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Resumo República do Brasil

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Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República1
REPÚBLICA NO BRASIL
Causas da República
• Formação dos partidos republicanos Rio de Janeiro (1870) São Paulo (1873)
• Formação de uma incipiente classe média, que era constituída de trabalhadores das
indústrias do comércio e funcionários públicos.
• A Guerra do Paraguai, que influenciou os militares do Brasil com idéias republicanas.
• O conflito entre a Igreja e o Governo Imperial, gerado pelo cumprimento das ordens do
Vaticano (1872) punia todas as irmandades que tivessem membros participando da
Maçonaria.
• O conflito entre o Exército e o Governo Imperial, provocado pelas críticas feitas por militares
(Sena Madureira) contra o Governo Imperial, sem ordens do Ministério da Guerra, mesmo
sabendo que era proibido.
• A abolição da escravidão e a expansão cafeeira, fatos que marcaram o prejuízo dos
latifundiários, sem serem ressarcidos e a formação de novos grupos sociais desejosos de
participação no Poder.
• A notícia da prisão de alguns líderes republicanos espalhada, falsamente, no dia 14/11/89.
O Governo Provisório 1889/19891
O Primeiro Governo Provisório da República foi chefiado pelo Marechal Deodoro da
Fonseca.
O primeiro documento do Governo Provisório, declarou abolida a vitaliciedade do Senado,
extinto o Conselho de Estado e dissolvida a Câmara dos Deputados. Pelo seu primeiro decreto,
adotou a República Federativa, medida anteriormente exigida pelo Manifesto Republicano e
que só foi posta em prática efetiva com a Constituição de 1891
As províncias foram transformadas em Estados federados, constituindo os Estados do
Brasil.
Com a instauração do regime republicano caíram o Poder moderador, a centralização e as
eleições censitárias (a base de renda). Além dessas outras medidas forma adotadas outras
para a criação de um novo aparelho estatal, de acordo com os interesses dos grupos sociais
dominantes, entre elas:
• banimento da família imperial;
• adoção de novas bandeira, de acordo com o projeto idealizado pelo Postulado Positivista, com
o lema Ordem e Progresso.
• separação entre Igreja e Estado criação do registro civil e liberdade de todos os cultos de
acordo com a ideologia liberal e os princípios positivistas.
• reforma do ensino, dado-se mais importância ao ensino das ciências, segundo os princípios
de Augusto Comte (positivista);
• reaparelhamento administrativo, de acordo com as necessidades criadas com o avanço do
Capitalismo;
• a “grande naturalização”, por meio da qual passariam a ser brasileiros os estrangeiros aqui
residentes, a não ser que desejassem manter sua nacionalidade primitiva;
• pluralidade de emissões bancárias;
• convocação de um Congresso Constituinte.
Ainda no Governo de Deodoro aumentaram as divergências entre os grupos que
disputam o poder. Alguns apoiavam o Vice-Presidente Floriano; e outros representantes da
oligarquia rural reunidos sobretudo no Partido Republicano Paulista e no Partido Republicano
Mineiro, pretendia afastar os militares do governo.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República2
A incompatibilidade entre o Governo e a oposição chegou a ponto de Deodoro decretar
a dissolução do Congresso (3 de novembro de 1891), a censura à imprensa e o estado de sítio
para o Distrito federal e Niterói. Tais medidas não arrefeceram o lado contrário e provocaram,
inclusive, uma revolta da esquadra comandada por Custódio José de Melo. Deodoro, então
preferiu renunciar, em 23 de novembro de 1891, apesar de haver sido apoiado pela maioria
dos governadores estaduais.
G O V E R N O F L O R I A N O P E I X O T O
Características da Constituição de 1891
PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIÁRIO
Presidente eleito para um
mandato de 4 anos, c/vice
presidente.
Executivo estadual, exercido
por Pres. de Estado eleito pelos
Estados.
Presidente da República
escolhia livremente seus
Ministros.
Presidente da República pode
decretar a intervenção federal
nos Estados .
Presidente da República não
pode ser reeleito.
Exercido pelo Congresso
Nacional (Senado Federal –
mandato de 9 anos e Câmara
dos Deputados mandato de 3
anos)
Deputados Federais eleitos na
base de 1 para cada 70.000
habitante nos Estados.
Senadores em número de 3 por
Estado.
Congresso não pode ser
dissolvido pelo Presidente.
Parlamentares eleitos pelo povo
Descentralizado
Exercido por juízes Federais
e de Direito
Órgão máximo: Supremo
Tribunal Federal
Presidencialismo – Federalismo – Tripartição dos poderes – Promulgada
- Inspirada nas Constituições dos EUA, Suíça e Argentina – Direito de voto reservado aos
maiores de 21 anos
- Subsolo pertencente ao proprietário do solo
- Confirmação da separação entre o Estado e a Igreja – Liberdade de Culto – Não instituiu a
Justiça Eleitoral – O voto não era secreto (aberto).
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República3
A República Oligarquia (1894 – 1930)
Linha de Tempo
1894 1898 1902 1906 1910 1914 1918 1922 1926 1930
Presidência de
Washington Luiz
1926-1930
Construção de
estradas Reformas
Financeira Crise
econômica (café e
reflexos do crack
da Bolsa de Nova
York em 1929),
ruptura do eixo
político Minas –
São Paulo
provoca a
revolução de
1930.
Presidência de
Prudente de Morais
- Revolta de
Canudos (Bahia)
– Antônio
Conselheiro.
Presidência de
Rodrigues Alves
1902 – 1906
Saneamento do Rio de
Janeiro contra febre
amarela e varíola
(Oswaldo Cruz)
Construção de estradas
de ferro e portos
1906-Convênio de
tratado de limites
Presidência de
Hermes da Fônseca
 1910-1914
- Política das
salvações: intervir
nos Estados que
apóiam Rui Barbosa
- A questão do
contestado (região
entre Paraná e Santa
Catarina; o líder
místico João Maria
provoca agitações).
- Crise da borracha
Reforma no ensino
Presidência de
Epitácio Pessoa
1919-1922
- Desenvolvimento
do Nordeste (estrada
e açudes)
- Reação
Republicana (1921)
lutas entre
Oligarquias Federais
- Revolta no Forte de
Copacabana (1922)
(contra a posse de
Arthur Bernanrdes)
primeira Revolta
Tenetista
-Seamana de Artes
Moderna (São Paulo
1922) Escola
Modernista
Presidência de
Campos Sales
1898-1902
- acordo com
banqueiros europeus
- Política
deflacionária do
ministro Joaquim
Murtinho
- “Política dos
governadores,
acarretando a
hegemonia dos
Estados de Minas
Gerais e São Paulo,
apoiados pelo
governo central”
Presidência de
Afonso Pena e Nilo
Peçanha
1906 – 1910
- desenvolvimento
da imigração,
sistema ferroviário.
- conferência de
HAIA (Rui Barbosa
- junho de 1909:
Faleceu Afonso
Pena; governo
entregue a Nilo
Peçanha
- Criação do S.P.I.
(serviço de proteção
ao índio)
- Campanha civilista
(Rui Barbosa x
Hermes da Fônseca)
Presidência de
Wenceslau Brás
1914-1918
Delfim Moreira
1918/1919 primeira
Guerra Mundial –
(1914-1918),
estimulou à
industrialização,
pacificação do
movimento do
Contestado para sua
sucessão, é eleito
Rodrigues Aires,
que, no entanto,
morre ante de assumi
o cargo. Assume o
Governo o vice
presidente D.
Moreira que convoca
novas eleições
Presidência de
Arthur Bernardes
1922 – 1926
- Estado de Sítio
constante
- Revolta de São
Paulo (1924)
(Isidoro Dias Lopes)
- Revolta do Rio
Grade do Sul (1924)
- Coluna Prestes
(1925/1927)
- Reformada
Constituição de
1891.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República4
Principais Governos da República Velha
PRUDENTE DE MORAES (1894/1898)
Prudente de Morais foi o primeiro Presidente civil do Brasil. Com ele, iniciou-se , na
República, o domínio político dos fazendeiros, isto é, das oligarquias agrárias, e terminou o
domínio dos militares.
Durante o seu governo estourou a Guerra de Canudos, no Sertão da Bahia.
Durante o governo de Prudente, O Barão de Rio Branco resolveu uma questão
diplomática com a Argentina. Foi a questão do território das Palmas ou das Missões, território
disputado pelo Brasil e Argentina. Serviu como árbitro o Presidente Cleveland, dos Estados
Unidos, que deu ganho de causa ao Brasil.
CAMPOS SALES (1898/1902)
Campos Sales herdou as conseqüências da Crise do Enchimento e, por isso teve que
negociar a dívida externa brasileira com banqueiros ingleses e pedir novos empréstimos.
Ao negociar essa dívida com os banqueiros ingleses, Campos Sales conseguiu que o
Brasil só começasse a pagá-la 13 anos depois do acordo. Além disso, o Brasil teria 63 anos de
prazo para liquidar toda a dívida externa.
A este acordo que Campos Sales fez com os credores do Brasil, isto é, a esta
negociação da dívida externa brasileira chamamos de Funding-Loan.
Para fazer este acordo, os credores exigiram, entre outras coisas, que o governo
brasileiro iniciasse o combate à inflação.
A política de combate a inflação foi feita pelo Ministro da Fazenda Joaquim Murtinho.
Campos Sales e Joaquim Murtinho conseguiram salvar o Brasil da Crise do Encilhamento,
combater em grande parte a inflação e valorizar a moeda brasileira.
Desta maneira, Campos Sales deixou para o seu sucessor, Rodrigues Alves, um país
em melhores condições do que quando assumiu o governo, em 1898.
A Política dos governadores foi criada e concretizada no seu governo.
No Campo da política externa, o Brasil ganhou da França a Questão do Amapá. A
França reivindicava para ela uma grande área Norte do Brasil. Serviu como árbitro Walter
Hauser, que nos deu ganho de causa.
A decisão de Walter Hauser confirmou o rio Oiapoque com a fronteira entre o Brasil
e a Guiana Francesa. Mais uma vez, o Brasil foi defendido pelo Barão do Rio Branco.
RODRIGUES ALVES (1902/1906)
As principais realizações foram:
• Saneamento e Urbanização do Rio de Janeiro.
• Combate a febre amarela, peste bubônica e a varíola (Oswaldo Cruz).
• Resolução da questão do Acre (Tratado de Petrópolis – 1903).
O CONVÊNIO DE TAUBATÉ (1906)
AFONSO PENA (1906/1909)
Afonso Pena foi o primeiro Presidente mineiro. A partir dele, foi mais ou menos
comum, até 1930, o revezamento entre paulistas e mineiros na Presidência da República.
O Presidente Afonso Pena tinha um lema: governar é povoar. Por isso ele estimulou
a imigração e durante o seu governo entraram no Brasil, aproximadamente, 1.000.000 de
estrangeiros.
Este Presidente continuou a Política do Café e colocou em prática as determinações
do Convênio de Taubaté.
Afonso Pena deveria governar até 1910, porém morreu durante o mandato, em
1909.
Foi substituído pelo Vice-Presidente Nilo Peçanha.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República5
NILO PEÇANHA (1909/1910)
Com a morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha, que era o Vice-Presidente, completou o
mandato.
Quem marcou presença nessa época foi o Marechal Rondon. Cândido Mariano da
Silva Rondon percorreu os sertões do Brasil, demarcou fronteiras, ergueu milhares de postes
telegráficos, ligando o Brasil de norte a sul. Sua obra de pacificação do índio, respeitando-lhes
os hábitos, é um exemplo até hoje para todos nós. Morrer se preciso, matar nunca era o lema
da missão Rondom, que percorreu todo o sertão brasileiro.
• Criou o serviço de proteção ao índio.
HERMES DA FONSECA (1910/1914)
O Presidente Hermes da Fonseca criou, em seu governo a Política das Salvações,
que consistia na substituição de velhos governadores nomeados pelo Presidente da República.
Com esta política, o Presidente derrubou do poder alguns governadores e nomeou,
para governar aqueles estados, homens de sua confiança.
No Rio de Janeiro explodiu a Revolta da Chibata, liderada pelo marinheiro negro
João Cândido. Foi uma revolta ocorrida na Marinha contra o uso dos castigos corporais nos
marinheiros.
Outro fato marcante da sua política interna foi a Guerra do Contestado. Este
movimento de sertanejo, ocorridos nas fronteiras do Paraná e Santa Catarina, chegou ao final
em 1916, com a morte de milhares de sertanejos e soldados.
VENCESLAU BRÁS (1914/1914)
O governo do Presidente Venceslau Brás coincidiu com o período da Primeira Guerra
Mundial (1914/1918).
O Brasil participou da guerra ao lado dos Estados Unidos, França e Inglaterra,
fornecendo alimentos e matérias-primas aos aliados, enviando um grupo de médico e
aviadores para a Europa e colaborando no patrulhamento do oceano Atlântico.
A guerra provocou a diminuição das importações e o crescimento das exportações
brasileiras. As importações diminuíram porque os países de quem comprávamos produtos
industrializados estavam na guerra.
Com a redução, das importações, ou seja, com a diminuição da compra de produtos
estrangeiros, passamos a produzir mais e com isso cresceu a indústria brasileira.
EPITÁCIO PESSOA (1919/1922)
Em 1918 houve eleições para Presidente e saiu vitorioso o ex-Presidente Rodrigues
Alves. Entretanto, Rodrigues Alves morreu antes de tomar posse e foi substituído pelo Vice-
Presidente Delfim Moreira, que convocou novas eleições para Presidente em 1919 e delas saiu
vitorioso o paraibano Epitácio Pessoa.
Epitácio foi eleito com o apoio de São Paulo e Minas Gerais, portanto, dentro do
velho esquema “café-com-leite”
Entretanto, apesar de ser um Presidente “café-com-leite”, Epitácio Pessoa foi
coerente com sua origem nordestina e fez uma política de combate às secas do Nordeste,
onde construiu açudes e estradas.
Em 1920 foi inaugurada a primeira universidade do Brasil, a Universidade do Rio de
Janeiro, em 1922 ocorreu, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte moderna.
Neste mesmo ano de 1922, ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana, primeiro
movimento armado tenentista da história do Brasil.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República6
ARTUR BERNARDES (1922/1926)
O governo de Artur Bernardes foi muito severo. Os movimentos operários eram
controlados por um rígido esquema policial e Lei de Imprensa censura violentamente os
jornais.
Eleito num momento de profundas agitações sociais e políticas, Artur Bernardes
governou quase totalmente sob o estado de sítio.
Em seu governo ocorreram várias revoltas tenentistas, tais como: A Revolução
Paulista de 1924 e a Coluna Prestes.
Estas revoluções justificam, em partes, o quase permanente estado de sítio.
Nestes novos movimentos tenentistas, a jovem oficialidade do Exército já pensava
em representar os interesses nacionais e propunha a criação de uma sociedade democrática
para o bem da coletividade brasileira.
WASHINGTON LUÍS (1926/1930)
Washington Luís é considerados paulista, apesar de ter nascido em Macaé, no
Estado do Rio de Janeiro. É considerado paulista porque a sua carreira política foi feita em São
Paulo e porque era membro do PRP (Partido Republicano Paulista).
O Presidente Washington Luís afirmava que governar é abrirestradas e em seu
governo foram construídas as rodovias Rio – São Paulo e Rio Petrópolis.
Washington Luís tentou faze uma política de combate à inflação e de estabilidade do
valor da moeda brasileira. Porém, a sua tentativa não teve êxito devido principalmente à crise
mundial de 1929.
A POLÍTICA DOS GOVERNADORES
A tentativa de criação do Partido Republicano Federal findara em fracasso. E nesse
contexto que os partidos regionais de tendências oligárquica, passarão a exercer o domínio
político da nação. Minas Gerais e São Paulo, os dois principais Estados, vão ocupar o cenário
político brasileiro e determinar seus rumos até a Revolução de 1930. Esse sistema político
oligárquico ficou conhecido como política dos governadores” ou política dos Estados”, cujas
bases foram lançadas pelo Presidente Campos Sales, sucessor de Prudente de Morais. Com
isso, reforçou-se o presidencialismo, tendo tal regime sua sustentação política nos poderes
estaduais. Os partidos dominantes nos Estados asseguravam, por meio de suas bancadas na
Câmara e no Senado, o apoio ao Poder Executivo Federal. Este, em troca, comprometia-se a
reconhecer automaticamente a legitimidade das oligarquias estaduais favorecendo o
atendimento de seus interesses e a consolidação de seu poder regional. Em cada Estado, o
poder político era exercido e mantido, a ferro e fogo se preciso pelos “coronéis”, em geral
grandes proprietários que controlavam a vida dos municípios. Esses donos de terras eram
donos do poder, controlavam as eleições, designavam os candidatos a serem eleitos (chamado
voto de cabresto), sufocavam oposições e dissidências, praticando sem escrúpulo e fraude
eleitoral. O coronelismo influenciava a política dos governadores, e esta determinava os rumos
políticos do país. Nesse quadro, Minas e São Paulo tiveram um só peso determinante. São
Paulo era o primeiro produtos de café do Brasil, produto base da economia nacional. Minas
era o segundo produtor de café e o primeiro de leite. Com base seus poderes econômicos
respectivos, as oligarquias dos dois estados aliaram-se para exercer a hegemonia política Juno
ao Poder executivo Federal, configurando a “política do café-com-leite”.
A COLUNA PRESTES (1925/1927)
A mais significativa expressão do tenentismo.
Em fins de 1924 a mate tenentista chegava ao Rio Grande do Sul. Em tempo
guarnições de várias regiões do Estado rebelavam-se abertamente. A jovem oficialidade
novamente se faz ouvir. Entre os tenentes destacava-se a figura de Luís Carlos Prestes.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República7
Em 1925, o rebeldes gaúchos seguiram para o norte e juntavam-se às forças de
Isidoro Dias.
Parte-se então para a guerra de movimentos, cujo objetivo, era o de minar as
bases das oligarquias dominantes. É dentro deste contexto que se enquadra a famosa Coluna
Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, que percorreu os sertões brasileiros,
numa jornada de 24.000 quilômetros. As tropas rebeldes enfrentaram forças federais, milícias
estaduais e, até mesmo, cangaceiros contratados. Entretanto, no dizer de Edgar Carone, elas
fizeram vibrar as expectativas populares, num país amordaçado pelo estado de sítio e pela
censura.
A REVOLUÇÃO DE 1930
O candidato da Aliança Liberal – coalizão bastante heterogênea que tanto
congregava políticos da velha guarda como gente ansiosa por reforma – perdeu as eleições de
1930, em favor do candidato apoiado pelo Presidente Washington Luís, Júlio Prestes. À
primeira vista, parecia que as coisas iam ficar por aí.
Todavia, os políticos gaúchos da Aliança Liberal, em conluio com os tenentistas,
decidiram desencadear a Revolução e obter pelas armas o que não tinham conseguido nas
urnas, isto é, o poder.
Nos meados de 1930, a situação começou a se apresentar favorável aos
conspiradores. A crise do café veio se somar o assassinato de João Pessoa. Em outubro, o
movimento revolucionário foi deflagrado. Começou em Porto Alegre e terminou com a
ascensão de Getúlio Vargas e o exílio de Washington Luís e Júlio Prestes.
A Revolução de 1930 mudou os rumos de nossa história, pois destruiu as velhas
instituições políticas da República Velha, como a Política dos Governadores e Política café-com-
leite. A era de Vargas (1930/1945), que nasceu com a Revolução, foi o período em que
criaram as bases de um Brasil moderno, vigoroso e mais capacitado para se compor dentro
dos quadros da política internacional.
A ERA VARGAS
O Governo Provisório
A vitória do Movimento de 1930, deu início à nova etapa da nossa história, que se
estendeu até 1954. Essa etapa foi marcada pela liderança política de Getúlio Vargas, ficando
conhecida desta forma como a ERA VARGAS ou Período Getulista.
Durante os 15 anos (30-45), o Brasil sofreu as influências sociais e políticas que
acabaram por marcar a vida do país. Entre as mudança ocorridas, destacamos:
• O crescimento da sociedade urbana em relação a sociedade rural, consolidando desta
forma o processo de urbanização no país.
• A ampliação de alguns setores ligados à indústria, consolidação desta forma seu espaço na
economia brasileira.
• Um deslocamento de importância política dos campos para as cidades, com o crescimento do
poder da burguesia empresarial das cidades em substituição às oligarquias rurais.
• A classe média e o operário cresceram em quantidade e conquistaram maior importância na
vida política do país.
O período Getulista pode ser dividido em três grandes fases:
1 – Governo Provisório 1930/1934
2 – Governo Constitucional 1934/1937
3 – Governo Ditatorial 1937/1945
O Governo Provisório (1930/1934). A 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas
assumiu provisoriamente a chefia do governo brasileiro, tendo no seu currículo político as
seguintes participações:
a) Governador do Estado do Estado do Rio Grande do Sul;
b) Ex-ministro da Fazenda de Washington Luís;
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República8
c) Líder civil da Revolução de 1930
Entre as primeiras providências destacaram-se:
A suspensão da Constituição de 1891.
O fechamento do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais.
Este período de governo foi marcado pelas contradições e confrontos políticos entre
os grupos sociais que participaram do movimento de 30 e que agora participam do governo
senão, vejamos:
Os tenentes advogavam uma maior centralização do poder dos grupos oligárquicos
estaduais que dominaram o cenário político durante a chamada República Velha, através da
figura dos coronéis.
Vargas procurou equilibrar entre os dois segmentos, utilizando para tal o chamado
Estado de Compromisso, onde atuava de forma ambígua:
• por um lado atendia algumas reivindicações da oligarquia, além de fornecer-lhes
financiamento para a produção rural.
• Por outro, nomeava tenentes como interventores (espécie de governadores) nos Estados.
Juarez Távora (que participara da Coluna Prestes), além de ministro da Viação (transporte,
atualmente), tinha sob seu controle doze estados do Nortes do País, o que lhe valeu o
título de “Vice-rei do Norte”.
O tenente João Alberto foi nomeado interventor do estado de São Paulo, sofrendo
ampla oposição dos grupos políticos paulistas.
Uma das principais decisões do Governo Provisório, a favor de produtores e
comerciantes, foi o adiantamento do prazo para o pagamento das dívidas e, em alguns casos,
chegando até a anular os débitos de outros grupos oligárquicos.
A preocupação com o café continuou sendo uma característica do governo
Provisório,tanto que, em 1931, reiniciava-se a política de valorização do café, visto que este
continuava sendo o principal produto da economia brasileira no mercado internacional.
A atuação do Estado, intervindo na economia estendeu-se a outros produtos
agrícolas, da seguinte maneira: a criação de institutos com o do cacau e posteriormente os do
pinho, do mate, do álcool e outros.
Tal situação acabava por provocar o atendimento das reivindicações dos grandes
proprietários rurais, independente das suas divergências com a políticas oficial. Tal situação
explica o apoio concedido por grande parte desta elite agrária ao governo instalado.
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
O Estado de São Paulo, que não sendo incluído no Estado de Compromisso, via
com o passar do tempo, diminuir as possibilidades de retomar o controle político do país,
voltando deste forma, à sua condição de “locomotiva” do país puxando os “vagões”,
retratados pelos demais Estados.
Tal situação de marginalização não agradava à oligarquia paulista que desejava a
retomada do poder político. O descontentamento da população com as dificuldades
econômicas, provocadas pelo centralismo administrativo, defendido pelos tenentes poderia ser
aproveitado pela oligarquia paulista para tentar derrubar o poder.
Os partidos Democráticos e Republicano Paulista uniram-se sob as palavras de
ordem: “interventor civil e paulista”, exigindo também a elaboração de uma nova Constituição
para o país. Desta forma, São Paulo procurava levantar a visando, deste modo, mobilizar o
resto das oligarquias.
O governo central, liberado por Getúlio tomou as seguintes decisões:
• cedeu à reivindicação, nomeando o político Pedro de Toledo para o cargo de interventor.
• Mesmo com a oposição dos tenentes publicou o novo código Eleitoral e o anteprojeto da
Constituição.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República9
Mesmo com estas medidas, as manifestações continuaram e, a 23 de maio de 1932,
a reação contra um grupo de estudantes culminou com a morte de quatro deles que
participavam das manifestações Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – MMDC.
Os quatros estudantes mortos tiveram a condição de heróis na luta contra a
opressão do poder federal e tiveram as iniciais de seus nomes transformadas na sigla do
movimento revolucionário paulista.
A 9 de julho de 1932, explodia em São Paulo a luta armada contra o governo
provisório de Getúlio, a liderança militar de São Paulo coube ao general Isidora Dias Lopes; em
Mato Grosso, ao general Bertoldo Klinger, enquanto Francisco Morato e Pedro de Toledo
constituíam a liderança civil.
Inicialmente, o estado de São Paulo contou com o apoio de grupos rebeldes de
Minas Gerais, liderados por Borges da Fonseca, porém não resultando em ajuda efetiva e
concreta.
O movimento terminou três meses depois quando sem infra-estrutura bélico-militar
e sendo acusado de estar fazendo um movimento de caráter separatista, São Paulo acabou
sendo derrotado pelas tropas federais.
Apesar de militarmente a Revolução Constitucionalista de 1932 ter sido um
fracasso, do ponto de vista político, os seus resultados podem ser considerados positivos:
Em 1933, Vargas promoveu eleições para Assembléia Constituinte.
A CONSTITUIÇÃO DE 1934
Em novembro do mesmo ano dava-se início aos trabalhos da Constituição que
resultaram na promulgação da Constituição de 1934. Entre as principais modificações,
podemos destacar:
a) O estabelecimento do voto secreto;
b) Concessão do direito de voto às mulheres;
c) Permanência sem direito de voto dos analfabetos, mendigos, militares até o posto de
sargento:
d) Criação da Justiça eleitoral independente para zelar pelas eleições;
e) Apresentação dos primeiros Direitos Trabalhistas, garantidos pela presença do ministério
do Trabalho, Indústria e Comércio, criado desde 1930, sendo seu primeiro ocupante
Lindolfo Collor;
f) Instituição do mandato de segurança;
g) Estabelecimento da nacionalização das empresas estrangeiras de seguros;
h) Proibição de as empresas estrangeiras serem proprietárias de órgãos de divulgação;
i) Instituição da figura do Deputado Classista;
j) Estabelecimento de eleição direta para o cargo de presidente da República, com exceção de
Vargas eleito de forma indireta pela Assembléia Constituinte.
Neste período do governo de Getúlio Vargas, ganhavam importância na vida política
do país, dois grupos políticos com idéias antagônicas: a ação Integralista Brasileira (AIB) e a
Aliança Nacional Libertador a (ANL) que se destacaram pela polarização da disputa política no
país.
O INTEGRALISMO
O escritor Plínio Salgado, Miguel Reale e outros intelectuais e políticos lançara, em
1932, um manifesto ao povo brasileiro, contento os princípios do integralismo. Tal manifesto
era uma adaptação brasileira das idéias fascistas de Benito Mussoline e do nazismo alemão de
Adolf Hitler.
Estava criada, desta forma, a Ação Integralista Brasileira (AIB), organização política
que se expandiu pelo país, conquistando a simpatia de muitos empresários, de uma parcela
da classe média urbana, de um segmento do clero e também de parte da oficialidade das
Forças Armadas.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República10
A doutrina integralista defendia o estabelecimento de um combate violenta ao
comunismo, a exaltação ao nacionalismo de foram extremada, o Estado com poderes tais
sobre a sociedade, o estabelecimento da censura às atividades artísticas e literárias e a único
chefe (ditador) integralista.
Seguindo o exemplo nazi-fascista, os membros integralistas eram submetidos à
rígida disciplina militar. Vestiam uniformes com camisas verdes, daí os seus apelidos de
“galinhas-verdes”. Desfilavam pelas ruas como tropas militar, gritando a saudação indígena
ANAUÊ!
Atacavam violentamente os adversários de outras organizações políticas,
propagavam o seu lema, que era: DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA, chegaram a criar mais de mil
núcleos da ação Integralista por todo o país.
O ALIANCISMO
Principal grupo de oposição ao integralismo, a Aliança Nacional Libertadora (ANL)
tinha os seus membros chamados aliancistas.
A ANL constituía-se de uma frente de oposição que reunia grupos de várias
tendências ideológicas: sociais-democratas, socialistas, comunistas, anarquistas e outros.
Em abril de 1935, Luís Carlos Prestes, representando a corrente do partido
Comunista, segmento mais importante dentro da Aliança foi eleito presidente do honra da
Aliança.
A Aliança apresentava, como princiapis pontos do seu programa político, as
seguintes propostas:
• Nacionalização das empresas estrangeiras;
• Não-pagamento da dívida externa brasileira;
• Realização de uma reforma agrária dando terras aos trabalhadores do campo e combatendo o
latifúndio;
• Garantia das liberdades individuais.
A ANL cresceu de maneira muito rápida pó todo país e suas propostas iam de
encontro aos anseios populares. Tal crescimento acabou por assustar o governo e as classes
conservadoras, que decidiram pelo fechamento da ANL.
Em abril de 1935, aprovou-se uma lei de segurança nacional com um objetivo
bastante claro: impedir o crescimento da ANL. Setores da sociedade protestaram, como o
Clube Militar, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), os Sinbdicatos; porém de nada
adiantou, pois, apoiado por setores tradicionais da sociedade brasileira, o governo aprovou e
colocou em vigor a nova lei.
Em 11 de julho a ANL teve o seu fechamento decretado pelo governo, e seus
membros e simpatizantes passaram a ser severamente perseguidos.Setores mais radicais da
ANL começaram a tramar um golpe político com características de uma insurreição.
O golpe foi deflagrado sob a liderança de Prestes, porém apenas três unidades
militares se sublevaram; uma em Natal, outra em Recife, e por último, no Rio de janeiro. A
reação governista foi rápida e eficiente, sufocando o movimento.
Esta tentativa de golpe ficou conhecida como Intentona Comunista e acabou
servindo aos setores mais autoritários do governo, como pretexto para provocar um
endurecimento de regime. Em nome do “perigo comunista” foram presos milhares de
sindicalistas, operários, militares e intelectuais, acusados de atividades subversivas contra o
governo.
Após a eliminação da ANL e da intentona Comunista, desencadeou-se campanha
sucessória ao governo, visto que as eleições deveriam ocorrer em 3 de janeiro de 1938,
prevendo a passagem do cargo ao novo presidente em 3 de maio de 13.
Duas candidaturas já se faziam presentes nas ruas: José Américo de Almeida pela
situação, isto é, era o candidato do governo. Pela oposição, apresentava-se Armando Sales
Oliveira, ex-governador de São Paulo, que buscava retomar as rédeas políticas do país para o
seu estado.
Apesar da campanha sucessória, a proposta de governo de Getúlio era a do
continuísmo, isto é, não passa ao poder, porém, para promover qualquer movimento
golpistas, Vargas necessitaria do apoio integral dos setores militares, que neste momento
ainda não estavam “getulizados” de tudo.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República11
Para desenvolver seu piano continuísta, Vargas conseguiu o apoio de dois generais
Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, que promoveram expurgos nas Forças Armadas
montando, desta forma, o esquema militar necessário para o golpe continuísta.
O golpe de 1937 ou Plano Cohen
A conspiração continuísta de Getúlio e de Góes Monteiro foi instaurada de maneira
a parecer justificável, isto é, a maneira encotrada foi forjar um plano “creditando sua autoria
aos comunistas”, através do qual se estabeleceria a caos no país.
Greves seriam deflagadas, líderes políticos seriam assassinados, Igrejas
incendiadas, militares de renome seriam mortos, estabelecendo-se, assim, um governo
comunista no país. A proposta era de criar-se o pânico entre os grupos dominantes,
apresentando o governo como instrumentos de “salvação nacional”.
O autor deste “plano” foi o capitão Olímpio Mourão Filho que deu o nome de “Plano
Cohen”, entregando tal documento ao ministro da guerra, Eurico Gaspar Dutra. de posse
desde “plano, Vargas conseguiu que o congresso declarasse no início de outubro de 1937, o
estado de guerra, dando-lhe desta fora poderes excepcionais.
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio fechou o Congresso, trocou alguns comandos
militares e os governadores estaduais que apoiaram o golpe passaram à categoria de
interventores federais, o diário oficial publicou uma nova Constituição, só que, agora
outorgada, isto é, imposta à sociedade pelo governo. Em dezembro, todos os partidos políticos
foram fechados a mando de Vargas.
Algum tempo depois, descobriu-se que o Plano Cohen, nada mais era do que uma
estratégia para treinamento dos militares e que acabou sendo manipulado e apresentado como
um plano para justificar um Golpe de Estado.
Mais uma vez, o Brasil, através de um Golpe de Estado dado por representantes
das elites e tendo os militares como braço aramado, derrubavam a ordem democrática e
impunham um governo ditatorial e antidemocrático o Estado Novo ou Ordem Nova ou ainda
Estado Nacional.
O ESTADO NOVO ( 1937/1945 )
Em 1937, após um golpe continuísta, Getúlio Vargas suprimiu a Constituição de 1934 e
outorgou uma Carta Constitucional com características fascistas. A partir daí, patrocinaria com
habilidade diversos acordos entre as classes dominantes e manejaria a política econômica de
fora a não prejudicar a maior parte dos setores dominantes.
O dia 10 de novembro de 1937, começo como qualquer outro para os brasileiros, só
que mudanças ocorreram de tal maneira que o país já não era o mais mesmo – Vargas
continuaria no poder, com força total. As eleições estavam suspensas, a democracia afastada
e uma nova Constituição já estava em vigor no país.
Redigida por Francisco Campos, a Constituição de 1937 ou a “Polaca”, como foi
conhecida, era inspirada na Carta Polonesa, com características tipicamente fascistas, tendo
como pontos principais, os seguintes:
? dava ao presidente o direito de exercer o Executivo e o Legislativo, o que permitiu ao
governo demitir funcionários por motivos ideológicos.
? eliminou a independência sindical, acabando com os deputados classistas, inclusive porque o
Congresso foi fechado.
? dissolveu todos os partidos políticos.
? acabou com a liberdade de imprensa instituindo a censura prévia, com a criação do DIP –
Departamento de Imprensa e Propaganda – que só deixaria noticiar os fatos favoráveis ao
governo e aprovados pelos censores.
? podia nomear interventores para os Estados.
? podia governar até que fosse feito um plebiscito para a aprovação ou não do estado novo. É
bom lembrar que tal consulta nunca chegou a ser feita.
A economia, assim, como todos os demais setores da vida brasileira, passou a ser
controlada e dirigida pelo presidente da República, assessorado por conselhos técnicos e
mantendo o sistema das “cotas de sacrifício”, ou seja, a queima de café para controlar os
preços e regular a produção.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República12
Por outro lado, o Estado promoveu uma intervenção para garantir e estimular a
diversificação da produção agrícola, financiando os produtores e auxiliando na experimentação
e na divulgação de técnica mais evoluídas de cultivo.
O governo incentivou a plantação e a produção de algodão em São Paulo, sendo
que Alemanha e Japão foram grandes consumidores desta produção, durante a primeira fase
da Segunda guerra Mundial. Em 1937, para estimular-se o mercado consumidor interno,
foram abolidas as taxas interestaduais, o que gerou a formação de um mercado nacional.
Uma das preocupações do governo Vargas foi a de estimular o desenvolvimento
industrial no país. visando alcançar seu objetivo, o governo aumentou os impostos de
importação, elevando, desta forma, os preços dos produtos estrangeiros, além de diminuir os
impostos sobre a indústria nacional.
Em conseqüência dessa política, o número de fábricas da indústria nacional dobrou
(alimentos, tecidos, calçados, móveis, etc). A essas indústrias somaram-se alguns filiais de
empresas estrangeiras, ligadas à produção química, farmacêutica, frigorífica, etc.
A proposta de Vargas era a de substituir gradativamente as importações por
produtos nacionais. A grande dificuldade para a concretização deste modelo de política
econômica era a inexistência de indústrias de base.
Para suprir esta lacuna, o governo promoveu uma intervenção na economia,
fundando as empresas estatais, para atuar nestes setores de base da economia,
principalmente no campo da mineração e da siderurgia.
O governo do Estado Novo deu muita importância à indústria nacional. Para ajudar
a industrialização, planejou a hidrelétrica de Paulo Afonso, no Rio São Francisco, para o
fornecimento de energia, fundando ainda a Companhia Vale do Rio Doce, para extrair e
exportar ferro e em 1943 a Companhia Siderúrgica nacional, em Volta Redonda, para fornecer
aço para a indústria nacional.
Quem financiou a construção da usina de Volta Redonda foi o capital norte-
americano, em troca de o Brasilentrar na Segunda Guerra Mundial (1939/1945) ao lado dos
aliados (Inglaterra, França, Rússia e Estados Unidos) e contra os países do Eixo (Alemanha,
Itália e Japão).
Além dos investimentos em Volta Redonda, o governo brasileiro cedeu aos norte-
americanos bases navais em Natal, Belém, Salvador e Recife, provocando desta forma a
quebra da neutralidade política do Brasil, mantida até então ao cenário internacional.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi determinada pelo
torpedeamento de navios brasileiro por submarinos alemães nos dias 18 e 19 de agosto, fato
que levou a opinião pública a pressionar Getúlio a declarar guerra à Alemanha e à Itália no dia
22 de agosto do mesmo ano.
A Participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial.
No dia 23 de novembro de 1943, criou-se a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e
como de costume no Brasil, repetindo-se as situações de épocas anteriores, a maioria dos
soldados pertencia às camadas mais pobres da população e de regiões interioranas.
Os membros da classe média da população acabavam encontrando meios para
evitar as convocações para a guerra, isto é, “o jeitinho brasileiro”, subornavam os
recrutadores, conseguiam empregos no governo e acabavam repentinamente requisitados para
permanecer no país, devido à “revelância de seus serviços ao país”. É importante lembrar que
tal situação acontecia também com o corpo de oficiais.
Os praças da FEB entraram em combate na Itália em setembro de 1944, juntando-
se ao 51º exército americano e participaram das batalhas de Monte Castelo, Montese e
Castelnuevo. A Marinha manteve as comunicações entre FEB e os portos do Atlântico Sul. A
força Aérea Brasileira (FAB) afundou vários submarinos no litoral brasileiro.
O Trabalhismo e o Populismo: A marca de Getúlio.
Durante o período Getulista, o desenvolvimento, urbano de São Paulo e do Rio de
Janeiro atraiu para essa cidade grande número de trabalhadores rurais que imigravam
principalmente do nordeste, fugindo da miséria, da exploração e de secas, tal situação acabou
gerando uma grande quantidade de mão-de-obra disponível nestas cidades.
Com o processo da indústria, cresceu o número de operários. Ao mesmo tempo,
ampliou-se também a consciência dos trabalhadores de que era preciso lutar pelo seus
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República13
direitos. diante de tal fato, Getúlio tratou de elaborar uma política trabalhista com dupla
função:
1º - Conquista a simpatia e, conseqüentemente, seu apoio.
2º - exercer o domínio sobre eles, controlando seus sindicatos.
Desta forma foram criadas neste período inúmeras leis trabalhistas que
asseguravam aos operários seus direitos básicos, tais como:
? salário mínimo;
? férias remuneradas;
? jornada diária de trabalho não superior a oito horas;
? proteção ao trabalho da mulher e do menor;
? estabilidade no emprego.
Em 1943, essas leis foram reunidas e codificadas nas chamadas Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) que marcou a história da legislação trabalhista e as relações entre
trabalhadores patrões no Brasil.
Apoiando-se nas leis trabalhistas, Getúlio usava a propaganda para apresentar seu
governo como a “grande protetora”dos trabalhadores, uma espécie de “pai dos pobres”, isto
é, utilizando-se do estilo populista, marca registrada do seu governo.
Pregava a conciliação nacional entre trabalhadores e empresários, Colocava o
governo como juiz supremo dos conflitos entre patrões e empregados, usando para tal o
Ministério do trabalho.
De um lado, o populismo de Vargas reconhecia as necessidades e desejos dos
trabalhadores, e por isso, fazia concessões ao operariado. Por outro, o governo utilizava essas
concessões como um meio de controlar os trabalhadores e impedir revoltas mais profundas
que pudessem ameaça a estabilidades do governo.
Por tudo isto, o governo de Vargas representou para a classe empresarial brasileira
uma garantia de manutenção da ordem pública e de estabilidade social.
O fim do Estado Novo
As sucessivas vitórias aliadas na Segunda Guerra e o avanço de maneira irreversível
dos aliados contra as tropas alemães, desenhavam o fim da guerra e a expansão de uma onda
de liberalismo pelo mundo. Aproveitando-se deste momento, grupos liberais brasileiros
começaram a combater o fascismo existente no interior do Estado Novo.
Sentido a onda de liberdade que tomava conta do país, Getúlio procurou liderar a
abertura democrática no país, estimulou e comandou a reorganização da vida partidária
brasileira, visando sempre fortalecer a sua imagem política enfraquecida pela derrota do
modelo nazi-fascista na Segunda Guerra Mundial.
Em fevereiro de 1945, governo fixou prazo para próxima eleição presidencial, além
de uma série de outras medidas, tais, como:
? concedeu ampla anistia a todos os condenados políticos.
? soltou os comunistas que estavam na cadeia entre os quais Luís Carlos Prestes.
? permitiu a volta dos exilados políticos ao país.
? reorganizou os partidos políticos que estavam fechados desde o golpe 1937. Vários partidos
apareceram em nível estadual, porém em nível estadual, porém em nível nacional, os
partidos que se constituíram foram:
a) UDN (União Democrática Nacional), partido que liderava os grupos representativos do
capital internacional e de classe média brasileira, vinculada a um modelo consumista.
b) PSD (Partido Social Democrático), partido representativo da tradicional oligarquia rural e de
setores conservadores da sociedade brasileira.
c) PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), partido liderado por Vargas e que buscava explora as
leis trabalhistas e, consequentemente, controlar a classe brasileira.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República14
d) PCB (Partido Comunista Brasileiro) Cuja legalidade foi concedida, tirando-o da
clandestiniadade.
Foi marcada a data de 2 de dezembro de 1945 para as eleições presidenciais, nas quais
concorreriam três candidatos:
? o general Eurico Gaspar Dutra, candidato pela coligação PSD/PTB, contando com o apoio de
Vargas;
? O brigadeiro Eduardo Gomes concorrendo pela UDN;
? o engenheiro Yedo Fiúza pelo PCB.
No entanto, durante a campanha eleitoral começou a se desenvolver um
movimento de apoio e defesa pela continuidade de Vargas no poder político do país, este
movimento foi o chamado “Querismo”.
O Querismo
Durante o desenvolvimento da campanha eleitoral, Vargas apoiava o general Dutra,
porém estimulava através de órgãos e elementos e ele ligados, um movimento popular que
pedia sua permanência no poder. Era o chamado “Querismo”, termo derivado dos gritos e
manifestações populares que exigiam “Queremos Getúlio”.
Os grandes defensores deste movimento eram os partidos: Trabalhistas (PTB) e
Comunista (PCB) devido à manipulação feita junto às camadas mais pobres da sociedade
brasileira na época, lembremo-nos da imagem de Getúlio como o “defensor do trabalhador”
ou “como o verdadeiro “pai dos pobres”no Brasil.
Aproveitando-se do momento de prestígio político junto ao trabalhador, Vargou
decretou, em junho de 1945, a Lei I Anti-trusteI, que dificultava as atividades do capital
estrangeiro no Brasil. Essa lei provocou enorme reação junto a empresas e grupos ligados ao
capital estrangeiro no Brasil.
Diante do crescimento do movimento querentista grupos ligados às forças de
oposição, temendo pelo continuismo de Vargas e pela não ocorrência de eleições
presidenciais, passam a tramar a sua derrubada do poder.
Em 29 de outubro de 1945, tropas do Exército, ligadas aos setores conservadores
da sociedadebrasileira, cercaram o Palácio do Catete, sede do governo e obrigaram Vargas a
renúncia. Assumiu o cargo temporariamente, o presidente do Supremo Tribunal Federal José
Linhares.
Vargas foi afastado do poder e assim terminava o chamado Estado Novo, com
Vargas sendo afastado do poder, não recebendo nenhuma punição política e, pelo contrário,
ainda conseguindo eleger seu sucessor o general Dutra para a presidência da República.
A Redemocratização e o Populismo (1945/1960)
O Governo Dutra (1946/1951)
O general Eurico Gaspar Dutra, à presidência pelo PSD, venceu as eleições e assumiu a
presidência da República em 1846.
No mesmo ano, Dutra convocou uma assembléia constituinte para elaborar a
quinta constituição do país.
Todos os partidos políticos inclusive o Partido Comunista, participaram da
elaboração da nova Constituição. Apesar disso, na Assembléia dominaram os representantes
do liberalismo, vinculados aos setores rurais, principal base eleitoral do PSD.
Assim, em setembro de 1946 promulgou-se a quinta Constituição brasileiro. Nele
prevaleceram as características liberais com sentido conservador tais como:
? manutenção da República Federativa Presidencialista;
? voto secreto e universal para maiores de 18 anos, excetuando-se soldados, cabos e
analfabetos;
? divisão do Estado em três poderes;
? preservação da estrutura de propriedade da terra, não se tocando nos latifúndios;
? a estrutura sindical de cunho fascista foi mantida, embora algumas inovações progressistas
tivessem sido aprovadas, como a implantação de um sistema tributário que fixava taxas
mais altas para os detentores de maiores rendas;
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República15
? não foram aprovadas propostas de nacionalização de minas, bancos de depósitos e
empresas de seguros, além da federalização da Justiça, que diminuía o controle das
oligarquias rurais sobre o judiciário.
Dutra procurou apoiar-se em vários partidos a fim de combater o crescimento do PCB e
de movimentos populares, adotando medidas que proibiam a existência do Movimento
Unificador dos Trabalhadores (MUT).
O próximo passo foi a suspensão das eleições e, finalmente, em 1947, a
determinação da ilegalidade do PCB, cassando o mandato de seus representantes no
Congresso, inclusive o de Luís Carlos Prestes, que fora eleito o senador mais votado da
república.
Mantendo esta política, o governo, até o fim de 1948, acabou por determinar a
intervenção em todos os sindicatos de trabalhadores no país.
No plano da política externa, a guerra fria envolvendo a disputa por áreas de
influência entre Estados Unidos e União Soviética, acabou por afetar a vida política brasileira,
fazendo com que o governo Dutra acentuasse seus vínculos com os Estados Unidos.
Em 1946, durante a Conferência Interamericana para Manutenção da Paz e da
Segurança do Continente, ocorrida em Petrópolis, o presidente dos Estados Unidos Harry
Truman esteve no Brasil, o que fortaleceu a posição do Brasil que, neste mesmo ano, acabou
rompendo relações diplomáticas com a União Soviética.
Em 1948, era fundada a Organização dos Estados Americanos (OEA) com ampla e ativa
participação do Brasil no seu estabelecimento.
Dutra também foi o responsável pela tentativa de colocar em prática o primeiro
plano de governo global do país, o chamado Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e
Energia). Em seu governo ainda pavimentou a rodovia Rio-São Paulo e instalou a Companhia
Hidrelétrica do São Francisco.
Ainda no plano econômico foram consumidos os saldos comerciais acumulados
durante a Segunda Guerra Mundial (aproximadamente 700 milhões de dólares), graças à
chamada Lei das Importações, que liberou a entrada de produtos estrangeiros no país.
Junto com esse processo, veio também um pesado processo inflacionário, visto
que, para acompanhar o crédito, cresceu assustadoramente a emissão de papel-moeda.
Tal situação gerou uma forte alta dos preços no mercado interno, diminuindo
assustadoramente o poder aquisitivo da população, principalmente nos primeiros anos do
governo Dutra.
A partir de 1948, as importações começaram a precisar de uma licença prévia
fornecida pelo governo, o que provocou uma certa diminuição das importações, favorecendo
desta maneira a industrialização nacional.
Ao mesmo tempo, o governo elevou o preço do café e das matérias-primas do
mercado internacional, procurando, desta forma, equilibrar a balança de comércio brasileiro.
Esta situação econômica com a diminuição do poder aquisitivo da população acabava
favorecendo ao governo Vargas, devido à comparação que era feita involuntariamente pela
população entre os dois governos.
A Nova Era Vargas
A vitória de Vargas em 1950 refletia a força dos partidos populistas: PTB e PSP.
Em 1951, Getúlio Vargas voltava à presidência da República, desta feita legitimado
pelo da República, desta feita legitimado pelo voto popular. Consolida-se então o populismo.
De Vargas a João Goulart os governos tentariam administrar as contradições geradas pela
mobilização de massas estimuladas pelo próprio Estado e os limites impostos às suas
reivindicações.
Getúlio dizia que voltava ao poder não apenas como líder político, mas como líder
popular. Para conseguir mais simpatia procurou apagar a imagem do ditador do Estado Novo
e construir uma nova figura de homem democrático.
Já ocupando a presidência, retomou duas características que o haviam consagrado
politicamente: o nacionalismo econômico, isto é, a defesa das riquezas nacionais e a política
de amparo aos trabalhadores assalariados das cidades, visto a CLT não regulamentava as
relações trabalhistas no meio rural.
A Política Nacionalista de Vargas
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República16
Getúlio buscou sempre realizar um governo nacionalista cuja característica fosse a
defesa dos interesses nacionais. dizia que era “Preciso atacar a exploração das forças
internacionais” para que o país alcançasse a sua tão sonhada independência econômica”.
A proposta nacionalista de Vargas era durante questionada e atacada pelo governo
norte-americano, pelas empresas estrangeiras instaladas no Brasil ou por representantes
destas empresas, normalmente membros do grupo economicamente dominante no país, visto
que tal modelo de política era considerada um perigo para estes grupos.
Estabeleceu-se no Congresso Nacional e na Imprensa um amplo e caloroso debate
entre os grupos, nacionalistas, que apoiava o modelo varguista e os entreguistas, que
pretendiam uma vinculação e, conseqüentemente, uma exploração ainda maior do capital
estrangeiro na economia brasileira.
Um dos momentos mais importantes do debate entre os dois grupos, ocorreu
quando da nacionalização da exploração do petróleo no Brasil.
O grupo nacionalista defendia que a extração e a distribuição do petróleo brasileiro
fosse feita por uma empresa brasileira e estatal e propagavam o slogan “o petróleo é nosso”.
Os entreguistas eram favoráveis a se permitir a exploração do petróleo a grupos
estrangeiros.
A campanha do petróleo teve um final favorável ao grupo nacionalista e, em 1953,
foi criada a PETROBRÁS (Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953), empresa estatal
responsável pelo monopólio total da extração e do refino do petróleo brasileiro.
Ainda em 1953, o governo propôs uma Lei de Lucros extraordinários, que limitava a
remessa de lucros das empresas estrangeiras ao exterior. A lei, entretanto, foi barrada no
Congresso, devido as pressões dos grupos internacionais.
Diante das ameaçasque a política nacionalista de Getúlio passava a representar
para o grande capital internacional e para os seus representantes no país a oposição começou
articular-se. A UDN, principal partido de oposição e que havia sido derrotado nas eleições de
1946 e 1950, torna-se o principal instrumento de contestação ao governo.
O objetivo era articular a derrubada de Getúlio do poder. Um dos principais líderes
de oposição a Getúlio foi o jornalista Carlos Lacerda, político da UDN e diretor do jornal
Tribunal da Imprensa e conhecido como O Corvo.
O Modelo Trabalhista de Getúlio Vargas
Para a classe trabalhista das cidades, Vargas anunciava a construção de uma
“verdadeira democracia social e econômica”. Para o presidente, a democracia daria ao
trabalhador não só os direitos políticos, mas também o direito de desfrutar e beneficiar-se do
progresso que ele mesmo criava com seu trabalho.
Em 1954, Vargas autorizava o aumento de 100% do salário mínimo, atendendo a
proposta de seu Ministro do Trabalho João Goulart, para desta forma recompor o poder de
compras do salário mínimo, ocorrido pela inflação de governo Dutra.
Tal decisão de Vargas acabou provocando uma enorme revolta entre o grupo
patronal, que ainda era contra a organização da classe trabalhadora, estimulada pelo governo.
Tal organização era vista como uma ameaça de esquerda aos interesses capitalistas.
A Eclosão da Crise Política e o Suicídio de Vargas
A UDN e a imprensa de oposição continuaram a atacar violentamente o governo de
Vargas, através de uma série de denúncias de corrupção envolvendo elementos do governo
Vargas, além de abuso de poder de outros, ligados ao presidente.
Em 15 de agosto de 1954, o líder da oposição, Carlos Lacerda, acabou sendo vítima
de um atentado de morte, ocorrida na porta do prédio onde morava o jornalista, na Rua
Toneleros, em Copacabana.
Lacerda escapava do atentado ferido com um tiro no pé, porém o “amigo”e guarda-
costas que o acompanhava, major da Aeronáutica Rubem Vaz, acabou morrendo no atentado.
As investigações feitas pela Aeronáutica após o atentado, acabaram levando à
prisão dos assassinos e a vinculação destes com Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal
de Getúlio, criando-se, desta forma, a relação de que a oposição precisava para pressionar
Vargas a deixar o cargo de presidente.
Diante de tal situação, as pressões aumentaram e, nos dias 22 e 23 de agosto,
surgiram manifestações militares exigindo a renúncia de Getúlio Vargas. O Presidente, no
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República17
entanto, recusava-se a deixar o cargo, mesmo denunciando as manobras oposicionistas, o
presidente ficava cada vez mais isolado no poder.
Finalmente, no dia 24 de agosto pela manhã, Getúlio recebe mais um ultimato,
desta vez com a assinatura do ministro da Guerra, Zenóbio da Costa, exigindo seu
afastamento. Isolado no Palácio do Catete, Vargas pratica seu último ato político, redige a
carta testamento e suicida-se com um tiro no coração.
A morte de Vargas comoveu parte da população, gerando um clima de comoção
nacional. Carlos Lacerda fugiu do país, com medo de uma reação popular. Os diretórios da
UDN pelo país foram destruídos pelo povo.
Dois meses que ainda faltavam para completar o mandato de Getúlio, a presidência
caberia ao Vice-presidente Café Filho, que se afastou do cargo por motivo d doença. Pela
ordem sucessória, seria a vez de Carlos Luz presidente da Câmara dos Deputados, porém,
como era do partido da UDN, Luz renuncia e assumiu Nereu Ramos, na época, presidente do
Senado.
Assumindo o poder, Nereu Ramos deflagrou o processo de sucessão eleitoral,
desviando para esta disputa as atenções da nação. O quadro político, neste momento, era
bastante simples, senão vejamos:
? PTB, com a morte de Getúlio, ficava sem um grande nome, visto que João Goulart, que
poderia assumir a liderança, era, neste momento, contestado por sua pouca idade e
experiência política.
? UDN, apontada como a causadora da morte de Getúlio, estava desgastada e não tinha
condições de apresentar qualquer nome, naquele momento, que pudesse ganhar as
eleições.
? PSD, partido que estava coligado ao PTB e que, portanto, poderia apresentar uma
candidatura, o ex-governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek de Oliveira.
? Diante deste quadro, não é de se estanhar que o grande vencedor das eleições de 1955
fosse Juscelino.
O GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK (1956/1961)
Após a sua vitória nas urnas, Juscelino teve que contar com apoio do General Henrique
Teixeira Lott, seu ministro da Guerra, para sufocar dois movimentos de setores militares, que
tentavam impedir a sua posse, sob alegação que sua candidatura e de João Goulart (vice-
presidente) tinham sido financiadas por grupos comunistas internacionais.
Juscelino orientou todo o seu governo para promover transformações radicais na
estrutura econômica do país. Pretendia acelerar o processo de desenvolvimento industrial
brasileiro, para tal, conta com o chamado Plano de Metas, programa de governo elaborado
por seu ministro do planejamento Celso Furtado.
O slogan do Plano de Metas era “fazer o Brasil crescer 50 anos em 5”. Para tal, era
necessário a entrada de empresas multinacionais, sendo que as primeiras foram as indústrias
automobilísticas, Ford, GM, Willys, Volksvagen.
Paralelamente, prendia superar o subdesenvolvimento resultante do “atraso” do
setor primário da economia, isto é, do setor rural. Para cuidar dos problemas regionais dos
estados do Nordeste, criou a SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste
– NE), em 1959.
É importante lembrar que, neste mesmo ano, eclodiu a revolução cubana, liderado
por Fidel Castro, ajudado por Che Guevara.
A construção de Brasília, a nova capital, símbolo do Brasil moderno e industrializado,
significou a abertura de uma nova frente de colonização. A transferencia do centro das
decisões políticas para o centro do território pretendia servir de fato de integração nacional.
A reação à política de Juscelino partiu de vários setores da sociedade:
1 – As classes média estavam insatisfeitas com a política desenvolvimentista, pois
ela havia provocado um significativo aumento da inflação e, consequentemente, um
aumento do endividamento do país com o exterior, em especial com bancos norte-
americanos.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República18
2 – Os problemas de reforma, analfabetismo e desemprego não se resolveram, a despeito de
medidas, como a construção de Brasília, por um lado, a construção da nova capital demandou
enorem utilização de mão-de-obra, por outro lado, aumentou a inflação por causa dos
vultuosos recursos gastos.
3 – Os setores rurais não se beneficiariam da modernização, pois a política clientelista dos
coronéis emperrava qualquer iniciativa inovadora. Os desequilíbrios entre o campo e a cidade
se acentuaram.
A Crise da República Populista
O Governo Jânio Quadros (1961)
Para tomar posse em janeiro de 1961, sucedendo a Juscelino Kubitschek, Jânio
Quadros teve que concorrer como candidato da UDN, contra o Marechal Henrique Teixeira Lott,
que contava com apoio do PTB e de PSD, além de Adhmar de Barros, candidato independente,
pelo PSP.
Contanto com uma votação maciça, Jânio apoiou João Goulart, candidato à vice-
presidência pelo PTB, ignorando o próprio candidato da UDN. Desta forma, João Goulart foi
novamente eleito vice-presidente.
Jânio governou o país, num momento de forte crise financeira, com uma extensa
inflação e de um déficit na balançade pagamentos, acompanhado por uma conseqüente
dívida externa. Para combater tal situação, Jânio instalou uma política antinflacionária,
restringindo os créditos congelado os salários e incentivando as exportações.
Em nível de política externa, o ministro das Relações Exteriores, Afonso Arinos,
procurou desenvolver uma política independente, procurando desvincular o país da influência
dos dois grandes blocos políticos USA e URSS.
Restaurou as relações diplomáticas com a União Soviética, além de condecorar um dos
líderes da revolução cubana, o médico argentino Ernesto “Che” Guevara. Tais atitudes
começaram a preocupar os representantes norte-americanos, assim como os setores
brasileiros ligados ao capital internacional.
Um dos mais ferrenhos opositores a Jânio foi o então governador do Estado da
Guanabara, Carlos Lacerda, que acusou o presidente de estar preparando um golpe de
Estado. Sem apoio dos setores da sociedade brasileira, nem da direita nem da esquerda, muito
menos dos setores populares, não restou a Jânio se não renunciar ao cargo. Alegando
pressões das chamadas “forças ocultas”, o presidente renunciou após sete meses de governo
provocando uma crise política, já que seu vice-presidente João Goulart, estava ausente do país
em visita à China, representando o governo brasileiro. Como solução, foi dada posse ao
presidente da Câmara dos Deputados Banieri Mazzili.
O GOVERNO JOÃO GOULART (1961-1964)
O passado Getulista de Goulart, além de suas ligações com os sindicatos e sua proposta
reformista e nacionalista, levou à formação de duas correntes de opiniões.
Uma, opositora, liderada por Carlos Lacerda e representante da UDN, que procurou,
com o Apoio de setores militares, impedir a posse de João Goulart, sob a alegação de que o
mesmo se ausentara do país sem autorização, logo ficando impedido de tomar posse.
Outra corrente defendia a legalidade constitucional, apoiando a posse de Goulart, já que
o mesmo estava representando o governo brasileiro e portanto, em condições legais de
assumir o governo.
Diante de tal quadro de dualidade, O exército acabou dividido entre as duas correntes,
mas, graças à atuação do general Machado Lopes, comandante do III Exército (RGS), Goulart
acabou tendo a sua posse garantida.
Para que a posse ocorresse, foi necessário um acordo político entre as duas correntes,
resultados deste acordo a adoção do sistema parlamentarista de governo em setembro de
1961.
Por esta medida, os poderes do presidente ficavam limitados, sendo esta a condição
negociada para que Goulart, popularmente chamado de Jango pudesse assumir o poder. Para
o cargo de presidente do Conselho de Ministros, foi eleito, pela Câmara dos Deputados,
Tancredo Neves.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República19
Contando com um forte apoio popular Jango convocou um plebiscito para 6 de janeiro
de 1963, onde o povo foi consultado sobre a manutenção ou não do sistema parlamentarista.
O resultado foi a vitória esmagadora do presidencialismo, devolvendo, assim, os poderes,
retirados em 1961, a João Goulart.
A crise econômica ano entanto era uma realidade, obrigando o Ministro do
Planejamento e da coordenação Econômica, Celso Furtado, a implementar o chamado Plano
Trienal que havia sido elaborado ainda durante o período parlamentarista, para combater os
problemas de ordem econômica.
A proposta do Plano Trienal acabava entrando em colisão com a política de mobilização
popular, isto porque, o plano econômico visava combater a inflação e promover o
desenvolvimento da economia a partir do setor industrial. No entanto, exigia também uma
ampla austeridade e econômica e financeira.
Como exemplo das medidas do Plano Trienal, o presidente, após o plebiscito começou a
preparar o Programa de Reformas de Base, incluindo:
• A reforma agrária, com a divisão dos latifúndios;
• A reforma eleitoral, com o voto dos analfabetos;
• A reforma universitária, ampliando as vagas nas faculdades públicas e acesso de estudantes
a órgãos diretivos educacionais.
Tais transformações ameaçavam os interesses dos setores tradicionais da sociedade
brasileira, que reforçaram a oposição a Jango.
A tensão atingiu o auge quando Jango criou a lei, implementando o 13º salário, que foi
recusado pelo Congresso, levando os trabalhadores a entrarem em greve. Ao mesmo tempo,
os movimentos populares pressionavam o governo para que as reformas fossem
concretizadas e até ampliadas.
No dia 13 de março, Jango faz um comício em frente a Central do Brasil no Rio de
Janeiro, onde aproximadamente 3000.000 trabalhadores o apoiavam e aplaudiam; o
presidente decretara a nacionalização das refinarias de petróleo e desapropriava as terras à
margem das ferrovias e rodovias e em regiões de irrigação de açude públicos.
Tais medidas atendiam aos setores populares e rurais da sociedade brasileira, inclusive
às Ligas Camponesas, organizadas por Francisco Julião, que acenavam com a perspectiva de
uma revolução camponesa socialista, nos moldes da ocorrida em Cuba.
A reação dos proprietários rurais e de setores da burguesia não demorou. Uma semana
após o comício, cerca de 400.000 pessoas realizavam a Marcha da Família com Deus e pela
Liberdade, demonstrando o descontentamento com apoio político assumido pelo governo.
Tal manifestação acabou marcando o início do movimento organização por grupos de
oficiais das Forças Armadas e de alguns setores conservadores da Sociedade brasileira para
derrubar o governo que, naquele momento, representava um amplo e significativo perigo para
o seu poder econômico político.
Para agravar ainda mais a crise política, Jango apresenta proposta de participação
política de suboficiais das Força Armadas, provocando, desta forma, um movimento de
confrontação entre a oficialidade e os sargentos e marinheiros.
Diante de tal quadro de confrontação oficiais, aparentemente neutros, acabaram por
apoiar a conspiração e a derrubada do governo de João Goulart.
No dia 31 de março de 1964, iniciou-se movimento que acabou depondo João Goulart
em 1º de abril de 1964. Este movimento foi liderado pelos generais Luis /Carlos Guedes e
Olímpio Mourão Filho, e apoiado pelos governadores Magalhães Pinto, de Minas Gerais e Carlos
Lacerda, da Guanabara.
Jango acabou sendo totalmente abandonado pelos militares legalistas. A greve geral,
decretada pela CGT, fracassou e as manifestações civis foram facilmente reprimidas. No Rio
Grande do Sul, os partidários do governador Leonel Brizola, unhado e partidário do presidente,
não resistiram e, no dia 2 de abril, João Goulart se asilou no Uruguai.
O golpe político foi muito bem visto e recebido pelos Estados Unidos, preocupados com
o avanço de uma política neutralista e nacionalista pregada pelo governo civil de Jango.
A neutralidade defendida por uma “política externa independente” e a não-intervenção
nos assuntos internos dos países, entenda-se “respeito à soberania nacional”, irritava os
Estados Unidos que desejavam a formação de um bloco anticomunista no continente, em
função da posição cubana.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República20
Por sua vez, o nacionalisno econômico ameaçava os interesses das empresas
multinacionais norte-americanas, que desejavam garantir o mercado interno brasileiro para
seus produtos.
LEITURA COMPLEMENTAR
O POPULISMO NO BRASIL
“O populismo brasileiro surge sob o comando de Vargas e os políticos a ele associados.
Deste 1930, pouco a pouco, vai se estruturando esse novo movimento político, Ao mesmo
tempo que os governantes atendema uma parte das reivindicações do proletariado urbano.
Vão se elaborando as instituições e os símbolos populistas. Pouco a pouco, formaliza-se o
mercado de força de trabalho, no mundo urbano industrial em expansão. Ao mesmo tempo, as
massas passam a desempenhar papeis política reais, ainda que secundários. Assim, pode-se
afirmar que a entrada das massas no quadro das estruturas de poder é legitimada por
intermédio dos movimentos populistas. Inicialmente, esse populismo é exclusivamente
Getulista. Depois, adquire outras conotações e, também, denominações. Borghismo,
Queremismo, Juscelinismo, Janguismo e Trabalhismo são algumas das modulações do
populismo brasileiro. No conjunto, entretanto, trata-se de uma política de massas específica
de uma etapa das transformações econômico-sociais e políticas no Brasil. Trata-se de um
movimento político, antes do que um partido político. Corresponde a uma parte fundamental
das manifestações políticas que ocorrem numa fase determinada das transformações
verificadas nos setores industrial e, em menor escala, agrário.
Além disto, está em relação dinâmica com a urbanização os desenvolvimentos do
setor terciário da economia brasileira. Mas ainda, o populismo está relacionado tanto com o
consumo em massa como o aparecimento da cultura de massa. Em poucas palavras,
“populismo brasileiro é a forma política assumida pela sociedade de massa no país”.
Os Governos Militares
Antecedentes
O período, que vai de 1964 a 1985, foi marcado fundamentalmente pela presença dos
militares na vida política brasileira. Cinco generais presidentes sucederam-se no poder Castelo
Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo.
Instalados no poder os militares e seus aliados civis suprimiram inúmeros aspectos da
organização nacional, baseada na Constituição de 1946, estabelecendo um regime autoritário
centralizador em relação aos Estados, conservador em muitos aspectos e modernizador
noutros tantos.
O governo militar cortou o diálogo com a sociedade, interrompeu o debate nacionalista
que buscava a solução para o nosso atraso, passando a ditar regras, cassando o direito de
voto dos cidadãos e calou a oposição através de censura e da repressão.
O regime militar, baseado num modelo econômico que aumentou a concentração de
renda e realizou ampla abertura ao capital estrangeiro, teve seu momento de apogeu entre os
anos de 1967 e 1973, após o que, entrou em fase de progressiva crise econômica e lenta
abertura política, visando ao retorno do regime democrático.
O Governo Castelo Branco (1964/1967)
Derrubado João Goulart do poder, os ministros militares, Arthur da Costa e Silva, do
Exército, Correia de Mello, da Aeronáutica e Augusto Redemaker, da marinha, assumiram o
comando político do pai e escolheram para ocupar o cargo de presidente da República, o
marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.
No dia 9 de 1964, era decretado o primeiro de uma série de atos políticos que tinham
como objetivo dar uma capa de legalidade às decisões dos militares. Estes atos eram
denominados Atos institucionais (A.I). Este A.I. nº 1 tornava a eleição para presidente da
República indireta, isto é, sem o voto popular.
No dia 11 de abril de 1964, o Congresso Nacional aceitou a indicação dos ministros
militares e Castelo Branco assumiu o cargo de presidente no dia 15 de abril do mesmo ano.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República21
Deveria governar até 31 de janeiro de 1966, completando o período de Jânio e Jango, porém
seu mandato foi prorrogado até 15 de março de 1967.
Como primeiro ato de seu governo Castelo Branco revogou os decretos de Jango que
promovia as reformas de base, revogando os decretos de nacionalização das refinarias de
petróleo de nacionalidade das refinarias de petróleo, assim como o que desapropriava as
terras.
Iniciou um violento processo e repressão política, contra aqueles que eram
considerados opositores de regime militar:
a) cassou, suspendendo, os direitos políticos de 378 pessoas, entre as quais três ex-
presidentes;
Juscelino, Jânio e Jango – seis governadores, entre eles, Magalhães Pinto, de Minas Gerais e
Carlos
Lacerda, da Guanabara, que apoiaram o golpe e 55 membros do Congresso Nacional.
b) Demitiu 10.000 funcionários públicos
c) Mandou instaurar 5.000 inquéritos, envolvendo 40.000 pessoas.
No plano econômico, liberou a remessa de lucro das empresa estrangeiras no Brasil,
permitindo que as multinacionais ficasse livres para mandar dinheiro para fora do país.
Instituiu o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), acabando desta forma com
a estabilidade de emprego para o trabalhador brasileiro, permitindo assim que as empresas
passassem a dispensar a mão-de-obra a qualquer momento, transformando-o em instrumento
de pressão sobre o trabalhador.
Estabeleceu um amplo programa de controle sobre os salários e sobre os movimentos
operários, intervindo nos sindicatos, proibindo e reprimindo graves.
Em 27 de outubro de 1965, decretou o AI –2 que estabelecia, entre outras decisões, as
seguintes:
a) maiores poderes para o presidentes fazer o Congresso aprovar as leis.
b) competência da Justiça Militar para julgar civis que de acordo com o governo, tivessem
cometido crimes contra a segurança nacional.
c) fechou ou partidos políticos e, depois de algum tempo, reorganizou-os sobre a forma do
bipartidarismo ou seja, apenas dois partidos.
d) Um da situação, isso é, favorável ao governo: a ARENA (Aliança Renovadora nacional)
e) Um de aposição, isto é, contrário ao governo: MDB (movimento Democrático Brasileiro).
Em 5 de fevereiro de 1966, ea a vez de ser instituído o AI-3, determinando que os
governadores e vice-governadores também seriam eleitos de maneira indireta, além de que os
prefeitos das capitais não seriam eleitos e sim, nomeados pelos governadores dos respectivos
Estados.
Mais tarde, os prefeitos de outras centenas de municípios passariam a ser também
indicados pelos governadores, sob a justificativa de municípios de segurança nacional.
Dentro deste quadro, aqueles que tentassem discordar, eram presos, cassados,
exilados ou ainda, poderiam viver em perigosa clandestinidade. Universidades colégios e
sindicatos eram invadidos pela polícia, vários elementos desta categoria foram presos e
submetidos aos chamados IPM’s (inquéritos Policiais Militares).
O Governo Costa e Silva (1967/1969)
O marechal Arthur da Costa e Silva assumiu a presidência, em 15 de março de 1967,
contra a vontade do Marechal Castelo Branco, porém como Costa e Silva era ministro do
Exército e contava com apoio dos seus comandados, acabou por assumir o mandado
presidencial.
Costa e Silva passa a governar com uma nova Constitui;cão, a quinta do período
republicano, que havia sido outorgada no dia 24 de janeiro de 1967.
Resumo de História – Da Monarquia à República
Resumo de História Da Monarquia à República22
Esta Constituição dava grandes poderes ao presidente da República, sendo modificada
novamente por uma emenda constitucional de 17 de outubro de 1969. De acordo com sua nov
aversão, apenas o presidente da República poderia propor leis sobre:
• matéria financeira
• criação de cargos, funções ou empregos públicos.
• fixação ou modificação dos eleitos das Forças Armadas.
• organização administrativa ou judiciária, matéria tributária e orçamentária.
• serviços públicos e administração do Distrito Federal.
• concessão de anistia relativa a crimes políticas.
Durante o governo do marechal Costa e Silva, cresceram no país manifestações
públicas contra a ditadura militar. Apesar de

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