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Wa1 - Ciências Contábeis - Seminário Interdisciplinar III

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Web-aula 1-PROFISSÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA 
CONTABILIDADE1 
 
 
APRESENTAÇÃO: Olá, caros alunos!! 
 
 Estamos dando início a nossa primeira unidade da web-aula e, por isso, 
gostaria de ressaltar que nossas discussões propiciarão a construção do conhecimento 
quanto a Contabilidade. 
 
1 A PROFISSÃO CONTÁBIL 
 
 Cada vez mais nos deparamos com a necessidade de se ter um 
profissional da área contábil, conhecedor tanto das práticas contábeis quanto das 
legislações vigentes, o qual permite direcionar o rumo que as entidades devem seguir 
através de orientações quanto à busca constante de maximizar lucros, sem deixar 
rastros ou brechas para possíveis problemas junto ao fisco, quanto a passivos fiscais. 
 Devido ao dinamismo do mercado com mudanças constantes de 
cenários motivados pela globalização da economia, cada vez mais precisamos contar 
com informações precisas, confiáveis, em tempo hábil para o processo decisório, 
apoiando tanto a alta administração quanto os gestores e administradores, com um 
elevado grau de confiabilidade. Portanto, todos os profissionais da área devem 
observar alguns preceitos, normas e regulamentos, inclusive quanto a sua postura 
profissional, seguindo, por fim, um determinado padrão vinculado à conduta ética 
deste profissional. 
 É, dessa forma, uma profissão em ascensão, a qual permite ao 
profissional diversas áreas de atuação, nas mais variadas ramificações possíveis da 
Contabilidade, cuja estrutura está calcada, reconhecida e denominada como uma 
ciência social aplicada, pois apresenta em seu contexto, tanto um objeto de estudo 
através do Patrimônio das Entidades, quanto um objetivo através do fornecimento de 
informações aos usuários para a tomada de decisão. 
 Trabalha com métodos quantitativos, através da utilização de pessoas 
em seu processo, as quais detêm de conhecimentos desta ciência, como: os princípios 
contábeis, normas de atuação e procedimentos, observação da legislação como um 
todo, entre outros, transferindo tais conhecimentos para a prática, para a execução, 
ou seja, motivando uma ação que modifica constante e diretamente o patrimônio das 
entidades. 
 
PARA SABER MAIS: Faça a leitura do Código de Ética do Contador para 
iniciarmos nossas discussões. 
 
 
 
1
 © Glaucius André França, UNOPAR, 2009. 
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
 Há muito tempo, não havia moeda para a realização das operações 
comerciais, as pessoas não tinham conhecimento de escrita e ainda não haviam se 
deparado com números. 
 Tratava-se de um período totalmente primitivo, no entanto, os seres 
humanos já possuíam “bens ou direitos” e tinham a preocupação de acompanhar a 
sua evolução. Eles se indagavam: do período ao ano anterior para o qual estou 
vivendo, houve aumento do meu rebanho? A natureza me possibilitou ganhos com 
nascimento de minhas ovelhas ou tive mais perdas devido à morte por idade ou por 
qualquer outro fator externo? 
 Diante destes questionamentos, evidenciava-se o surgimento da 
contabilidade, já no início das civilizações, cujos alguns estudiosos sobre o tema, 
apontam para seu surgimento, há aproximadamente 8.000 anos a.C., outros há 
4.000 anos a.C.. Independentemente da data precisa, indica-se que realmente 
ocorreu há muito tempo. 
 O levantamento de seu inventário poderia ocorrer de diversas formas: 
por meio de atribuição de pedras para cada uma de suas ovelhas, ou riscos efetuados 
nas rochas ou controles de fichas de barros. Independentemente de sua 
primitividade, o controle e o registro estavam lá, e era possível descobrir se obteve 
“lucro” ou “prejuízo” pelo acréscimo ou decréscimo, conforme podemos observar nas 
figuras abaixo. 
 
 Constata-se a importância da contabilidade, vinculada ao crescimento e 
desenvolvimento econômico o que, segundo IUDÍCIBUS: 
 “Hoje, por exemplo, a profissão é muito valorizada nos países de 
primeiro mundo. No Brasil, até a década de 60, este profissional era chamado de 
“guarda-livros”, a nosso ver, título pejorativo e pouco indicador. Todavia, com o 
milagre econômico na década de 70, essa expressão desapareceu e observou-se um 
excelente e valorizado mercado de trabalho para os contabilistas”. (IUDÍCIBUS, 2009, 
p. 9) 
Link: acesse o endereço eletrônico, a seguir, e assista ao vídeo sobre a 
história da contabilidade para melhor compreenderem as nossas discussões 
https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg 
 
1.2 TEORIA E PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
 
 Vamos relembrar a respeito da Teoria e Princípios Contábeis, dando 
início a partir dos PRINCÍPIOS E POSTULADOS DA CONTABILIDADE. Primeiramente, 
podemos afirmar que: “[...] os conceitos básicos que constituem o núcleo essencial 
que deve guiar a profissão na consecução dos objetivos da Contabilidade, que 
constituem em apresentar informação estruturada para os usuários.” (Iudícibus, 
Marion, & Faria, 2009) 
 Não se pode confundir, segundo (Iudícibus, Marion, & Faria, 2009), 
os princípios com os objetivos da contabilidade, sendo os objetivos informar os 
usuários e o objeto da contabilidade o Patrimônio das entidades. 
 Segundo o autor supracitado, os princípios da contabilidade são: as 
formas, o meio, o guia/direção e a estrutura de que se utiliza para chegar aos 
objetivos de informar os usuários. 
 A emissão de pronunciamento sobre os Princípios de Contabilidade para 
orientação dos contadores no exercício da profissão se deu a partir da década de 30, 
nos Estados Unidos, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, ficando mais conhecidos 
os PCGA’s – Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, como sigla muito conhecida 
pelas multinacionais, os GAAP’s. 
 Desde então, houve uma maior preocupação com a uniformização de 
Princípios que pudessem dar embasamento às normas e regras contábeis. 
 Através da circular 179/72, do Banco Central do Brasil, o IBRACON 
(Instituto Brasileiro dos Contadores) teve uma participação importante para o início 
da normatização dos Princípios Contábeis, emitindo pronunciamentos de interesse da 
classe que, em 1986, resultou na publicação do trabalho intitulado Estrutura 
Conceitual Básica da Contabilidade, baseado nos PCGA’s. 
 Em 1981, com a Resolução 530, o CFC havia se pronunciado acerca dos 
Princípios Contábeis. Em 29/12/1993, o CFC publicou a Resolução 750, com intuito de 
aperfeiçoar a resolução 530 de 1981, definindo os Princípios fundamentais de 
Contabilidade (PFC) de observância obrigatória no exercício da profissão contábil. 
 
 
 
ECBC versus CFC 
 
 Na abordagem da Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade (ECBC), 
os conceitos são tratados de forma hierarquizada, entre eles: postulados, princípios 
propriamente ditos e convenções contábeis. Na opinião do autor, existe essa 
necessidade mais para entender a evolução e o entrelaçamento dos vários conceitos 
do que pelo fato de serem mais ou menos importantes na prática. A argumentação 
utilizada pelo CFC para a não aceitação desse enfoque é semelhante: “nos princípios 
científicos, jamais pode haver hierarquização formal, dado que eles são os elementos 
predominantes na constituição de um corpo orgânico (...).” (Iudícibus, Marion, & 
Faria, 2009) 
 
 A proposta metodológica do ensino baseia-se em um edifício, sendo 
composto por três partes: 
 alicerce (fundação, colunas); 
 paredes (formando compartimentos); 
 telhado que irá abrigá-lo. 
 No mundo contábil, partimos da hipótese de que sempre teremos uma 
pessoa (física ou jurídica) para realizar a contabilidade que denominamos de entidade 
contábil; partimos ainda do pressuposto de que essa pessoa tem uma vida por prazo 
indeterminado, que é um empreendimento em andamento – istoé, a pessoa 
(entidade) está em continuidade. (Marion, 2009) 
 Partimos da premissa de que há pessoas interessadas nos relatórios 
contábeis. Portanto, serão estabelecidos princípios que norteiam a elaboração de 
relatórios contábeis aos seus usuários. Para estabelecer esses princípios, como já 
vimos, consideramos que a entidade contábil está em continuidade. 
 Entidade Contábil – Postulado Ambiental da Contabilidade - É da 
natureza dos negócios e das operações que os sócios, proprietários ou quotistas, de 
determinada entidade, sejam também entidades distintas. Para a contabilidade, o 
patrimônio de uma pessoa física, que por ventura participe do capital de outra 
entidade (esta como pessoa jurídica), também pode ser considerado uma entidade 
contábil. 
 O importante para caracterizar bem o princípio é que, para todos os 
efeitos, o patrimônio de uma entidade não se confunde com o de outra, os 
patrimônios dos sócios não se confundem com o da empresa. 
“A Contabilidade é sempre mantida para uma entidade, que exerce atividade 
econômica como meio ou fim. O Patrimônio desta entidade não se confunde com os 
patrimônios de seus proprietários.” (Marion, 2009) 
 De acordo com a ECBC (Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade), 
a entidade é vista em um sentido mais amplo, num sentido econômico, organizacional 
e de controle, identificada com uma massa de recursos administráveis. Dessa forma, 
tanto pode ser considerado como entidade o “consolidado” – composto pela 
companhia-mãe e suas controladas – quanto cada “divisão” da empresa. Essa 
definição vai depender de se mostrar interessante para a obtenção de uma melhor 
evidenciação. 
 No documento do CFC, a entidade é conceituada sob o aspecto 
estritamente jurídico. As divisões ou departamentos de uma entidade não podem 
constituir novas entidades, ou microentidades, precisamente porque lhes faltará o 
atributo da autonomia. 
 Verifica-se, no entanto, que essas diferenças ficam limitadas ao aspecto 
conceitual, não atingindo o núcleo básico comum do princípio, qual seja, o de que o 
patrimônio de uma entidade não se confunde com o de outra e que os patrimônios 
dos sócios não se confundem com o da empresa. 
 O princípio da continuidade – Postulado Ambiental da Continuidade 
– É o conceito ambiental, pois se refere ao ambiente no qual as entidades atuam e às 
formas usuais de praticar comércio. Assim, continuidade é a premissa de que uma 
entidade irá operar por um período de tempo relativamente longo no futuro. 
 O princípio da continuidade poderia ser assim enunciado: “Para a 
Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá operar por um longo período 
de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências, econômicas ou jurídicas, 
em contrário (...)” (Marion, 2009) 
 Com a evolução das entidades em operações de larga escala, 
necessitando de planejamentos, o conceito de continuidade como efeito do sucesso 
de seus produtos ou serviços faz com que seja necessário apurar resultados, 
surgindo, assim, a necessidade de apurarem resultados de tempos em tempos. O ano 
apareceu como sendo uma subdivisão de tempo. 
 Uma empresa em continuidade, caso seja necessário se desfazer de um 
ativo para fazer caixa, ira adotar o valor de venda deste bem, próximo ou exato ao 
valor de aquisição do mesmo ou pelo valor maior possível. Os ativos, enquanto 
estocados, via de regra, são avaliados por algum tipo de valor de entrada (de custo 
original, original corrigido ou então de reposição). Em caso de descontinuidade, o 
valor do patrimônio seria avaliado a valores de realização (ativos) e de liquidação 
(exigibilidades). Na regra, que é a continuidade, devem prevalecer critérios opostos, 
isto é, valores de entrada. 
WEB-AULA 2 - OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE 
 
 Custos Históricos – Custo original com base no valor ou princípio do 
valor original – talvez o mais utilizado na contabilidade de custos – diz que os 
registros contábeis serão realizados ao custo de aquisição (custo histórico) ou ao 
custo de fabricação (como, por exemplo, os estoques). 
 Para alguns teórico é entendido como uma consequência direta da 
continuidade. Esse princípio foi compreendido de forma conservadora até pouco 
tempo atrás como custo original como valor (e não como base de valor), isto é, não 
apenas o valor de um ativo – seu custo original – não poderia ser alterado (nem 
mesmo por ajustamentos pelas variações do poder aquisitivo da moeda), como 
somente os ativos que custaram algo para a entidade (para adquiri-los ou fabricá-los) 
poderiam ser considerados ativos. Os doados, mesmo que apresentassem benefícios 
para entidade, nunca seriam considerados ativos. (MARION, 2009, p.81) 
 Posteriormente, passou-se a aceitar as doações como ativos, inserindo-
as pelo preço que haviam custado, originariamente, ao doador. “Mais recentemente, 
admite-se como base de valor para doações de ativos, quanto pagaríamos por um 
bem em estado de conservação semelhante, no mercado de novos ou usados, se 
existir.” (MARION, 2009, p. 81) Se o custo histórico (original) na data de uma 
transação se aproxima bastante do valor econômico de um ativo, o mesmo não se 
pode afirmar, com o decurso do tempo, pelos seguintes fatores, segundo Marion 
(2009): a) desgaste físico e natural do ativo; b) flutuações específicas do preço do 
ativo em graduação diferenciada da variação do poder aquisitivo médio geral da 
moeda; c) mudanças tecnológicas e obsolescência; 
 Denominador Comum Monetário – o princípio do denominador 
comum monetário ou atualização monetária – por meio deste princípio, temos a 
avaliação monetária que torna homogêneo e agrega diferentes itens em um 
denominador comum monetário, num único relatório. 
 Diz respeito à avaliação em moeda corrente do país. A moeda e a 
informação não podem sofrer variação em sua essência, como instrumento de 
medição. O Real, como muitas outras moedas no mundo, não importando agora a 
graduação da perda de poder aquisitivo, não pode ser considerado um padrão 
afiançável de mensuração monetária, a não ser no exato momento de cada 
transação. 
 É importante escolher-se, assim, uma data-base para expressar todas 
as contas das demonstrações deste exercício e de exercícios anteriores, em moeda de 
poder aquisitivo daquela data base escolhida. 
 O princípio do valor original e o princípio da atualização monetária 
definem o que consideramos necessário para enfocar os assuntos que envolvem custo 
e moeda. O primeiro prevê que a base de registro para a contabilidade continua 
sendo o valor de entrada. No contexto desse princípio, já está contida a idéia de que, 
como o custo inicial precisa ser “conservado” durante o tempo, pelo menos o seu 
poder aquisitivo deve manter-se inalterado. (MARION, 2009, p. 85) 
 O Princípio do Denominador Comum Monetário trata da 
importância de homogeneização dos componentes patrimoniais através da sua 
avaliação em moeda corrente do país, e ainda discute a inadequação do padrão 
monetário e da possível aplicação do conceito de valor presente. 
 A Lei 11.638/07, no que diz respeito à avaliação do ativo, em seu artigo 
183, inciso VIII, contempla que “os elementos do ativo decorrentes de operações de 
longo prazo serão ajustados a valor presente (...)”. No artigo 184, inciso III, comenta 
que “as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo 
serão ajustados a valor presente (...)”. Assim, a contabilidade brasileira já está 
levando em conta o valor do dinheiro no tempo. 
 Realização da Receita – A objetividade e consistência que devem ser 
observadas nos procedimentos contábeis são fundamentais, uma vez que tais 
registros ou Demonstrações Contábeis poderãoser solicitados para apresentação em 
demandas judiciais. 
 Considera-se, como momento de reconhecimento, o “[...] ponto normal 
de reconhecimento da receita aquele em que produtos ou serviços são transferidos ao 
cliente e não, propriamente, o ponto em que dinheiro é recebido por esta 
transferência (daí os nomes genéricos, quando nos referimos à receita e despesa, 
de Regime de Competência como oposto ao Regime de Caixa).” (MARION, 2009, 
p. 86) 
 A maior parte dos autores, quando agrupam despesa e receita, parte do 
pressuposto de que a competência será restringida nas receitas e 
despesas relativas ao mesmo período contábil, obedecendo, por sua vez, a 
incorrência e o fato gerador e não simplesmente o recebimento ou pagamento, pelo 
regime de caixa. 
 As empresas, muitas vezes, se deparam com alguns tipos de serviços 
que necessitam de um reconhecimento em mais de um período contábil, digamos um 
mês. Devido à existência de contratos com maior duração como, por exemplo, dois 
anos, podendo o mesmo ser demonstrado como exemplo: aluguéis e empréstimos. 
Procede-se, então, ao reconhecimento de cada sub-período, vinculado a uma parcela 
de sua receita total de forma proporcional. 
 Reconhecer em cada sub-período uma parcela da receita total (relativa 
ao serviço total), proporcionalmente a certo período já decorrido, em lugar de se 
esperar até o final para reconhecê-la de uma vez só, integralmente. 
 A contabilidade de custos irá utiliza-se, e muito, dos princípios da 
realização da receita e da confrontação da despesa. Ambos os princípios detalham e 
explicam o que chamamos de regime de competência. 
Poderíamos dizer que há duas formas distintas de se fazer contabilidade: Uma, 
considerada não científica, que é o regime de caixa, levando em consideração 
somente a receita recebida e a despesa paga. 
 A outra é o regime de competência, em que a receita considerada é a gerada no 
período, não importando o seu recebimento; e a despesa considerada é a 
consumida no período, não importando se foi paga. 
 Confrontação da Despesa – o reconhecimento das despesas e seus 
confrontos com as receitas – é o momento da transferência do bem ou serviço 
para o cliente. 
 “No reconhecimento das despesas é importante ressaltar que o mesmo não está 
relacionado ao montante de recursos efetivamente pago no período, mas ao 
consumo de ativos, à ocorrência de um fato gerador da despesa e a 
seu confronto com as receitas atribuídas ao período da forma vista no item 
anterior, ou ao período, quando não for possível o confronto direto com as 
receitas.” (IUDÍCIBUS, 2009, p. 95) 
 O regime de competência trata que tanto as receitas quanto as despesas 
deverão ser confrontadas em um mesmo período contábil, atendendo a 
concordância quanto aos Fatos Geradores, entendendo, para tanto, que a data 
da emissão dos documentos deverá estar dentro do próprio mês. Por este 
motivo, podemos dizer que são específicos, não sendo vinculada a entrada ou 
saída do recurso em seu Fluxo de Caixa. Desse modo, é essencial que observe 
que as despesas incorridas no mesmo período de suas receitas, 
obrigatoriamente, deverão ser confrontadas evitando discrepância de valores 
naquele período ou em períodos seguintes. 
 Essência sobre a Forma – a fim de que a informação contábil represente 
fielmente a transação e outros eventos que ela tem finalidade de representar, é 
necessário que os eventos sejam contabilizados e as informações sejam 
apresentadas de acordo com sua substância e realidade econômica, e não 
meramente com sua forma legal. “Sempre que possível, a Contabilidade, ao 
contemplar o registro de uma transação, deverá observar sua forma legal e 
essência econômica. Entretanto, se a forma, de alguma maneira dissimular ou 
não representar claramente a essência econômica da transação, esta última 
deverá ser a base de registro para a Contabilidade.” 
 CONVENÇÕES CONTÁBEIS 
 Objetividade – O contador deverá cumprir procedimentos adequados e 
objetivos – para descrever uma situação. Os registros contábeis deverão 
sempre ter suporte, em documentação da transação e evidências que possibilite 
a avaliação. Na falta de documentos hábeis, pode-se convocar peritos que 
fornecerão laudos, um valor objetivo para o contador desenvolver, de maneira 
imparcial, neutro, a contabilidade. 
 Consistência ou Uniformidade – “uma vez adotado certo critério contábil, 
dentro de vários igualmente relevantes, este não deverá ser mudado, de ano 
para ano ou constantemente, pois isto impossibilitaria a comparação dos 
relatórios contábeis no decorrer do tempo e dos estudos preditivos de 
tendências.” (MARION, 2009, P. 106) 
 Não significa que não irá mudar de critério, no entanto, em condições 
supervenientes. Para tanto, evidencia-se através de Notas Explicativas expondo 
tal mudança. Não será julgada como quebra de consistência desde que seja de 
forma esporádica, em certos casos, compulsória. A uniformidade dos relatórios 
contábeis através de padrões, seguindo a mesma estrutura, facilita a 
comparação dos relatórios entre empresas do mesmo ramo operacional. 
 Materialidade ou relevância – Deverá ser definido o que é material – 
relevante – que o contabilista tem que informar em seus relatórios contábeis. Um 
parâmetro é a relação custo/benefício. 
As informações contábeis também geram custo para evidenciá-las, tais como: tempo 
do pessoal da contabilidade, material, computador, etc. Se for maior que o benefício 
trazido aos usuários, como acionistas, administradores, etc, não compensa mobilizar 
um departamento para localizar pequenas diferenças, por exemplo, de R$ 15,00, para 
apontar o custo de uma embalagem entre os produtos A, B ou C, por se tratar de 
valor irrelevante. 
 Conservadorismo ou prudência – A posição conservadora por parte 
do contador será evidenciada no sentido de antecipar prejuízos e nunca antecipar 
lucros, pois, desta forma, não influencia os acionistas a um otimismo 
ilusório. Exemplo: “se o contador estiver em dúvida entre dois montantes igualmente 
válidos de dívida com terceiros, deverá registrar o maior valor. [...] 
 Assim, “o conservadorismo é não dar imagem otimista em situação 
alternativa que, com o passar do tempo, poderá reverter-se.” (MARION, 2009, p. 
108) 
 APROFUNDANDO O CONHECIMENTO: Sugiro a leitura do livro 
Introdução à Teoria da Contabilidade, do autor Sérgio de Iudícibus, para 
complementar as discussões apresentadas. 
 
 
 
 
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA N.° 3/2007 DO COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS 
CONTÁBEIS 
 
 O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC – foi criado através da 
resolução 1.055/2005, pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, órgão máximo 
de nossa profissão contábil, possuindo como objetivo: "o estudo, o preparo e a 
emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a 
divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela 
entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu 
processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais". 
Trata-se de uma entidade autônoma, na qual o Conselho Federal de Contabilidade 
fornece toda a estrutura necessária. Foi idealizado pela união de diversas entidades, 
as quais estão listadas a baixo, como seguem: 
 ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias Abertas; 
 APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento 
do Mercado de Capitais; 
 BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo; 
 CFC - Conselho Federal De Contabilidade; 
 FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras; 
 IBRACON – InstitutoBrasileiro de Auditores Independentes. 
Além de seus membros representados pelas entidades acima, os quais atualmente 
fazem parte do CPC, existem outros órgão convidados, tais como: 
 Banco Central do Brasil; 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
 Secretaria da Receita Federal (SRF); 
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
 Cabe ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis se manifestar quanto às 
matérias pertinentes a pronunciamentos técnicos, orientações e, por fim, 
interpretações, sendo obrigatória a execução de audiências públicas. 
 Quanto à Estrutura Conceitual, possuíamos duas estruturas no Brasil. 
 Retomando a figura acima, já apresentada anteriormente e inserida 
neste ato para facilitar a sua visualização, foi apresentada pelo IBRACON – Instituto 
Brasileiro de Auditores Independentes, através da deliberação da Comissão de 
Valores Imobiliários, n.° 29, emitida em 05 de fevereiro de 1986, denominada como 
“Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade”, que trata, em seu tópico 3, sobre os 
“Princípios (Conceitos) Fundamentais de Contabilidade”. Traz a estrutura de um 
edifício contábil, conforme se pode observar pela figura da casa apresentada, 
segundo IUDÍCIBUS, frisando o alicerce de toda a estrutura composta pelos 
Postulados Ambientais da Entidade Contábil e da Continuidade, sustentando, 
respectivamente, os Princípios Contábeis, denominados de Custo Histórico, 
Denominador Comum Monetário, Realização da Receita, Confrontação da Despesa e a 
Essência sobre a Forma, os quais sustentam, em outro patamar, as Convenções 
representadas pela Objetividade, Materialidade, Consistência e o Conservadorismo. 
 Percebe-se, então, a ênfase defendida quanto à hierarquização da 
estrutura, do esqueleto. 
 Depois da apresentação da primeira figura, temos a segunda, 
denominada como “Princípios Fundamentais de Contabilidade”, emitida pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, através da Resolução n.° 750/1993. 
 
 
 
 
 
LINK – Acesse o endereço eletrônico, abaixo, e conheça o conteúdo da 
Deliberação CVM 29/1986 
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm 
LINK – Acesse o endereço eletrônico, abaixo, e conheça, também, o conteúdo 
da Resolução do CFC n.° 750/1993 
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750 
SAIBA MAIS: Sugerem-se, também, a título de leitura complementar, as Resoluções 
CFC 774/1994, sendo um Apêndice à Resolução dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade, com um grau de detalhe mais elevado; e a Resolução 785/1995, que 
trata Das Características da Informação Contábil, cujos links, respectivamente, se 
encontram abaixo: 
LINK’s – Acesse os endereços eletrônicos, abaixo, e conheça o conteúdo das 
Resoluções 774/1994 e 785/1995. 
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1994/00077
4 
e 
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1995/00078
5. 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO: para aprofundar seus conhecimentos, faça uma 
resenha sintetizada de sua compreensão quanto ao conteúdo dos link’s acessados. 
Diante do exposto, através da Audiência Pública 3/2007, o CPC se manifestou a 
respeito do Pronunciamento Conceitual Básico, quanto a Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, o qual faz uma correlação 
entre as Normas Internacionais. Instaura-se, no Brasil, a Estrutura Básica do IASB -
 International Accounting Standards Board, a qual apresenta os Conceitos 
Fundamentais Contábeis de outra forma, mas com a mesma essência e conteúdo. É 
mais completa por incluir algumas definições e condições para reconhecimento de 
ativos, passivos, receitas e despesas. 
 
LINK – Acesse o endereço eletrônico para ter conhecimento do conteúdo, na 
íntegra, da Audiência Pública 3/2007, emitida pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeishttp://www.cpc.org.br/noticias39.html 
Sugere-se, então, prezado aluno, o aprofundamento de estudo quando aos assuntos 
em tela, para fins de internacionalização de nossa contabilidade.

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