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Direito e ideologia

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IESB
Disciplina: Introdução ao Direito
Assunto: Resumo do texto ‘’Direito e Ideologia’’ de Antonio Carlos Wolkmer
Professor (a): Neide Malard
Aluno (a): Maria Thamyres de Souza Almeida Matrícula:1511010520
Direito e Ideologia
O Direito é um fenômeno social e como tal está inserido na realidade, por isso para entender o direito é preciso também entender como ele se manifesta na sociedade e nos mais diversos tipos de realidades sociais, sendo sempre o responsável por manter a organização do meio em que se insere através das regras jurídicas. Mas, seriam essas regras totalmente neutras e livres de influências ideológicas? O Direito reproduz os valores morais e culturais das mais diversas organizações sociais, ele não está livre de ser influenciado pelas ideologias e pelo jogo de forças sociais e políticas, isso ocorre porque, todo sistema jurídico é fruto da força do Estado, que é influenciado por uma classe social dominante e que por meio deste impõe sua ideologia. Porém, nem tudo que está inserido na lei é fruto exclusivamente da influência das classes dominantes, essas camadas que aspiram ao poder baseiam-se em princípios e regras jurídicas, mas, quando chegam ao exercício efetivo desse poder sua ideologia acaba se tornando a própria lei. Por isso segundo Fetscher, o Direito tem apenas a pretensão de ser justo, pois não realiza o interesse geral, mas apenas o interesse médio de uma classe minoritária.
Segundo o jusnaturalismo, o Direito seria fruto de uma lei natural, eterna e imutável que estaria com o homem desde o seu nascimento e que se traduziria na vontade divina, onde o homem sabe distinguir o certo e o errado e usa dessa ideia para não fazer mal ao outro, ou seja, o Direito natural estaria na sua própria consciência.
Os jusnaturalistas defendem a superioridade do Direito natural sobre o Direito positivo e segundo eles, em caso de conflito este permanece. Para uns, o Direito natural seria fruto da própria natureza das coisas. Para outros é fruto da vontade divina onde Deus manda, o soberano impõe, o sacerdote unge, o povo aceita e obedece. Porém, o jusnaturalismo, revelou-se uma doutrina falsificada, pois beneficiava apenas a burguesia que a usava para conquistar o poder e depois a usavam em benefício próprio, as classes aspirantes ao poder enfatizam a existência de direitos naturais que não estão nas leis e nos códigos, porém quando assumem esse poder o usam para satisfação de seus anseios, impondo suas próprias ideologias.
O Positivismo Jurídico se opõe ao jusnaturalismo reduzindo o Direito à análise das estruturas legais em vigor, onde o Direito é explicado pela sua própria natureza coercitiva e concreta, fundamentando-se na sua própria organização normativa e hierarquizada, imunizada de juízos axiológicos, trata-se de conceber o Direito pela sua própria essência e compreendê-lo através de uma análise da sua estrutura. 
Para o marxismo, o Direito é fruto das relações econômicas onde não pode se definir como um sistema de normas, pois se faz necessária sua qualificação sociológica desde suas causas até a sua finalidade.
Para Kelsen, a validade de toda a estrutura das normas jurídicas está na vigência e na sua condição de validez que deriva de uma norma hipotética fundamental. 
Segundo Stuchka, vinculando-se o Direito à Economia, este se opõe as teorias burguesas que o concebem como emoção ou justiça. Contudo, essa visão desvia-se da ideia de Marx de que o direito seria uma ideologia, pertencente à infraestrutura das relações sociais e elimina em consequência a possibilidade de defini-lo como ordem normativa, ou seja, essas suas interpretações tornam-se incompatíveis.
Também Pashukanis, concebe o Direito como um sistema das relações sociais, mas, essas relações não se convertem em instituições jurídicas. Subjugado à ideia marxista, segundo ele, em uma sociedade coletivista na qual haverá unidade de interesses e harmonia de propósitos, o Direito deixará de ser necessário e será substituído pelo que for mais útil e conveniente as atividades econômicas.
Para Vyschinski, o Direito não é um sistema das relações sociais, é constituído por normas emanadas do Estado que representam o interesse da classe dominante. 
A ideologia pode ser crucial na interpretação do sistema normativo, podendo ser um fator estabilizador, valorando a sua ideologia para justificar sua função modificadora ou para modificar sua função justificadora. O Direito moderno, por exemplo, é mantido na ideologia da segurança, previsibilidade e neutralidade, priorizando valores axiológicos fundamentais da sociedade atual.

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