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Direito Privado aula 01 v1

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Aula 01
Direito Privado p/ Polícia Civil - MG
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
05608175760 - Maria Rita Catonio Barbosa
Direito Privado para Investigador do Polícia Civil ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi 
Aula - 01 
 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 62 
 
AULA 01: Pessoas Jurídicas. 
 
 
Olá amigo(a)! Pronto(a) para mais um bate-papo de direito civil? 
 
Esperamos que a sua resposta a esta pergunta seja positiva. - 
Esta aula, assim como a nossa aula anterior, não tem um conteúdo 
teórico muito extenso, mas colocamos novamente uma quantidade 
razoável de questões para que você possa praticar. 
Participe do fórum de dúvidas, a troca de informações é muito 
importante para o curso e para que você aprofunde seus conhecimentos 
nos assuntos. - 
Tenha atenção! Os temas: Pessoa Natural e Pessoa Jurídica 
normalmente são abordados em concursos e são temas que não 
apresentam grandes dificuldades, além disso e constante a presença de 
questões ³UHSHWLGDV´ ou, então, próximas ao texto da lei. 
Dito isto, procure assimilar bem estes conteúdos para garantir 
acertos em sua prova. 
 
 
Aline & Jacson 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores 
que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os 
cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
05608175760
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Sumário 
Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69). ........................................................................................................ 3 
- Constituição da Pessoa Jurídica. ....................................................................................................... 5 
- Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica. ............................................................................ 7 
- Classificação da Pessoa Jurídica. ....................................................................................................... 8 
- Grupos despersonalizados .................................................................................................................. 11 
- Sociedades de fato. ............................................................................................................................. 12 
- Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica ....................................................... 12 
- Processo de extinção da pessoa jurídica. ....................................................................................... 15 
- Associações. ........................................................................................................................................ 15 
- Sociedades. ......................................................................................................................................... 20 
- Fundações. .......................................................................................................................................... 21 
- Desconsideração da Pessoa Jurídica ................................................................................................... 26 
- �ĞƐĐŽŶƐŝĚĞƌĂĕĆŽ� ?ŝŶǀĞƌƐĂ ?�ĚĂ�ƉĞƐƐŽĂ�ũƵƌşĚŝĐĂ ? .............................................................................. 28 
- Proteção dos direitos da personalidade ............................................................................................. 29 
- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas. ............................................................................................ 29 
- Domicílio da Pessoa Jurídica ............................................................................................................... 30 
QUESTÕES E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS. ................................................................................ 32 
LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO. ...................................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pessoas Jurídicas1 (CC arts. 40 a 69). 
 
 
No começo de nossa aula, estudamos as pessoas naturais, a respeito 
do seu começo e do seu fim, da capacidade e da personalidade. Estas 
pessoas (as pessoas naturais) são dotadas de capacidade jurídica, porém, 
entenda que para a realização de determinados empreendimentos uma só 
pessoa se torna fraca e, sozinha, dificilmente alcançaria seus objetivos. 
Com isto, surge a necessidade de se agrupar as pessoas para que juntas, 
então, tenham mais força de realização. 
 Por isso temos a atribuição de capacidade jurídica a entes 
abstratos, formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora por 
²conjugação patrimonial. 
 As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere 
personalidade. Uma vez tendo personalidade jurídica, estas pessoas podem 
ser sujeitos de direitos e obrigações. 
É importante observarmos que a personalidade da pessoa 
jurídica não se confunde, em regra, com a personalidade de cada 
um dos seus membros. 
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na 
vida jurídica com personalidade distinta da de seus membros. Esta 
separação de personalidades leva também à separação dos patrimônios ± 
respeitando o princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, 
não podem, por exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas 
da sociedade2. 
As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins, 
sem agora numerá-las taxativamente, podemos citar, desde o próprio 
conceito de Estado, passando pelas fundações, pelas sociedades, 
associações de bairro e associações esportivas. 
 
³0DV�GH�RQGH�YHP�D�QDWXUH]D�MXUtGLFD�GHVWDV�SHVVRDV"´ 
 
Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da 
pessoa jurídica. Dentre essas teorias há aquelas que negam a existência 
da pessoa jurídica ± ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua 
existência ± ²Teorias Afirmativistas. 
 
1 Não é única na doutrina e nas várias legislações a denominação pessoa jurídica. Outras 
denominações devem ser lembradas, tais como: pessoas morais (direito francês), 
coletivas (direito português), místicas, civis, fictícias, abstratas, intelectuais, 
universalidade de pessoas e de bens, etc. Entretanto, o termo pessoa jurídica é o mais 
tradicional, bem como aquele que é utilizado pelo nosso código civil. 
2 Você verá que, em algumas situações, o patrimônio dos sócios poderá ser atingido. 
Isto será explicado ainda nesta aula. 
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Para a Teoria Negativistasó existem no Direito os seres humanos, 
carecendo as denominadas pessoas jurídicas de qualquer atributo de 
personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega existência à 
pessoa jurídica. Os que a defendem sustentam que a denominação pessoa 
jurídica mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade coletiva. 
 
As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da 
Ficção e ²Teorias da Realidade. 
 
São duas as Teorias da Ficção: 
A Teoria da Ficção Legal ± criada por Savigny, que considera a 
pessoa jurídica uma criação artificial da lei, ou seja, uma ficção jurídica, 
uma abstração diversa da realidade. Deste modo, os adeptos desta teoria 
dizem que os direitos são prerrogativas concedidas apenas ao homem nas 
relações com seus semelhantes. Pois somente o homem tem existência real 
e psíquica para expressar a sua vontade, para deliberar, e o seu poder de 
ação. Assim, quando se atribuem direitos a pessoas de outra natureza, isso 
se trata de simples criação da mente humana, constituindo-se uma ficção 
jurídica. A capacidade das pessoas jurídicas, sendo criação ficta do 
legislador, é limitada na medida de seus interesses; 
A Teoria da Ficção Doutrinária ± que vem a ser uma variação da 
teoria explicada acima, defende que a pessoa jurídica não tem existência 
real, mas apenas intelectual, sendo uma ficção criada pela doutrina. 
 
São três as Teorias da Realidade: 
A primeira é a Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica ± a 
pessoa jurídica é considerada por esta teoria como sendo uma realidade 
sociológica, que nasce através de imposição das forças sociais; 
A segunda é a Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista 
± é parecida com a teoria objetiva pela importância dada aos eventos 
sociológicos. Deste modo, considera a pessoa jurídica como uma 
organização social destinada a um serviço ou ofício e, por isso, 
personificada; 
A terceira é a Teoria da Realidade Técnica ± que diz que a 
personificação de grupos sociais é um expediente de ordem técnica. É um 
atributo deferido pelo Estado a certas entidades que o merecem e que 
observaram os requisitos por ele estabelecidos. 
A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de 
2002. 
 
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Passada a rápida conceituação acima, retornamos agora a ideia 
trabalhada anteriormente de que todo o ordenamento jurídico é destinado 
a regular a vida dos indivíduos. O direito tem por finalidade o homem como 
sujeito de direitos. Deste modo, criam-se institutos jurídicos em prol do 
indivíduo, criam-se também pessoas jurídicas como forma de se atribuir 
maior força ao ser humano, para que, assim, este possa realizar 
determinadas tarefas que seriam impraticáveis se estivesse sozinho. 
Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos ele 
também impõe obrigações às pessoas jurídicas. Existirão, para cada tipo 
de pessoa jurídica, condições, objetivas e subjetivas, determinadas em 
lei. Portanto, o conceito de pessoa jurídica é uma objetivação do 
ordenamento jurídico. Encara-se a pessoa jurídica como uma realidade 
técnica, como uma criação do direito, porque assim está estabelecido em 
lei. 
 
- Constituição da Pessoa Jurídica. 
 
Não basta simplesmente que as pessoas se unam para formar uma 
pessoa jurídica. Há um requisito muito importante, qual seja, a vontade 
das pessoas acerca da criação de uma pessoa jurídica objetivando 
determinado fim. É justamente esta vinculação de vontades (vinculação 
jurídica entre as pessoas) que dá unidade orgânica ao ente criado, com 
isso, este ente se torna também uma pessoa, desvinculada da vontade 
daquelas que a criaram e com autonomia perante seus membros. 
 
É por meio desta unidade de vontades em criar um ente abstrato que surge 
a personificação. 
 
Você se recorda que a partir do momento em que uma pessoa nasce 
com vida ela adquire personalidade? Pois bem, no caso da pessoa jurídica 
este momento inicial de aquisição da personalidade se dá quando há uma 
conjunção de vontades em torno da criação deste ente abstrato. A partir 
GHVWH� PRPHQWR� HVWD� SHVVRD� DGTXLUH� ³YLGD´� SUySULD�� LQGHSHQGHQWH� GD�
personalidade de seus sócios. 
Contudo, entenda que não basta a simples vontade dos indivíduos 
para a constituição da pessoa jurídica. Certos requisitos são impostos por 
lei - estes requisitos serão mais severos ou menos severos de acordo com 
a modalidade de ente a ser criado. 
Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será considerada 
regular e estará apta a utilizar-se de todas as suas prerrogativas em sua 
vida jurídica. 
 Acreditamos que você já pôde perceber que se regula a pessoa 
jurídica de modo muito parecido com a pessoa natural. Haverá o momento 
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GR� ³QDVFLPHQWR´�� registro, aquisição de personalidade, capacidade, 
determinação do domicílio, ³morte´� ... podendo inclusive existir uma 
regulação quanto à sucessão. 
 
Além do explicado até aqui (mas pensando especificamente em 
questões de provas), saiba que para as pessoas jurídicas de direito 
privado (assunto que abordaremos mais à frente) temos o seguinte: 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com 
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se 
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, 
nesse caso. 
 
 Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas 
de direito privado serão registrados no Cartório de Registro Civil das 
pessoas jurídicas. Este registro além de servir de meio probatório, possui a 
natureza constitutiva, por ser atributivo de personalidade e da capacidade 
da pessoa jurídica. 
 
Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa jurídica de 
direito privado começa com o registro do ato constitutivo. Não é quando 
as pessoas celebram o contrato, não é quando elaboram o estatuto. Ela 
começa quando ocorre o registro. 
 
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Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos 
básicos: ¹a vontade humana criadora, ²a obediência às condições legaispara sua formação e ³a finalidade lícita. 
 
 A ¹vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de 
várias pessoas em torno de uma finalidade comum e de um novo organismo 
é fundamental. No início existe apenas uma pluralidade de membros que, 
por sua vontade, formarão uma unidade, a pessoa jurídica que futuramente 
passará a existir como um ente autônomo. 
 Superada esta primeira fase de manifestação da vontade a pessoa 
jurídica já existe em um estado latente, mas para que exista de fato será 
preciso observar um segundo requisito: ²a observância das 
determinações legais. Deve se respeitar e cumprir, em especial, o que a 
lei determinar a respeito de sua criação. É a lei que ditará qual o caminho 
a seguir para que aquela vontade se materialize num corpo coletivo. 
 Por fim, a pessoa jurídica, que resultou de uma vontade, que foi 
criada de acordo com a lei, deve também obedecer a um terceiro requisito: 
³ter um fim lícito. Não se pode admitir que uma pessoa jurídica, criada 
de acordo com a lei, venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. A 
sua finalidade e seus atos precisam estar em conformidade com a lei, em 
prol de toda a sociedade, de acordo com os bons costumes e com o direito, 
ou seja, a sua finalidade precisa ser lícita. 
 
- Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica. 
 
 Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é 
decorrente da personalidade atribuída à pessoa. Com a pessoa jurídica 
ocorre o mesmo, porém, se para a pessoa natural esta capacidade será 
plena para a pessoa jurídica ela vai ser limitada à finalidade para a qual 
a pessoa foi criada. 
 Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos 
constitutivos, em seu ²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma 
vez que seus estatutos não podem contrariar normas cogentes3. 
 Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito reconhece 
a atividade no mundo jurídico. Neste momento de reconhecimento, a 
pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e nacionalidade (todos 
decorrentes da personalidade). 
 Sob o aspecto da representação, para o exercício do direito, a pessoa 
jurídica não pode agir senão através do homem. Há, portanto, uma vontade 
 
3 Norma cogente é aquela que constrange à quem se aplica, tornando seu cumprimento 
obrigatório de maneira coercitiva. São normas que visam a impor-se à vontade dos seus 
destinatários, condicionando absolutamente a sua conduta e não permitindo a ocorrência 
de desvios ou alternativas ao regramento legal imposto. 
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humana que opera na pessoa jurídica, condicionada a suas finalidades4. Na 
realidade, nem sempre a vontade do diretor ou administrador que se 
manifesta pela pessoa jurídica coincide com a sua própria vontade. Ele é 
apenas um instrumento ou órgão da pessoa jurídica, entendendo-se assim, 
que há duas vontades que não se confundem. Por exemplo, o diretor ou 
presidente pode manifestar a vontade da pessoa jurídica em assembleia 
geral, mas esta vontade não necessariamente precisará coincidir com a sua 
própria vontade. 
 
- Classificação da Pessoa Jurídica. 
 
Este item, apesar de não estar expresso no edital, também compõe 
o assunto pessoas jurídicas. Preste muita atenção nesta classificação! 
Apesar de não ser muito extensa, ela apresenta alguns detalhes e 
subdivisões, sendo amplamente cobrada em provas. 
Vamos a ela! 
 
I. Quanto à nacionalidade estas podem ser ¹nacionais e 
²estrangeiras. A nacionalidade da pessoa jurídica deve ser vista sob o 
prisma da sua constituição. 
¾ A nacional é a que foi organizada conforme a lei brasileira e 
tem no país a sede de sua administração. 
¾ A estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não poderá, 
sem autorização do Poder Executivo, funcionar no país, ainda 
que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, 
ressalvados os casos previstos em lei, ser acionista de 
sociedade anônima brasileira. Se autorizada a funcionar no 
Brasil: sujeitar-se-á às leis e aos tribunais brasileiros, quanto 
aos atos aqui praticados; deverá ter representante no Brasil; e 
poderá nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil. 
 
II. Quanto à estrutura interna estas podem ser divididas em 
¹corporação e ²fundação. 
¾ A corporação (universitas personarum) é um conjunto de 
pessoas que, apenas coletivamente, goza de certos direitos e 
os exerce por meio de uma vontade única. Exemplos: as 
associações e as sociedades. 
 
4 Não há de se confundir esta representação da pessoa jurídica, com aquela representação 
dos incapazes. Enquanto no caso dos incapazes a representação irá ocorrer porque existe 
a incapacidade de fato ou de exercício, no caso da pessoa jurídica a representação existe 
apenas para que esta possa agir e praticar atos da vida civil. 
C
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¾ A fundação (universitas bonorum) é o patrimônio 
personalizado destinado a um fim que lhe dá unidade. São as 
fundações (públicas e privadas). 
 
Observação: As associações e as sociedades também têm um patrimônio, 
que representa um meio para a consecução dos fins perseguidos pelos 
sócios, mas, nas fundações, juntamente com o objetivo a que esta se 
destina, o patrimônio é o elemento principal. 
 
III. A terceira classificação (e, talvez, a mais importante pensando 
em provas) é quanto à função e capacidade sendo divididas em duas 
espécies, conforme expresso no CC, as pessoas jurídicas de ¹direito 
público e as pessoas jurídicas de ²direito privado. 
 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de 
direito privado. 
 
¾ Veja que as pessoas jurídicas de direito público são subdivididas 
em direito público interno ou externo. 
 
Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e 
abrangendo: as nações estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras, os 
Organismos Internacionais. Neste sentido, temos artigo 42 do CC: 
 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
 
Direito público interno, que podem ser da administração direta 
(União, Estados, Territórios5, Distrito Federal e Municípios) ou podem ser 
da administração indireta ± descentralizados, criados por lei, com 
personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de interesse 
público, tais como as Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações 
Públicas, as Agências executivas e reguladoras. 
Estão elencados no art. 41: 
 
 
5 A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como 
fazendo parte da administração direta, já para o direito administrativo estes são colocados 
como da administração indireta. De todo modo, destacamos que conforme a 
Constituição Federal, art. 18, §2, os territórios federais integram a União, ou seja, 
territórios não são considerados entes da federação. 
C
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Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
 
¾ As pessoas jurídicas de direito privado ± são instituídas por 
iniciativa de particulares e dividem±se em: fundações particulares, 
associações, sociedades simples e empresárias, organizações 
religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 12.441 de 
2011, as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Preste atenção! Já foi cobrado em provas: 
 
¾ Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito 
privado. 
¾ Os sindicatos embora não mencionados expressamente no 
art. 44, possuem natureza de associação civil, estando, 
pois, dentro das pessoas jurídicas de direito privado. 
¾ Cuidado para não confundir um profissional autônomo 
com empresa individual. Empresa individual está 
normatizada no art. 980-$�GR�&&��TXH�GL]��³A empresa individual 
de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa 
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que 
não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente 
QR�3DtV´� (Artigo incluído pela Lei nº 12.441, de 2011). Assim, 
qualquer pessoa ± tanto física com jurídica, pode constituir 
uma empresa individual. Já o profissional autônomo é pessoa 
física que presta serviços de forma eventual sem relação de 
emprego. Enquadra-se também como profissional autônomo, o 
profissional liberal, que é aquela pessoa que exerce, por conta 
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própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins 
lucrativos ou não. 
¾ Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações, 
estas, embora genericamente estejam listadas entre as 
pessoas jurídicas de direito privado, se tiverem atuação que, 
de certa forma, se assemelhem às Autarquias, terão 
personalidade jurídica de direito público (em prova, estará 
escrito unicamente Fundações Públicas). 
 
 
³9RFrV� SRGHP� H[SOLFDU� FRmo fica a situação, por exemplo, de 
condomínios e de sociedades irregulares? Em que classificação 
HVWDV�HQWLGDGHV�VH�HQTXDGUDP"´ 
 
Claro, e isto é algo que consta do edital. Há determinadas entidades 
com muitas das características das pessoas jurídicas que vimos até agora, 
mas que, no entanto, não chegam a ganhar personalidade, são grupos 
despersonalizados. Faltam requisitos imprescindíveis à personificação, 
são os grupos com personificação anômala, alguns autores utilizam 
também o termo personalidade judiciária. 
Temos como exemplos destas entidades: a família; a massa falida; o 
espólio; o condomínio; a herança jacente ou vacante. Em geral, estes 
grupos, embora não possuam personalidade, possuem uma capacidade 
processual e também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser 
demandado em ações judiciais. 
 
- Grupos despersonalizados 
 
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso 
são: 
 
x A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a 
sentença declaratória de falência. Será representado por um 
síndico, que será o substituto da empresa ou pessoa que faliu. 
x A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se 
dá a herança quando uma pessoa morre sem deixar testamento e 
não se conhece nenhum herdeiro. Os bens da herança jacente são 
declarados vacantes quando não se apresentar nenhum herdeiro ou, 
se aparecer algum, este renunciar a herança. Este acervo de bens 
será representado por um curador. 
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x O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus. Será 
representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por 
um administrador provisório. 
x O condomínio ± sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. 
Quando se tratar de condomínio que é a propriedade comum ou 
conjunta sobre alguma coisa, este não possui personalidade jurídica. 
O problema está nos condomínios de edifícios. Portanto tenha uma 
atenção extra se isto aparecer em prova. Como regra considere-os 
despersonalizados. Será representado pelo síndico. 
x Também se destaca a família como uma entidade não personificada, 
pois, apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua 
individualidade e é responsável por suas obrigações. 
- Sociedades de fato. 
 
x As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que 
existem e funcionam, mas não possuem existência legal justamente 
porque não fizeram seu registro no órgão competente ou então 
porque lhes falta autorização legal para funcionamento. Serão 
representadas pela pessoa a quem couber a administração de seus 
bens. As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que não 
cumpriram alguns requisitos para sua regular formação, como por 
exemplo, uma empresa que deixa de registrar seu ato constitutivo na 
Junta Comercial. Estas empresas possuem legitimidade para cobrar 
em juízo seus créditos, não podendo o devedor alegar a 
irregularidade de sua constituição para se negar ao pagamento da 
dívida. Mas não podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares 
dos sócios respondem igualmente com os bens da empresa por 
dívidas contraídas em nome desta. 
- Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica 
 
A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico ou 
²em decorrência de normas. 
Existe diferença, porém, entre a origem das pessoas jurídicas de 
direito público e das de direito privado. 
 
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em 
razão de fatos históricos (criação do próprio Estado, por exemplo), o são 
por normas, sejam estas: constitucionais; legais; ou, até mesmo, por meio 
de tratados internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito público 
externo). 
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Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um 
processo que pode se dar de três formas: o ¹sistema da livre associação 
(a emissão de vontade dos instituidores é suficiente para a criação do ente 
personificado); o ²sistema do reconhecimento (há necessidade de um 
decreto de reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas 
(neste sistema dá-se liberdade de criação humana, sem necessidade de ato 
estatal que a reconheça, mas exige-se que a criação dessa pessoa obedeça 
a condições predeterminadas). 
 
Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da 
pessoa jurídica: o ¹ato constitutivoe a formalidade do ²registro. 
 
Na primeira fase ± para o caso das fundações, teremos a constituição 
da pessoa jurídica por um ato unilateral entre pessoas vivas ou por 
testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado a sua criação como 
ato de última vontade). 
 
Art. 62. PARA CRIAR UMA FUNDAÇÃO, o seu instituidor fará, por escritura pública 
ou testamento, DOTAÇÃO ESPECIAL DE BENS LIVRES, especificando o fim a que 
se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
 
Há, também, um elemento formal que é a transcrição do que foi 
acertado por escrito. Este ato poderá ser público ou particular. As 
fundações são exceção, pois para elas o instrumento público ou o 
testamento são essenciais. 
No caso de ASSOCIAÇÕES E SOCIEDADES estaremos diante de um 
ato bilateral ou plurilateral, sendo inter vivos. 
 
Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda 
fase: o registro. O ato de constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado e o seu registro estão normatizados nos artigo 45 e 46 do CC: 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registo todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; 
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II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, 
nesse caso. 
 
Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a 
morte (real ou presumida), para a pessoa jurídica pode ocorrer por causas 
diversas. Basicamente, o fim da existência legal da pessoa jurídica, 
acontece: 
 
De forma convencional ± ou seja, quando seus membros 
decidirem pelo seu fim, de acordo com o quórum previsto nos 
estatutos da empresa ou na lei. 
De forma legal ± em razão de motivos determinados em lei. 
De forma administrativa ± quando a pessoa jurídica, para seu 
funcionamento, precisa de autorização do poder público e pratica 
atos nocivos ou contrários aos seus fins. 
De forma Judicial ± que decorre dos casos de dissolução 
previstos em lei ou no estatuto, principalmente quando a 
sociedade se desviar dos fins para os quais foi constituída. 
 
Atenção: as formas de extinção se relacionam, e como vimos acima são a 
convencional, a legal, a administrativa e a judicial. No entanto: 
 
A extinção legal tem este nome porque os motivos que levam à sua 
extinção advém da lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a extinção 
não é automática, para que ela aconteça também serão necessárias 
algumas medidas judiciais. 
 
A extinção pela forma administrativa acontecerá quando for 
necessária uma autorização da administração pública para o funcionamento 
da Pessoa Jurídica. Neste caso, quando a PJ pratica atos nocivos ou 
contrários aos seus fins, o mesmo poder administrativo que concedeu 
esta autorização poderá retirá-la ou, então, negar a sua renovação. 
 
 
 
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- Processo de extinção da pessoa jurídica. 
 
Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu 
processo de extinção se realizará através da ¹dissolução e da 
²liquidação. Este processo se mostra necessário para que se dê 
destinação aos bens da empresa, se pague todas as dívidas e para que se 
faça a partilha do que restar entre os sócios. 
A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá 
nos casos de dissolução ou de cassação de autorização para funcionamento. 
 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para 
seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se 
conclua. 
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de 
sua dissolução. 
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, 
às demais pessoas jurídicas de direito privado. 
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da 
pessoa jurídica. 
 
 Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da 
pessoa jurídica no registro não acontece no momento em que ela é 
dissolvida. O cancelamento da sua inscrição acontece somente depois 
de encerrada a sua regular liquidação. 
 
Continuando a análise do Código Civil, há pessoas jurídicas, para as 
quais o nosso o código reservou alguns itens específicos. 
Então vamos ao seu estudo mais detalhado! 
- Associações. 
 
No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os 
artigos 53 a 61. O artigo 53 nos dá uma primeira ideia sobre as 
associações: 
 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem 
para fins não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
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As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não 
econômicos, e preenchem, assim, as mais variadas finalidades na 
sociedade. Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode ser 
buscada por uma associação. 
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Uma 
vez que as associações não se formam por contrato e sim pela união de 
pessoas sem direitos e obrigações recíprocos6. 
 
Uma observação que devemos fazer é a seguinte: 
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser 
reinvestido na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como 
finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados. 
 
 
 
Importante! Já vimos em prova, como exemplo de uma associação pública, 
um consórcio formado entre municípios para consecução de uma 
determinada atividade (O estudo aprofundado da matéria cabe ao direito 
administrativo�� PDV� IDODUHPRV� XP� SRXFR� VREUH� R� WHPD� ³DVVRFLDo}HV�
S~EOLFDV´�DSHQDV para ilustrar melhor o caso). 
 
A Lei nº 11.107/2005, ao dar nova redação ao art. 41 do Código, 
colocou as associações públicas (antes não previstas) ao lado das 
autarquias. As associações públicas constituem modalidade de autarquia a 
qual, segundo sua estrutura, pode classificar-se em fundacional e 
corporativa ou associativa, sendo que a autarquia fundacional se identifica 
com a fundação de direito público.Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de 
objetivos de interesse comum e dá outras providências. 
§ 1º. O consórcio público constituirá ¹associação pública ou ²pessoa 
jurídica de direito privado. 
 
A associação pública (ao lado das autarquias) integra a Administração 
Indireta, juntamente com as fundações públicas e empresas estatais 
(empresas públicas e sociedades de economia mista). Sua personalidade 
jurídica é de direito público. A associação pública existe para viabilizar a 
realização de objetivos que consagrem interesses comuns, os quais 
serão definidos pelos entes da Federação que se consorciarem, sempre 
observados os limites constitucionais. 
 
Art. 6º. O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
 
6 Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271. 
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I ± de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a 
vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; 
 
Geralmente temos como exemplos de tais pessoas os consórcios 
públicos firmados para execução de grandes obras, ou as reuniões de 
municípios para desenvolvimento de uma região. 
 
É importante não confundir o Consórcio Público de Direito Público 
(Associação Pública) com o Consórcio que assume personalidade jurídica 
de direito privado, já que este não integra a Administração Indireta. 
 
 
Voltando para a nossa aula ;) 
 
No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios 
que devem constar nos estatutos de toda e qualquer associação: 
 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V ± o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII ± a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
 
Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas, que estão 
no texto da lei, são essenciais. Os estatutos são a lei orgânica da pessoa 
jurídica, a norma de obediência obrigatória para os fundadores da 
associação e, também, para todos aqueles que no futuro venham a ela se 
associar. A vontade dos novos membros se manifesta através da adesão 
à associação e consequentemente aos seus regulamentos. 
 
Algumas observações: 
x Nada impede que a associação tenha várias sedes, sendo uma 
principal e outras subsidiárias; 
x A admissão de novos sócios deve atender aos interesses da 
associação, o estatuto pode determinar que sejam preenchidos 
certos requisitos para que alguém tenha a qualidade de sócio; 
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x A demissão não se confunde com a exclusão, porque esta tem 
caráter de penalidade e só pode ser aplicada se for dado direito à 
ampla defesa ao associado envolvido (art. 57), já a demissão 
decorre da iniciativa do próprio interessado, por oportunidade ou 
conveniência sua; 
x É importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos, 
se este vai ser proveniente de contribuições dos próprios sócios ou 
de terceiros, ou se, então, a associação vai exercer alguma 
atividade que lhe forneça meios financeiros, entretanto sem que 
com isso descaracterize sua finalidade. 
 
O artigo 55 do CC nos diz: 
 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá 
instituir categorias com vantagens especiais. 
 
Este artigo pode dar margem para algumas confusões. A dificuldade 
estaria no sentido de se saber, no caso concreto, se é válida a atribuição 
de vantagens especiais a sócios, o que contraria a finalidade primeira do 
dispositivo que é a igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda 
associação deve garantir os direitos mínimos aos associados e que as 
vantagens são excepcionais a algumas categorias, que por sua 
natureza sejam diferenciadas. 
 
Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte: 
 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não 
dispuser o contrário. 
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio 
da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da 
qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do 
estatuto. 
 
Temos aqui a figura dos associados com e sem quotas ou fração ideal 
do patrimônio da entidade (chamados respectivamente de sócios 
patrimoniais e de sócios meramente contributivos). Na verdade, o que este 
artigo quer proteger é o interesse da associação, pois cabe à própria 
entidade definir quem poderá ingressar como associado. 
O simples fato de transferir uma quota ou a ³qualidade´ de associado 
para outra pessoa pode não ser o suficiente para esta pessoa passar a ser 
sócia, é preciso analisar a permissão estatutária. 
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 A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça 
um juízo de oportunidade e conveniência para a admissão de novos 
associados. Uma vez admitido o associado, a sua exclusão somente será 
possível por justa causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do 
CC: 
 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, 
nos termos previstos no estatuto. 
 
Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de 
procedimento que permita ao sócio produzir sua defesa e suas provas, 
ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral, 
convocada para tal fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC: 
 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que 
lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos 
na lei ou no estatuto. 
 
O estatuto ou a lei estabelecerão os limites ao exercício dos 
direitos sociais. 
 A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel 
de ³poder legislativo´ na instituição7. O artigo 59 do CC elenca as matérias 
privativas da assembleia: 
 
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: 
I ± destituir os administradores; 
II ± alterar o estatuto. 
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste 
artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para este 
fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição 
dos administradores. 
 
No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina: 
 
A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindoa 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
 
 
7 2� ³3RGHU� ([HFXWLYR´� GD� SHVVRD� MXUtGLFD� p� H[HUFLGo por um diretor ou uma diretoria, 
podendo ser criados outros órgãos auxiliares, dependendo do tamanho da entidade. 
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De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC ± que é uma norma 
de ordem pública, ou seja, é preceito imperativo, que não admite disposição 
em contrário pela vontade privada, competirá somente à assembleia 
geral a ¹destituição dos administradores e a ²alteração do estatuto. 
 
³9RFrV� IDODUDP� HP� GLVVROXomR� GD� SHVVRD� MXUtGLFD�� Mas o que 
acontecerá com o patrimônio de uma associação quando esta for 
GLVVROYLGD"´ 
 
A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser 
literal ao texto do CC (assim é cobrado em prova): 
 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, 
depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no 
parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos 
designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à 
instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, 
podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber 
em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem 
prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, 
em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, 
o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, 
do Distrito Federal ou da União. 
 
Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ: 
Jornada III STJ 142 ± 
³2V� partidos políticos os sindicatos e as associações religiosas 
possuem natureza associativa, aplicando-se-OKHV�R�&&´� 
 
- Sociedades. 
 
O CC/2002 disciplinou as sociedades no Livro II ± direito de empresa. 
 
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves8: ³&HOHEUDP�FRQWUDWR�GH�
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com 
bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, 
HQWUH�VL��GRV�UHVXOWDGRV´� 
 
8 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, ed. Saraiva, 2ª ed., pág. 200. 
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 Assim, temos as sociedades simples ± que são aquelas compostas 
geralmente por profissionais de uma mesma área ou por prestadores de 
serviços técnicos - possuem fins econômicos ou lucrativos; e temos as 
sociedades empresárias ± que são aquelas que têm por objeto uma 
atividade própria de empresário, o que está previsto no art. 966: 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
 
Por fim, destacamos que as sociedades empresárias poderão assumir 
as formas de sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita 
simples, sociedade em comandita por ações, sociedade limitada e 
sociedade anônima ou por ações. 
 
- Fundações. 
 
Vimos que, nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião 
de pessoas, a coletividade. Já nas fundações, há de início um patrimônio 
despersonalizado, destinado a um fim. 
As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a 
determinada finalidade. Assim está no artigo 62 do CC: 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública 
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, 
morais, culturais ou de assistência. 
 
 Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que 
recebe personalidade para a realização de um fim determinado. O 
patrimônio se personaliza quando obtém sua existência legal, deste modo, 
uma fundação não é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por 
escritura pública ou testamento. 
 
 As fundações poderão ter finalidade religiosa moral, cultural ou de 
assistência. Há questões de provas que ficam apenas na análise 
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literal do § único do art. 62, no entanto é importante que você saiba que 
há também os seguintes enunciados: 
 
Jornada I STJ 8: ³$�FRQVWLWXLomR�GH�IXQGDomR�SDUD�ILQV�FLHQWtILFRV��HGXFDFLRQDLV�
RX�GH�SURPRomR�GR�PHLR�DPELHQWH�HVWi�FRPSUHHQGLGD�QR�&&����SDU��~Q�´ 
Jornada I STJ 9: ³2�&&� SDU�� ~Q��� GHYH� VHU� LQWHUSUHWDGR� GH�PRGo a excluir 
DSHQDV�DV�IXQGDo}HV�GH�ILQV�OXFUDWLYRV´ 
 
Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, 
ou seja, para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é 
necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, por 
meio de escritura pública ou testamento, de dotação especial de bens livres 
de ônus, da qual conste a finalidade específica da fundação, que deve ser 
religiosa, moral, cultural ou de assistência; estatutos que a regerão; 
aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério Público e o registro 
da escritura de instituição. 
 A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico 
fundacional e o registro a personifica, fazendo com que tenha capacidade, 
patrimônio, sede e administração9. 
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma 
fundação, existem dois momentos bem definidos: um é a ¹vontade de sua 
constituição, que neste caso se exterioriza no ato de fundação 
propriamente dito; e o outro é o ato de ²dotação de um patrimônio, que 
lhe dará vida. Neste ato de dotação, estão compreendidos: a reserva de 
bens livres10, a indicação dos fins e a maneira pela qual o acervo será 
administrado. 
 
- Modalidades de formação da fundação: 
 
1. Direta ± neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e 
regulamenta a fundação. 
2. Fiduciária ± neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la 
a outra pessoa. 
 
Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa natural 
quanto pessoa jurídica. 
 
 
9 Diniz. Direito Fundacional. 
10 Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a 
existência da entidade. 
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Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, 
mas o que ocorre quando esta dotação não for suficiente? Esta 
situação está expressa no art. 63 do CC: 
 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados 
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da 
fundação, eles serão destinados a outra fundação que tenha a mesma ou 
semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso só 
acontecerá se o instituidor não tiver disposto de forma diferente no 
estatuto. 
A tarefa de elaborar o estatuto ± que é a lei interna da fundação - 
cabe ao instituidor ou, então, o instituidor deverá designar quem elabore o 
estatuto. Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto será apresentado ao 
Ministério Público11 ± órgão fiscalizador das fundações, que examinará 
se foram observadas as bases da fundação e se os bens são suficientes 
para atender as suas finalidades. Neste sentido temos o artigo 66 do CC: 
 
Art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao 
Ministério Público Federal. (ADIn 2794) 
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, 
em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
 
 
Importante! Em decorrência da ADIn 2794, o STF declarou 
inconstitucional o §1 do art. 66 do CC. Em vista da eficácia erga omnes da 
decisão do STF em ADIn, não está mais em vigor o CC art. 66, §1º. 
 
 Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar 
pelas fundações no DF. 
 
¾ Em se tratando de fundações federais de direito público 
esta atribuição de velar cabe, sim, ao Ministério Público Federal, 
independentemente de funcionar ou não no DF ou nos 
eventuais Territórios. 
 
11 Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades 
em que houver este cargo na divisão administrativa da instituição. Nas cidades menores 
esta tarefa caberá ao Promotor Público. 
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¾ Nos Estados, esta competência é do Ministério Público do 
Estado em que se situa a fundação. 
 
Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o 
parágrafo único, do artigo 65 do CC: 
 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo 
ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art.62), o 
estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da 
autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo 
instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência 
caberá ao Ministério Público. 
 
Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele 
designada também não fizer, caberá ao Ministério Público esta tarefa. 
Qualquer alteração do estatuto também deve ser submetida à apreciação 
do Ministério Público. 
 
Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC: 
 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I ± seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e 
representar a fundação; 
II ± não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III ± seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a 
denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
 
Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria 
vencida poderá requerer a impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme 
o artigo 68 do CC: 
 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação 
unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão 
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para 
impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias. 
 
Existem certas peculiaridades no que diz respeito às fundações: 
 
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9 A primeira é quanto aos seus bens, estes não podem ser vendidos. 
Normalmente, tais bens são inalienáveis, porque é sua existência 
que assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma, 
serem desviados de sua destinação original. É claro que, dependendo 
da situação, comprovada a necessidade da venda, esta pode ser 
autorizada pelo juiz competente12, com a audiência do Ministério 
Público. O produto da venda deve ser aplicado na fundação ou em 
outros bens destinados a sua manutenção; 
9 Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma 
vez que basta uma só pessoa para sua criação; 
9 O patrimônio é o elemento fundamental das fundações; 
9 Os fins também são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor; 
9 Nas fundações os administradores não são sócios, podem ser 
denominados como membros contribuintes, fundadores, 
beneméritos, efetivos, etc. 
 
Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC: 
 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é 
obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens 
dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. 
 
Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação 
de bens ou direitos, possui caráter irrevogável e irretratável. Se uma 
pessoa prometer e não cumprir, poderá o juiz através de mandado judicial 
executar a promessa. 
 
Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o 
artigo 1.204 do CPC: 
 
³CC art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a 
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, 
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu 
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, 
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou 
VHPHOKDQWH�´ 
 
³CPC art. 1.204. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá 
a extinção da fundação quando: 
 
12 Sem esta autorização a venda será nula. 
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I ± se tornar ilícito o seu objeto; 
II ± for impossível a sua manutenção; 
III ± VH�YHQFHU�R�SUD]R�GH�VXD�H[LVWrQFLD´� 
 
Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada 
desconsideração da pessoa jurídica! 
 
- Desconsideração da Pessoa Jurídica 
 
Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as 
classificamos como realidadetécnica. A pessoa jurídica decorre da 
técnica do direito, é uma criação jurídica para a realização de certos 
objetivos. 
 Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência 
distinta em relação a seus membros. Existem, porém, determinados casos 
onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode 
ser mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica 
foi utilizada para fugir das suas finalidades, para lesar terceiros. 
 Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser 
desconsiderada, decidindo o julgador como se o ato ou negócio houvesse 
sido praticado pela pessoa natural. 
 
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, 
em casos específicos e determinados, apenas desconsiderá-la 
temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do CC: 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
¹desvio de finalidade, ou pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal 
entity), como assinala Venosa13, ³���DXWRUL]D�R�MXL]��TXDQGR�Ki�GHVYLR�GH�
finalidade, a não considerar os efeitos da personificação, para que sejam 
atingidos bens particulares dos sócios ou até mesmo de outras 
pessoas jurídicas, mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente 
para prRSLFLDU�RX�IDFLOLWDU�D�IUDXGH´� 
 
13 Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed. 
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O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em 
dois casos: Desvio de finalidade14. 
 Confusão patrimonial15. 
 
Como assinala Galhardo Jr., ³SDUD�TXH�VH�GHVFRQVLGHUH�D�SHVVRD�MXUtGLFD��p�
necessário que o dano causado seja decorrente do uso fraudulento ou 
abusivo da autonomia patrimonial. Quando a fraude e o abuso de 
direito podem ser combatidos sem a necessidade de afastar-se a 
personalidade distinta da pessoa jurídica (como quando é aplicável o 
regramento dos vícios dos atos jurídicos), a teoria da desconsideração 
é inócua �����´� 
 
³6HPSUH�VHUi�QHFHVViULR�R�XVR�IUDudulento da pessoa jurídica?´ 
 
A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir 
casos de fraude e de má-fé. Existem, no entanto, duas teorias sobre a 
desconsideração: 
9 A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o 
prejuízo. É a teoria adotada pelo Código Civil. Apenas observando 
que no caso de confusão patrimonial, esta será o pressuposto 
necessário e suficiente. 
9 Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao 
credor. 
 
E veja dois enunciados relacionados ao assunto: 
 
Jornada I STJ 7: ³Vy�VH�DSOLFD�D�GHVFRQVLGHUDomR�GD�SHUVRQDOLGDGH�MXUtGLFD�
quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos 
DGPLQLVWUDGRUHV�RX�VyFLRV�TXH�QHOD�KDMDP�LQFRUULGR´� 
Jornada III STJ 146: ³1DV�UHODo}HV�FLYLV��LQWHUSUHWDP-se restritivamente 
os parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstas no 
&&�����GHVYLR�GH�ILQDOLGDGH�RX�FRQIXVmR�SDWULPRQLDO�´ (Este Enunciado não 
prejudica o Jornada I STJ 7). 
 
 
14 Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso 
abusivo da personalidade jurídica. 
15 Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de 
separação patrimonial entre o patrimônio da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, 
dos haveres de diversas pessoas jurídicas. 
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A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência, 
principalmente no que diz respeito às relações de consumo (art.28 e 
parágrafos da Lei 8.078/1990). Mas o assunto é polêmico. Também é 
apontada pela doutrina uma problemática nas relações trabalhistas, pois, 
segundo ela, a teoria da desconsideração tem sido utilizada de forma 
indiscriminada. 
 
Você precisa estar muito atento(a) em uma questão que aborde o tema. 
De todo modo, entenda que nem sempre será necessária a 
comprovação da intenção de fraudar. 
 
- �‡•…‘•‹†‡”ƒ­ ‘�Dz‹˜‡”•ƒdz�†ƒ�’‡••‘ƒ�Œ—”À†‹…ƒǤ 
 
Existe uma situação em que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo 
prejudicar a terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa 
MXUtGLFD��(VWHV�³bens da pessoa jurídica´��QD�UHDOLGDGH�VmR�EHQV�ocultos 
do sócio) poderão ser atingidos em uma desconsideração. 
 
Jornada IV STJ 283: ³e� FDEtYHO� D� GHVFRQVLGHUDomR� GD� SHUVRQDOLGDGH�
MXUtGLFD�GHQRPLQDGD�µLQYHUVD¶�SDUD�DOFDQoDU�EHQV�GH�VyFLR�TXH�VH�YDOHX�GD�
pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a 
WHUFHLURV´� 
 
³Professores! Antes de encerrar o assunto, eu li algo sobre a 
necessidade de insolvência e a desconsideração da personalidade 
jurídica, o que é isto?´ 
 
A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode 
cumprir com suas obrigações) não é necessária. Além disso, segundo a 
doutrina, a aplicação da teoria da desconsideração conforme já falamos não 
importa dissolução ou anulação da sociedade. Importa apenas a sua 
desconsideração. 
Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV 
STJ 281: 
 
³$�DSOLFDomR�GD�WHRULD�GD�GHVFonsideração, descrita no CC 50, prescinde da 
GHPRQVWUDomR�GH�LQVROYrQFLD�GD�SHVVRD�MXUtGLFD´� 
 
 
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- Proteção dos direitos da personalidade 
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos 
da personalidade. 
 
Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é 
feita indistintamente para todos os casos. Quanto a este assunto 
temos o seguinte enunciado do STJ: 
 
STJ 227: ³D�SHVVRD�MXUtGLFD�SRGH�VRIUHU�GDQR�PRUDO´. 
 
- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas. 
 
A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for 
prejudicada, quando houver um dano ± seja ele patrimonial ou moral, 
sendo necessário também que exista um nexo de causalidade entre este 
dano e o ato de um agente ± que foi o causador do dano. 
A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de 
reparação deste dano. Sendo que a responsabilidade das pessoas 
jurídicas pode ocorrer no âmbito administrativo, no civil e no penal. 
No âmbito penal, por exemplo, a Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 
1998, que fala sobre os crimes ambientais, responsabiliza administrativa, 
civil e penalmente as pessoas jurídicas, aplicando penas restritivas de 
direitos, prestação de serviços à comunidade e multa. 
 
No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser: 
 
x Contratual - que está no art. 389 do CC: 
Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas edanos, 
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
x Extracontratual - também chamada de delitual ou aquiliana, 
que decorre de atos ilícitos e impõe a todos o dever de não 
lesar. Se mesmo assim a pessoa o fizer, ocorrerá a obrigação 
de reparar este dano. 
 
Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos 
causados a terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as 
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pessoas jurídicas de direito público a responsabilidade é objetiva sob 
a modalidade do risco administrativo, conforme art. 43: 
 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis 
por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, 
ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
 
Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurídicas de direito 
público interno têm a obrigação de reparar tão somente pela existência do 
fato danoso e do nexo causal (que é a chamada Teoria do Risco), não 
existe a necessidade de culpa. É assegurado a estas pessoas, no 
entanto, o direito de ação contra os causadores do dano se estes agirem 
com culpa ou dolo. 
Porém se houver a culpa concorrente entre o agente e a vítima a 
indenização será reduzida pela metade. E se a culpa for exclusiva da vítima 
o Estado se exonerará da obrigação de indenizar. O mesmo acontecendo 
no caso de força maior e fato exclusivo de terceiro. 
 
- Domicílio da Pessoa Jurídica 
 
É a sede jurídica da pessoa jurídica, é onde os credores podem 
demandar o cumprimento das obrigações. É o local de suas atividades 
habituais, de seu governo, administração ou direção, ou ainda, aquele 
determinado no ato constitutivo. Estabelece o artigo 75 do CC: 
 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto 
ou atos constitutivos. 
§ 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, 
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
§ 2º. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por 
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma 
das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela 
corresponder. 
 
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 O § 1º do artigo 75, vem ajudar às pessoas que necessitam processar 
uma entidade com estabelecimentos em vários lugares, ao dizer que cada 
um deles será considerado domicílio para os atos neles praticados. Já, 
o § 2º do artigo 75 diz respeito às pessoas jurídicas estrangeiras que 
tenham estabelecimento no Brasil, e que serão demandadas no foro de sua 
agência aqui localizada, de acordo com as obrigações contraídas por cada 
uma delas. 
 
 
 
 
Terminada a parte teórica, caros amigos, como de costume, vamos à 
prática, com a resolução de questões. Em caso de dúvidas não hesite em 
entrar em contato conosco. A sua participação é muito importante para 
uma melhor compreensão dos assuntos e também para o sucesso do curso. 
 
Um abraço e ótimos estudos! - 
 
Aline Santiago & Jacson Panichi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS. 
 
1. FUMARC 2012/TJ-MG/Titular de serviços de notas e de registros. 
De acordo com o Código Civil Brasileiro, são consideradas pessoas jurídicas 
de direito público interno 
 
a) As autarquias. 
b) As fundações. 
c) As organizações religiosas. 
d) As pessoas regidas pelo direito internacional público. 
 
Comentário: 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Gabarito letra A. 
 
2. FUMARC 2011/BDMG/Analista de Desenvolvimento. No entender 
GD�GRXWULQDGRUD�SDXOLVWD�0DULD�+HOHQD�'LQL]��³D�SHVVRD�MXUtGLFD�p�D�XQLGDGH�
de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos 
fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeitR�GH�GLUHLWRV�H�REULJDo}HV´�
(Curso de Direto Civil Brasileiro, São Paulo: Saraiva, vol. I, p. 243). De 
acordo com a informação anterior, marque a alternativa INCORRETA: 
 
a) As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público. 
b) As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são civilmente 
responsáveis. 
c) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de Direito Público. 
d) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. 
 
Comentário: 
Alternativa ³a´ ± correta, pois de acordo com o art. 41 (visto acima), as 
autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno. 
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Alternativa ³b´ ± correta. Vimos em aula que as pessoas jurídicas de direito 
público interno poderão ser responsabilizadas civilmente. 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis 
por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, 
ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
Alternativa ³c´ ± errada. Também vimos em aula, que os partidos políticos 
são pessoas jurídicas de direito privado, art. 44: 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 
12.441, de 2011) 
Alternativa ³d´ ± correta. 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com 
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Gabarito letra C. 
 
3. FEPESE 2012/FATMA/Advogado Fundacional. Considere as 
seguintes pessoas jurídicas: 
 
1. Territórios 
2. Partidos políticos 
3. Associações públicas 
4. Organizações religiosas 
5. Empresas

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