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AULA 1 - INTRODUCAO AO ESTUDO DO DIREITO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Docente: Tarcila Lilia Piazza
Especialista em Direito Público
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Apresentação da disciplina
	A Introdução ao Estudo do Direito não é, em si, uma ciência, mas um sistema de ideias gerais estruturado para atender a finalidades pedagógicas.
	Objetivo da disciplina é fornecer ao estudante as noções fundamentais para a compreensão do fenômeno jurídico, uma visão global do Direito que não pode ser obtida através do estudo isolado dos diferentes ramos da árvore jurídica.
OUTROS SISTEMAS DE IDEIAS GERAIS DO DIREITO
Os estudos avançados que se desenvolvem sobre o Direito, diversificam-se em vários planos de pesquisa. 
Ao ser objeto de estudo de diferentes disciplinas afins (ciências jurídicas), o Direito não perde a sua unidade fundamental. 
As disciplinas ou ciências jurídicas dividem-se em duas classes: as fundamentais e as auxiliares. 
As fundamentais são a Ciência do Direito, Filosofia do Direito e Sociologia do Direito. 
Já História do Direito e Direito Comparado pertencem à segunda classe.
NOÇÃO DE FILOSOFIA DO DIREITO
	“Filosofia” é palavra de origem grega, de philos (amizade, amor) e sophia (ciência, sabedoria). 
	“Filósofo”, portanto, etimologicamente falando, não é o senhor de todas as verdades, mas apenas um fiel amigo do saber. 
	A “Filosofia” poderia ser vista, de início, como dedicação desinteressada e constante ao bem e à verdade.
	A Filosofia do Direito transcende do plano meramente normativo, para questionar o critério de justiça adotado pelas normas jurídicas. 
	É uma disciplina de reflexão sobre os fundamentos do Direito. 
	O filósofo do direito ou jusfilósofo está preocupado com o DEVER SER, com o melhor Direito, com o Direito justo, assim é indispensável que ele conheça tanto a natureza humana quanto o teor das leis.	
NOÇÃO DE FILOSOFIA DO DIREITO
(o que é o direito, o que é direito justo, o que é ético)
	Analisa os interesses humanos, a fim de harmonizar a ordem jurídica com a ordem geral da vida e das coisas.
	As principais perguntas da Filosofia do Direito: 
	- O que é Direito? 
	- Se ele muda, quais as razões da mudança? 
	- Por que sou obrigado a obedecer a regras de direito?
	- Em que se funda ou se legitima o Direito? 
	- Qual o sentido da história do Direito?
 	Assim, a Filosofia do Direito é uma reflexão sobre o Direito, com o objetivo de formular um conceito de direito e analisar as instituições jurídicas no plano do dever ser, ou seja, do que seria ideal para termos um mundo perfeito.
NOÇÃO DE CIÊNCIA DO DIREITO
(conteúdo das normas, aplicação e interpretação: hermenêutica)
	O Direito está entre as Ciências Humanas e nesta dentre as Ciências Humanas Sociais.
	Também chamada de Dogmática Jurídica, esta disciplina aborda o Direito vigente em determinada sociedade e as questões relativas à sua aplicação e interpretação. 
	O seu papel é revelar o ser do Direito, aquele que é obrigatório (está basicamente, nas leis e códigos). 
	A Ciência do Direito estuda o fenômeno jurídico tal como ele se concretiza no espaço e no tempo, enquanto que a Filosofia do Direito indaga das condições mediante as quais essa concretização é possível.
	A Ciência do Direito é sempre ciência de um Direito positivo, isto é, positivado no espaço e no tempo, através das leis, jurisprudência, etc.. 
NOÇÃO DE TEORIA GERAL DO DIREITO
(ordenamento jurídico, estrutura das normas e sua hierarquia)
	Como forma de reação ao caráter abstrato da Filosofia Jurídica, surgiu a Teoria Geral do Direito. 
	Seu objeto de estudo consiste na análise e conceituação dos elementos estruturais e permanentes do Direito, como suposto e disposição da norma jurídica, relação jurídica, fontes formais. 
	É mérito de Norberto Bobbio ter estabelecido rigorosamente, na esteira de Hans Kelsen, o conceito de teoria geral do direito como disciplina científica distinta das disciplinas jurídicas específicas. 
	Bobbio observa que as normas jurídicas podem ser estudadas em seus aspectos formais ou estruturais, independentemente do seu conteúdo, ou seja, dos comportamentos regulados. 
	O estudo dos aspectos materiais, dos conteúdos das normas compete às disciplinas específicas (direito civil, penal, etc), preocupação da ciência do direito.
	
ENCICLOPÉDIA JURÍDICA
	Alguns autores distinguem entre Teoria Geral do Direito e Enciclopédia Jurídica. 
	Enciclopédia quer dizer “conhecimento ou visão de natureza circular”, 
	Teria a tarefa de elaborar uma súmula/resumo de cada uma das disciplinas do Direito, ou seja, do Direito Constitucional, Civil, Penal etc.
	Consoante dizer irônico de João Mendes Júnior, a Enciclopédia Jurídica nos levaria a conhecer um pouco de cada coisa, e de tudo nada...
SOCIOLOGIA JURÍDICA
	A Sociologia tem por fim o estudo do fato social na sua estrutura e funcionalidade, para saber, em suma, como os grupos humanos se organizam e se desenvolvem, em função dos múltiplos fatores que atuam sobre as formas de convivência.
	Verificar como a vida social comporta diversos tipos de regras, como reage em relação a elas, nestas ou naquelas circunstâncias etc.
	A Sociologia do Direito examina o fenômeno jurídico do ponto de vista social, a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais, a sua eficácia ou efetividade.
	O Direito de um povo se revela autêntico, quando retrata a vida social, quando se adapta ao momento histórico, quando evolui à medida que o organismo social ganha novas dimensões. A Sociologia do Direito desenvolve importante trabalho para a correção dos desajustamentos entre a sociedade e o Direito.
	A Sociologia Jurídica procura se valer de rigorosos dados estatísticos para compreender como as normas jurídicas se efetivam.	
Assim, a Sociologia do Direito é de suma importância para o jurista ou para o legislador. 
DIREITO E ECONOMIA
Antes viver e depois filosofar
	Entre os fins motivadores da conduta humana destacam-se os relativos à nossa própria subsistência e conservação, tendo as exigências vitais evidente caráter prioritário. 
	Antes viver e depois filosofar, é um enunciado de Filosofia existencial, reconhecendo a ordem de urgência com que devem ser atendidas as necessidades ligadas à nossa estrutura corpórea.
	a Economia é esse tipo de ação, orientada no sentido da produção e distribuição de bens indispensáveis ou úteis à vida coletiva. Contudo, o que nos cabe analisar é apenas a relação entre o fenômeno jurídico e o econômico.
	Segundo o chamado “materialismo histórico”, o Direito não seria senão uma superestrutura, de caráter ideológico, condicionada pela infraestrutura econômica. É esta que, no dizer de Marx, modela a sociedade, determinando as formas de Arte, de Moral ou de Direito, em função da vontade da classe detentora dos meios de produção.
	Contudo, os próprios marxistas mais abertos à crítica já́ reconheceram o caráter unilateral dessa colocação, a qual peca inclusive do vício lógico de conceber uma estrutura econômica anterior ao Direito e independente dele, quando, na realidade, o Direito está sempre presente, qualquer que seja a ordenação das forças econômicas. 
DIREITO E ECONOMIA
Relação dialética
	Por outro lado, quando uma nova técnica de produção determina a substituição de uma estrutura jurídica por outra, a nova estrutura repercute, por sua vez, sobre a vida econômica, condicionando-a. (ex. início do direito do trabalho).
		Cabe, outrossim, ponderar que, assim como o fator econômico atua sobre o Direito, este resulta também de elementos outros, de natureza religiosa, ética, demográfica, geográfica etc., o que demonstra a unilateralidade e a inconsistência de todas as teorias que, como a marxista, enxergam no homem apenas uma de suas múltiplas dimensões.
	Diríamos que o Direito é como o rei Midas. Se na lenda grega esse monarca convertia em ouro tudo aquilo em que tocava, aniquilando-se na sua própria riqueza, o Direito, não por castigo, mas por destinação ética, converte em jurídico tudo aquilo em que toca, para dar-lhe condições de realizabilidade garantida, em harmoniacom os demais valores sociais. 
POLÍTICA DO DIREITO
	Essa expressão costuma compreender duas acepções primordiais. 
	Na primeira, a expressão indica o conjunto de técnicas destinadas a traduzir em um ato um certo modelo de sociedade (ex. democrático). Diz respeito à atividade do legislador; 
	Na segunda acepção indica o conjunto de técnicas destinadas à utilização adequada das normas jurídicas existentes para atingir certas finalidades sociais (ex. políticas públicas). Nesse segundo significado, a política do direito diz respeito enquanto utilização de normas já existentes, concerne à atividade do intérprete e, de modo geral, de qualquer outro operador do direito, em especial do Poder Executivo.
	Além dessas, são diversas as perspectivas em que as relações entre política e direito podem ser analisadas. Começa-se pela própria divisão dos poderes no modelo clássico proposto por Montesquieu na sua obra Do espírito das leis. É que apesar de os três poderes serem independentes e harmônicos entre si, é evidente que se inter-relacionam, e essa interação dá-se por intermédio da política.
	Outra perspectiva é a própria organização do Poder Judiciário: qual o papel que cabe a ele desempenhar? A atividade jurisdicional é eminentemente política? O juiz é um agente político porque está representando o Estado na sua função de jurisdicional, por causa da proibição da autotutela. Porém, quando o juiz estuda o caso e decide ele o faz como agente político, como representante do Estado, mas se utiliza da Ciência do Direito para construir sua decisão.
FENÔMENO JURÍDICO
	Essas vertentes do fenômeno jurídico não representam posições contraditórias, excludentes, nem, tampouco, definitivas, mas seus diferentes contornos revelados conforme a face que lhe é iluminada pela investigação e o método utilizado para a sua análise.
	Diante da extensão do fenômeno jurídico, o jurista é obrigado a separar artificialmente as partes que investiga para a compreensão do fenômeno. Caso contrário, a quantidade de elementos que o circunscrevem poderá́ comprometer a sua conclusão.
	Essa separação é produto do método e se dá apenas para permitir o conhecimento e estabelecer as ciências. 
	Na realidade o objeto não se ressente dela e permanece íntegro. Daí́ o porquê de se afirmar que todos os sentidos da palavra direito estão em situação de complementaridade.
O QUE É DIREITO?
	Não é justo, para alguns, que um mendigo roube o pão. Mas não é justo, para muitos outros, que o mendigo não tenha um pão. 
	Para alguns, o direito é inspirado em livros tidos como sagrados, como a Bíblia. 
	Para outros, o direito é puramente técnico, e se restringiria a um conjunto de leis emanadas do Estado.
	Perante tantas coisas que são denominadas ou não por direito, e perante tantas outras em relação às quais se atribui um caráter justo ou injusto, há uma grande dificuldade para identificar aquilo que se chama, especificamente, por direito.
	Para explicar essa dificuldade, Herbert Hart traz a célebre frase de Santo Agostinho a propósito da noção de tempo: 
“O que é, então, o tempo? Se ninguém me interroga, eu sei; se quero explica-lo a alguém que me pergunta já não sei.”
O VOCÁBULO DIREITO
	O vocábulo “direito” ora designa o direito positivo, que é o conjunto das leis vigentes; ora designa o direito natural, inspirador do direito positivo. Também pode designar a faculdade de agir de um indivíduo (direto subjetivo).
	Definição etimológica: busca a origem da palavra. 
	A palavra Direito é oriunda do latino directus (qualidade do que está conforme a reta; o que não tem inclinação, desvio ou curvatura), que provém do particípio passado do verbo dirigo, is, rexi, rectum, dirigere, equivalente a guiar, conduzir, traçar, alinhar. O vocábulo surgiu na Idade Média, aproximadamente no século IV, e não foi utilizado pelos romanos, os quais se utilizaram de jus, para designar o que era lícito, e de injuria, para expressar o que era ilícito. 
	A etimologia de jus é discutida. Para uma corrente, provém do latim Jussum (mandado), particípio do verbo jubere, que corresponde a mandar, ordenar. O radical seria do sânscrito Yu (vínculo). Para outra corrente, o vocábulo estaria ligado a Justum (o que é justo), que teria o seu radical no védico Yós, que significa bom, santidade, proteção. 
	Do vocábulo jus surgiram outros termos, que se incorporam à terminologia jurídica: juiz, juízo, jurisdição, jurista, jurisprudência. 
	A preferência dos povos, em geral pelo emprego do vocábulo Direito decorre, provavelmente, do fato de possuir significado mais amplo que jus. 
O VOCÁBULO DIREITO
	Definição Semântica. Semântica é a parte da gramática que registra os diferentes sentidos que a palavra alcança sem eu desenvolvimento. 
	O mundo das palavras possui vida e é dinâmico. O provo cria a linguagem e é agente de sua evolução. 
	A palavra Direito também possui história. Desde a sua formação até o presente, passou por vários significados. 
	Expressou, primeiramente, a qualidade do que está conforme a reta, e sucessivamente, designou: Aquilo que está conforme a lei; a própria lei; conjunto de leis; a ciência que estuda as leis.
	A definição nominal, a par de algumas contribuições que oferece, não pode ser indicada como fator decisivo à formação do conhecimento científico. 
	É preciso estudar a definição real ou lógica que busca fixar a essência do objeto de estudo, fornecendo suas notas básicas, que será vista no item abaixo sobre conceito de direito.
O CONCEITO DE DIREITO
	Herbert Hart, nas primeiras linhas de sua obra principal, O conceito de direito, aponta a multiplicidade de sentidos que o direito pode assumir na investigação científica.
	Tercio Sampaio Ferraz Jr. também acentua a dificuldade de se definir o direito com rigor e afirma que:
“A palavra direito, em português (e as correspondentes nas línguas românicas) guardou, porém, tanto o sentido do jus enquanto aquilo que é consagrado pela Justiça (em termos de virtude moral) quanto o de derectum enquanto um exame da retidão da balança, por meio do ato da Justiça (em termos do aparelho judicial). Isto pode ser observado pelo fato de que hoje se utiliza o termo tanto para significar o ordenamento vigente – “o direito brasileiro, o direito civil brasileiro” – como também a possibilidade concedida pelo ordenamento de agir e fazer valer uma situação – “direito de alguém” – não podendo-se esquecer ainda o uso moral da expressão [...].”
O CONCEITO DE DIREITO
	Giorgio Del Vecchio define o direito como:
... a coordenação objetiva das ações possíveis entre vários sujeitos, segundo um princípio ético que as determina, excluindo qualquer impedimento.
	O direito está no espírito de cada ser humano na forma de vivência que, em conexão com o todo, solidariza a sua subjetividade, formando o espírito coletivo que, por sua vez, compõe a humanidade.
	O direito nasce da seguinte pergunta feita ao espírito: como devo agir na relação com o outro ou em relação ao outro?
	Santi Romano, cansado de ver o Direito concebido apenas como regra ou comando, concebeu-o antes como “realização de convivência ordenada”.	
O CONCEITO DE DIREITO
	Luis Recasens Siches, afirma que o direito é uma obra humana social, revestindo a forma normativa, mas voltada à realização de certos valores.
	É por essa razão que os homens instituem o direito, como forma de atingir seus propósitos, orientados para a efetivação daqueles valores.
	O Direito é, por conseguinte, um fato ou fenômeno social; não existe senão na sociedade e não pode ser concebido fora dela. Uma das características da realidade jurídica é, como se vê, a sua socialidade, a sua qualidade de ser social.
	Segundo Miguel Reale, há, portanto, em cada comportamento humano, a presença, embora indireta, do fenômeno jurídico: o Direito está pelo menos pressuposto em cada ação do homem que se relacione com outro homem. O médico, que receita para um doente, pratica um ato de ciência, mas exerce também um ato jurídico. Na realidade, porém, o médico que redige uma receita está no exercíciode uma profissão garantida pelas leis do país e em virtude de um diploma que lhe faculta a possibilidade de examinar o próximo e de ditar- lhe o caminho para restabelecer a saúde.
O CONCEITO DE DIREITO
	Para trabalharmos usaremos o conceito de Paulo Nader e vamos estudá-lo com mais profundidade. 
	“Direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios de justiça.”
a) Conjunto de normas de conduta social: As normas definem os procedimentos a serem adotados pelos destinatários do Direito. Fixam pautas de comportamento social; estabelecem os limites de liberdade para os homens em sociedade. As proibições impostas pelas normas jurídicas traçam a linha divisória entre o lícito e o ilícito. As normas impõe obrigações apenas do ponto de vista social. A conduta exigida não alcança o homem em sua intimidade, pois este âmbito é reservado à Moral e à Religião.
	Além de normas que disciplinam o convício social, o ordenamento jurídico reúne disposições que organizam o Estado e se impõem a quem detém parcela de poder, cuidando ainda das relações entre as pessoas e os órgãos públicos.
O CONCEITO DE DIREITO
	b) Imposto coercitivamente pelo Estado: Entre as diversas espécies de normas (ex. morais, religiosas), apenas as jurídicas requerem a participação do Estado. Este controla a vida jurídica do país e, para isto, é indispensável que esteja devidamente estruturado de acordo com a clássica divisão dos poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, que devem cumprir as funções que lhes são próprias. 
	As regras de comportamento não existem apenas como enunciados submetidos à vontade de seus destinatários. 
	Os deveres jurídicos se revelam em uma ambiência, onde a liberdade e a sua força coexistem. 
	Como ser racional e responsável, o homem deve ajustar a sua conduta, com vontade própria, aos preceitos legais. 
	Esta atitude de espontânea adesão, contudo, não é prática comum a todos os homens. Surge, então, a imperiosa necessidade de o Direito ser dotado de um mecanismo de coerção, em que o elemento força se apresente em estado latente, mas apto a ser acionado nas circunstâncias próprias. A coercitividade, a cargo do Estado, é uma reserva de força que exerce intimidação sobre os destinatários das normas jurídicas.
FINALIDADE DA HISTÓRIA DO DIREITO
Uma importante finalidade da história do Direito é de observar a sua evolução através dos anos e como o Direito se amolda a cada uma das sociedades pelo qual ele passa, sem contar dos precedentes sociais, políticos, econômicos, etc.
Da mesma forma, história e direito são palavras que se interligam.
Direito em Latim significa (conforme a regra) = soma das palavras DIS (muito) + RECTUM (reto, justo, certo)
o Direito tem seu embrião nas sociedades primitivas, baseando-se em laços de consanguinidade e nas práticas de convívio familiar de um grupo social unido por crenças e tradições. (LUHMANN, 1983, p.182,183). Com o desenvolvimento das sociedades, a destribalização e consequente criação de cidades, o Direito se vê obrigado a evoluir, passando da oralidade presente nas sociedades primitivas para a criação de códigos escritos. A simples transmissão oral da cultura começa a se tornar insuficiente para a preservação da memória e identidade dos primeiros povos urbanos, que já possuem uma estrutura religiosa, política e econômica mais diferenciada (WOLKMER, 2011, p.20).
ESTADO DE NATUREZA: MOMENTO DO HOMEM PRÉVIO AO ESTADO, SEM NENHUM TIPO DE ORDENAMENTO JURÍDICO, NORMATIVO (SEGURANÇA PÚBLICA, ADMINISTRAÇÃO)
Aliás, é do direito na história que para Santi Romano, o mesmo abandona a ideia de regra ou comando e passa a ser visto como a realização da convivência ordenada.
Para Miguel Reale, o direito é um fato social, razão pela qual não existe senão dentro de uma sociedade e também, não se pode concebê-lo fora dela.
Assim, é possível verificar que o homem viveu e cumpriu o Direito, sem se propor o problema de seu significado lógico ou moral.
COMPLEMENTARIEDADE DO DIREITO
O DIREITO COMO UNIDADE ORGÂNICA
CORAÇÃO
FUNÇÃO PRÓPRIA, MAS QUE NÃO SE DESENVOLVE SEM A HARMONIA DE SUAS PARTES.
UNIDADE ORGÂNICA X UNIDADE DE FINS
JÁ O DIREITO COMO CIÊNCIA JURÍDICA OBEDECE AO FINALÍSTICO OU TELEOLÓGICO
PENSAMENTO DO “DIA”
No meio das armas, calam-se as leis. (Cícero)
Para que possamos ser livres, somos escravos das leis. (Cícero)
Referências Recomendadas 
DOUTRINAS
Miguel Reale
Paulo Nader
Norberto Bobbio
Cesare Beccaria
OBRAS
Teoria Pura do Direito (Hans Kelsen) (leitura obrigatória – pelo menos de resumos)
O Caso dos Exploradores de Caverna (Lon Fuller)
Ética à Nicômaco (Aristóteles)
O Espírito das lei (Monstesquieu)
A Luta pelo Direito (Rudolf Von Ihering

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