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Histórico e fundamentos da Psicologia Comunitária no Brasil psicologia social comunitária como uma pratica voltada: - Prevenção da Saúde Mental - Educação Popular Após o golpe militar de 1964 surge nos EUA e em vários países da América Latina a expressão “psicologia comunitária” – referindo-se a atuação de profissionais junto a populações carentes Romper com a dualidade social e individuo, a psicologia quer distanciar a ideia que o individuo está separado do social. A psicologia comunitária busca a autonomia no cotidiano, ou seja, como profissional não se pode ter uma relação de dependência. É nescessario transformação sem que o individuo precise de ajuda para sempre Relações Comunitárias x Relações de Dominação Relação é uma coisa que não pode existir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para complementá-la. Exemplo: Maria é uma pessoa, UM SER, Se digo Maria “mãe”, eu já digo três, pois para a Maria ser “mãe”, ela precisa de ao menos mais dois elementos: companheiro e o filho. Relações sociais como elemento definidor dos grupos O que constitui um grupo é a existência, ou não, de relações. Se não há relação nenhuma entre pessoas, jamais se poderá falar em grupo: o que existe é como se fosse um “poste” ao lado do outro, se ninguém ter “nada a ver” com ninguém. O que constitui um grupo, são as relações. Multidão (massa), público “massa”, ou “multidão”, a existência de um grande número de pessoas ligadas por contiguidade física, isto é, que estejam num mesmo local “público”, também são multidões, mas sem contiguidade física, pois estão espalhadas por milhares de locais, e a única ligação é o fato de estarem sintonizadas em um mesmo canal. Relações de dominação Poder – capacidade de uma pessoa, de um grupo, para executar uma ação qualquer, ou para desempenhar qualquer prática – Todas as pessoas têm algum poder, na medida em que podem fazer alguma coisa Dominação – um relação entre pessoas, entre grupos, ou entre pessoas e grupos, através da qual uma das partes rouba, se apodera do poder (capacidade) de outros É uma relação assimétrica, desigual, injusta. Origem da dominação Ideologia poderá servir para criar e sustentar relações justas, éticas, como também para criar e sustentar relações assimétricas, desiguais, injustas, significados, sentidos, juízos de valor, discriminações, estereótipos, preconceitos, vamos ligando qualidades, características valorativas a determinadas pessoas ou coisas – relações de dominação Diferentes formas de dominação Dominação econômica – alguém rouba a capacidade (poder) de trabalho de outras pessoas. Dominação política – relações entre o estado, o governo e o cidadão. Dominação cultural – racismo, patriarcalismo, institucionalismo. Comunidade Um tipo de vida em sociedade, onde todos são chamados pelo nome (MARX) Diferença de comunidade e sociedade (pag 95) Os seres humanos participam da comunidade não pelo que têm, mas pelo que são. Na comunidade o indivíduo tem voz e vez podem colocar e podem colocar em ação suas iniciativas, desenvolvem suas criatividades, mas seu ser não se esgota nelas mesmas – elas se completam na medida em que tornam um “ser para”, exercitando sua plena vocação política e social Por que falar de relações e de tensões nos trabalhos comunitários? A Psicologia Social Comunitária (PSC) latino-americana assume o compromisso com a libertação dos povos e setores oprimidos. Para isso, a compreensão sobre o que acontece com as pessoas em seu dia a dia, sobre os significados que atribuem à vida que têm, e sobre o tipo de relação que estabelecem com os demais durante o processo de intervenção comunitária Os significados psicossociais devem ser analisados no contexto dos integrantes de dois grupos de agentes psicossociais importantes: (pag 85) - O grupo de profissionais externo - O grupo autóctone dos moradores e/ou representantes e líderes comunitários Dimensões internas e externas na relação profissional-comunidade: Eixo I Três dimensões relevantes aos trabalhos comunitários na perspectiva da PSC: (pag 86) - As necessidades vividas e sentidas e os compromissos - Adoção de estratégias de intervenção guiadas pelo foco da melhoria da vida das pessoas - Ações e intervenções comunitárias que tenham importância e sentido na vida das pessoas e da sua comunidade. Sobre as dimensões internas dos trabalhos comunitários Para a análise das dimensões internas dos trabalhos comunitários, destacam-se 4 elementos que têm afetado as dinâmicas psicossociais em comunidade: (pag 90) 1 - O primeiro refere-se ao próprio trabalhador comunitário, buscando compreender os caminhos pelos quais se dá a sua construção como um ser psicosocial – isso significa compreendê-lo em termos de agente de intervenção e de ações sociais, e ao mesmo tempo como um produtor de conhecimento. 2 - O segundo refere-se à própria ação deste trabalhador comunitário – é importante conhecer que tipo de compreensão e significados psicossociais (pessoais, sociais e políticos) são tributados – àquilo que os profissionais fazem em seus trabalhos. 3 - O terceiro refere-se a relação estabelecida entre os trabalhadores comunitários e a comunidade - dependendo da natureza dessa relação (unilateral ou dialética; dialógica ou pragmática) decorre que os polos de conhecimento e de experiência pode se cristalizar em um dos pontos do continuum. 4 - O quarto refere-se a própria prática de intervenção psicossocial e suas relações com a vida cotidiana – seja em termos de ser mantenedora, seja adaptadora ou transformadora das condições estruturais e conjunturais que estão mantendo a população naquele tipo de realidade. Conhecer os determinantes dos problemas nos quais vive a população e sobre como sua dinâmica psicossocial. Tensões na relação profissional-comunidade e repercussões na vida cotidiana: Eixo II Os processos de: Conscientização – implica pensar como se constrói a consciência na vida cotidiana, a cada etapa e momento das práticas de intervenção psicossocial, e como ela pode ser apreendida nas relações concretas. Participação – refere-se sobre as práticas comunitárias e suas formas de expressão Eixos de avaliação que podem imprimir um caráter de fortalecimento ou enfraquecimento das práticas comunitárias: (pag 96) Julgamento do trabalho como produto e processo, considerando seus resultados. Tipo e natureza de conhecimento produzido e que atores estão envolvidos, seja na produção, seja no desfrute e destinação. Crenças sobre o grau de importância das ações realizadas Sentimentos de dignidade e justiça ao participar (ou não participar) das práticas comunitárias em suas diferentes etapas. Diário de Campo: reflexões epistemológicas e metodológicas Refere-se a uma técnica específica de registro de dados muito utilizado nas pesquisas qualitativas que utilizam principalmente a observação Todas as ciências se apropriam da observação de fenômenos para construção de seus conhecimentos. O campo das ciências sociais, que têm no homem seu tema de estudo, apresenta-se como uma realidade diferente do campo das ciências naturais Diferencia-se de uma simples coleta de dados quando pressupõe a participação do pesquisador no cotidiano dos sujeitos estudados, possibilitando redes de comunicação e a observação das mais variadas formas de expressão desses sujeitos, o que é fonte excepcional para produção de conhecimento no âmbito da Psicologia Na ciência natural o dado é resultado da aplicação de instrumentos/técnicas, sem a mediação do pesquisador. A coleta de dados é o momento de contato com a informação, esta terá seu sentido/interpretação atribuído só posteriormente, na etapa da interpretação dos resultados – o pesquisador tem um papel passivo, que com frequência se identifica com a aplicação de instrumentos Maria Teresa Argilaga, apresenta os tipos de dados de campo: (pag 172) Os que se coleta: quando o pesquisador observa o comportamento de outro ou o próprio. E os que se produz: quando recorre a pessoas através de entrevista ou questionário O trabalho de campo permite ao pesquisador interagir com a cultura, a linguagem e com os sujeitos de sua pesquisa, revela-se um meio eficaz de contemplar a multiplicidade de aspectos da realidade social, as contradições, permitindo maior apreensão da realidade social tal qual ela se apresenta Psicologia da Libertação As duas principais teorias presentes na constituição dos pressupostos básicos da Psicologia da Libertação são: (pag 113) Educação Popular – Paulo Freire no Brasil Sociologia Crítica ou Militante – Fals Borda na Colômbia Essas teorias possuem em comum uma prática transformadora, e seus aplicadores se definem como agentes de mudança social ao invés de uma posição absolutista, de detentores de saber Martin-Baró insistiu que a Psicologia devesse enfrentar os problemas nacionais e ser desenvolvida desde as condições sociais e as aspirações históricas da maioria populares. O assassinato de Martin-Baró em 1989 reforça uma das principais idéias que permeiam a Psicologia da Libertação – a questão do terrorismo e autoritarismo Fundamentos As bases da prática da Psicologia da Libertação na América Latina são cientificas e religiosas A igreja pôs-se a clamar por uma mudança radical nas estruturas latino americanas: (pag 119) Maior equidade na distribuição de riquezas Facilitar o acesso aos bens da cultura e da saúde Criar mecanismos de participação política Pôr limite a violência Reduzir a desigualdade entre ricos e pobres. Principais Conceitos Martin-Baró compreende uma ideologia como constituída num sistema, que organiza e regula as formas de vida, de um conglomerado social em um determinado tempo e circunstância. As pessoas incorporam psiquicamente a ideologia social, nas quais 3 instituições são catalisadoras: FAMÍLIA ESCOLA MORAL FAMÍLIA Figura do pai machista, autoritária e psicologicamente ausente do lar e dos trabalhos domésticos. Mãe postura feminina, gratificadora e presente no lar e nas tarefas domesticas. ESCOLA Estrutura bancaria, vertical e seletiva Destaca dois traços: competitividade e a verticalidade autoritária Os companheiros são vistos como rivais e aspiram o sucesso próprio como meta desejável - individualismo MORAL Autoritarismo Individualismo Formalismo Em sintase A família produz dependência emocional; A escola produz passividade e individualismo; A moral hipocrisia Sendo estes os elementos mediadores nos quais derivam os regimes políticos A libertação não pode ser encarada como algo natural, um momento, dom ou dádiva que se extingue ou demarca por um ato – Trata-se de um movimento contínuo, de uma série de processos Identidade Características que podem ser feita com base em crenças e estereótipos que podem advir de processos de intercâmbio cultural e social. Formas perversas de inclusões sociais – negação das diferenças e necessidades particulares de pessoas ou grupos em nome de uma falsa igualdade. Fatalismo Algo é fatal quando é entendido como inevitável, ou como algo desagradável, infeliz. Põe em evidencia uma relação de sentido muito peculiar que as pessoas estabelecem consigo mesmas e com os fatos de sua existência, que se traduzirá em comportamentos de conformismo Destino da existência humana está predeterminado A ruptura da mentalidade fatalista se dá através da consciência histórica, desideologização e manutenção de uma atitude altruísta Conscientização Também denominada desideologização: Processo dialético: entrelaçamento dos âmbitos sociais e pessoais Processo de decodificação: fazer consciente a práxis humano/ humano e humano/natureza Novo saber da realidade circundante Recupera-se a memória histórica Desmascara-se o universo simbólico Prática psicológica e processo de libertação Três principais bases de atuação 1) Propiciar uma forma de buscar a verdade desde as massas populares 2) Criação de umas novas práxis psicológicas para transformar as pessoas e as comunidades, reconhecendo suas potencialidades negadas 3) Promoção da atividade dos grupos oprimidos incorporando ações transformadoras e libertadoras.
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