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introdução as analises clinicas e biologicas

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ÀS ANÁLISES 
CLÍNICAS E MICROBIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – PATOLOGIA CLÍNICA / MEDICINA LABORATORIAL .................. 06 
2.1 Definição e estatísticas do setor ........................................................................ 06 
2.2 Subespecialidades ............................................................................................ 09 
2.3 Profissionais envolvidos .................................................................................... 09 
2.4 O laboratório de análises clínicas numa visão empresarial ............................... 11 
2.5 Tendências atuais ............................................................................................. 17 
2.6 Identificação e avaliação de riscos e perigos .................................................... 28 
 
UNIDADE 3 - HISTÓRIA E CONCEITO DE MICROBIOLOGIA ............................. 33 
3.1 Alguns trabalhos importantes ao longo dos séculos ......................................... 33 
3.2 Caracterização e classificação dos microrganismos ......................................... 35 
3.3 Taxonomia e nomenclatura ............................................................................... 37 
 
UNIDADE 4 – ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE MICRORGANISMOS .. 39 
4.1 Cultura pura – o que é e como obter ................................................................. 39 
4.2 Manutenção de culturas .................................................................................... 40 
4.3 Contagem e identificação de bactérias e fungos ............................................... 40 
4.4 Isolamento de aeróbios e anaeróbios ............................................................... 41 
4.5 Identificação e cultivo de protozoários, algas e vírus ........................................ 42 
 
UNIDADE 5 – ÉTICA E BIOÉTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS DA SAÚDE .......... 45 
5.1 A filosofia prática ............................................................................................... 45 
5.2 Maneiras de percebermos a moral .................................................................... 47 
5.3 Ética e suas funções ......................................................................................... 53 
5.4 Distinção entre normas éticas e morais............................................................. 55 
5.5 Definição e evolução da Bioética ...................................................................... 57 
5.6 Bioética clínica .................................................................................................. 60 
5.7 Múltiplas abordagens ........................................................................................ 61 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64 
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Sejam bem-vindos ao curso de especialização em Microbiologia e Análises 
Clínicas que visa ampliar os conhecimentos dos profissionais que atuam nessa área 
tão importante de apoio ao médico na pesquisa e detecção de patologias e 
condições fisiológicas através de exames em materiais biológicos, dentre eles 
sangue, urina e fezes. 
Segundo Azevedo Neto (2004), o termo “patologia”, a partir da definição 
encontrada em dicionários de uso corrente em nosso país, traduz ideias que vão de 
“ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças”, passando por 
“especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam 
no organismo”, até mesmo com a conotação de “qualquer desvio anatômico e/ou 
fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize 
determinada doença”, e por extensão de sentido “desvio em relação ao que é 
próprio ou adequado ou ao que é considerado como estado normal de uma coisa 
inanimada ou imaterial”. 
Evidentemente, todas as definições são adequadas, mas não conseguem 
dar conta de descrever o “Patologista”, que na verdade é uma denominação para 
dois especialistas diferentes da carreira médica: o Anátomo-patologista e o 
Patologista Clínico. 
Apesar da breve referência à patologia, na realidade, nosso foco ao longo do 
curso será a microbiologia de maneira detalhada, os caminhos, técnicas e métodos 
para análises clínicas laboratoriais, mas não podemos nos furtar a esclarecer 
algumas definições e conceitos e discutir ao final deste módulo a questão da ética e 
bioética que devem permear a vida de todos aqueles que lidam com seres humanos. 
De maneira geral, a Bioquímica Clínica é responsável por investigar 
materiais orgânicos, como sangue e urina. Os resultados apontam alterações 
metabólicas responsáveis pelo desenvolvimento de doenças. Nesse campo 
encontramos avaliação de proteínas, aminoácidos, enzimas, lipídeos, minerais, 
eletrólitos, aspectos bioquímicos da hematologia, como o ferro sérico, hormônios, 
marcadores tumorais, líquidos orgânicos, substâncias do sistema hepatobiliar, 
 
 
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dentre outros analitos, que podem ser analisados quantitativamente e/ou 
qualitativamente, tanto que a identificação das doenças e as terapias apropriadas só 
podem ser estabelecidas com o emprego dessas análises. Atualmente, as 
investigações bioquímicas estão presentes em todos os ramos da medicina e 
fortemente inseridas nas relações médico-paciente. Exames mais conhecidos 
inclusos neste ramo são a dosagem de Glicose, Colesterol, Triglicerídios, Ácido 
Úrico, Ureia, Ácido Fólico, entre outros. 
No campo da microbiologia, a aplicação volta-se para o controle e prevenção 
de doenças e está associado às práticas assépticas, antibioticoterapia, quimioterapia 
e imunização, bem como com a epidemiologia ou epizootiologia e os métodos de 
diagnóstico das doenças infecciosas. 
Dentro do Laboratório de Análises Clínicas, algumas das atribuições do setor 
de microbiologia envolvem: 
 isolamento e identificação de microrganismo envolvido em um processo 
infeccioso; 
 determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos para uso racional 
dos antibióticos; 
 vigilância de microrganismos resistentes a vários ou até mesmo a todos os 
antibióticos; 
 fornecimento de dados epidemiológicos dos diferentes agentes etiológicos de 
infecção hospitalar e perfil de sensibilidade; 
 suporte microbiológico na investigação de surto. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões daacademia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
 
 
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podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 – PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA 
LABORATORIAL 
 
2.1 Definição e estatísticas do setor 
A Patologia Clínica é uma especialidade médica cada vez mais ampla e 
complexa, que conta com a colaboração crescente de diferentes profissionais da 
área de laboratório de análises (farmacêuticos e bioquímicos, biomédicos, biólogos, 
químicos, entre outros). Também chamada mais recentemente de Medicina 
Laboratorial, esta especialidade pode ser definida como a área médica que conduz e 
interpreta testes laboratoriais aplicando técnicas químicas, físicas, físico-químicas, 
biológicas e morfológicas em pacientes, ou mais frequentemente, em materiais 
biológicos retirados de pacientes, tendo como objetivos principais diagnosticar ou 
afastar doenças, estabelecer o estágio de uma doença, colaborar para a indicação 
de prognóstico, acompanhar as repercussões da terapêutica ou verificar a presença 
de fatores de risco para agravos à saúde humana. 
No Brasil, a especialidade é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina 
(CFM, 2005) com o nome de Patologia clínica ou medicina laboratorial. Deve ser 
diferenciada de patologia cirúrgica ou anatomia patológica, especialidade que tem 
por objeto de análise os tecidos sólidos do corpo humano, geralmente obtidos por 
meio de biópsia. 
Através da realização de exames laboratoriais, a Patologia Clínica/Medicina 
Laboratorial fornece informações ao médico, de modo a proporcionar-lhe os meios 
necessários para atuar na prevenção, diagnóstico, tratamento, prognóstico e 
acompanhamento das enfermidades em geral. Para atingir esse propósito, o médico 
depende, essencialmente, da rapidez, precisão e exatidão dos valores fornecidos 
pelo laboratório de sua confiança. 
De acordo com Campana, Oplustil e Faro (2011), a patologia 
clínica/medicina laboratorial é uma especialidade direcionada a realização de 
exames complementares no auxílio ao diagnóstico, com impacto nos diferentes 
estágios da cadeia de saúde: prevenção, diagnóstico, prognóstico e 
acompanhamento terapêutico. Em conjunto, os laboratórios de patologia 
 
 
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clínica/medicina laboratorial e os de anatomia patológica, as clínicas de radiologia e 
imagem, os centros de diagnóstico e a indústria de diagnóstico formam o mercado 
da medicina diagnóstica. 
Os exames mais frequentes são realizados em sangue, urina, fezes e outros 
líquidos biológicos. Através desses exames, é possível identificar substâncias e 
quantificar muitas delas. As metodologias utilizadas são variadas, os laboratórios 
brasileiros dispõem de instrumentos iguais aos utilizados em países mais 
desenvolvidos. 
Um dos setores que mais evolui na medicina atualmente é o de laboratórios 
clínicos, no qual podemos observar a cada dia novas descobertas sobre marcadores 
de doenças, o que possibilita o início de tratamento precocemente ou mesmo a 
prevenção. 
O exercício da Patologia Clínica/Medicina Laboratorial obedece às normas 
do Código de Ética Médica em vigor, independente da função ou cargo ocupado 
pelo médico. Segue sempre os princípios fundamentais da ética, entre os quais 
destaca-se o que diz ser “a Medicina uma profissão a serviço da saúde do ser 
humano e da coletividade e devendo ser exercida sem discriminação de qualquer 
natureza”. 
O Patologista Clínico é o médico especialista em Medicina Laboratorial, que 
obteve sua titulação através de atendimento a critérios técnicos estabelecidos pela 
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). 
Atualmente, a prática da Patologia Clínica/Medicina Laboratorial está 
necessariamente associada à participação em Programas de Controle Externo e 
Interno da Qualidade. Desde 1978, a SBPC/ML supervisiona Programas dessa 
natureza. Eles permitem detectar erros analíticos antes da liberação de resultados, 
além de assegurarem a exatidão dos resultados que serão fornecidos aos clientes. 
Isto ocorre graças à análise de controles (sangues-controle), cujos resultados são 
conhecidos previamente e devem ser comparados aos encontrados pelos 
laboratórios. Caso isto não ocorra, o laboratório terá que, necessariamente, reavaliar 
seu sistema analítico antes de proceder às análises de amostras de seus clientes. 
 
 
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Com o propósito de assegurar a qualidade de todas as etapas ou processos 
envolvidos nos serviços oferecidos pelos laboratórios clínicos, a SBPC/ML criou, em 
1998, o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC), que tem o 
objetivo de oferecer maior confiança aos usuários através do Certificado de 
Acreditação, entregue aos laboratórios que cumprem os requisitos estabelecidos 
pelo Programa. 
Com os processos de Acreditação é possível verificar, através de auditorias 
externas periódicas, se o laboratório atende a padrões preestabelecidos 
relacionados ao ambiente; ao fornecimento de instruções para o preparo adequado 
do paciente para a coleta; transporte de material a ser analisado; calibração e 
manutenção de equipamentos; pureza da água reagente; cuidados com 
manipulação e estocagem de reagentes; procedimentos escritos para realização de 
cada exame; e, tratamento de resíduos, entre outros (SBPC, 2010). 
Embora haja poucos dados publicados sobre a dinâmica desse mercado, 
referente aos prestadores de serviços, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde (CNES) estima que seja composto por cerca de 20 mil instituições e que 
represente um porte de aproximadamente R$ 10 bilhões anuais. Apesar do início de 
um processo de consolidação desse mercado, o consideramos bastante pulverizado 
(CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
Em dezembro de 2008, o país possuía 40.910.631 beneficiários de planos 
de saúde (excluindo os planos unicamente odontológicos) e estes utilizaram, em 
media, 11,15 exames por beneficiário (ANS, 2008). Estima-se, portanto, uma 
demanda no país pela assistência privada de cerca de 450 milhões de exames ao 
ano. Além desse volume,os exames da rede pública são a maioria. É importante 
ressaltarmos que o Sistema Único de Saúde (SUS) financia a maior parte da 
população, mas não cobre sua assistência, direcionando parte de seus gastos para 
a iniciativa privada. 
Diversos elementos indicam maior utilização da medicina diagnóstica no 
futuro. Atualmente, ela responde por cerca de 80% das decisões médicas, 
absorvendo apenas 11% dos custos em saúde (ANS, 2008; CAMPANA; OPLUSTIL; 
FARO, 2011). 
 
 
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2.2 Subespecialidades 
Compõe o quadro de subespecialidades desta área médica os seguintes 
campos diagnósticos e de pesquisa, conforme quadro abaixo: 
Especialidade Definição 
Química clínica Ocupa-se em analisar os componentes químicos do sangue, urina e 
fluidos orgânicos. 
Hematologia Analisa os componentes celulares do sangue, e eventualmente de outros 
fluidos orgânicos. 
Imunohematologia - Avalia as reações imunes dentro do sangue, 
especializando-se na análise dos antígenos, eritrocitários e suas 
interações com os respectivos anticorpos. Reveste-se de importância 
particular na Hemoterapia ou medicina transfusional. 
 
Imunologia Avalia o sangue (e eventualmente outros fluidos orgânicos) e 
componentes, através de suas interações imunológicas, ou seja, das 
reações antígeno – anticorpo. 
Microbiologia Estuda a flora microbiológica humana normal e patológica, detectando a 
presença de vírus, bactérias e fungos em amostras de procedência 
humana. Este estudo pode se estender também à análise dos 
microrganismos presentes nos ambientes ocupados pelo ser humano e 
objetos por ele utilizados. 
Bacteriologia - subespecialidade da microbiologia cujo objeto de estudo 
são as bactérias, incluindo sua identificação, caracterização e avaliação 
de susceptibilidade a antimicrobianos. 
Micologia - subespecialidade da microbiologia que estuda os fungos e 
micotoxinas. 
Virologia - subespecialidade da microbiologia que se ocupa da análise 
dos vírus. 
 
Parasitologia É a subespecialidade da Patologia Clínica que analisa as características 
dos parasitas externos (ectoparasitas) e internos (endoparasitas) do 
homem. Inclui o estudo dos protozoários parasitas sistêmicos – como os 
plasmódios (causadores da malária) –, através de métodos de detecção 
direta e indireta, o estudo dos artrópodes parasitas e a coprologia ou 
estudo macroscópico, microscópico e químico das fezes com o objetivo 
de se determinar o diagnóstico e prognóstico de doenças e parasitoses 
do sistema gastrointestinal. 
Uroanálise Analisa a urina e, eventualmente, outros fluidos orgânicos. 
Biologia molecular Compreende o estudo especializado de biomoléculas, tais como o DNA e 
RNA. 
Genética médica Ocupa-se do estudo da genética humana, em especial as 
cromossomopatias. 
Genética bioquímica Estuda, através de análises bioquímicas, as anomalias genéticas 
caracterizadas como erros inatos do metabolismo. 
 
2.3 Profissionais envolvidos 
Ao médico especializado em laboratório de patologia clínica dá-se o nome 
de patologista clínico ou médico laboratorista. A falta desta titulação não impede que 
um médico de outra área da medicina possa atuar em um laboratório clínico com 
 
 
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responsabilidade técnica. Mas àquele que cumprir o período de residência médica 
na especialidade de patologia clínica será conferido o título de especialista após 
exame de avaliação. 
Biomédico, Farmacêutico, Biólogo são alguns dos profissionais graduados, 
legalmente habilitados para exercer responsabilidade técnica em laboratórios de 
patologia clínica. 
No Brasil, o médico patologista clínico passa por uma formação que inclui, 
além dos 6 anos regulamentares do curso superior em medicina, mais três anos de 
residência médica, sendo 1 ano em clínica médica e 2 anos em laboratório de 
análises clínicas. 
No seu trabalho, o patologista clínico pode interagir com outros profissionais, 
dentre eles: 
Nível superior Nível médio 
Biólogo 
Biomédico 
Bioquímico 
Cirurgião-dentista 
Farmacêutico 
Auxiliar técnico de laboratório. 
Técnico de laboratório de análises clínicas. 
Biotécnico. 
 
As diversas atividades e competências necessárias ao bom desempenho do 
ofício devem ser compartilhadas com estes profissionais, respeitando-se o limite de 
responsabilidade de cada um. As atribuições de cada profissional, bem como os 
limites de sua atuação, podem ser consultadas na CBO – Classificação Brasileira de 
Ocupações –, no site do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Mediante a modernidade tecnológica que significa, hoje em dia, a 
automação e a informatização da maioria dos processos de análise, deve também o 
profissional possuir conhecimentos básicos nas áreas de engenharia e informática, 
que viabilizem sua interação frequente com os respectivos profissionais, também 
comumente envolvidos como auxiliares valiosos em todos os processos de análise. 
 
 
 
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2.4 O Laboratório de Análises Clínicas numa visão empresarial 
O laboratório de patologia clínica é uma organização privada ou pública que 
produz serviços, os quais não podem ser estocados. Sua função é oferecer seus 
serviços dentro de um alto padrão de qualidade, respeitando padrões técnicos e 
administrativos normatizados e regulamentados pelos órgãos competentes, como a 
Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo em sua PORTARIA CVS-01, de 18 de 
Janeiro de 2000 (CUNHA, 2004). 
Sua atuação dentro da área de saúde é realizar exames e testes 
laboratoriais através da coleta de material humano, servindo de contribuição para 
médicos na realização de diagnósticos e no estabelecimento de prognósticos. Estão 
autorizados a exercer a responsabilidade técnica desta organização, profissionais 
como médico, biomédico, farmacêutico e biólogo, conforme título IV item 2.3 da 
mesma portaria que diz: 
Chama-se laboratório médico o laboratório de responsabilidade técnica 
médica e laboratório de análises clínicas aquele cuja responsabilidade é 
atribuída ao biomédico, farmacêutico e biólogo, embora o negócio de todos 
eles seja a realização de exames laboratoriais. No caso do laboratório 
médico, a entidade poderá, além de realizar exames, prestar consultoria 
clínica devido à ampla visão sobre a medicina que este especialista tem, 
considerando sua formação como médico. 
 
 
Dentro da perspectiva de realização de exames laboratoriais, os laboratórios 
de patologia clínica evoluíram visivelmente, tanto no que diz respeito à tecnologia 
como em relação aos avanços profissionais (CUNHA, 2004). 
Juntamente com esta evolução, sua estrutura funcional e operacional 
modificou-se enormemente, caracterizando sua complexidade e exigindo um grande 
esforço no aspecto da gestão laboratorial para que seus processos se realizassem 
com eficácia, atendendo aos padrões preestabelecidos de qualidade e da própria 
legislação vigente. 
A moderna gestão de laboratório de patologia clínica busca, além de 
desenvolver os procedimentos administrativos básicos de comprar, pagar, prestar 
serviços e receber, realizar outras funções como administrara qualidade, a 
necessidade de recursos humanos especializados, o alto custo de insumos e 
 
 
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equipamentos, as exigências da legislação e a falta de domínio nos preços de seus 
serviços, os quais são estabelecidos por instituições extra laboratoriais. 
Segundo Ogushi e Alves (1998), num laboratório clínico, comumente, os 
preços dos serviços prestados são limitados por tabelas de instituições extra 
laboratoriais ou pela concorrência inter laboratorial. Acrescente-se, além disso, que 
a funcionalidade desses estabelecimentos defronta com outros obstáculos de difícil 
transposição e com implicações diretas no campo organizacional-financeiro, entre os 
quais cabe citar: 
 exigências da legislação; 
 alto valor financeiro do investimento tecnológico; 
 necessidade de recursos humanos especializados; 
 obrigatoriedade da qualidade total; e, 
 incertezas do sistema nacional de saúde. 
Com isso, independente de sua natureza, seja ela estatal ou particular, intra 
ou extra-hospitalar, dever-se-á dar ao laboratório clínico um tratamento empresarial, 
dotando-o de objetivos planejados que lhe proporcionem a eficiência máxima, 
dando-lhe credibilidade técnica junto à comunidade médica e mantendo ativo o seu 
potencial econômico-financeiro. 
Por todas essas razões, torna-se imprescindível que os laboratórios de 
patologia clínica sejam vistos como organizações prestadoras de serviços, e 
ofereçam a esta instituição a relevância necessária a seus processos, valorização e 
qualificação no atendimento, qualidade no serviço, estrutura para desenvolvimento 
dos recursos humanos e disponibilização de tecnologia. No entanto, para que uma 
empresa obtenha êxito em seus processos, ela precisa contar com a participação 
efetiva das pessoas, pois são elas que executam as atividades e têm atitudes que 
venham agregar ou não valor aos serviços. Portanto, uma política consciente e 
eficaz dentro da estrutura organizacional, voltada para o desenvolvimento das 
pessoas, é uma ferramenta do processo administrativo. 
Para Motta, Corrêa e Motta (2001), o serviço prestado pelo laboratório 
clínico é uma atividade complexa, influenciada por vários fatores internos e 
 
 
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ambientais que podem comprometer seus resultados. A complexidade da prestação 
de serviços médico-laboratoriais evidencia a necessidade de os laboratórios clínicos 
repensarem suas estruturas, seus processos e também suas relações de trabalho, 
pois seus serviços estão profundamente comprometidos com a qualidade dos 
resultados. 
O que vale a pena salientar é que a razão do negócio de um laboratório 
clínico está essencialmente ligada à saúde do ser humano e, assim, a importância 
de conscientizar as pessoas sobre a responsabilidade de seu papel individual para a 
finalização do serviço prestado é fundamental para o desafio da qualidade (CUNHA, 
2004). 
Considerando a alta complexidade econômica na operacionalização do 
laboratório de patologia clínica, os empresários deste setor vêm se empenhando em 
obter um tratamento empresarial que proporcione eficiência suficiente para realizar 
seu negócio com credibilidade junto a seus clientes e mantendo uma condição 
econômico-financeira que viabilize a competitividade da empresa. 
Dentro de vários aspectos de relevância para a finalização do negócio do 
laboratório de patologia clínica, podemos eleger no âmbito interno a capacitação 
técnica, o controle estatístico do processo (CEP), a funcionalidade, a produtividade, 
o desenvolvimento econômico e a ética profissional; e no âmbito externo, a 
credibilidade técnico-científica, a captação crescente da clientela, a rentabilidade e a 
respeitabilidade empresarial. A busca da excelência no desempenho destas ações 
faz com que a imagem da organização obtenha valor perante os vários segmentos 
que poderão compor o quadro de cliente do laboratório. 
No contexto organizacional, atualmente os laboratórios de Patologia Clínica 
estão estruturando-se como organizações do setor de serviços de saúde, que 
prestam serviços à comunidade e, para tanto, necessitam desenvolver tarefas 
administrativas. Algumas considerações a respeito do setor de serviços na saúde 
são relevantes para a estratégia que a empresa pretende adotar, como a 
compreensão e análise do mercado existente. 
Segundo Cobra (2001, p. 12), 
 
 
 
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Diante da precariedade do sistema público e do alto custo do atendimento 
particular, uma parcela cada vez maior de latino-americanos opta por planos 
e seguros de saúde. No Brasil, 39,8 milhões de pessoas, ou seja, 25% da 
população, são conveniadas com algum plano (...). 
 
 
Essa característica citada por Cobra (2001) mostra uma tendência que 
influencia a estratégia administrativa a ser adotada por este tipo de organização. 
Este dado indica que, atualmente, existe uma padronização até mesmo na 
remuneração dos serviços prestados no setor de saúde e, portanto, estas empresas 
precisam ser planejadas para sanar deficiências operacionais, objetivando a 
conquista de competitividade. 
Também outros aspectos como fatores econômicos e políticos, meio 
ambiente, desenvolvimento tecnológico e ambiente interno são ameaças ao negócio, 
mas a utilização sistemática de planejamento estratégico contribui para a 
organização afastar ou superar as ameaças que afetam sua competitividade. 
Para Cobra (2001, p. 34), “Planejar, significa prever e antecipar-se aos fatos. 
Alocar recursos físicos, humanos, tecnológicos e materiais, para poder obter 
resultados de vendas e lucros, por meio da satisfação de seus clientes”. 
A partir do momento em que o laboratório de patologia clínica passa a ser 
visto como uma organização, é importante que se façam algumas considerações em 
relação a ameaças e oportunidades e isto se faz através da avaliação do ambiente 
interno e externo da organização. 
Pontuando essas considerações, teríamos: 
 este tipo de organização opera em um ambiente de alta complexidade por 
estar vulnerável a políticas governamentais, por desenvolver suas funções 
através de uma equipe de trabalho multidisciplinar, pela falta de informações 
específicas sobre o setor em relação ao aspecto administrativo e também 
pela presença de grupos de saúde como fontes pagadoras; 
 a globalização também exerce alguma influência no setor, entre outras, novos 
critérios de qualidade baseados em certificações de órgãos internacionais e a 
mudança de comportamento do cliente externo, aumentando o grau de 
exigência em relação aos serviços. Portanto, desenvolver uma política de alta 
 
 
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eficiência interna passou a ser uma necessidade para melhorar o 
desempenho e a competitividade da organização. 
Diante deste cenário, os laboratórios de patologia clínica que tinham como 
premissa o crescimentocientífico como foco, estão buscando formas de enquadrar 
suas atividades dentro de procedimentos administrativos que viabilizem maior 
eficiência ao seu negócio, considerando que, para melhorar, é necessário 
desenvolver uma visão organizacional e estratégica (CUNHA, 2004). 
Ainda percebendo os laboratórios de patologia clínica como uma 
organização, eles precisam de setores essenciais! 
Identificar os setores essenciais do laboratório de patologia clínica implica 
em viabilizar a criação de um layout adequado e racional para a prática das funções 
pertinentes aos setores desta empresa. Obviamente, que a influência de alguns 
fatores como demanda de pacientes, número de profissionais, quantidade e 
diversificação de exames, quantidade e tipos de equipamentos interferem no 
dimensionamento do arranjo e planejamento físico do laboratório (CUNHA, 2004). 
Embora existam estas variáveis, considera-se que a estrutura básica e 
essencial para o funcionamento de um laboratório envolva os seguintes setores: 
 atendimento (recepção e coleta de material); 
 apoio (limpeza, lavagem de utensílios, copa e manutenção); 
 técnico (bioquímica, hematologia, imunologia, microbiologia, parasitologia e 
uroanálise); 
 administrativo (contabilidade, recursos humanos, compras e financeiro). 
Concordamos com Maximiano (2000) quando diz que a estratégia de uma 
organização é definida pelo tipo de negócio em que atua e por seus objetivos. 
Negócios e objetivos específicos criam necessidades e tarefas que exigem tipos 
diferentes de estrutura organizacional. 
Portanto, o dimensionamento e segmento de mercado influenciam 
diretamente na elaboração e construção da estrutura organizacional da empresa, 
tanto em relação ao dimensionamento do arranjo físico quanto à constituição da 
 
 
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equipe de colaboradores. O negócio e o objetivo da organização não só interferem 
na estrutura organizacional, como também determinam a escolha dos recursos 
humanos, pois as pessoas que a organização emprega devem ter afinidade com o 
negócio, formação e experiência profissional que correspondam às expectativas da 
empresa. 
Embora o laboratório de patologia clínica seja uma prestação de serviços 
que deve ser realizada por profissionais especializados na área, ele necessita de 
outros profissionais com formação variada para realizar a totalidade de seus 
processos do início ao término da prestação do serviço, como: auxiliar de 
enfermagem e de laboratório, digitadores, auxiliar administrativo e pessoal para 
executar a limpeza. Não podemos deixar passar despercebida a presença de 
pessoas no laboratório, afinal as organizações são feitas de pessoas e para 
pessoas. 
No laboratório, é preciso, além de identificar os setores, descrever a 
combinação da equipe multiprofissional com o arranjo físico apropriado e com 
tecnologia atualizada, indicando que a organização reúne as necessidades básicas 
para seu funcionamento. 
É de interesse do laboratório clínico, enquanto organização empresarial, que 
estas pessoas estejam empenhadas num objetivo comum e que tenham um 
comportamento compatível ao foco da organização. No entanto, algumas 
características individuais e pessoais são relevantes neste comportamento: 
personalidade, individualidade, aspirações, valores e atitudes, e objetivos próprios. 
Desenvolver as pessoas e as organizações implica em compatibilizar as motivações 
individuais e as da organização e, assim, promover o desenvolvimento do indivíduo 
e da empresa na qual ele está inserido. 
O trabalho em “time”, em parceria ou em equipe, já é o modelo 
predominante sobre aquele modelo antigo baseado no desempenho individual, tanto 
que essa realidade objetiva levar a organização a aumentar a produtividade, a 
competitividade e a eficiência. 
Robbins (2001) oferece as seguintes definições: 
 
 
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 Grupo de Trabalho – grupo cujos membros interagem basicamente para 
partilhar informações e tomar decisões, para mutuamente se ajudarem no 
desempenho em sua área de responsabilidade; 
 Equipe de Trabalho – grupo cujos esforços individuais resultam em um 
desempenho, que é maior que a soma das contribuições de cada um dos 
objetivos. Algumas características fazem parte da formação de uma equipe, 
entre elas: aptidões dos membros, tamanho, distribuição e papéis, 
comprometimento com objetivo comum, estabelecimento de metas 
específicas, responsabilidade social e recompensas. 
Outro aspecto relevante em relação às pessoas dentro das organizações 
são as suas atitudes. Elas podem ser afirmações avaliadoras – favoráveis ou 
desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos e acabam por refletirem 
como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Portanto, avaliar as 
pessoas na organização demonstra que, através de suas características individuais, 
as pessoas podem agregar vantagens ou desvantagens ao desempenho da 
organização. Contudo, a eficácia da gestão em recursos humanos dispõe de 
algumas ferramentas que auxiliam na estruturação das equipes organizacionais 
como: recrutamento, processo seletivo, orientação das pessoas, modelagem de 
cargos, avaliação de desempenho, remuneração, programas de incentivo, 
benefícios, treinamento e qualidade de vida no trabalho (ROBBINS, 2002). 
 
2.5 Tendências atuais 
No entendimento de Campana, Oplustil e Faro (2011), as principais 
tendências que terão forte impacto na medicina laboratorial na atualidade e num 
futuro próximo são as ferramentas de gestão, inserção de novos testes no mercado 
e rol de procedimentos, qualidade dos serviços em medicina diagnóstica, modelos 
de operação, automação, consolidação e integração, tecnologia da informação, 
medicina personalizada e genética. 
O aumento da população, o aumento da expectativa de vida, as melhorias 
nas condições sociais de parcela da população em detrimento de problemas 
crônicos de saúde de outro lado apontam para crescimento na utilização dos 
 
 
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exames laboratoriais e também para sua importância na cadeia de saúde. Esse 
novo posicionamento, somado as novas expectativas de alta resolubilidade, 
pressiona o mercado e as companhias que o compõem a buscar mudanças e novas 
estratégias de atuação. 
Vamos falar um pouco das tendências propostas pelos autores citados 
anteriormente? 
a) Ferramentas de gestão 
A gestão em medicina diagnóstica por meio de modernas ferramentas 
administrativas é uma realidade do mercado. O número de publicações citando as 
mais diversas formas e ferramentas de gestão, modificando o foco das rotinas 
técnicas para os fluxos de processos das diferentes áreas das empresas, cresceu 
vertiginosamente. 
Dentre as principais ferramentas ou modelos de negócios utilizados em 
medicina diagnóstica, estão: o Lean Thinking, modelo de gestão com base em 
mapas de valor e eliminação de desperdícios, difundido pela Toyota e focado em 
velocidade e eficiência, e o Seis Sigma, ferramenta estatística de análise de 
variações, introduzida pela Motorola, focada principalmenteem precisão e acurácia. 
Diversos artigos publicados demonstram os resultados desses modelos, 
comprovando seu benefício para as operações técnicas, mediante a diminuição de 
erros, para os processos, melhorando a oferta dos serviços, e economicamente, 
gerando melhores margens para as empresas (NOVIS; KONSTANTAKOS, 2006 
apud CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
A utilização dessas ferramentas de gestão extrapola a medicina laboratorial 
e abrange todo o sistema de saúde, sendo discutida como potencial modelo de 
melhoria na qualidade em saúde, reduzindo os erros que levam milhares de 
pacientes a sequelas ou óbitos por tratamentos e diagnósticos não acurados, muitas 
vezes com base até em problemas regulatórios e de mercado (SPEAR, 2005 apud 
CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
A ferramenta Seis Sigma passou a ser utilizada a partir dos anos 1990 em 
serviços médicos, iniciando suas implementações em hospitais nos EUA. Sua 
 
 
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estratégia é monitorar o processo e mantê-lo sob estabilidade, por meio de 
classificação, padronização e comparação dos processos, resultando em 
metodologias de busca da melhoria contínua (BERLITZ; HAUSENN, 2005). 
Outras ferramentas já foram estudadas e também demonstraram resultados 
importantes quando aplicadas em empresas de saúde. 
b) Inserção de novos testes no mercado e rol de procedimentos 
Devido ao crescimento das pesquisas na área médica, com base cada vez 
mais na genética, o uso dos testes laboratoriais será mais frequente e abrangerá 
todas as fases da cadeia de saúde: prevenção, diagnóstico, prognóstico e 
acompanhamento terapêutico. 
Após a II Guerra Mundial, com o advento de imunoensaios, automação, 
computação e técnicas moleculares, o número de testes laboratoriais nos EUA 
cresceu em 12% ao ano (BURKE, 2000 apud CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
A evolução de testes e metodologias laboratoriais sofre diferentes influências 
já reportadas, como regulamentações, remuneração, mudanças na prática médica, 
tecnologia diagnóstica, custos e práticas de mercado (LABEAU, 1998 apud 
CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
A educação orientada aos médicos referente à solicitação dos exames 
também será cada vez mais abrangente. Nos EUA, estudos demonstraram que 
apenas dois terços das universidades de medicina lecionavam medicina laboratorial. 
O resultado dessa baixa penetração pode ser traduzido pela significativa 
quantidade de exames solicitados com impacto pouco significativo no diagnóstico 
médico ou, ainda, pelos testes obsoletos que constam no rol das agências 
reguladoras e são comumente solicitados aos laboratórios em geral. 
Segundo Burke (2000 apud CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011), o 
aumento dos novos testes disponíveis ocorrerá de forma acelerada. As técnicas 
moleculares dominarão a medicina laboratorial, serão automatizados, com preços 
acessivos e orientados à medicina personalizada. 
A utilização da avaliação de tecnologias em saúde (ATS) permitirá a 
padronização e a inserção no mercado de testes que apresentem custo-efetividade, 
 
 
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definidas por meio de estudos abrangentes de custos, resultados (segurança e 
benefícios à saúde) e impactos (ético, social e organizacional). Com a ferramenta 
ATS, haverá também um processo definido e padronizado de inclusão de novas 
tecnologias no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar 
(ANS), órgão de regulamentação da saúde suplementar no Brasil. 
A Figura abaixo demonstra o fluxo de inclusão de novas tecnologias no 
mercado (ANVISA, 2008). 
Fluxo de inclusão de novas tecnologias no mercado 
 
Fonte: ANVISA (2008). 
A Agência Nacional de Saúde (ANS) definiu uma nova versão em 2008 dos 
procedimentos que obrigatoriamente devem ser cobertos para todos os 
beneficiários. Nesse rol, estão cerca de 2.900 itens. Essa ação é pautada na 
cobertura e não na remuneração e, na visão das operadoras, aumentará os custos 
assistenciais em até 10%, fato não endossado pela ANS. Essa percepção de 
aumento na sinistralidade tende a intensificar a pressão por custos sobre os 
prestadores. 
A velocidade da descoberta de novas tecnologias médicas aumenta a cada 
ano. Nos EUA, um estudo realizado com número significativo de laboratórios, em 
1998, demonstrou que 55% destes haviam descontinuado algum tipo de exame nos 
 
 
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últimos dois anos, sendo 75% dos casos devido a mudanças de tecnologia, 
seguidos por fatores de regulamentação. Citou-se, ainda, que 39% das empresas 
haviam incluído pelo menos algum teste no menu praticado. As razões do acréscimo 
desses exames foram em 22% dos casos para melhorar o gerenciamento dos 
pacientes, 19% para atender as necessidades dos clientes e comunidades 
atendidas, 13% devido a melhores tecnologias disponíveis no mercado e 11% pelo 
teste ser mais apropriado para determinado diagnóstico com base em novos 
conhecimentos médicos. O custo e a margem por exame foram citados em 24% dos 
casos como causa secundária de decisão. 
A medicina com base em evidências é uma das principais ferramentas para 
direcionamento dos testes a serem utilizados para determinados diagnósticos, tendo 
como base a efetividade dos exames. As principais finalidades das diretrizes são 
disseminar as melhores práticas, reduzir a variabilidade, elevar a confiabilidade dos 
testes para a decisão médica, aumentar a qualidade da assistência em saúde e a 
facilidade de disseminação e desenvolvimento profissional, auxiliar pesquisas 
clínicas e, por fim, melhorar a relação custo-efetividade do diagnóstico. 
No desenvolvimento de diretrizes diagnósticas, não apenas devem ser 
levadas em consideração as publicações científicas de alto padrão, mas também 
informações sociais, éticas, financeiras e considerações regionais (CAMPANA; 
OPLUSTIL; FARO, 2011). 
c) A qualidade dos serviços em medicina diagnóstica 
A qualidade em assistência à saúde é percebida como fator qualificador de 
posicionamento e permanência no mercado. Hoje, há forte preocupação dos 
laboratórios em buscar formas de acreditação ou certificação da qualidade, ação 
apoiada e promovida pelas sociedades da classe. 
Em 1999, a Associação Mundial de Sociedades de Patologia e Medicina 
Laboratorial (WASPALM) e a Federação Internacional de Química Clínica (IFCC) 
publicaram uma declaração sobre a acreditação de laboratórios clínicos referindo 
que é do interesse dos pacientes, da Sociedade e do Governo que os laboratórios 
clínicos operem dentro de altos padrões de competência profissional e técnica 
devida, a saber: 
 
 
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 as decisões quanto a diagnóstico, prognóstico e terapêutica têm, 
frequentemente, base nos resultados ou na interpretação de exames 
laboratoriais e, portanto, danos irreversíveis podem ser causados por 
resultados errôneos; 
 os usuários de serviçosde laboratórios, tanto pacientes quanto médicos, 
podem não possuir conhecimentos técnicos suficientes para avaliar se um 
laboratório está operando em nível satisfatório de qualidade; 
 os pacientes e, em menor grau, os médicos podem não ter opção quanto a 
qual laboratório utilizar; 
 os exames de laboratório podem ser dispendiosos e pacientes, seguradoras 
ou governo, que pagam os exames, têm o direito de esperar que o laboratório 
forneça informações válidas; 
 é do interesse dos laboratórios que sua competência seja atestada por 
processo de auditoria, por comparação com padrões apropriados e que isso 
se torne público. 
Essa mesma declaração afirma que a acreditação é uma auditoria externa 
da capacidade do laboratório em oferecer serviços de alta qualidade, relacionando, 
assim, a qualidade dos serviços ofertados com a segurança do paciente. 
Qualidade, nesse contexto, pode ser definida como um conjunto de 
características de uma entidade que se relacionam com sua habilidade em satisfazer 
necessidades implícitas ou estabelecidas. É fornecer ao cliente informação 
clinicamente efetiva de maneira eficaz, sob o ponto de vista custo-benefício 
(SHCOLNIK, 2002). 
Diferentes modelos de programas de acreditação e certificação estão 
disponíveis no mercado e devem ser direcionadores dos processos das empresas 
de medicina diagnóstica. Como exemplo, podemos citar órgãos nacionais como: 
 Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC); 
 Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML); 
e, 
 
 
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 Organização Nacional de Acreditação (0NA). 
E internacionais como os programas do College of American Pathologists 
(CAP) e o Joint Comission (JCI). 
d) Modelos de operação: consolidação, associações, entre outros 
Uma das principais discussões atuais refere-se aos novos movimentos do 
mercado de medicina diagnóstica. A pressão por custos e a dificuldade de 
acompanhamento nos investimentos em tecnologia realizados pelos líderes de 
mercado corroboraram para que as empresas familiares, maioria entre as empresas 
de medicina diagnóstica, iniciassem diferentes modelos de operação para sustentar-
se ou garantir sua permanência no mercado. 
Campana, Oplustil e Faro (2011) observaram a partir daí uma série de novas 
ações realizadas, como abertura de capital para o mercado, associação em clusters 
de produção, aquisições de empresas por prestadores (consolidação) e operadoras 
de saúde (verticalização), terceirização das áreas técnicas, etc. 
Esse mesmo movimento ocorreu por todo o mundo, com instituições 
crescendo de forma expressiva tanto organicamente como por aquisições, como 
Labcorp Inc. nos EUA, BML Diagnostics no Japão e Unilabs/Capio atuante em 
praticamente toda a Europa, e também formando empresas que extrapolam as 
dimensões continentais, como Quest Diagnostics Inc., presente nos EUA e na índia 
e Sonic Healthcare, atuante nos países da Oceania e recentemente nos EUA. 
Os autores acima consideram o mercado de medicina diagnóstica no Brasil 
bastante pulverizado, com cerca de 20 mil empresas atuantes, segundo o CNES. 
Apesar da maioria do volume de exames disponível para o setor privado ser 
absorvida por número reduzido de empresas e estimam que o crescimento dos 
laboratórios de análises clínicas, em média, esteja em torno de 10% ao ano, com 
base no crescimento de vendas da indústria de diagnóstico in vitro, segundo dados 
da Câmara Brasileira de Diagnóstico (CBDL). 
O aumento das classes econômicas C e D é outro fator que levou as 
empresas a focar investimentos e atuações nesse ramo, oferecendo exames a 
 
 
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preços acessíveis e abrangendo a população não beneficiária de assistência privada 
e que encontra dificuldades no atendimento público. 
O processo de consolidação do mercado de medicina diagnóstica, ainda que 
incipiente, deverá continuar pelas próximas décadas e possivelmente atrairá novos 
grupos interessados nesse modelo de crescimento. Entende-se como principal 
benefício da consolidação, a velocidade de crescimento e de geração de escala para 
as companhias alcançarem seus objetivos de custos e sinergias. 
A associação entre diversas empresas nos denominados clusters de 
produção traz como principais benefícios a redução de custos diretos e a troca de 
experiências técnicas e de gestão; e deve continuar como uma das tendências 
desse mercado e ampliar seu escopo para maior integração de diferentes áreas das 
empresas, alcançando sinergias em setores administrativos, por exemplo. Esse 
modelo deve ter sua base de crescimento e de atuação de forma regional 
(CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
Outra tendência é o aumento das empresas denominadas nicho, isto é, 
aquelas que se posicionam de forma específica em seus produtos e serviços, 
oferecendo testes diferenciados e tecnologias novas. 
e) Automação, consolidação e integração 
Tradicionalmente, os laboratórios operam de forma departamentalizada e 
orientada por serviços (bioquímica, endocrinologia, hematologia, etc.). Esse modelo 
de operação demonstrou ser pouco eficiente e, por outro lado, a consolidação e a 
integração entre as áreas geram redução dos custos dos laboratórios e tende a 
aumentar com a utilização da automação pré-analítica (MARKIN; WHALEN, 2000 
apud CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
Automação laboratorial consiste na integração entre hardware e software 
desenhados para o processamento e a análise por completo das amostras e evoluiu 
de uma operação com base em aspectos mecânicos nos anos 1970 para um 
sistema orientado por informações complexas na década de 1990. 
Os métodos automáticos foram introduzidos na patologia clínica/medicina 
laboratorial nos anos 1950 pela Technicon por meio dos conceitos de fluxo contínuo. 
 
 
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Uma das principais evoluções foi a utilização de equipamento multicanal, que 
permitiu a realização de dosagens de diversas substâncias em únicas plataformas. 
Atualmente, a maioria do volume processado nos laboratórios de análises 
clínicas está contemplada pelos equipamentos automatizados. Apesar de 
estimarmos mais de 5 mil tipos diferentes de exames disponíveis no mercado, um 
número reduzido destes é responsável por mais de 80% das rotinas técnicas em 
laboratórios com perfis ambulatoriais e hospitalares. As empresas voltadas para o 
mercado de apoio ou referência laboratorial apresentam um mix de exames 
diferente, sendo que as técnicas manuais ou “especializadas”, como 
radioimunoensaio, biologia molecular, cromatografia, entre outras, absorvem uma 
parte significativa do total de exames processados. 
A consolidação de um número maior de tipos de ensaio e metodologia em 
equipamentos gera resultados importantes aos laboratórios em termos de 
produtividade, diluição de custos de insumos acessórios, menor manipulação de 
amostras, menor número de tubos por pacientes e, consequentemente, menor 
chance de erros. 
A automação em análises clínicas pode ser dividida em três principais 
modelos de operação, combase na disposição dos hardwares envolvidos: a) 
Automação Modular (MA); b) Automação Total (TLA); e, c) Automação Direcionada 
por Tarefas (TTA). 
Todas essas modalidades integram, de diferentes formas, as fases pré-
analítica, analítica e pós-analítica. A implementação de um tipo ou outro de 
automação requer estudo detalhado e avaliação de variáveis diversas, como volume 
de exames, mix de exames, atributos estratégicos desejados para a operação, 
níveis de serviços acordados com clientes, capacidade instalada e previsão de 
crescimento, necessidade de investimento, retorno sobre o capital investido e custo-
benefício (CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
A escolha do modelo de operação deve considerar também o processo de 
produção do laboratório, sua relação com a assistência em saúde e o foco da 
empresa como negócio, resultando em indicadores financeiros (preferencialmente 
 
 
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retorno sobre investimento (ROI), operacionais e de melhoria dos processos 
(ANVISA, 2008). 
Aqui os principais pontos-chave para a implementação de automação 
laboratorial seriam: envolvimento de todas as partes relacionadas (stakeholders), 
com destaque para os funcionários e a equipe, justificativas financeiras e de 
investimentos, utilização de ferramentas de gerenciamento de projetos, alinhamento 
com o Sistema de Informação Laboratorial (LIS), definição de mix de exames a ser 
processado, estudo de logística de materiais, entre outros (YOUNG, 2000 apud 
CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
Os autores ressaltam que a evolução da automação laboratorial, em todas 
as suas fases, está intimamente relacionada com a evolução em tecnologia da 
informação (TI), incluindo os processos automáticos pós-analíticos, por meio de 
fluxogramas de interpretação (delta check, lógica fuzzy, etc), protocolos de repetição 
e diluição de exames, testes reflexos, etc. 
f) Tecnologia da informação 
A TI é uma das principais forças de mudança no mercado de medicina 
diagnóstica e permitirá uma integração cada vez maior dos diferentes players e 
segmentos da cadeia, como fontes pagadoras, prestadores, fornecedores, etc., e um 
controle mais eficaz da operação em todos os seus níveis, auxiliando na geração de 
valor a todas as partes relacionadas. 
A seguir, as principais tendências e modificações estruturais que a TI trará 
para o mercado de medicina diagnóstica, isto é, o direcionamento da informação do 
laboratório clínico do futuro: 
 integração técnica e organizacional dos processos laboratoriais e 
gerenciamento da informação; 
 evolução dos laboratórios para organizações virtuais/digitais desenhadas para 
relacionar-se com redes descentralizadas; 
 evolução das bases de LIS para arquiteturas com base na internet; 
 evolução dos laudos com base em texto para bases de imagens e internet; 
 
 
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 ênfase na necessidade de informação dos clientes (médicos e pacientes); 
 maior preocupação com segurança, confidencialidade e legislações. 
Um importante exemplo de evolução da TI em saúde é o estabelecimento, 
por parte da ANS, de um padrão de Troca de Informação em Saúde Suplementar 
(TISS), para registro e intercâmbio de dados entre as operadoras e os prestadores 
de saúde, prevendo benefícios, como maior velocidade na comunicação, redução do 
uso de papel, facilidade na obtenção de dados para estudos epidemiológicos, 
realização de análises de custos, benefícios e investimentos, redução de custos 
administrativos, comparação de desempenho entre instituições e melhoria na 
qualidade da assistência à saúde. Ressalte-se que estes são os objetivos da TISS e 
não os resultados alcançados até o momento. 
g) Medicina personalizada e genética 
A medicina personalizada também é uma das tendências da assistência 
médica no mundo. Podemos defini-la como a utilização da genética e das 
características individuais como direcionadora dos métodos diagnósticos e 
terapêuticos. Os principais exemplos da medicina personalizada referem-se aos 
testes genéticos que designam escolhas terapêuticas individuais. Os testes 
genéticos já validados devem ser submetidos a estudos de sensibilidade, 
especificidade e valores preditivos em relação aos genótipos (validação analítica) e 
resultados assistenciais (validação clínica), assim como deve ser definido o custo-
benefício de cada um desses ensaios, direcionando, principalmente para a 
população-alvo, implicações sociais, fenotípicas e de resultados financeiros 
(CAMPANA; OPLUSTIL; FARO, 2011). 
Algumas dificuldades e barreiras existem para a introdução dessa medicina 
na prática, como descobertas e definições que doenças de alta prevalência, como 
neoplasias, doenças cardíacas e diabetes, têm como base etiológica os 
componentes genéticos complexos e não mendelianos, dificultando a identificação 
dessas mutações. Variantes de múltiplos genes contribuem para uma pequena parte 
do risco total do paciente. 
Diversas dificuldades são encontradas na introdução desses testes nas 
rotinas médicas, como o relacionamento com as fontes pagadoras, pois ainda são 
 
 
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testes de alto valor, e a necessidade de estudos clínicos que demonstrem 
claramente o benefício da medicina personalizada. 
A evolução dos testes moleculares tornará essa metodologia acessível aos 
laboratórios clínicos, por meio de screenings de predisposições genéticas às 
doenças específicas, detecção de doenças infecciosas e determinação de 
expressões gênicas e moleculares. São previstos também a integração dessas 
metodologias à automação já existente, introduzindo esses ensaios nas rotinas 
laboratoriais. 
O advento desses testes genéticos implica em uma compreensão de 
qualidade de vida pelos pacientes de forma ambígua, podendo ser positiva pela 
possibilidade de prevenir a doença ou negativa pelo conhecimento da probabilidade 
de desenvolvê-la. Além disso, completam Campana, Oplustil e Faro (2011), devem 
ser considerados estudos de avaliação de tecnologias em saúde. 
 
2.6 Identificação e avaliação de riscos e perigos 
Embora tenhamos um módulo específico para estudarmos a questão da 
biossegurança, é oportuno relembrar algumas reflexões iniciais sobre os riscos e 
perigos decorrentes da atividade relacionada com a medicina laboratorial. 
Faria et al. (2011) resumem perigo e riscos da seguinte maneira: 
Os perigos no ambiente de trabalho estão relacionados com qualquer tipo de 
fonte potencialmente danosa, em termos de lesões, ferimentos ou danos para a 
saúde ou uma combinação desses fatores. 
Os riscos são consequências dos perigos existentes no laboratório. Os 
laboratórios clínicos apresentam múltiplos riscos ocupacionais aos trabalhadores, 
categorizados como riscos biológicos, físicos, químicos, ergonômicos e para 
ocorrência de acidentes. É importante o laboratório identificar os riscos, avaliar os 
impactos que podem afetar o negócio e estabelecer critérios de priorização para a 
tomada de decisões, implementando estratégias e ações preventivas, a fim de evitar 
a instalação de falhas ou danospotenciais. 
A norma NBR ISO 31000:2009 – gestão de riscos, princípios e diretrizes, da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), orienta e facilita essa 
 
 
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identificação em sua avaliação e na priorização para a tomada de decisões, 
propiciando a implantação de estratégias para melhorar a gestão de riscos 
laboratoriais. 
Perigo no ambiente de trabalho é definido como qualquer fonte, situação ou 
ato com potencial para dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a 
saúde ou uma combinação destes. Já o risco é consequência do perigo. Portanto, se 
os perigos estiverem ausentes, não há riscos no ambiente de trabalho. Como isso é 
praticamente impossível, trabalha-se na minimização do risco e dos impactos por 
meio de ações de bloqueio, mecanismos de controle e educação dos envolvidos, 
buscando-se maiores níveis de conscientização para as questões de saúde e 
segurança ocupacionais. 
Como o laboratório clínico é um lugar com inúmeras fontes de perigo, torna-
se relevante o levantamento dos perigos para identificá-los adequadamente e avaliar 
os riscos a que estão submetidos os trabalhadores e terceiros que prestam serviços 
em suas instalações e vizinhança. Em consequência, os riscos no laboratório são 
multidimensionais, tanto do ponto de vista da estabilidade como da previsibilidade 
dos resultados. A gestão de riscos envolve necessariamente todos os níveis da 
empresa. 
Por que insistimos nessa questão? Devido a importância de alertá-los para a 
questão da sustentabilidade e da continuidade da realização dos serviços, que se 
relaciona com a implantação e a manutenção de um ambiente saudável no 
laboratório. 
A norma Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS), 
18001:2007, contribui para o planejamento no reconhecimento dos perigos, na 
identificação dos riscos de exposição e, essencialmente, na promoção de ações, 
orientando a introdução de mecanismos de controle operacionais, o monitoramento 
das ações de bloqueio e o estabelecimento de instruções de trabalho associadas ao 
assunto. 
Considerar todos esses fatores de exposição dos trabalhadores em um 
sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional é fundamental para o 
 
 
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desenvolvimento de boas práticas e vigilância na saúde do trabalhador, criando-se 
um ambiente de trabalho seguro (FARIA et al., 2011). 
Os perigos mais comuns no cotidiano podem ser divididos em físicos, 
químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes. Durante a jornada de trabalho, os 
funcionários do laboratório estão continuamente expostos a situações de risco, que 
podem gerar danos à sua saúde. 
Objetivamente, os agravos à saúde relacionados com o trabalho estão 
classificados em dois grupos. No primeiro, correlacionados com aspectos de 
segurança no ambiente de trabalho, incluem-se aqueles que demonstram a ruptura 
abrupta do equilíbrio entre as condições, o ambiente de trabalho e a saúde do 
trabalhador, como os acidentes do trabalho e as intoxicações agudas de origem 
profissional. O segundo grupo inclui os agravos de caráter crônico, isto é, a doença 
profissional típica, definida como inerente ou peculiar a determinado ramo de 
atividade. Essa categoria envolve as doenças relacionadas com o trabalho, que a 
Organização Mundial da Saúde (OMS) define como agravos, outros que, em adição 
a doenças profissionais legalmente desconhecidas, ocorrem em trabalhadores 
quando o ambiente ou condições contribuem significativamente para a ocorrência de 
doenças, porém em graus variados de magnitude. 
Os riscos físicos no laboratório envolvem a exposição excessiva a ruídos 
(por exemplo: centrifugação de materiais biológicos e automação laboratorial), 
radiações ionizantes (por meio da manipulação de radioimunoensaios) e variações 
de temperatura (ar condicionado, câmaras frias, autoclaves). 
Profissionais de saúde têm mais riscos de exposição a certas doenças 
infecciosas transmissíveis por via respiratória, devido à exposição a sangue e fluidos 
orgânicos, por via fecal-oral e por contato. A exposição ocupacional ao material 
biológico representa um risco aos trabalhadores dos laboratórios clínicos, devido à 
possibilidade de transmissão de patógenos, como os vírus das hepatites B e C (HBV 
e HCV) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV). As consequências dessa 
exposição podem afetar diretamente os trabalhadores, atingindo-os nos aspectos 
físico, psicológico, familiar e social. 
 
 
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As avaliações de risco e vigilância em saúde para a exposição a agentes 
químicos no ambiente de trabalho se justificam pelo crescimento do uso de 
substâncias químicas nas atividades de produção, armazenamento e transporte. 
Isso também pode ocasionar um impacto marcante no meio ambiente e na saúde do 
homem, tanto em razão da exposição ocupacional quanto da contaminação 
ambiental decorrente deles. Em nível global, essa exposição também aumenta no 
número de trabalhadores expostos a esses riscos. Porém, nem sempre a exposição 
a produtos químicos resulta em efeitos prejudiciais à saúde. Ela dependerá de 
fatores como tipo de agente químico e sua concentração, frequência e duração da 
exposição, práticas e hábitos laborais e suscetibilidade individual. 
Acidentes químicos correspondem a eventos agudos, como explosões, 
incêndios e emissões, atuando individualmente ou combinados, envolvendo uma ou 
mais substâncias perigosas, com potencial de causar simultaneamente múltiplos 
danos ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos expostos. A ampliação das 
consequências desses acidentes não se restringe somente à possibilidade de 
causar óbito, mas engloba o potencial da gravidade e a extensão de seus efeitos, 
que podem ultrapassar os limites espaciais (laboratório, vizinhança, cidade) e 
temporais (teratogênese, carcinogênese, mutagênese e danos a órgãos-alvo 
específicos). 
No laboratório, há outros fatores de exposição, como os ergonômicos, 
mecânicos e de acidentes, que também impactam a integridade da saúde dos 
trabalhadores. 
Os riscos ergonômicos e psicossociais no laboratório decorrem da 
organização e da gestão do trabalho; podem ser apontados os esforços repetitivos, 
os turnos diferenciados de trabalho e o controle rígido da produtividade. As medidas 
ergonômicas relacionadas com a postura no ambiente de trabalho, assim como as 
soluções implementadas preventivamente, são mais positivas, especialmente 
quando associadas à utilização de técnicas corretas no processo de trabalho 
(BRASIL, 2001; SILVA, 1998). 
Enfim, para cada macroprocesso, é preciso conhecer atividades e situações 
presentes em suas operações, regime da atividade, perigos relacionados, danos 
 
 
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potenciais, controles vigentes (equipamentos de proteção coletiva e individual, 
procedimentos, sinalizações)e postura em relação à segurança. A identificação de 
perigos considera as interações dos processos com funcionários, contratados, 
visitantes, clientes e vizinhança. Nela, o comportamento humano precisa ser 
considerado, devido à possibilidade de adesão ou não aos programas de Saúde e 
Segurança Ocupacional (SSO). 
Os perigos devem ser avaliados em todas as situações, corriqueiras/normais 
do cotidiano laboratorial ou anormais, e para os potenciais acidentes que podem vir 
a acontecer no âmbito laboratorial. Deve-se observar, nessa avaliação, a existência 
ou não de legislação específica aplicável ao ambiente de trabalho que está tendo 
seus perigos e riscos avaliados. É importante considerar o layout do local de 
trabalho, os processos, as instalações, os equipamentos, os procedimentos 
operacionais e a organização do trabalho, o qual deve ser revisto periodicamente, 
condicionando-se a remodelações nos processos, inovações de área física e/ou 
introdução de novas atividades. A responsabilidade pelo levantamento é dos 
gestores em conjunto com os responsáveis de cada atividade. 
O detalhamento dos danos potenciais é importante porque são essas as 
informações que auxiliarão a formação de critérios a serem usados na classificação 
dos riscos. Para facilitar essa tarefa, recomenda-se a preparação prévia de uma 
tabela com os perigos e danos correspondentes. Nela descrevem-se a natureza, o 
tipo do perigo e o dano correspondente com a pontuação para seu nível de 
severidade: discretamente prejudicial (1); prejudicial (2); e, extremamente prejudicial 
(3). 
Os riscos podem ser reduzidos a partir da seguinte hierarquia: eliminação, 
substituição, controles de engenharia, sinalizações de riscos e equipamento de 
proteção individual. 
As mudanças impactam vários aspectos no laboratório, como cultura, 
métodos de trabalho, tecnologias e formas como os indivíduos interagem entre si, e 
os processos sobre os quais passarão a atuar (FARIA et al., 2011). 
 
 
 
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UNIDADE 3 - HISTÓRIA E CONCEITO DE MICROBIOLOGIA 
 
Microbiologia é o ramo da Biologia dedicado ao estudo dos seres vivos 
microscópicos, geralmente muito pequenos para serem observados a olho nu. A 
palavra “microbiologia” deriva de três palavras gregas: mikros, pequeno; bios, vida; 
e, logus, ciência. No campo da Microbiologia estão incluídas as bactérias 
(Bacteriologia), fungos (Micologia), vírus (Virologia), algas microscópicas e 
protozoários (Parasitologia ou Protozoologia). 
Como microrganismos não podem ser vistos a olho nu, apesar de alguns 
tipos de bactérias, algas e fungos terem sido observados por Leeuwenhoek (1675), 
foi somente com o desenvolvimento de modernos microscópios ópticos compostos, 
do microscópio eletrônico e de técnicas especializadas que os pesquisadores 
tomaram conhecimento do grande número e da variedade de microrganismos. 
Nosso meio ambiente está repleto de microrganismos, tanto que as 
bactérias e os fungos degradam resíduos orgânicos como plantas e animais mortos, 
despejos de esgoto e restos de alimentos, representando o grupo de seres vivos 
mais amplamente distribuído na Natureza. 
Calcula-se que em cada indivíduo existem 100 trilhões de microrganismos, 
que estão distribuídos na pele e mucosas, cabelos, superfícies dos dentes e ao 
longo do intestino. Cada grama de fezes humanas contém cerca de 10 milhões de 
bactérias (JORGE, 2010). 
A princípio, os microrganismos foram considerados apenas como objetos de 
especulação, com pouco significado. Entretanto, com a contribuição de vários 
pesquisadores, a visão e a importância dos microrganismos mudou rapidamente. 
 
3.1 Alguns trabalhos importantes ao longo dos séculos 
Antony Van Leewenhoek (1632-1723) foi o primeiro homem a observar 
microrganismos. Durante cinquenta anos, em Delft, na Holanda, Leewenhoek 
realizou observações com ajuda de um microscópio rudimentar com aumentos 
calculados entre cinquenta a trezentas vezes. Com esses instrumentos, o 
 
 
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pesquisador realizou notáveis observações e descrições das formas microscópicas 
de vida. Entre suas observações, podem ser encontradas descrições de 
protozoários, formas básicas de bactérias, fungos e algas. Em 17 de setembro de 
1683, Leewenhoek relatou observações de microrganismos encontrados em sua 
cavidade bucal, com precisão de detalhes, descrevendo formas e movimentos, o 
que é aceito até os dias atuais. Novas observações de microrganismos bucais 
(superfície de dentes e língua) foram relatadas em cartas redigidas entre 1697 e 
1708. Observações de muitas outras descobertas do mundo microbiano foram 
relatadas e enviadas à Royal Society of London, considerada principal instituição 
científica da época. 
O francês Louis Pasteur (1822-1896) foi o primeiro cientista a atribuir uma 
função biológica para os microrganismos. As contribuições de Pasteur foram 
responsáveis por medidas mais eficazes na prevenção de doenças infecciosas e na 
compreensão dos aspectos básicos da vida dos microrganismos. 
Pasteur relatou importantes descobertas nas fermentações microbianas, 
pasteurização de produtos e alimentos e desenvolvimento de importantes vacinas 
efetivas frente a doenças como carbúnculo e raiva. O pesquisador contribuiu para a 
queda da teoria da geração espontânea, para o desenvolvimento de métodos de 
controle de microrganismos, assim como na relação entre esses microrganismos e 
doenças humanas e de animais. 
Robert Kock (1843-1910), médico alemão, demonstrou de maneira direta o 
significado etiológico das bactérias como agentes de doença infecciosa, o que foi 
confirmado posteriormente por Pasteur e outros cientistas. 
Kock estabeleceu uma sequência definida de etapas experimentais para 
demonstrar e comprovar que determinado microrganismo era, de fato, agente 
etiológico de determinada doença. A base teórica dessas etapas foi, na verdade, 
proposta por Jacob Henle, em 1840. Entretanto, com os experimentos de Kock 
comprovando correlação entre Bacillus anthracis e o carbúnculo, a teoria microbiana 
de doenças foi confirmada (JORGE, 2010). 
As etapas do Postulado de Koch são as seguintes: 
a) O agente etiológico deve ser encontrado em todos os casos da doença. 
 
 
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b) O microrganismo deve ser isolado do hospedeiro e crescer em cultura pura. 
c) A cultura pura do microrganismo suspeito deve reproduzir a doença específica 
após sua inoculação em animal suscetível. 
d) O mesmo microrganismo deve ser novamente isolado do hospedeiro infectado. 
Joseph Lister (1827-1912), médico inglês, impressionado com os trabalhos 
de Pasteur sobre microrganismos, concluiu que a infecção cirúrgica, muito comum 
na época, deveria ser de origem microbiana. 
Lister estabeleceu uma série de procedimentos visando prevenção de 
acesso de microrganismos aos ferimentos após atos cirúrgicos, como esterilização 
de instrumentais e aplicação de antisépticos nos ferimentos. Os processos de Lister 
foram inicialmente recebidos com críticas pela medicina da época, mas 
posteriormente provaram

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