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AGROSTOLOGIA Ciência que consiste no correto uso do solo para o plantio de espécies forrageiras destinadas ao consumo animal, a fertilidade e adaptação dessas plantas e seus teores nutritivos. SOLO – PLANTA – ANIMAL – CLIMA Importância das plantas forrageiras para a produção animal Forrageira ou planta forrageira: são as plantas, geralmente, gramíneas e leguminosas usadas como fonte de alimento para os animais podendo ser disponibilizado por meio do simples plantio da forrageira como ocorre em um pasto ou a planta pode ser produzida e posteriormente colhida para só então servirem de alimentos aos animais (feno e/ou silagem, capineira ou legumineira). Gramínea: Nome genérico dado a plantas forrageiras anuais da família Poaceae. Esta família botânica também inclui espécies de cereais. Sinonímia: capim, grama. Leguminosa: Nome genérico dado a plantas forrageiras da família Fabaceae, cuja principal característica é a capacidade de fixação de nitrogênio do ar, tornando-o disponível no solo. Sinonímia: fabácea. Tipos de Cereais: Milho, Aveia, Centeio, Cevada, Sorgo, Painço, Triticale, Amaranto e Trigo. • Gramíneas e leguminosas – fonte de alimento de grande importância para o desenvolvimento e reprodução de animais ruminantes como bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos. • As leguminosas possuem forma e estrutura de plantas cujas sementes contam com dois cotilédones, as primeiras folhas que surgem na fase de germinação. Por isso, são chamadas de dicotiledôneas. • As gramíneas, por sua vez, são monocotiledôneas – as sementes têm um cotilédone. • Outra particularidade de cada espécie é que as folhas das leguminosas são compostas e as das gramíneas lineares. Exemplos São exemplos de monocotiledôneas: capim, cana- de-açúcar, milho, arroz, trigo, aveias, cevada, bambu, centeio, entre outras. São exemplos de angiospermas dicotiledôneas: feijão, amendoim, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico, morango, café. LEGUMINOSA GRAMÍNEA • Gramíneas fornecem energia muito mais na forma de carboidratos. • Leguminosas, plantas que são representadas por vagens como feijão e soja, têm como grande benefício a maior oferta de proteínas. O alto teor de proteínas em leguminosas vem da sua capacidade de fixação de nitrogênio da atmosfera (presença de bactérias raízes). Ao receberem água e nutrientes das leguminosas por meio de nódulos, os microrganismos colonizadores absorvem maiores teores de nitrogênio da atmosfera e liberam parte dele para a planta fabricar suas proteínas. • Como são mais eficientes na absorção de água e menos sensíveis a altas temperaturas e à radiação solar, as gramíneas respondem mais rapidamente à fotossíntese. Com desenvolvimento mais veloz, as gramíneas conseguem acumular mais massa (matéria seca), o que as torna plantas mais produtivas. Forragem partes comestíveis das plantas herbáceas, exceto os grãos, raízes e tubérculos, que podem servir na alimentação dos animais em pastejo, ou colhidas e fornecidas no cocho. • Pastagens e/ou conservados (feno e silagem) • Capineiras - é uma área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial de produção de forragem feno silagem • As plantas forrageiras são importantes pelo papel que desempenham na alimentação de bovinos, uma vez que 88 % da carne produzida no país é oriunda de rebanhos mantidos quase que exclusivamente a pasto. • Estima-se que 75% da superfície utilizada pela agricultura seja ocupada por pastagens, o que corresponde a aproximadamente 20% da área total do país. • Pastagem – unidade de manejo de pastejo, fechada e separada de outras por cerca ou barreira. Pode ter subdivisões (piquetes) e deve ter cocho para sal e bebedouro, além de sombra para os animais. • Pasto é a forragem oriunda da planta forrageira consumida pelo animal. • O produtor tem que se tornar competitivo, produzir com eficiência, qualidade, modernização e com baixo custo de produção. • Então, a formação de boas pastagens assume real importância, tornando-se a melhor opção para alimentação animal, por ser barata e rica em nutrientes. Forragens e animais ruminantes • As forragens são alimentos volumosos, fibrosos (possuem menos de 60% de NDT e mais de 18% de FB). • Os animais ruminantes podem utilizar com certa eficiência as fibras contidas nas forragens, podendo ter grande parte de sua dieta constituída por estes alimentos – graças a fermentação ruminal. • Além de papel nutritivo, as fibras das forragens desempenham papel na regularização do processo digestivo dos herbívoros (estímulo da ruminação). Resumindo • Animais ruminantes precisam de fibras em sua dieta, tanto para garantir o funcionamento adequado do sistema digestivo (e desta forma, aproveitar os demais nutrientes) quanto como fonte de ENERGIA. De forma geral, a utilização de sistemas de produção animal com base em forrageiras justifica-se por: Utilização de recursos alimentares não utilizáveis diretamente pelo homem. Demanda por sistemas de produção de baixo custo, pouco dependente de fatores de mercado e que possuam capacidade de produção adequada e de produtos de qualidade. Aspectos relacionados ao bem estar animal e a qualidade dos produtos, colocando em cheque alguns sistemas de produção e alguns alimentos que poderiam descaracterizar o comportamento natural dos animais (animais de confinamento). No Brasil, pelos sistemas de produção de gado serem predominantemente a pasto, o estudo das plantas forrageiras assume caráter ainda mais relevante Características de uma boa planta forrageira • alta relação folha/caule; • bom crescimento durante o ano todo; • ser perene; • facilidade de se estabelecer e dominar; • produzir sementes férteis, em abundância e de fácil colheita; • boa palatabilidade; • resistência às pragas e doenças; • resistência ao fogo; • resistência a extremos climáticos; • alto valor nutritivo. CLASSIFICAÇÃO 1. USO pastejo silagem corte conservação fenação uso direto gramínea leguminosa PASTEJO • Pastejo – ato de desfolhar a planta enraizada no campo, envolvendo busca, apreensão e ingestão. – Intensidade de pastejo ou corte é determinada pela altura da planta no pastejo ou no corte. CORTE USO COCHO CONSERVAÇÃO Enfardadora Enfardadora de Rolo Prensa enfardadeira Armazenamento feno Armazenamento feno e pré secado Mini fardos de pré secagem Mini fardos de pré secagem Classificação das plantas forrageiras • a) De acordo com a duração do cultivo Anuais Perenes • b) De acordo com a sua inserção no sistema produtivo Permanente Temporária (participante de rotação de cultura) • c) De acordo com a origem Pastagem Nativa Pastagem Natural Pastagem exótica Tipos de Pastagens: • Pastagem natural, • Pastagem nativa e • Pastagem artificial ou cultivada. ► São utilizadas nas propriedades e depende da criação, solo e clima da região e condições da propriedade. • Pastagem natural - é uma pastagem onde a vegetação original é composta principalmente de espécies herbáceas (gramíneas e não gramíneas) e arbustos. Ex.: campos do RS, os pampas da Argentina, campos limpos do Brasil Central, caatingas do Nordeste brasileiro. campos do RS pampas da Argentina campos limpos do Brasil Central caatingas do Nordeste brasileiro Pastagem nativa - são o tipo de vegetação espontânea que possuem algum tipo de valor forrageiro, esse tipo de vegetação cresce após a destruição da vegetação original, sem intervenção do homem. Pastagens nativas emáreas de cerrado no Amapá Pastagem nativa de plantas consideradas invasoras, predominando capim marmelada e capim colchão, consorciado com várias leguminosas. • Pastagens Artificiais ou Cultivadas - é composta de espécies exóticas ou nativas, onde já não existe a vegetação original. Já quanto a duração, as pastagens artificiais são classificadas em permanentes e temporárias. As permanentes podem durar até 30 anos e as temporárias tem duração de 6 meses em média. Pastagem composta por Tifton 85 Pastagem de Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) - Pastagem Natural: Não houve perturbação do ambiente. Forrageiras Subtropicais e Tropicais No Brasil aproximadamente 110 milhões de hectares são de pastagens artificiais e cultivadas com diversas variedades de forrageiras. Capim - Gramínea da família Poaceae Panicum maximum Jacq Cultivares Colonião Tanzânia Mombaça Aruana Tobiatã 1. Variedades de plantas obtidas por um cultivo resultado de seleção artificial. 2. Denominação usada para designar as variedades híbridas de vegetais obtidas mediante cultivo. Brachiaria sp Algumas espécies B. decumbens B. Brizantha cv. Marandu B. ruziziensis B. Brizantha cv. Xaraés ou MG5 B. humidicola Cynodon sp C.dactylon (Capim Tífton) C. nlenfluensis (Grama estrela) Pennicetum sp (Capim elefante) Pennicetum sp (Milheto) Gramíneas anuais de inverno Temperadas Avena sativa (Aveia branca) Avena strigosa (Aveia preta) Lolium multiflorum (Azevém) Leguminosas De verão: Arachis, Soja perene, Siratro, Estilosantes... Arachis pintoi (Amendoim forrageiro) De inverno: Trevos, Cornichão, Alfafa... Trifolium repens (Trevo branco) Definições básicas • 1 UA = animal adulto de 450 kg. • 1 ha = hectare – 10.000 m2 • O alqueire 1 alqueire do Norte → 27 225 m2 → 2,72 ha 1 alqueire Mineiro → 48 400 m2 → 4,84 ha 1 alqueire paulista → 24 200 m2 → 2,42 ha 1 alqueire baiano → 96 800 m2 → 9,68 ha Capineira: é uma área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial de produção de forragem que são cortadas e picadas para fornecimento de alimento verde no cocho, em especial, na época seca. Napier Cameroon Pioneiro Pennisetum purpureum (Capim elefante) Mineiro Capineira Silo: Instalações agrícolas de construção impermeável utilizada para armazenar e conservar cereais ou forragem verde. Ensilagem: Processo de conservação de forragens verdes dentro de silos sem a presença de ar. Silagem: Forragem conservada mediante a fermentação anaeróbica com formação de ácido láctico. • Taxa de lotação: é o número de animais ou unidade animal (UA, que é igual a 450 kg de peso vivo) pastejando uma unidade de área (hectare, ha) por um determinado tempo. • Pressão de pastejo: é a relação entre a disponibilidade de forragem e a carga animal existente. Geralmente padronizados os animais para 100Kg de Peso Vivo. Pressão = Kg de MS disponível/100Kg de peso vivo (PV) Essa definição, obviamente, é muito geral, e o tipo de animal deveria ser definido (ovinos, bovinos, etc.) e, mais precisamente, a classe do animal (vacas em lactação, novilhas, bezerros, etc.). Como medir a eficiência das plantas forrageiras Forragem disponível ou oferta de forragem: é a quantidade (kg) de matéria seca (MS) de capim disponível para cada 100 kg de PV do animal por dia. A MS é determinada pela pré-secagem do capim a temperatura de 55-65ºC por 72 horas. ▪ A forragem disponível poderá ser estimada mediante o uso da técnica do quadrado, sendo utilizado o quadrado com 0,25 m2 (0,5m x 0,5m) para os capins de crescimento prostrado (Braquiárias), crescimento estolonífero (Tifton, Coast Cross, etc.), e de 1,0 m2 para os capins de crescimento cespitoso (Colonião, Tanzânia, Mombaça, Elefante, etc.). A técnica consiste em jogar o quadrado, aleatoriamente, na área em que se deseja estimar a produção ou disponibilidade de forragem, quantas vezes forem necessárias, de forma a se ter uma representação de todas as subáreas da pastagem. Vale ressaltar que um maior número de quadrados irá permitir uma estimativa mais confiável e precisa, em razão da grande variabilidade existente entre pontos em uma pastagem. Além disso, sugere-se, ainda, a medida prévia da altura da forragem, de forma a se identificar áreas mais uniformes. TÉCNICA DO QUADRADO ► Uma vez feito isso, corta-se a forragem, conforme a altura de manejo recomendada para a espécie em questão, e pesa-se a amostra, obtendo assim o peso de forragem para um número determinado de amostragens. ► Exemplo, se for considerada uma pastagem de capim Tanzânia que, após a amostragem de dez pontos, apresentou peso total de 17,0 kg, ou seja, peso médio por quadrado de 1,7 kg, será obtido 1,70 kg/m2 e, se esse dado for extrapolado para um hectare, chegar-se-á a uma disponibilidade de 17,0 toneladas de biomassa/hectare ou 3,4 toneladas de matéria seca (MS), se for considerada a matéria seca do capim como sendo de 20%. TÉCNICA DO QUADRADO A maneira mais prática para tentar atingir a situação de pastejo ótimo é considerar a altura de pastejo do capim na entrada e na saída dos animais da pastagem e, no caso do pastejo sob lotação rotacionada, considerar o período de descanso específico de cada capim. Para cada situação e momento, estabelece-se uma relação inversa entre taxa de lotação e disponibilidade de forragem, pois deve-se assumir que a produção de forragem varia ao longo do tempo em função das condições climáticas. Além desse aspecto, deve-se ter em mente que o consumo de forragem, o pisoteio, a deposição de fezes e de urina e os locais onde os animais se deitam podem alterar as relações entre forragem disponível e a taxa de lotação. Capacidade de suporte: é a taxa de lotação em uma pressão de pastejo ótima, durante um período de tempo definido, no qual se observa a máxima produção animal por área, sem causar a degradação da pastagem. A capacidade de suporte das pastagens varia em função do solo, clima, estação do ano e espécie ou cultivar forrageira, ou seja, de acordo com os fatores que determinam a oferta de forragem ao longo do ano. Se usar pastagens faz todo o sentido para a pecuária nacional, porque a enorme porcentagem de pastagens degradadas? Principais fatores associados à degradação das pastagens • Certa mentalidade “extrativista” da atividade (animais como reserva de mercado ou forma de ocupar o solo até a valorização da área). • Falta de critérios para a escolha das espécies que serão cultivadas, utilizando espécies não adaptadas a uma determinada região ou mesmo não obedecendo as recomendações existentes. • Manejo inadequado das plantas forrageiras (superpastejo ou subpastejo da área). • Falta de correção do solo ou pouco conhecimento sobre sistema alternativos, que poderiam minimizar esta necessidade (por exemplo, sitemas silvipastoris). • O desconhecimento de fatores básicos a respeito do processo de interação animal-planta-solo-clima, criando formas de manejo “padronizadas” e que muitas vezes atendem a realidade dos produtores rurais.
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