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Web-aula 1-PROFISSÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE1 APRESENTAÇÃO: Olá, caros alunos!! Estamos dando início a nossa primeira unidade da web-aula e, por isso, gostaria de ressaltar que nossas discussões propiciarão a construção do conhecimento quanto a Contabilidade. 1 A PROFISSÃO CONTÁBIL Cada vez mais nos deparamos com a necessidade de se ter um profissional da área contábil, conhecedor tanto das práticas contábeis quanto das legislações vigentes, o qual permite direcionar o rumo que as entidades devem seguir através de orientações quanto à busca constante de maximizar lucros, sem deixar rastros ou brechas para possíveis problemas junto ao fisco, quanto a passivos fiscais. Devido ao dinamismo do mercado com mudanças constantes de cenários motivados pela globalização da economia, cada vez mais precisamos contar com informações precisas, confiáveis, em tempo hábil para o processo decisório, apoiando tanto a alta administração quanto os gestores e administradores, com um elevado grau de confiabilidade. Portanto, todos os profissionais da área devem observar alguns preceitos, normas e regulamentos, inclusive quanto a sua postura profissional, seguindo, por fim, um determinado padrão vinculado à conduta ética deste profissional. É, dessa forma, uma profissão em ascensão, a qual permite ao profissional diversas áreas de atuação, nas mais variadas ramificações possíveis da Contabilidade, cuja estrutura está calcada, reconhecida e denominada como uma ciência social aplicada, pois apresenta em seu contexto, tanto um objeto de estudo através do Patrimônio das Entidades, quanto um objetivo através do fornecimento de informações aos usuários para a tomada de decisão. Trabalha com métodos quantitativos, através da utilização de pessoas em seu processo, as quais detêm de conhecimentos desta ciência, como: os princípios contábeis, normas de atuação e procedimentos, observação da legislação como um todo, entre outros, transferindo tais conhecimentos para a prática, para a execução, ou seja, motivando uma ação que modifica constante e diretamente o patrimônio das entidades. PARA SABER MAIS: Faça a leitura do Código de Ética do Contador para iniciarmos nossas discussões. 1 © Glaucius André França, UNOPAR, 2009. 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Há muito tempo, não havia moeda para a realização das operações comerciais, as pessoas não tinham conhecimento de escrita e ainda não haviam se deparado com números. Tratava-se de um período totalmente primitivo, no entanto, os seres humanos já possuíam “bens ou direitos” e tinham a preocupação de acompanhar a sua evolução. Eles se indagavam: do período ao ano anterior para o qual estou vivendo, houve aumento do meu rebanho? A natureza me possibilitou ganhos com nascimento de minhas ovelhas ou tive mais perdas devido à morte por idade ou por qualquer outro fator externo? Diante destes questionamentos, evidenciava-se o surgimento da contabilidade, já no início das civilizações, cujos alguns estudiosos sobre o tema, apontam para seu surgimento, há aproximadamente 8.000 anos a.C., outros há 4.000 anos a.C.. Independentemente da data precisa, indica-se que realmente ocorreu há muito tempo. O levantamento de seu inventário poderia ocorrer de diversas formas: por meio de atribuição de pedras para cada uma de suas ovelhas, ou riscos efetuados nas rochas ou controles de fichas de barros. Independentemente de sua primitividade, o controle e o registro estavam lá, e era possível descobrir se obteve “lucro” ou “prejuízo” pelo acréscimo ou decréscimo, conforme podemos observar nas figuras abaixo. Constata-se a importância da contabilidade, vinculada ao crescimento e desenvolvimento econômico o que, segundo IUDÍCIBUS: “Hoje, por exemplo, a profissão é muito valorizada nos países de primeiro mundo. No Brasil, até a década de 60, este profissional era chamado de “guarda-livros”, a nosso ver, título pejorativo e pouco indicador. Todavia, com o milagre econômico na década de 70, essa expressão desapareceu e observou-se um excelente e valorizado mercado de trabalho para os contabilistas”. (IUDÍCIBUS, 2009, p. 9) Link: acesse o endereço eletrônico, a seguir, e assista ao vídeo sobre a história da contabilidade para melhor compreenderem as nossas discussões https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg 1.2 TEORIA E PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Vamos relembrar a respeito da Teoria e Princípios Contábeis, dando início a partir dos PRINCÍPIOS E POSTULADOS DA CONTABILIDADE. Primeiramente, podemos afirmar que: “[...] os conceitos básicos que constituem o núcleo essencial que deve guiar a profissão na consecução dos objetivos da Contabilidade, que constituem em apresentar informação estruturada para os usuários.” (Iudícibus, Marion, & Faria, 2009) Não se pode confundir, segundo (Iudícibus, Marion, & Faria, 2009), os princípios com os objetivos da contabilidade, sendo os objetivos informar os usuários e o objeto da contabilidade o Patrimônio das entidades. Segundo o autor supracitado, os princípios da contabilidade são: as formas, o meio, o guia/direção e a estrutura de que se utiliza para chegar aos objetivos de informar os usuários. A emissão de pronunciamento sobre os Princípios de Contabilidade para orientação dos contadores no exercício da profissão se deu a partir da década de 30, nos Estados Unidos, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, ficando mais conhecidos os PCGA’s – Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, como sigla muito conhecida pelas multinacionais, os GAAP’s. Desde então, houve uma maior preocupação com a uniformização de Princípios que pudessem dar embasamento às normas e regras contábeis. Através da circular 179/72, do Banco Central do Brasil, o IBRACON (Instituto Brasileiro dos Contadores) teve uma participação importante para o início da normatização dos Princípios Contábeis, emitindo pronunciamentos de interesse da classe que, em 1986, resultou na publicação do trabalho intitulado Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, baseado nos PCGA’s. Em 1981, com a Resolução 530, o CFC havia se pronunciado acerca dos Princípios Contábeis. Em 29/12/1993, o CFC publicou a Resolução 750, com intuito de aperfeiçoar a resolução 530 de 1981, definindo os Princípios fundamentais de Contabilidade (PFC) de observância obrigatória no exercício da profissão contábil. ECBC versus CFC Na abordagem da Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade (ECBC), os conceitos são tratados de forma hierarquizada, entre eles: postulados, princípios propriamente ditos e convenções contábeis. Na opinião do autor, existe essa necessidade mais para entender a evolução e o entrelaçamento dos vários conceitos do que pelo fato de serem mais ou menos importantes na prática. A argumentação utilizada pelo CFC para a não aceitação desse enfoque é semelhante: “nos princípios científicos, jamais pode haver hierarquização formal, dado que eles são os elementos predominantes na constituição de um corpo orgânico (...).” (Iudícibus, Marion, & Faria, 2009) A proposta metodológica do ensino baseia-se em um edifício, sendo composto por três partes: alicerce (fundação, colunas); paredes (formando compartimentos); telhado que irá abrigá-lo. No mundo contábil, partimos da hipótese de que sempre teremos uma pessoa (física ou jurídica) para realizar a contabilidade que denominamos de entidade contábil; partimos ainda do pressuposto de que essa pessoa tem uma vida por prazo indeterminado, que é um empreendimento em andamento – istoé, a pessoa (entidade) está em continuidade. (Marion, 2009) Partimos da premissa de que há pessoas interessadas nos relatórios contábeis. Portanto, serão estabelecidos princípios que norteiam a elaboração de relatórios contábeis aos seus usuários. Para estabelecer esses princípios, como já vimos, consideramos que a entidade contábil está em continuidade. Entidade Contábil – Postulado Ambiental da Contabilidade - É da natureza dos negócios e das operações que os sócios, proprietários ou quotistas, de determinada entidade, sejam também entidades distintas. Para a contabilidade, o patrimônio de uma pessoa física, que por ventura participe do capital de outra entidade (esta como pessoa jurídica), também pode ser considerado uma entidade contábil. O importante para caracterizar bem o princípio é que, para todos os efeitos, o patrimônio de uma entidade não se confunde com o de outra, os patrimônios dos sócios não se confundem com o da empresa. “A Contabilidade é sempre mantida para uma entidade, que exerce atividade econômica como meio ou fim. O Patrimônio desta entidade não se confunde com os patrimônios de seus proprietários.” (Marion, 2009) De acordo com a ECBC (Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade), a entidade é vista em um sentido mais amplo, num sentido econômico, organizacional e de controle, identificada com uma massa de recursos administráveis. Dessa forma, tanto pode ser considerado como entidade o “consolidado” – composto pela companhia-mãe e suas controladas – quanto cada “divisão” da empresa. Essa definição vai depender de se mostrar interessante para a obtenção de uma melhor evidenciação. No documento do CFC, a entidade é conceituada sob o aspecto estritamente jurídico. As divisões ou departamentos de uma entidade não podem constituir novas entidades, ou microentidades, precisamente porque lhes faltará o atributo da autonomia. Verifica-se, no entanto, que essas diferenças ficam limitadas ao aspecto conceitual, não atingindo o núcleo básico comum do princípio, qual seja, o de que o patrimônio de uma entidade não se confunde com o de outra e que os patrimônios dos sócios não se confundem com o da empresa. O princípio da continuidade – Postulado Ambiental da Continuidade – É o conceito ambiental, pois se refere ao ambiente no qual as entidades atuam e às formas usuais de praticar comércio. Assim, continuidade é a premissa de que uma entidade irá operar por um período de tempo relativamente longo no futuro. O princípio da continuidade poderia ser assim enunciado: “Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá operar por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências, econômicas ou jurídicas, em contrário (...)” (Marion, 2009) Com a evolução das entidades em operações de larga escala, necessitando de planejamentos, o conceito de continuidade como efeito do sucesso de seus produtos ou serviços faz com que seja necessário apurar resultados, surgindo, assim, a necessidade de apurarem resultados de tempos em tempos. O ano apareceu como sendo uma subdivisão de tempo. Uma empresa em continuidade, caso seja necessário se desfazer de um ativo para fazer caixa, ira adotar o valor de venda deste bem, próximo ou exato ao valor de aquisição do mesmo ou pelo valor maior possível. Os ativos, enquanto estocados, via de regra, são avaliados por algum tipo de valor de entrada (de custo original, original corrigido ou então de reposição). Em caso de descontinuidade, o valor do patrimônio seria avaliado a valores de realização (ativos) e de liquidação (exigibilidades). Na regra, que é a continuidade, devem prevalecer critérios opostos, isto é, valores de entrada. WEB-AULA 2 - OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE Custos Históricos – Custo original com base no valor ou princípio do valor original – talvez o mais utilizado na contabilidade de custos – diz que os registros contábeis serão realizados ao custo de aquisição (custo histórico) ou ao custo de fabricação (como, por exemplo, os estoques). Para alguns teórico é entendido como uma consequência direta da continuidade. Esse princípio foi compreendido de forma conservadora até pouco tempo atrás como custo original como valor (e não como base de valor), isto é, não apenas o valor de um ativo – seu custo original – não poderia ser alterado (nem mesmo por ajustamentos pelas variações do poder aquisitivo da moeda), como somente os ativos que custaram algo para a entidade (para adquiri-los ou fabricá-los) poderiam ser considerados ativos. Os doados, mesmo que apresentassem benefícios para entidade, nunca seriam considerados ativos. (MARION, 2009, p.81) Posteriormente, passou-se a aceitar as doações como ativos, inserindo- as pelo preço que haviam custado, originariamente, ao doador. “Mais recentemente, admite-se como base de valor para doações de ativos, quanto pagaríamos por um bem em estado de conservação semelhante, no mercado de novos ou usados, se existir.” (MARION, 2009, p. 81) Se o custo histórico (original) na data de uma transação se aproxima bastante do valor econômico de um ativo, o mesmo não se pode afirmar, com o decurso do tempo, pelos seguintes fatores, segundo Marion (2009): a) desgaste físico e natural do ativo; b) flutuações específicas do preço do ativo em graduação diferenciada da variação do poder aquisitivo médio geral da moeda; c) mudanças tecnológicas e obsolescência; Denominador Comum Monetário – o princípio do denominador comum monetário ou atualização monetária – por meio deste princípio, temos a avaliação monetária que torna homogêneo e agrega diferentes itens em um denominador comum monetário, num único relatório. Diz respeito à avaliação em moeda corrente do país. A moeda e a informação não podem sofrer variação em sua essência, como instrumento de medição. O Real, como muitas outras moedas no mundo, não importando agora a graduação da perda de poder aquisitivo, não pode ser considerado um padrão afiançável de mensuração monetária, a não ser no exato momento de cada transação. É importante escolher-se, assim, uma data-base para expressar todas as contas das demonstrações deste exercício e de exercícios anteriores, em moeda de poder aquisitivo daquela data base escolhida. O princípio do valor original e o princípio da atualização monetária definem o que consideramos necessário para enfocar os assuntos que envolvem custo e moeda. O primeiro prevê que a base de registro para a contabilidade continua sendo o valor de entrada. No contexto desse princípio, já está contida a idéia de que, como o custo inicial precisa ser “conservado” durante o tempo, pelo menos o seu poder aquisitivo deve manter-se inalterado. (MARION, 2009, p. 85) O Princípio do Denominador Comum Monetário trata da importância de homogeneização dos componentes patrimoniais através da sua avaliação em moeda corrente do país, e ainda discute a inadequação do padrão monetário e da possível aplicação do conceito de valor presente. A Lei 11.638/07, no que diz respeito à avaliação do ativo, em seu artigo 183, inciso VIII, contempla que “os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente (...)”. No artigo 184, inciso III, comenta que “as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados a valor presente (...)”. Assim, a contabilidade brasileira já está levando em conta o valor do dinheiro no tempo. Realização da Receita – A objetividade e consistência que devem ser observadas nos procedimentos contábeis são fundamentais, uma vez que tais registros ou Demonstrações Contábeis poderãoser solicitados para apresentação em demandas judiciais. Considera-se, como momento de reconhecimento, o “[...] ponto normal de reconhecimento da receita aquele em que produtos ou serviços são transferidos ao cliente e não, propriamente, o ponto em que dinheiro é recebido por esta transferência (daí os nomes genéricos, quando nos referimos à receita e despesa, de Regime de Competência como oposto ao Regime de Caixa).” (MARION, 2009, p. 86) A maior parte dos autores, quando agrupam despesa e receita, parte do pressuposto de que a competência será restringida nas receitas e despesas relativas ao mesmo período contábil, obedecendo, por sua vez, a incorrência e o fato gerador e não simplesmente o recebimento ou pagamento, pelo regime de caixa. As empresas, muitas vezes, se deparam com alguns tipos de serviços que necessitam de um reconhecimento em mais de um período contábil, digamos um mês. Devido à existência de contratos com maior duração como, por exemplo, dois anos, podendo o mesmo ser demonstrado como exemplo: aluguéis e empréstimos. Procede-se, então, ao reconhecimento de cada sub-período, vinculado a uma parcela de sua receita total de forma proporcional. Reconhecer em cada sub-período uma parcela da receita total (relativa ao serviço total), proporcionalmente a certo período já decorrido, em lugar de se esperar até o final para reconhecê-la de uma vez só, integralmente. A contabilidade de custos irá utiliza-se, e muito, dos princípios da realização da receita e da confrontação da despesa. Ambos os princípios detalham e explicam o que chamamos de regime de competência. Poderíamos dizer que há duas formas distintas de se fazer contabilidade: Uma, considerada não científica, que é o regime de caixa, levando em consideração somente a receita recebida e a despesa paga. A outra é o regime de competência, em que a receita considerada é a gerada no período, não importando o seu recebimento; e a despesa considerada é a consumida no período, não importando se foi paga. Confrontação da Despesa – o reconhecimento das despesas e seus confrontos com as receitas – é o momento da transferência do bem ou serviço para o cliente. “No reconhecimento das despesas é importante ressaltar que o mesmo não está relacionado ao montante de recursos efetivamente pago no período, mas ao consumo de ativos, à ocorrência de um fato gerador da despesa e a seu confronto com as receitas atribuídas ao período da forma vista no item anterior, ou ao período, quando não for possível o confronto direto com as receitas.” (IUDÍCIBUS, 2009, p. 95) O regime de competência trata que tanto as receitas quanto as despesas deverão ser confrontadas em um mesmo período contábil, atendendo a concordância quanto aos Fatos Geradores, entendendo, para tanto, que a data da emissão dos documentos deverá estar dentro do próprio mês. Por este motivo, podemos dizer que são específicos, não sendo vinculada a entrada ou saída do recurso em seu Fluxo de Caixa. Desse modo, é essencial que observe que as despesas incorridas no mesmo período de suas receitas, obrigatoriamente, deverão ser confrontadas evitando discrepância de valores naquele período ou em períodos seguintes. Essência sobre a Forma – a fim de que a informação contábil represente fielmente a transação e outros eventos que ela tem finalidade de representar, é necessário que os eventos sejam contabilizados e as informações sejam apresentadas de acordo com sua substância e realidade econômica, e não meramente com sua forma legal. “Sempre que possível, a Contabilidade, ao contemplar o registro de uma transação, deverá observar sua forma legal e essência econômica. Entretanto, se a forma, de alguma maneira dissimular ou não representar claramente a essência econômica da transação, esta última deverá ser a base de registro para a Contabilidade.” CONVENÇÕES CONTÁBEIS Objetividade – O contador deverá cumprir procedimentos adequados e objetivos – para descrever uma situação. Os registros contábeis deverão sempre ter suporte, em documentação da transação e evidências que possibilite a avaliação. Na falta de documentos hábeis, pode-se convocar peritos que fornecerão laudos, um valor objetivo para o contador desenvolver, de maneira imparcial, neutro, a contabilidade. Consistência ou Uniformidade – “uma vez adotado certo critério contábil, dentro de vários igualmente relevantes, este não deverá ser mudado, de ano para ano ou constantemente, pois isto impossibilitaria a comparação dos relatórios contábeis no decorrer do tempo e dos estudos preditivos de tendências.” (MARION, 2009, P. 106) Não significa que não irá mudar de critério, no entanto, em condições supervenientes. Para tanto, evidencia-se através de Notas Explicativas expondo tal mudança. Não será julgada como quebra de consistência desde que seja de forma esporádica, em certos casos, compulsória. A uniformidade dos relatórios contábeis através de padrões, seguindo a mesma estrutura, facilita a comparação dos relatórios entre empresas do mesmo ramo operacional. Materialidade ou relevância – Deverá ser definido o que é material – relevante – que o contabilista tem que informar em seus relatórios contábeis. Um parâmetro é a relação custo/benefício. As informações contábeis também geram custo para evidenciá-las, tais como: tempo do pessoal da contabilidade, material, computador, etc. Se for maior que o benefício trazido aos usuários, como acionistas, administradores, etc, não compensa mobilizar um departamento para localizar pequenas diferenças, por exemplo, de R$ 15,00, para apontar o custo de uma embalagem entre os produtos A, B ou C, por se tratar de valor irrelevante. Conservadorismo ou prudência – A posição conservadora por parte do contador será evidenciada no sentido de antecipar prejuízos e nunca antecipar lucros, pois, desta forma, não influencia os acionistas a um otimismo ilusório. Exemplo: “se o contador estiver em dúvida entre dois montantes igualmente válidos de dívida com terceiros, deverá registrar o maior valor. [...] Assim, “o conservadorismo é não dar imagem otimista em situação alternativa que, com o passar do tempo, poderá reverter-se.” (MARION, 2009, p. 108) APROFUNDANDO O CONHECIMENTO: Sugiro a leitura do livro Introdução à Teoria da Contabilidade, do autor Sérgio de Iudícibus, para complementar as discussões apresentadas. AUDIÊNCIA PÚBLICA N.° 3/2007 DO COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC – foi criado através da resolução 1.055/2005, pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, órgão máximo de nossa profissão contábil, possuindo como objetivo: "o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais". Trata-se de uma entidade autônoma, na qual o Conselho Federal de Contabilidade fornece toda a estrutura necessária. Foi idealizado pela união de diversas entidades, as quais estão listadas a baixo, como seguem: ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias Abertas; APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais; BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo; CFC - Conselho Federal De Contabilidade; FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras; IBRACON – InstitutoBrasileiro de Auditores Independentes. Além de seus membros representados pelas entidades acima, os quais atualmente fazem parte do CPC, existem outros órgão convidados, tais como: Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Secretaria da Receita Federal (SRF); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Cabe ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis se manifestar quanto às matérias pertinentes a pronunciamentos técnicos, orientações e, por fim, interpretações, sendo obrigatória a execução de audiências públicas. Quanto à Estrutura Conceitual, possuíamos duas estruturas no Brasil. Retomando a figura acima, já apresentada anteriormente e inserida neste ato para facilitar a sua visualização, foi apresentada pelo IBRACON – Instituto Brasileiro de Auditores Independentes, através da deliberação da Comissão de Valores Imobiliários, n.° 29, emitida em 05 de fevereiro de 1986, denominada como “Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade”, que trata, em seu tópico 3, sobre os “Princípios (Conceitos) Fundamentais de Contabilidade”. Traz a estrutura de um edifício contábil, conforme se pode observar pela figura da casa apresentada, segundo IUDÍCIBUS, frisando o alicerce de toda a estrutura composta pelos Postulados Ambientais da Entidade Contábil e da Continuidade, sustentando, respectivamente, os Princípios Contábeis, denominados de Custo Histórico, Denominador Comum Monetário, Realização da Receita, Confrontação da Despesa e a Essência sobre a Forma, os quais sustentam, em outro patamar, as Convenções representadas pela Objetividade, Materialidade, Consistência e o Conservadorismo. Percebe-se, então, a ênfase defendida quanto à hierarquização da estrutura, do esqueleto. Depois da apresentação da primeira figura, temos a segunda, denominada como “Princípios Fundamentais de Contabilidade”, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução n.° 750/1993. LINK – Acesse o endereço eletrônico, abaixo, e conheça o conteúdo da Deliberação CVM 29/1986 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm LINK – Acesse o endereço eletrônico, abaixo, e conheça, também, o conteúdo da Resolução do CFC n.° 750/1993 http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750 SAIBA MAIS: Sugerem-se, também, a título de leitura complementar, as Resoluções CFC 774/1994, sendo um Apêndice à Resolução dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, com um grau de detalhe mais elevado; e a Resolução 785/1995, que trata Das Características da Informação Contábil, cujos links, respectivamente, se encontram abaixo: LINK’s – Acesse os endereços eletrônicos, abaixo, e conheça o conteúdo das Resoluções 774/1994 e 785/1995. http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1994/00077 4 e http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1995/00078 5. QUESTÃO PARA REFLEXÃO: para aprofundar seus conhecimentos, faça uma resenha sintetizada de sua compreensão quanto ao conteúdo dos link’s acessados. Diante do exposto, através da Audiência Pública 3/2007, o CPC se manifestou a respeito do Pronunciamento Conceitual Básico, quanto a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, o qual faz uma correlação entre as Normas Internacionais. Instaura-se, no Brasil, a Estrutura Básica do IASB - International Accounting Standards Board, a qual apresenta os Conceitos Fundamentais Contábeis de outra forma, mas com a mesma essência e conteúdo. É mais completa por incluir algumas definições e condições para reconhecimento de ativos, passivos, receitas e despesas. LINK – Acesse o endereço eletrônico para ter conhecimento do conteúdo, na íntegra, da Audiência Pública 3/2007, emitida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeishttp://www.cpc.org.br/noticias39.html Sugere-se, então, prezado aluno, o aprofundamento de estudo quando aos assuntos em tela, para fins de internacionalização de nossa contabilidade.
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