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Dentística - Amálgama Dental ● Vantagens: Durabilidade, relação custo-benefício para o paciente, simplicidade da técnica e tempo necessário para confeccionar a restauração. ● Desvantagens: Não se combina com a estrutura dental devido ao seu aspecto metálico (não é da cor do dente), é frágil (sujeito a corrosão, galvanismo), não confere resistência ao remanescente dental (carga mastigatória absorvida é passada para o resto do dente), risco de contaminação pelo mercúrio (ainda sem dados que comprovem, pois a exposição é mínima), preocupação quanto ao descarte do mercúrio. ● Significado de amálgama: Fusão perfeita de coisas ou pessoas distintas que formam um todo; mistura. ● Amálgama Dental: massa plástica resultante do processo de amalgamação ou trituração do mercúrio na forma líquida e uma liga metálica na forma de pó. ● Composição da Liga Metálica: Prata: aumenta a resistência, diminui escoamento do amálgama sob ação de cargas mecânicas. Desvantagem de aumentar a expansão de presa Estanho: Corresponde a ¼ da composição da liga. Facilita a amalgamação (mistura da liga com o mercúrio) à temperatura ambiente, auxilia na redução da expansão da prata. Cobre: Substitui parcialmente a prata. Aumento da dureza e resistência mecânica do amálgama, reduzindo escoamento e corrosão. **Ligas com percentual de cobre inferior a 6% são classificadas como ligas com baixo teor de cobre e ligas com percentual de cobre entre 13% e 30% são ligas com alto teor de cobre. Zinco: auxilia no processo de fabricação e serve como agente desoxidante durante a fusão da liga. ( tem afinidade com o oxigênio e impurezas, além de diminuir a possibilidade de formação de outro óxidos. **Ligas com mais de 0,01% de zinco são classificadas como ligas com zinco e àquelas com percentual inferior são as ligas sem zinco. Índio: aumenta resistencia a compressao e reduz o creep do amálgama. Reduz a quantidade necessária de mercúrio durante amalgamação. Reduz o brilho após polimento e tende a aumentar a rugosidade superficial (formação de óxidos de zinco) ● Morfologia das partículas: Limalha: A limalha tem formato irregular. As partículas de pó da liga na forma de limalha são produzidas pela moagem ou pelo corte do lingote fundido em torno mecânico (trituração). As partículas produzidas passam por uma peneira refinada e depois são moídas para formar partículas de tamanhos diferentes. Classificação das limalhas: corte regular (média de 45 um), corte fino (35 um), corte microfino (26 um). **As partículas finas e microfinas são as que a apresentam melhores características de manipulação, produzem restaurações com superfícies mais lisas, mas, quanto menor o tamanho, maior a quantidade de mercúrio para a amalgamação Partículas esféricas: O pó é obtido por um processo de atomização. Solidificação das partículas em formato esférico com tamanhos variados. Fase dispersa: limalhas + esféricas ● Influência do tamanho e do formato das partículas nas ligas de amálgama. Partículas menores ou ligas de corte fino tendem a requerer mais quantidades de mercúrio para produzir uma massa plástica. As partículas esféricas necessitam de menos mercúrio líquido para “molhar” todas as suas superfícies em comparação com partículas cúbicas ( uma esfera e um cubo podem ter o mesmo volume, mas área de superfície da esfera é sempre menor). Limalha precisa de 50 a 52% em peso de mercúrio, part.esféricas precisam de 42 a 45% !!! ● Processo de amalgamação As reações de presa das ligas de amálgama com mercúrio são geralmente descritas pelas fases metalúrgicas que estão envolvidas. Essas fases são designadas por letras gregas: 1) Ligas com baixo teor de cobre Após a mistura da liga com o mercúrio, forma-se duas novas fases: Ag2Hg3 (Gama 1) e Sn7Hg (Gama 2). Fase Gama 1 se precipita antes da fase Gama 2 (prata possui menos solubilidade no mercúrio) Enquanto os cristais da fase gama 1 e gama 2 estão sendo formados, o amálgama possui deformação plástica e é de condensação e escultura. Com o tempo, os cristais dessas fases se precipitam e o amálgama torná-se mais rígido A quantidade de mercúrio líquido empregado não é suficiente, portanto, a massa final de amálgama contém cerca de 27% do composto original Ag3Sn (fase gama) Quanto maior o percentual de fase gama no final da reação, mais resistente é o amálgama final. Amálgama rico em Gama 2 tem baixa resistência à compressão, baixa dureza, possui grande escoamento e maior tendência a sofrer corrosão. 2) Ligas com alto teor de cobre Liga com ⅔ da liga convencional e ⅓ de de uma liga eutética de Ag3Cu2 ===> maior resistência à compressão e melhor desempenho clínico que as ligas com baixo teor de cobre (redução ou eliminação da fase gama 2) O amálgama obtido foi denominado amálgama de fase dispersa por por possuir pó de liga com duas conformações. Reação 1 : nas ligas de fase dispersa, o mercúrio ataca as partículas de limalha (Fase gama - Ag3Sn) e as de eutético (Ag3Cu2) Reação 2: se existirem quantidades suficientes de eutético, ocorre a segunda reação A liga eutética reage com a fase gama 2 e o resultado é que a gama 2 pode ser reduzida ou sua formação prevenida. Assim como ocorre com as ligas com baixo teor de cobre, a gama 1 é que une todo o conjunto de partículas não reagidas da liga, fazendo papel de matriz 3) Ligas de Composição única Cada partícula dessa liga de composição única apresenta a mesma composição química (prata, cobre e estanho). Dentro dessa partícula é encontrada as fases Gama (Ag3Sn) e Epsilon (Cu3Sn). A solubilidade do mercúrio no estanho é 170x maior que na cobre e 17x maior que na prata ===> o estanho é esgotado pela formação da fase gama 2 e o percentual de cobre na periferia da superfície aumenta. Resultado: no estágio final as partículas dessa liga são circundadas pela gama 1 e gama 2. A fase gama 2 reage com a fase epsilon, formando a fase Eta (N) e mais gama 1. ● Propriedades: Alterações Dimensionais: Toda liga de amálgama exibe em determinados momentos uma contração ou expansão > Contração: desadaptação marginal infiltração (recorrência de lesão de cárie) > Expansão: sensibilidade pós-operatória (maior pressão nos tecidos remanescentes) e protrusão da restauração. Segundo determinação da ADA: Alterações de 15 a 20 u m/cm (à 37º nas primeiras 24h) são toleráveis. Existem fenômenos de expansão e contração durante todo o processo de cristalização do amálgama: > Fase Gama 1 é menor que a soma da fase gama com mercúrio (contração) > Crescimento dos depósitos de cristais Gama 1 (expansão) Alterações dimensionais dependem diretamente da disponibilidade de mercúrio: > Menos mercúrio (através da proporção correta ou aumento do tempo de trituração): Maior contração > Excesso de mercúrio: Maior expansão Expansão tardia do amálgama: está ligada diretamente com a presença de umidade (água ou saliva). Contaminação durante a condensação. O contato da água com o zinco presente nas ligas gera hidrogênio que se incorpora ao amálgama e pode promover expansão tardia que se inicia de 3 a 5 dias após a condensação e pode durar meses. Resistência à Compressão: Baixa resistência à tração e flexão Restaurações com amálgama precisam de preservação da dentina (proteção mecânica) A resistência à compressão está ligada a sub e super trituração: >Menos mercúrio: superf porosa e propensa à corrosão > Mais mercúrio: maior formação da fase gama 2 (menor resistência). Restaurações com amálgama duram em torno de 20 a 30 minutos. O paciente pode mastigar logo em seguida: > 20 minutos depois; 6% da resistência > 8 horas: 70% da resistência > 24 horas do início da trituração: Resistência máxima O certo era o paciente esperar 24 horas para poder mastigar!! Os maiores valores de resistência à compressão para as ligas com alto teor de cobre se deve a redução ou eliminação da fase gama 2. Creep ou escoamento: Creep: Deformação plástica lenta, sob pressão. A restauração em atividade sofre deformação a partir das forças mastigatórias. E na medida que vai se aproximando da margem do preparo ela tende a se tornar mais delgada Escoamento sem suporte (camada mais estreita de material restaurador) + baixa resistência à tração + corrosão (ligas de baixo teor de cobre) = FRATURA O processo corrosivo do amálgama pode ser controlado eliminando ou reduzindo a fase gama 2 presente nas ligas de baixo teor de cobre Quanto maior a corrosão, menor a resistência e maior o manchamento Selamento marginal: vedamento da interface dente restauração a partir dos produtos da própria corrosão. Benefício! É preciso obter restaurações com superf mais lisas e homogêneas. Propriedades térmicas: Amálgama possui alto valor de condutividade e difusividade térmica (transmite de forma rápida e eficaz o calor dos alimentos e líquidos) Possui um coeficiente de expansão térmico linear maior que o das estruturas dentárias Propriedades Biológicas: Efeito tóxico do mercúrio: vapor de mercúrio pode ser liberado das restaurações de amálgama devido ao efeito abrasivo da escova dental, do bolo alimentar ou pela mastigação ● Fatores que afetam a resistência do amálgama: > Quanto menos mercúrio, maior a resistência > Quanto maior a proporção das fases gama e gama 1, maior a resistência > Em qualquer material, a presença de porosidade reduz a resistência > Quanto maior a proporção mercúrio/liga, maior a resistência > A super trituração altera as propriedades do amálgama e reduz o tempo de trabalho (se cristaliza mais rápido) ● Manipulação clínica do amálgama Seleção da liga e proporcionamento: A seleção envolve fatores que podem ser inerentes à composição da liga (teor de cobre e presença de zinco), ao formato (limalha, esférica ou fase dispersa) e ao tamanho das partículas (finos, grossos ou irregulares). Outros fatores: forma de apresentação do material (granel, cápsulas) e tempo de cristalização (rápido, regular ou lento) O amálgama era embalado em frascos separados de liga e mercúrio, e eram proporcionados no momento do uso e triturados manualmente. (uso de gral e pistilo) ⇒ dosagem errada e risco de contaminação Surgimento das pastilhas comprimidas a fim de facilitar a dosagem ⇒ risco de contaminação Surgimento de ligas de amálgama e mercúrio pré dosadas e encapsuladas que passaram a ser triturados em amalgamadores mecânicos. ⇒ diminuição dos riscos de contaminação e padronização da dosagem Trituração Manual: ultrapassada Mecânica: utilização de amalgamadores mecânicos. Processo mais prático, resultados mais uniformes, diminui riscos de contaminação, economia do tempo. Fabricantes das ligas fornecem o tempo e a velocidade de trituração ideal para as diferentes marcas de amalgamadores. > Subtrituração: no término da amalgamação as ligas se apresentam secas e esfareladas (deveria ser triturada por mais tempo) > Subretriturada: aparência molhada, brilhante, temperatura alta. (deveria ser triturada por menos tempo) > Adequadamente triturada: massa coesa, temperatura média e brilho superficial acetinado. Condensação: Compactar o amálgama dentro da cavidade preparada, o que ocasiona o afloramento de mercúrio, de forma a alcançar uma massa com maior densidade possível. Tbm deve otimizar a adaptação do amálgama nas paredes cavitárias ⇒ resistência aumentada e o creep reduzido > Manual: são comercializados em diferentes formatos e com secção transversal em diferentes áreas. A pressão de condensação depende tanto da força aplicada sobre o condensador como do tamanho da sua ponta ativa > Mecânica: pouco difundida entres os profissionais (não produz resultados melhores e dispositivos caros) Brunimento pré-escultura: O brunimento é o ato de esfregar a massa de amálgama, em estado ainda plástico, com o auxílio de instrumentos metálicos que apresentam ampla superfície de contato Pré escultura: aumenta a densidade de núcleos de partículas, removendo o excesso de mercúrio; reduz a porosidade superficial; melhora a adaptação do amálgama nas margens cavitárias, reduzindo a microinfiltração; e diminui a rugosidade superficial. (Acabamento e polimento) Provoca o afloramento de mercúrio residual para a superfície da restauração (removido durante a escultura) Escultura Significa devolver ao dente o seu formato original O amálgama é esculpido de forma mais simples e rápida possível (pouca capacidade de resistir a cargas intensas) Brunimento pós escultura Vantagens: superfície mais lisa, facilidade de polimento, redução de porosidades das margens, redução do conteúdo de mercúrio nas margens e superfícies, redução da emissão de mercúrio residual e aumento da dureza das margens. Acabamento e polimento São o resultado de uma sequência de atuação de pós e instrumentos abrasivos nas superfície da restauração
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