Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Excertos LEI Nº 4.132, DE 10 DE SETEMBRO DE 1962. Define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º A desapropriação por interesse social será decretada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social, na forma do art. 147 da Constituição Federal. Art. 2º Considera-se de interesse social: I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico; II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO; III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola: IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias; V - a construção de casa populares; VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas; VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais. VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. Direito de propriedade Noções Gerais: “É garantido o direito de propriedade” (art. 5º, XXII da CF). O direito de propriedade é um direito individual e como todo direito individual, uma cláusula pétrea. O direito de propriedade é tão importante que já aparece no “caput” do artigo 5º. – “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes” (art. 5º, “caput” da CF). “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: II propriedade privada; III função social da propriedade privada” (art. 170, II e III da CF). Conceito: Direito de propriedade é o direito de usar, gozar, usufruir e dispor de um determinado bem, e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja possuindo. Função social: O direito de propriedade não é um direito absoluto, assim o proprietário tem que dar uma função social à propriedade. “A propriedade atenderá a sua função social” (art. 5º, XXIII da CF). Função social da propriedade urbana: “A propriedade urbana cumpre a função social quando obedece às diretrizes fundamentais de ordenação da cidade fixadas no plano diretor” (art. 182, §2º da CF). O plano diretor estabelecerá quais áreas são residências, comerciais e industriais; quais são as zonas de tombamento e etc. “O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana” (art. 182, §1º da CF). “A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes” (art. 182 da CF). Função social da propriedade rural: A propriedade rural cumpre a função social quando, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, atende simultaneamente os requisitos do artigo 186 da Constituição Federal: I - Aproveitamento racional e adequado; II - Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - Observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - Exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e trabalhadores. A função Social da Propriedade Urbana e Rural na Constituição Federal de 1988 Artigo por Rubens Vinicius Vieira Nascimento - quinta-feira, 21 de junho de 2012 Tamanho do texto: A A Quadro Justiça de Marília Chartune O homem desde os tempos remotos utiliza a propriedade. Na Roma antiga já existia a propriedade, porém o conceito não era tão bem definido como o de hoje, o direito de propriedade existia de forma rudimentar. O homem utilizou-se da propriedade por muito tempo somente com o intuito de beneficiar-se. O proprietário usava a propriedade como bem entendesse, inclusive cultivando grandes latifúndios, ou seja, grandes extensões de terras que se encontravam improdutivas. Surgindo o instituto da função social da propriedade, o contexto começa a se modificar. A propriedade deixa de ser utilizada de modo a beneficiar somente o individuo e passa atender também aos interesses da coletividade. A social da propriedade urbana ligada diretamente a expansão das cidades de modo ordenado. E a função social da propriedade rural para que a terra não se torne improdutiva na mão dos poucos que a detém. Cabendo explicitar o relevante papel da propriedade na vida da sociedade por razões econômicas e políticas, sendo a propriedade dos meios de produção. No estudo a seguir, tratar-se-á da evolução da propriedade ao longo dos tempos, o surgimento da função social da propriedade urbana, rural e a reforma agrária na Constituição Federal. No início dos tempos as populações eram nômades e viviam em grupos. Introduzir-se-á o estudo da propriedade no contexto da Grécia antiga entre os séculos VII e o VI a. C. em que a propriedade imobiliária dava seus primeiros sinais, porém ainda não existia uma definição técnica. Enquanto tempos depois na Roma antiga não havia o direito escrito de propriedade. Primeira esta se apresentava de modo coletivo, abrangendo a terra e os animais pertencentes a gens ou seja o grupo familiar em que o pater familis detinha o poder de decisão. Durante a idade média com o feudalismo inicia-se um processo profundo de mudança no direito de propriedade. O proprietário da terra ou senhor feudal concedia ao vassalo uma extensão territorial em troca de proteção e fidelidade. Ambos cultivavam interdependência jurídica. O senhor feudal era titular do domínio direto e o vassalo detinha a posse do domínio útil. Contudo, os abusos dessa relação entre vassalos e senhores feudais fomentaram os ideais da Revolução Francesa. A propriedade passava a ser um dos pilares da sociedade ao lado da liberdade e da igualdade.Expressa no art. 17 da Declaração dos Direitos do Homem de 1787 como “um direito inviolável e sagrado” e “ninguém dela pode ser privado ,a não ser quando necessidade pública legalmente comprovada o exigir evidentemente sob a condição de justa e prévia indenização.” A propriedade rural se concentrava nas mãos da burguesia. E recebia fortes críticas de pensadores como Karl Marx e Friederich Engels como no trecho a seguir: “O comunismo se caracteriza pela abolição da propriedade burguesa e não pela abolição da propriedade em geral. Causa nos horror falarmos em abolir a propriedade privada. Mas a propriedade privada na atual sociedade já está abolida para os nove décimos da população. Se ela ainda existe para um grupo reduzido é justamente porque deixou de existir para esses nove décimos, portanto, vossa acusação contra nós é a de nós propormos abolir uma propriedade que para subsistir, tem de privar a imensa maioria da população de qualquer tipo de propriedade. Em uma palavra vós nos acusais de querermos abolir vossa propriedade. Tendes razão, é justamente esse o nosso objetivo”. O proprietário utilizava os bens quando, onde e como desejasse. O Direito de propriedade era absoluto,exclusivo e perpétuo. Com o tempo começam a ocorrer limitações no Direito de Propriedade como o direito de vizinhança, limitações urbanísticas, entre outros. Debruçar-se-á nas próximas linhas no contexto da função social da propriedade. Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/13980/a-funcao-social-da-propriedade-urbana-e-rural-na-constituicao-federal-de-1988#ixzz3amRsZdGh Função Social da Propriedade Urbana e Rural Um problema que é bastante perceptível nos dias de hoje é o abandono de propriedade, seja ela urbana ou rural. Quando andamos na rua e vislumbramos aquele terreno abandonado, com capim alto, lixo, ao descaso, constatamos o desrespeito da função social da propriedade. O mesmo considera-se quando assistimos ao telejornal sobre a invasão de propriedade por famílias rurais, as quais alegam que a propriedade não está sendo utilizada da forma correta. A ideia inicial sobre o conceito de propriedade, a partir de uma perspectiva histórica, é o não intervencionismo do Estado, em que o proprietário tem total autonomia para fazer ou deixar de fazer o que bem entender sobre sua propriedade. É uma concepção absoluta de propriedade, afastando ao máximo o poder estatal. Essa ideia é reforçada pelo Estado Liberal, em que defende a não interferência sobre a propriedade, o qual possui grande inspiração nas revoluções americana e francesa. Contudo, após uma evolução histórica, o conceito de propriedade vai se relativizando, apresentando um caráter menos absoluto, defendendo uma intervenção do Estado na propriedade. Um forte marco é o movimento constitucionalista, trazendo uma preocupação em favorecer os interesses coletivos em conflito com interesses individuais. Desse modo, a propriedade, como um direito individual, vem sofrer uma relativização por parte do Estado, em que este realizará um maior controle. O fato basilar, fundamentador desse processo de interferência estatal, é a função social da propriedade. Caracterizada, no contexto nacional, em por Brasil ser um Estado Democrático Social de Direito. Quando a sociedade não atender à sua função social, o Estado tem o dever jurídico de agir em prol dos interesses coletivos. O que será abordado nas próximas linhas é o delineamento do conceito de “função social”, seja na esfera urbana ou rural, estabelecendo as consequências do não seguimento de tal tendência. No rol dos direitos e deveres individuais e coletivos, art. 5º da CF, está previsto, no inciso XXII, a seguridade ao direito à propriedade, como dito: “é garantido o direito de propriedade”. O art. 5º, XXIII da Constituição Federal, é peremptório ao afirmar que “a propriedade atenderá a sua função social”. Ou seja, tudo que foi dito anteriormente resume-se ao dispositivo em discussão, mostrando que o Brasil, como Estado capitalista, se importou em retirar do plano dos fatos e trazer para o plano jurídico, ou seja, positivar a função social da propriedade. Ao mesmo tempo em que o proprietário possui direitos, também possui obrigações relacionadas à forma de como utilizar a sua propriedade. No que tange a tal questão, o proprietário urbano, de acordo com o art. 182, § 4º, da Magna Carta, que não construir edificação, subutilizar ou não utilizar terreno, ou ainda que não suscitar aproveitamento adequado, sofrerá sanções cabíveis previstas nos seguintes incisos: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Compartilhar