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A Nova Revolução Copernicana

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Prof. Diego Frederichi
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Kant foi o primeiro dos grandes filósofos modernos a produzir seu pensamento dentro de uma universidade, como acadêmico, isto é, professor universitário de filosofia. Isso não acontecia desde a Idade Média e só viria a se tornar comum a partir do século XX. 
Na época em que lecionava, o pensamento racionalista ainda era muito forte entre os pensadores da Aufklärung, sobretudo por influência do filósofo alemão Christian Wolff (1979-1754), herdeiro intelectual de Leibniz e igualmente professor universitário.
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Desde Descartes, os filósofos se dedicavam à investigação do conhecimento na tentativa de explicar como ele se dá e sobre o que é possível conhecer.
Os racionalistas deram a sua resposta, baseada no poder absoluto da razão e na possibilidade de explicar tudo; os empiristas reagiram destacando a importância dos sentidos e seus limites.
Kant achava que tanto os sentidos como a razão são fatores determinantes no processo de conhecimento das coisas e, portanto, não adotou nenhuma das duas posições.
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Para ele, ambas apresentavam acertos e erros e seria possível obter melhores resultados se elas fossem sintetizadas numa perspectiva totalmente nova de abordagem do conhecimento.
É o que faz o filósofo em sua primeira obra, Crítica da razão pura, publicada quando ele tinha 57 anos de idade. 
Nela, Kant recorda o sucesso de Copérnico quando o astrônomo, percebendo que os princípios explicativos da teoria geocêntrica se fragilizavam diante de novas constatações, resolveu tirar a Terra do centro do universo e colocar o Sol em seu lugar, fazendo nosso planeta girar ao redor da estrela.
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Propõe fazer o mesmo com a questão do entendimento, ou seja, inverter o lugar determinante que ocupa o objeto nas abordagens tradicionais, pois, para ele, são “os objetos que têm que se regular pelo nosso conhecimento”.
Isso quer dizer que quando, por exemplo, vemos um objeto qualquer, a imagem que se forma em nossa mente não é determinada por esse objeto e sim o contrário, isto é, nós, através do nosso modo próprio de perceber, é que determinamos e formamos essa imagem.
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Kant entendia, como os empíricos, que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, isto é, no momento em que entramos em contato sensível com as coisas.
Mas ele achava que esse conhecimento não é simplesmente dado pelas coisas, como se o sujeito que conhece ficasse totalmente passivo no processo. 
Por isso, ele buscou saber como é o sujeito puro, a priori, isto é, o sujeito antes de qualquer experiência sensível, e chegou à conclusão que o sujeito possui certas faculdades que possibilitam e determinam a experiência e o conhecimento. 
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Uma dessas faculdade é a sensibilidade. O filósofo observou que, quando percebemos e representamos em nossa mente qualquer coisa externa, essa representação é sempre feita no tempo e no espaço. 
Por exemplo: quando vejo um carro andando, percebo que esse carro se desloca por um certo espaço em um determinado tempo; 
 quando ouço um ruído, percebo esse ruído como breve ou demorado e vindo de uma determinada direção; quando assisto a uma corrida que termina empatada, percebo esse fato como a chegada de dois corredores a um mesmo lugar no mesmo instante.
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Kant conclui, então, que tempo e espaço são condições a priori de possibilidade da experiência sensível ou intuição empírica.
Em outras palavras, tempo e espaço não são abstrações ou algo que existe fora de nós: eles constituem formas da sensibilidade, isto é, são ferramentas humanas inatas e necessárias ao homem para que ele possa construir toda a sua experiência do mundo. 
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Essas formas de sensibilidade atuam como filtros ou lentes que definem como podemos perceber a realidade, ou, para usar de outra comparação, são como receptáculos ou vasilhas vazias que vão sendo preenchidas com alguma matéria, isto é, os conteúdos que compõem as sensações.
Quando vejo, ouço, presencio, alguma coisa – por exemplo, um avião que corta o céu -, todas as sensações que se produzem em mim, trazidas pelos órgãos dos sentidos, são jogadas nessas vasilhas (tempo e espaço), que, então, as ordenam na minha consciência para compor a experiência desse fato.
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Kant observou também que, quando enunciamos um juízo, uma afirmação qualquer, como, por exemplo, “o calor” e “dilatação dos corpos”. 
Essa síntese, diz o filósofo, é feita por outra faculdade humana: o entendimento ou faculdade de pensar
Todo juízo é, portanto, uma síntese efetuada pelo entendimento, que unifica as múltiplas representações que aparecem na sensibilidade.
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Analisando os diversos juízos possíveis, Kant percebeu que todos se articulam de acordo com certos princípios lógicos ou regras, apresentando formas básicas ou puras, isto é, destituídas de qualquer conteúdo e anteriores a qualquer experiência vivida pelas pessoas.
Assim, do mesmo modo que existem formas de sensibilidade (espaço e tempo), Kant diz que existem formas do entendimento. 
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A partir delas se estabelecem conceitos puros, a priori, que existem desde sempre em nossa consciência, como os conceitos de causa, necessidade e substância, que são o que o filósofo denomina categorias. São as categorias que permitem pensar tudo aquilo que chega com a intuição ou experiência sensível.
Vejamos um exemplo de uma categoria muito importante para as ciências da natureza e para a nossa vida diária: o conceito de causa (ou causa e efeito). 
Quando entramos numa sala aquecida pelo sol da tarde, a partir apenas dessa intuição ou experiência sensível, podemos dizer “O sol brilha na sala” e “A sala está quente”.
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Se, em seguida, relacionamos as duas intuições, subordinando uma à outra, podemos concluir: “O sol aquece a sala”.
Kant diz que fazer essa relação é algo inerente ao entendimento humano, que não consegue deixar de empregar o princípio de que “todo efeito tem de ter uma causa”.
O mais importante e inovador é que a causa não está nas, pois, para Kant, a noção de causalidade é algo que deriva do nosso entendimento, isto é, nós é que criamos essa relação.
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O processo de conhecimento, em Kant, efetua-se na medida em que temos a conjunção entre as duas faculdades abordadas, a sensibilidade e o entendimento. 
Somente com o trabalho dessas duas faculdades é que temos o conhecimento de objetos.
O procedimento, basicamente, acontece da seguinte maneira:
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Primeiramente, por meio da intuição pura, nos é apresentado o múltiplo do fenômeno; 
Em seguida, temos a síntese desse múltiplo, que nada mais é do que a ligação sob determinadas regras da imaginação (embora ainda sem conhecimento); 
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Por fim, temos o entendimento que nos dá uma unidade dessa síntese pura, a qual consiste na representação desta unidade sintética e, assim, nos fornece o conhecimento de um objeto, ou seja, o conceito.
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Ora, portanto, o conceito nos dá unidade ao múltiplo do fenômeno. 
Somente a síntese em si não nos fornece conhecimento, mas temos que ter sempre um referente no mundo para que seja possível o conhecimento. 
Todo o conhecimento requer experiência; esta por sua vez já pressupõe o trabalho da sensibilidade e do entendimento. 
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