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| P1 | Atividade 2 DISCIPLINA: SOCIOLOGIA APLICADA “A SOCIEDADE DO CANSAÇO” PROF. DANIELA CARTONI ANÁLISE REFLEXIVA Você já ouviu a expressão “A sociedade do cansaço”? Este é um termo cansaço pelo pensador sul-coreano Byung-Chul Han, que também é responsável pelo conceito de “sociedade do desempenho” sobre uma enfermidade que está acometendo a sociedade. Para o autor, o cansaço é uma resposta do corpo para o excesso de positividade e cobrança que a sociedade impõe. Sobre a violência da positividade, que é mais uma das articulações da sociedade do cansaço para produzir pessoas mecanizadas e centradas no essencial para um sistema capitalista decorrente da busca pelo lucro. Para que o sucesso seja alcançado, a cobrança pelo desempenho e sucesso no trabalho afetam as inseguranças dos indivíduos. HAN, Byung-Chul. . Sociedade do cansaço . Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2015. Para ele, essa sociedade também é marcada pela positividade e pela fragmentação da atenção. Todas estas características ficam ainda mais visíveis em tempos de pandemia e com todos os recursos digitais, quando a maioria dos trabalhadores passaram a gerir mais diretamente a sua própria rotina de trabalho. Leia a seguir trechos extraídos da obra do autor e responda às duas questões propostas para esta análise reflexiva aplicando os métodos sociológicos. Em seu livro, Han defende que o inconsciente social contemporâneo é dominado por um paradigma de desempenho, onde cada indivíduo se tornou empresário de si mesmo e está constantemente em busca de maximizar sua produção. Trechos extraídos do livro: CAPÍTULO 1 A VIOLÊNCIA NEURAL É possível acessar a obra pelo link: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5000148/mod_resource/content/1/Sociedade%20do%20cansa%C3%A7o.pdf O autor parte de uma constatação relativamente comum para o problema das relações entre sociedade e sofrimento psíquico: cada época tem suas enfermidades e os sofrimentos psíquicos são compreendidos nos dias atuais sobretudo como desvios neuroquímicos, que denomina como “violência neuronal”. “Cada época possuiu suas enfermidades fundamentais. (...) Doenças neuronais como a depressão, transtorno de déficit de atenção com síndrome de hiperatividade (Tdah), Transtorno de personalidade limítrofe (TPL) ou a Síndrome de Burnout (SB) determinam a paisagem patológica do começo do século XXI. Não são infecções, mas enfartos, provocados não pela negatividade de algo imunologicamente diverso, mas pelo excesso de positividade. Assim, eles escapam a qualquer técnica imunológica, que tem a função de afastar a negatividade daquilo que é estranho.” Trechos extraídos do livro: CAPÍTULO 2 ALÉM DA SOCIEDADE DISCIPLINAR “A sociedade disciplinar de Foucault, feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas, não é mais a sociedade de hoje. Em seu lugar, há muito tempo, entrou uma outra sociedade, a saber, uma sociedade de academias de fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética. A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos da obediência”, mas sujeitos de desempenho e produção. São empresários de si mesmos. Nesse sentido, aqueles muros das instituições disciplinares, que delimitam os espaços entre o normal e o anormal, se tornaram arcaicos. (...) A sociedade disciplinar é uma sociedade da negatividade. É determinada pela negatividade da proibição. O verbo modal negativo que a domina é o não-ter-o-direito. Também ao dever inere uma negatividade, a negatividade da coerção. A sociedade de desempenho vai se desvinculando cada vez mais da negatividade. Justamente a desregulamentação crescente vai abolindo-a. O poder ilimitado é o verbo modal positivo da sociedade de desempenho. O plural coletivo da afirmação Yes, we can expressa precisamente o caráter de positividade da sociedade de desempenho. No lugar de proibição, mandamento ou lei, entram projeto, iniciativa e motivação. (...) A mudança de paradigma da sociedade disciplinar para a sociedade de desempenho aponta para a continuidade de um nível. Já habita, naturalmente, o inconsciente social, o desejo de maximizar a produção. A positividade do poder é bem mais eficiente que a negatividade do dever. Assim o inconsciente social do dever troca de registro para o registro do poder. O sujeito de desempenho é mais rápido e mais produtivo que o sujeito da obediência. (...) O poder eleva o nível de produtividade que é intencionado através da técnica disciplinar, o imperativo do dever. Mas em relação à elevação da produtividade não há qualquer ruptura; há apenas continuidade. Questão 1 Para o autor, em uma proposta de superação da ideia de “sociedade disciplinar”, de Michel Foucault, impor limites passa a ser um retrocesso. Enquanto na sociedade disciplinar do século XX, o sujeito moderno era vigiado e punido pelo sistema, na sociedade do cansaço o sujeito se tornou seu próprio vigia. Na Sociedade do Cansaço, como o autor entende o conceito de positividade? Questão 2 Pensando no conceito de “Sociedade de Desempenho”, há efeitos psicológicos são gerados pela cobrança por uma produtividade constante, mesmo em tempos caóticos. Cite exemplos e, a partir de uma perspectivas sociológica, apresente evidências (estatísticas e fatos) para fundamentar seu posicionamento com evidências sobre as consequências verificadas em uma sociedade cansada. Obs.: Não se esqueça de indicar as fontes consultadas!
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