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A Era Vargas (1930-1945)

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1
A era Vargas (1930-1945)
Aula 
11 6C
História
O governo provisório 
(1930-1934)
Em 6 de novembro, uma Lei Orgânica conferiu 
plenos poderes ao Executivo, e o novo Ministro da Jus-
tiça, Osvaldo Aranha, declarou dissolvidos o Congresso 
Nacional, as Assembleias Legislativas e as Câmaras 
Municipais de todo o país, alegando que a Revolução 
não reconhecia direitos adquiridos.
Além de desarticular as estruturas burocráticas 
vinculadas ao velho esquema de poder, Vargas procu-
rou agir rapidamente para conter a crise econômica. 
A dívida do país era de 234.173.476 libras e o volume 
geral das exportações havia caído 40%. A cafeicultura 
foi a mais atingida pela crise e o governo assumiu a 
proteção do produto, criando o Conselho Nacional do 
Café, além de aumentar os tributos sobre as áreas de 
plantio de café exportado e exigir que os plantadores 
entregassem ao governo, a preço de custo, uma parte 
do café colhido. Milhões de sacas de café foram quei-
madas para reequilibrar a oferta, mas desta vez a conta 
não ficou apenas com o contribuinte.
 Getúlio Vargas no Palácio do Catete após a vitória de 1930
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O governo instaurado pela “Revolução” tinha diante 
de si a tarefa de construir um Estado de Compromisso, 
visando a conciliar os interesses dos setores que partici-
param na queda da oligarquia paulista. Isso não queria 
dizer que Getúlio tinha deixado de lado a cafeicultura, 
mas que não governaria mais para os cafeicultores.
A estratégia de Getúlio no poder foi reconhecer 
as transformações que vinham se processando no 
país, com a emergência de novas forças sociais e a 
necessidade do atendimento rápido dessas deman-
das, como as dos operários e as dos empresários. 
Por isso Getúlio investiu na indústria, aumentando o 
poder da burguesia urbana, sem ceder, no entanto, 
o controle das decisões políticas. Concedeu direitos 
aos trabalhadores, mas, ao mesmo tempo, criou 
mecanismos de controle e “domesticação” bastante 
eficientes.
As principais composições do novo governo foram:
 • Com os tenentes: O presidente nomeou vários te-
nentes como “interventores”. Juarez Távora, principal 
representante dos jovens militares, recebeu a incum-
bência de administrar 12 estados, o que lhe valeu o 
apelido de “Vice-Rei do Norte”.
Empolgados, os tenentes fundaram clubes po-
líticos por todo o país – com destaque para o Clu-
be 3 de Outubro – acreditando que estavam a um 
passo do controle total da nação.
Paralelamente, porém, Vargas reforçava sua in-
fluência junto aos militares históricos, legalistas e, 
amparado por estes – cujo destaque foi o militar 
Góis Monteiro – a partir de 1933, Getúlio pôde di-
minuir a dependência dos tenentes, até marginali-
zá-los por completo.
 • Com a burguesia industrial, investindo decisiva-
mente no setor. Se era verdade que o país já havia vi-
vido surtos industriais, foi apenas a partir de Getúlio 
que se evidenciou uma política de industrialização.
2 Semiextensivo
 • Com as oligarquias, a relação foi ambígua e bem 
delicada. Por um lado, para cooptar o movimento 
operário, Getúlio acenou com uma série de conquis-
tas sociais. No entanto, não estendeu tais direitos aos 
trabalhadores rurais. Nos seus constantes discursos 
também não apareceram referências à reforma 
agrária, já então uma bandeira das esquerdas. Quan-
to ao café, como vimos, Getúlio buscou valorizá-lo 
frente à crise internacional, mas sem o paternalismo 
de antes. Outros produtos também passaram a ter 
o controle e a “proteção” do governo: cacau, mate, 
álcool, etc. Tudo isso diminuiu a tensão da oligarquia. 
Mas a promessa do governo de retomar o mais rápi-
do possível o quadro de normalidade “democrática” 
ficou no ar. Enquanto isso, Getúlio governava sem 
Congresso e sem Constituição.
Enfim, a “Revolução” de 30 foi realizada sem que 
uma classe aparecesse como substituta da estrutura de 
poder da oligarquia paulista. Por causa disso, o Estado 
passou a exercer essa função de “gerente” da política e 
das relações sociais.
O Governo Provisório – uma espécie de ditadura que 
vigorou de 1930 a 1934 – expressou a nova esfera de 
poder que atenderia a todas estas vertentes: mineiros, 
gaúchos, militares, nordestinos e até membros do 
governo deposto. Não havia trabalhadores no governo, 
mas Getúlio criou um Ministério do Trabalho, com o 
objetivo de interferir diretamente nas questões sociais.
O Movimento Constitucio-
nalista de 1932
Como vimos, os acontecimentos de 1930 isolaram 
politicamente a oligarquia paulista até mesmo em seu 
estado: Getúlio nomeou um interventor militar – o 
tenente pernambucano João Alberto – para governar 
São Paulo.
Os partidos paulistas, o Republicano e o Democrático, 
uniram-se frente à “afronta” de Getúlio, e lançaram um 
ultimatum ao governo: exigiam um interventor civil e 
paulista e ainda a imediata reconstitucionalização do país.
A população se entusiasmou com a conclamação 
pela união do “povo” paulista. Os estudantes fizeram 
passeatas e provocaram os tenentes e seus clubes políti-
cos por apoiarem o governo Vargas.
Sentindo a pressão, o pragmático Getúlio cedeu: 
nomeou Pedro de Toledo, o interventor civil e paulista 
reivindicado por São Paulo. Quanto à reconstituciona-
lização, outra ação visando a apaziguar os ânimos: em 
24 de fevereiro de 1932, Getúlio mandou publicar o 
novo Código Eleitoral, além de um anteprojeto de Cons-
tituição, determinando para maio de 1933 a eleição de 
uma Assembleia Nacional Constituinte.
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As medidas não agradaram definitivamente a nin-
guém. Os tenentes reclamaram. Os paulistas não acre-
ditaram. A rede de sustentação do presidente ameaçou 
se romper.
Em maio de 32, a exaltação contra o Governo 
Provisório chegou ao auge. Estudantes universi-
tários, comerciários e profissionais liberais saíram 
em passeata, reclamando a reconstitucionalização 
do Brasil. Os oradores atacavam violentamente os 
tenentes e os interventores nomeados pela Revo-
lução. Na noite de 23, os manifestantes assaltaram 
uma casa de armas; depois foram atacar as reda-
ções dos jornais tenentistas e seu clube político, a 
Legião Revolucionária. Houve reação. Resultado: 
mortos os estudantes Miragaia, Martins, Dráu-
sio, Camargo e mais o escriturário Alvarenga. As 
iniciais de seus nomes foram então aproveitadas 
para dar título a um clube cívico: o MMDC.
SANTOS. Joel Rufino dos. História do Brasil, FTD. p. 191.
 Cartão Postal do MMDC, 1932
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Em 09 de julho de 1932, teve início o Movimento 
rebelde em São Paulo. O líder militar foi o velho general 
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Isidoro Dias Lopes, apoiado pelo general Bertoldo 
Klinger, que veio do Mato Grosso com um pequeno 
contingente.
Na preparação do levante, os governadores de 
Minas e do Rio Grande do Sul – aliados de Getúlio, 
porém ressentidos com o controle do poder nas mãos 
dele – prometeram apoio aos paulistas. Mas, na hora do 
“vamos ver”, não cumpriram a promessa.
Apesar da exaltação dos paulistas, a derrota foi 
inevitável, devido à inferioridade bélica e numérica dos 
rebeldes. As tropas federais isolaram os paulistas na 
capital e o sacrifício de centenas de jovens e da indústria 
paulista foi em vão. Três meses depois, o movimento 
findou. 633 paulistas morreram.
A volta do país à normalida-
de constitucional
A Constituição, promulgada em 16 de julho de 1934, 
refletiu as divergências mal resolvidas entre os diversos 
interesses reinantes no país. De um lado, Getúlio conse-
guiu inserir no texto o dispositivo que tornava indireta 
a primeira eleição para presidente, evitando assim o 
desgaste das ruas. Por outro lado, porém, o texto cons-
titucional trazia um dispositivo que proibia a reeleição, 
limitando os planos continuístas do presidente.
Entre outras características importantes incluíam-se:
 • extinção do cargo de vice, cabendo a sucessão ao 
presidente da Câmara;
 • criação da “representação classista”: a Câmara conta-va com deputados eleitos pelos sindicatos – patro-
nais e de empregados – cujo número não excedia de 
um quinto do total;
 • criação dos Tribunais Eleitoral, Militar e do Trabalho;
 • introdução do Capítulo sobre a Ordem Social. 
Influenciado pela Constituição alemã de Weimar, 
trouxe a ideia da social democracia para o país. Entre 
as principais conquistas asseguradas, estavam a 
limitação da jornada de trabalho, o repouso semanal 
remunerado, as férias anuais, a indenização para a 
demissão sem justa causa, a pluralidade sindical e a 
assistência médica.
Getúlio, como era de se esperar, foi eleito pelo con-
gresso para um mandato de 4 anos. Deveria governar 
até 1938, sem direito a “esticar” o seu governo. Pelo 
menos era o que mandava a Constituição. Mas, sem ela, 
tudo poderia ser diferente.
O Governo constitucionalista 
(1934-1937)
No mesmo ano da Revolução, 1930, surgiu no país o 
Partido Fascista Brasileiro. Outros o seguiram, como a Le-
gião Cearense do Trabalho, o Partido Nacional Sindicalista, 
o Partido Nacionalista de São Paulo, etc. O mais importante 
deles foi, no entanto, a Ação Integralista Brasileira, a AIB.
Fundada em 1932 pelo paulista Plínio Salgado, sob 
o lema “Deus, Pátria e Família”, o movimento logo se di-
fundiu, chegando a ter centenas de milhares de filiados 
e simpatizantes.
Do ponto de vista ideológico, o integralismo:
 • era contra o comunismo, por um lado, e contra o Estado 
liberal, por outro;
 • defendia o nacionalismo e a maciça intervenção Estatal;
 • defendia a existência de um só partido e de um só chefe;
 • era tradicionalista, religioso e moralista.
 Plínio Salgado
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Não foi difícil perceber que o fascismo de Plínio Sal-
gado copiou os elementos dos movimentos fascistas 
europeus, particularmente o italiano. Além das ideias, 
o fascismo brasileiro adaptou também os gestos, os 
símbolos, os uniformes, a formação das tropas de 
choque, os desfiles aparatosos, etc. Assim, a saudação 
com o braço erguido era seguida pelo grito “Anauê”; 
nos uniformes predominava a cor verde e o principal 
símbolo da AIB era a letra grega sigma.
 A Ação Integralista Brasileira
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O crescimento do movimento fascista no Brasil cau-
sou grande apreensão nos setores liberais e de esquerda 
que, em face disso, uniram suas forças e, no começo de 
1935, criaram a Aliança Nacional Libertadora, a ANL.
Entre as principais reivindicações da ANL, podemos 
citar:
 • formação de um governo popular;
 • condenação do latifúndio e apelo à reforma agrária;
 • nacionalização das empresas estrangeiras e crítica à 
ação imperialista;
 • suspensão do pagamento da dívida externa;
 • convocação de uma Constituinte.
A ANL era um “verdadeiro mosaico”, aglutinando 
comunistas, tenentistas, democratas e socialistas. A 
classe média urbana era sua base social, formada 
principalmente por militares, profissionais liberais e 
estudantes. Luís Carlos Prestes, ex-líder da Coluna 
Prestes e principal chefe do comunismo brasileiro, 
foi escolhido presidente de honra da entidade.
A Aliança obteve grande acolhida junto à população. 
O conflito com os integralistas foi inevitável. O país ficou 
em pé de guerra.
 Getúlio Vargas e a 
radicalização ideológica
Em julho de 1935, a ANL já contava com cerca de 400 
mil filiados, causando incômodo para os setores con-
servadores do governo, a começar pelo próprio Getúlio. 
Pouco antes, em abril, o Presidente já havia decretado 
uma lei de Segurança Nacional. No dia 11 de julho, 
Vargas tomou uma atitude mais explícita: determinou o 
fechamento da ANL!
A sede do movimento foi invadida, documentos 
apreendidos, filiados e simpatizantes reprimidos.
Diante dessa severa repressão, os comunistas 
vinculados à ANL, capitaneados por Luís Carlos Prestes, 
organizaram um levante, acreditando que o povo apoia-
ria uma ação contra o governo Vargas.
Tal movimento, conhecido como Intentona Comu-
nista, teve início em Natal, em 23 de novembro de 1935. 
No dia seguinte, eclodiu em Recife e, nos dias 26 e 27, 
no Rio de Janeiro. Na Capital Federal, a ação revoltosa 
se concentrou na Escola de Aviação e no III Regimento 
de Infantaria. A reação do governo foi firme e incisiva. 
Rapidamente o movimento foi sufocado.
 Jornal Amanhã, 27/11/1935
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 Vargas e o golpe
Vargas aproveitou-se da situação de duas maneiras: 
primeiro realizou uma verdadeira caça aos comunistas, 
procurando desbaratar o movimento. Prestes e sua 
esposa, Olga Benário, foram presos em janeiro de 1936. 
Vários outros comunistas foram mortos pela ação da 
polícia varguista.
Por outro lado, a instabilidade política reinante favo-
receu os planos continuístas de Vargas, que passaram a 
ser justificados pela necessidade de impedir a subversão 
e a Guerra Civil. Havia, no entanto, uma eleição marcada 
pela Constituição. E existiam candidatos. As elites tra-
dicionais dividiram-se entre o paulista Armando Sales 
de Oliveira e o nordestino José Américo de Almeida 
que, por seu discurso nacionalista, contava também 
com o apoio dos tenentes. Plínio Salgado também saiu 
candidato.
Getúlio deu à opinião pública a impressão de levar a 
eleição a sério. Visando a encobrir seus propósitos conti-
nuístas, passou a apoiar, mesmo que de forma discreta, 
as pretensões de José Américo.
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 Felinto Muller
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Paralelamente, porém, e com grande habilidade, 
Getúlio tratou de limpar o terreno político e militar para 
garantir o sucesso de seu intento.
Preparado o “terreno”, o Presidente e seus aliados 
deram a “cartada final”. Amigos de Vargas forjaram um 
documento, supostamente comunista, que visava ao 
assassinato de personalidades importantes e também 
objetivava a tomada do poder. Era o Plano Cohen. Esse 
documento foi “descoberto” e entregue a Góis Monteiro, 
que se encarregou de sua divulgação por toda a impren-
sa. Novo pânico. Era a volta da “Ameaça Vermelha”, do 
perigo comunista.
Só uma medida de força, garantindo a possibilidade 
de ação ágil e eficiente, poderia conter essa “temerida-
de”. O cenário estava pronto para o golpe.
Em 9 de novembro de 1937, Getúlio nomeou Fran-
cisco Campos para o Ministério da Justiça. Nesse mesmo 
dia, Armando Sales de Oliveira discursou, apelando 
às Forças Armadas para que impedissem o golpe. No 
entanto, era tarde.
No dia 10, Vargas decretou o fechamento do 
Congresso e anunciou a nova Constituição. Em 2 de 
dezembro, os partidos foram dissolvidos, inclusive a AIB. 
Começava o Estado Novo, a ditadura Vargas.
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 O Estado Novo (1937-1945)
A ditadura implantada por Vargas possibilitou a con-
solidação do seu projeto de substituição de importações, 
sem que se afetassem os interesses das elites latifundiá-
rias. Permitiu também que se exercesse um maior contro-
le sobre os trabalhadores e seus sindicatos, por meio do 
Ministério do Trabalho, evitando qualquer “desperdício 
de energia” na tarefa da industrialização do país.
Apesar de impor uma ditadura “de fato”, Getú-
lio não descuidou da face “legalista” de seus atos. 
Quando do golpe, em 10 de novembro, o Presi-
dente outorgou uma nova Constituição, redigida 
por seu Ministro da Justiça, Francisco Campos. 
De cunho autoritário, baseada na Carta Polonesa 
do ditador Pilsudski, ficou, em face disso, conhe-
cida como “a polaca”.
Getúlio impôs um rígido controle sobre a sociedade 
e justificou todas as ações em nome dos “interesses da 
Nação”. Todos aqueles que se opusessem aos seus proje-
tos eram considerados inimigos, não só do governo mas 
de todo o “povo”.
Além disso, eram características do período:
 • concentração do poder no Executivo que, por sua 
vez, era exercido por um líder e tinha como base de 
sustentação as Forças Armadas;
 • retorno da figurado “interventor” dos Estados, 
nomeados pelo presidente; os Estados, assim, per-
deram a autonomia, sendo-lhes, inclusive, negado o 
direito a hinos e bandeiras próprios;
 • extinção dos partidos;
Sentindo-se traídos por Getúlio, os integralis-
tas – cujo partido, a AIB, foi fechado em dezembro 
de 1937 – tentaram uma Intentona, chefiada por 
Belmiro Valverde e Severo Fournier. O movimento, 
que eclodiu em 11 de maio de 1938, consistiu em 
um atentado ao Palácio Guanabara e à Sede do 
Ministério da Marinha. O movimento foi sufocado 
e Plínio Salgado, mesmo negando qualquer envol-
vimento, partiu para o exílio.
 • restabelecimento da pena de morte;
 • prorrogação do mandato presidencial até a reali-
zação de um plebiscito, que nunca chegou a ser 
realizado.
 Mecanismos de ação e 
controle
 • Censura: para a garantia e 
funcionamento do novo regi-
me, o governo Vargas cercou-se 
de instrumentos de controle e 
repressão, especialmente o DIP, 
Departamento de Imprensa 
e Propaganda, que tinha 
a tarefa de controlar toda a 
imprensa e determinar o que 
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podia ou não ser publicado. Programas nacionais 
e estrangeiros eram censurados. Telegramas, no-
tícias de greves e até de catástrofes naturais, como 
enchentes, passavam pelo crivo dos censores desse 
órgão. Ao mesmo tempo, o DIP fazia propaganda do 
regime, um verdadeiro culto à personalidade.
 • Repressão: a repressão ideológica era feita pela Polí-
cia Política, chefiada por Felinto Muller, que, tal como 
nos regimes totalitários europeus, especializou-se 
em práticas de extrema violência, torturando e 
assassinando os indivíduos considerados nocivos à 
ordem instituída.
 • Trabalhadores: o novo regime procurou, de todas as 
formas, anular a influência política do operariado, 
utilizando-se do enquadramento dos trabalhadores 
pelos sindicatos oficiais. Assim, a autonomia sindical 
foi liquidada com a instituição do Imposto Sindical, 
recolhido pelo Ministério do Trabalho para pagar o 
pessoal que controlava os sindicatos. A conse- 
quência foi o surgimento dos “pelegos”, líderes sindi-
cais que representavam os interesses do governo.
Em primeiro de maio de 1943, Getúlio anunciou a 
Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT. Baseada na 
Carta del Lavoro, de Benito Mussolini, a mais ampla 
legislação trabalhista já feita no Brasil proibia as gre-
ves, e os sindicatos passaram a ter função recreativa. 
Apesar disso, a propaganda intensa do DIP legou 
ao futuro a ideia de um presidente intensamente 
preocupado com os trabalhadores, que editou a 
CLT, um documento avançado e democrático.
 • Economia e burocracia: no 
Estado Novo, Getúlio passou a 
intervir fortemente na ativida-
de industrial, criando condições 
para o empresariado – incenti-
vos fiscais e achatamento 
salarial – e investindo 
diretamente, como no 
caso da consolidação da 
indústria de base, com 
a criação da Companhia 
Siderúrgica Nacional, 
a CSN. Foi o que deno-
minou de “Modernização 
Conservadora”.
Tamanho processo de interferência e centralização 
exigia a formação de uma burocracia bem treinada. 
Para isso, Vargas criou o DASP – Departamento de 
Administração e Serviço Público – base da estrutura do 
funcionalismo nacional.
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 A crise do Estado Novo
O principal fator responsável pela crise política do 
Estado Novo foi a entrada do Brasil na Segunda Guerra. As 
ligações econômicas entre o Brasil e os EUA decidiram o 
destino brasileiro na Segunda Guerra, que havia eclodido 
em 1939. Apesar de ficar um bom tempo neutro e das 
pressões pró-Alemanha de importantes personagens do 
Governo, como Felinto Muller e Góis Monteiro, Getúlio 
acabou fazendo a opção americana e rompeu relações 
com o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Pouco depois, o 
afundamento de navios brasileiros por submarinos ale-
mães provocou uma reação popular gigantesca, levando o 
governo brasileiro a declarar guerra à Alemanha.
Comandados pelo General Mascarenhas de Morais, 
os primeiros contingentes da FEB – Força Expedicio-
nária Brasileira – desembarcaram em Nápoles, a 16 de 
julho de 1944.
Apesar do reduzido número de soldados, além da 
participação da Força Aérea Brasileira e da Marinha, a 
atuação brasileira foi significativa. Observe no mapa da 
página seguinte os locais de confrontos e as principais 
vitórias obtidas pelos pracinhas brasileiros.
O envolvimento do Brasil na guerra em defesa das 
democracias e contra os regimes fascistas despertou na 
sociedade civil uma reação muito coerente: a democra-
cia pela qual nossos soldados arriscavam suas vidas de-
veria ser reconstituída também no Brasil. Em face disso, 
as manifestações pelo fim do Estado Novo tornaram-se 
irresistíveis.
Diante das pressões da opinião pública, Getúlio fez 
o que parecia impensável. Iniciou a redemocratização 
do próprio regime ditatorial que comandava. Entre as 
medidas tomadas pelo ditador, podemos destacar:
 • a anistia a presos políticos, após o fracasso da Inten-
tona Comunista (inclusive do líder comunista Luís 
Carlos Prestes, encarcerado desde 1936). O curioso 
foi que, depois de nove anos na prisão do Estado 
Novo, Prestes organizou uma manifestação popular 
no Rio de Janeiro e expressou seu apoio ao governo 
de Getúlio;
 • a fixação de uma data – 2 de dezembro de 45 – para 
a realização de eleições para presidente e para um 
Congresso Constituinte;
 • a reorganização partidária: Vargas criou dois parti-
dos “para si”, o PSD (Partido Social Democrático), que 
aglutinava os setores ligados à política e economi-
camente ao getulismo; e o PTB (Partido Trabalhista 
Brasileiro), criado para atrair as massas trabalhadoras 
dos grandes centros urbanos que viam no presidente 
a figura do “pai dos pobres”;
 • a legalização do PCB, que passou a apoiar Getúlio;
6 Semiextensivo
Apesar das concessões, as pressões continuavam de 
forma insistente, batendo na tecla da redemocratização 
plena, com eleições e troca do chefe do Executivo. 
Mesmo assim, Getúlio articulou um movimento com o 
objetivo de ganhar tempo. Foi o queremismo, que con-
sistiu na organização de grandes manifestações públicas 
– apoiadas pelos trabalhistas e comunistas – com o pro-
pósito de apoiar a tese de que o período de elaboração 
de uma nova Constituição deveria ocorrer com Getúlio 
no Governo. Só após a promulgação deveriam ocorrer 
eleições.
A expressão “queremismo” advém do slogan “Quere-
mos Getúlio!“, gritado nas ruas pelos grupos pró-Getúlio.
No entanto, vários fatores inviabilizaram o governo 
getulista, apesar de toda a sua habilidade e “fôlego de 
gato”. O principal desses fatores foi a aproximação do 
presidente com as esquerdas, em um clima de Guerra 
Fria que se instaurava, o que fez com que os militares 
perdessem a confiança no velho ditador e resolvessem 
interceder para impedir a sua continuação no poder.
No dia 29 de outubro de 1945, os mesmos generais 
Eurico Gaspar Dutra e Góis Monteiro, que ajudaram a 
sustentar o regime político varguista por tanto tempo, 
impuseram a sua renúncia. Sem o apoio do exército, 
Getúlio soube articular golpes com precisão e maestria, 
aceitando a hora da derrota e da renúncia.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linha-
res, assumiu o poder e, na data marcada – 2 de dezembro – , 
realizaram-se as eleições.
Getúlio, no entanto, ainda não havia dado adeus, 
mas até logo...
 Movimento Queremista
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Testes
Assimilação
11.01. (UNIRG – TO) – Leia os versos da famosa canção 
“Aquarela do Brasil”, composta por Ary Barroso, em 1939.
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta do cerrado
Bota o Rei Congo no congado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
[...]
(BARROSO, Ary. Aquarela do Brasil.)
No períododessa composição, o presidente Getúlio Vargas 
governava o país de maneira ditatorial. Havia outorgado a 
constituição federal, fechado o congresso e estabelecido a 
censura dos meios de comunicação. Assinale a alternativa 
que relaciona corretamente a mensagem da canção com 
esse contexto:
a) A ênfase nos valores e personagens da terra brasileira 
está em sintonia com a proposta de economia capita-
lista liberal implantada pelo Governo Vargas e com a 
política de desenvolvimento social das camadas pobres 
da população.
b) O elogio da beleza da terra e do povo brasileiros está de 
acordo com a visão de nação difundida pelo Departamen-
to de Imprensa e Propaganda (D.I.P.), criado por Vargas.
c) A contribuição do cristianismo e dos mulatos na formação 
nacional está em consonância com os estudos que o 
governo patrocinava, a exemplo da obra Casa-Grande & 
Senzala, escrita por Gilberto Freyre.
d) A relação afetiva com a pátria demonstrada pelo autor 
está em conformidade com a ênfase do Movimento 
Integralista Brasileiro, que teve apoio irrestrito do Go-
verno Vargas.
11.02. (FATEC – SP) – A Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), aprovada por decreto de 1o. de maio de 1943, represen-
tou a reunião e sistematização da vasta legislação trabalhista 
produzida no país após a Revolução de 1930. Introduziu 
também novos direitos e regulamentações trabalhistas até 
então inexistentes, tratou minuciosamente da relação entre 
patrões e empregados e estabeleceu regras.
Aula 11
7História 6C
Analisando o contexto histórico mencionado no texto, é 
correto afirmar que a CLT
a) evidenciou as relações estreitas do governo Vargas com 
o comunismo soviético.
b) contribuiu para a divulgação de uma imagem de “pai 
dos pobres” para Getúlio Vargas.
c) ampliou a participação da classe operária em movimentos 
grevistas e comunistas.
d) proporcionou uma rebelião nas Forças Armadas, dando 
início às ditaduras militares.
e) prejudicou as atividades produtivas do setor cafeeiro, que 
se encontrava no auge.
11.03. (IFSP) – Leia o trecho abaixo.
“Em 1943, Vargas editou a Consolidação das Leis Tra-
balhistas (CLT), um conjunto de normas criadas des-
de os anos 30 para proteger o trabalhador. Getúlio fez 
uma comissão para estudar a legislação trabalhista e 
compilar aquelas regras num único texto de lei.”
(Fonte: www.gshow.globo.br)
Sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada por 
Getúlio Vargas, analise as assertivas abaixo.
I. Getúlio Vargas criou essa legislação para coibir greves e 
evitar que o trabalhador conseguisse se organizar e lutar 
por seus direitos.
II. A CLT era uma cópia da legislação trabalhista da Polônia 
recém-dominada pelo nazismo e que recebeu no Brasil 
o nome de “polaca”.
III. Coube à ditadura Vargas estabelecer as leis que prote-
gem, até hoje, o trabalho e garantem aos trabalhadores 
direitos sociais.
É correto o que se afirma em
a) I, II e III. b) III, apenas.
c) I e II, apenas. d) II, apenas.
e) II e III, apenas.
11.04. (PUCCAMP – SP) – À chamada Revolução de 30 e ao 
governo implantado nesse mesmo ano, no Brasil, ocorreram for-
tes reações em nível nacional, dentre as quais pode-se destacar
a) a chamada Intentona Comunista, golpe militar promo-
vido por militantes e setores descontentes do Exército, 
que buscou direcionar a revolução em curso para um 
regime socialista, sem apoio da Internacional Comunista.
b) a criação da Ação Integralista Brasileira, movimento 
de oposição ao governo vigente que propunha seu 
próprio modelo de revolução e a implantação de um 
regime de inspiração fascista no país.
c) a Revolução Constitucionalista de 1932, guerra civil 
que representou uma resposta de São Paulo à perda 
de poder político de sua oligarquia e às intervenções 
do governo federal nos assuntos locais.
d) o Manifesto dos Mineiros, documento produzido 
por grupos liberais organizados em Minas Gerais, 
em torno da Aliança Liberal, que defendia maior 
influência política da oligarquia desse Estado no 
governo federal.
e) o Plano Cohen, ação articulada pela Aliança Nacional 
Libertadora com a intenção de refrear o autoritarismo do 
governo instituído, reivindicando o fim dos interventores 
e a imediata aprovação de uma constituição democrática.
Aperfeiçoamento
11.05. (PUCRJ) – A revolução de 1930 acarretou transforma-
ções econômicas e sociais ao Estado brasileiro, cuja política, 
após 1930, se caracterizou pelo(a)
a) abandono do apoio aos produtos agrícolas de exportação.
b) adoção da prática liberal de não intervenção nas relações 
entre o capital e o trabalho.
c) implantação do livre-cambismo, que especilizava o país 
como produtor agrícola e importador de manufaturados.
d) imediato atendimento das reivindicações democráticas, 
colocando-se o governo contra as crescentes tendências 
nazifascistas.
e) intervencionismo, com apoio à lavoura tradicional e à in-
dustrialização, e regulamentando as relações trabalhistas.
11.06. (MACK – SP) – Vitoriosa a revolução, abre-se 
uma espécie de vazio de poder, por força do colapso 
político da burguesia do café e das demais frações de 
classe para assumi-lo em caráter exclusivo. O Estado 
de Compromisso é a resposta para essa situação.
Boris Fausto
O texto nos permite concluir que, após a Revolução de 1930, 
estabeleceu-se no país
a) a mesma estrutura política existente no período anterior.
b) a centralização, pelo governo, das decisões políticas e fi-
nanceiras, dentro de um quadro de alianças, em virtude da 
heterogeneidade das forças revolucionárias.
c) o total desaparecimento do poder e do prestígio das forças 
oligárquicas.
d) a ascensão da burguesia industrial, única classe que deu total 
apoio a vargas no processo revolucionário.
e) o isolamento das forças armadas e da máquina burocrática 
do Estado, que não participaram do Estado de Compromisso.
11.07. (UNESP – SP) – O movimento constitucionalista de 
1932, em São Paulo, pode ser interpretado como uma
a) tentativa de impedir o avanço de projetos políticos radi-
cais de direita no país.
b) disputa entre grupos sociais hegemônicos no Brasil desde 
o final do século XIX.
c) reação da oligarquia paulista frente às medidas socialistas 
tomadas pelo governo de Getúlio Vargas.
d) mobilização popular contra o poder da elite cafeeira que 
dominava o país.
e) defesa dos interesses econômicos dos estados do sudeste 
brasileiro contra a hegemonia nordestina.
8 Semiextensivo
11.08. (FUVEST – SP) – O Estado de compromisso, ex-
pressão do reajuste nas relações internas das classes 
dominantes, corresponde, por outro lado, a uma nova 
forma do Estado, que se caracteriza pela maior cen-
tralização, o intervencionismo ampliado e não restrito 
apenas à área do café, o estabelecimento de uma certa 
racionalização no uso de algumas fontes fundamentais 
de riqueza pelo capitalismo internacional (...).
Boris Fausto. A revolução de 1930. Historiografia e história. 
São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 109-110.
Segundo o texto, o Estado de compromisso correspondeu, 
no Brasil do período posterior a 1930,
a) à retomada do comando político pela elite cafeicultora 
do sudeste brasileiro.
b) ao primeiro momento de intervenção governamental na 
economia brasileira.
c) à reorientação da política econômica, com maior presença 
do Estado na economia.
d) ao esforço de eliminar os problemas sociais internos 
gerados pelo capitalismo internacional.
e) à ampla democratização nas relações políticas, trabalhis-
tas e sociais.
11.09. (PUCRS) – Sobre as políticas e medidas adotadas 
por Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, é correto afirmar:
a) Nesse período, Getúlio Vargas completou a sua política 
trabalhista, criando o Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, em 1942, e instituindo a Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT), em 1943.
b) O governo desenvolveu uma política de incentivo à indus-
trialização, inibindo a importação de bens manufaturados 
e criando algumas empresas estatais importantes, como 
a Cia Siderúrgica Nacional, a Fábrica Nacional de Motores(FNM) e a Petrobras.
c) Vargas desenvolveu uma política autoritária de repressão 
aos opositores, com censura ferrenha à imprensa e ampla 
propaganda das ações do governo, através da criação do 
DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda.
d) A política externa do governo Vargas foi marcada pelo 
apoio irrestrito aos EUA em troca de vantagens econô-
micas. Isso levou o país a enviar um contingente militar 
para a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – a Força 
Expedicionária Brasileira (FEB) –, a fim de lutar contra o 
EIXO ao lado de tropas norte-americanas.
e) Na fase final do regime, Getúlio evitou a sua deposição, 
permitindo a volta das eleições e a criação de novos 
partidos, como a UDN, o PTB e o PSD. Dessa maneira, con-
seguiu manter-se politicamente atuante na democracia, 
elegendo-se novamente presidente em 1950.
11.10. (UFGD – MS) – Na América Latina, entre as décadas 
de 1930 e 1960, surgiram alguns governos que foram de-
nominados “populistas”, como são os casos da Argentina, 
com Juan Domingo Perón (1946-1955); Gustavo Rojas Pinilla 
(1953-1957), da Colômbia; e do Brasil, com Getúlio Vargas 
(1930-1945 / 1951-1954). O “populismo” desenvolvido 
nesses países tinha suas peculiaridades e raízes variadas.
Nesse sentido, ao considerar o Governo de Getúlio Vargas, no 
denominado “Estado Novo”, compreende-se que
a) o populismo varguista, entre outros aspectos, foi caracte-
rizado pela capacidade de o Estado manipular e conter os 
movimentos de trabalhadores organizados. Nesse sentido, 
utilizava-se da estratégia de desmobilizar as organizações 
independentes de trabalhadores, atrelando-as ao Estado.
b) o modo populista do Governo de Getúlio Vargas marcou 
significativamente as relações trabalhistas, em especial dos 
trabalhadores rurais, que passaram a gozar dos direitos que 
envolviam a “Consolidação das Leis do Trabalho” (CLT). Nes-
se processo, Vargas prezava pela autonomia das entidades 
representativas dos trabalhadores.
c) o populismo varguista teve como objetivo central a me-
lhora de vida dos trabalhadores do campo e da cidade. A 
partir desse prisma, Vargas ficou nacionalmente conheci-
do como “pai dos pobres” e, também, visualizado como 
um grande estadista democrático.
d) o populismo desenvolvido por Getúlio Vargas, entre os 
mais diversificados aspectos, teve como pilar central 
estabelecer uma relação democrática com os trabalha-
dores do campo e da cidade, dando-lhes autonomia para 
se organizarem nos sindicatos e decidirem junto com o 
Governo as políticas trabalhistas.
e) o populismo varguista não influenciou nas relações 
trabalhistas do período, haja vista que o estadista Vargas 
tinha interesses específicos apenas com os setores con-
servadores da cidade.
11.11. (UFPR) – Segundo a historiadora Regina da Luz 
Moreira, “o retorno dos contingentes da FEB precipitou 
(...) a queda de Vargas em 1945”
(CPDOC. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/ 
FatosImagens/FEB>).
Assinale a alternativa que justifica a declaração acima, relacio-
nando a atuação do Brasil, por meio da Força Expedicionária 
Brasileira (FEB), na Segunda Guerra Mundial, com o primeiro 
governo de Getúlio Vargas (1930-1945).
a) Ao lutar pela democracia e contra os fascismos na Europa 
com a FEB, o governo de Vargas perdeu apoio interno ao 
manter regime autoritário.
b) Ao lutar pela democracia e derrotar os fascismos na 
Europa, os pracinhas conquistaram apoio popular para 
derrubar a ditadura de Vargas.
c) Ao derrubar o regime franquista na Espanha, os soldados 
brasileiros inspiraram a população a lutar por eleições, 
após 15 anos de Estado Novo.
d) Ao derrotar os fascistas na Batalha de Monte Castelo na 
Itália, a FEB conquistou o apoio norte-americano para 
derrubar a ditadura de Vargas.
e) Ao lutar pela libertação dos povos europeus, o governo 
brasileiro esgotou seus recursos financeiros no Exército, 
precipitando a queda de Vargas.
Aula 11
9História 6C
11.12. (UFRGS) – Em 1942, o governo brasileiro decretou 
estado de guerra contra a Alemanha e a Itália, enviando, em 
1944, tropas para o continente europeu.
Com relação à participação brasileira na Segunda Guerra 
Mundial, é correto afirmar que
a) a experiência da Força Expedicionária Brasileira (FEB), du-
rante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi decisiva 
para o sucesso da expedição brasileira.
b) a tomada de Monte Castello, na Itália, foi a principal con-
quista militar realizada pelos pracinhas da FEB.
c) o Brasil, durante o período em que permaneceu neutro em 
relação aos conflitos, não permitiu a instalação de bases 
militares norte-americanas em seu território.
d) a participação do Brasil na guerra, contra os regimes nazi-
fascistas, estava em consonância com a forma de governo 
democrática assumida por Getúlio Vargas, desde 1937.
e) a participação do Brasil junto aos aliados concedeu ao 
país um assento permanente no Conselho de Segurança 
da Organização das Nações Unidas.
Aprofundamento
11.13. (UFPR) – Com base na figura abaixo, publicada em 
1932, considere as seguintes afirmativas:
1. A figura refere-se à Revolução Constitucionalista, em 
que os paulistas exigiram do governo Vargas a implan-
tação de uma Constituição democrática.
2. No contexto de 1932, a imagem do bandeirante servia 
de propaganda para mostrar que os paulistas eram aves-
sos à submissão a um tirano, tal como os bandeirantes 
teriam sido avessos à tirania da Coroa portuguesa.
3. A chamada Revolução de 1932 culminou na derrota dos 
paulistas pelas forças de Vargas e com a continuação do 
Estado Novo.
4. Apesar da derrota dos paulistas, uma das principais con-
sequências do movimento de 1932 foi a promulgação 
da Constituição de 1934.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
11.14. (FATEC – SP) – A Revolução de 1930, ponto de partida 
de uma nova fase da História brasileira, atingiu principal-
mente São Paulo, que perdeu sua tradicional hegemonia 
política realizada pela “política do café com leite”. O sistema 
de interventorias, posto em prática pelo governo provisório, 
em nada melhorou o relacionamento deste com São Paulo.
Como consequência disso, ocorreu
a) a revolução constitucionalista a favor da imediata cons-
titucionalização do país, o que abriria possibilidades de 
retorno dos paulistas ao poder.
b) a Intentona Comunista, liberada pela extrema-esquerda 
cujo lema era “Deus, Pátria, Família”.
c) a Intentona Integralista, que chegou a ocupar o palácio 
presidencial, tendo controlado o poder por quatro dias.
d) convocação imediata da Assembleia Constituinte que 
colocaria em prática a Constituição de 1935.
e) o movimento tenentista, cujos revoltosos de Minas Gerais 
exigiam a formação de um governo provisório, a eleição 
de uma Constituinte e a adoção do voto secreto.
11.15. (UNESP – SP) – Decretada a extinção da Aliança 
Nacional Libertadora em 1935, seus membros, os não 
moderados, organizaram a insurreição comunista que foi 
abafada pelo Governo Vargas. Assinale a alternativa que 
apresenta a ação política subsequente e relacionada com a 
referida insurreição.
a) A proposta anti-imperialista e antilatifundiária, contida 
no programa da ANL, foi completamente abandonada.
b) Vargas, em proveito de seus planos ditatoriais, explorou 
o temor que havia ao comunismo.
c) Dois meses após a Intentona, todos os presos políticos que 
aguardavam julgamento foram colocados em liberdade.
d) A campanha anticomunista das classes dominantes 
contribuiu para que Vargas abandonasse seus planos 
continuístas.
e) Os revoltosos só se renderam depois de proclamada a 
suspensão definitiva do pagamento da dívida externa.
11.16. (UNITAU – SP) – Considere as seguintes proposições:
I. A Constituição, de 25 de março de 1824, instituía a religião 
Católica Romana como sendo oficial doEstado brasileiro.
II. A Carta Constitucional, de 24 de fevereiro de 1891, esta-
belecia para o Brasil um Estado Federativo, um sistema de 
governo parlamentarista e o sufrágio universal.
III. A Constituição, de 16 de julho de 1934, instituía uma 
única Câmara, subordinando ainda as suas decisões ao 
Poder Executivo.
10 Semiextensivo
IV. A extinção da autonomia dos Estados e a hipertrofia do 
Poder Executivo caracterizavam a Constituição de 10 de 
novembro de 1937.
A alternativa que contém afirmações corretas é:
a) I e II
d) I e IV
b) II e III
e) I e III
c) III e IV
11.17. (UFSM – RS) – Sabe-se que Getúlio Vargas governou 
o Brasil de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Nessa fase da 
formação sociopolítica brasileira, destaca-se:
a) a personificação mítica de Getúlio, chamado de “pai dos 
pobres”, em função da defesa dos princípios socialistas 
de governo.
b) a efetiva participação política das massas populares 
urbanas, as quais conquistaram ampla liberdade de 
organização sem a tutela do Estado.
c) a prática política de Vargas que mesclava populismo e 
autoritarismo, estabelecendo a soberania do Estado sobre 
o conjunto da sociedade.
d) um dinâmico processo de desenvolvimento industrial, o 
qual possibilitou a nacionalização total da economia e o 
apoio político unânime da sociedade ao governo Vargas.
e) a consolidação da descentralização do governo, possibi-
litando maior independência aos estados na condução 
dos processos administrativos, políticos e econômicos.
11.18. (UEL – PR) – Leia o poema a seguir.
“Governo mais avacalhado
O Gegê sempre sorrindo
Por causa da nossa ‘Aliança’
Acabará caindo, acabará caindo.
O Gegê tá de calças na mão
Por causa da nossa revolução
O povo todo já está cansado
De ser explorado
Por este ladrão!
O Gegê entrou num botequim
Bebeu cachaça e saiu assim...
Levando um tamanho chute
Foi tomar vermute
Com amendoim”.
VIANNA, Marly de Almeida Gomes. “Revolucionários de 35: sonho e realidade”. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 561.
Os versos transcritos foram cantados pelos “aliancistas”, nos 
primeiros anos da Era Vargas (1930-1945). Com base nos 
versos e nos conhecimentos sobre a Era Vargas, considere 
as afirmativas a seguir.
I. Teve como um de seus aspectos marcantes a tendência 
à Democratização do Estado.
II. A Aliança Nacional Libertadora (ANL) foi um movimento 
que congregou diversos atores sociais: partidos políticos, 
sindicatos, associações e entidades diversas, sendo suas 
principais forças políticas os Tenentes e os comunistas.
III. O suposto Plano Cohen, imputado aos comunistas pelos 
oficiais do exército, auxiliou no recrudescimento da re-
pressão anticomunista no país e foi uma das justificativas 
para a implantação do Estado Novo.
IV. Com a aquiescência dos comunistas, o governo Vargas 
preparou os instrumentos de apoio à ANL, primeira ten-
tativa de organização da sociedade civil no Brasil, apro-
vando a Lei de Segurança Nacional, visando ao combate 
dos crimes contra a ordem política e social.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV
d) I, II e III
b) II e III
e) I, II e IV
c) III e IV
Discursivos
11.19. (UNESP – SP) – A década de 1930 no Brasil é normalmente associada ao varguismo. Além da liderança de Getúlio 
Vargas, o período também apresentou forte radicalização política. Como podemos associar tal fenômeno ao panorama 
internacional de então? Cite dois exemplos de agrupamentos políticos radicais atuantes no Brasil dos anos 30 e algumas de 
suas principais propostas.
Aula 11
11História 6C
11.20. (UFBA) – A intervenção do Estado na vida econômica do país estava coerente com as concepções sobre o 
papel do Estado e com as afirmações do nacionalismo; os princípios do liberalismo (livre-concorrência, iniciativa 
privada) eram considerados superados ou inadequados à realidade brasileira, e, por isso, não se concebia mais o seu 
corolário: o estado “democrático”, que se restringia a regulamentar as relações econômicas e intervir apenas como 
mediador nos casos de divergências ou prestando socorro aos setores privados nas épocas de dificuldades e crises.
O Estado, segundo as concepções que passaram a nortear a política econômica, deveria chamar para si a respon-
sabilidade das iniciativas no plano econômico.
(NADAI; NEVES, 1993, p. 224).
A partir do que estabelece o texto, indique dois exemplos de realizações econômicas decorrentes das novas diretrizes impressas 
na política brasileira, no período denominado “Era Vargas”, explicando-os.
Gabarito
11.01. b
11.02. b
11.03. b
11.04. c
11.05. e
11.06. b
11.07. b
11.08. c
11.09. c
11.10. a
11.11. a
11.12. b
11.13. c
11.14. a
11.15. b
11.16. d
11.17. c
11.18. b
11.19. A conjuntura internacional do período 
entreguerras (1919-38) foi marcada pelo 
confronto entre as correntes do nazifas-
cismo e dos regimes liberais consolida-
dos e comunistas em ascensão. Essa ra-
dicalização resultou na Segunda Guerra 
Mundial.
No Brasil de Vargas, tal radicalização teve 
na articulação da Ação Integralista Bra-
sileira e da Aliança Nacional Libertadora 
suas principais expressões. Ambas ali-
cerçadas em doutrinas europeias e com 
propostas de cunho nacionalista, diver-
giam, contudo, nos seguintes aspectos 
relevantes: os integralistas defendiam o 
Estado corporativo conservador e auto-
ritário, antiesquerdista na linha de uma 
versão brasileira de partido fascista.
A ANL, como frente democrática com 
espaço para os comunistas, propugnava 
o governo popular legitimamente eleito, 
a reforma agrária e o anti-imperialismo.
11.20. Política de socorro ao setor cafeeiro: 
atendimento às pressões das oligarquias 
cafeeiras, canalizando recursos da eco-
nomia nacional para esse objetivo.
• Atuação do Estado como empresário 
no setor industrial, canalizando recur-
sos nacionais privados e recursos es-
trangeiros para a área da indústria de 
bens, em especial a siderúrgica.
12 Semiextensivo
13História 6C
O Populismo (1945-1964) – I
Aula 12 6C
História
 O processo de “normaliza-
ção democrática”, após o 
fim do Estado Novo
Em dezembro de 1945, ocorreram eleições gerais no 
país. Os candidatos que concorreram à presidência da 
República foram:
 • Eurico Gaspar Dutra, ex-Ministro da Guerra de Getú-
lio, um dos articuladores da deposição do ditador, 
mas agora apoiado pelos partidos varguistas, o PSD 
e o PTB;
 • Eduardo Gomes, também ex-Ministro de Getúlio, 
herói do Levante dos 18 do Forte, candidato pela 
oposição, a UDN;
 • Yedo Fiúza, candidato pelo PCB.
Dutra vence com facilidade. O apoio do velho cau-
dilho foi importante e atestou a sua força política. Além 
disso, o PSD e o PTB conquistaram, juntos, a maioria do 
Congresso Nacional. Getúlio, que havia sido deposto 
dois meses antes, é eleito senador.
O Congresso eleito tinha como principal missão a 
elaboração de uma nova Constituição para o país.
Promulgada em 18 de setembro de 1946, a Quinta 
Constituição do país, destacada pelo seu esforço de 
redemocratização, apresentava as seguintes caracterís-
ticas:
 • Mandato presidencial de 5 anos; restabelecimento 
do cargo de vice.
 • Restabelecimento da autonomia dos estados – 
embora mantivesse a possibilidade de intervenção 
federal em questões econômicas e sociais.
 • Confirmação do princípio da separação e harmonia 
dos poderes executivo, legislativo e judiciário.
 • Retorno dos princípios democráticos.
 • Fim da pena de morte.
 • Fim da representação classista, ou seja, deputados 
e senadores voltariam a ser eleitos exclusivamente 
pelo voto popular.
 Eleito o General Eurico 
Dutra, quais as principais 
características do seu 
Governo (1946-1951)?
Algumas obras importantes foram realizadas e 
merecem destaque. Tais obras buscavam concretizar o 
plano de governo, conhecido como Plano SALTE (saúde, 
alimentação, transporte e energia). A pavimentação 
da rodovia Rio-São Paulo e a instalação da Companhia 
Hidrelétrica do rio São Francisco são alguns exemplos.
Na política externa, foi visível a aproximação dos 
EUA. Em 1947, foi realizada, em Petrópolis, a“Con-
ferência Interamericana para a Paz e Segurança do 
Continente”, que contou com a presença do presidente 
norte-americano Truman. Em 1949, foi criada a Escola 
Superior de Guerra, para dar treinamento aos oficiais 
brasileiros, baseada no modelo americano.
No plano político, Dutra demonstrou ser, essencial-
mente, um conservador. Durante seu governo, foram 
comuns as prisões por motivos políticos. Manifestações 
públicas foram dissolvidas à bala, jornais foram fe-
chados. O PCB foi declarado ilegal e todos os políticos 
comunistas tiveram seus mandatos cassados.
Eurico Dutra foi incapaz de formar lideranças políticas 
novas e preparadas para consolidar a redemocratização. 
Isso facilitou, e muito, o triunfal retorno de Getúlio ao 
poder, na sucessão presidencial de 1950.
 A volta do “Pai dos pobres”
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14 Semiextensivo
 O que caracterizou o 
Governo Vargas? (1951-1954)
Preocupado em garantir o apoio do Congresso aos 
seus projetos, Getúlio formou um ministério respeitando 
o equilíbrio de forças existentes no Legislativo. Diante 
disso, o PSD ficou com a maior parte das pastas. Apesar 
desse “cuidado”, Getúlio foi quem ditou o ritmo e as cores 
do seu governo, que assumiu um caráter nitidamente 
populista e nacionalista.
O exemplo mais contundente da sua política nacio-
nalista foi a campanha “O petróleo é nosso!”. Velha aspi-
ração de muitos políticos e intelectuais brasileiros, como 
Monteiro Lobato, por exemplo, debatida desde a década 
de 20, a constituição do monopólio estatal do petróleo 
concretizou-se, na gestão, com a criação da Petrobras.
 Descoberta de petróleo na Bahia, 1955
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og
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Além disso, podemos destacar, entre as realizações 
do governo Vargas:
 • a expansão da Companhia Siderúrgica Nacional, em 
Volta Redonda;
 • a organização da Vale do Rio Doce;
 • a criação da Eletrobras;
 • a criação do Serviço Social Rural e o Seguro Agrícola;
 • a criação do BNDE – Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico.
A política varguista de aproximação das massas 
contou com a participação de seu conterrâneo João 
Goulart, a quem Getúlio fez Ministro do Trabalho e, 
nessa condição, propôs um aumento de 100% no salário 
mínimo. Vargas também vai estimular a sindicalização 
dos trabalhadores rurais.
Getúlio também atendeu à pressão dos grupos 
nacionalistas ao criticar a remessa de lucros das multi-
nacionais e, então, procura estabelecer limites a estes 
abusos.
Fica evidente que, nesse último governo, Vargas 
abandonara a política da “média” por uma atitude mais 
contundente e mais dirigida a objetivos claros. Porém, 
essas atitudes mexem em vários e perigosos “vespei-
ros”: as multinacionais, os latifundiários e mesmo os 
empresários – muitos dos quais ligados ao PSD –, que 
se ressentem com a política de reajuste salarial dos 
trabalhadores.
A reação desses setores, estimulada pela imprensa 
conservadora e pela UDN, será intensa e provocará 
uma crise no governo de Getúlio. Uma crise, podemos 
dizer, com desdobramentos trágicos.
Capitaneando pela UDN e seu porta-voz, o jornalis-
ta Carlos Lacerda, o cerco da oposição vai se fechando 
contra o Presidente. Sem apoio na imprensa - só o jor-
nal A Última Hora defendia as virtudes do governo - e 
com o povo dividido pela insatisfação provocada pela 
alta do custo de vida, o presidente Vargas parecia não 
ter forças para reagire continuar o seu governo.
 Como terminou o governo 
Vargas?
Na madrugada de 5 de agosto de 1954, Carlos Lacer-
da – que era diretor do jornal A Tribuna da Imprensa 
– seu filho e o major da Aeronáutica Rubens Vaz che-
garam à casa do jornalista, na Rua Toneleros, bairro de 
Copacabana. De repente, o silêncio da rua foi quebrado 
por uma série de disparos. Era um atentado, que acabou 
ferindo Carlos Lacerda e matando o major.
 Carlos Lacerda ferido no aten-
tado da Rua Toneleros, 05 ago. 
1954
Na manhã seguinte, os jornais estampavam em 
suas manchetes acusações contra o governo. Vargas 
repudiou qualquer insinuação de seu envolvimento. 
Levantaram-se vozes exigindo a renúncia. O presidente 
prometeu que só sairia morto do Palácio do Catete!
Membros da Aeronáutica iniciam uma investigação 
para descobrir o mandante do crime contra o major 
Rubens Vaz. Constituiu-se, então, o que passou a ser 
conhecido como a “República do Galeão” numa alusão à 
comissão de investigação que se instalou no aeroporto 
carioca.
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Aula 12
15História 6C
As investigações militares surtiram efeito: ficou 
comprovado que o assassino era o pistoleiro de aluguel 
Alcino João do Nascimento e que ele obedecera a 
ordens expressas do chefe da guarda pessoal de Getúlio, 
Gregório Fortunato. Pressionado, Gregório, conhecido 
como o “anjo negro”, reconheceu a autoria intelectual do 
crime. O Presidente estava com os dias contados...
 Getúlio “se despede da vida...“
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Os militares exigiam a sua renúncia e o próprio 
Ministro do Exército hesitava em continuar a dar apoio 
ao Presidente. Uma solução mediadora é apresentada, 
solicitando o licenciamento de Getúlio até a completa 
apuração dos fatos. Abatido, Vargas afirmou que daria 
uma resposta no dia seguinte. Despediu-se de todos e 
retirou-se para o quarto.
Então, às 8h35min da manhã de 24 de agosto de 
1954, o presidente Getúlio Vargas suicidou-se com um 
tiro no peito. Sobre a escrivaninha, a carta testamento, 
que iniciava dizendo: “Mais uma vez, as forças que os 
interesses contra o povo coordenaram, novamente 
se desencadeiam sobre mim...” e concluiu: “Lutei contra 
a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. 
Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a 
calúnia não bateram em meu ânimo. Eu vos dei a minha 
vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serena-
mente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade 
e saio da vida para entrar na história”.
 Com o suicídio, como foi o 
processo de sucessão?
Com a morte de Vargas, assume o vice, Café Filho. 
Os ventos agora sopravam para outro lado e o novo 
mandatário do país organiza um ministério fortemente 
conservador, formado majoritariamente por políticos da 
UDN.
Nas eleições presidenciais de outubro de 1955, é 
eleito, mais uma vez, um candidato dos partidos de 
Getúlio – PSD e PTB –, o mineiro Juscelino Kubitschek. 
Sua vitória ocorre por estreita margem de votos, o que 
leva a UDN a tentar invalidar o pleito, alegando que o 
eleito não havia conseguido a maioria absoluta.
 O Governo Juscelino 
Kubitschek (1956-1961)
O governo JK foi resultado de uma estranha com-
binação: o populismo do tipo varguista, somado a um 
modelo de desenvolvimento liberal, baseado na forte 
presença de capital estrangeiro. Já em seu slogan de 
campanha, Juscelino anunciava: “Cinquenta anos de 
progresso em cinco de governo”.
De fato, seu governo conheceu um efetivo cresci-
mento econômico (não na proporção da propaganda de 
campanha), com uma ampla expansão nos setores de 
infra-estrutura e no setor industrial de bens de consumo 
duráveis.
O plano de governo de Juscelino, conhecido como 
Plano de Metas, prometia investimentos na produção 
de energia, transportes, alimentos, indústria de base e 
educação. O carro-chefe de sua companhia foi, no en-
tanto, a promessa de construir uma nova capital, Brasília, 
no Planalto Central.
Dentre as realizações do governo, além da constru-
ção de Brasília, podemos citar:
 • a construção da Rodovia Belém – Brasília;
 • a criação do Conselho Nacional de Energia Nuclear;
 • a construção das usinas hidrelétricas de Furnas e Três 
Marias;
 • a implantação da indústria automobilística.
 Juscelino Kubitschek em Brasília, s/d
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16 Semiextensivo
Diversas empresas automobilísticas instalaram-
-se no Brasil, nesse período: A Ford Motors, a Gene-
ral Motors, a Willys Overland; a Volkswagen; a Mer-
cedesBenz; a Simca; a Toyota; a Scania; a Vemag, etc.
Politicamente, seu governo caracterizou-se por um 
clima de liberdade política. Apesar disso, JK teve de 
enfrentar duas tentativas de golpe, perpretadas por 
militares da Aeronáutica. A primeira, logo no início 
do seu governo, em Jacareacanga (PA) e a segunda, 
em dezembro de 1959, em Aragarças (GO). Tentativas 
conservadoras, de extrema direita, foram facilmente do-
minadas. Pouco depois, Juscelino anistiou os envolvidos.
 Juscelino Kubitschek
O desenvolvimento econômico e as grandes realiza-
ções do presidente JK tiveram também um lado menos 
glorioso. A inflação, a perda do poder de compra dos 
trabalhadores, o endividamento externo e a desnacio-
nalização de nossa economia foram as principais críticas 
feitas ao governo. Também foram sérias as acusações de 
corrupção. Somou-se a isso, enfim, a falta de empenho 
do Presidente com as regiões mais pobres do país, nota-
damente o Nordeste.
Nesta região, a miséria secular provocou a intensifi-
cação das lutas dos camponeses, por meio da ação dos 
sindicatos rurais e das Ligas Camponesas, lideradas por 
Francisco Julião. Para diminuir esta pressão, Juscelino 
criou, em 1959, a SUDENE (Superintendência para o 
Desenvolvimento do Nordeste). No entanto, agiu tarde 
demais. Nesse mesmo ano, explodiram 65 greves em 
todo país. Em 1958, nas eleições legislativas, as forças 
mais progressistas haviam crescido substancialmente. 
E essa insatisfação toda certamente colheria seus frutos 
nas eleições presidenciais que se aproximavam.
 O processo de sucessão 
de JK
Para a sucessão presidencial, os partidos governistas 
buscaram um nome cuja imagem de retidão, honesti-
dade e cujo discurso nacionalista recuperasse o apoio 
que o próprio presidente Kubitschek havia perdido. O 
escolhido foi o marechal Teixeira Lott, “herói” da novem-
brada de 1955. Para vice, a coligação PSD-PTB repetiu a 
candidatura João Goulart.
A estranha legislação eleitoral da época permitia 
que o vice, e apenas ele, pudesse concorrer à reelei-
ção. Além disso, as eleições de presidente e de vice 
eram distintas, podendo ganhar o presidente de 
uma chapa e o vice da outra.
A candidatura de Teixeira Lott recebeu o apoio dos 
nacionalistas e mesmo dos comunistas, liderados por 
Luís Carlos Prestes.
O PSP lançou, mais uma vez, seu líder Adhemar de 
Barros. A UDN, por sua vez, apoiou – como já havia feito 
na eleição anterior – um nome de fora de suas fileiras. 
Agora o nome escolhido foi o do candidato do PDC, o 
ex-governador de São Paulo e grande estrela política do 
momento, o mato-grossense Jânio Quadros.
Jânio, um dos mais astutos políticos brasileiros, 
apresentou-se ao público como um “moralista apolítico”, 
único capaz de promover uma mudança radical nos 
costumes da política nacional.
Jânio dirigia seu apelo aos eleitores de classe média 
que consideravam a sua fama de administrador honesto 
requisito fundamental para o exercício da presidência.
Exercia também atração sobre as camadas humildes, 
pois desafiava os padrões de vestuário e comportamen-
to. Jânio usava ternos rasgados, tinha cabelos malpente-
ados e cheios de caspa, tendo ainda o hábito de fumar 
cigarros populares e comer sanduíches nos intervalos 
dos comícios. Esta “identidade” de homem simples, sem 
a arrogância típica dos políticos, contribuiu muito para 
a sua vitória, por uma margem surpreendente de votos 
sobre o candidato do governo.
Tamanha era a independência de Jânio em relação 
às estruturas partidárias que, com o seu consentimento, 
foram fundados em todo o país os “Comitês Jan-Jan”, 
encarregados de fazer campanha de Jânio para pre-
sidente e Jango para vice. Só que João Goulart era da 
chapa adversária. O fato é que ambos foram eleitos. Essa 
combinação explosiva, no entanto, provocará muitos 
estragos. É o que veremos.
 Campanha de Jânio Quadros, Vila Maria, SP, 1960
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Aula 12
17História 6C
Testes
Assimilação
12.01. (UFCE) – Assinale a opção que apresenta somente 
características do segundo Governo Vargas (1951-1954).
a) Apoio sistemático ao Partido Comunista Brasileiro – PCB; 
controle da inflação; proibição da entrada de capital 
estrangeiro no País.
b) Crescente instabilidade política; aumento do custo de 
vida; sistemática oposição da União Democrática Nacio-
nal – UDN.
c) Defesa inconteste dos interesses populares; estabilidade 
política; amplo desenvolvimento econômico.
d) Controle da inflação; apoio do Partido Comunista Brasi-
leiro – PCB; oposição sistemática do Partido Trabalhista 
Brasileiro – PTB – ao governo.
12.02. (UFV – MG) – “Percorrendo os corredores do 
supermercado onde normalmente fazemos compra, en-
contramos nosso invasor nas prateleiras, em embalagens 
práticas, simpáticos rótulos e imagens multinacionais. E 
com mil nomes diferentes: detergente White, amaciante 
Comfort, desodorante Feel Free, shampoo Johnson´s, 
absorvente Care Free, creme dental Ultra Brite, e com 
eles toda uma sensação de que somos Dorys Day, Woo-
dy Allen, Mary Tyler Moore ou Jack Lemmon, fazendo 
compras em Chicago, San Francisco ou New York. Na 
sessão de alimentos e bebidas, a coisa muda um pouco, 
devido ao prestígio dos franceses e italianos no setor de 
vinhos, queijos e massas. Porém, prosseguindo a cami-
nhada como alegres ladies of house, solidários husbands 
ou solitários singles, topamos com iogurtes Dan-up, 
balas Kid´s, goma de mascar Freshen-up, pão Pullman 
ou Seven Boys, e Pepsi ou Sprite para os nossos lunchs”.
(ALVES, Júlia Falivene. In: MARQUES, Alencar; BERUTTI, Flávio, FARIA, Ricardo. Brasil: 
História em construção. Belo Horizonte: Ed. Lê, 1996, p.76.)
O trecho acima aborda questões referentes ao Brasil contem-
porâneo e tem a ver com uma política cultural empreendida 
entre os anos 1940 e 1950, relacionada ao contexto
a) da política do New Deal, implementada pelo governo 
norte-americano, influenciando as relações econômicas 
com o Brasil.
b) da influência do American Way of Life, disseminado no 
continente americano após a Segunda Guerra Mundial, em 
função da hegemonia dos Estados Unidos na América Latina.
c) da globalização e da constituição de uma nova ordem mun-
dial liderada pelos Estados Unidos no final do século XX.
d) da influência musical norte-americana sobre a juventude 
universitária brasileira, nos protestos contra o Regime Militar.
12.03. (UFMG) – A democracia brasileira, instaurada no 
Brasil em 1946, após a promulgação da Constituição, foi 
ameaçada pelo presidente Dutra em razão da sua ação 
política que
a) perseguiu os integralistas e tornou sua agremiação ilegal 
por serem opositores do governo.
b) se alinhou à Ex-União Soviética, levando os Estados Uni-
dos a pressionarem economicamente o Brasil.
c) desenvolveu uma política econômica planificada, provo-
cando a insatisfação das multinacionais.
d) colocou o partido comunista brasileiro na ilegalidade, 
cassando os parlamentares eleitos pela sigla.
12.04. O Populismo é um movimento político marcante da His-
tória da América Latina pós-1945. É CORRETO afirmar que esse 
movimento se caracteriza, entre outros elementos, pelo/pela
a) discurso liberal burguês com traços de sindicalismo ativo, 
não intervencionismo estatal e mobilização dos trabalha-
dores urbanos e rurais em defesa de seus direitos.
b) ideologia revolucionária inerente às massas urbanas 
marginalizadas pelo modo de produção altamente con-
centrador de rendas do chamado Terceiro Mundo.
c) ideia de que as reformas socialistas poderiam ser realiza-
das pacificamente através da eleição de representantes 
populares para os cargos executivos e legislativos.
d) manipulação e mobilização das camadas urbanas do novo 
proletariado e pequena burguesia latino-americana que 
aspiravam a melhores condições de vida.
12.05. (PUCRS) – Em 1950, Getúlio Vargas foi eleito pelo 
voto direto e implementou inúmeras medidas característicasde sua concepção de governo.
Dentre tais medidas aprovadas no mandato 1951-1954, 
destacam-se:
a) a consolidação das leis trabalhistas e a criação do Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
b) a consolidação das leis trabalhistas e a estatização da 
Eletrobras.
c) a criação da Petrobras e o aumento de 100% do salário 
mínimo.
d) a consolidação das leis trabalhistas e a criação da Com-
panhia Siderúrgica Nacional.
e) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e o aumento 
de 100% do salário mínimo.
Aperfeiçoamento
12.06. (UFMG) – O “Populismo” pode ser definido como a
a) política de manipulação das camadas sociais trabalhado-
ras urbanas pelos detentores do poder, que se utilizaram 
de promessas de atendimento parcial das reivindicações 
dessas camadas.
b) política segundo a qual certos países limitam a soberania e 
a independência política, econômica e cultural de outros.
c) crença numa figura redentora que, através de uma re-
volução, destruirá a ordem existente, maléfica e injusta, 
inaugurando uma nova ordem de justiça e felicidade.
18 Semiextensivo
d) crença na planificação da economia por uma comissão 
central estatal, visando ao bem da coletividade e não 
ao lucro.
12.07. (PUCCAMP – SP) – O conhecimento histórico permi-
te afirmar que, na América Latina, a reorganização política 
internacional ocorrida após 1945
a) incentivou o crescimento de movimentos populares, 
como a Revolução Sandinista, abalando a tradicional su-
premacia econômica e militar norte-americana na região.
b) levou ao fracasso dos governos autoritários, como o Esta-
do Novo, e à articulação de uma nova forma de expressão 
do poder oligárquico, denominada de populismo.
c) possibilitou a ampliação das lutas guerrilheiras no campo 
e o êxito de várias revoluções socialistas na América Cen-
tral, como a Revolução Cubana e a Chilena.
d) fortaleceu as democracias liberais existentes na região e 
fez recuar os grupos políticos conservadores, especial-
mente os das forças armadas e da Igreja Católica.
e) provocou uma intensa concentração fundiária e grande 
entrada de capital estrangeiro para exploração e controle 
dos recursos minerais e agrícolas da região.
12.08. (FUVEST – SP) – Os governos de Getúlio Vargas 
(1930-1945/1951-1954), no Brasil, de Juan Domingo 
Perón (1946-1955), na Argentina, de Victor Paz Estensoro 
(1952-1956/1960-1964), na Bolívia, e de Lázaro Cárdenas 
(1934-1940), no México, foram alguns dos mais significa-
tivos exemplos do populismo latino-americano que se 
caracterizou notadamente:
a) pela aliança com as oligarquias rurais na luta contra os 
movimentos de caráter socialista.
b) pelo predomínio político do setor agrário-exportador em 
detrimento do setor industrial.
c) pelo nacionalismo, e intervenção do Estado na economia, 
priorizando o setor industrial.
d) por propostas radicais de mudanças nas estruturas socio-
econômicas, em oposição ao capitalismo internacional.
e) por ter concedido às multinacionais papel estratégico nos 
setores agrário e industrial.
12.09. (UNESP – SP) – Examine a charge do cartunista 
Théo, publicada na revista Careta em 27.12.1952.
“Você é que é feliz”...
Getúlio: – Ser pai dos 
pobres dá mais traba-
lho do que ser Papai 
Noel! Você só se amofi-
na no Natal: a mim eles 
chateiam o ano inteiro!
(Isabel Lustosa. Histórias de 
presidentes, 2008.)
O apelido de “pai dos pobres”, dado a Getúlio Vargas, pode 
ser associado
a) ao autoritarismo do presidente diante dos movimentos 
sociais, manifesto na repressão às associações de operários 
e camponeses.
b) aos esforços de negociação com a oposição, com a de-
corrente distribuição de cargos administrativos e funções 
políticas.
c) ao caráter popular do regime, originário de uma revolução 
social e empenhado no combate à burguesia industrial 
brasileira.
d) à política de concessões desenvolvida junto a sindicatos, 
como contrapartida do apoio político dos trabalhadores.
e) à supressão de legislação trabalhista no país, que obrigava 
o governo a agir de forma assistencialista.
12.10. (UNESP – SP) – O início da implantação da indús-
tria de base liga-se à política nacionalista da era Vargas. 
As dificuldades externas, devido ao envolvimento dos 
países industrializados nas guerras, contribuíram para 
que se consolidasse a política das substituições das im-
portações. Dentre as realizações que marcaram o último 
governo de Getúlio Vargas (1951-1954), e que se tornaram 
importantes para o desenvolvimento econômico do país, 
podemos citar
a) a transferência da Capital Federal para Brasília.
b) o programa de integração econômica da Amazônia, com 
a instalação do porto livre de Manaus.
c) o estabelecimento do monopólio da extração e da refi-
nação do petróleo.
d) a instalação da indústria automobilística no país.
e) a criação do Banco Nacional de Habitação.
12.11. (PUCCAMP – SP) – O termo populista é atribu-
ído por parte da historiografia brasileira a líderes como 
Getúlio Vargas, uma vez que era parte de sua estratégia de 
governo o
a) trabalhismo, que pressupunha a garantia de benefícios 
aos trabalhadores concomitante ao cerceamento da livre 
organização e intenso controle de sindicatos.
b) paternalismo, por meio de políticas assistencialistas 
para diminuir a pobreza e amplas reformas no campo, 
colocando em xeque o apoio da burguesia ao presidente.
c) nacionalismo, cujo resultado foi a plena identificação, 
pelo povo, de sua imagem à da nação e a inexistência de 
qualquer oposição.
d) queremismo, mediante o qual Vargas, por meio do culto 
à personalidade, estreitou laços com as camadas mais 
pobres da sociedade e instituiu o Estado Novo.
e) peleguismo, que consistia na criação de grandes centrais 
sindicais que atendiam a todos os interesses dos trabalha-
dores mas promoviam compra de votos e troca de favores.
Aula 12
19História 6C
12.12. (FAMERP – SP) – O Plano de Metas foi uma expe-
riência sistemática de planejamento implementada pelo 
governo Juscelino Kubitschek (1956-1961). O Plano favore-
ceu a instalação de empresas estrangeiras especializadas na 
montagem de automóveis no Brasil, fato que
a) mudou a estrutura econômica do país, devido à destrui-
ção do antigo parque automobilístico brasileiro.
b) enfraqueceu a capacidade do Estado brasileiro em garan-
tir os direitos dos trabalhadores urbanos.
c) promoveu uma expansão da economia industrial com o 
surgimento de fábricas de autopeças.
d) concentrou a produção em um setor econômico em 
prejuízo das indústrias de produtos eletrônicos e de outros 
bens de consumo duráveis.
e) permitiu a exploração de todas as etapas da produção 
dos veículos pelos empresários estrangeiros.
Aprofundamento
12.13. (PUCCAMP – SP) – A inauguração de Brasília, sím-
bolo da modernização empreendida durante o período de 
governo de JK, foi acompanhada de uma série de impactos 
imediatos, dentre os quais podemos citar
a) a mudança da capital federal, medida que causou muita 
polêmica pois o projeto havia sido inusitado na história 
do Brasil, e os funcionários federais recusavam- se a mudar 
para o Centro-Oeste.
b) o fim do isolamento econômico do Centro-Oeste, 
por meio da inauguração de uma extensa rede viária 
e de um grande parque industrial nas imediações 
da capital.
c) a migração de pequenos agricultores do Sul do país 
para Goiás e Mato Grosso, estimulados por incentivos 
estatais para o plantio da soja e a agropecuária voltada 
à exportação.
d) a transformação da localidade em fundamental polo tu-
rístico nacional, em função da curiosidade estrangeira em 
conhecer a primeira cidade planejada da América Latina.
e) o crescimento de cidades satélites muito além da pro-
porção imaginada por Lucio Costa em seus primeiros 
planejamentos, em função da grande população de 
trabalhadores atraída à região.
12.14. (MACK – SP) – “Nem tudo eram flores no período 
de Juscelino. Os problemas maiores se concentraram 
nas áreas interligadas do comércio exterior e das finan-
ças do governo”.
Boris Fausto. História do Brasil. 13.aed. São Paulo: EDUSP, 2009, p. 432
Dentre os problemas enfrentados pelo governo Juscelino 
Kubitschek (1956-1961)
a) estavam as oposições de setores da elite conservadora, 
avessa às Reformas de Base propostas pelo presidente, 
impedindo um amplo projeto de modernizações para 
o país.
b) estavam os altos gastos governamentais para sustentar o 
programa de industrialização e a construção de Brasília, 
resultando em crescentes deficits do orçamento federal.
c) estava a oposição das Forças Armadas, capitaneadas pelo 
marechal Henrique Lott, contribuindo para a instabilidade 
política que ameaçou a continuidade democrática.
d) estava a aquisição de empréstimos externos, resultando 
na dependência em relação ao FMI e na adoção de me-
didas impostas por esse órgão, como o congelamento 
salarial.
e) estava a austeridade fiscal e o descontrole inflacionário, 
resultando em uma política de juros altos e liberalização 
do câmbio, manobras nacionalistas que surtiram efeito 
imediato.
12.15. (UNESP – SP) – Brasília simbolizou na ideologia 
nacional-desenvolvimentista o “futuro do Brasil”, o 
arremate e a obra monumental da nação a ser cons-
truída pela industrialização coordenada pelo Estado 
planificador, pela ação das “forças do progresso” (aque-
las voltadas para o desenvolvimento do “capitalismo 
nacional”), que paulatinamente iriam derrotar as “forças 
do atraso” (o imperialismo, o latifúndio e a política 
tradicional, demagógica e “populista”). 
(José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.) 
Segundo o texto, a construção de Brasília deve ser entendida
a) como uma tentativa de limitar a migração para o Centro 
do país e de reforçar o contingente de mão de obra rural.
b) dentro de um conjunto de iniciativas de caráter liberal, que 
buscava eliminar a interferência do Estado nos assuntos 
econômico-financeiros.
c) dentro do rearranjo político do pós-Segunda Guerra Mun-
dial, que se caracterizava pelo clima de paz nas relações 
internacionais.
d) dentro de um amplo projeto de redimensionamento da 
economia e da política brasileiras, que pretendia moder-
nizar o país.
e) como um esforço de internacionalização da economia 
brasileira, que provocaria aumento significativo da ex-
portação agrícola.
12.16. (UEL – PR) –
TEXTO I
Os cinco anos do governo Juscelino são lembrados 
como um período de otimismo associado a grandes 
realizações, cujo maior exemplo é a construção de 
Brasília. [...] A ideia não era nova, pois a primeira 
Constituição Republicana, de 1891, atribuía ao Con-
gresso a competência de “mudar a capital da União”. 
Coube porém a Juscelino levar o projeto à prática, 
com enorme entusiasmo, mobilizando recursos e mão 
de obra constituída principalmente por migrantes 
nordestinos – os chamados “candangos”.
Adaptado de: FAUSTO, B. História do Brasil. 8 ed. 
São Paulo: EDUSP/FDE, 2000, p. 425 - 430.
20 Semiextensivo
TEXTO II
[...] Eu inauguro o monumento
No Planalto Central do
País
[...] O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão [...]
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga,
Estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente,
Feia e morta,
Estende a mão
[...]
VELOSO, C. Tropicália. Álbum Tropicália. Ed. Polygram, 1967.
Considerando os textos I e II e os conhecimentos sobre o tema, 
é correto afirmar que a construção de Brasília representou:
a) a síntese de um período de desenvolvimento econômico 
sem precedentes na história nacional, pela prosperidade 
ocasionada pelo deslocamento maciço de populações 
empobrecidas do Nordeste para a nova área de ocupação.
b) a construção da primeira cidade planejada do Brasil, época 
em que se inaugura a modernização do país propiciando 
também a remodelação de portos, construção de ferro-
vias, aeroportos e indústrias de base.
c) uma época na qual o país buscou superar de forma 
rápida o atraso econômico da sociedade agroexporta-
dora e adentrar no mundo urbano industrial, vivendo, no 
entanto, uma série de contradições sociais geradas pela 
concentração de renda.
d) o coroamento do esforço governamental, iniciado na 
Primeira República, que procurava estimular a ocupação 
territorial, promovendo a reforma agrária, o desenvolvi-
mento industrial descentralizado e a modernização do país.
e) a reformulação do movimento conhecido como “Marcha 
para o Oeste”, que procurou transformar áreas despovo-
adas do Brasil em polos de desenvolvimento industrial, 
política consolidada na Era Vargas.
12.17. (UFRGS) – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) 
as seguintes afirmações, relativas ao governo Kubitschek.
( ) O golpe preventivo do general Lott garantiu a sua 
posse ao abafar o descontentamento de setores mili-
tares e políticos contrariados com os resultados finais 
da eleição de 1955.
( ) Sua administração foi marcada pelo lema “Cinquenta 
anos de progresso em cinco de governo” e pela inte-
riorização do governo central com a construção de 
Brasília.
( ) Sua política econômica foi delineada no Plano de Me-
tas, ambicioso programa que apontava para o desen-
volvimento das indústrias de base e dos setores ener-
gético, de transporte, alimentar e educacional.
( ) Ele promoveu ampla atividade do Estado no setor de 
infraestrutura e no incentivo à industrialização, mas 
também desenvolveu ações para atrair capitais es-
trangeiros.
( ) Ele criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilís-
tica (GEIA), com o intuito estratégico de alavancar a 
produção de automóveis e caminhões com capitais 
privados.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de 
cima para baixo, é:
a) V – F – V – F – F
b) F – V – F – V – F
c) V – F – F – V – V
d) F – V – V – F – V
e) V – V – V – V – V
12.18. (UFF – RJ) – Com espetacular solenidade, em 21 de 
abril de 1960, foi inaugurada Brasília, a nova capital do país, 
que se tornaria símbolo de toda uma era de modernidade 
e progresso.
Assinale a opção que apresenta um comentário que, de fato, 
corresponde ao momento histórico focalizado.
a) O “exército” de trabalhadores responsável pela constru-
ção da nova capital teve como principal característica o 
fato de ser, majoritariamente, integrado por migrantes 
do Sudeste, que recebiam o maior salário mínimo do 
Brasil.
b) A construção de Brasília atuou como elemento de im-
pulsão do parque industrial e do capitalismo no Brasil, 
não só ao gerar a expansão da malha rodoviária, bene-
ficiando as montadoras estrangeiras de automóveis, 
mas também, ao ampliar a demanda por cimento, aço 
e energia no país.
c) Do ponto de vista arquitetônico e paisagístico, a solução 
urbanística adotada para Brasília remetia, simbolicamente, 
ao sinal da cruz, numa referência explícita ao profundo 
catolicismo dos primeiros candangos que construíram 
a cidade.
d) A opção de JK pela interiorização da capital representou 
a conciliação, no país, entre o “velho” e o “novo”, já que 
beneficiava os tradicionais coronéis nordestinos e a ju-
ventude estudantil brasileira.
e) A construção de Brasília deslocou expressivos contingen-
tes populacionais para o Planalto Central, sobretudo os 
sem-terra e sem-teto do Centro-Oeste brasileiro.
Aula 12
21História 6C
Discursivos
12.19. (UFRJ) – “Às quatro horas da madrugada no dia 24, depois da notícia, Carlos foi carregado por admiradores 
até o apartamento lotado de Café Filho. O vitorioso Lacerda, aplaudido calorosamente, falou pelo rádio que Vargas 
‘devia apodrecer’ na Base Aérea do Galeão (...) Garrafas de champanhe foram abertas.”
DULLES, John W. F. Carlos Lacerda: a vida de um lutador. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1992. p. 188.
A notícia que gerou a comemoração citada no texto era a da licença do cargo de presidente por Getúlio Vargas, que, esperava-
-se, seria pedida a qualquer momento. No entanto, algumas horas mais tarde, surgia a informação do suicídio de Vargas.
a) Aponte o motivo pelo qual diversos analistas políticos da época afirmaram que, com sua morte, Vargas saiu vitorioso.
b) Cite uma das

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