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Alunas: Rafaele Henriques, Kimberly Rocha (Módulo Cardiovascular) Nutrição Clínica II Módulo I – Endócrino 1. Hormônios Moléculas que permitem a transmissão de mensagens químicas pelo organismo, sendo secretados na corrente sanguínea e atuando de forma regulatória em resposta a mudanças no meio interno, a fim de manter a homeostasia. Regulam metabolismo, crescimento, equilíbrio hidroeletrolítico, reprodução e comportamento. Para que haja resposta desses sinalizadores no tecido, devem existir receptores específicos para cada hormônio na membrana celular (como os de hormônios hipofisários), no citosol ou no núcleo (hormônios esteróides) e associados diretamente ao DNA (como o caso do hormônio tireoideo). Caso os receptores sejam diferentes, não há resposta alguma. Hormônios podem ser peptídicos e protéicos, amínicos derivados da tirosina ou esteróides, sintetizados a partir do colesterol. Alguns hormônios transmitem sinal por aumento na concentração de um segundo mensageiro específico que ativam quinases específicas para iniciar cascata de reações de fosforilação e desfosforilação, ativando algumas enzimas e desativando outras. Controle da Homeostasia: O sistema neuro-endócrino age por integrar o sistema nervoso (de ações rápidas e efeitos localizados) com o sistema endócrino (de ações lentas, contudo duradouras e de efeitos amplos) para tornar o organismo operacional, de forma a se relacionar com o meio ambiente. As glândulas endócrinas são controladas por mecanismo de feedback, ou seja, discrepâncias nas taxas séricas normais desses hormônios estimulam ou inibem a liberação de substâncias de controle, produzidas no eixo hipotálamo-hipofisário. 2. Hipófise Denominada de pituitária, secreta hormônios que desempenham papéis no controle de funções metabólicas do organismo. A secreção é controlada por sinais hormonais ou neurais do hipotálamo. A adenoipófise (lobo anterior) produz FSH/LH, TSH, ACTH e GH, regulando funções como produção de leite, funcionamento das gônadas, tireóide, supra-renal e moldagem óssea, respectivamente. Já a neuroipófise (lobo posterior) produz ocitocina e ADH, sendo responsáveis pela expulsão do leite e contração uterina e controles das funções excretoras/pressão arterial. O GH age no organismo como um todo, promovendo crescimento de todas as células do organismo. Há um intermediário, a somatomedina C ou IGF-1 (fator de crescimento semelhante a insulina), produzido principalmente no fígado, seguido das células ósseas e musculares. Eixo GH – sistema IGF: GH e IGF-1 promovem o anabolismo do corpo em grande parte, isto é, crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos (ósseo, absorção de cálcio pelo intestino, reabsorção renal de cálcio e fósforo, agindo o IGF, principalmente, na cartilagem epifisária). → Efeitos metabólicos do GH: → Aumenta síntese de proteínas e transportes de aminoácidos em todas as células, aumenta síntese de ptn pelos ribossomas, diminui utilização de ptn e aa para a produção de energia pois aumenta mobilização de ácidos graxos → Estimula a mobilização de gordura para produzir energia (aumento de lipólise) → Atua no mecanismo de carboidratos antagonizando a ação da insulina sendo hiperglicemiante: em excesso causa, inclusive, diabetes hipofisário, aumentando a gliconeogênese → Diminui a oxidação da glicose nos tecidos Conforme o organismo envelhece, a secreção do GH está bastante reduzida (somatopausa), explicando, em parte, a redução da densidade óssea e da massa magra, a expansão do tecido adiposo e diminuição da espessura da pele. → IGF-1 e GH no metabolismo de carboidratos Apesar do IGF-1 ser efetor do GH, tem efeito oposto ao hormônio. Pode baixar diretamente a glicose sanguínea através da inibição da gliconeogenese renal, atuando indiretamente para aumentar a ação da insulina no transporte de glicose, etc. 2.1 Hiperpituitarismo: excesso de secreção dos hormônios da hipófise por adenoma hipofisário, hiperplasia e/ou carcinoma da adenohipófise, secreção de hormônios por tumores fora da hipófise desordens do hipotálamo. Exemplos: prolactinomas causando amenorréia, diminuição da libido, infertilidade, etc. Adenomas que produzem GH causando gigantismo, diabetes, etc. 2.2 Gigantismo e acromegalia: gigantismo ocorre quando a doença se manifesta antes do fechamento das epífises (crianças), enquanto a acromegalia acontece após o fechamento das epífises (adultos). Há o crescimento de tecidos moles e das estruturas ósseas terminais (pés, mãos e mandíbulas, as “extremidades” estão aumentadas). Normalmente, são causadas por tumor hipofisário. Sinais e sintomas: Hipoesmermia (baixo volume de esperma), amenorréia (suspensão da menstruação), perda da libido, aumento de pés, mãos e mandíbula, face, língua e órgãos internos, separação de dentes, pele estriada, oleosa e dura, voz rouca, sudorese excessiva. Os pacientes podem desenvolver diabetes ou intolerância à glicose, hipertensão arterial (pelo efeito direto anti- natriurético do GH/IGF-1 pela ativação dos canais de sódio no túbulo distal) – Cardiomiopatia acromegálica. Tratamento: Cirúrgico ou irradiação e medicamentos antagonistas do hormônio do crescimento (octreotida/pegvisomanto). Necessidades Nutricionais: aumentadas pela influência do GH. A dietoterapia é individualizada de acordo com os sinais e sintomas, acompanhando glicose e pressão arterial. Proteína: pode ser maior que indivíduos sadios (hiperproteica) Carboidratos: dar preferência a cho complexos (dieta para diabetes) Volume diminuído, fracionamento aumentado (por causa de hiperglicemia) Sódio: para restrição, avaliar existência de hipertensão arterial Vitaminas e Minerais: avaliar carência 2.3 Hipopituitarismo/Pan-hipopituitarismo (deficiência de mais um hormônio) É uma doença que tem como condição básica a deficiência na produção ou na ação de qualquer um dos hormônios da adenohipófise. Quando ocorre em 2 ou + é denominado pan- hipopituitarismo. Pode ser causado por tumores e outras lesões que danificam ou pressionam as células hipofisárias, cirurgias, radiação, necrose isquêmica, defeitos genéticos (tanto de hormonios quanto de receptores), traumatismos, meningite, etc. Pode levar à retardo do crescimento (pela queda do GH), amenorréia, importância e perda de pêlos (queda da gonadotrofina), hipotireoidismo (queda do TSH), hipoadrenalismo (queda do ACTH), etc. Tratamento: reposição hormonal de modo fisiológico Sinais e sintomas: dependem da falta do hormônio no tecido-alvo 2.4 Síndromes da neuro-hipófise: Diabetes Insipidus (central) – Deficiencia ADH É uma síndrome clinicamente caracterizada pela excreção de um volume excessivo de urina diluída pela queda do hormônio ADH: A poliúria ( >3L/dia) se dá pela incapacidade do rim em reabsorver adequadamente a água da urina. O paciente apresenta sódio e osmolaridade séricos elevados (hipernatremia). Sinais e sintomas: poliúria e polidipsia (sede excessiva), de início abrupto, desidratação. Tratamento: reposição do hormônio: DDAVP, análogo da vasopressina. Hidratação e monitoramento de sódio sérico e da ingestão pela dieta. 3. Supra-renal As supra-renais são glândulas localizadas na região lombar no pólo superior de cada rim. Formadas por uma camada periférica (córtex) e uma camada central (medula). Produção de hormônios: Córtex: Zona glomerulosa → mineralocorticóides (aldosterona) Zona fasciculada → glicocorticóides (cortisol) Zona reticulada → andrógenos e estrógenos Medula: Catecolaminas → adrenalina e noradrenalina Aldosterona: Favorece a concentração de sódio no líquido extracelular e aumenta a excreção de potássio na urina. O excesso provoca hipocalemia (baixa de potássio) e fraqueza muscular, hipertensão e edema. A deficiência de aldosterona provoca hipercalemia (elevação de potássio) e toxicidade cardíaca. Sistema renina-angiotensina-aldosterona:A cascata de reações inicia-se com a renina clivando o angiotensinogênio para que ocorra a formação do decapeptídeo inativo denominado angiotensina I, no qual é convertido pela enzima peptídeo ativo denominado angiotensina II. A angiotensina II resultante pode atuar em receptores específicos ou ser degradada em fragmentos menos ativos (angiotensina III, angiotensina IV e fragmento 1-7 da angiotensina). A angiotensina II é o principal neuropeptídeo do sistema renina-angiotensina, por ser o mais ativo. É um potente vasoconstritor e desempenha a maioria das funções do sistema renina-angiotensina. A angiotensina II desempenha sua função de modo direto e/ou indireto. De modo direto, a angiotensina II liga-se ao seu receptor específico e causa vasoconstrição, contribuindo para o aumento da pressão arterial. De modo indireto, a angiotensina II liga-se ao receptor e induz a liberação de uma substância que leva ao determinado efeito, como, por exemplo, liberação do hormônio aldosterona que causa retenção de sódio e aumento da pressão arterial renal. Glicocorticóides: O mecanismo clássico de ação implica a ligação do esteróide a receptores citosólicos que dirigem-se ao núcleo celular e ligam-se a regiões promotoras do DNA onde, na maioria das vezes, transcrevem genes, levando à síntese de novas proteínas. Outros efeitos dos glicocorticóides: → Efeitos antiinflamatórios: aumento da síntese de várias ptn antiinflamatórias, entre elas a lipocortina-1 que inibe a fosfolipase A2, inibindo a produção de mediadores lipídicos como leucotrienos, prostaglandinas e fator ativador de plaquetas. Inibe a transcrição de citocinas como IL- 1, IL-2, IL-6, IL-11 e TNF-alfa que são relevantes na resposta inflamatória. → Efeitos antialérgicos: inibem a síntese de histamina pelos mastócitos → Efeitos na resposta imune: causam linfopenia e reduzem a síntese de anticorpos → Efeitos Cardiovasculares: potencializam a ação dos vasoconstrictores, aumentam o débito cardíaco, aumentam a reabsorção de sódio no néfron, reduzindo a vasodilatação e aumentando a hipertensão. → Efeitos gastrointestinais: aumentam a secreção de ácido clorídrico, diminuem o muco, favorecendo gastrites e úlceras → Efeitos músculo-esqueléticos: produzem astenia e atrofia muscular, diminuem atv dos fibroblastos (estrias), inibem formação óssea, competem com a vitamina D (inibindo a absorção de cálcio pelo intestino e aumentando a excreção de fosfato) = osteoporose 3.1 Síndrome de Cushing: síndrome resultante da exposição prolongada a níveis elevados de glicocorticóides livres. É causada por hiperplasia bilateral das supra-renais, tumores hipofisários secretores de ACHT, neoplasia de supra-renal e iatrogenica (corticóide exógeno). Tumores hipofisários são as causas mais comuns da síndrome, sendo esta predominante em mulheres de 20 a 40 anos. A endógena está relacionada ao ACHT dependente (adenoma hipofisário, neoplasias naõ hipofisárias) e ACTH independente (neoplasia ou hiperplasia da supra-renal). Manifestações clínicas: fraqueza e fadiga, pele adelgaçada com tendência a estria, intolerância a glicose em cerca de 85% dos casos (diabetes franco), hipertensão (leve), problemas ósseos como osteoporose, dor óssea, fratura patológica, Hirsutismo, acne, oligo ou amenorréia, úlceras pépticas, etc. Os glicocorticóides são lipolíticos, mas, em excesso, levam ao aumento da deposição de gordura. Um sinal típico é o desenvolvimento da aparência “cushingóide” que se caracteriza por face arredondada (lua cheia), acúmulo de gordura na região posterior do pescoço e costas (corcova de búfalo) e distribuição irregular da gordura corporal (obesidade de tronco). Esses indivíduos (submetidos a doses elevadas ou administração prolongada) tendem a sofrer com outros efeitos adversos, como euforia, depressão e outros sintomas emocionais, enfraquecimento da pele, esquimoses fáceis e cicatrização deficiente de feridas, braços e pernas finas por conta da consunção muscular, etc. Tratamento: É orientado para a hipófise, afim de controlar a secreção de ACTH por meio de microcirurgia, radioterapia e/ou inibição farmacológica de ACTH (cetoconazol). Quando os tumores são de supra-renais, são tratados por supre-adrenalectomia. Cuidados nutricionais: Visam minimizar os efeitos metabólicos indesejáveis causados pelos corticóides. Kcal: adequadas às necessidades do paciente. Normo a Hipo visando evitar o ganho de peso Carboidratos: avaliar a glicemia do paciente. Selecionar carboidratos complexos, considerar uma dieta para diabetes Proteínas: acima de 1g/kg peso corporal evitando o balanço nitrogenado Lipídios: normo a hipo, selecionando o tipo de gordura pela dislipidemia Sódio: restrição com vistas a hipertensão, de 2 a 3 g conforme a pressão arterial Vit e Min: Suplementação em razão de alterações metabólicas dos corticóides Cálcio: suplementar Observar sintomas de gastrite e adaptar dieta aos sintomas. 3.2 Doença de Addison: Insuficiencia adrenocortical crônica primária: Perda do córtex: hipoplasia supra-renal congênita, infecções, adrenalite auto-imune, carcinoma metastásico, insuficiencia na produção hormonal. A doença é causada pela hipofunção do córtex das supra-renais, tendo sintomas a partir de destruição de mais de 90% da glândula. Manifestações clínicas: fraqueza progressiva e cansaço anorexia, náusea, vômito, perda de peso e diarréia, hiperpigmentação na pele pelo estímulo ao MSH e aumento do ACTH (que estimulam os melanócitos) principalemente pelo estímulo hipofisário, em áreas mais expostas ao sol e áreas de pressão, linhas ou dobras, períneo, cicatriz umbilical, mucosas, etc. , hiperpotassemia e hiponatremia, redução de volume e hipotensão, estresses que podem precipitar crises adrenais agudas com vômito, dor abdominal, hipotensão, coma e colapso vascular. A dietoterapia nesse caso é aliada à reposição hormonal, de forma a repor as secreções do córtex supra-renal por homônio sintéticos, normalizando o equilíbrio eletrolítico. A finalidade da dietoterapia é prevenir a hiponatremia, hipoglicemia e desidratação. A dieta é rica em proteína e moderada em carboidratos, preferencialmente complexos. O fracionamento é aumentado O sódio tem sua ingestão aumentada para compensar a perda exagerada de sódio. Contudo, se houver terapia hormonal frequente ou já iniciada com hormônio não aumentar a necessidade do sal. Tireóide A tireóide localiza-se na região anterior ao pescoço, com a função de produzir e armazenar os hormônios t3 e t4. A avaliação dos distúrbios da tireóide é feita por avaliação da glândula (palpação), história dietética (micronutrientes, energia, bociogênicos), exames laboratoriais (TSH, T3 e T4; Pesquisa de AB antitiroidianos). O efeito geral do hormônio tireoidiano consiste em ativar a transcrição nuclear de grande número de genes. Assim é sintetizado grande número de enzimas, proteínas estruturais e transportadoras, etc. Aumenta a atividade funcional de todo o organismo. As ações hormonais devem ser analisadas sobretudo em duas situações: quando em níveis fisiológicos e em excesso: Aumentam o consumo de oxigênio e a produção de calor Aumentam a atividade metabólica (enximas) e acelera o metabolismo de cho, lip e ptn (efeito sobre a expressão genica que codifica as enzimas relacionadas aos seus metabolismos) Influenciam a maturação e crescimentos dos tecidos Influenciam a renovação essencial de todos os substratos O hipertireoidismo é um estado hipermetabólico causado por níveis circulantes elevados de t3 e t4 livres. É causada por Doença de Graves (fórmula clássica e mais completa, é a causa mais comum em mulheres abaixo de 40 anos. É caracterizada imunologicamente por infiltração linfocitária da glândula tireóide e ativação do sistema imune com elevação dos linfócitos T circulantes, aparecimento de auto-anticorpos que se ligamao receptor do TSH e que estimulam o crescimento e função glandular), nódulos tiroidianos únicos ou múltiplos, tiroidites, hipersecreção de tsh (tumores hipofisários), ingestão de hormônios tiroidianos exógenos, etc. Nos ossos, há aumento da renovação óssea pela reabsorção, resultando em osteoporose. Há aumento da peristalse, reduzindo a absorção de cálcio, e aumento da taxa de filtração glomerular (balanço negativo de cálcio). Há aumento no tonus beta-adrenérgico (palpitações, taquicardia, arritimias), podendo haver hipertensão e comportamento hipercinético. Há um emagrecimento importante associado a hiperfagia, fraqueza, diarréia e poliúria. O tratamento envolve a restauração do estado metabólico normal por cirurgia ou drogas antitiroidianas. O iodo radioativo serve para reduzir uma tireóide aumentada (seguro), uso de drogas beta-bloqueadoras para tratar os sintomas, etc. O cuidado nutricional envolve a reposição de perdas nutricionais e normalização do em (ajustes na dieta são frequentes pela reposição gradual dos hormonios tiroidianos) KCAL: DIETA HIPERCALÓRICA (acima de 40 kcal/kg/pc) Carboidratos: Normoglicídica: observando a tolerancia a glicose Proteínas: Hiperproteica (cerca de 1,5 g/kg/peso) Lipídios: Normolipídica (com gorduras mono e poliinsaturadas) Vitaminas e minerais: manter em quantidades suficientes (complexo B importante nos processos metabólicos, observando aporte de cálcio) Aumentar a ingestão hídrica a fim de repor as perdas Evitar café, alcool e tabaco. O hipotiroidismo é a síndrome clínica resultante da queda dos níveis plasmáticos de hormonios tiroidianos. Existem diversos fatores, incluindo o bócio endêmico em regiões deficientes em iodo. Pela deficiencia em iodo a tireoide aumenta a capacidade em aprisionar iodeto, aumentando a síntese e liberação de hormonios tireoidianos. Sem a sustentação dessa produção há hiperplasia e hipertrofia das células, aumentando o volume da glândula. O cretinismo é a afecção causada por hipoteroidismo extremo durante o primeiro ano de vida e a infancia, caracterizando-se especialmente pela insuficiência do crescimento. É causada pela ausencia congenita da tireóide, ausencia da produção de hormonios por deficiencia genética ou falta de iodo na dieta. A doença de hashimoto é uma doença autoimune que provoca a inflamação cronica da glandula, aumentando o volume (bócio) e diminuindo a taxa de funcionamento (hipotireoidismo). Há ganho de peso pelo hipometabolismo, constipação, desânimo, depressão, pele seca e cabelos quebradiços, intolerancia ao frio, fala lenta ou rouquidão, macroglossia, hipotensão arterial e anemia. O tratamento envolve reposição dos hormonios tiroidianos (com pequenas doses iniciais e aumentos progressivos). Cuidados nutricionais das doenças na tireóide: micronutrientes: Iodo: matéria-prima para a formação dos HT (DRI: 150 mcg) Ferro: formação da tireoide peroxidase (DRI H: 8 mg, M: 18 mg) Selênio: Protege a glandula do estresse oxidativo e cofator pra enzima que converte t4 em t3 (DRI: 55 mcg) Vitamina D: Quantidades adequadas de vit. D para reestabelecer o equilíbrio imunológico (DRI: 15 mcg) Zinco: Aumenta a atividade da deiodinase (DRI: 15mg/dia) SOJA: estudos in vitro inibem a enzima TPO e diminuem a síntese de HT, pode bloquear a absorção de medicamentos pela tireóide e tem propriedades bociogênicas. GLÚTEN: doença celíaca associada às DAT FLAVONÓIDES: In vitro diminuem [] de t4, diminuiu a conversão de t4-t3; catequinas do chá verde diminuem atv de TP ALIMENTOS BOCIOGENICOS: repolho, couve-flor, brócolis, mostarda, rabanete, nabo e couve (contém glicosinolatos que competem com o iodeto pela entrada nos folículos) e mandioca (cozimento elimina o tioglicosídeo) O cuidado nutricional envolve a reversão do excesso de peso para atingir o peso ideal KCAL: DIETA NORMO-HIPOCALÓRICA Carboidratos: Normoglicídica: fibras normais (25 g/dia) Proteínas: Hiperproteica (cerca de 1,2 a 1,5 g/kg/peso) Lipídios: Normolipídica (restrição do colesterol dietético) Vitaminas e minerais: avaliar necessidade de ferro pela anemia (hipoestimulação da medula óssea) Paratireóide A calcitonina é um hormonio peptídico secretado pela glandula tireóide, diminuindo a [ ] plasmática de cálcio com efeitos opostos ao PTH. Diminui o efeito osteolítico (diminui reabsorção óssea), diminui a formação de novos osteoclastos, possui efeitos menores sobre o processamento de cálcio nos túbulos renais e no trato intestinal. O hiperparatiroidismo primário: adenomas nas paratireoides. Secundário: insuficiencia renal cronica (IRC) (superatividade compensatória das glandulas paratireoidianas). Na irc há perda da capacidade de manter a relação cálcio fósforo. A hipocalcemia esitmula liberação do PTH, ocorrendo hiperplasia das paratireóides afim de aumentar o cálcio no sangue. Há perda progressiva de néfrons e descalcificação do osso (osteodistrofia renal). Há redução na produção de calcitriol, reduzindo a absorção de cálcio no intestino e piora da hipocalcemia. É um distúrbio metabólico do cálcio e ferro, associado a produção de grave doença óssea pelo excesso de PTH. O tratamento é cirúrgico, uso medicamentoso, agentes bloqueadores na secreção do PTH normalizando o cálcio por tiazídicos. Reposição de fósforo oral e endovenosa, hidratação acima de 3l/dia, manutenção da ingestão de cálcio e vitamina D e dietoterapia de acordo com a sintomática. O hipoparatiroidismo é uma síndrome clínica causada pela função deficiente dos hormonios das paratireóides, resultando em hipocalcemia hiperfosfatemia. O tratamento visa evitar complicações agudas e cronicas da hipocalcemia, administrando cálcio IV, dieta rica em cálcio (1500 mg) e suplementação de vitamina D. Há restrição de fósforo. Diabetes Mellitus Diabetes é uma DCNT que ocorre quando o corpo não consegue produzir o suficiente ou utilizar eficazmente a insulina, que por sua vez é um hormonio anabólico com efeitos metabólicos potentes e diversos. Prevenção primária: adultos de qualquer idade com IMC >25, acima de 45 anos, crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade e +2 fatores de risco adicionais. Função endócrina do pâncreas: A captação de glicose mediada pela insulina, já que após a insulina se ligar ao receptor e a proteína quinase ser fosforilada, inicia-se uma cascata de sinalizações moleculares que culminam com o deslocamento do GLUT 4 no citoplasma e captação de glicose pra dentro da célula. Na redução da produção da insulina: Hiperglicemia, lipólise, neoglicogênese, corpos cetonicos como produtos da oxidação dos ácidos graxos → DM tipo I: Causado por reações autoimunes onde o corpo ataca as células beta- pancreáticas, o organismo produz nenhuma ou muito pouco de insulina com deficiência relativa e/ou absoluta. Esse processo ainda não é totalmente compreendido, porém, associa-se à predisposição genética e outros gatilhos que variam desde infecções virais na infância a fatores dietéticos. É mais comum em crianças e adolescentes e requer tratamentos frequentes como injeções diárias de insulina para manutenção do nível de glicose circulante na corrente sanguínea, monitoramento constante da glicemia e desenvolvimento de um estilo de vida saudável que envolva dieta controlada e exercícios físicos. → DM tipo II: É o tipo mais comum (90% dos casos), onde a hiperglicemia é resultado de produção inadequada da insulina ou redução na habilidade do corpo na resposta ao hormônio (“resistência à insulina”). É normalmente observado em adultos, porém é possível acompanhar casos em crianças e adolescentes que estejam dentro de quadros de obesidade, sedentarismo e dieta composta por alimentos ricos em açúcar e industrializados. A mudança no estilo de vida de pacientes com diabetes tipo II é o principal tratamento (adotando dietas equilibradas,iniciando prática de exercícios físicos e interrompendo hábitos como o tabagismo), porém, em alguns casos, medicação hipoglicemiante oral é indicada, assim como uso da insulina quando esses tratamentos anteriores não obtiveram resultados satisfatórios. → DM gestacional: é qualquer intolerancia a glicose de magnetude variável com início ou diagnóstico durante a gestação. Ocorre de 1 a 14% das gestações. Na maioria dos casos há reversão da tolerancia para o normal após a gravidez, havendo um risco de 20 a 50% do desenvolvimento de DM2 de 5 a 16 anos após o parto. A obesidade é um fator de risco para a DM2, já que o aumento da massa de tecido adiposo aumenta a resistencia à insulina. A RI é a incapacidade dos tecidos alvo de responderem normalmente à insulina. A hiperinsulinemia pode compensar a RI, mas quando a RI excede a capacidade funcional e adaptativa das células beta instaura-se o diabetes. A síndrome metabólica é um transtorno complexo representado por fatores de risco cardiovascular relacionados à deposição central de gordura e resistência à insulina. De acordo com a NECP: Presença de 3 ou mais critérios: Circunferencia abdominal de 102 H e de 88 M Triglicérides > ou igual a 150 mg/dl HDL-colesterol (mulher abaixo de 50 mg/dl e homem de 40 mg/dl) PA: 130 x 85 Glicemia de jejum a 110 mg/dl Exame de hemoglobina glicada: A glicose entra nas células vermelhas (hemácias) e se liga (glica) com móleculas de hemoglobina. Quanto maior a glicemia mais hemoglobina vai sendo glicada. O nível de A1C reflete a glicemia média de um indivíduo durante os dois a três meses anteriores à data de realização do teste avaliação do nível de controle glicêmico e da eficácia do tratamento vigente. Em janeiro de 2010, a American Diabetes Association (ADA) recomendou os seguintes pontos de corte para caracterização das condições de normalidade, pré-diabetes e diabetes: -A1C entre 5,0% a 5,5% = Ausência de diabetes. Faixa normal - A1C entre 5,5% a 6,0% = Nível adequado para implementar ações preventivas - A1C entre 5,7% a 6,4% = Pré-diabetes: Alto risco de desenvolver diabetes - A1C maior ou igual a 6,5% = Presença de diabetes Diagnóstico: A1C ≥ 6,5%; glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL; glicemia pós-prandial de 2 horas ≥ 200 mg/dL durante teste oral de tolerância à glicose, com a utilização de uma carga de 75 g de glicose em água; glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dL, na presença de sintomas clássicos de hiperglicemia. poliuria/polidipsia/perda peso Sintomas: Poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia, fadiga Complicações do diabetes mellitus: olhos, sistema cardiovascular, rins e sistema nervoso Agudas: cetoacidose diabética e hipoglicemia Crônicas: Microangiopatias (lesões na musculatura abrangendo os pequenos vasos, causada pela hiperglicemia (retinopatia, nefropatia e neuropatia) e macroangiopatias (acometimento das grandes e médias artérias por aterosclerose) Complicações microvasculares estão ligadas à duração da doença e níveis de glicemia: quatro mecanismos tóxicos: Alterações patológicas na expressão gênica (aumentando a produção de citocinas inflamatórias), aumento das espécies reativas de oxigênio Nefropatia diabética é a principal causa de doença terminal renal (albuminúria: sinal precoce de lesão renal), calculando a relação albumina creatinina urinária. O pé diabético é uma complicação nas extremidades inferiores, com prevalencia de úlceras e amputações não traumáticas. Se associam com alterações neurológicas, vasculares e infecciosas. A neuropatia diabética com a doença arterial periférica predispõe ou agrava as lesões nos pés (subsequentemente à infecção e amputação) A doença macrovascular é a causa mais comum de morte em diabéticos. Há disfunção endotelial, dislipidemia, alteração da fibrinólise com alteração na coagulação e estresse oxidativo. Complicações agudas do DM: Hipoglicemia e cetoacidose A cetoacidose ocorre pela ausencia relativa ou absoluta de insulina. É marcado por hiperglicemia (igual ou acima de 250 mg/dl), hipercetonemia (+2 mg%), pH arterial abaixo de 7,3 e bicarbonato menor ou igual a 15. Pode ser desencadeada por desconhecimento da doença, infecção, estresses graves e medicações como corticóides, condições sócioeconomicas que dificultam a aderencia ao tratamento e negligencia no uso da insulina, deliberadamente ou em doses insuficientes. Os pacientes nesse quadro apresentem sede intensa e boca seca, poliúria, altos níveis de corpos cetonicos na urina, pele seca, fadiga intensa, respiração acidótica, rápida e superficial (hiperventilação), náuseas e vomitos, hálito com odor acentuado, confusão mental e em alguns casos coma. Os corpos cetônicos (parte volátil) são eliminados pela respiração (hálito cetônico), pelo rim (cetonúria) e parte permanece no sangue como ácido (acidose), onde são neutralizados até certo limite pelos bicarbonatos e outros tampões do sangue. Objetivos do tratamento: Visa corrigir distúrbios hidroeletrolíticos, interromper formação de ácidos (através da insulinoterapia), monitorar e tratar comorbidades e complicações. Jejum enquanto houver acidose. Paciente lúcido e sem vômitos, iniciar oferta de líquidos ricos em potássio. A hipoglicemia é Classificadas de acordo com a intensidade : Normal: > 70 grave= < 40mg/dl Etiologia: - Dose de insulina superior a recomendada; - Redução significativa da alimentação mantendo a mesma dose de insulina; - Exercícios excessivos; - Uso de bebida alcoólica; (relação NADH/NAD intermediários na síntese de glicose: etanol inibe a gliconeogenese) - Distúrbios gastrointestinais, como vômito e diarreia; - Medicamentos; - Insuficiência renal (menor catabolização pelo rim) Sintomas: - Sudorese, fadiga, tremores, tonturas, visão dupla, letargia, dor de cabeça, fome, palidez e palpitações. Prevenção: a) Equilíbrio na tríade: Alimentação (individualizada) Medicação (hipoglicemiante oral ou esquemas de insulina) Exercícios (orientados) b) Educação do paciente b) Ajuste cuidadoso, individual, da insulina, sempre de acordo com a monitoramento indicado; c) Manter regularidade nos testes de sangue para acertos diários na dose de insulina e de comprimidos; d) Carregar carboidratos simples ( açúcar, balas, caramelos...), para tomá-los assim que iniciarem os sintomas; = 15 g de açúcares de rápida absorção (suco) e) Cartão de identificação (tatuagens). Insulina: Insulina de ação ultra-rápida = lispro, aspart, glulisina; Insulina de ação rápida = insulina regular; Insulina de ação intermediária = NPH e lenta; Insulina de ação longa = galargina, determir e ultralenta Insulina basal e bolus O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus. Basal: secreção constante de insulina que permanece em níveis baixos no sangue o tempo todo e é produzida em forma de ‘gotas contínuas’, mantendo a liberação de glicose para as células. Insulina basal: Insulina de ação intermediária, ação longa (glargina ou detemir ou NPH) = imita a liberação constante de insulina Bolus: quantidades maiores de insulina que são liberadas na circulação em momentos de maior necessidade, como por exemplo às refeições, ou quando há aumento de açúcar no sangue. Bolus: insulina rápida ou ultra-rápida (regular, lispro, asparte ou glulisina), antes das refeições = mimetiza a resposta da insulina endógena à ingestão alimentar regular = aplicada aproximadamente 30 minutos antes das refeições. lispro ou a aspart = aplicadas imediatamente antes de comer porque o seu início de ação é mais rápido que o da regular Esquema convencional: Duas aplicações diárias de insulina utilizando-se NPH e regular (70%/30%) 2/3 da dose total antes do café da manhã (pela manhã) e 1/3 a noite (antes do jantar). Regular conforme esquema médico = ver prescrição! Esquema intensivo: Múltiplas doses que visa imitar a fisiologiapancreática norma A orientação nutricional e o estabelecimento de dieta visam alterar o estilo de vida e, junto a pratica de exercicios, são consideradas terapias de primeira escolha. Essas terapias melhoram a sensibilidade À insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, reduz circunferencia abdominal e gordura visceral e melhora LDL e aumenta HDL. A conduta nutricional atual no Diabetes baseia-se em alimentação variada e equilibrada que atenda às necessidades nutricionais, objetivando perda ou manutenção ponderal, glicemias estáveis no jejum e nos períodos pós-prandiais, hemoglobina glicada A1c de acordo com as metas recomendadas, controle dos lípideos séricos e da pressão arterial e prevenção de complicações de curto e médio prazos kcal: NÃO EXISTE % DE KCAL, com distribuição baseada nas metas de cada paciente. Pacientes eutróficos – normocalórica 25-30 kcal/kg PA Pacientes obesos – hipocalórica 20 – 25 kcal/kg PA Pacientes desnutridos – hipercalórica 30-35 kcal/kg PA carboidratos: TIPO E QUANTIDADE MONITORADAS (contagem de carboidratos e tabelas de substituições) 50 a 60% da dieta – carboidratos de lenta digestão, não disponíveis e fibra alimentar Alimentos contendo sacarose (dissacarídeos de rápida digestão) podem ser incluídos Porém deve-se evitar pois não são escolhas alimentares saudáveis (não são alimentos ricos em nutrientes) Até 10% dos HC totais Padrão dietético que inclui carboidratos de frutas, vegetais, cereais integrais, legumes e leite desnatado deve ser encorajado. Frutose das frutas – ok! Índice glicemico dos alimentos – relacionado ao tempo de resposta glicêmica Fatores que afetam a resposta glicêmica ao alimento: •Conteúdo de fibras, gorduras, proteínas •Características do amido (amido resistente =substâncias que não são absorvidas no intestino delgado) •Métodos de cozimento (+coz+gelatinizado+digerível+gli disponível) •Efeitos fisiológicos (hidrólise gástrica, hidrólise e absorção intestinais) IG Fibras: 25g mulheres e 38 g homens (dieta associada a menor mortalidade por todas as causas em diabéticos) Fibra solúvel: retarda o esvaziamento gástrico, diminui colesterol, lentifica absorção de glicose, retarda hidrolise de amido, prolonga o transito intestinal e aumenta a saciedade. ptn: 1,0 g/kg PA (com lesão renal 0,8 g/kg) lipidios: ag monoinsaturados Sódio <2300 mg/dia (<1500 doença renal hipertensos) Distribuição “usual” de carboidratos nas refeições: Modulo II – Pulmão e Anemias Fisiologia do sistema respiratório: Funções: - Troca gasosa (obter O2 para desenvolver as demandas metabólicas e eliminar CO2) - Filtração, aquecimento e umidificação do ar inspirado - Produção de surfactantes (líquido que reduz a tensão superficial evitando o colabamento dos alvéolos) - Regulação do equilíbrio ácido-base - Conversão de angiotensina I em angiotensina II Estrutura: Laringe → traquéia → bronquio principal → bronquíolo → ducto alveolar → saco alveolar → alvéolos pulmonares (onde ocorrem as trocas gasosas) Nos pulmões há o revestimento de uma membrana serosa denominada pleura que possui dois folhetos: o parietal, que recobre a face interna da parede do tórax, e o pulmonar (que reveste a superfície do pulmão). Entre as pleuras há um espaço chamado cavidade da pleura, contendo líquido que permite o deslizamento de um folheto contra o outro, protegendo e fixando os pulmões e facilitando os movimentos respiratórios. A ventilação pulmonar é feita em dois momentos: 3.3 Inspiração: promove a entrada de ar, dá-se pela contração do diafragma e dos músculos intercostais. Há aumento da caixa torácica e redução da pressão interna 3.4 Expiração: promove a saída de ar, é o relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais. Há diminuição do volume da caixa torácica e aumento da pressão interna Equilíbrio ácido-base O grau de acidez do sangue é entre pH 7,35 e 7,45, ligeiramente alcalino. Um pequeno desvio da escala normal pode afetar gravemente muitos órgãos. O pH plasmático se dá pela relação entre bicarbonato (HCO3) e dióxido de carbono (CO2) (sistema tampão) A gasometria arterial é o exame de análise dos gases do sangue arterial para avaliação de oxigenação do sangue, ventilação pulmonar e equilíbrio ácido-básico, possibilitando diagnosticar o distúrbio ácido-básico no paciente pelos valores de normalidade pH ácido: (<7,35): aumento da PCO2 (acidose respiratória) ou pela redução de HCO3 (acidose metabólica). Aumento dos íons de H+: Deprime a atividade mental e pode levar ao coma e à morte pH alcalino (>7,45): redução de PCO2 (alcalose respiratória) ou aumento de HCO3 (alcalose metabólica). Diminuição dos íons de H+: Hiperexcitabilidade do sistema nervoso Em caso de alteração pode haver resposta compensatória: Forma respiratória: aumento ou diminuição do drive respiratório. Em acidose metabólica: hiperventilação (eliminação do CO2 para acompanhar queda do HCO3 Em alcalose metabólica: hipoventilação (reter CO2 para acompanhar aumento do HCO3) Forma renal: Estímulo renal, mas a compensação demora dias ou semanas Em acidose respiratória: retenção renal de bicarbonato e eliminação de íons H+ junto do aumento da CO2 Em alcalose respiratória: eliminação renal de bicarb. E retenção de H+ junto da dimin. De CO2 Sabendo que a frequencia respiratória normal é de 30 a 40 mov/min para crianças e de 12 a 20 mov/min para adultos, temos: Bradpnéia – frequencia menor que 12 IRM; Eupnéia – Frequencia normal; Taquipnéia – frequencia maior que 20 IRM; Apnéia – parada do ciclo por curto período de tempo; Dispnéia – Respiração difícil, curta, trabalhosa. Injúria pulmonar aguda -Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) Insuficiencia respiratória aguda grave, alteração da permeabilidade alveolo-capilar, extravasamento do plasma para interior dos alveolos e edema pulmonar. Na gasometria: níveis baixos de oxigênio no sangue e as radiografias torácicas revelam presença de líquido nos espaços que deveriam conter ar. > 50% dos casos: sepse, infecções pulmonares difusas, aspiração gástrica e trauma mecânico O edema pulmonar pode ocorrer por: Aumento da pressão dentro dos vasos sanguíneos (aumento da pressão hidrostática, como ocorre na IC esquerda (aumento na pressão das veias pulmonares) Aumento na permeabilidade dos vasos por injúria microvascular com aumento nos poros dos vasos sanguineos, facilitando o extravasamento de líquidos e proteínas para o espaço intersticial e dentro do alvéolo Sintomas: Dispnéia, cianose de extremidades e lábios (palidez), maior esforço respiratório, menor nível de O2 Doenças pulmonares crônicas -DPOC Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença comum, evitável e tratável, caracterizada por limitação persistente do fluxo aéreo, usualmente progressiva, associada a um aumento da resposta inflamatória crônica nas vias aéreas e nos pulmões à exposição de partículas ou gases nocivos Embora a DPOC comprometa os pulmões, ela também produz conseqüências sistêmicas significativas. O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). A bronquitecrônica e o enfisema são as apresentações clínicas da DPOC. Classificação da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica conforme a gravidade: Estágio 1 -Leve:Tosse crônica e expectoração; Estágio 2 -Moderada: Piora dos sintomas. Falta de ar tipicamente aos esforços; Estágio 3 -Grave: Piora dos sintomas / Exacerbações frequentes com impacto na qualidade de vida; Estágio 4 -Muito Grave: Insuficiência respiratória Carga tabágica em anos-maço: Em 1 maço há 20 cigarros, 30 cigarros divido por 20 é igual a 1,5 maço/dia. Logo 1,5 maço x 20 anos = 30 anos-maço. Também é importante enfatizar que uma pessoa que fuma 3 maços/diadurante 10 anos (30 anos-maço) apresenta o mesmo risco do paciente anterior, apesar do tempo de exposição menor. Patogênese das doenças pulmonares obstrutivas: a partir do consumo de tabaco e outras substâncias tóxicas, há produção de radicais livres que estimulam a produção de irritantes celulares e inativação das antiproteases que neutraliza a elastase. Logo, as células de defesa (neutrófilos) aumentam a elastase, uma enzima capaz de destruir as fibras elásticas dos pulmões. Mecanismo da perda de peso: Pelas lesões pulmonares a função pulmonar se altera. Com isso, há aumento do trabalho respiratório reduzindo a capacidade respiratória (dispnéia) e diminuição da atividade física (já que o indivíduo apresenta cansaço, etc.). Com o aumento do trabalho, inflamação, envelhecimento, uso de medicação e hipóxia há aumento da necessidade energética, promovendo perda de peso pois o indivíduo acaba perdendo massa gorda, massa muscular (nos músculos respiratórios inclusive). Diagnóstico de DPOC: História clínica, exame físico e exames complementares: raio-x de tórax (visual), espirometria (teste de sopro pra função pulmonar) e oximetria (não invasivo, mede a quantidade de O2 no sangue). Dando alterado, fazer gasometria arterial. Sintomas de DPOC: Apresentam um histórico de fumo prolongado, pelo menos 1 maço de cigarros por dia durante 20anos; Tosse matinal com expectoração Cansaço e dispneia (falta de ar) aos esforços (limitando suas atividades diárias) Broncoespasmo (chiado) A produção de muco e a destruição dos tecidos pulmonares favorecem o aparecimento de infecções, como pneumonia; Dependendo do tipo de DPOC predominante (bronquite crônica ou enfisema), o paciente costuma apresentar duas aparências distintas: Bronquítico crônico: Costuma ser mais para o obeso, meia-idade, cianótico, tosse frequente e grande produção de catarro Enfisema: Magro, idoso, longilíneo, dispnéia intensa, pouca expectoração e infecções frequentes Tratamento DPOC: Objetivos do tratamento: Tratar : Infecção -antibióticos (exacerbações infecciosas da doença) ou outras doenças associadas; Melhorar a oxigenação do paciente Diminuir a resistência das vias aéreas: Broncodilatadores, corticoides, mucolíticos e fisioterapia respiratória Melhorar a função da musculatura respiratória: Suporte ventilatório não-invasivo, nutrição adequada, ventilação mecânica (se necessário). Outros sintomas de pneumopatias: Dispneia(dificuldade respiratória); Cianose(coloração azulada da pele e das mucosas devido à hipóxia); Dor torácica; Tosse (mecanismo reflexo que promovea expulsão de ar das vias aéreas de forma abrupta); Expectoração (eliminação por meio de tosse de material contido no interior da árvore brônquica); Hemoptise (eliminação de sangue através da glote e proveniente da árvore laringo-tráqueo brônquica ou dos alvéolos); Sibilo (ruído característico da asma; se produz durante a respiração, em consequência da obstrução parcial das vias respiratórias); Bronquiectasias (dilatação irreversível de um ou de vários brônquios na sequência de lesões na parede brônquica); Broncoespasmo (Estreitamento da luz bronquial); Policitemia secundária: Grande aumento da quantidade de hemácias circulantes. A baixa concentração de oxigénio no sangue estimula a medula óssea a produzir maior quantidade de glóbulos vermelhos. Para distinguir a policitemia vera de outras formas de policitemia secundária, mede-se a concentração de oxigénio numa amostra de sangue extraída de uma artéria. Se os valores de oxigénio se encontrarem anormalmente baixos, é possível que se trate de uma policitemia secundária. -Fibrose Cística A fibrose cística é uma desordem hereditária no transporte de íons que afeta a secreção de fluidos nas glândulas exócrinas e no revestimento epitelial dos tratos respiratório, gastrointestinal e reprodutivo. Leva a secreções mucosas anormalmente viscosas, que obstruem as passagens orgânicas, resultando na maioria dos aspectos clínicos dessa doença, como doença pulmonar crônica secundária a infecções recorrentes, insuficiência pancreática, esteatorreia, desnutrição, cirrose hepática, obstrução intestinal e infertilidade masculina Causa: Alterações no gene chamado CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator). O defeito primário na fibrose cística resulta da função anormal de uma proteína do canal de cloreto epitelial, que é codificada pelo gene regulador da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) no cromossomo7q31.2. A proteina encontra-se na superfície apical de muitas células epiteliais (árvore respiratória, glandulas sudoríparas, pâncreas, intestino) e e sua principal função é agir como canal de cloro regulando o balanço entre íons e água através do epitélio. Tratamento: Reposição de enzimas pancreáticas; Dieta; Antibioticoterapia inalatória é benéfica; rhDNase ou dornase-α(mucolítico: reduz a viscosidade da secreção brônquica); Fisioterapia respiratória -Pneumonia É um processo inflamatório agudo no parênquima pulmonar, geralmente causada por uma infecção por bactérias, vírus, fungos ou outros parasitas. Patógeno predominante: O Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo. # Outras bactérias: MYCOPLASMA, CLAMIDIA, LEGIONELA, ESTAFILOCOCOS. #VÍRUS: InfluenzaA, corona vírus Adquirida na comunidade: forado ambiente hospitalar. Nosocomial ou pneumonia hospitalar: adquirida após 48 –72 horasde internação. Pneumonia Pacientes internados: de 5 a 10% são encaminhados para tratamento em unidade de tratamento intensivo (UTI). Caracteriza-se por febre e calafrio, mal-estar intenso, escarro purulento, elevação da contagem de leucócitos e infiltrados vistos nas radiografias do tórax. Tratamento:Antibióticos- podem tratar a maioria das formas de pneumonias bacterianas, mas a resistência das bactérias aos antimicrobianos tem aumentado principalmente pelo uso incorreto de medicamentos. -Tuberculose pulmonar Doença infecto contagiosa, granulomatosa, crônica que pode comprometer o pulmão e os demais órgãos do organismo. Potencialmente curável; Proeminente questão de saúde pública. A co-infecção com o HIV e o problema da multi resistência agravam ainda mais essa já precária conjuntura. Forma de contágio: Transmitida pelo contato(espirro, tosse ou pela fala) Causada pela Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch. Quadro clínico: Tosse prolongada (>4semanas), produtiva (mucopurulenta/purulenta) ou improdutiva Febre(costuma não ser alta)– surge no final da tarde ou a noite; Sudorese noturna; Emagrecimento Hiporexia /anorexia Fadiga/dispnéia /dor torácica Tratamento: dura no mínimo seis meses: Adesão do paciente ao tratamento → reduzir as chances de abandono → alcançar a cura. No Brasil, os medicamentos usados nos esquemas padronizados para a tuberculose são a isoniazida (H), a rifampicina (R), a pirazinamida (Z) e o etambutol (E). A maior parte das pessoas serão tratadas pelos esquemas padronizados e receberá o tratamento e acompanhamento na atenção básica. Dietoterapia nas doenças pulmonares → Há prevalencia de desnutrição, associando-a a mortalidade e morbidade aumentadas. Inter-relação entre função pulmonar e EN: A doença pulmonar pode levar à desnutrição assim como o estado nutricional depletado pode atuar como fator agravante da disfunção respiratória! Desnutrição na função pulmonar: Afeta a quantidade e a capacidade de contração das fibras musculares; Diminui o tecido conectivo pulmonar, o peso dos pulmões e a produção de surfactante; Atrofia do diafragma proporcional à perda de peso; Colabora com a diminuição das respostas imunológicas; As deficiências de macro e micronutrientes em pacientes desnutridos geram uma série de alterações que agravam ainda mais o quadro de DPOC: Efeitos de deficiências nutricionais específicas Proteína e ferro -hemoglobina e transporte de O2 Ca, Mg, P e K - altera contração e relaxamento dos músculos respiratórios Proteínas – edema ( da pressão coloidosmótica) Proteínas e fosfolipídeos - conjuntivo de suporte dos pulmões surfactantes que contribui para o colapso dos alvéolos e o trabalho da respiração Vitamina C - colágeno e tecido conjuntivo dos pulmões Há diminuição da ingestão calórica (alteração no apetite, desconforto pela dispneia e presença de mediadores inflamatórios) e hipermetabolismo (aumento do trabalho respiratório e ação de mediadores inflamatórios. Carboidratos: dietas com oferta proveniente aumenta a produção de CO2 e do quociente respiratórios Realizar o diagnóstico nutricional preciso. A perda de massa corporal na DPOC avançada é considerada fator de risco independente para mortalidade, enquanto o ganho de massa corporal reverte o efeito negativo da diminuição da mesma (Berman, 2011). Ocorre relação inversa entre o índice de massa corpórea (IMC) e a sobrevida em pacientes com DPOC. Índice BODE (Body Mass-Index, AirflowObstruction, Dyspnea and Exercise Capacity): Preditor do risco de mortalidade em pacientes com DPOC/ risco de hospitalizações por exacerbação Objetivos da dietoterapia na DPOC O paciente é hipermetabólico e hipercatabólico. Aumento cauteloso da oferta de energia é recomendado, oferecendo kcal suficiente e não em excesso: Descompensado: 25 – 35 kcal/kg Repleção: 40 – 45 kcal/kg Estável: 30 kcal/kg Distribuição dos macros: CHO: além da necessária aumenta CO2, aumentando frequencia respiratória e insuficiencia LIP: atualmente não se preconiza mais dieta com elevado teor. Aumento de omega-3 pode ser um impactante positivo na DPOC Proteína: hiperproteica (restaurar força pulmonar e muscular, melhoria na função imunológica). De 1,2 a 1,5 g/kg/peso Distribuição dos micros: pelo menos as DRI's Vitamina C, E, Selênio e Retinóis: Acredita-se que antioxidantes dietéticos podem limitar a destruição do tecido pulmonar por proteases e proteger o organismo contra o desenvolvimento da DPOC. Vitamina C = aumentada em fumantes Cálcio, Potássio e Magnésio: concentrações eletrolíticas intracelulares normais pode levar a melhora na força muscular. Fosfato: sua deficiência leva a uma diminuição de 2,3 difosfoglicerato: essa enzima enfraquece a ligação oxigêniohemoglobina e permite que o oxigênio saia para os tecidos. Falência Respiratória Iatrogênica Hipofosfatêmica. Fontes: Carnes, leite, ovos, cerais, oleaginosas. Vitamina D: a def. VD está associada à gravidade da doença pulmonar. Tem sido sugerida a correção da hipovitaminose D. Aumentar pelo uso de corticoides! Zinco: essencial para a produção de metalotioneina, um componente chave na detoxificação do cádmio (presente em cigarros) no corpo humano, além de sua ação antiinflamatória e antioxidante. Recomendações de acordo com RDA: 11 mg/dia para homens e 8 mg/dia para mulheres Hidratação A hidratação adequada fluidifica as secreções, uma vez que a água diminui a viscosidade, facilitando sua expulsão. A reposição das necessidades hídricas deve ser calculada individualmente, respeitando-se fatores importantes como idade e possíveis condições clínicas associadas (Insuf. Cardíaca). O Parenteral and Enteral Nutrition Group (PENG) recomenda uma ingestão de líquido de 35 mL/kg de massa corporal diariamente para adultos com 18 a 60 anos e 30 mL de líquido/kg de peso corporal para adultos acima de 60 anos Aspectos físicos da dieta Consistência: adaptada às condições fisiológicas de cada paciente; Fracionamento: 5 a 6 refeições por dia com menor volume, pois refeições volumosas podem causar fadiga nos pacientes com DPOC; Temperatura: de acordo com a tolerância do paciente Estratégias: Descansar antes das refeições; alimentar-se lentamente, mastigar bem os alimentos, postura ereta durante alimentação Na Fibrose cística: Metas da terapia nutricional: aumentar a força muscular, promover crescimento e manutenção da massa corporal ideais e melhorar a qualidade de vida. Para alcançar essas metas, os objetivos do tratamento são corrigir a má digestão, a má absorção e fornecer nutrientes comumente deficientes Dieta hipercalórica, hiperproteica e hiperlipídica. Adicionar sal às refeições (compensando perda pelo suor), incluir nutrientes com alta densidade energética, suplementar vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K) e enteral noturna Na Pneumonia: - Alimentação por sonda direta ao Int. Delgado e não ao estomago (prevenção à pneumonia aspirativa); Alimentação contínua, cabeceira elevada em 45°, otimizar a higiene oral, etc. Na Tuberculose: 30 a 40 kcal pelo PESO IDEAL, proteína de 1,2 a 1,5 kg Peso Ideal vitamina B6: Carnes (fígado, salmao, boi, ave), banana, batata, abacate Vitamina D, cálcio e fósforo. Obs.: Método para cálculo do peso ideal/teórico PI (IMCm) = A²(m) x IMC médio Onde: IMC médio homens = 22kg/m² e IMC médio mulheres = 21kg/m² Anemias a hematopoiese é a formação e o desenvolvimento das células sanguíneas, ocorrendo a partir de um precursor comum pluripotente. As células-tronco mieloides originam as hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos), as plaquetas (ou trombócitos) e os leucócitos (glóbulos brancos), tais como neutrófilos, basófilos, eosinófilos e monócitos. Já as células-tronco linfoides dão origem aos linfócitos B e T. Eritrócitos Os reticulócitos se maturam em eritrócitos ou hemácias, células anucleadas. Os eritrócitos são as células mais numerosas no sangue, seu citoplasma é formado por 1/3 de hemoglobina e 2/3 de água. A membrana eritrocitária é formada por duas camadas protéicas, envolvendo uma camada de lipídios; é flexível permitindo a sua deformação e a sua passagem pelos estreitos sinusóides do baço e dos tecidos. Função: Carrear a hemoglobina, que por sua vez, transporta O2 dos pulmões para os tecidos (Oxi- hemoglobina) e CO2 dos tecidos para os pulmões (carbamino-hemoglobina). A medida que a célula envelhece e flexibilidade vai diminuindo, não consegue mais atravessar os sinusóides do baço e é então fagocitada pelo S.M.F (Sistema Monocítico Fagocitário). As hemácias são retiradas de circulação e destruídas no baço, onde parte da hemoglobina é passada para o fígado. A bilirrubina é excretada na bile e o ferro volta para a medula. Eritrócitos vivem em média 120 dias. Sangue O sangue é uma massa líquida contida em um compartimento fechado (aparelho circulatório) que se mantém em movimento regular e unidirecional, devido as contrações rítmicas do coração. É formado pelo PLASMA e pelos GLÓBULOS SANGUÍNEOS (hemácias, leucócitos e plaquetas), no corpo humano circulam cerca de 5 litros de sangue • Função: transporte de hormônios e enzimas, manutenção da temperatura corporal, remoção dos resíduos tóxicos, transporte de gases e de substâncias, transporte de nutrientes e defesa do organismo. Hemograma HEMATÓCRITO (HT) – Representa a quantidade percentual de glóbulos vermelhos em 100 ml de sangue total. Mede a quantidade de plasma e células (hemácias) que estão distribuídas na massa sanguínea ou volume globular. Verifica o grau de HIDRATAÇÃO - Desidratação; doença pulmonar - Ht alto Hipervolemia, anemia, sangramento - Ht baixo Valores normais acima de 35% Ht = nº hemácias x volume plasmático Ex: 40% de Ht indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. HEMOGLOBINA (HG) - Matéria corante (ou pigmento) dos glóbulos vermelhos do sangue (Eritrócitos ou Hemácias). A concentração ou não de hemoglobina confere o grau de coloração eritrocitária. O Ferro é o componente essencial da Hg, é utilizado como um screening (triagem) para identificar ANEMIA A diminuição de Hg está associada a hipocromia. Valores inferiores a 10g/dL, para qualquer faixa etária é diagnóstico de ANEMIA FERROPRIVA VCM (Volume Corpuscular Médio) – É a medida do TAMANHO da hemácia. É obtidodividindo-se o volume globular (hematócrito) de sangue pelo nº de eritrócitos ou hemácias. VCM= Ht/nºhemácias Anomalias ou desigualdades prováveis do tamanho = ANISOCITOSE É um índice estável Indicado no diagnóstico e classificação das anemias − NORMOCITOSE = Valores entre 80 - 100 µ³ (diferencial /sexo) − MICROCITOSE = Valor < 80 µ³ − MACROCITOSE = Valor > 100 µ³ HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) – É a QUANTIDADE de hemoglobina contida nas hemácias. É obtida relacionando-se o resultado da dosagem de hemoglobina ao nº de eritrócitos existentes no mesmo volume. HCM= Hb/nºhemácias Normal: 26-34 pg - NORMOCROMIA = Valores entre 26-34 pg - HIPOCROMIA = Valor < 26 pg RDW é a sigla em inglês para Red Cell Distribution Width (Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos). É um índice que indica a variação de tamanho entre as hemácias, representando a percentagem da variação entre os tamanhos obtidos. Serve para avaliar a distribuição dos glóbulos vermelhos de uma amostra em relação ao seu diâmetro, mostrando assim o grau de heterogeneidade dessas células (normal entre entre 11% e 14%). ANEMIA é a diminuição do tamanho (VCM)ou do número (milhões/mm3) ou do conteúdo (hemoglobina) de ERITRÓCITOS, e também quando ocorre destruição exagerada (hemólise). É uma grave consequência da desnutrição. Principais sinais e sintomas: • fadiga generalizada, • anorexia (falta de apetite), • palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), • dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia (crianças muito "paradas"). Anemias nutricionais - Anemia Ferropriva microcítica hipocrômica (deficiencia de ferro) Deficiencia de ferro circulante, produção de hemacias pequenas e baixo nível de hemoglobina circulante. É o último estágio da deficiencia de ferro no organismo. Se dá por: Ingestão inadequada Desnutrição aumentada Aumento da perda de sangue ou excreção Absorção inadequada Utilização inadequada Aumento das necessidades de ferro Fisiopatologia: Em primeiro momento, há depleção das reservas, levando à queda no ferro sérico normal e ferritina, aumentando a absorção intestinal de ferro. É anemia ferropriva normocromica e normocítica. Em segundo momento há depleção das reservas, mantendo a hemoglobina normal, mas hemácias microcíticas, deformadas, queda na ferritina e na transferrina e aumentando a capacidade total de ligação do ferro. Anemia ferropriva nomocromica e microcítica. No terceiro momento, a hemoglobina e o ferro sérico caem, assim como o CHCM e a saturação da transferrina/ferritina. Há aumento da CTLF, indicando a anemia ferropriva instalada. Laboratório do ferro: • Fe = 16 mcg/dL (N = 40-150 mcg/dL), • CTLF = 340 mg/dL (N = 250-400 mcg/dL) • Ferritina = 8,7 mg/dL (N = 30-200 ng/mL) É uma proteína de fase aguda e coordena a defesa celular contra o estresse oxidativo e a inflamação! • Saturação de transferrina = 4,7% (N = 20-50%). Dividindo ferro/CTLF, calculamos a saturação de transferrina: % de saturação de transferrina = (Fe sérico/CTLF)x100 - Estágios Iniciais: • Sintomas gerais: palidez, Astenia (cansaço), falta de apetite, fadiga muscular precoce, apatia. Manifestações Clínicas: - Estágios avançados: •Sintomas dermatológicos: Coiloníquia- unhas em forma de colher •Sintomas neurológicos: Pica: Pagofagia = ingestão de gelo AVALIAR BIODISPONIBILIDADE DE FERRO NA DIETA (ferro heme (fontes animais) e não-heme (fontes vegetais). Usar fatores que melhoram a absorção do ferro (vitamina C e ferro heme junto do não heme). Evitar fatores que quelam o ferro (leite, espinafre cru, chocolate, leguminosas, cereais não refinados, taninos). Intervenção nutricional: - Aumentar ingestão de Fe dietético (listas) - Incluir carnes nas refeições - Incluir Vit. C junto às refeições - Diminuir consumo de café e chá (↓50% da absorção de Fe nãoheme) - Evitar conservante alimentar EDTA - Ácido Etilenodiaminotetracético (↓50% de Fe não- heme) - Anemias megaloblásticas (deficiência de vitamina B12 e ácido fólico) Além do ferro, a medula óssea necessita tanto de vitamina B12 como de ácido fólico para produzir os glóbulos vermelhos. A falta dessas vitaminas pode originar uma anemia megaloblástica, ou seja, neste tipo de anemia, a medula óssea produz glóbulos vermelhos grandes e anormais chamados de megaloblastos, sendo por isso denominadas de anemias megaloblásticas. Deficiência interfere na maturação normal de todas as linhagens medulares: Os glóbulos brancos e as plaquetas também são anormais. Causas de deficiência da Vit.B12: • Ingestão Inadequada: dieta vegetariana rigorosa sem suplementação, pobreza; • Absorção inadequada: distúrbios gástricos (gastrectomia), intestinais (Inflamações intestinais- doença de Crohn), Gastrite atrófica (anemia perniciosa) • Necessidades aumentadas: Hipertiroidismo. • Fármacos (colchicina, neomicina, metformina, antirretrovirais) A anemia perniciosa é uma anemia megaloblástica macrocítica, resultante da deficiencia do fator intrínseco do estomago (por gastrite, doença autoimune, etc.) Sinais e sintomas: déficit da Vit.B12 Devido às suas diversas funções, a deficiência de vitamina B12 pode levar a uma variedade de sintomas físicos e mentais, que vão desde a fadiga e depressão até anemia grave e alterações neurológicas: • Parestesias: mãos e nos pés perda de sensibilidade nas pernas, pés e mãos, e o aparecimento de movimentos espásticos um tipo peculiar de daltonismo referido às cores amarela e azul, inflamação ou ardor da língua, confusão, depressão e uma função intelectual deficiente. Aumento nos níveis de homocisteína que podem causar doenças cardiovasculares, danos na retina e demência vascular. Diagnóstico: Dosagem de b12 sérica, presença de AB contra o fator intrínseco Tratamento: Injeções intramusculares diários ou semanais e adm mensais. Nos estágios iniciais da terapia são dadas maiores doses e tratamento dietético (fígado, sardinha, salmão, ovos, frango, iogurte, leite, queijos). Anemia por deficiência de Ác.Fólico (Deficiência de Folato) O ácido fólico é uma vitamina que se encontra em verduras cruas, fruta fresca e carnes, mas a cocção habitualmente o destrói. Como o organismo só armazena uma pequena quantidade no fígado, uma dieta sem ácido fólico ocasiona uma deficiência em poucos meses. Fatores causais: Déficit de Ác. Fólico • Hábitos alimentares – baixo consumo de verduras cruas suficientes. • Doenças Intestinais – baixa absorção de ácido fólico doença de Crohn, entre outras • Medicamentos - antiepilépticos e os anticoncepcionais orais, diminuem a absorção desta vitamina. • Gestante/Nutriz - possuem necessidades aumentadas de Ac. Fólico. • Doença renal/HD - as suas necessidades de ácido fólico são altas. • Bebidas alcoólicas - O álcool dificulta a absorção, e o metabolismo do ácido fólico de quem ingere muito álcool normalmente apresenta déficit. Sinais e sintomas: Déficit de Ác. Fólico • Anemia macrocítica (grandes hemácias) e megaloblastos (grandes hemácias imaturas) idêntica ao da falta de B12, mas não causa doença neurológica. • Fadiga, dispneia, ulceração na língua, diarreia, irritabilidade, memória precária, anorexia, rápido emagrecimento. • Na mulher grávida também pode causar defeitos na medula espinal ou malformações no feto. Tratamento: Déficit de Ác. Fólico • Suplementação via oral de 1 mg de folato, durante 2 a 3 semanas. • Ingestão de frutas e vegetais crus (tabela 3). O calor destrói o ac. Fólico. • ADRI de ác. Fólico é de 400mcg/dia. (os mesmos da b12 com laranja, banana, morango, batata, brócolis, espinafre, germe de trigo, pão integral) -ANEMIA SIDEROBLÁSTICA (def. de b6) Trata-se de um tipo raro de anemia, refratária, no qual os eritrócitos circulantes, hipocrômicos e microcitários, estão associados ao aumento de ferro nos eritroblastos sob a forma de grânulos grandes (sideroblastos) muitasvezes dispostos em anel à volta do núcleo na medula óssea. Também é chamada de "anemia refratária com sideroblastos em anel". Produção alterada do componente HEME da Hb; e defeito na produção de protoporfirina levando a um desequilíbrio entre suprimento de ferro e incorporação no HEME. • A anemia sideroblástica pode ser congênita ou adquirida (sem causa conhecida) tratamento: O tratamento consiste de uma dose terapêutica experimental de 50 a 200 mg/dia de Piridoxina ou Piridoxal fosfato, doses mais de 100 vezes acima das recomendadas (RDA). Se o paciente responder positivamente, o tratamento continua para sempre. •DRI: 1,5mg/dia para mulheres e 1,7mg/dia para homens -ANEMIA POR DEFICIENCIA DE COBRE É uma anemia que apresenta a deficiência do cobre que é essencial para a formação apropriada da hemoglobina. A CERULOPLASMINA, uma proteína que contém COBRE, é necessária para a mobilização normal do ferro dos seus sítios de armazenamento para o plasma. Em estados de deficiência de cobre, o ferro não pode ser liberado, induzindo baixos níveis de ferro e hemoglobina sérica, mesmo em presença de reservas normais de ferro. as proteínas que contém cobre são necessárias para a utilização de ferro pelos eritrócitos em desenvolvimento e para a otimização das funções da membrana eritrocitária. Tratamento: Déficit de Cobre • As quantidades de cobre são tão pequenas (2mg/dia), que em geral são supridas pela alimentação equilibrada. • Fígado, crustáceos e mariscos contêm grandes quantidades de Cobre. Recomendações dietéticas de cobre para um adulto são estimadas 900 mcg/dia. • Esta deficiência se instala principalmente em lactentes alimentados exclusivamente com leite de vaca e/ou por fórmulas infantis, que são normalmente deficientes em cobre ou ainda por alguma alteração de absorção. ANEMIAS NÃO NUTRICIONAIS -Por defeitos orgânicos: Síntese deficiente de Hemoglobina Talassemia: anemia herdada (é autossômico recessivo, sendo necessários dois genes anormais de globina beta para produzir o fenótipo clinicamente detectável). As talassemias compreendem os distúrbios genéticos da síntese de hemoglobina caracterizados por redução parcial ou total na produção de uma ou mais cadeias polipeptídicas de globina. Resulta na produção de quantidades muito pequenas de hemoglobina (desenvolvimento de anemia microcítica e hipocrômica). Por causa disto, os glóbulos vermelhos de pessoas com Talassemia são menores e contém menos hemoglobina que o normal. Anemia de doença crônica (ADC): “Anemia da inflamação” Anemia de Doença Crônica é uma síndrome clínica que se caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. Essa síndrome tem como aspecto peculiar a presença de anemia associada à diminuição da concentração do ferro sérico e da capacidade total de ligação do ferro, embora a quantidade do ferro medular seja normal ou aumentada. A ADC resulta da ativação dos sistemas imunológico e inflamatório com citocinas inflamatórias (IL-6 que estimula a HEPCIDINA, hormonio regulador negativo do balanço do ferro) levando a utilização inadequada do ferro. Há "sequestro" de ferro no sistema monócito-macrófago, diminuindo o ferro sérico disponível para eritropoiese (ferritina normal ou aumentada); Síntese deficiente de eritropoetina Insuficiência Renal Crônica (IRC): Anemia por falta de eritropoietina (regula a eritropoiese) produzida no rim. É normocítica-normocrômica sem alterações morfológicas; leucograma e plaquetas normais; deve- se analisar a creatinina, os exames anteriores do paciente. A diálise não melhora a anemia, somente o uso de eritropoetina (EPO) e o transplante renal. Hipotireoidismo: A falta dos hormônios tireoidianos inibe o crescimento das colônias eritróides, levando ao menor número de células circulantes. A anemia é normocítica-normocrômica, Hb 9-12 g/dl; Anemias Hemolíticas Número inadequado de glóbulos vermelhos circulantes (anemia), decorrente da destruição prematura dos mesmos (HEMÓLISE). Esta destruição é decorrente de defeitos nas membranas das hemácias que induzem a uma lesão oxidativa e às vezes lise celular. • Anemia hemolítica: sobrevida do eritrócito, menor que 15-20 dias. • Clínica: anemia + icterícia + esplenomegalia; Anemia Falciforme A doença falciforme é uma hemoglobinopatia hereditária comum causada por uma mutação pontual na β-globina que promove a polimerização de hemoglobina desoxigenada, levando a distorção de hemácias, anemia hemolítica, obstrução microvascular e lesão isquêmica tecidual. Trata-se de uma anemia hemolítica, hereditária e crônica devido à herança homozigótica para a hemoglobina S (hemoglobina mutante), resultando na síntese defeituosa de hemoglobina, que quando privados de oxigênio, tomam a forma de uma foice ou de grãos de aveia. Achados clínicos: • Sintomas usuais de anemia, • episódios de DOR ABDOMINAL INTENSA , devido a vasoclusão dos pequenos vasos sanguíneos por eritrócitos com formas anormais e que ocorrem com frequência no abdômen. • A constante hemólise aumentando reservas de ferro no fígado e constantes transfusões de sangue; • Por ser caracterizada como uma doença vasoclusiva resulta em: Função hepática comprometida, icterícia, cálculos biliares e deterioração da função renal. • Crianças: Baixa ingestão e aumento da taxa metabólica basal • Confirmação: teste de falcização, eletroforese de hemoglobina. Tratamento da Anemia Falciforme: • Alívio da dor durante as crises; • Transfusões sanguíneas; • Tratamento dietético com EXCLUSÃO de alimentos ricos em ferro e ricos em vitamina C (que aumentam a absorção do ferro) • Adequadas quantidades de ác. Fólico, B12, B6 (repor as perdas de eritrócitos) • Proibido o uso de bebidas alcoólicas (para aumentar absorção de ferro) • Adequada hidratação (aumento ingestão líquidos). Restrição de sódio pode ser necessária para prevenir a ocorrência de eventos vasculares oclusivos); • Suplementos contendo 50-150% das DRIs de ác. Fólico, cobre e zinco (não ferro); • Tratamento a partir das comorbidades associadas (HAS; Doença cardíaca; Doença renal...) -Anemias mistas Gravidez: • Ocorre hemodiluição a partir do 3º mês até o 7º mês (aumento do volume sanguíneo) • A demanda de ferro é grande durante a gestação (pode haver ingestão inadequada também); • Aumento da massa eritrocitária (manifestando-se por policromasia) • Redução do Ht/Hb. O limite inferior do valor normal da hemoglobina da gestante é portanto 11 g/dl. • Raramente, poderá haver componente megaloblástico por déficit de folatos -Anemias pós hemorrágicas - As formas agudas - se caracterizam por perda súbita de grandes volumes de sangue, o que leva a redução do hematócrito ; hemoglobina levando a hipovolemia. Ex: Hemorragias agudas. - As formas crônicas - as perdas de sangue são em menor volume, as vezes até inaparentes, embora contínuas. Essa anemia pode estar associada a parasitos intestinais, neoplasias do trato intestinal, epistaxe (hemorragia nasal), menstruação abundante , varizes esofagianas entre outras. Modulo III – Cardiovascular Sistema cardiovascular é uma vasta rede de vasos de vários tipos e calibres que comunica todas as partes do corpo. Dentro desses vasos circula o sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do coração. As funções principais do sistema cardiovascular são: -Liberar oxigênio para cada célula do corpo; -Remover dióxido de carbono e produtos de degradação metabólica; -Transportar hormônios das glândulas endócrinas aos receptores alvo; -Manter a temperatura corporal e controlar o ph; -Prevenir infecções causadas por microrganismos invasores; O coração é um órgão único, muscular, localizado na região mediastínica, levemente deslocado à esquerda do plano mediano, que possui como principal função propelir o sangue através dos vasos, fazendo-o chegara todas as células do organismo. Válvulas cardíacas: 1-Atrioventricular 1.a- Trícuspide: entre a aurícula e o ventrículo direito. 2.b-Mitral ou bicúspide: entre o átrio e o ventrículo esquerdo. 2- Semilunares 2.a-Pulmonar: saída da artéria pulmonar 2.b-Aórtica: saída da aorta. O sistema cardiovascular gera o fluxo de sangue. O fluxo ocorre do meio de maior pressão para o meio de menor pressão. O miocárdio possui uma musculatura específica, a musculatura cardíaca, a espessura varia diretamente com a tensão imposta sobre as paredes das câmaras. O ventrículo esquerdo é a mais potente das câmaras cardíacas, este bombeia sangue para a via sistêmica. A condução cardíaca ocorre pois o músculo cardíaco possui capacidade de gerar seu próprio sinal elétrico (autocondução). Este permite que ele se contraia ritmicamente sem estimulação neural. O sistema de condução cardíaca é composto por: 1. Nodo Sinoatrial (SA) O impulso é iniciado no nodo sinoatrial – um grupo de fibras musculares localizado na parede posterior do átrio direito. O nodo SA é conhecido como marca passo cardíaco, ou seja ele gera impulso O ritmo que ele estabelece é denominado ritmo sinusal. 2. Nodo atrioventricular (AV) O impulso dissemina-se através dos átrios e atinge o nodo AV. Quando o impulso chega nos átrios eles contraem quase que imediatamente. O nodo AV conduz o impulso para os ventrículos retardando o impulso cerca de 0,13s, permitindo que os átrios contraiam totalmente antes dos ventrículos 3. Feixe atrioventricular (feixe de His) 4. Fibras de Purkinje Os miócitos são responsáveis pela contração e capacidade dos ventrículos gerar fluxo sanguíneo e pressão. A contração depende da despolarização elétrica da célula, que abre os canais de Ca, e a elevação de Ca na célula, que se liga a troponina o que desinibe as interações entre actina e miosina - resultando na produção de força! Estes íons ligam-se à troponina C, causando uma mudança conformacional da mesma que se reflete na molécula de tropomiosina, que libera então os sítios da actina que estavam bloqueados. A interação actina/miosina se dá imediatamente desde que haja ATP e magnésio (ambos presentes em condições normais). Todos os eventos que ocorrem entre dois batimentos cardíacos (entre o relaxamento, ou diástole, e a contração, ou sístole) consecutivos são chamados de ciclo cardíaco. Volume de ejeção: é o volume de sangue que é ejetado do ventrículo esquerdo. Para compreender precisamos saber o volume de sangue antes e pós a sístole. No final da diástole, o ventrículo já completou seu enchimento, o chamado volume diastólico final (VDF). No final da sístole, após a contração temos o chamado volume sistólico final (VSF). Logo, o volume de ejeção que é o volume de sangue que foi ejetado é a diferença entre VDF e VSF. Volume de Ejeção: Lei de FrankStarling –O volume de ejeção depende do retorno venoso. Quanto maior é o retorno venoso maior será a distensão do ventrículo. Quanto mais o ventrículo se distende mais ele se contrai com mais força. Fração de ejeção: É a proporção de sangue bombeado para fora o ventrículo esquerdo em cada batimento. É determinado pela divisão do volume de ejeção pelo volume diastólico final. Revela quanto de sangue que entra no ventrículo é realmente ejetado. A fração de ejeção em repouso é em média –60% -40% permanecem em seu interior. Débito cardíaco: É o volume total de sangue bombeado por minuto. É o produto do Volume de ejeção (VE) pela Frequência Cardíaca (FC). O volume de ejeção médio de repouso é de 60 a 80 mL de sangue, logo, FC = 80 batimentos/min então, o débito cardíaco varia entre 4,8 e 6,4 L/min. O corpo do adulto contém em média 5 litros de sangue. Determinantes do consumo miocárdico de oxigênio e metabolismo energético: O coração depende quase que exclusivamente da oxidação dos ác. Graxos e glicose como fonte de energia. Três fatores hemodinâmicos ou mecânicos contribuem p/ o consumo miocárdico de oxigênio: 1. Frequência cardíaca 2. Tensão desenvolvida na contração ou sístole 3. Estado contrátil Fluxo sanguíneo coronário: Regulação metabólica e neuro-hormonal: adenosina e ON que são vasodilatadores e endotelina, serotonina que são vasoconstritoras. Regulação mecânica: sístole e diástole comprimem as art.Coronárias. Regulação neurormonal do sistema cardiovascular: SN AUTÔNOMO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO * SN simpático em situações de estresse libera Noradrenalina e adrenalina que agem nos mecanismos vasoconstritores * SN parassimpático libera acetilcolina e desacelera o ritmo de despolarização do tecido cardíaco. Sistema nervoso parassimpatico -> neurotransmissor: acetilcolina -> fibras colinérgicas -> diminui a FC Sistema nervoso simpático -> neurotransmissor: noradrenalina -> fibras adrenérgicas -> aumenta a FC Sistema Renina Angiotensina: este sistema retém sódio e eleva a PA. A angiotensina também promove hipertrofia do miocárdio e promove liberação de noradrenalina. Mecanismos de Ativação do Sistema RAA: 1-Insuficiência cardíaca; 2- Restrição de sódio; 3- Contração do compartimento intravascular (desidratação, hemorragia, diarréia); 4- Aumento do tônus simpático 5- Hipotensão arterial Pressão arterial: É a pressão exercida pelo sangue sobre as paredes vasculares. Chamada Pressão Arterial -> sempre em relação ás artérias. •Pressão Arterial Sistólica (PAS) -- o valor mais elevado. --Representa a maior pressão exercida no interior da artéria. --Corresponde à sístole ventricular cardíaca •Pressão Arterial Diastólica (PAD) –o valor mais baixo --Representa o valor mais baixo exercido nas artérias --Corresponde à diástole ventricular •Pressão Arterial Média (PAM) –Pressão média exercida pelo sangue quando circula pela artéria: PAM = PAD + [0,333 X (PAS -PAD)] Lipoproteínas Lipoproteínas Os constituintes lipidicos do sangue (colesterol, triglicerideos e fosfolipideos) são transportados ligados a proteinas, formando as lipoproteínas. O objetivo das lipoprotepinas é suprir o organismo com lipídeos da dieta e com colesterol para síntese de membranas, transportar colesterol das células para processamento hepático. No organismo as lipoproteínas são sintetizadas no intestino delgado e no figado, sendo constantemente remodeladas pela ação de enzimas e de proteínas de transferencia. Existem 5 tipos de lipoproteínas que são classificadas de acordo com a sua densidade: 1-Quilomicrons: Os quilomicons são particulas maiores sintetizadas no revestimento da mucosa do intestino delgado tendo por apoprotepínas principais a apo B48 e a E. Sua principal função é transportar triglicerideos do alimento e colesterol do ID para o figado e para os tecidos perifericos. Uma vez na corrente sanguinea os TG são hidrolizados pelas enzimas lipase lipoproteica (LPL) e lipase hepatica (LH) (ativadas pela ação da apo C II) que estão localizadas na superficie das celulas endoteliais ns tecidos muscular e adiposo, hidrolisando os TG e ligerando AG para o tecido adiposo e outros tecidos periféricos, a a TG-Lipase, que desempenha a mesma função só que no tecido hepático. Durante este processo, o quilomícron doa apo C II e A-I para o HDL, e recebe deste, a apo E. Como resultado dessa hidrolise originam-se no espaço vascular extra-hepático o quilomicron remanescente rico em apo E III e apo E IV, captado pelo figado vía receptores. Os quilomicrons remanescentes são reconhecidos pelos receptores de LDL que identificm a apo E, podendo também ser captados pelo receptor alfa 2-macroglobulina do figado e pela proteína análoga ao repector de colesterol (LRP1). Os quilomicrons remanescenbtes que contem colesterol são capturados pelo figado e o colesterol é utilizaod na síntese de VLDL
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