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Além da sociedade disciplinar

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Além da sociedade disciplinar
Se a sociedade disciplinar de Foucault era regida pelo “não”, numa dinâmica que de acordo com Han gerava loucos e delinquentes, “a sociedade do desempenho, ao contrário, produz depressivos e fracassados”. E a situação é agravada porque, de acordo com o coreano, o “inconsciente social” já está permeado pelo “desejo de maximizar a produção”. O sucesso desta visão de mundo ocorre porque “a positividade do poder é bem mais eficiente que a negatividade do dever”. Atualmente, os sujeitos de submissão e obediência foram trocados pelos sujeitos de produção e desempenho. No lugar de prisões, escolas, hospitais, asilos, dentre outras instituições disciplinares “[...] entrou uma outra sociedade de academias de fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética” Há, portanto, uma ênfase no sujeito de desempenho, que se apresenta como mais rápido e mais produtivo que o sujeito da obediência. Como afirma o pensador coreano, eles aprenderam a ser “empresários de si mesmos”. “O poder, porém, não cancela o dever”, diz Byung-Chul Han.
O indivíduo se explora e acredita que isso é realização, Nesse contexto, a depressão torna-se uma das patologias da passagem da sociedade disciplinar para a sociedade de desempenho. O autor deixa claro que a sociedade disciplinar, analisada principalmente pelo filósofo Foucault, não é mais a sociedade de hoje. Esta sociedade é caracterizada, por exemplo, por ser um tipo de lugar repleto de academias fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética. Seguindo este raciocínio, criamos uma imagem de um sujeito que tudo pode. Disso também se infere a lógica da positividade. Não há negação, existe, agora, um poder ilimitado na sociedade de desempenho. No lugar da proibição entram a ideia de projeto, iniciativa e motivação, por exemplo. Pensado, em primeiro lugar, em seu caráter produtivo, o ser humano carrega dentro de si, agora, o senhor e o escravo. Não há mais a necessidade da negatividade do dever, pois a positividade do poder é capaz de modelar homens e mulher mais dóceis e, portanto, mais eficientes.

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