
outras de notificação semanal. 
 
02. Alternativa: C 
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, 
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
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ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no 
anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
 
03. Alternativa: D 
V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, 
como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão 
clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, 
a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos 
decorrentes de desastres ou acidentes; 
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, 
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a 
ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no 
anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
 
04. Alternativa: C 
 
 
 
05. Alternativa: C 
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, 
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a 
ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravoou evento de saúde pública, descritos no 
anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
 
 
Apostila gerada especialmente para: NELMA MESQUITA DE FREITAS 365.822.392-87
 
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Doenças Transmissíveis ou Infectocontagiosas. 
 
Segundo a OMS, doença transmissível é toda moléstia por agente infeccioso específico ou por seus 
produtos metabólicos, e que resultam da transmissão desse agente ou de seus produtos de um 
reservatório para um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente. 
A distribuição e a ocorrência das DTS variam de acordo com as condições ambientais, 
socioeconômicas, culturais e políticas das diversas regiões brasileiras para que esses índices alcancem 
patamares aceitáveis dentro do ponto de vista da saúde pública, deve haver uma melhoria da qualidade 
de vida, atingindo todas as camadas sociais. 
 
Isolamento: É a forma pela qual se busca efetivar o tratamento de pessoas infectada, durante o 
período de transmissão da moléstia, em um local que impeça a propagação direta ou indireta do agente 
infeccioso. O Ministério da Saúde recomenda que, para cara 40 leitos, 25% sejam destinados a portadores 
de DT’s, e a unidade ideal de isolamento deve ter as seguintes características: 
- Ser constituído por quarto privativo com identificação da precaução adotada; 
- Possuir ante sala com lavatório, armário e equipamentos privativos; 
- Contar com mínimo de mobiliário possível: cama, criado-mudo e mesinha de refeição; 
- Levar em conta as restrições e orientações específicas a respeito das visitas, circulação de 
colaboradores e transporte do cliente para exames externos; 
- Possuir equipe treinada no controle de propagação da doença. 
Em condições particulares, o isolamento deve ser mantido em uma unidade de internação comum, 
desde que sejam adotadas as precauções necessárias para evitar a propagação da moléstia, ou uma ou 
mais unidades de internação para DT’s em comum, com o máximo da precaução no controle de 
transmissibilidade. 
 
Tipos de Isolamento: Há vários tipos de isolamento, adequados à etiologia e sintomatologia das 
crianças, assim como as condições do cliente. Normalmente são sinalizados por cartões diferentes para 
cada tipo de precaução adotada. 
- Isolamento Total ou Rigoroso (IT): Para casos de doenças altamente contagiosas e que requerem 
cuidados completos, sendo necessário o uso de gorro, óculos, máscara, avental, luvas e pró-pé. 
- Isolamento Respiratório: Utilizado em casos de doenças de transmissão aérea, por meio da 
respiração, tosse e gotículas expelidas pelo doente. A principal proteção é o uso de máscara descartáveis. 
- Isolamento Entérico ou Precauções Entéricas: Geralmente utilizado na presença de diarreias 
provocadas por agentes infecciosos transmissíveis. É obrigatório o uso de luvas e avental, 
preferencialmente descartáveis. 
- Isolamento Reverso ou Protetor: Visa a proteção de clientes imunodeprimidos, em que a baixa 
resistência facilita o desenvolvimento de DTS que podem tornar-se extremamente graves, pondo em risco 
a garantia do tratamento. Deve-se observar rigorosamente a aplicação de técnicas assépticas no contato 
com o cliente, além das fômites e objetos da enfermaria. 
 
Precauções – Padrão: De acordo com a Association for Practioners Infection Control (APIC), sempre 
se deve tomar as seguintes precauções; Evitar o contato direto com o sangue e fluidos orgânicos, lavando 
as mãos com frequência e utilizando luvas de proteção. 
Uso consciente de agulha, cortantes e perfurantes, com o cuidado especial quanto ao descarte 
adequado, com a manipulação segura em recipientes apropriados; Aumentar a confiabilidade dos 
clientes, usando essas mesmas precauções para todos os demais que se encontrem em ambulatório, 
pronto socorro, UTIs... 
Uso consciente dos equipamentos de proteção individual (EPIs) padrão, como máscara de proteção 
respiratória, óculos de acrílico, avental, luvas de látex ou de silicone e pró-pé. 
 
Doenças infecciosas e parasitárias (DIP): São doenças causadas por seres vivos ou seus produtos. 
Quando o ser vivo que causa a doença vive às custas de outro ser vivo que o abriga estes são chamados 
respectivamente de parasita e hospedeiro. Muitas vezes as DIP são confundidas com as doenças 
contagiosas, mas nem todas as DIPs são contagiosas (p.ex. o tétano não é contagioso). A especialidade 
Fontes de transmissão de doenças infecciosas 
 
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DIP, no Brasil, se originou da tradicional Medicina Tropical que trata das grandes doenças que assolam 
e assolaram o Brasil e o Mundo durante séculos (como a malária). A especialidade DIP procura (mas nem 
sempre consegue) se concentrar em questões urbanas como as infecções hospitalares, a síndrome da 
imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS), as endocardites infecciosas, as infecções transfusionais, etc. 
Como herança da Medicina Tropical a especialidade inclui ainda os acidentes e doenças causadas por 
animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões. 
 
Algumas Doenças 
 
Transmitidas por Bactérias 
Tétano: Definição: Doença infecciosa aguda, cujo bacilo desenvolve-se no local do ferimento e produz 
uma neurotoxina que, ao atingir o SNC, provoca os sinais e sintomas da doença. Agente Etiológico: 
Clostridium Tetanii. Modo de Transmissão: Objetos contaminados que penetram em feridas, ferimentos 
insignificante, queimaduras, coto umbilical, etc. Sinais e Sintomas: Trismo, rigidez da nuca, contraturas e 
espasmos musculares, mialgia intensa; posição de opistótomo; riso sardônico, febre e sudorese intensa. 
Diagnóstico: Exame clínico e físico. Tratamento: Debridamento da ferida; antibióticos; soro antitetânico 
(SAT); vacinas; miorrelaxantes; sedativos; ambiente isento de barulhos e iluminação excessiva. 
 
Tuberculose: Definição: Doença bacteriana crônica, de caráter social, ocorrendo com maior 
frequência em regiões de precárias condições. Agente Etiológico: Bacilo de Koch ou Mycobacterium 
tuberculosis. Modo de Transmissão: De pessoa para pessoa, por exposição íntima e prolongada, por 
meio de escarro ou gotículas de suspensas no ar, eliminadas pela tosse de clientes bacilíferos. Sinais e 
Sintomas: Tosse produtiva e persistente; febre; perda de peso; hemoptise; dor torácica. Diagnóstico: 
Exame bacteriológico (escarro); prova tuberculínica; radiológico. Tratamento: Quimioterapia e controle 
em comunicantes e familiares; fazer vacinação conforme calendário. 
 
Febre Tifóide: Definição: Doença infecciosa causada pelo bacilo de Eberth. Agente Etiológico: Bacilo 
de Eberth ou Salmonella Typhi. Modo de Transmissão: Por contato direto (com fezes ou urina do portador) 
ou indireto (com água e alimentos contaminados). Sinais e Sintomas: Hipertermia progressiva, astenia, 
anorexia, náuseas, vômitos, esplenomegalia, leucopenia, constipação alternada com crises de diarréia 
(fezes líquidas esverdeadas e fétidas). Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: 
Antibioticoterapia e profilaxia com saneamento básico, fiscalização sanitária e vigilância epidemiológica. 
 
Difteria: Definição: Doença aguda, caracterizada por quadro tóxico-infeccioso, com duração variável 
podendo apresentar desde sintomatologia leve até fatal. Agente Etiológico: Bacilo de Klebs loeffler ou 
bacilo Corynebacterium diphtheriae. Modo de Transmissão: Por contato físico direto; por gotículas de 
secreção dispersas no ar ou por meio de objetos contaminados. Sinais e Sintomas: Placas com abundante 
exudação na faringe, provocando sintomas de asfixia, agitação, batimentos da asa do nariz, cianose, 
contrações dos músculos intercostais devido à dificuldade respiratória. Pode ocorrer parada respiratória. 
Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Manter o paciente em isolamento 
respiratório; antibioticoterapia; soro antidiftérico (SAD); cirúrgico. Fazer profilaxia com vacinação. 
 
Hanseníase: Definição: Enfermidade infecciosa crônica de transmissibilidademoderada caracterizada 
por lesões cutâneas anestésicas. Agente Etiológico: Bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae. Modo 
de Transmissão: Por contato direto pelo contato com pele, mucosas, lesões cutâneas ou secreções 
nasais do doente. Sinais e Sintomas: Lesões cutâneas com anestesia local; comprometimento de nervos 
periférico ulcerações da mucosa nasal até a perfuração do septo; lesões oculares. Diagnóstico: Testes 
cutâneos de sensibilidade (tátil, térmica, dolorosa), biópsia da lesão; observação do tipo de lesão; teste 
de Mitsuda. Tratamento: Quimioterapia; psicológico em razão das consequências na vida social e 
econômica do cliente; fisioterápico para prevenção e tratamento das incapacidades físicas. 
 
Cólera: Definição: Doença infecciosa aguda e grave, transmitida principalmente pela contaminação 
fecal da água, alimentos e ouros produtos que vão a boca. Agente Etiológico: Víbrio Cholerae (vibrião 
colérico). Modo de Transmissão: Água, alimentos ou fômites contaminados pelas fezes e vômitos dos 
indivíduos infectados, sintomáticos ou não. Sinais e Sintomas: Diarreia líquida súbita e intensa com 
aspecto de água de arroz; desidratação; cãibras; hipotensão; choque hipovolêmico. Diagnóstico: Exame 
clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Antibioticoterapia; hidratação; Isolamento. 
 
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Coqueluche: Definição: Doença bacteriana que afeta a traquéia, os brônquios e os bronquíolos. 
Agente Etiológico: Bordetella pertussis. Modo de Transmissão: Contato direto (por meio de gotículas de 
muco e saliva eliminados pelo indivíduo contaminado) ou indireto (pelo contato com objetos recentemente 
contaminados). Sinais e Sintomas: Período catarral: coriza, espirros, lacrimejamento. Período paroxístico: 
crise de tosse, expectoração, cianose. Período de convalescença: os sintomas vão desaparecendo 
gradativamente. Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Antibioticoterapia, 
Isolamento respiratório, antitussígenos. 
 
Transmitidas por Vírus 
Caxumba: Definição: Doença infecciosa aguda de início súbito, caracterizado pela tumefação das 
glândulas salivares, geralmente das parótidas e, às vezes das sublinguais. Agente Etiológico: Vírus 
parotidite. Modo de Transmissão: Contato direto (por meio de gotículas de muco e saliva eliminados pelo 
indivíduo contaminado) ou indireto (pelo contato com objetos recentemente contaminados). Sinais e 
Sintomas: Febre, calafrios discretos, dores pelo corpo, principalmente na região da tumefação, orquite, 
ooforite. Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Analgésicos e antitérmicos; 
corticosteróides e repouso no leito. A profilaxia é a vacina da tríplice viral (MMR). 
 
Rubéola: Definição: Doença exantemática em geral benigna, que ocorre predominantemente na 
infância e adolescência. Agente Etiológico: vírus do grupo togavírus L. rubellus. Modo de Transmissão: 
Contato direto (por meio das secreções nasofaríngeas). Sinais e Sintomas: Período Podrômico: febre, 
calafrios discretos, dores no corpo. Período Exantemático: surge exantemas na face, couro cabeludo. 
Período de descamação: pele ressecada com prurido intenso. Diagnóstico: Exame clínico, físico e 
laboratorial. Tratamento: Analgésicos e antitérmicos; banhos com antisséptico. Vacinação. A mulher deve 
evitar gravidez durante 3 meses após a vacinação. 
 
Sarampo: Definição: Doença infecciosa aguda, extremamente contagiosa, caracterizada por febre e 
exantema máculo-papular. Agente Etiológico: Vírus do grupo paramixovírus. Modo de Transmissão: 
Contato direto (por meio das secreções nasais e da garganta do doente) ou indireto (por meio de objetos 
contaminados). Sinais e Sintomas: Febre alta, exantemas máculo-papular, tosse, coriza e conjuntivite. 
Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Sintomático, conforme as manifestações de 
cada caso. 
 
Varicela ou Catapora: Definição: Doença infecciosa amplamente disseminada que ocorre 
particularmente em crianças. Agente Etiológico: Vírus da varicela; herpes-vírus ou vírus varicela-zóster. 
Modo de Transmissão: Contato direto (por meio de secreções nasais e da garganta do doente ou contato 
com as lesões cutâneas) ou indireto (por meio de objetos contaminados). Sinais e Sintomas: Febre alta, 
calafrios, mialgia e adenomegalias, erupções cutâneas inicialmente máculas que evoluem para pápulas 
e por fim, vesículas; estas evoluem e secam formando crostas. Diagnóstico: exame clínico, físico e 
laboratorial. Tratamento: Sintomático: repouso, analgésico, banhos com antissépticos. 
 
Poliomielite: Definição: Doença viral aguda, cuja expressão clínica varia desde uma infecção 
inaparente até paralisias. Agente Etiológico: poliovírus. Modo de Transmissão: secreções orofaríngeas e 
nas fezes. Sinais e Sintomas: as manifestações clínicas da infecção pelo poliovírus são muito variáveis, 
desde infecção inaparente até quadros de paralisia grave, levando a morte. Diagnóstico: exame clínico e 
físico. Tratamento: Sintomático: o principal meio de prevenção e erradicação é a vacina Sabin/Anti-
poliomielite. 
 
Raiva ou Hidrofobia: Definição: doença infecciosa aguda de prognóstico fatal em todos os casos, 
causada por vírus que se propaga pelo SNC. Agente Etiológico: vírus da raiva Rhabdovirus. Modo de 
Transmissão: Mordedura de animais que contenham o agente na saliva. Sinais e Sintomas: mal estar, 
anorexia, náuseas, insônia, distúrbios psíquicos e respiratórios, dor e parestesia no local do ferimento, 
espasmos, delírios, convulsões e morte por paralisias dos músculos respiratórios. Diagnóstico: exame 
clínico e físico. Tratamento: Não existe tratamento específico. O cliente necessita de cuidados especiais 
em UTI, sedativos, antitérmicos e medidas de controle das complicações. 
 
Doenças sexualmente transmissíveis ou Infecção sexualmente transmissível, conhecida 
popularmente por DST são patologias antigamente conhecidas como doenças venéreas. São doenças 
infecciosas que se transmite essencialmente (porém não de forma exclusiva) pelo contato sexual. O uso 
de preservativo (camisinha) tem sido considerado como a medida mais eficiente para prevenir a 
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contaminação e impedir sua disseminação. Alguns grupos, principalmente os religiosos, afirmam que a 
castidade, a abstinência sexual e a fidelidade poderiam bastar para evitar a disseminação de tais doenças. 
Pesquisas afirmam que a contaminação de pessoas monogâmicas e não-fiéis portadoras de DST tem 
aumentado, em resultado da contaminação ocasional do companheiro(a), que pode contrair a doença em 
relações extraconjugais. Todavia, as campanhas pelo uso do preservativo nem sempre conseguem 
reduzir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis. 
 
História: Nas primeiras civilizações havia o culto aos deuses e deusas da fertilidade, que eram 
consideradas como uma dádiva. O culto à essas deusas era feito principalmente a partir da prostituição. 
Uma das características presentes nessas sociedades era a promiscuidade, um dos motivos para o 
surgimento dessas doenças, que mais tarde seriam conhecidas como doenças venéreas, em referência 
à Vênus, considerada a deusa do amor. A Gonorreia foi citada na bíblia, mas a causa da doença só foi 
conhecida no século XIX. Além disso, no Egito antigo tumbas apresentaram alguns registros sobre a 
Sífilis. Em 1494 houve um surto de sífilis na Europa. A doença se espalhou rapidamente pelo continente, 
matando mais de cinco milhões de pessoas. Cada localidade que ela passava recebia um nome diferente. 
Contudo, em 1536 foi publicado um poema médico, em que um dos personagens da história havia 
contraído a doença. O nome do personagem era Sifilo. 
Antes de serem inventados os medicamentos, as doenças eram consideradas incuráveis, e o 
tratamento se limitava a diminuir os sintomas. Todavia, no século XX surgiu os antibióticos,que se 
mostraram bastante eficientes. Em 1980 a herpes genital e a AIDS na sociedade como doenças 
incuráveis. Essa, por sua vez se tornou uma pandemia. 
 
Causa: vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão envolvidos na 
contaminação por DST, gerando diferentes manifestações, como feridas, corrimentos, bolhas ou 
verrugas. 
 
Bactérias 
- Cancro mole (Haemophilus ducreyi) 
- Clamídia (Chlamydia trachomatis') 
- Granuloma inguinal (Dovania granulamatis) 
- Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae) 
- Sífilis (Treponema pallidum) 
- Vaginose Bacteriana (Gardnerella vaginalis) 
 
Fungos 
- Candidíase (Cândida albicans) 
 
Vírus 
- Hepatite 
- Herpes simples 
- HIV ou Aids 
- HPV 
- Molusco contagioso 
 
Parasitas 
- Piolho-da-púbis 
 
Protozoários 
- Tricomoníase (Trichomonas vaginalis) 
 
Prevenção 
 
Preservativo: mais conhecido como camisinha é um dos métodos mais seguros contra as DSTs. Sua 
matéria prima é o látex. Antes de chegar nas lojas, é submetido à vários testes de qualidade. Apesar de 
ser o método mais eficiente contra a transmissão do vírus HIV (causador da epidemia da SIDA), o uso de 
preservativo não é aceito pela Igreja Católica Romana, pelas Igrejas Ortodoxas e pelos praticantes do 
Hinduísmo. O principal argumento utilizado pelas religiões para sua recusa é que um comportamento 
sexual avesso à promiscuidade e à infidelidade conjugal bastaria para a proteção contra DSTs. 
 
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Vacina: alguns tipos de HPV, a Hepatite B podem ser prevenidas através da vacina. 
 
Abstinência sexual: a abstinência sexual consiste em evitar relações sexuais de qualquer espécie. 
Possui forte ligação com a religião. 
Algumas DST's são de fácil tratamento e de rápida resolução quando tratadas corretamente, contudo 
outras são de tratamento difícil ou permanecem latentes, apesar da falsa sensação de melhora. As 
mulheres representam um grupo que deve receber especial atenção, uma vez que em diferentes casos 
de DST os sintomas levam tempo para tornarem-se perceptíveis ou confundem-se com as reações 
orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher, em especial aquelas com vida sexual ativa, 
independentemente da idade, consultas periódicas ao serviço de saúde. 
Certas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves 
como infertilidade, infecções neonatais, malformações congênitas, aborto, câncer e a morte. Num caso, 
a primeira recomendação é procurar um médico, que fará diagnóstico para que seja preparado um 
tratamento. Também há o controle de cura, ou seja, uma reavaliação clínica. A automedicação é 
altamente perigosa, pois pode até fazer com que a doença seja camuflada. 
 
Epidemiologia 
As taxas de incidência de doenças sexualmente transmissíveis continuam a altos níveis em todo o 
mundo, apesar dos avanços de diagnosticação e tratamento. Em muitas culturas, especialmente para as 
mulheres houve a eliminação de restrições sexuais através da mudança na moral e o uso de 
contraceptivos, e tanto médicos e pacientes acabam tendo dificuldade em lidar de forma aberta e 
francamente com essas questões. Além disso, o desenvolvimento e a disseminação de bactérias 
resistentes aos antibióticos fazem que certas doenças sejam cada vez mais difíceis de serem curadas. 
Em 1996, a OMS estimou que mais de um milhão de pessoas estavam sendo infectadas diariamente, 
e cerca de 60% dessas infecções em jovens menores de 25 anos de idade, e cerca desses jovens 30% 
são menores de 20 anos. Entre as idades de 14 a 19 anos, as doenças ocorrem mais em mulheres em 
uma proporção quase dobrada. Estima-se que cerca de 340 milhões de novos casos de sífilis, gonorreia, 
clamídia, tricomoníase ocorreram em todo o planeta em 1999. 
A Aids é a maior causa da mortalidade na África Subsaariana, sendo que em cinco mortes uma é por 
causa da doença. Por causa da situação, o governo do Quênia pediu que a população deixasse de fazer 
sexo por dois anos. No Brasil, desde o primeiro caso até junho de 2011 foram registrados mais de 
seiscentos mil casos da doença. Entre 2000 e 2010, a incidência caiu na Região Sudeste, enquanto nas 
outras regiões aumentou. A mortalidade também diminuiu. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, 
Curitiba e Porto Alegre são as que possuem o maior número dos portadores da doença. Em contrapartida, 
o país é um dos que mais se destacam no combate, além de ser o líder em distribuição gratuita do 
Coquetel anti-HIV 
 
HIV 
O vírus da imunodeficiência humana (VIH), também conhecido por HIV (sigla em inglês para human 
immunodeficiency vírus), é da família dos retrovírus e o responsável pela SIDA (AIDS). Esta designação 
contém pelo menos duas subcategorias de vírus, o HIV-1 e o HIV-2. No grupo HIV-1 existe uma grande 
variedade de subtipos designados de -A a -J. Esses dois grupos tem diferenças consideráveis, sendo o 
HIV-2 mais comum na África Subsaariana e bem incomum em todo o resto do mundo. Portugal é o país 
da Europa com maior número de casos de HIV-2, provavelmente pelas relações que mantém com 
diversos países africanos. É estimado que 45% dos portadores de HIV em Lisboa tenham o vírus HIV-2. 
Em 2008, a OMS estimou que existam 33,4 milhões de infectados, sendo 15,7 milhões mulheres e 2,1 
milhões jovens abaixo de 15 anos. O número de novos infectados neste ano (2009) foi de 2,6 milhões. O 
número de mortes de pessoas com AIDS é estimado em 1,8 milhões. 
Já dentro do corpo, o vírus infecta principalmente uma importante célula do sistema imunológico, 
designada como linfócito T CD4+ (T4). De uma forma geral, o HIV é um retrovírus que ataca o sistema 
imunológico causando eventualmente a síndrome da imunodeficiência adquirida em casos não tratados. 
 
História: o HIV-1 foi descoberto e identificado como causador da AIDS por Luc Montagnier e Françoise 
Barré-Sinoussi da França e Odete Ferreira de Portugal em 1983 no Instituto Pasteur na França. O HIV-2 
foi descoberto por Odete Ferreira de Portugal em Lisboa em 1985. Sua descoberta envolveu uma grande 
polêmica, pois cerca de um ano após Montagnier anunciar a descoberta do vírus, chamando-o de LAV 
(vírus associado à linfoadenopatia), Robert Gallo publicou a descoberta e o isolamento do HTLV-3. 
Posteriormente se descobriu que o vírus de Gallo era geneticamente idêntico ao de Montagnier, e que 
possivelmente uma amostra enviada pelo francês havia contaminado a cultura de Gallo. 
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O último boletim da UNAIDS projeta cerca de 33,2 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo 
o mundo no final de 2007, a maioria na África. Segundo a UNAIDS (2008), dois terços dos infectados 
estão na África subsaariana. Nos Estados Unidos, infectar voluntariamente outro indivíduo configura 
transmissão criminosa do HIV. Acontece o mesmo em muitos países ocidentais, inclusive no Brasil. 
O vírus do HIV adaptou-se à espécie humana a partir de símios SIV. Ver artigo principal: Vírus da 
imunodeficiência símia. Nas pessoas com HIV, o vírus pode ser encontrado no sangue, no esperma, nas 
secreções vaginais e no leite materno. Assim, uma pessoa pode adquirir o HIV por meio de relações 
sexuais, sem proteção - camisinha -, com parceiros portadores do vírus, transfusões com sangue 
contaminado e injeções com seringas e agulhas contaminadas. Mulheres grávidas portadoras de HIV 
podem transmitir o vírus para o feto através da placenta, durante o parto ou até mesmo por meio da 
amamentação. A transmissão de doenças de mãe para filho é chamada de transmissão vertical. 
Na África subsaariana, principalmente na África do Sul, por muitos anos houve um movimento contrário 
à existência do HIV, por parte de membros do governo, aliada a inúmeras superstições e mitos, apesar 
das comprovações científicas. Por isso em alguns locais dessa região a quantidade de indivíduos 
infectados é de mais de 35%. 
 
Reprodução emlaboratório do genoma viral: em 2010, pesquisadores da Universidades Federais 
de Pernambuco e do Rio de Janeiro, da equipa do professor do Departamento de Genética da UFPE, 
Sergio Crovella, divulgaram trabalho de investigação dirigido à obtenção de uma vacina terapêutica de 
vírus recombinante, tendo reproduzido artificialmente o genoma do vírus. 
 
Transmissão: Dois modelos sobre a entrada do vírus no linfócito TO vírus é mais frequentemente 
transmitido pelo contato sexual (característica que faz da AIDS uma doença ou infecção sexualmente 
transmissível), pelo sangue (inclusive em transfusões), durante o parto (mãe para o filho), durante a 
gravidez ou no aleitamento. Por isso é importante que todas as mulheres grávidas façam testes para HIV. 
No Brasil, é uma prática comum aconselhar gestantes que chegam ao hospital a fazer todos os testes de 
doenças transmissíveis verticalmente. 
No Brasil, em 2002, a cobertura de exames de HIV em grávidas foi estimada em 52%, sendo pior no 
Nordeste com 24% e melhor no Sul com 72% de cobertura. Somente 27% seguiram todas as 
recomendações do Ministério da Saúde. Ter maior escolaridade e morar em cidades com mais de 500 
mil habitantes foram os melhores preditores de grávidas que fazem todos os exames. Ainda relativo ao 
Brasil, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente o leite substituto em alguns postos de saúde, hospitais 
e farmácias cadastrados. 
No caso de transmissão pelo sangue, é mais provável por seringas compartilhadas entre usuários de 
drogas ou caso seja feita reutilização. Algumas pessoas consideram a possibilidade de transmissão pelo 
beijo, porém é altamente improvável, pois o vírus é danificado por 10 substâncias diferentes presentes na 
saliva. Além disso existem poucas células CD4 na boca. Ter boa higiene oral e tomar os medicamentos 
diminui as possibilidades ainda mais. Mesmo em pessoas com AIDS (carga viral no sangue por volta de 
100.000/ml) é difícil encontrar HIV na saliva. 
 
Características: no Brasil, nos últimos anos a transmissão do HIV que antes era predominantemente 
masculina, mais frequente entre os homossexuais e afetando todas as classes sociais, agora caracteriza-
se por quatro processos: 
- Heterossexualização (aumento entre os heterossexuais, que já são a maioria); 
- Feminização (aumento entre mulheres, cerca de 1/3 dos casos no Brasil); 
- Interiorização (aumento nas cidades do interior); 
- Pauperização (aumento nas populações mais pobres). 
Fatores de risco: no contato sexual, pode ser qualquer tipo de sexo, como oral, vaginal e anal. A 
transmissão do HIV durante o contato sexual pode ser facilitada por vários fatores, incluindo: 
- Penetração sem camisinha; 
- Ser o receptor (passivo) na relação sexual; 
- Presença concomitante de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente aquelas que levam 
ao aparecimento de feridas genitais; 
- Lesões genitais durante a relação sexual; 
- Elevado número de parceiros sexuais e relações desprotegidas; 
- Carga viral elevada da pessoa infectada; 
- Hemorroida avançada; 
- Uso de drogas injetáveis; 
- Transtornos psicológicos associados a descaso com a própria saúde; 
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- Falta de conhecimento. 
- Outro dado observado é o aumento na proporção de pessoas com escolaridade mais baixa e em 
adultos com mais de 30 anos. 
 
Fatores de proteção: o uso de camisinha evita a transmissão do HIV em casais heterossexuais onde 
um dos parceiros é HIV positivo. Alguns dos fatores que diminuem a probabilidade da transmissão são: 
- Usar sempre preservativo masculino ou preservativo feminino corretamente; 
- Usar lubrificante (pois resulta em menos microferimentos); 
- Baixa quantidade de vírus no portador; 
- Tomar os medicamentos antirretrovirais corretamente; 
- Circuncisão masculina. (porém há estudos com resultados controversos) 
Em um estudo longitudinal de 20 meses de duração com casais heterossexuais sorodiferentes, de 124 
casais que usaram sempre camisinha nenhum contaminou seu parceiro, enquanto 12 dos 121 que 
usavam camisinha inconsistentemente foram infectados. Também são raros os casos de transmissão por 
ferimentos, pois apesar de haver relatos esporádicos, o vírus não resiste muito tempo fora do corpo e é 
necessário que haja contato com o sangue tanto por parte do portador como do receptor. É pouco 
provável que o sangue contaminado em contato com uma pele saudável (sem ferimentos) contamine 
outra pessoa, apesar de ser possível, pois existem muitos fatores envolvidos. 
O uso da terapia antirretroviral diminui em 96% o risco de transmissão do HIV. Por isso os remédios 
podem ser receitados aos parceiros não infectados de soropositivos. No caso de profissionais de saúde, 
é possível tomar os medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção por 28 dias caso o contágio 
tenha ocorrido em menos de 72h. O risco estimado de contaminação por contato com uma agulha 
contaminada é de 0,3%. No Brasil, pacientes que tenham experienciado situação com alto nível de 
contágio (como sexo anal sem camisinha com pessoa de sorologia desconhecida) há menos de 72h 
podem solicitar ao médico que prescreva antirretrovirais para prevenir a contaminação. 
 
Sinais e sintomas 
Infecção aguda inicial: assim que se adquire o HIV, o sistema imunológico reage na tentativa de 
eliminar o vírus. Cerca de 15 a 60 dias depois, pode surgir um conjunto de sinais e sintomas semelhantes 
ao estado gripal, o que é conhecido como síndrome da soroconversão aguda. A infecção aguda pelo HIV 
é uma síndrome inespecífica, que não é facilmente percebida devido à sua semelhança com a infecção 
por outros agentes virais como a mononucleose, gripe, até mesmo dengue ou muitas outras infecções 
virais. Mas os sintomas mais comuns da infecção aguda são: 
- Febre persistente 
- Cansaço e Fadiga 
- Erupção cutânea 
- Perda de peso rápida 
- Diarreia que dure mais de uma semana 
- Dores musculares 
- Dor de cabeça 
- Tosse seca prolongada 
- Lesões roxas ou brancas na pele ou na boca 
- Além disso, muitos desenvolvem linfadenopatia. Faringite, mialgia e muitos outros sintomas também 
ocorrem. 
Em geral esta fase é autolimitada e não há sequelas. Por ser muito semelhante a outras viroses, 
dificilmente os pacientes procuram atendimento médico e raramente há suspeita da contaminação pelo 
HIV, a não ser que o paciente relate ocorrência de sexo desprotegido ou compartilhamento de seringas, 
por exemplo. Entretanto, na fase aguda inicial, mesmo sem tratamento adequado, os sintomas são 
temporários. Os pacientes poderão ficar assintomáticos por um período variável entre 3 e 20 anos e 
alguns nunca desenvolverão doença relacionada ao HIV. Este fato relaciona-se com a quantidade e 
qualidade dos receptores de superfície dos linfócitos e outras células do sistema imune. Tais receptores 
(os principais são o CD4, CCR5 e CXCR4) funcionam como fechaduras que permitem a entrada do vírus 
no interior das células: quanto maior a quantidade e afinidade dos receptores com o vírus, maior será a 
sua penetração nas células, maior a replicação viral e maior velocidade de progressão para doença. 
Foi criada então uma classificação não muito rígida: 
- Rápido progressor (adoece em até 3 anos) 
- Médio progressor (adoece entre 4 e 7 anos) 
- Longo progressor (entre 8 e mais anos) 
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. 15 
Estas características são determinadas por fatores genéticos e outros fatores desconhecidos. Não 
obstante, os hábitos e a qualidade de vida podem ser determinantes da velocidade de progressão da 
doença, tendo em conta o impacto de fatores como tabagismo, alcoolismo, toxicodependência, estresse, 
alimentação irregular e outros. A velocidade de progressão está relacionada com a queda da contagem 
de linfócitos T CD4 no sangue (a contagem normal dos linfócitos varia de 1.000 a 2.500 células/ml de 
sangue) e com a contagem da carga viral do HIV (a contagem da cargaviral é considerada alta acima de 
100.000 cópias/ml de sangue. A escala para carga viral é habitualmente logarítmica. Com o tratamento 
adequado, a carga viral tende a ficar abaixo de 50 cópias/ml. 
O HIV destrói os linfócitos CD4 gradativamente (em média a contagem declina 80-100 células/ml/ano). 
A contagem relaciona-se inversamente com a gravidade da doença. Para fins de tratamento com as 
drogas antirretrovirais consideram-se os seguintes parâmetros: 
- Abaixo de 200 células/ml: Muito vulnerável, tratar imediatamente; 
- Entre 200 e 350 células/ml: Vulnerável, deve ser iniciado o tratamento para evitar riscos; 
- Entre 350 e 500 células/ml: Pouco vulnerável, pode começar a critério médico; 
- Acima de 500: Saudável, não precisa começar o tratamento. 
- Porém todos os pacientes com doença oportunista relacionada ao HIV devem ser tratados mesmo 
com CD4 alto. 
Doenças oportunistas: Os sinais e sintomas das doenças relacionadas ao HIV são extremamente 
variáveis. Uma característica importante é a contagem de linfócitos T CD4. As doenças oportunistas mais 
comuns que podem sinalizar a contaminação por HIV são: 
- Tuberculose 
- Neurotoxoplasmose 
- Candidíase 
- Pneumocistose recorrente 
- Sarcoma de Kaposi 
- Histoplasmose 
- Linfomas 
- Câncer cervical 
- Infecções bacterianas severas 
Geralmente apenas pessoas que desconhecem que estão com o vírus adoecem e só descobrem que 
estão contaminadas por causa das coinfecções. Tomar os antirretrovirais retorna a imunidade a níveis 
saudáveis, prevenindo essas e outras doenças. Quando uma dessas doenças é diagnosticadas alguns 
médicos recomendam que sejam feitos testes para verificar a presença do HIV. Apesar de 
correlacionadas ao HIV, é importante lembrar que é possível que essas doenças estejam presentes 
mesmo sem o vírus do HIV, geralmente relacionado a outro fator que leve a uma queda grave da 
imunidade. 
 
Prevenção: com o surgimento das Terapias Antirretrovirais (TAR), foram desenvolvidas estratégias 
de prevenção primária (antes da infecção), secundária (após a doença) e terciária (após agravamento). 
Entretanto a epidemia continua a contaminar anualmente 2,7 milhões de pessoas, segundo dados da 
OMS de 2008. Em 2006, o médico da OMS Brian G. William defendeu a circuncisão masculina na África 
como método eficaz de prevenção (60% de eficácia). O mesmo médico em fevereiro de 2010 defendeu 
em San Diego o uso de antirretrovirais com baixos efeitos colaterais por pessoas sem o vírus como meio 
de frear a epidemia. 
Segundo a Organização Não-Governamental sem fins lucrativos IAVI (International AIDS vaccine 
iniciative) o HIV infecta quase 7.400 pessoas por dia e uma vacina com 50% de eficácia distribuída para 
30% da população mundial poderia proteger 5.6 milhões de indivíduos. Em conjunto com 40 laboratórios, 
o grupo trabalha na vacina desde 1996. Até agora nenhuma vacina teve mais de 33% de eficácia. Em um 
estudo recente que incluiu o Brasil, o uso de um comprimido de antirretroviral (tenofovir) por homens 
saudáveis preveniu 44% de novas infecções, chegando a 72% nos pacientes que tomaram o remédio em 
mais de 90% dos dias. 
Mães soropositivas que tomem o antirretroviral durante a gravidez tem apenas de 1 a 2% de chance 
de transmitir o HIV ao filho. Muitas grávidas ainda tem medo de fazer o teste e/ou se recusam por não se 
identificarem como possíveis portadoras mesmo sem saber a sorologia do parceiro. Por isso, campanhas 
de conscientização estão sendo feitas em vários hospitais públicos no Brasil desde 2000. 
Após situação de risco, caso um dos parceiros seja diagnosticado como HIV positivo e o outro como 
HIV negativo, é possível, a critério médico, prescrever os antirretrovirais para o parceiro soronegativo 
também, para prevenir a infecção. De forma semelhante, em vários países inclusive no Brasil, é possível 
solicitar antirretrovirais gratuitamente a um médico até 72h após uma situação de risco (como sexo anal 
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sem camisinha). Esse tratamento preventivo dura aproximadamente um mês e é eficaz na prevenção de 
HIV em mais de 80% dos casos. É uma opção do médico prescrever ou não, mas o paciente pode procurar 
outros médicos em caso de recusa. Em uma pesquisa em uma parada gay nos Estados Unidos 7% dos 
entrevistados já tomaram antirretrovirais preventivamente. (Mais informações no site da sociedade 
brasileira de infectologia) 
 
O HIV tem muitos genes que codificam proteínas estruturais. 
Genes retrovírus gerais 
- gag. proteínas derivadas do gag sintetizam o capsídeo viral em forma de cone (p24, i.e. proteína de 
24 Quilo dáltons, CA) a proteína do núcleocapsídeo (p17, NC) e um proteína da matriz (MA). 
- pol. O gene pol codifica as proteínas enzimaticamente ativas do vírus. A mais importante é a chamada 
transcriptase reversa (RT) que realiza a única transcrição reversa do RNA viral em uma cadeia dupla de 
DNA. O último é integrado ao genoma do hospedeiro, ou seja, em um cromossomo de uma célula 
infectada de uma pessoa HIV-positiva pela integrase (IN) pol-codificadora. Além disso, a pol codifica uma 
protease viral específica (PR). Essa enzima cliva o gag e as proteínas derivadas de gag e pol em pedaços 
funcionais. 
- env, abreviação para "envelope". As proteínas derivadas de env são uma membrana de superfície 
(gp120) e uma proteína transmembrana (gp41). Elas estão localizadas na parte externa da partícula viral, 
formando um envelope viral o qual permite que o vírus se anexe e incorpore às células-alvo para então 
iniciar o ciclo infeccioso. A gp possui uma estrutura semelhante a uma maçaneta. 
 
Genes específicos do HIV 
- tat. Um porção da estrutura do RNA do HIV é uma estrutura como um grampo de cabelo que 
inicialmente impede que uma transcrição completa ocorra. Parte do RNA é transcrita (ie. antes da parte 
do grampo) e codifica a proteína tat. A tat liga-se à CdK9/CycT e a fosforila, ajudando a alterar sua forma 
e a eliminar o efeito da estrutura de grampo do RNA. Isso por si só aumenta a taxa de transcrição, 
fornecendo um ciclo de retroalimentação positiva. Isto permite que o HIV tenha uma resposta explosiva, 
uma vez que uma grande quantidade de tat é produzida. 
- rev. A rev permite que fragmentos do mRNA do HIV que contém uma unidade de resposta a rev 
(RRE) sejam exportados do núcleo ao citoplasma. Na ausência da rev, a maquinaria de splicing do RNA 
no núcleo rapidamente cliva o RNA. Na presença da rev, o RNA é exportado do núcleo antes de ser 
clivado, num mecanismo de retroalimentação positiva. 
 
O HIV e a resposta imune: a infecção começa com uma fase de viremia aguda, seguida por um 
período de latência clínica. Primeiramente, acreditava-se ser uma verdadeira latência viral como resultado 
da inserção do HIV no genoma hospedeiro em um estado não produtivo, aguardando condições 
favoráveis à transcrição. Houve, subsequentemente, um grande trabalho de pesquisa sobre os fatores de 
transcrição do HIV. Infelizmente, até por volta de 1993, a sensibilidade dos ensaios virais era precária. O 
uso das técnicas de amplificação por PCR a partir de 1993 permitiu detectar contagens virais de até 50 
cópias/ml. Foram detectadas células dendríticas infectadas com vírions, mostrando que a tão chamada 
fase de latência não implica inatividade do vírus. 
 
Centros de Testagem e Aconselhamento no Brasil: o Ministério da Saúde oferece gratuitamente 
exames para detectar a resposta do organismo ao vírus do HIV. Podem ser feitos em Centros de 
Testagem e Aconselhamento (CTA) e em alguns hospitais. Primeiro é efetuado um teste ELISA. Caso o 
resultado seja positivo ou haja dúvidas, é feito o Western-blot, um exame mais eficaz na detecção mas 
que também é mais caro e complexo. É importante lembrar que, como ambos os exames detectam a 
resposta imunológica ao vírus, é necessário esperar de 30 a 90 dias depois do contágio para o exame 
ser mais preciso. O resultado é sigiloso, sendo geralmente entregue pessoalmenteao paciente que pode 
ser seguido em consulta de aconselhamento por profissionais de saúde, de forma a alertar sobre os 
riscos, encaminhar para outros serviços de saúde e a serviços de acompanhamento psicossocial. Além 
do HIV, são feitos simultaneamente exames para sífilis, Hepatite B e Hepatite C pois elas também são 
doenças sexualmente transmissíveis pelo sangue e que podem levar a danos permanentes e morte se 
não tratadas corretamente. 
 
Teste rápido: desde 2010 a Fiocruz produz o kit de teste rápido usando os fluídos da boca para 
identificar resposta do organismo ao HIV entre 20 a 30 minutos. O teste tradicional demora cerca de um 
mês e um grande número de pacientes não retorna para buscar o resultado. Esse novo teste 
Confirmatório Imunoblot Rápido, possui uma margem mínima de erro e custa cinco vezes menos ao 
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governo federal que o modelo rápido anterior. Já está disponível em alguns hospitais públicos desde 
2011. Uma das principais vantagens é não precisar expor mãe grávida e feto aos antirretrovirais 
preventivamente enquanto o resultado não fica pronto como podia ser necessário no tradicional. Algumas 
cidades em Pernambuco, Bahia e Rondônia fizeram um projeto para aplicar o teste rápido em centenas 
de pessoas após o carnaval. 
 
Tratamento: hoje, os pacientes têm acesso a um regime complexo de drogas que atacam o HIV em 
vários estágios do seu ciclo de vida. Elas são conhecidas como medicamentos antirretrovirais e incluem: 
- Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa (NRTI): Danificam o RNA do vírus indiretamente 
ao atuar na enzima transcriptase reversa, impedindo-o de se reproduzir. Exemplos: Zidovudina, Abacavir, 
Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir. 
- Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa (NNRTI): Bloqueiam diretamente a ação da 
enzima e a multiplicação do vírus. Exemplos: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina. 
- Inibidores de Protease (IP): Atuam bloqueando a protease, uma enzima usada pelo vírus para 
produção de novas cópias de células infectadas. Exemplos: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, 
Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir. 
- Inibidores de fusão: Bloqueiam os receptores que permitiriam a entrada do vírus na célula. Exemplo: 
Enfuvirtida. 
- Inibidores da Integrase: bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do 
DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua 
capacidade de infectar novas células. Exemplo: Raltegravir. 
Muitas questões importantes estão envolvidos no estabelecimento de um curso de tratamento para o 
HIV como a tolerância ao medicamento e efeitos colaterais apresentados. Efeitos colaterais comuns 
incluem náusea e diarreia, dano e falência do fígado e icterícia. Qualquer tratamento requer testes 
regulares de sangue para avaliar a eficácia através da contagem de linfócitos T CD4+ no sangue total e 
a carga viral) no plasma, além de averiguar efeitos colaterais. Alterações de medicamentos são feitas 
para que o paciente tenha um mínimo de efeitos colaterais, ou mesmo que não apresente nenhum, o que 
é frequente após o primeiro mês de tratamento. Não existe nenhum caso conhecido no qual a terapia 
antiviral tenha eliminado a infecção pelo HIV, porém com o tratamento é possível ter uma vida 
perfeitamente saudável e assintomática por mais de três décadas (não se sabe por quanto tempo o 
tratamento continua eficaz pois a TARV só existe há desde 94). 
 
HIV e estupro: em caso de estupro, como a violência do ato aumenta a probabilidade de contágio, um 
médico pode prescrever antirretrovirais para diminuir a probabilidade de o vírus conseguir entrar no CD4 
e se reproduzir. Geralmente são receitados junto com pílulas do dia seguinte. O mesmo procedimento 
pode ser prescritos para profissionais que tiveram contato com o sangue de pacientes contaminados, por 
exemplo através de cirurgia ou de agulha contaminada. Se o TARV for tomado em menos de 72h, é eficaz 
na prevenção da infecção por HIV. 
 
HIV e Saúde mental: pacientes com transtornos psicológicos são mais vulneráveis a serem infectados 
com HIV. Portadores de HIV tem altos índices de depressão maior, alcoolismo e tendência ao suicídio. 
Em outro estudo também identificaram correlação com transtornos de ansiedade, transtornos sexuais e 
abuso de substâncias. Um antirretroviral ITRNN muito usado no mundo, o Efavirenz, também tem como 
possível efeito colateral transtornos neuropsiquiátricos crônicos, principalmente na forma de transtornos 
de ansiedade e de sono. A revelação do diagnóstico de HIV positivo é considerado um evento muito 
estressante e com impacto em várias áreas da vida do portador, de modo semelhante a outras doenças 
que ameaçam a vida. A maioria dos portadores reagiu ao diagnóstico como um evento traumatizante, 
porém conseguiram lidar com a situação sem muitos problemas psicossociais. Os portadores que 
desenvolveram transtornos psicológicos beneficiaram de psicoterapia de longo prazo, principalmente da 
terapia interpessoal em conjunto com remédios psiquiátricos. A Terapia cognitivo-comportamental 
também demonstrou ser uma intervenção benéfica e aumentar a adesão ao tratamento. 
Mesmo com o desenvolvimento da terapia antirretroviral altamente eficaz (HAART) a não-adesão ao 
tratamento ainda é frequente. É recomendado que os profissionais de saúde trabalhem em equipe, 
desenvolvendo programas específicos para lidar com essa demanda e dediquem mais tempo e atenção 
aos pacientes com dificuldade de adesão para evitar o desenvolvimento de AIDS e doenças oportunistas 
nesses pacientes. 
 
Imunidade: após a infecção inicial, o sistema imunológico inicia uma série de reações para tentar 
conter a multiplicação do vírus no corpo. Elas incluem a produção de anticorpos e o desenvolvimento de 
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células capazes de identificar e eliminar outras células que foram infectadas pelo HIV, chamadas linfócitos 
T CD8+ citotóxicos. Infelizmente, a resposta imunológica não é capaz de controlar o vírus na grande 
maioria das pessoas que se infectam pelo vírus. O HIV passa, então, a destruir cada vez mais as células 
T CD4+. Quando as células T CD4+ estão em número muito baixo no sangue (em geral, quando ficam 
abaixo de 200 células por microlitro de sangue), o paciente fica mais predisposto a desenvolver doenças 
que se aproveitam de sua fragilidade imunológica, daí o nome de doenças oportunistas. Cerca de 10% 
de todos os europeus carregam um polimorfismo do CCR5, um receptor de superfície celular que participa 
nas infecções por HIV-1 M-trófico. Segundo Grimaldi (2002), na população brasileira, cerca de 5,3% 
carregam essa mutação. O HIV-1 M-trófico usa os receptores CCR5 e CD4 para entrar nas células-alvo, 
diferentemente do HIV T-trófico que usa o CXCR4 com o CD4. Pessoas com essa mutação (uma deleção 
de 32 pares de bases) têm um risco muito baixo de infecção pelo HIV-1, já que o HIV M-trófico geralmente 
inicia a infecção. De fato, 1% de todos os europeus homozigotos para o polimorfismo podem ter uma 
proteção adicional (apesar de incompleta). 
 
Mitos comuns a respeito do HIV 
- "AIDS e HIV são a mesma coisa" - O HIV é um vírus que pode levar ao desenvolvimento da AIDS. 
Que ocorre quando o sistema imune fica comprometido pela ação do vírus. Alguns tipos de doenças 
oportunistas do HIV podem estar presentes em uma pessoa que possa ser diagnosticada como tendo 
AIDS. Uma pessoa pode estar infectada por anos sem ter desenvolvido a AIDS. Alguém que seja HIV 
positivo pode não ter AIDS. 
- "O HIV afeta apenas homossexuais e usuários de drogas" - O HIV pode afetar qualquer um. Bebês, 
mulheres, idosos, adolescentes, e pessoas de qualquer etnia, classe social e país podem contrair o HIV. 
Alguns religiosos disseram e ainda dizem que a AIDS é uma punição divina aos homossexuais oua 
promiscuidade, porém se isso fosse verdade não deveriam haver contaminados pela mãe durante o 
nascimento, em transplantes de órgãos, por doação de sangue ou ferimentos. 
- "Homossexuais, prostitutas e usuários de drogas são os grupos de risco" - O termo grupos de risco 
é evitado atualmente por razões éticas, para não estigmatizar este ou aquele grupo, e também para que 
as pessoas fora do grupo de risco mantenham-se cautelosas. Prefere-se usar o termo comportamento de 
risco (como não usar preservativo, manter sexo com mais de um parceiro(a), compartilhar seringas). 
Apesar disso a ONU faz referência a uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV por algumas 
populações como profissionais do sexo e seus clientes, população carcerária e homens que fazem sexo 
com homens. Ainda segundo a ONU, em 2008, os jovens eram os mais vulneráveis já que representavam 
45% do total de novas infecções. No Brasil, entre os homens infectados 20,1% são homossexuais e 
11,5% bissexuais, mas a maioria dos infectados são heterossexuais. Dentre os infectados, segundo 
dados do SUS de 2009, cerca de 37,5% eram mulheres. O mesmo ocorre na maioria dos outros países. 
- "Não há risco para duas pessoas já infectadas ao ter sexo sem proteção" - Há anos a reinfecção por 
HIV (ou superinfecção como é às vezes chamada) tem sido vista como a consequência de relações 
sexuais sem proteção entre pessoas infectadas pelo HIV. A reinfecção ocorre quando uma pessoa com 
HIV infecta-se pela segunda vez ao ter uma relação sexual sem proteção com outra pessoa que também 
tem o HIV. A reinfecção tem sido demonstrada em estudos laboratoriais, bem como em modelos animais. 
Por anos, as provas de que isso poderia acontecer em situações da vida real tem sido difíceis de serem 
obtidas, mas uma evidência recente tem emergido em estudos de casos humanos que confirmou que a 
reinfecção pelo HIV pode ocorrer e pode ser muito problemática para pessoas com o HIV. 
- "Pessoas acima dos 50 anos não contraem HIV" - Pessoas acima dos 50 anos podem contrair HIV. 
O número de pessoas acima dos 50 diagnosticadas com infecção pelo HIV está aumentando. Em geral, 
pessoas mais velhas tendem a desenvolver deficiência imunológica mais rápido que os adultos mais 
jovens. 
- "Uma mulher HIV positivo não pode dar à luz um bebê saudável" - o HIV é às vezes transmitido da 
mãe para o bebê no útero, mas nem sempre. O risco é pelo menos de 20 a 30% para a transmissão 
materno fetal do HIV. O parto por cesárea e a ingestão de medicamentos antirretrovirais durante a 
gravidez pode reduzir as chances de a mãe passar a infecção para o bebê; Quando esses tratamentos 
estão disponíveis e a futura mãe é diagnosticada o mais cedo possível, apenas cerca de 2% das mães 
HIV-positivas que estão prestes a dar à luz, terão filhos infectados. As infecções podem ocorrer também 
através do leite materno sendo recomendado usar aleitamento artificial para evitar que isso ocorra. No 
Brasil o substituto de leite materno em pó está disponível gratuitamente em alguns hospitais da rede 
pública. 
- "Uma única pessoa identificada trouxe o HIV para a América do Norte" - Ver verbete Paciente Zero. 
- A expectativa de vida de vida de uma portador de HIV é de alguns anos - Sem tratamento a 
expectativa média é de 9 a 11 anos. E caso só seja detectada quando o quadro de AIDS já está instalado 
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e não for feito o tratamento adequado, a expectativa é de apenas 6 a 19 meses. Mas com o avanço dos 
retrovirais a expectativa aumentou para 20-50 anos. É possível que seja maior pois o HIV só começou a 
ser estudado mais intensamente por volta de 1985 e a terapia antirretroviral eficaz só chegou ao Brasil 
por volta de 1996. Como vários laboratórios do mundo estão procurando novos tratamentos é provável 
que a expectativa aumente cada vez mais e tenha cada vez menos efeitos colaterais. 
 
- Picada de mosquito transmite HIV? - Não há relatos conhecidos de infecção por mosquitos no mundo. 
- Beijo transmite HIV - Existe um risco teórico, porém é quase nulo. Não há nenhum caso confirmado 
de infecção pelo beijo no mundo. Mesmo em pacientes com AIDS (carga viral média acima de 100.000) 
e com doenças na cavidade oral menos de 1/3 tinham vestígios do vírus na boca. Em um paciente 
seguindo o tratamento retroviral corretamente (carga viral menor que 100) é tão improvável que em 2009 
o ministério da saúde brasileiro começou uma campanha contra esse preconceito. Existem 10 
substâncias na saliva que destroem o vírus. 
- Quem tem HIV pegou fazendo sexo desprotegido - Provavelmente pela forte campanha de prevenção 
focalizada no uso da camisinha muita gente pense isso. Mas não necessariamente, até 1996, nem todo 
sangue ou órgão era examinado corretamente antes da transfusão. Além disso, até 2000 menos da 
metade das mães faziam todos os exames pré-natal indicados e tanto complicações durante a gestação, 
durante o parto ou no leite podem transmitir o HIV. Mesmo quem foi contaminado sexualmente pode ter 
sido vítima de estupro (a violência do ato aumenta o risco de transmissão) ou pode ter sido contaminado 
antes das campanhas de conscientização terem se popularizado nos anos 90. 
- Quem tem HIV é mais vulnerável a infecções oportunistas - Com o tratamento antirretroviral (TARV) 
é possível o portador ter uma vida perfeitamente saudável, sem qualquer sintomas nem efeitos colaterais 
e com um sistema imunológico normal. E a quantidade do vírus geralmente fica centenas de milhares de 
vezes menor que o de um paciente com AIDS. Caso o paciente tome os remédios corretamente ele não 
tem nenhuma restrição. 
- Depois de beber não se deve ingerir os medicamentos antirretrovirais - O álcool faz mal por diversos 
outros motivos, então é bom evitar para não desgastar o organismo e a saúde, porém ele não interage 
medicamentosamente com a maioria dos tratamentos antirretrovirais. Portanto mesmo após consumir 
álcool deve-se ingerir os medicamentos normalmente! Uma exceção é a interação com o Efavirenz que 
tem seus possíveis efeitos colaterais como depressão, insônia e dor de cabeça potencializados pelo 
álcool. 
- Assim que a pessoa descobrir que é portador ela deve começar o tratamento - Apenas caso os 
sintomas da AIDS já tenham aparecido. Mas caso feitos antes dos sintomas podem demorar anos antes 
de começar o tratamento. O tratamento só começa quando a imunidade está seriamente comprometida. 
Existem alguns casos de pacientes que foram contaminados há mais de 12 anos e ainda não precisaram 
tomar o antirretroviral mas geralmente leva de 4 a 7 anos desde a infecção inicial. 
 
Ciclo de vida do HIV: o HIV usa a membrana da própria célula para se proteger enquanto se locomove 
para outra célula O HIV entra no linfócito auxiliar(Helper) T CD4+ ao ligar-se à molécula CXCR4 ou às 
moléculas CXCR4 e CCR5, dependendo do estágio no qual a infecção pelo HIV se encontra. Uma 
proteína cofator (fusina) é requerida para auxiliar na ligação do vírus à membrana da célula T. Durante 
as fases iniciais de uma típica infecção pelo HIV, as duas moléculas CCR5 e CXCR4 estão ligadas, 
enquanto que um estágio mais avançado da infecção geralmente envolve mutações do HIV que apenas 
ligam-se à molécula CXCR4. Uma vez que o HIV está ligado ao linfócito T CD4+, uma estrutura viral 
conhecida como GP41 penetra na membrana celular e o RNA do HIV e várias enzimas, incluindo (mas 
não limitada) à transcriptase reversa, integrase e protease são injetadas na célula. Uma vez que a célula 
T hospedeira não processa o RNA em proteínas, o próximo passo é gerar um DNA a partir do RNA do 
HIV usando a enzima transcritase reversa para que ocorra a transcripção reversa. Se bem sucedida, o 
DNA pró-viral deve ser então integrado ao DNA da célula hospedeira usando a enzima integrase. Se o 
DNA pró-viral é integrado ao DNA da célula hospedeira, a célula torna-se altamente infectada, mas não 
produzindo ativamente proteínas do HIV. Esse é o estágio

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