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A cópia do material didático utilizado ao longo do curso é de propriedade do(s) autor(es), não podendo a contratante vir a utilizá-la em qualquer época, de forma integral ou parcial. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas. Todo o conteúdo deste material didático é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), que autoriza(m) a citação/divulgação parcial, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da Ouvidoria. ouvidoria@fgv.br www.fgv.br/fgvmanagement 3 Gerenciamento da Qualidade em Projetos SUMÁRIO 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 4 1.1 EMENTA ............................................................................................................ 4 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL .......................................................................................... 4 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 4 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ..................................................................................... 4 1.5 METODOLOGIA .................................................................................................... 5 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ....................................................................................... 5 1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .................................................................................. 5 CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ................................................................................. 6 2. DINÂMICAS .................................................................................................... 7 2.1 QUALIDADE PERCEBIDA X QUALIDADE EFETIVA (EUA) ...................................................... 7 2.2 QUALIDADE PERCEBIDA X QUALIDADE EFETIVA (BRASIL) ................................................... 8 2.3 KIT DE SOBREVIVÊNCIA ......................................................................................... 9 2.4 A PARÁBOLA DAS CONTAS VERMELHAS ........................................................................ 11 2.5 COMPREENDENDO AS NECESSIDADES DO CLIENTE .......................................................... 16 3. ÍNDICES ........................................................................................................ 17 4. ROTEIRO PARA O PLANO DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE.................... 19 5. ALGUNS LIVROS QUE EU RECOMENDO .......................................................... 38 4 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1.1 Ementa Gerenciamento da qualidade – abordagens proprietárias e não proprietárias. Conceitos e definições de qualidade em projetos. Processos do gerenciamento da qualidade segundo o PMBOK®. Modelo de plano de gerenciamento da qualidade. 1.2 Carga horária total 24 horas/ aula. 1.3 Objetivos Transmitir conceitos e práticas associadas à gerência da qualidade em projetos; transmitir os conceitos básicos da qualidade; apresentar os aspectos de qualidade segundo a ótica do PMI, de acordo com a abordagem descrita no PMBOK. 1.4 Conteúdo programático Eixo Temático 1 Conteúdo programático mínimo Objetivos de aprendizagem 1. Fundamentos da qualidade 1.1Conceitos e técnicas fundamentais. 1.2 Pioneiros da qualidade. � Permitir o entendimento e a aplicação dos conceitos contemporâneos da qualidade � Rever a evolução da qualidade � Entender os principais conceitos e metodologias Eixo Temático 2 Conteúdo programático mínimo Objetivos de aprendizagem 2. Planejar a qualidade 2.1. Principais ferramentas da qualidade 2.2 Plano de gerenciamento da qualidade 2.3. Métricas � Permitir que o aluno aprenda a planejar a qualidade de um projeto. � Conhecer as principais ferramentas de qualidade � Conhecer um modelo prático para o gerenciamento da qualidade em um projeto. Eixo Temático 3 Conteúdo programático mínimo Objetivos de aprendizagem 3. Gerenciar a qualidade 3.1 Análise e compilação de dados 3.2 Processos de tomada de decisão 3.3. Auditorias � Entender o processo de auditoria dos requisitos de qualidade e dos resultados das medições de qualidade para garantir o uso dos padrões de qualidade e definições operacionais apropriados. � Proporcionar o aprimoramento dos processos de qualidade 5 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Eixo Temático 4: Conteúdo programático mínimo Objetivos de aprendizagem 4. Controlar a qualidade 4.1 Ferramentas de controle da qualidade 4.2 Avaliações e testes de produtos 4.3 Inspeções � Aplicar as ferramentas de controle de qualidade: diagrama de causa e efeito, fluxograma, folha de verificação, diagrama de pareto, histogramas, gráficos de controle e diagrama de dispersão � Aplicar o ciclo PDCA para a melhoria contínua 1.5 Metodologia Aulas expositivas dos aspectos teóricos/ conceituais, calcadas em exemplos de aplicabilidade prática e estudos de caso. 1.6 Critérios de avaliação • Prova Individual (80% da nota final). Recomenda-se trazer calculadora para a prova. • Trabalho em Grupo (20% da nota final). Atenção: caso o seu nome não esteja indicado no trabalho (que deverá ser enviado por email (andre.valle@fgv.br) no prazo máximo de 15 dias a partir da última aula), não receberá nota. 1.7 Bibliografia recomendada • PMI, Um guia do conhecimento de gerenciamento de projetos (Guia PMBOK), 2017. • ROCHA, Alexandre. Gerenciamento da qualidade em projetos. Editora FGV, 2014. • ROSE, Kenneth. Project Quality Management – Second Edition. J. Ross Publishing, 2014. • KLOPPENBORG, Timothy. Managing Project Quality. Management Concepts, 2014. • PRIES, Kim. Total Quality Management for Project Management. CRC Press, 2013. • RUMANE, Abdul. Quality Tools for Managing Construction Projects. CRC Press, 2013. • ABNT, NBR ISO 10.006. Diretrizes para a qualidade em empreendimentos, 2006. 6 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Curriculum vitae do professor ANDRÉ BITTENCOURT DO VALLE é Doutor e Pós Doutor em Engenharia pela Universidade Federal Fluminense, Mestre em Engenharia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Engenheiro pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Certificado pela Universidade de Stanford como Advanced Project Manager. Concluiu também os cursos Program on Negotiation, da Harvard Law School, Radical Innovation, do Massachussets Institute of Technology (MIT), e Strategic Leadership Seminar, da Ohio University. É Coordenador Acadêmico do Pós-MBA em Gerenciamento Avançado de Projetos, do MBA em Gerenciamento de Projetos, do MBA em Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação e da ênfase em Tecnologia da Informação do MBA em Gestão Empresarial. Anteriormente coordenou os cursos MBA em E-business, MBA em Gerência de Telecomunicações, MBA em Gerência de Energia e MBA em Gerência de Transportes e Logística da Fundação Getulio Vargas. Orientou mais de 1500 monografias individuais na FGV. Foi agraciado em 2015, 2014, 2013, 2011, 2010, 2009, 2008 e 2007 com o Prêmio FGV Management de melhor professor, em 2008 o Prêmio de professor mais representativo do IDE-SP, em 2001 com o Prêmio VISA de Comércio Eletrônico e em 2000com Prêmio iBest, na categoria Telecomunicações. Participou ativamente de trabalhos brasileiros e internacionais de normalização em tecnologia de informação e gerenciamento de projetos, tendo sido de 1997 a 2003 o Secretário Técnico do Subcomitê da ISO (International Standardisation Organization) que trata das atividades de Office Equipment (ISO/IEC JTC1 SC28) e Secretário Executivo do Comitê Brasileiro de Informática (CB-21) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Participou dos projetos de tradução do Guia PMBOK 4a e 5a edição para o português (PMBOK® Guide Team Member for Portuguese (Brazilian) Translation). Atualmente participa da ABNT/CEE 93 (Gestão de Projetos) e é delegado brasileiro junto ao comitê ISO TC 236 (Project Management). Entre 2003 e 2005 foi o Coordenador Geral do Projeto de Implantação da Escola Superior de Redes da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa). Foi Editor-técnico da revista Internet World e colaborador das revistas Computerworld, PC World, Developer's Magazine, Web Guide, Internet Business e Internet.br. É autor dos livros “Gerenciamento de Projetos Espaciais”, “Fundamentos de Gerenciamento de Projetos”, “Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação”, “Sistemas de Informação em Saúde”, “E-commerce”, “Gerenciamento de Projetos”, "MP3 - A revolução do som via Internet", "Guia de EDI e Comércio Eletrônico", “Manual Anti- hacker”, "Netscape Navigator para Principiantes", "Java - Manual de Introdução", "Internet Explorer para Principiantes" e "Internet Quickref". É associado ao PMI (Project Management Institute), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), Rio Cricket Athletic Association e Fluminense Football Club. 7 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 2. DINÂMICAS 2.1 Qualidade percebida x Qualidade efetiva (EUA) Marca Qualidade Percebida Qualidade Real BMW Buick (Divisão de luxo da GM) Chevrolet (GM) Ford Genesis (Divisão de luxo da Hyundai) Hyundai Kia Lincoln (divisão de luxo da Ford) Mini Nissan Porsche RAM (Divisão de pickups da Chrysler) Toyota Volkswagen Fonte: JD Power 8 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 2.2 Qualidade percebida x Qualidade efetiva (Brasil) Marca Qualidade Percebida Qualidade Real Chevrolet Citroën FIAT Ford Honda Hyundai-CAOA (Tucson, ix35) Hyundai-HMB (HB20) Kia Mitsubishi Nissan Peugeot Renault Toyota Volkswagen Fonte: JD Power 9 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 2.3 Kit de Sobrevivência Você e um grupo de amigos alugaram um chalé junto ao lago Paimun, a 293 km da cidade de San Carlos de Bariloche, Argentina, de forma a passar um final de semana junto à natureza. Ao acordar no sábado de manhã, você olha pela janela e vê uma gigantesca tempestade de neve se aproximando. No rádio, um boletim meteorológico confirma seus piores medos, a neve chegou mais cedo este ano. 90 centímetros de neve são previstos para hoje, e a temperatura deve cair para -25o C, e para piorar, a nevasca deve durar pelo menos 5 dias. Como o seu grupo não estava familiarizado com a área, vocês se encontram despreparados para esta situação. Seus suprimentos não são suficientes para mais que três dias, e a lenha está acabando. Com base nestas condições, vocês decidem usar o rádio do chalé e alugar um helicóptero para levá-los até a cidade. Como as condições ainda não estão críticas, vocês conseguem um piloto disponível e o contratam, e ele chega no início da tarde para buscá-los. Após iniciar o vôo, vocês são surpreendidos pela nevasca, que leva a visibilidade a zero, e após alguns minutos, o helicóptero entra em colapso e cai. A frente do veículo é esmagada, destruindo todos os instrumentos, como o rádio, e o piloto morre. Felizmente, no entanto, ninguém do grupo tem ferimentos graves. Embora vocês estejam usando vestimentas adequadas, como casacos de neve, botas, luvas e calças apropriadas, o vento gelado começa a incomodá-los. A neve já cobre 60 cm do piso. Vocês decidem caminhar até a localidade mais próxima levando alguns itens necessários para a sua sobrevivência. Tarefa: ranquear 12 itens como os mais úteis para a sua sobrevivência. 1 é o mais importante e 12 o menos. 10 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Item de sobrevivência 1 Ranqueamento individual 2 Ranqueamento em grupo 3 Ranqueamento do especialista 4 Diferença entre 1 e 3 5 Diferença entre 2 e 3 5 sinais luminosos 1 conjunto de skis para caminhada (cross- country) Panela para cozinhar Lanterna recarregável Linha e anzóis para pesca Isqueiro descartável Machado Caixa de sedativos 1 par de sapatos de neve Rolo de barbante Faca dobrável Rifle carregado Totais 11 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 2.4 A parábola das contas vermelhas (ASQ Quality Management Division, Novembro 2012) Em dezembro de 1993, quando o Dr. W. Edwards Deming faleceu, ele era conhecido como um especialista em gestão de negócios que assessorou o Japão sobre como reconstruir sua indústria depois da Segunda Guerra Mundial, tornando- se o guru responsável pela revolução da qualidade japonesa. O Dr. W. Edwards Deming concluiu um seminário apenas 10 dias antes de sua morte. Participei de várias de suas aulas e estive em outro de seus programas de gestão, seis meses antes que falecesse. O que ele nos ensinou foi a mesma mensagem que transmitiu durante toda a sua vida profissional: a maioria dos problemas nos serviços e produtos deve-se mais a falhas na gestão do que ao descuido por parte dos trabalhadores; além disso, a inspeção realizada depois do ocorrido é inferior à criação de processos que resultem em melhor qualidade. Deming sabia que o fim estava próximo, mas se viu lutando contra um desastroso paradigma de gestão que, em sua opinião, vinha prejudicando os negócios dos Estados Unidos – o controle dos trabalhadores e a inspeção de qualidade. “Estamos sendo prejudicados”, disse, “por causa do trabalho de pessoas que estão fazendo as coisas de forma errada”. Argumentou ainda que envolver os esforços dos trabalhadores para realizer corretamente suas tarefas desde o início e proporcionar a eles as ferramentas adequadas seria o melhor caminho para a melhoria da qualidade, a redução dos custos e o aumento das vendas. Deming adorava dizer aos CEOs das empresas: “Vocês podem culpar seus concorrentes pelos seus próprios problemas? Não! Podem culpar os japoneses? Não! Vocês mesmos os criaram!” Deming acreditava que a administração é a única responsável pelos processos errados que fazem com que os funcionários errem e os negócios sejam terceirizados. “As fábricas não fecham por culpa da fraca mão de obra, mas sim por uma gestão ruim”, afirmava. O Dr. Deming tinha uma filosofia ampla de negócios baseada em uma parceria entre a administração e os trabalhadores. Dizia aos gerentes para “eliminarem o medo", de modo que os funcionários se sentissem livres para cometer erros, aprender e propor melhorias no local de trabalho. Afirmava que os negócios poderiam prosperar e os clientes poderiam obter melhores produtos e serviços quando os trabalhadores fossem estimulados a usarem tanto a mente como as mãos no trabalho. Embora Deming enfoque a gerência com base em diversos aspectos da naturezahumana, da psicologia, da teoria da formação, do conhecimento do processo e do que chamou de "entender a organização como um sistema”, a razão pela qual chegou a suas conclusões está baseada, principalmente, em estatísticas e medição da variação. Foi a partir de sua experiência como estatístico que Deming conseguiu entender que os empregados não devem ser responsabilizados pelos processos interrompidos ou pelas variações nos sistemas criados, mantidos e operados pela gerência. 12 Gerenciamento da Qualidade em Projetos De acordo com o Dr. Deming, 94% dos problemas de negócios podem ser atribuídos ao design de processos (gerência) e não à execução dos processos (trabalhadores). Sua teoria do processo ao lado da gestão de pessoas é melhor ilustrada por uma demonstração que o vi realizando em seus seminários. O experimento das contas vermelhas Deming utilizou o que chamava de "A parábola das contas vermelhas" para demonstrar o que considerava errado com o enfoque da gerência americana, que responsabilizava os trabalhadores pelo que era na verdade uma falha no processo. Em uma sessão típica, Deming solicitava alguns voluntários da plateia. Ele escolheu seis trabalhadores. Indicou um capataz (ele mesmo), um corpo administrativo de quatro pessoas, um inspetor chefe e um secretário (seis trabalhadores e o apoio de um grupo de apoio de sete pessoas para supervisionar, inspecionar, verificar duas vezes e registrar – “sobrecarga típica” como dizia Deming). O equipamento de produção incluía um recipiente de plástico com capacidade para 3.200 contas brancas e 800 vermelhas. Uma pá retangular com 50 furos era a única ferramenta dos trabalhadores. A pá era submersa no recipiente de plástico e, quando era levantada, ficava cheia de contas. A administração estabeleceu um índice de erro de somente duas contas por pá. Deming, atuando como um capataz carrancudo, demonstrava a técnica de produção. Cada trabalhador precisava submergir a pá no recipiente de contas e retirála. O inspetor chefe e o pessoal administrativo contavam e registravam o número de contas vermelhas entre os 50 da pá. Sob a direção do capataz, eles começavam a produção de contas. Por exemplo, a primeira pessoa poderia ter três contas vermelhas em sua pá. Bom, mas muito elevado. A cota era de duas. Contudo, Deming estimulava. "Se esta pessoa pode produzir apenas três, então não há quem consiga produzir mais de três.” O trabalhador seguinte colocava sua pá no recipiente. Deming falava sobre o ângulo da pá e a importância da redução de erros (no treinamento). "Queremos os melhores trabalhadores", dizia. "Nosso esforço pela melhoria é constante.” A pá era retirada e desta vez o número de contas vermelhas era de seis. Um número elevado deixava o capataz irritado. "Fazemos tudo errado nesta empresa", gritava Deming, “exceto uma coisa. Os inspetores são, obviamente, independentes”. Tudo que precisavam fazer era contar os erros cometidos pelos empregados. Chegaria a vez do próximo trabalhador e ele mostraria 13 contas vermelhas. Mais uma vez, interpretando o papel do típico supervisor, Deming reclamava dos trabalhadores: "Vocês não prestam atenção? Que tipo de desempenho é este? É inaceitável.” Depois que os seis trabalhadores retiraram suas contas, Deming declarou o final do primeiro trimestre de negócios e apresentou uma avaliação de desempenho. 13 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Cumprimentou os trabalhadores com o menor número de contas e criticou os trabalhadores com o número mais alto. "Jim está pronto para uma promoção", dizia, "mas pobre da Cathy. Nós gostamos dela, mas ela simplesmente não consegue fazer o trabalho. Ela não está à altura. Pode ser que precisemos demiti-la”. O ciclo de produção era executado quatro vezes, e após cada um havia outra avaliação do desempenho. No entanto, apesar de todas as avaliações, do estímulo, da crítica, do treinamento e do assessoramento por parte de Deming, as taxas de erro não melhoravam. Ele usava muitos clichês, criticava os trabalhadores com um alto número de contas vermelhas e elogiava aqueles com números baixos. Apesar de todos os seus esforços, a cada trimestre um trabalhador apresentava um alto rendimento e outro diferente demonstrava um rendimento baixo. Contudo, os erros em geral não variavam muito. Ninguém estava cumprindo a cota. Considerando-se a natureza da técnica de produção das contas vermelhas, é óbvio que o desempenho de cada indivíduo em um dado momento deve-se inteiramente ao acaso. Reconhecemos a existência do acaso na vida cotidiana. Contudo, a maioria de nós presume que o acaso não é responsável pelas diferenças no rendimento individual no trabalho. Com as contas vermelhas nos deparamos com uma situação em que o acaso é responsável por 100 por cento das diferenças no rendimento. Em muitas organizações onde se acredite que um indivíduo pode controlar os resultados, todas ou quase todas as variações de pessoa para pessoa e de um trimestre a outro em realidade podem ser devidas ao acaso. Para continuar com seu experimento, Deming disse aos trabalhadores que, devido ao elevado número de erros, talvez a fábrica precisasse ser fechada. Contudo, a administração decidiu manter os trabalhadores de alto rendimento e demitir os de baixo rendimento. Os três trabalhadores acima da média foram então instruídos a realizar mais duas séries de produção. Estes "melhores" trabalhadores obtiveram resultados variados em algumas de suas tentativas. Obviamente, não há razão para esperar que a produção seja melhor com os trabalhadores supostamente mais qualificados. O processo não mudou. Quando a variação no rendimento se deve ao acaso, o rendimento passado não é nem uma garantia nem uma indicação para futuros resultados. A direção da fábrica de contas responsabilizou os trabalhadores por sua produção individual. Os trabalhadores foram culpados pelos problemas no processo. Por quê? Em geral, quando a administração analisa as informações sobre a produção ou o rendimento, estas informações são confrontadas com uma série de números. O que se supõe normalmente é que cada número é devido a uma causa específica, como o esforço ou a falta de esforço de um indivíduo. Contudo, em um processo como o da fábrica de contas, toda a variação se deve ao acaso, e, portanto, os resultados são motivados pelo processo e não pelos trabalhadores. A administração é responsável pelo processo. Por que então culpar os trabalhadores? 14 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Mesmo parecendo haver pouca consistência no número de defeitos produzidos nas contas vermelhas, Deming utilizava um gráfico de controle para demonstrar que, apesar da variação, os erros foram todos ± 3 no desvio padrão. Isto é, estavam todos dentro dos limites normais de controle de produção e agrupados em torno de uma média esperada para todas as séries de produção executadas. Não estavam acima ou abaixo dos limites superiores ou inferiores de controle. Os trabalhadores estavam realizando o melhor que deles se podia esperar, dadas as circunstâncias do processo. A mensagem de Deming O que Deming quer mostrar é que, no caso das contas vermelhas (e em muitas situações reais), os trabalhadores não têm controle sobre sua produção. Neste caso, a solução óbvia é gerenciar melhor o processo da matéria prima que entra na fábrica de contas para assegurar que haja menos contas vermelhas. Esse tipo de melhoria no sistema, segundo Deming, é responsabilidade da administração e não dos trabalhadores de produção. Ainda que o núcleo do método Deming tenha sido o uso de estatísticas para detectar falhas nos processos, ele desenvolveu uma filosofia de gestão mais ampla, que enfatiza a solução de problemas com base na cooperação para a melhoria de processos. Nomundo real, nem todos os problemas do processo são tão óbvios como o exemplo das contas vermelhas. No entanto, todos nós trabalhamos segundo processos e sistemas organizacionais amplos que apresentam variação inerente. É esta variação que devemos tentar entender e eliminar, por meio do trabalho constante para a melhoria dos processos. Na busca desta melhoria, a gerência e os empregados têm que trabalhar como parceiros. Deming demonstrou que suas teorias sobre o processo ao lado da gestão de pessoas estavam corretas, a julgar por seus bons resultados no Japão e os Estados Unidos. Na década de 1980, ele literalmente salvou da extinção empresas como Xerox e Ford. Deming tentou desviar a atenção da gestão para longe da medição e da gestão do rendimento dos empregados, de modo a medir e gerenciar os processos inter- relacionados de toda a organização (o sistema). "O desempenho de um individuo", apontou, "só pode ser avaliado em termos de sua contribuição para o objetivo do sistema, e não de seu rendimento individual” Ele indicou (como rapidamente aprenderam aqueles que implementaram seus programas) que este enfoque exige o que chamou de "uma transformação do pensamento". As empresas precisam estar dispostas a mudar toda sua cultura. Os processos devem ser continuamente aperfeiçoados – não há ponto final quando podemos dizer que terminamos. Além disso, é necessário aprender a valorizar os empregados como parceiros. As empresas que seguiram a orientação de Deming se transformaram em um grande sucesso. Rapidamente, os gráficos estatísticos de controle começaram a surgir na Ford florescer, e na década de 1980 a indústria automotiva nacional teve a qualidade aprimorada. Seu trabalho na General Motors for a razão do Prêmio Baldrige para a 15 Gerenciamento da Qualidade em Projetos empresa Cadillac. A Xerox conseguiu de volta sua fatia de mercado em uma indústria muito competitiva. Entretanto, as mudanças de liderança e a memória da empresa se desvanecem. Os novos líderes seguem novos modismos, e princípios sólidos são afastados no esforço de um líder de deixar sua própria marca. Todas estas empresas tiveram problemas novamente porque se desviaram de seu caminho até a qualidade. Faríamos bem voltando a olhar de perto a mensagem de Deming. Se na qualidade de líderes não entendemos a razão do sistema, a medição da variação e a participação dos empregados na melhoria de processos, correremos o risco de repetir erros custosos. Folha de Verificação Nome Dia Sumário 1 2 3 4 5 Total Média Total Média Carta de controle 16 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 2.5 Compreendendo as necessidades do cliente a) Qual a diferença entre as necessidades declaradas pelos clientes e suas verdadeiras necessidades? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ b) Quais são as verdadeiras necessidades dos consumidores ao comprar os seguintes itens: O que o consumidor quer comprar O consumidor realmente quer Alimentos Automóvel TV Casa Tinta de parede c) Quais são as duas perguntas em potencial a se fazer aos clientes a fim de compreender suas verdadeiras necessidades? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 17 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 3. ÍNDICES 18 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 19 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 4. ROTEIRO PARA O PLANO DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE Passo 1: Identificação dos clientes Conforme visto em aula, a satisfação do cliente é um dos pilares da qualidade. Logo, sem que saibamos quem é o cliente, como poderemos satisfazê-lo? Nossa primeira tarefa será identificar quem são os clientes do nosso projeto (internos, externos ou ocultos). Algumas técnicas para a identificação do cliente incluem a análise do contrato, a análise do time do projeto e da organização, a análise do uso do produto e os meios de produção. Cliente: todo aquele que utiliza o projeto, o produto do projeto ou o resultado do projeto. Tarefa: após a interação com seu grupo, identifique a seguir os clientes do seu projeto (5): Cliente 1: _______________________________________ Cliente 2: _______________________________________ Cliente 3: _______________________________________ Cliente 4: _______________________________________ Cliente 5: _______________________________________ Passo 2: Priorização dos clientes Nem todos os clientes são iguais. Se todos os clientes forem considerados iguais, a gerência do projeto teria um sério problema na aplicação dos recursos limitados do projeto durante a sua implantação. Logo, temos que priorizá-los, permitindo um entendimento da importância relativa dos clientes para o projeto. Lembre-se que o propósito não é identificar clientes que devem ser ignorados ou eliminados, e sim permitir que os resultados sejam utilizados para análise. Uma das técnicas utilizadas para a priorização dos clientes é a matriz em forma de L. 20 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Tarefa: preencha a matriz em L utilizando os seguintes critérios: - Se o cliente 1 é muito mais importante que o cliente 2, devemos atribuir o valor 10 - Se o cliente 1 é mais importante que o cliente 2, devemos atribuir o valor 5 - Se o cliente 1 é igualmente importante que o cliente 2, devemos atribuir o valor 1 - Se o cliente 1 é menos importante que o cliente 2, devemos atribuir o valor 1/5 - Se o cliente 1 é muito menos importante que o cliente 2, devemos atribuir o valor 1/10 Priorização dos clientes C lie n te 1 :_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ C lie n te 2 :_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ C lie n te 3 :_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ C lie n te 4 :_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ C lie n te 5 :_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Total da linha Valor centesi mal relativo = total da linha / total geral Cliente 1: _______________________ Cliente 2: _______________________ Cliente 3: _______________________ Cliente 4: _______________________ Cliente 5: _______________________ Total Geral 21 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Passo 3: Identificação das necessidades Os clientes demandam diversas necessidades (o queo produto do projeto tem que atender). Para o atendimento destas, é necessário que elas estejam corretamente estabelecidas, e isso deve ir bem além das necessidades genéricas. Esta etapa pode envolver entrevistas e análises com os clientes, já que muitas destas necessidades podem ser implícitas. Necessidade 1: _______________________________________ Necessidade 2: _______________________________________ Necessidade 3: _______________________________________ Necessidade 4: _______________________________________ Necessidade 5: _______________________________________ 22 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Passo 4: Priorização das necessidades Assim como os clientes, nem todas as necessidades são criadas igualmente. Um método para a priorização de necessidades utiliza a matriz em forma de L desenvolvida para a priorização das necessidades, aplicando-a para as necessidades individuais de cada cliente e ao final combina todos os resultados em uma matriz de prioridades para o projeto. A seguir, preencha a matriz em forma de L individualmente para as necessidades, utilizando a ótica de cada cliente: Priorização das necessidades: Cliente 1: _________________ N 1 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 2 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 3 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 4 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 5 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Total da linha Valor relativo = total da linha / total geral Necessidade 1: ___________________ Necessidade 2: ___________________ Necessidade 3: ___________________ Necessidade 4: ___________________ Necessidade 5: ___________________ Total Geral 23 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Priorização das necessidades: Cliente 2: _________________ N 1 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 2 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 3 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 4 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 5 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Total da linha Valor relativo = total da linha / total geral Necessidade 1: ___________________ Necessidade 2: ___________________ Necessidade 3: ___________________ Necessidade 4: ___________________ Necessidade 5: ___________________ Total Geral Priorização das necessidades: Cliente 3: _________________ N 1 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 2 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 3 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 4 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 5 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Total da linha Valor relativo = total da linha / total geral Necessidade 1: ___________________ Necessidade 2: ___________________ Necessidade 3: ___________________ Necessidade 4: ___________________ Necessidade 5: ___________________ Total Geral 24 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Priorização das necessidades: Cliente 4: _________________ N 1 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 2 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 3 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 4 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 5 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Total da linha Valor relativo = total da linha / total geral Necessidade 1: ___________________ Necessidade 2: ___________________ Necessidade 3: ___________________ Necessidade 4: ___________________ Necessidade 5: ___________________ Total Geral Priorização das necessidades: Cliente 5: _________________ N 1 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 2 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 3 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 4 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ N 5 : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Total da linha Valor relativo = total da linha / total geral Necessidade 1: ___________________ Necessidade 2: ___________________ Necessidade 3: ___________________ Necessidade 4: ___________________ Necessidade 5: ___________________ Total Geral 25 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Passo 5: Matriz balanceada de necessidades e clientes A última etapa é a combinação dos resultados da priorização dos clientes com os resultados das priorizações das necessidades de forma a se obter uma priorização balanceada de requerimentos e clientes. Priorização balanceada das necessidades C 1 : _ _ _ _ _ _ _ C 2 : _ _ _ _ _ _ _ C 3 : _ _ _ _ _ _ _ C 4 : _ _ _ _ _ _ _ C 5 : _ _ _ _ _ _ _ T ot al d a lin h a Po si çã o re la ti va N 1: ___________ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ N 2: ___________ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ N 3: ___________ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ N 4: ___________ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ N 5: ___________ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ _______ X _______ = _______ 26 Gerenciamento daQualidade em Projetos Passo 6: Desenvolvimento de especificações Em geral, normas técnicas são uma forma descrita de se fazer alguma coisa. Para os projetos, as normas guiam a sua implementação. As especificações são o detalhamento das necessidades. Normalmente, as necessidades são genéricas, enquanto que as especificações são exatas. Por exemplo, uma necessidade poderia ser descrita como “atendimento eficiente por telefone”, enquanto que uma especificação desta necessidade poderia ser descrita como “responder 99% das ligações telefônicas em menos de dois toques”. Para o desenvolvimento das especificações, devemos seguir este processo: 1. Identificar a necessidade 2. Desenvolver uma definição operacional 3. Desenvolver um valor específico contra o qual o desempenho será medido Tarefa: desenvolva as definições operacionais das 5 necessidades levantadas no caso: Necessidade 1: __________________________________________________ Definição operacional: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Valor a ser medido: _______________________________________________ 27 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Necessidade 2: __________________________________________________ Definição operacional: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Valor a ser medido: _______________________________________________ Necessidade 3: __________________________________________________ Definição operacional: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Valor a ser medido: _______________________________________________ Necessidade 4: __________________________________________________ 28 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Definição operacional: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Valor a ser medido: _______________________________________________ Necessidade 5: __________________________________________________ Definição operacional: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Valor a ser medido: _______________________________________________ 29 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Passo 7: Gerenciar a qualidade Gerenciar a qualidade descreve as atividades necessárias que o time do projeto deve executar para checar a performance do projeto contra o que foi planejado. Estas tarefas incluem: 1. A seleção da norma ou especificação apropriada 2. Utilizando as definições operacionais, defina uma atividade que coletará dados e compare os resultados com o plano. Desenvolva e aplique métricas. 3. Defina e providencie recursos 4. Atribua responsabilidades 5. Junte as atividades em um plano de garantia da qualidade Tarefa: desenvolva uma atividade de garantia da qualidade para as especificações vistas no tópico anterior. Necessidade 1: ___________________________________________________ Atividade de garantia da qualidade: ___________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Necessidade 2: ___________________________________________________ Atividade de garantia da qualidade: ___________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 30 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Necessidade 3: ___________________________________________________ Atividade de garantia da qualidade: ___________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Necessidade 4: ___________________________________________________ Atividade de garantia da qualidade: ___________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Necessidade 5: ___________________________________________________ Atividade de garantia da qualidade: ___________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 31 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Passo 8: Controlar a qualidade O controle da qualidade está relacionado com o monitoramento de resultados específicos do projeto, checando se os mesmos estão aderentes aos padrões de qualidade estabelecidos,identificando formas de eliminar resultados insatisfatórios e sendo realizado durante todo o projeto. Entre as ferramentas normalmente utilizadas, podemos citar as Folhas de verificação, Histogramas, Gráfico de Pareto, Fluxogramas, Diagrama de causa e efeito, Diagrama de dispersão, Brainstorming, Carta ou gráfico de controle, etc. Cada uma pode ser aplicada de acordo com a necessidade do projeto. 8.1 Folhas de verificação Ver item 2.4 desta apostila 8.2 Carta ou gráfico de controle Ver item 2.4 desta apostila 8.3 Diagrama de causa e efeito (também chamado de Diagrama de Ishikawa ou Diagrama de Espinha de Peixe) Exercício: sua empresa está realizando uma evento técnico nacional no final do ano. Na última vez que isto foi realizado, foi um completo desastre. Nada deu certo. Os participantes não gostaram e a diretoria ficou bem irritada com o resultado. Seu chefe o designa gerente do projeto deste evento. Ele espera que você faça um bom trabalho e execute um evento sem falhas. Para analisar o que deu errado na conferência passada, você decide se reunir com diversas pessoas que participaram do último evento e preparar um diagrama de causa e efeito. Desenvolva o diagrama usando a sua experiência pessoal e imaginação sobre o que pode dar errado em um evento deste tipo. O resultado no diagrama é "Evento mal sucedido". Considere as seguintes categorias: localização, instalações, programa, palestrantes, comida e procedimentos. Tente decompor algumas categorias. Analise o diagrama e determine as causas raiz. 32 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 33 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 8.4 Fluxogramas Fluxogramas são bastante familiares para a maioria dos gerentes de projeto, já que são ferramentas básicas de gerenciamento. Um fluxograma identifica a sequencia de eventos em um projeto, e além disso, permite a identificação de eventos algumas vezes obscuros em um processo. A utilização de fluxogramas requer seis passos encadeados: 1. Estabelecer limites. Um problema comum para iniciantes ou entusiastas é tentar fazer um fluxograma do mundo, o que nunca traz bons resultados. Deve-se considerar o que será considerado no processo e o que não será. A equipe deve concordar com o nível de detalhamento a ser obtido. 2. Determinar os passos do processo. Antes de tentar desenhar o fluxograma, tente identificar as entradas, saídas, atividades e decisões. 3. Determinar a sequência de passos. Isso pode ser feito com post-its. Envolva a equipe de forma que diferentes visões possam ser consideradas. 4. Desenhar o fluxograma. Existem diversas ferramentas para este fim, e existem diversos símbolos disponíveis para representar os elementos no fluxograma, mas 5 básicos são suficientes para a maioria dos processos. 5. Testar o fluxograma para verificar se está completo e coerente. 6. Finalizar o fluxograma. Coloque-o em sua forma final, ajustando as fontes e o alinhamento gráfico. 34 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Exercício: faça um fluxograma para o ciclo PDCA 35 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 8.5 Histogramas Os histogramas mostram a distribuição de frequência, sumarizando dados de forma que sejam mais facilmente entendíveis do que uma tabela de números coletados. A criação de um histograma requer seis passos: 1. Selecionar as medidas a serem examinadas. Medidas típicas incluem tamanho, velocidade, tempo, peso, dimensões, etc. 2. Coletar os dados. 3. Preparar uma tabela de frequência. É o primeiro passo na organização dos dados, sendo um sumário dos dados em formato sequencial. 4. Planejar o histograma. Histogramas são construídos de uma forma disciplinada. Simplesmente jogar os dados de forma conveniente pode resultar em uma visualização inútil. 5. Desenhar o histograma, usando uma ferramenta apropriada. 6. Interpretar os dados. Veja as barras do histograma e analise suas relações entre si. Exercício: Um gerente de projeto tem uma percepção de que o tempo de processamento de contratos é muito longo, e gostaria de confirmar ou não esta percepção. Ele prepara uma planilha com o número de dias necessários para processar contratos durante o ano passado. São muitos dados, porque cada compra, mesmo de materiais de escritório, são contratos individuais. Construa um histograma para os dados a seguir. 36 Gerenciamento da Qualidade em Projetos Dias Contratos Dias Contratos 16 1 41 0 17 0 42 2 18 0 43 0 19 0 44 0 20 1 45 0 21 0 46 0 22 0 47 0 23 0 48 1 24 1 49 0 25 0 50 0 26 0 51 1 27 0 52 0 28 1 53 0 29 0 54 3 30 1 55 0 31 0 56 0 32 2 57 0 33 0 58 1 34 1 59 0 35 0 60 0 36 1 61 0 37 0 62 0 38 2 63 0 39 0 64 0 40 5 65 1 37 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 8.6 Diagrama de Pareto Um diagrama de Pareto é uma útil ferramenta para a identificação das melhores oportunidades de melhoria e identificar o pequeno número de causas mais influentes (pouco vitais) entre um conjunto completo de possíveis forntes de erro. Foi denominado assim em homenagem ao economista Italiano Vilfredo Pareto, cujo estudo no século 19 descobriu que a distribuição de riqueza parecia seguir a regra 80/20: 80% da riqueza pertencia a 20% da população. Juran percebeu que a mesma constante aparecia em processos produtivos: 80% dos defeitos advinham de 20% das causas. Um diagrama de Pareto é um gráfico de barras em ordem decrescente, com uma escala acumulativa crescente do lado direito do diagrama. Passo 9: Melhorar a qualidade Conforme visto em aula, não basta resolver pontualmente a questão da qualidade. Ela deve ser continuamente melhorada, SEMPRE. Para a melhoria da qualidade, há muito se aplica o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act), proposto por Shewhart em 1939. Passo 10: Desenvolver o plano de gerenciamento da qualidade Utilize o template fornecido para desenvolver o seu plano de gerenciamento da qualidade. Clientes Necessidades Especificações Atividades de Garantia da Qualidade Plano de Garantia da Qualidade Controle da Qualidade A P C D 38 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 5. ALGUNS LIVROS QUE EU RECOMENDO 1. ACEMOGLU, DARON. WHY NATIONS FAIL: THE ORIGINS OF POWER, PROSPERITY, AND POVERTY 2. ALLEN, PAUL. IDEA MAN: A MEMOIR BY THE COFOUNDER OF MICROSOFT. 3. ANDERSON, CHRIS. MAKERS: THE NEW INDUSTRIAL REVOLUTION. 4. ANDERSON, CHRIS. OS NÚMEROS DO JOGO: POR QUE TUDO QUE VOCÊ SABE SOBRE FUTEBOL ESTÁ ERRADO 5. ARIELY, DAN. PREDICTABLY IRRATIONAL 6. BATELLE, JOHN. A BUSCA. 7. BERNSTEIN, PETER. DESAFIO AOS DEUSES. 8. BLAINEY, GEOFFREY. UMA BREVE HISTÓRIA DO MUNDO. 9. BRANDT, RICHARD. ONE CLICK: JEFF BEZOS AND THE RISE OF AMAZON.COM 10. BROOKS, FREDERICK. THE MYTHICAL MAN MONTH. 11. BROOKS, JOHN. BUSINESS ADVENTURES: TWELVE CLASSIC TALES FROM THE WORLD OF WALL STREET. 12. CALDEIRA, LÉLIS. GURGEL, UM BRASILEIRO DE FIBRA. 13. CAMPBELL, CLARK. THE ONE-PAGE PROJECT MANAGER 14. CARNEGIE, DALE. COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS. 15. CARR, NICHOLAS. A GRANDE MUDANÇA. 16. CARROLL, PAUL. LIÇÕES DE 1 BILHÃO DE DÓLARES. 17. CHABRIS, CHRISTOPHER; SIMONS, DANIEL. O GORILA INVISÍVEL. 18. CHANCELLOR, EDWARD. SALVE-SE QUEM PUDER. 19. CHRISTENSEN, CLAYTON. THE INNOVATOR’S DILEMMA.20. CLINTON, BILL. MINHA VIDA. 21. COLLINS, JIM. COMO AS GIGANTES CAEM. 22. COLLINS, JIM. EMPRESAS FEITAS PARA VENCER 23. COMPTON, WILLIAM. LIVING AND WORKING IN SPACE: A HISTORY OF SKYLAB 24. CONNELLAN, TOM. NOS BASTIDORES DA DISNEY. 25. CONSTANTINO, RODRIGO. PRIVATIZE JÁ. 26. CORREA, CRISTIANE. SONHO GRANDE. 27. COX, CATHERINE. APOLLO. 28. CROWE, ANDY. ALPHA PROJECT MANAGERS: WHAT THE TOP 2% KNOW THAT EVERYONE ELSE DOES NOT 29. DOMINGOS, CARLOS. OPORTUNIDADES DISFARÇADAS. 30. EDWARDS, DOUGLAS. I´M FEELING LUCKY. 31. ELLENBERG, JORDAN. O PODER DO PENSAMENTO MATEMÁTICO. 39 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 32. FRIDMAN, THOMAS. O MUNDO É PLANO. 33. FRIEDMAN, GEORGE. OS PRÓXIMOS 100 ANOS. 34. GARDNER, DAN. RISCO - A CIÊNCIA E A POLÍTICA DO MEDO. 35. GAWANDE, ATUL. THE CHECKLIST MANIFESTO. 36. GERSTNER, LOUIS. QUEM DISSE QUE OS ELEFANTES NÃO DANÇAM? 37. GLADWELL, MALCOLM. BLINK 38. GLADWELL, MALCOLM. O PONTO DA VIRADA 39. GLADWELL, MALCOLM. OUTLIERS 40. GOLDRATT, ELIYAHU. A META. 41. GOMES, LAURENTINO. 1808. 42. GOMES, LAURENTINO. 1822. 43. GOMES, LAURENTINO. 1889. 44. GRANDI, GREG. FORDLANDIA. 45. GREENE, ROBERT. AS 48 LEIS DO PODER. 46. GREENWALD, GLENN. SEM LUGAR PARA SE ESCONDER: EDWARD SNOWDEN, A NSA E A ESPIONAGEM DO GOVERNO AMERICANO 47. GROVE, ANDREW. SOMENTE OS PARANOICOS SOBREVIVEM. 48. GUARACY, THALES. O SONHO BRASILEIRO. 49. HAMMERSLEY, BEN. 64 THINGS YOU NEED TO KNOW NOW FOR THEN: HOW TO FACE THE DIGITAL FUTURE WITHOUT FEAR. 50. HAREN, FREDRIK. THE DEVELOPING WORLD. 51. HARRIS, BLAKE. CONSOLE WARS: SEGA, NINTENDO, AND THE BATTLE THAT DEFINED A GENERATION 52. ISAACSON, WALTER. OS INOVADORES. 53. ISAACSON, WALTER. STEVE JOBS – A BIOGRAFIA. 54. JACKSON, JOE. THE THIEF AT THE END OF THE WORLD. 55. JOHNSON, JIM. MY LIFE IS FAILURE. 56. JOHNSON, STEVEN. COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI. 57. JOHNSON, STEVEN. HOW GOOD IDEAS COME FROM – THE NATURAL HISTORY OF INNOVATION. 58. KAHNEY, LEANDER. A CABEÇA DE STEVE JOBS. 59. KIM, CHAN. A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL. 60. KISSINGER, HENRY. SOBRE A CHINA. 61. KUERTEN, GUSTAVO. GUGA, UM BRASILEIRO 62. KURZWEIL, RAY. THE SINGULARITY IS NEAR. 63. LANSING, ALFRED. SHACKLETON´S INCREDIBLE VOYAGE. 64. LASHINSKY, ADAM. INSIDE APPLE. 40 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 65. LEHRER, JONAH. IMAGINE: HOW CREATIVITITY WORKS. 66. LEITÃO, MIRIAM. A SAGA BRASILEIRA. 67. LEVINSON, MARC. THE BOX: HOW THE SHIPPING CONTAINER MADE THE WORLD SMALLER AND THE WORLD ECONOMY BIGGER 68. LEVITIN, DANIEL. THE ORGANIZED MIND; THINKING STRAIGHT IN THE AGE OF INFORMATION OVERLOAD. 69. LEVITT, STEVEN D. FREAKONOMICS. 70. MEIRA, SILVIO. NOVOS NEGÓCIOS INOVADORES DE CRESCIMENTO EMPREENDEDOR NO BRASIL. 71. MEZRICH, BEN. BILIONÁRIOS POR ACASO – A CRIAÇÃO DO FACEBOOK. 72. MITNICK, KEVIN. A ARTE DE ENGANAR. 73. MORAIS, FERNANDO. MONTENEGRO – AS AVENTURAS DO MARECHAL QUE FEZ UMA REVOLUÇÃO NOS CÉUS DO BRASIL. 74. MORITA, AKIO. MADE IN JAPAN. 75. MORRIS, IAN. WHY THE WEST RULES – FOR NOW. 76. NARLOCH, LEANDRO. GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DO BRASIL. 77. NETO, LIRA. GETÚLIO. 78. PELFREY, WILLIAM. BILL, ALFRED AND THE GENERAL MOTORS. 79. PELLEGRINO, CHARLES. O ÚLTIMO TREM DE HIROSHIMA. 80. PENDERGRAST, MARK. POR DEUS, PELA PÁTRIA E PELA COCA-COLA. 81. PEREIRA, NEY. SEJA UM PROFESSOR NOTA 10. 82. PETROSKI, HENRY. A EVOLUÇÃO DAS COISAS ÚTEIS. 83. PRICE, DAVID. A MAGIA DA PIXAR. 84. ROSEN, WILLIAM. THE MOST POWERFUL IDEA IN THE WORLD: A STORY OF STEAM, INDUSTRY, AND INVENTION 85. SARDENBERG, CARLOS ALBERTO. NEOLIBERAL, NÃO. LIBERAL. 86. SEGAL, KEN. INSANELY SIMPLE: THE ONSESSION THAT DRIVES APPLE’S SUCCESS. 87. SHAUCHENKA, ULADZILSLAU. WHY PROJECTS FAIL – HOW TO MAKE YOUR NEXT PROJECT SUCESSFUL. 88. SHULTZ, HOWARD. ONWARD 89. SHULTZ, HOWARD. POUR YOUR HEART INTO IT – HOW STARBUCKS BUILT A COMPANY ONE CUP AT A TIME. 90. SILVA, OZIRES. NAS ASAS DA EDUCAÇÃO – A TRAJETÓRIA DA EMBRAER. 91. SINEK, SIMON. START WITH WHY – HOW GREAT LEADERS INSPIRE EVERYONE TO TAKE ACTION. 41 Gerenciamento da Qualidade em Projetos 92. SLOAN, ALFRED. MEUS ANOS COM A GENERAL MOTORS. 93. SMIT, BARBARA. INVASÃO DE CAMPO - ADIDAS, PUMA E OS BASTIDORES DO ESPORTE MODERNO. 94. SORKIN, ANDREW ROSS; HUGHES, WILLIAM T. TOO BIG TO FAIL. 95. STIGLITZ, JOSEPH. OS EXUBERANTES ANOS 90. 96. TAPSCOTT, DON. WIKINOMICS. 97. VASCONCELLOS, CLAUDIA. ESTRELA BRASILEIRA. 98. WATSON JR, THOMAS J. PAI, FILHO E CIA. MINHA VIDA NA IBM. 99. WILLIAMS, TODD. RESCUE THE PROBLEM PROJECT – A COMPLETE GUIDE TO IDENTIFYING, PREVENTING AND RECOVERING FROM PROJECT FAILURE. 100. WOZNIAK, STEVE. IWOZ: COMPUTER GEEK TO CULT ICON.
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