Buscar

NI 003 2003

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PMERJ EMG 
 PM/3 01Abr03 
NOTA DE INSTRUÇÃO Nº 003/03
 
(OCUPAÇÃO IRREGULAR DE IMÓVEIS) 
1. FINALIDADE 
Regular os procedimentos operacionais a serem adotados pelos 
integrantes da Corporação, na execução do Policiamento Ostensivo, 
durante o atendimento dos diversos tipos de eventos envolvendo 
ocupação irregular de imóveis (invasão) em áreas urbanas e rurais 
do Estado do Rio de Janeiro. 
2. OBJETIVO 
a. Fornecer subsídios técnico-profissionais para a instrução da tropa, 
de forma a padronizar os comportamentos operacionais no 
atendimento de ocorrências, envolvendo questões fundiárias, nas 
diversas Áreas de Policiamento ou Atuação da PMERJ. 
b. Definir procedimentos para emprego das UOp e UOpE, 
racionalizando as suas ações a fim de obter maior rendimento 
operacional. 
c. Padronizar procedimentos operacionais objetivando minimizar as 
possíveis falhas na condução das ocorrências pelos policiais 
militares. 
d. Melhorar a imagem da Corporação junto à população, através da 
prestação de um serviço com maior qualidade. 
3. DIAGNÓSTICO 
Atualmente em nossa Corporação, verificamos inúmeros erros 
cometidos, nas diversas modalidades de ocorrências policiais 
atendidas pelo policiamento ostensivo, quer seja no modo de 
atuação, como nos procedimentos operacionais adotados. 
Tais ocorrências deixam, via de regra, um saldo negativo para a 
Corporação, pois, não raro, resultam em mal atendimento ao cidadão 
 
1
 
pelos policiais, às vezes causando exploração negativa por parte da 
imprensa, como também acarretando conseqüências de natureza 
criminal para o próprio policial militar. 
É importante salientar que todas essas orientações e informações 
transmitidas aos policiais militares, só têm valor se o homem, a 
quem é depositado o dever e a responsabilidade de proteger e salvar 
vidas, estiver realmente seguro de suas ações e confiante em si, e 
para tal, existe a clara e permanente necessidade de se aumentar à 
instrução visando elevar a capacitação e qualificação dos policiais 
militares. 
As seguidas crises econômicas e o conseqüente aprofundamento 
das desigualdades sociais têm levado parcela da população a se 
organizar em movimentos de caráter reivindicatório cujo objetivo 
primordial é sensibilizar a sociedade através, principalmente, da 
mídia para o atendimento de seus anseios junto à classe governante, 
dentre eles destacam-se o MST (Movimento dos Sem Terra) e MTST 
(Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). 
Os movimentos organizados por tais grupos, não raramente 
terminam em conflito envolvendo a polícia militar e os 
manifestantes. 
Por tratar-se de questão de cunho social, muitas das vezes, com 
desdobramento no campo político, tanto nacional como 
internacional, as ações policiais militares, envolvendo movimentos 
organizados, devem ser precedidas de manifestação expressa do 
Comando Geral da Corporação através dos Comandos 
Intermediários. 
Em tal contexto, se faz necessário que a Polícia militar do Estado 
do Rio de Janeiro possua instrumentos eficiente e eficazes que 
visem normatizar todas as ações, dando todo o suporte técnico 
 
operacional a fim de atuar de forma uniforme em todo o Estado 
mantendo sua ação em nível de excelência, em consonância com os 
ditames legais. 
4. EXECUÇÃO 
 
2
 
a. Condicionantes Legais
 
1) CRFB/88.
 
2) Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
 
Código Civil.
 
3) Decreto Lei nº 2848 de 07 de setembro de 1940 
 
Código 
Penal.
 
4) Lei nº 2.898 de 1998
 
Dispõe sobre a comunicação oficial a 
autoridades competentes sobre diligências relativas ao 
desalijo coletivo de comunidades rurais e urbanas. 
5) Decreto nº 32.749 de 2003
 
Regulamenta a Lei nº 2.898 de 
Março de 1998 e dá outras providências. 
6) Resolução SSP 002
 
Auxílio ao Oficial de Justiça. 
7) Dtz nº 001/96
 
Ações Policiais Militares em Conflitos 
Agrários. 
8) Dtz nº 021/00
 
Ocupação de Prédios Públicos, Privados, 
Shopping e Supermercados pelo MTST. 
9) Portaria Ministerial nº 325/98
 
Combate a Violência Urbana e 
Rural. 
b. Aspectos a serem observados em conformidade com o previsto 
no Código Civil Brasileiro e na doutrina pátria
 
1) Quando se aborda o tema ocupação irregular de imóveis em áreas 
urbanas e rurais do Estado do Rio de Janeiro, necessário se faz 
para uma ação baseada na boa técnica e em conformidade com os 
ditames legais, de se discriminar certos aspectos inerentes aos chamados 
direitos reais, onde encontraremos os institutos da posse e da propriedade, 
que são os que diretamente nos interessam. 
2) DIREITO REAL é o complexo das normas reguladoras das relações 
jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem ou 
por pessoa jurídica. 
O direito real passa por uma evolução. Quando se fala em direito 
real, basicamente se pensa em propriedade, ou seja, o direito real está 
atrelado a idéia de propriedade. E a propriedade desde Roma é vista como 
absoluta e intocável, tendo estas duas características sofrido um 
relativismo ao longo dos últimos vinte anos. Esta flexibilização do direito 
de propriedade como algo intocável/absoluto se deu especialmente por 
causa de dois fatores: 
 
3
 
INTERESSE PÚBLICO 
 
A idéia de propriedade como algo 
absoluto e intocável foi suavizada diante da presença do interesse 
público.Hoje em dia em diversas situações o interesse público é muito 
mais importante do que a propriedade. 
Ex: DESAPROPRIAÇÃO-onde o poder público retira um bem do 
particular para fins públicos. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE 
 
O sujeito terá que 
adequar seus bens a função social dos mesmos, portanto a propriedade terá 
que ter finalidade social, caso contrário à conseqüência será a perda da 
propriedade. 
Ex: USUCAPIÃO previsto na CRFB/88. 
3) Definição de Propriedade, Posse, Interditos Possessórios, Legítima Defesa 
da Posse e Bens. 
 
a) Propriedade - É um direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro 
dos limites normativos de usar, fruir e dispor de um bem, corpóreo ou 
incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha. 
(1) Direito de usar - é a faculdade que o proprietário tem de utilizar-se 
da coisa. Ex: Moradia. 
(2) Direito de Fruir significa receber os frutos (são utilidades que a 
coisa periodicamente possui). 
Espécies de fruto: 
 NATURAL É aquele obtido sem a intervenção humana; 
 INDUSTRIAL É aquele obtido com a intervenção humana; 
 CIVIL São os rendimentos obtidos por alguém pela utilização 
da coisa por outrem. Ex: Juros, Aluguel. 
(3) Direito de Dispor 
 
A faculdade de dispor engloba três coisas: 
alienar, dividir e gravar com direito real de 
garantia. 
(4) Direito de Reivindicar _ faculdade de buscar a coisa nas mãos de 
quem injustamente a possua ou detenha. 
Observação: As faculdades inerentes à propriedade é que revelam 
o poder do proprietário sobre a coisa, estas faculdades 
em regra estão concentradas na mão do proprietário, 
mas ele pode transmitir alguma dessas faculdades a 
terceiros (Ex: aluguel). 
 
4
 
b) Posse 
 
É o exercício de uma ou de todas as faculdades (usar, fruir, 
dispor e reivindicar) inerentes à propriedade. 
A posse é uma situação de fato que é protegida pelo legislador. 
(1) A posse se distingue da propriedade por que enquanto a última é a 
relação entre a pessoa e a coisa, que assenta na vontade objetiva da 
lei, implicando um poder jurídico e criando uma relação de direito, 
a posse consiste em uma relação de pessoa e coisa, fundada na 
vontade do possuidor, criando mera relação de fato.Como a posse 
pode encobrir uma situação de direito, o legislador a protege,até 
que pelas vias regulares se evidencie que isso não ocorre. 
(2) Um dos principais efeitos da posse é a possibilidade de invocar a 
proteção possessória através dos interditos possessórios (ações 
possessórias). 
Além de permitir o desforço direto na forma do art 1.210 §1º 
do Código Civil, o Direito dá ao possuidor a ação de reintegração 
de posse no caso de esbulho, a de manutenção na hipótese de 
turbação e o interdito proibitório no caso de ameaça à sua posse. 
c) Interditos Possessórios - Genericamente assim se devem entender 
todas as ações ou medidas judicialmente intentadas ou formuladas para 
a proteção da posse. 
Espécies de Interditos Possessórios
 
(1) Ação de Reintegração de posse 
 
cabe quando há esbulho, 
privação de posse. O legítimo possuidor é indevidamente privado 
da sua posse, ou seja, o possuidor é esbulhado do bem. 
(2) Ação de Manutenção de posse 
 
tem cabimento quando o 
possuidor é perturbado (atrapalhado) no exercício de sua posse e 
não privado. 
(3) Ação de Interdito Proibitório 
 
Esta ação é cabível, quando a sua 
posse está na iminência de ser turbada ou está na iminência de ser 
esbulhada. 
d) Legítima Defesa da posse 
 
Em regra, a defesa do direito violado 
ou ameaçado se faz através de recurso ao Poder Judiciário . Todavia, 
o legislador, temendo que a proteção judiciária por sua menor 
celeridade não possa, por vezes, atingir sua finalidade, 
excepcionalmente faculta a vitima a possibilidade de defender-se 
 
5
 
diretamente, com seus próprios meios, contanto que obedeça aos 
requisitos legais. É a defesa legítima, permitida, genericamente, pelo 
artigo188, I do CC. 
Tal regra é repetida, pelo legislador, no caso específico da posse, 
no art 1210, §1º. do mesmo Código, nestes termos: 
Art. 1210, §1º - O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência 
iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou 
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de 
defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à 
manutenção, ou restituição da posse. 
Portanto, para que a defesa direta seja considerada legítima, 
mister se faz à presença de alguns requisitos a saber: 
(1) Que ela se faça, logo, isto é, a reação deve se seguir incontinenti à 
agressão. Pois, a existência de um intervalo conduz à presunção 
de que a vítima poderia recorrer ao poder competente, para 
solicitar socorro ou remédio; ademais, a reação tardia mais se 
assemelha a uma vingança, mais parece uma nova agressão do 
que um ato de defesa. 
(2) A reação deve se limitar ao indispensável para o alcance do 
objetivo colimado; ou melhor, os meios empregados devem ser 
proporcionais a agressão, pois, caso contrário, haverá excesso 
culposo. Assim, se o possuidor, reagindo contra a invasão de seu 
terreno, deita fogo ao prédio ali levantado e o faz algum tempo 
após, seu ato não pode ser considerado legítimo, não só por 
inoportuno, como por excessivo.
 
(texto extraído da obra Direito 
Civil / Silvio Rodrigues.- São Paulo : Saraiva, 1997) 
e) Bens 
Coisas ou valores que podem ser objeto de propriedade ou de outros 
direitos reais. 
(1) Bens Móveis
 
- Os que podem ser removidos sem alteração ou 
destruição, que, portanto não são fixos; alguns destes se movem 
por si mesmos, e neste caso se denominam semoventes (Ex: bois, 
cavalos, etc) ou são removidos por força alheia (Ex: um objeto 
qualquer ou título de crédito). 
 
6
 
(2) Bens Imóveis
 
- São aqueles que não se pode transportar, sem 
destruição, de um lugar para outro, e, ainda direitos que a lei 
imobiliza. 
c. Procedimentos operacionais para serem adotados pelo policiamento 
ostensivo.
 
1) Ações preliminares a serem adotadas conforme a fase da agressão ao 
direito de propriedade. 
a) Ameaça de invasão
 
O BPM da área ao ser informado da possibilidade de invasão deve 
tomar todas as medidas necessárias para evitar que a mesma se 
consume, tais como a previsão de patrulhamento para o local e a 
atuação do serviço reservado a fim de identificar as lideranças, colher 
dados úteis (data, hora, local e interesses que movem a empreitada) e 
tentar dissuadir a iniciativa através de contato direto com as lideranças 
e com o proprietário do imóvel. 
Cabe ressaltar que o Cmdo Itrm e o sistema de informações devem 
ser constantemente abastecidos de dados sobre o evento. 
b) Durante a execução da invasão
 
O BPM deve atuar de forma a garantir o direito de propriedade e/ou 
posse, prendendo os autores, conduzindo os mesmos a delegacia da 
área. 
Cabe salientar que esta ação deve ser direcionada às lideranças, visto 
que, tentar prender a todos é inviável, para não dizer impossível e que a 
prisão da liderança é uma das formas de desestimular a invasão. 
Após a medida citada, durante o lapso temporal julgado necessário 
pelo Cmdo da Unidade Operacional, não sendo em hipótese alguma 
inferior a 96 horas, deverá ser adotado patrulhamento no local a fim de 
coibir e/ou impossibilitar novas tentativas e/ou invasão. 
Deve ainda ser identificado o proprietário do imóvel, realizando-se 
contato com o mesmo a fim de informar sobre o ocorrido, orientando-o 
a realizar ações para resguardar a posse do imóvel desde a construção 
de um muro (cercar o terreno) até a utilizar-se das vias judiciais através 
dos interditos possessórios. 
c) Após a invasão consumada
 
 
7
 
O BPM deve abster-se de agir sem o mandado de reintegração de 
posse, devendo limitar-se a tomar as seguintes medidas: 
(1) Contatar o proprietário do imóvel para que o mesmo tome as 
medidas judiciais cabíveis; 
(2) Manter policiamento na área com o objetivo de impedir que 
aumente o número de invasores no local; e 
(3) Contatar a Secretaria de Ação Social do Estado e/ou Município, 
conforme o caso, solicitando o cadastramento dos invasores que ali 
estão, para providências futuras. 
2) Ações a adotar após a eclosão do movimento (invasão). 
a) Verificada a ocupação de imóveis públicos ou privados o Cmt da UOp 
deverá abster-se de qualquer ação sem ordem expressa do Comando 
Intermediário a que estiver subordinado. 
b) Realizar acompanhamento da situação no local através da 2ª Seção da 
Uop, a fim de manter o Cmt informado sobre a evolução dos 
acontecimentos devendo este manter informada a 2ª Seção do EMG e o 
Comando Intermediário. 
c) Em caso de imóveis públicos, cientificar os responsáveis pelo imóvel 
da possibilidade de eclosão do movimento, orientando-os quanto à 
postura da Polícia Militar, que deve ser a de não cerceamento do direito 
de ir e vir dos manifestantes, enquanto os mesmos adotarem 
comportamento dentro dos ditames legais, para que reforcem a 
segurança, evitem provocações, busquem o diálogo com líderes do 
movimento informando-os, inclusive sobre as normas de procedimentos 
no interior do mesmo, e que, em caso de tentativa de quebra da ordem, 
a PMERJ estará pronta para intervir; 
d) Reforço do policiamento no local, com a disposição de efetivo 
compatível com a missão em condições de pronto emprego sem, 
contudo, apresentar excesso de ostensividade, objetivando não acirrar 
os ânimos desnecessariamente. 
e) Implantação de policiamento velado na área do imóvel, visando a 
coleta de dados a fim de municiar o Comando de informações úteis. 
 
8
 
f) Informar aos responsáveis pelo imóvel que o policiamento só adentrará 
no mesmo em caso de ocorrência de crime ou contravenções penais em 
seu interior ou em cumprimento a decisão da justiça. 
3) Informações que deverão ser colhidas pelo Cmt do BPM, junto ao 
Juiz que determinou a reintegração de posse, após o recebimento do 
mandado. 
a) Contatarcom o juiz (oficiar se necessário) que exarou a determinação 
para a reintegração de posse e indagar ao mesmo, para melhor 
cumprimento da ordem, sobre os aspectos a seguir: 
(1) Para qual local serão conduzidas às famílias desalijadas que não 
tenham para onde ir. 
(2) Quem será o responsável pela condução citada no item anterior. 
(3) Qual meio de transporte será disponibilizado para a condução dos 
pertences que por ventura sejam encontrados no local. 
(4) Para onde serão levados e sob a guarda de quem ficarão os 
pertences citados no item anterior. 
(5) Qual o nome do funcionário da justiça responsável por inventariar 
os objetos encontrados. 
(6) Se porventura foi contatado um órgão (Secretaria de Saúde do 
Município, Secretaria de Saúde do Estado, CBMERJ, outros) para 
prestar apoio médico no momento da reintegração. 
(7) Se haverá a presença de representantes do Conselho Tutelar para 
prestar assistência e agir no que concerne ao ECA. 
(8) Qual o meio disponibilizado para a demolição das construções 
existentes no local da reintegração, para minimizar as chances de 
retorno dos invasores. 
(9) Listagem do(s)s nome(s) dos Oficial(is) de Justiça que 
executará(ão) a ordem e telefones de contato dos mesmos. 
(10) Indagar se o MP se fará presente para acompanhar o desenrolar 
das ações. 
(11) Outros questionamentos julgados úteis, no caso concreto. 
 
9
 
4) Ações a adotar após o término da operação em cumprimento a 
mandado de reintegração de posse. 
a) Após o término da operação o oficial comandante da mesma deverá 
confeccionar relatório, do qual obrigatoriamente constarão as ações 
realizadas, críticas, sugestões, nome dos líderes, instrumentos utilizados 
pelos manifestantes, modus operandi dos mesmos, grau de 
agressividade demonstrado, comportamento da tropa, efetivo 
empregado, outros dados julgados úteis, devendo o relatado ser de 
imediato encaminhado ao Cmdo Itrm. 
b) Os comandos intermediários, de posse dos relatórios das UOp deverão 
após análise e parecer, remeter relatório de imediato, ao Chefe do 
EMG. 
d. Procedimentos a serem adotados no atendimento aos oficiais de justiça 
 
1) A UOp ao ser solicitada diretamente pelo Poder Judiciário a intervir em 
casos de Mandado de Reintegração de Posse, deverão adotar os seguintes 
procedimentos: 
a) A UOp, ao receber o Oficial de Justiça, deverá anotar os dados do 
mandado, se possível extraindo cópia, solicitando dos executores da 
Ordem Judicial o tempo mínimo de 96 horas para efetuar o apoio, 
tendo em vista a necessidade de planejamento e mobilização do efetivo 
necessário para a execução do policiamento, marcando a possível data 
para execução do Mandado; 
b) Após as medidas acima, a UOp, imediatamente, fará contato com o 
Cmdo Itrm, informando sobre a Reintegração de Posse e fornecendo 
todos os dados do respectivo Mandado ou remetendo a cópia do 
mesmo; 
c) De posse dos mencionados dados, o Cmdo Itrm fará contato, de 
imediato, com os titulares das seguintes Secretarias: 
(1) Gabinete Civil; 
(2) Secretaria de Estado de Integração Governamental; 
(3) Secretaria de Estado de Governo; 
(4) Secretaria de Estado de Ação Social; 
(5) Secretaria de Estado de Agricultura, abastecimento, Pesca e 
Desenvolvimento do Interior; 
 
10
 
(6) Secretaria de Estado de Justiça e Direitos do Cidadão; e 
(7) Secretaria de Estado de Segurança Pública. 
d) A comunicação citada na alínea anterior trará, obrigatoriamente, os 
seguintes dados: 
(1) Comarca, Juízo e Número de ação em que foi determinada a 
reintegração de posse, bem como o nome das partes envolvidas; 
(2) Número exato ou aproximado de famílias instaladas na área a ser 
desocupada; 
(3) Data e hora em que deverá ser realizada a desocupação; 
(4) Providências adotadas pelo autor para a guarda dos bens dos 
ocupantes da área, e outras providências afins; 
(5) Identificação da(s) Unidade(s) policiais que atuarão no auxílio ao 
cumprimento da ordem judicial; e 
(6) Outros dados julgados úteis. 
Observação: A comunicação prevista na letra c) deve ser realizada, 
obrigatoriamente, nos casos de desalijo coletivo, ou seja, aquele que 
envolva mais de 10(dez) famílias, devendo ser remetidas cópias 
protocoladas dos ofícios de comunicação ao Juiz responsável pela lide. 
e. Todas as ações desenvolvidas deverão obedecer, além do já mencionado, 
as seguintes prescrições:
 
1) Estrito cumprimento do dever legal; 
2) Não permitir ações de outras organizações, em particular, as empresas de 
segurança privadas, considerando que o poder de polícia é indelegável; 
3) Prender em flagrante delito todos aqueles que infringirem a lei; 
4) Filmar todo o desenrolar da operação em cumprimento a mandado de 
reintegração de posse; 
5) Deverá o policial militar abster-se de quaisquer interferências em 
arrombamentos de obstáculos físicos, transporte de móveis ou outros 
utensílios domésticos, ou a demolição de barraco, limitando suas ações,
 
única e exclusivamente, à segurança dos Oficiais de Justiça executores da 
medida judicial;
 
f. A presente NI revoga a Nota de Instrução nº 003/83 do EMG-PM/3, de 
25mar83.

Outros materiais