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Interpretação de Exames Laboratoriais - COMPLETA

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INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS 
 
EMENTA 
Capacitar o aluno para a obtenção de conhecimentos teóricos e práticos 
necessários ao exercício da atividade de Auxiliar de Saúde Bucal, dentro dos 
princípios éticos e legais da profissão. O curso de Gestão Laboratorial discorre 
sobre todos os procedimentos que cabem a um laboratório clínico, recursos 
materiais e humanos, além de gestão de qualidade e organização. 
 
 
Conteúdo Programático: 
O que é um laboratório de análises clínicas; Hematologia; Urinálise; 
Parasitologia; Microbiologia; Programa de gestão ambiental; Gestão de 
resíduos; Controle de qualidade em análises clínicas; Controle interlaboratorial; 
Fontes de variação nos ensaios laboratoriais; Indicadores laboratoriais; 
Qualidade e tendência de mercado em análises clínicas; Tendências 
ferramentas para análise de custos, levantamentos; Estatísticos e relatórios 
gerenciais; Ferramentas de gestão; Bases estatísticas; Bioética em laboratórios 
de análises clínicas; Legislação pertinente a atividade de um laboratório de 
análises; Clínicas; Segurança; Níveis de risco e a rotina de trabalho em um 
laboratório de Análises clínicas; Organização do ambiente laboratorial; 
Equipamentos de proteção individual e equipamentos de Proteção coletiva; 
Equipamentos de proteção individual (EPI); Kit de limpeza; Autoclavagem; 
Descontaminação; Manuseio, gerenciamento e descarte de resíduos sólidos nos 
Serviços de saúde e Acondicionamento para o transporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Qual seria a real importância de um laboratório de análises clínicas? Seria 
principalmente oferecer a prestação de serviços de saúde à população, visando 
sempre à qualidade na realização dos procedimentos e satisfação dos clientes. 
Porém, quem seria o responsável por administrar e organizar todo o pessoal e 
as tarefas envolvidas nesses procedimentos? Nesse caso seria um gestor, ou 
seja, quando se fala em um gerir, logo se pensa em administrar algo, portanto 
um curso de gestão laboratorial visa apresentar aspectos relacionados ao perfil 
de um administrador. 
O foco será voltado a um laboratório de análises clínicas, porém detendo-
se os conhecimentos básicos para a atuação nesse tipo de laboratório é possível 
estender a qualquer tipo de laboratório, visando objetivos clínicos, científicos ou 
acadêmicos. 
 
 
O QUE É UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
Um laboratório consiste em um espaço físico, uma unidade ou uma sala 
equipada com diversos instrumentos onde se realizam diversos tipos de exames, 
eles podem se apresentar de vários tipos dependendo das análises ao qual é 
direcionado e sua funcionalidade. 
Os laboratórios clínicos são locais destinados à realização de exames 
laboratoriais de pacientes com a finalidade de fornecer informações para o 
diagnóstico, prevenção ou tratamento de qualquer patologia ou para a avaliação 
da saúde do paciente, fornecendo dados relevantes para os profissionais da área 
de saúde, tornando mais eficaz, rápido e acurado o tratamento dos pacientes 
(SCHMITZ, 2007, p.11). 
Os laboratórios podem ser de origem privada ou pública e têm por 
finalidade oferecer seus serviços dentro de um alto padrão de qualidade. Os 
profissionais aptos a exercer a função de analista clínico são: o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
médico, o biomédico, o farmacêutico e o biólogo. Possibilitando uma interação 
com outros habilitados em nível médio: o auxiliar em laboratório e o técnico em 
análises clínicas. A união desses profissionais permitirá a realização dos exames 
laboratoriais, onde cada um realizando o seu papel, com sua devida importância. 
 
EXEMPLO DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
<http://www1.imip.org.br/cms/opencms/imip/pt/assistencia_ 
saude/serv_diag_terapia/lab_analise_clinica.html?p=4> 
 
SETORES QUE COMPÕEM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
 
 Quando um cliente vai até um laboratório clínico requisitar algum exame, 
geralmente tem um local em que ele é identificado e entrega a requisição do 
médico, assim com essas informações a atendente saberá para onde lhe 
encaminhar, este local é conhecido como a sala de recepção. Em que o cliente 
entregará as amostras que trouxe de casa (fezes, urina, por exemplo) ou poderá 
ser acompanhado por um técnico para uma sala onde coletará material biológico 
(sangue, por exemplo). Essas são as chamadas salas de coleta, os 
equipamentos e materiais utilizados nessas salas mudam de acordo com o 
material a ser coletado. Por exemplo, na sala de coleta de sangue será diferente 
de uma sala de coleta de secreção vaginal. Depois da coleta, o 
material precisará ser analisado e por isso é destinado para o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
setor técnico responsável. Os setores técnicos são divididos de acordo com a 
análise que vai se realizar do material. Há setores básicos de um laboratório: 
Hematologia, Imunologia, Bioquímica, Microbiologia, Parasitologia e Urinálise. 
Por último há o setor administrativo, que cuida da parte gerencial do laboratório, 
nesse setor o gestor atuará, portanto se faz necessário um conhecimento básico 
do funcionamento de todos os outros setores. Essas divisões não existem por 
acaso, assim como o funcionamento do laboratório, elas também estão 
regulamentadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
 
ATENDIMENTO 
 
 Neste setor o paciente será cadastrado e encaminhado ao setor da 
Coleta, nele são dadas também as informações necessárias para a retirada dos 
resultados dos exames. Muitas vezes é o primeiro contato do paciente com o 
laboratório, portanto o tratamento oferecido deve ser procedido de uma maneira 
agradável e igualitária para todos os pacientes, sendo provido de atenção, 
carinho e respeito por parte da equipe. 
É no primeiro atendimento que o paciente entregará a guia de solicitação 
de exames feito pelo médico e marcará o dia da coleta, em alguns casos a coleta 
pode ser feita no mesmo dia. Deverão ser dadas algumas orientações ao 
paciente sobre como ele deverá se preparar para a coleta das amostras. Cada 
exame tem seus procedimentos específicos de coleta e análise. Nesse 
momento, é essencial que um membro da equipe técnica saiba informar 
detalhadamente cada passo que antecede o exame! O resultado confiável 
depende de uma preparação adequada para o dia da coleta. Por exemplo, se 
uma paciente chegar para realizar um exame de glicose e não ter respeitado as 
horas de jejum, o resultado com certeza será alterado. 
Segundo o manual da ANVISA (2005, p.08), para fazer o cadastro do 
paciente, o laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem solicitar ao 
paciente documento que comprove a sua identificação. O cadastro do paciente 
deve incluir as seguintes informações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório; 
b) nome do paciente; 
c) idade e sexo; 
d) telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; 
e) nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou 
incapacitado; 
f) nome do solicitante; 
g) data e hora do atendimento; 
h) horário da coleta, quando aplicável; 
i) exames solicitados e tipo de amostra; 
j) quando necessário: informações adicionais, em conformidade com o 
exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação 
clínica, dentre outros de relevância); 
k) data prevista para a entrega do laudo; 
l) indicação de urgência, quando aplicável. 
Um dos erros mais comuns observados em um laboratório clínico é a 
demora no atendimento, geralmente causa muito desconforto e frustração nos 
clientes na recepção de um laboratório clínico. Uma vez que se oferecem 
serviços de saúde, várias considerações devem ser observadas durante o 
atendimento, sendo necessária certa agilidade para otimizar o processo, porém 
devem ser observadas características como organização e segurança para 
minimizarerros e evitar prejuízos ao laboratório e garantir qualidade de 
atendimento ao cliente. 
 
 
SETOR DE COLETA 
 
 
Um laboratório clínico ou um posto de coleta laboratorial deve 
disponibilizar aos clientes ou responsáveis, instruções escritas, apresentando 
uma linguagem acessível e descrevendo orientações sobre o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
período pré-coleta de amostras, para esclarecer as dúvidas dos pacientes. A 
coleta das amostras só deverá ser feita por técnico qualificado, onde se espera 
que este seja ágil e transmita segurança ao paciente. Após coleta das amostras, 
procederá a realização dos exames, gerando posteriormente um laudo. Vale 
lembrar que os instrumentos de coleta mudam em função do exame a ser feito. 
 
 
 
2.2.1 Salas de coleta de sangue 
 
 
De maneira geral a coleta de sangue não é uma situação agradável, em 
vista disso o paciente deve ser tratado com paciência e sentir-se seguro, assim 
o trabalho se tornará mais fácil e a coleta será feita da melhor maneira possível. 
As salas de coleta de sangue são destinadas à realização de exames 
hematológicos, imunológicos e bioquímicos. Essas salas são equipadas com 
materiais apropriados, na listagem dos mais importantes estão: cadeira reta com 
braçadeira, algodão, seringa e agulhas descartáveis, etiquetas para identificação 
da amostra, luvas descartáveis, tubos contendo reagentes específicos para 
coleta. 
Devem-se identificar os tubos utilizados para a análise antes da coleta, 
sendo que neles deve conter todos os dados do paciente, nesse momento 
podem ocorrer erros pela falta de atenção, onde pode haver misturas dos tubos 
ou ainda existir tubos sem identificação. Caso isso ocorra nunca se pode tentar 
adivinhar de quem foi a amostra, sendo importante assumir o erro e repetir a 
coleta. Existem diversos tipos de tubos para a coleta de sangue, identificados de 
acordo com o reagente utilizado para uma análise específica. 
 
TUBOS PARA COLETA DE SANGUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
<http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> 
 
Salas de coleta de secreção 
 
 
Outro tipo de sala que existe no laboratório são as salas para coleta de 
secreção, tais salas também são bem equipadas com material apropriado como: 
mesa ginecológica, foco de luz, espéculo vaginal, swabs, meios de cultura, luvas 
descartáveis, etc. As amostras a serem coletadas diferem de acordo com o sexo 
do paciente. Por exemplo, do homem será coletada a secreção uretral e da 
mulher a secreção endocervical, vaginal e uretral. Pode ainda existir a coleta de 
secreção anal, ocular e orofaringe, que são colhidas em ambos os sexos. As 
amostras deverão ser preparadas adequadamente e posteriormente levadas 
para análise. 
 
Transporte de Amostras 
 
 Após a realização da coleta e preparação adequada das as amostras, 
estas devem ser levadas ao setor técnico responsável, sendo esta uma fase 
muito crítica, pois todo bom trabalho de coleta pode se perder 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
caso o transporte não for adequado. Portanto, os laboratórios de uma maneira 
geral devem possuir instruções escritas que devem ser seguidas rigidamente, 
caracterizando o meio adequado de transporte para cada tipo de amostra, 
promovendo o estabelecimento de prazos, condições de temperatura e padrão 
técnico para garantir a integridade e estabilidade das amostras. 
 
PROCESSOS OPERACIONAIS 
 
 Toda prestação de serviços ao cliente necessita de um processo para 
sua realização. Frequentemente baseado em um processo com atividades 
interligadas em uma sequência lógica, utilizando recursos da organização para 
gerar bons resultados, oferecendo um serviço que tenha valor para os clientes. 
Sendo assim, um processo deve dispor de entradas e saídas, além de tempo, 
espaço, ordenação, objetivos e valores que, ao serem interligados, poderão 
resultar em uma estrutura para fornecimento de produtos ou serviços ao cliente, 
em que a compreensão do processo estabelecido é considerada um fator 
essencial para o sucesso de qualquer negócio. 
O desenvolvimento de um processo gerencial para melhorias nas 
condições de qualidade e realização de procedimentos requer, 
necessariamente, o empreendimento de um esforço sistemático para projetar e 
implantar sistemas de medição e avaliação de desempenho. Significando que a 
medição e a avaliação da eficiência, qualidade, produtividade, e lucratividade 
são componentes integrantes de sistemas que oferecem de suporte ao processo 
de gestão, buscando principalmente a competitividade. 
É oportuno comentar que o mercado de análises clínicas, no Brasil, está 
passando por profundas transformações. A evolução tecnológica tem trazido 
grandes avanços, porém, as grandes dificuldades em se manter atualizado 
estão, principalmente, nos altos custos da tecnologia e os baixos valores pagos 
pelos serviços prestados. As perspectivas para o setor são no sentido de que 
quem acompanhar toda esta evolução alinhada à capacidade em gestão, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
continuará no mercado, pois aqueles que não evoluírem, não sobreviverão 
(MILAN E VERSETTI, 2012, p.1032). 
 
FASES DOS PROCESSOS OPERACIONAIS DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 FONTE: Cartilha de Análises Clínicas, 2007. 
 
Setores Presentes na Fase Analítica 
 
Quando se fala em fase analítica, refere-se à fase que compreende os 
procedimentos para a realização dos exames solicitados pelo médico, portanto 
abordaremos alguns aspectos essenciais de cada setor e algumas 
considerações importantes sobre os exames mais solicitados e como são 
realizadas as análises. 
 
Hematologia 
 
 Entende-se como hematologia a área que estuda os elementos celulares 
do sangue. O sangue é um tecido conjuntivo especializado constituído por 
elementos figurados que flutuam pelo plasma. Quando há 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
coagulação do sangue, é possível notar um líquido amarelo, este é o soro 
sanguíneo. É através da circulação sanguínea que as inúmeras células 
presentes no organismo recebem sua nutrição, realizam trocas gasosas e 
eliminam substâncias indesejadas. 
Faz-se necessário saber, que sangue é um dos principais e mais 
importantes fluídos corpóreos, em que sua porção figurada e composta por 
elementos celulares é constituída por eritrócitos, leucócitos e plaquetas e plasma 
sanguíneo é formado pela parte líquida, sendo à água seu principal constituinte, 
onde se é possível também encontrar proteínas, enzimas, hormônios, glicose, 
íons e outras substâncias. 
 
Exames laboratoriais 
 
 O hemograma é um exame que avalia as células sanguíneas do paciente, 
ou seja, hemácias (Eritrograma – série vermelha), leucócitos (Leucograma – 
série branca), além da contagem das plaquetas. 
Os principais exames realizados na série vermelha são: Contagem do 
número de eritrócitos (visando identificar alterações no número de glóbulos 
vermelhos, por exemplo, quando uma pessoa é acometida por anemia ocorre 
uma diminuição dos glóbulos vermelhos); Hemoglobina (quantidade da proteína 
hemoglobina presente nas hemácias, podendo ser utilizado como índice de 
capacidade de transporte de oxigênio); Hematócrito (que consiste no volume de 
todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra); Volume 
corpuscular médio (Também conhecido como VCM, é utilizado como índice que 
ajuda na observação do tamanho das hemácias e diagnóstico de anemia); 
Hemoglobina Corpuscular Média (também conhecido como HCM, que consiste 
no peso da proteína hemoglobina presente na hemácia); Concentração de 
hemoglobina corpuscular média (também conhecido como CHCM, que consiste 
na concentração da proteína hemoglobina presente dentro de uma hemácia). 
Os principais exames realizados na série banca são: Contagem do 
número de leucócitos (visa identificar alterações no número de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
células brancas presentes no sangue);Contagem do número de blastos (o 
aparecimento e o aumento do número dessas células podem indicar doenças 
como a leucemia); Contagem do número de eosinófilos (o aumento no número 
dessas células pode indicar processos alérgicos ou parasitoses); Contagem do 
número de neutrófilo (seu aumento pode indicar infecção bacteriana ou até 
mesmo uma infecção viral); Contagem do número de linfócitos (o aumento no 
número dessas células pode ser um indício de infecção viral ou leucemia 
linfocítica crônica); Contagem do número de monócitos (seu aumento pode estar 
relacionado a endocardite bacteriana ou leucemia mielomonocítica crônica). 
 
INTERPRETAÇÃO BÁSICA LABORATORIAL DE DADOS DE 
HEMOGRAMA 
 
 FONTE: CORREIA, 2012. 
 
 
As análises bioquímicas estudam os constituintes em vista de sua 
estrutura e função, além de aspectos químicos do sangue, da urina e de outras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
amostras biológicas. Os exames bioquímicos a serem realizados na parte líquida 
do sangue ou plasma sanguíneo são: 
• Plasma: as amostras são coletadas em tubos contendo anticoagulantes 
específicos com a finalidade de evitar a coagulação do sangue, geralmente os 
tubos utilizados são os tubos com tampa azul, roxa, verde ou cinza. 
• Soro: este material será obtido através da coleta realizada em tubos sem 
anticoagulante (tubo seco), com a finalidade de se ocorrer o processo de 
coagulação. Geralmente os tubos utilizados são os que possuem tampa 
vermelha ou amarela. 
Além dos citados anteriormente, os exames bioquímicos mais comuns 
realizados são para detecção dos seguintes componentes: Glicose; Creatinina; 
Colesterol total; Colesterol HDL; Triglicerídeos e Ureia. 
Outra área muito importante a ser analisada é a imuno-hematologia, que 
estuda aspectos do sistema imunológico e possibilita a realização de exames 
sorológicos, visando detectar a presença de proteínas com atividade 
imunológica. Vale ressaltar que o sistema imunológico compreende os 
mecanismos que o organismo usa para se proteger de invasores externos, como 
bactérias, vírus e parasitas entre outros elementos alergênicos. Sendo assim se 
faz necessário o conhecimento de alguns elementos presentes nos mecanismos 
de proteção e defesa que se baseiam em: 
• Antígeno: qualquer substância capaz de desencadear a formação de 
anticorpos. Cada antígeno possui certa configuração química que lhe confere a 
capacidade de provocar a proliferação de anticorpos; 
• Anticorpo: proteína produzida pelos linfócitos e proliferam-se em 
resposta à presença de um antígeno. Podem ser específicos (atacam apenas 
um tipo de antígeno) ou genéricos (atacando vários antígenos). 
Entre os exames mais importantes realizados na imuno-hematologia 
estão: Detecção de anticorpos (as técnicas consistem basicamente em avaliar 
se o paciente está produzindo ou não anticorpos e a partir dessa informação é 
possível saber a doença em questão, ao realizar esses exames, o resultado será 
Reativo (reagente), se o paciente teve ou tem contato com o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
antígeno ou Não Reativo (não reagente), quando o paciente não teve contato ou 
que a quantidade de antígeno não foi suficiente para desenvolver uma patologia); 
Sistema de grupo sanguíneo ABO e Rh (consiste na determinação do tipo 
sanguíneo do paciente baseado na detecção de antígenos). 
Sempre é válido lembrar que estes exames necessitam de equipamentos 
específicos para cada amostra a ser analisada. Assim para que a análise das 
amostras seja realizada de maneira correta, estas precisam ser coletadas 
corretamente, ou seja, é um ciclo de atividade que não pode ser interrompido. 
Portanto qualquer erro em alguma etapa pode comprometer a elaboração 
do resultado final. 
 
ANÁLISE HEMATOLÓGICA 
 
 
<http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> 
 
Urinálise 
 
 A urina consiste no produto final do metabolismo de filtração do sangue 
pelos rins, apresentando-se como um líquido levemente amarelado, límpido, 
estéril e de pH ácido, que é eliminada do corpo para o meio externo, 
principalmente pelo sistema urinário. É considerado um fluido muito complexo, 
pois é composto por mais de 60 elementos, sendo que podem ocorrer grandes 
variações na concentração dessas substâncias, devido à influência de diversos 
fatores metabólicos. De maneira geral, o exame de urina é muito importante para 
a patologia clínica, uma vez que pode detectar doenças em qualquer parte do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
trato urinário, posteriormente serão apresentados alguns tipos de aspectos 
avaliados no exame de urina. 
 
SETOR DE URINÁLISE 
 
<http://www.laboratoriosaojose.com.br/pagina/pagina.php?go=exames&
emp=setoresTecnicos> 
 
Aspectos físicos 
 
 Quando se fala em aspectos físicos da urina, faz-se necessário saber que 
os principais aspectos avaliados são: 
 Cor da urina: a urina normal de uma pessoa saudável apresenta-se com 
a coloração amarelo-palha (urocromo), porém quando o paciente é acometido 
por alguma patologia a cor pode ser alterada, dentre as causas de coloração 
anormal da urina, pode-se citar: 
- Marrom: pigmento biliar aumentado, mioglobina, metronidazol e 
levodopa; 
- Azul ou verde: Pseudomona, azul de metileno, cimetidina IV; 
- Laranja: pigmento biliar, Piridium; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Vermelho: sangue, beterraba, ruibarbo e amoras. No caso de ser 
vermelha por causa do sangue, a urina fica também opaca, já no caso de 
alimentos, permanece translúcida, ainda que vermelha; 
- Negra: elementos oxidativos liberados em algumas doenças, uma das 
doenças que gera urina enegrecida é a alcaptonúria. 
• Aspecto da urina: límpido ou turvo; 
• Densidade: avalia a capacidade de concentração urinária, os valores vão 
de 1010 – 1030. 
 
 
Aspectos químicos: realizado com tiras reativas 
 
 
A tira reativa consiste em um papel absorvente que possui substâncias 
químicas, capazes de realizar a quantificação de diversos elementos, ou seja, 
com uma tira é possível realizar cerca de 10 análises onde a interpretação se dá 
pela reação química na qual se vê alteração da coloração. Dentre as análises 
realizadas através de tiras reativas, pode-se citar: 
- Determinação do pH; Hemoglobina; Nitrito; Bilirrubina; Glicose; Corpos 
cetônicos; Proteínas; Teste de Gravidez (Beta HCG). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERPRETA DE TIRAS REATIVAS UTILIZADAS NAS ANÁLISES 
QUÍMICAS DE URINA 
 
 
<http://www.geocities.ws/laboratoriodebioquimica/index_arquivos/Page7
55.htm> 
 
Sedimentoscopia 
 
 Utiliza o sedimento da urina centrifugada em exame microscópico, 
visando a identificação de elementos como hemácias, leucócitos e cilindros, 
além de elementos menos importantes como leveduras, cristais ou células 
epiteliais. 
Segundo Correia (2012, p.23), algumas doenças podem ser identificadas 
pelo exame de sedimentoscopia, entre elas estão: Hematúria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(consiste em doenças renais, em que se pode encontrar a urina com cor de coca-
cola); Cristalúria (litíase, onde se pode encontrar diurese concentrada e a 
presença de sedimentos); Piúria (que consiste em uma infecção do trato urinário, 
em que se pode encontrar diurese concentrada, presença de grumos de pus e 
febre). 
 
ANÁLISE LABORATORIAL BÁSICA DE DADOS SÉRICOS 
 
 FONTE: CORREIA, 2012. 
 
 
Parasitologia 
 
 No setor de parasitologia são realizados estudos a respeito de parasitas 
infecciosos, métodos de diagnóstico e controle de doenças parasitárias. A 
amostra analisada para a pesquisa de parasitas são as fezes, porém podem 
estar presentes dentro e sobre outras partes do corpo. Há uma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
grande diversidade de parasitas, porém os grupos mais comuns que podem vir 
a infectar o ser humano são Protozoários, Helmintos e Artrópodes. Sendo que 
destes os protozoários mais encontrados nos exames parasitológicosde fezes 
são Giardia lamblia e Entamoeba histolytica, e dentre os helmintos mais comuns 
no exame parasitológico de fezes destacam-se ovos de Taenia saginata e 
Schistosoma mansoni, além de indivíduos adultos de Ascaris lumbricoides e 
Oxyuros vermicularis. 
 
SETOR DE PARASITOLOGIA 
 
<http://www.unipar.br/unidades/paranavai/campus-i/laboratorio-de-
zoologiae-parasitologia/> 
 
 Exames laboratoriais de rotina com as fezes 
 
 Dentre as principais análises realizadas no setor de parasitologia podem-
se destacar: Exame Parasitológico de Fezes (também conhecido por EPF, tem 
como objetivo diagnosticar os parasitos intestinais, por meio da pesquisa das 
diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes); Exame 
Macroscópico (a realização deste exame permite a verificação da consistência 
das fezes, odor e presença de elementos anormais, como por exemplo, muco 
ou sangue, além de vermes adultos ou partes deles); Exame 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Microscópico (tal exame permite a visualização dos ovos ou larvas de helmintos, 
cistos, trofozoítos ou oocistos); Pesquisa de Sangue Oculto (tal exame consiste 
em pesquisar a proteína hemoglobina, dissolvida no material fecal, o que 
geralmente deriva de hemorragias no sistema digestivo); Cultura de Fezes 
(também conhecido como Coprocultura, é um exame solicitado para diagnóstico 
bacteriológico e/ou micológico patogênico). 
 
Microbiologia 
 
 No setor de microbiologia são analisados fungos, vírus, protozoários e 
bactérias presentes em amostras biológicas. Os métodos de análise podem 
variar de acordo com cada amostra analisada, sendo assim existem exames que 
são feitos com observação direta das lâminas (com ou sem coloração) ou ainda 
exames que necessitam de cultivo de microrganismos em meio de cultura para 
posteriormente serem analisados. 
 
SETOR DE MICROBIOLOGIA 
 
 <http://www.biodiagnostic.com.br/iframe.asp?cod=69> 
 
Exemplos de exames microbiológicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Alguns exames microbiológicos exigem técnicas específicas para 
determinado material a ser analisado, sendo assim dentre alguns exemplos de 
exames microbiológicos realizados em um laboratório de análises clínicas 
podem-se citar: 
• Exame a Fresco, sem coloração, também conhecido como Salina e está 
presente no manual da ANVISA – Indicação: permite observar a morfologia 
bacteriana e avaliar a existência de mobilidade. Usada para pesquisa a fresco 
de Trichomonas e fungos em secreções, e em diferentes materiais, etc. 
• Hidróxido de Potássio – Indicação: usado para pesquisa de fungos em 
material biológico na presença de muco, restos celulares, pelos, unhas, etc. 
• Exame com coloração de GRAM: o exame é realizado após coloração 
com o corante GRAM e permite obter uma definição mais precisa da morfologia 
microbiana, diferenciar algumas estruturas e tipos bacterianos de acordo com 
as diferentes afinidades pelos corantes. É usada para classificar Bactérias com 
base no tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. Em 
laboratórios que possuem um setor de microbiologia clínica, esse pode ser 
considerado um teste adicional rápido para o diagnóstico de agentes 
infecciosos. 
 
OTIMIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO 
 
 A área de análises clínicas apresentou seu desenvolvimento 
acompanhado da medicina, não como um serviço de apoio nos moldes de hoje, 
mas sim como uma atividade estritamente experimental, com o objetivo da 
descoberta de algo novo ou desconhecido (BECKER, 2005, p.38). 
O progresso da ciência médica obteve um grande impulso na Europa a 
partir da segunda metade do século XIX. Nessa época iniciava-se os estudos 
referentes a Patologia Clínica, onde os laboratórios pioneiros foram aqueles 
instituídos nas universidades alemãs de Wurzburg (1849) e de Berlim (1852). 
Os testes laboratoriais são considerados parte importante na prática 
médica, onde a participação das informações providas do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
laboratório clínico na tomada de decisões é extremamente importante. 
Certamente à evolução dos testes laboratoriais continuarão a crescer de maneira 
acentuada, principalmente devido a incorporação de novos testes, 
especialmente na área da biologia celular e molecular. 
O laboratório clínico é certamente o setor da assistência em saúde que 
mais sofre impacto dos avanços da pesquisa biomédica, pois esses avanços 
estão ocorrendo em grande velocidade, possibilitando visualizar um grande 
progresso nas últimas décadas derivado principalmente da variedade e 
qualidade dos testes laboratoriais que são oferecidos aos diversos profissionais 
da saúde. 
De acordo com o que foi exposto até o momento, surge diversos 
questionamentos, entre eles pode-se citar: para você, qual a fase de maior 
importância nos procedimentos de um laboratório de análises clínicas? E em sua 
opinião, em quais setores são passíveis de erros e que os procedimentos devem 
ser realizados com um maior nível de atenção? 
 
 
PLANEJAMENTOS DE ABERTURA DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 As providências que devem ser tomadas para a abertura de um 
laboratório de análises clínicas são semelhantes as exigidas para qualquer outro 
estabelecimento comercial. Porém por se tratar de um estabelecimento de 
saúde, há algumas obrigações adicionais vinculadas ao Conselho Regional de 
Farmácia, Vigilância Sanitária e órgãos de meio ambiente. Tais procedimentos 
referentes a abertura de um laboratório de análises clínicas podem variar de 
acordo com as legislações estaduais e municipais de acordo com o domicílio em 
que se efetuará o funcionamento do mesmo. Sendo assim, posteriormente serão 
apresentados alguns passos que devem ser observados para abertura de um 
laboratório de análises clínicas. 
 Requisitos para abertura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o material de Moura (2010, p.04), entre os requisitos de abertura 
de um laboratório de Análises Clínicas destacam-se os seguintes tópicos: 
consultar a viabilidade para iniciar o empreendimento; consultar a prefeitura do 
município para verificar se é permitido desenvolver tal atividade no endereço 
escolhido; verificar se a edificação escolhida atende as condições referidas a 
espaço físico segundo a RDC nº50/2002 da ANVISA; além de elaborar um 
registro do Contrato Social e CNPJ e registrá-lo na Junta Comercial do Estado, 
dando entrada no pedido de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 
(CNPJ) na Receita Federal através do Documento Básico de Entrada (DBE). 
Além dos tópicos expostos devidamente referenciados, faz-se necessário 
também a obtenção de um Alvará Sanitário, em que é necessário preencher o 
Formulário de Petição (modelo DIVIS) e encaminhá-lo junto com a 
documentação exigida para a Vigilância Sanitária Municipal, uma questão 
importante é que o local tem que ser dedetizado, portanto é interessante procurar 
uma empresa especializada. Além do Alvará Sanitário é necessário providenciar 
um Alvará Municipal de Funcionamento e o licenciamento junto ao órgão de meio 
ambiente do município, devendo-se apresentar um Plano de Gerenciamento de 
Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS). Posteriormente deve-se solicitar o 
registro do estabelecimento junto ao Conselho Regional de Farmácia e 
providenciar documentos e programas das áreas trabalhistas e previdenciárias. 
 
Requisitos para funcionamento 
 
 Os tópicos relacionados a funcionamento desse tipo de empreendimento 
encontram-se no Regulamento técnico da ANVISA composto de 16 páginas, e 
devem estar em conformidade com a RDC 302/2005 que define as condições 
gerais de funcionamento, bem como os requisitos relacionados aos recursos 
humanos e infraestrutura. 
 
Equipamentos básicos necessários para cada área 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para o funcionamento adequado de um laboratório de análises clínicas, 
visando qualidade na prestação de serviços e satisfaçãodos clientes, é 
necessário que o laboratório esteja bem equipado e dimensionado possibilitando 
bem-estar geral. De acordo com essa premissa, as tabelas seguintes 
referenciadas no artigo de Moura (2010, p.05), apontam os principais 
equipamentos e mobiliários, além do dimensionamento necessário para cada 
área do laboratório de análises clínicas. Vale lembrar sempre que todos os 
setores devem também ser equipados com EPI’s, reagentes, vidrarias e 
materiais de consumo. Temos ainda os ambientes de apoio, por exemplo: 
sanitários, depósitos, etc., que apesar de não serem mencionados necessitam 
de equipamentos, mobiliário e outros materiais. 
 TABELA - EQUIPAMENTOS E OUTROS MATERIAIS NECESSÁRIOS 
NAS DIFERENTES ÁREAS DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
 
<http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TABELA- METRAGEM MÍNIMA EXIGIDA PELA RDC 50/2002 PARA 
CADA SETOR DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
<http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> 
 
Os laboratórios podem estar localizados em um único ambiente ou salão, 
onde pode haver a separação por áreas e bancadas específicas. Isso dependerá 
do nível de biossegurança exigido pelos procedimentos realizados em cada um 
dos laboratórios, pode ou não ser necessária à existência de sala exclusiva, 
inclusive com antecâmara. 
Além das instalações técnicas, existem também normatizações para as 
áreas destinadas aos ambientes de apoio, estabelecidas pela RDC 50/2002 
ANVISA, dentre os mais importantes se podem citar: a área destinada para 
registro de paciente, assim como a sala de espera para pacientes e 
acompanhantes deve possuir aproximadamente 1,2 m² por pessoa; o depósito 
para material de limpeza, assim como o depósito de equipamentos e materiais 
deve possuir um dimensionamento de cerca de 1,0 m²; os sanitários para 
funcionários devem possuir um dimensionamento de aproximadamente 1,7 m² e 
as salas administrativas devem possuir um dimensionamento de 
aproximadamente 5,5 m² por pessoa. 
Em relação aos requisitos funcionais existe a RDC 302, de 
13 de outubro de 2005, que dispõe sobre regulamento técnico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
para funcionamento de laboratório clínico, segue-se um breve resumo das 
determinações da referida Resolução: 
O laboratório deve possuir um profissional legalmente habilitado como 
responsável técnico; o laboratório clínico deve estar inscrito no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); todos os profissionais atuantes 
devem ser vacinados conforme legislação vigente; a admissão de funcionários 
deve ser precedida de exames médicos em conformidade com o PCMSO da NR-
7 da portaria MTE nº 3214 de 08/06/1978 e lei nº6514 de 22/12/1977; os 
equipamentos e instrumentos utilizados, reagentes, insumos e saneantes devem 
estar regularizados junto a ANVISA; devem ser mantidos registros dos 
processos de preparo e do controle da qualidade dos reagentes preparados; o 
laboratório deve possuir um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde (PGRSS); além de que o laboratório deve possuir instruções escritas de 
biossegurança, limpeza, desinfecção e esterilização. 
Quando se adquire equipamentos e outros materiais para realização das 
análises o pedido deve ser avaliado de acordo com a demanda pretendida. 
Dependendo do número de atendimentos/dia pode-se utilizar automação, 
semiautomação ou até técnicas manuais, desde que essas sejam validadas para 
realização das análises. Para exames que exigem um maior nível de 
complexidade, é possível realizar a terceirização junto a Laboratórios de Apoio. 
 
 Documento Técnico do Projeto 
 
A elaboração de um relatório ou Documento Técnico de Projeto consiste 
na exposição escrita onde se descrevem fatos verificados através de uma 
metodologia aplicada a um processo de pesquisa ou a execução de serviços e 
experiências. Geralmente se baseia em dados ou resultados demonstrativos, 
tais como tabelas, gráficos, estatísticas e outros. Abaixo se apresentam alguns 
modelos para a otimização do processo de implantação do Sistema de Gestão 
Laboratorial, um bom exemplo pode ser observado de acordo com o material 
disponibilizado pelo PROJETO CELAB (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLO DE DOCUMENTO TÉCNICO DE PROJETO 
 
<http://www.celab.org.br/?page_id=21> 
 
LIDERANÇA E PERFIL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
 
 
AS VARIAÇÕES DA GESTÃO 
 
 
A área da saúde possui características próprias, ou seja, a prestação de 
serviços é específica, pois tem um caráter predominantemente assistencial, 
devendo-se estabelecer uma margem de risco calculado dentro do aceitável. 
Além de possuir outras inúmeras variáveis, dentre elas: a competência técnica 
da equipe de profissionais; locais adequados e estruturados para a prestação de 
serviços; tipo e evolução das patologias (doenças); estado psicológico dos 
profissionais e pacientes; relacionamento interpessoal, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o profissional se dispõe a trabalhar nessa área, ele deve ter 
noção de que deve possuir um conjunto de competências, a saber: o profissional 
deve ter preparo adequado do ponto de vista de conhecimento técnico e pessoal; 
deve exibir uma postura profissional; apresentar um perfil de liderança; sempre 
trabalhar em prol da ética e se desenvolver bem em equipe; deve possuir um 
bom controle emocional; deve se comunicar bem e ter capacidade para mediar 
conflitos; deve possuir capacidade de oferecer assistência psicológica diante de 
algumas situações do cotidiano; deve possuir domínio do estresse e estar 
acostumado a correr riscos. 
Há o requerimento de profissionais capacitados e com alto grau de 
eficácia, que minimizem o impacto do erro e maximizem o acerto. A demanda 
nessa área volta-se para pessoas que procuram obter resultado positivo, sendo 
o mais ideal a situação, pois a área da saúde está em constante evolução e 
necessita de profissionais voltados para desenvolver a ciência, ou seja, mesmo 
não se conhecendo a cura para várias doenças, pode-se em muitos casos 
controlar várias. 
Com a busca de profissionais capacitados, o gestor é um elemento muito 
importante, que dentre seus princípios de liderança, deve-se destacar: o gestor 
com características de líder deve manter integridade absoluta conhecendo o 
ofício ao qual está inserido; deve declarar suas expectativas e demonstrar 
dedicação excepcional ao seu trabalho; em suas ambições busca sempre 
resultados positivos; deve sempre cuidar bem de seu pessoal e colocar o dever 
à frente de si mesmo; além de sempre se fazer presente na frente da batalha. 
A gestão de pessoas em uma organização, na realidade não consiste em 
uma tarefa fácil, nem para os profissionais e nem para os pesquisadores e 
teóricos da área, pois há uma grande diversidade de demandas, além de que na 
busca de investigar peculiaridades, ainda há muitas indagações sem respostas. 
Diante do exposto Marras (2009, p.41) define que se denomina estrutura 
organizacional o conjunto de funções, relações e responsabilidades que 
constituem o desenho orgânico da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Logo o líder, ao administrar ou gerir os recursos de uma organização, 
deve estar atento a uma série de particularidades, indo desde sua formação e 
atuação na liderança até o desenvolvimento e a atuação das pessoas que lidera. 
 
Áreas de Gestão de Laboratório de Análises Clínicas 
 
 De acordo com o material disponibilizado por Segundo Fernandes (2013, 
p.07), as áreas de gestão laboratorial presentes em um Laboratório de Análises 
Clínicas podem ser: Diretoria (Administração e Setor Financeiro); Recursos 
Humanos (Admissão, Treinamento e Reciclagem de Funcionários, Folha de 
Pagamento, Benefícios, Penalidades); Gestão de Informática (Instalação, 
execução e atualização de hard e softwares, intercomunicação entre 
equipamentose emissão de laudos); Produção Laboratorial (Execução dos 
exames e procedimentos); Gestão de equipamentos (Calibragem, testes e 
execução dos ensaios) e Gestão de materiais (Compras, controle, verificação da 
validade e eficácia dos reagentes). 
 
COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA 
 
Em relação a um eixo de análises presentes em sistemas administrativos, 
os três temas básicos são: comunicação, liderança e desenvolvimento de 
pessoas, embora com significados distintos, são apresentados em conjunto, pois 
a comunicação é um dos processos integrantes da liderança e do 
desenvolvimento de pessoas. Sendo assim, a liderança no trabalho é entendida 
como uma peça-chave que compõe os relacionamentos, pois as atitudes dos 
líderes que possibilitarão ou favorecerão a integração relacional e a qualidade 
do trabalho realizado, garantindo a satisfação de quem trabalha. 
Quando se busca resultados positivos, deve-se saber que estes provêm 
da postura comunicativa e aberta por parte dos líderes, baseada no respeito à 
interatividade e das práticas coletivas. Portanto, a participação de todos é muito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
importante na determinação de planos estratégicos, operacionais e no 
estabelecimento de metas a serem atingidas posteriormente. 
As práticas desenvolvidas para o bom desempenho de um líder são: 
desenvolver pessoas, obter resultados dentro do que foi planejado, atender as 
necessidades do cliente e comunicar-se bem. Enquanto os atributos de um líder 
consistem nas seguintes características: ser uma pessoa íntegra (tanto em 
critérios pessoais como profissionais), ser capaz de realizar projetos, ser hábil 
para lidar com pessoas, ser capaz de direcionar e orientar pessoas para o 
aprendizado, ser capaz de controlar situações inesperadas, etc. 
 
LIDERANÇA 
 
<http://www.visaoprime.com.br/index.php/766> 
 
 O que é necessário para ser um líder? 
 
 Para se exercer a liderança, há a necessidade de o líder possuir um 
conjunto de características que o definam e constituam seu perfil, dentre elas 
estão: 
Competências: envolve várias características como o conhecimento 
baseado em informações adquiridas e armazenadas durante algum período 
(para prover o desenvolvimento do indivíduo, fazem-se necessários 
conhecimentos específicos e conhecimentos essenciais); as 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
habilidades baseadas no talento, capacidade individual e técnica (consiste em 
buscar resultados positivos utilizando o conhecimento adquirido de forma 
adequada) e atitudes baseadas nas crenças, valores e princípios do indivíduo, 
constituído ao longo do tempo, e de certa maneira norteia suas ações. 
As competências de um modo geral derivam de aptidões e características 
pessoais que contribuem para se elevar o desempenho na realização de tarefas 
e para a concretização de uma função. Dessa maneira, existem certos tipos de 
competências que podem ser divididas em: competências para lidar com 
pessoas (o líder necessita expor seu lado pessoal para motivar e desenvolver os 
profissionais que lidera); competências ao lidar com negócios (o líder necessita 
de um pensamento analítico e capacidade para identificar as informações 
necessárias para esclarecer uma situação); competências para atingir resultados 
(o líder necessita de iniciativa e capacidade empreendedora) e competências de 
autogestão (o líder necessita de autoconfiança e credibilidade pessoal). 
A área da saúde é muito abrangente, porém existem algumas 
competências muito valorizadas em seus profissionais como a liderança, ética, 
organização, bom relacionamento interpessoal, agilidade, comprometimento 
com os resultados, conhecimento técnico na área e foco nos pacientes. 
Em determinadas funções, principalmente na área de saúde, é necessária 
a atividade de um bom líder, que exerça a liderança de forma eficiente, ou seja, 
que seja capaz de fazer com que o grupo tenha um melhor rendimento em vistas 
de situações específicas, pois se trata de uma prestação de serviços à saúde do 
indivíduo. 
Em vistas de explorar as capacidades de liderança, existe um teste de 
Mapeamento Cerebral, que aponta a existência de perfis com diferentes 
personalidades, salientando as diferenças individuais, sendo que um deles traz 
as características inerentes à liderança. Tais perfis podem ser descritos, de 
acordo com a região cerebral: Cérebro anterior refere-se ao verbo explorar 
(caracteriza o visionário, que busca a inovação e está aberto à complexidade); 
Cérebro posterior refere-se ao verbo preservar (caracteriza uma pessoa mais 
afetuosa, que busca uma atmosfera afetiva e associativa, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sendo agregadora e guardiã); Cérebro direito refere-se ao verbo perseguir 
(caracteriza pessoas com grande agilidade para realizarem tarefas, sendo essa 
uma característica dos líderes, orientados para o processamento global, 
competidores e realizadores) e Cérebro esquerdo, refere-se ao verbo controlar 
(caracteriza pessoas mais analíticas, que fazem uso de uma abordagem lógica, 
além do que, é organizada e busca o processamento de detalhes). 
Mesmo com testes e definições, determinar a personalidade do líder é 
uma tarefa difícil e discutível, ou seja, é mais adequado caracterizá-lo por suas 
qualidades e defeitos, pois a personalidade do líder depende de fatores, tais 
como o conhecimento que adquire e o contexto onde está inserido. 
Quando se exerce a liderança, alguns tipos específicos podem-se aflorar 
durante este exercício, tais tipos se dividem em três processos básicos: 
Liderança Autocrática (em que o líder manda e seus subordinados obedecem, 
ou seja, ele é responsável por traçar as normas de ação e tomar as decisões); 
Liderança Democrática (na qual o líder consulta o grupo ao qual administra, 
sendo um elemento de coordenação e estímulo); Liderança Liberal (em que o 
líder sugere e dispõe de ampla liberdade de movimentos, ou seja, o líder 
providencia os meios e as facilidades). 
Durante muito tempo, acreditou-se que liderar era planejar, organizar, 
coordenar e controlar, de maneira que as situações adversas não influenciariam 
em aquisição de novas lideranças. Porém há uma mudança frequente de líderes, 
que possuem seus papéis alterados e que devem agir conforme as 
necessidades, inserindo-se na nova realidade. Assim, quando muda a tarefa, 
muda-se a estrutura, de modo a proporcionar nova orientação ao grupo. 
Atualmente em vistas das mudanças frequentes o perfil de líderes deve-
se apoiar no seguinte tripé – ambição, conhecimento e integridade. Em que a 
ambição e conhecimento sem integridade não derivam um líder ético; a ambição 
e integridade sem conhecimento não derivam um líder competente e o 
conhecimento e integridade sem ambição não derivam um líder realizador. 
Para um líder atuante na área de saúde, não há um protótipo ideal, mas 
sabe-se que este deve possuir competências humanas e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
conhecimento técnico específico da saúde, assim como conhecimento do 
negócio e serviços prestados, apresentando tais características de forma 
apurada e ter controle de diversas variáveis específicas. Porém em relação a tais 
características podem-se citar alguns diferenciais próprios, a saber: o líder nessa 
área deve possuir capacidade adaptativa às situações (pois uma vez que se 
trabalha com saúde é necessário utilizar o melhor de si e da equipe para a 
obtenção de um resultado positivo), além de focar seu trabalho no fator humano 
(é um diferencial importante, pois é necessário melhorar a qualidade de trabalho 
para garantir a satisfação tanto da equipe de trabalho, quanto dos pacientes). 
 
SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 A sustentabilidade consiste na capacidade de atender às necessidades 
do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender 
as próprias necessidades. 
Tal conceito foi definido, em 1987, quando ocorria a elaboraçãodo 
relatório Brudtland pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(UNCED) da ONU. Vale lembrar que esse conceito para ser eficiente deve-se 
apoiar em três parâmetros muito importantes, sendo eles a atividade econômica, 
o meio ambiente e bem-estar da sociedade, estes devem estar equilibrados e 
integrados para compor os pilares da sustentabilidade. 
 
 
BASES DA SUSTENTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
<http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20M
arques %20P%C3%A9rigo.pdf> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERRAMENTAS DE GESTÃO 
 
 
Algumas das ferramentas de gestão utilizadas em laboratórios de 
Análises Clínicas são: 
• Ciclo PDCA – Plan – Do – Check – Action (planejar, executar, 
verificar e atuar corretivamente), que compreende as seguintes 
ações: é necessário definir o que se espera de cada perspectiva e 
traçar Plano; depois de elaborado o plano de ação é necessário 
executá-lo; com a execução em andamento se faz necessário 
avaliar (Check) o seu funcionamento e agir sempre que 
necessário para garantir melhorias nas ferramentas de gestão 
desenvolvidas; 
• BSC – Balanced Scorecard. 
 
 ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE UM BSC (BALANCED 
SCORECARD) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
<http://www.iepvivalle.com.br/downloads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o
%20UNIVAP.pdf> 
 
EXEMPLO DE PROCESSO DE GESTÃO LABORATORIAL PARA A 
FASE PRÉ-ANALÍTICA 
 
<http://www.iepvivalle.com.br/downloads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o
%20UNIVAP.pdf> 
 
 
EQA – External Quality Assurance Software 
 
 Os Programas de Avaliação da Qualidade Externa realizam uma 
avaliação retrospectiva pela comparação do desempenho de um laboratório em 
dado ensaio com os resultados de outros laboratórios, com a finalidade de avaliar 
o desempenho. Devido ao grande número de participantes e programas que 
possam estar envolvidos, o apoio oferecido pelos sistemas de informação nas 
atividades do Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ) 
torna-se indispensável. Esse sistema se baseia em três módulos 
que cobrem todas as atividades desenvolvidas, indo desde a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
gestão de programas e laboratórios clientes até a obtenção de resultados via 
Web, promovendo sua análise e processamento estatístico. 
Como vantagens associadas a programas de avaliação da qualidade 
externa de acordo com o enquadramento da atividade desenvolvida podem citar: 
a homogeneização dos programas de análise; a Flexibilidade na configuração 
de cada programa de análise; maior eficiência e facilidade de utilização, além de 
melhorar a imagem do Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade. 
 
ESQUEMA SIMPLIFICADO DOS PROCESSOS DO EQA 
 
 FONTE: QUIDGEST, 2013. 
 
 
BASES ESTATÍSTICAS 
 
A estatística envolve-se no controle de qualidade e é definida como uma 
ciência de coleta e classificação de dados como uma maneira de mostrar seu 
significado. Quando se tem uma coleção de resultados, esta é chamada de 
população; uma amostra é um subgrupo de valores desta população. Para se 
realizar os cálculos necessários em um programa de controle de qualidade é 
preciso obter uma amostra ou conjunto de valores para inserir nas fórmulas 
estatísticas. Geralmente os cálculos mais utilizados são determinação da média, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a variância e o desvio padrão, sendo que estes devem ser calculados para cada 
procedimento analítico. 
Nesse contexto, estamos lidando com coleta, processamento e 
interpretação de dados, de modo a facilitar o estabelecimento de conclusões 
confiáveis sobre as condições da qualidade do processo e devido a este motivo 
o Controle de Qualidade (CQ) pode ser denominado como Controle Estatístico 
do Processo. 
Faz-se necessário que os gerentes de programas de qualidade no 
laboratório conheçam as ferramentas utilizadas, saibam utilizá-las 
adequadamente e apliquem corretamente os parâmetros para interpretar os 
resultados obtidos. 
• Média aritmética simples: Pode também ser chamada apenas de média. 
Consiste em uma medida de posição, é considerada a mais utilizada e a mais 
intuitiva de todas, sendo utilizada com frequência. Baseia-se em um conjunto 
de valores numéricos e é calculada somando-se todos estes valores e se 
dividindo o resultado pelo número de elementos somados, que é igual ao 
número de elementos do conjunto, ou seja, a média de n números é sua soma 
dividida por n. 
• Média ponderada: Há casos em que as ocorrências possuem 
importância relativa diferente, ou seja, pesos diferentes. Assim, o cálculo da 
média deve levar em conta seu peso relativo, sendo esta média chamada de 
ponderada. No cálculo da média ponderada, multiplica-se cada valor de 
dentro de um conjunto por seu peso relativo, e esta soma é dividida por n. 
• Variância: consiste na soma dos quadrados dividida pelo número de 
observações do conjunto menos uma. A variância é representada por s2 e é 
calculada pela fórmula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O denominador “n – 1” da variância é determinado grau de liberdade, 
muito utilizado na estatística, pois considerando um conjunto de “n” dados e 
fixando uma média para esse grupo, existe a liberdade de escolher os valores 
numéricos de n-1 observações, o valor da última observação estará fixado para 
atender ao requisito de ser a soma dos desvios da média igual a zero. 
• Desvio Padrão: consiste na medida mais comum da dispersão 
estatística, define-se como a raiz quadrada da variância, oferece-
nos uma medida da dispersão que: seja um número não negativo 
e use as mesmas unidades de medida que os nossos dados. Faz-
se uma distinção entre o desvio padrão, (sigma) do total de uma 
população ou de uma variável aleatória, e o desvio padrão s de 
um subconjunto em amostra. 
 
 
 
 
Inspeção 
 
 
A inspeção é uma ferramenta que tem por objetivo de aprovar ou rejeitar 
resultados advindos de uma corrida analítica, além de verificar se os resultados 
encontrados para os valores dos controles estão de acordo com os limites 
estabelecidos. É utilizada também na verificação de resultados adequados de 
um método analítico antes que seja colocado na rotina do laboratório. 
 
Monitoração do processo 
 
 O monitoramento do processo é uma ferramenta que permite avaliar se 
um método analítico está mantendo-se estável em relação aos parâmetros de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
imprecisão e inexatidão, ou seja, dentro de uma base estatística. 
A ferramenta de calibração pode ser utilizada para monitorar um 
processo. Tal análise consiste em um conjunto de operações que estabelece em 
condições específicas, a relação entre valores de quantidades indicados por um 
instrumento de medição ou valores representados por um material de referência 
e os valores correspondentes estabelecidos por padrões. Para se realizar a 
calibração é necessário submeter porções conhecidas do material utilizado (por 
exemplo: usando-se um padrão de medida ou material de referência) ao 
processo de medição e monitorar a resposta assim obtida. 
 
Amostragem Estatística 
 
 No controle de Qualidade, os materiais de controle são incluídos em uma 
corrida analítica e os resultados encontrados são considerados como 
representantes de toda a população dos indivíduos analisados, sendo assim 
uma amostra representada pelos dados de controle é utilizada para o tratamento 
estatístico. 
Para que a representatividade dos controles seja válida é fundamental 
que a totalidade dos dados a serem analisados estejam dentro de uma amostra 
aleatória, significando que os dados foram colhidos de uma forma em que todos 
os elementos da população de testes teriam a mesma chance de serem 
escolhidos para compor a amostra estatística. 
 
Variabilidade Analítica 
 
 Quando se realiza medições repetidas de um material estável sob 
condições idênticas, ainda é possível observar uma série de resultadosdiferentes que são decorrentes da variação aleatória que ocorre em todo 
processo de medida. Esta variabilidade pode ser decorrente de várias causas, 
derivadas de mudanças nas condições em que as medições são realizadas 
como: diferenças no comportamento dos reagentes, na 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
calibração e desempenho dos equipamentos, nos métodos de trabalho, nas 
condições ambientais e no desempenho dos operadores envolvidos no 
processo. 
 
Métodos e Regras de Validação dos Resultados 
 
 Em um Laboratório Clínico, a consistência dos métodos analíticos pode 
ser monitorada por meio de ensaio com amostras de controle de valores 
conhecidos junto com ensaios das amostras dos pacientes. Os resultados 
obtidos pelas amostras controle são inseridos em um gráfico controle e 
comparados com os Limites Aceitáveis de Erro (LAE) para o analito em questão. 
Os LAE correspondem à média de mais ou menos dois desvios padrão. 
De acordo com o que foi exposto, como devemos avaliar os resultados? 
Como saber se está tudo bem? 
A partir desse questionamento, a avaliação dos resultados obtidos deve 
ser analisada de acordo com os seguintes princípios: quando os valores 
encontrados na amostra controle estão dentro dos LAE, concluímos que o 
método analítico está funcionando adequadamente e quando os valores 
encontrados na amostra controle não estão fora da faixa dos LAE, a equipe é 
alertada para a possibilidade de problemas no processo, indicando que o método 
analítico não está funcionando adequadamente. 
De maneira geral um bom sistema de controle é aquele que apresenta as 
determinadas características como: se capaz de fornecer informações sobre a 
exatidão de cada método; possuir sensibilidade para detectar variações nas 
fases dos ensaios laboratoriais; deve ser de fácil implantação e interpretação; 
deve ser capaz de encontrar os diversos tipos de erros ou variações que possam 
ocorrer e de prever a avaliação da atuação dos técnicos e o desempenho de 
métodos e equipamentos. 
 
O mapa de Levey-Jennings 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O mapa de Levey-Jennings é considerado uma das mais importantes 
ferramentas do controle da qualidade no laboratório clínico, derivado de uma 
adaptação das técnicas de controle da qualidade na indústria, introduzido por 
volta de 1950 em ambientes de um laboratório clínico. 
Esses autores utilizaram reservatórios de plasma congelado para 
controlar os ensaios em química clínica e utilizaram o tratamento estatístico das 
dosagens em duplicata para o estabelecimento de limites aceitáveis de variação. 
Posteriormente plotaram os resultados das diferenças entre as duplicatas e as 
médias em mapas que, apesar de já serem utilizados na indústria como mapas 
de Shewhart, passaram a ser denominados, quando utilizados no laboratório 
clínico, como mapas de LeveyJennings. Atualmente este mapa é considerado 
uma forma gráfica simples de lançar os resultados obtidos nas dosagens diárias 
dos controles. 
 
 
EXEMPLO DE UM MAPA DE LEVEY E JENNINGS PARA AS 
DOSAGENS DO COLESTEROL 
 
FONTE: NEVES, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O gráfico é feito através de linhas que especificam o valor médio para o 
analito na linha central e os limites de controle estabelecidos (1, 2 e 3 desvios 
padrão) para identificar e mostrar tendências dos resultados encontrados. As 
fases envolvidas nesses gráficos podem ser de periodicidade diária, semanal e 
mensal. 
• Avaliação Diária: devem-se colocar no gráfico controle os resultados 
obtidos no ensaio do analito na amostra controle, fazendo-se necessário 
examinar, diariamente, cada gráfico detectando os resultados “dentro de 
controle” e “fora de controle”, quando os resultados do controle estiverem 
“dentro dos LAE” (média ± 2s), o resultado do exame é liberado e quando os 
resultados do controle estiverem “fora dos LAE”, não é liberado o resultado do 
exame. No caso do resultado não ser liberado, deve-se inspecionar o método 
para tentar descobrir a causa do problema, após a resolução do problema, 
deve-se repetir os testes, daí se os resultados do controle estiverem “dentro 
dos LAE”, os resultados podem ser liberados para os pacientes. Caso 
contrário, devem-se inspecionar novamente todas as variáveis. 
• Avaliação Semanal: Semanalmente o gráfico de controle deve ser 
examinado para a detecção de tendência, desvio, perda da exatidão e perda 
da precisão. Onde a tendência é observada quando alguns resultados (6 ou 
mais) da amostra controle apresentam valores consecutivos aumentado ou 
diminuído continuamente, a tendência pode ser causada por padrão 
deteriorado, reagente deteriorado ou aparelho com defeito; 
• O Desvio ocorre quando os resultados do controle (6 ou mais) estão em 
um só lado da média e guardando entre si pequenas variações, o desvio pode 
ser causado por variação na concentração do padrão e mudança na 
sensibilidade de um ou mais reagentes; 
• A perda de exatidão consiste na ocorrência de desvio entre os pontos de 
referência, é causada principalmente por calibração incorreta que pode 
ocasionar um erro sistemático; medida de controle diferente da anterior; 
sensibilidade de reagente diferente da anterior; utilizar uma temperatura 
diferente da recomendada e tempo diferente do indicado para 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
repouso ou incubação; promover a leitura de amostras em comprimento de 
onda diferente do recomendado; 
• A Perda da Precisão consiste na ocorrência da maioria dos pontos 
próximos dos LAE e poucos ao redor da média, geralmente ela é causada por 
mau desempenho do analista devido à pipetagem inexata, falta de 
homogeneização, aparelhos operando incorretamente, material sujo, pequena 
sensibilidade do método analítico, temperatura incorreta; 
• Avaliação Mensal: Mensalmente, deve-se calcular nova média, desvio 
padrão e coeficiente de variação. Comparando a nova média e coeficiente de 
variação com os do período anterior. Variações significativas devem significar 
correções nos reagentes e/ou instrumentos. 
 
 
Regras Múltiplas de Westgard 
 
 
O Controle de Qualidade de Regras Múltiplas baseia-se em uma 
combinação de critérios de decisão conhecidas como regras de controle, que 
são utilizadas para decidir quando uma corrida analítica está dentro do controle 
ou fora de controle. 
O Procedimento de CQ de Regras Múltiplas de Westgard, como é mais 
conhecido, utiliza 5 regras de controle diferentes para julgar a aceitabilidade de 
uma corrida analítica. Por comparação, um procedimento de regra única de 
controle utiliza um único critério ou um único par de limites de controle, assim 
como um gráfico de Levey-Jennings, com limites de controle calculados como x 
± 2DP (média mais ou menos dois desvios-padrão) ou x ± 3DP (média mais ou 
menos 3 desvios-padrão). As “Regras de Westgard” são geralmente utilizadas 
com 2 ou 4 medições de controle por corrida, o que significa que elas são 
apropriadas quando dois materiais de controle diferentes são medidos uma ou 
duas vezes por material, que é o caso em muitas aplicações bioquímicas. 
Algumas regras de controle alternativas são mais apropriadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
quando três materiais de controle são analisados, o que é comum para 
aplicações em hematologia, coagulação e imunoensaios (WESTGARD apud 
OLIVEIRA et al, 2003, p.01). 
 
Um dos questionamentos mais comuns acerca desse tema é o seguinte: 
O que são as Regras de Westgard? Baseado no artigo original de Westgard apud 
Oliveira et al. (2003), entre as páginas 01 a 03 estão expressas as regras 
individuais que serão definidas abaixo. Os gráficos demonstram um exemplo dos 
resultados de controle que violam a regra descrita. 
• 13s Refere-se a uma regra de controle que é comumente utilizada 
com um gráfico de Levey-Jennings quando os limites de controle 
calculados são x ± 3DP. 
 
A corrida é rejeitada quando uma única medição de controle excedeum 
dos limites. 
 
 
 
 FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
• 12s É utilizada com um gráfico de Levey-Jennings quando os limites de 
controle calculados são x ± 2DP. Esta regra é utilizada como uma regra de 
alerta para acionar uma inspeção cuidadosa dos dados de controle, utilizando-
se as regras de rejeição apresentadas a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
• 22s Rejeita-se quando duas medições de controle consecutivas 
excederem o mesmo limite de controle x + 2DP ou x – 2DP. 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
• R4s Rejeita-se quando uma medição de controle exceder o limite de 
controle x + 2DP e a outra x – 2DP, em uma mesma corrida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
• 41s Rejeita-se quando quatro medições de controle consecutivas 
excederem o mesmo limite x ± 1DP. 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
 
• 10x Rejeita-se quando 10 medições de controle consecutivas estiverem 
no mesmo lado em relação à média+3DP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
 Algumas vezes você verá modificações nesta última regra para adequá-
la melhor para Números múltiplos de 4: 
 
• 8x Rejeita-se quando oito medições de controle consecutivas 
estiverem no mesmo lado em relação à média. 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
• 12x Rejeita-se quando 12 medições de controle consecutivas estiverem 
no mesmo lado em relação à média. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
 As regras de controle demonstradas acima são utilizadas 
apropriadamente quando dois materiais de controle são medidos uma ou duas 
vezes por material. 
Além das regras apresentadas, há outras regras de controle que são 
comuns na rotina de um laboratório de análises clínicas, ainda de acordo com o 
artigo original de Westgard apud Oliveira et al. (2003), entre as páginas 03 e 04, 
são apresentadas situações em que três materiais de controle diferentes são 
analisados, nesse caso algumas outras regras de controle são mais apropriadas 
e mais fáceis de aplicar como: 
• (2 de 3)2s Rejeita-se quando 2 de 3 medições de controle 
excederem o mesmo limite x ± 2DP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
• 31s Rejeita-se quando três medições de controle consecutivas 
excederem o mesmo limite x ± 1DP. 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
 
• 6x Rejeita-se quando seis medições de controle consecutivas estiverem 
no mesmo lado em relação à média. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
 Algumas vezes é possível observar modificações desta última regra para 
incluir um número maior de medições de controle que ainda comportem três 
níveis: 
 
• 9x Rejeita-se quando nove medições de controle consecutivas estiverem 
no mesmo lado em relação à média. 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
Uma regra de controle algumas vezes utilizada, procura uma tendência 
na qual várias medições de controle estão aumentando ou diminuindo, esta regra 
é a 7T rejeitando-se quando observa-se tendência de 7 medições de controle no 
mesmo sentido. 
 
 
FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a aplicação do controle de qualidade em função dessas regras, 
estabelecem-se as médias e os desvios-padrão dos materiais de controle da 
mesma forma. O que muda apenas são os limites de controle e a interpretação 
dos dados. Para aplicação à mão no Gráfico de Levey-Jennings desenhe retas 
em x ± 3DP, x ± 2DP e x ± 1DP e quando se utiliza aplicações à mão, a regra 
12s deve ser utilizada como alerta para iniciar a aplicação de outras regras 
(WESTGARD apud OLIVEIRA, et al., 2003, p.04). 
Geralmente, as regras 41s e 10x devem ser utilizadas entre corridas para 
se conseguir obter o número de medições necessárias para a aplicação das 
regras. Uma violação 41s ocorre quando 4 pontos consecutivos excedem o 
mesmo limite de 1DP. Esses 4 podem ser de um material de controle ou os 
últimos 2 pontos de um material de controle de nível alto e os últimos 2 pontos 
de um material de controle de nível normal, assim a regra pode ser aplicada entre 
materiais. Normalmente a regra 10x tem que ser aplicada entre corridas e 
frequentemente entre materiais (WESTGARD apud OLIVEIRA, et al., 2003, 
p.04). 
 Aplicações computacionais geralmente não utilizam a regra de alerta 12s, 
portando o profissional deve ser capaz de selecionar as regras individuais de 
rejeição teste-por-teste para otimizar a desempenho do Procedimento CQ, com 
base na precisão e exatidão observada em cada método analítico e a qualidade 
requerida pelo ensaio. 
Quando N=2 espera-se que 9% de corridas com bons resultados sejam 
rejeitadas; com N=3, é ainda maior, aproximadamente 14%; com N=4 é 
esperado quase 18% de falsas rejeições. Isto significa que aproximadamente 10-
20% de corridas com bons resultados serão descartadas, o que causa 
desperdício de tempo e esforço do laboratório. Enquanto o gráfico de Levey-
Jennings com limites de controle 3DP tem uma taxa de falsa rejeição muito baixa, 
apenas ± 1% com N de 2-4, sua capacidade de identificação de erros (alarmes 
verdadeiros) também será menor, assim o problema com a regra de controle 13s 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
será que erros clinicamente importantes não serão identificados (WESTGARD 
apud OLIVEIRA, et al., 2003, p.05). 
 Entre as vantagens dos procedimentos de Regras Múltiplas, destaca-se 
que o número de falsas rejeições pode ser mantido baixo e ao mesmo tempo 
manter uma alta identificação de erros. Sendo assim, para a sua aplicabilidade 
pode ser utilizado dois ou mais testes estatísticos ou regras de controle para 
avaliar os resultados do controle de qualidade e rejeitar uma corrida analítica. 
 
Ensaios de Controle de Qualidade – CQ e Diagnósticos 
 
Um ensaio de Controle de Qualidade é como um ensaio de diagnóstico, 
ou seja, ele tenta identificar problemas com o processo normal de um ensaio 
analítico, enquanto um ensaio de diagnóstico tenta identificar problemas com o 
desempenho normal de uma pessoa. Ambos são afetados pela variação normal 
que é esperada quando não há problemas, ou seja, o ensaio de controle de 
qualidade tenta identificar as alterações ocorridas além daquelas normalmente 
esperadas devido à imprecisão do método, enquanto um ensaio de diagnóstico 
tenta identificar alterações ocorridas além das normalmente esperadas devido à 
variação de uma população ou devido a variações do indivíduo. Quando há a 
presença destas variações pode ocorrer uma limitação de ambos os ensaios. 
Essas variações podem causar falsos alarmes que demandam gasto de 
tempo e esforço. Tais alarmes são chamados de “falsos positivos” quando se 
relaciona com ensaio de diagnósticos e “falsas rejeições” quando se trata de um 
Controle de Qualidade, ambos relacionados com uma característica geral 
chamada “especificidade do ensaio”. 
Quando se refere a alarmes verdadeiros para diagnósticos e identificação 
de erros para Controle de Qualidade, estes estão relacionados a uma 
característica denominada sensibilidade do ensaio, que é, portanto uma 
característica de desempenho genérico e podem ser aplicados a algum ensaio 
que classifica os resultados como positivo ou negativo promovendo o aceite ao 
a rejeição no Controle de Qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOÉTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
Hoje em dia, a regulamentação de pesquisas que envolvem seres 
humanos é considerada parte das políticas públicas e práticas sociais nos países 
dotados de sistemas democráticos que visam ampliar e garantir os direitos dos 
cidadãos, no caso daqueles que especificamente participam de pesquisas.Além de se inserir no movimento de expansão de políticas públicas, a 
regulamentação da pesquisa foi impulsionada pelas transformações na prática 
científica e tecnológica geral, bem como pelo crescimento na medicina e sua 
presença na prática cotidiana nos serviços de saúde (FREITAS e NOVAES, 
2010, p.185). 
 De uma maneira geral, trabalhos e pesquisas que se inserem no contexto 
de bioética devem ser obrigatoriamente submetidos antecipadamente aos 
comitês de ética pertinente a área avaliada, sendo analisados em seus aspectos 
contextuais específicos, com base em referenciais éticos aceitos. 
Recentemente, tem-se estudado a influência que o perfil dos membros dessas 
comissões exercem sobre suas práticas cotidianas, pois deve-se ter claramente 
que a aplicação dos referenciais éticos e regulamentações locais específicas 
ocorrem por meio de decisões onde o contexto deve ser considerado. 
No Brasil houve em 1996 a aprovação da Resolução 196, visando 
Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres 
Humanos pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). Configurando uma política 
pública pioneira na América Latina, caracterizada pelo desenvolvimento de um 
sistema de avaliação da ética nas pesquisas. 
Nas relações construídas com o governo e as representações da 
sociedade, o sistema se baseou na ordenação social definida na Constituição de 
1988 e, em particular, seu conceito de participação da comunidade, uma das 
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Os comitês de ética em pesquisa 
(CEP) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) foram propostos 
para ser verdadeiros laboratórios de discussão éticopolítica das 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
tecnociências emergentes (ESTELLITA-LINS, 1999 apud FREITAS e NOVAES, 
2010, p.186) 
Esses sistemas efetivariam o controle social sobre as práticas científicas, 
conferindo-lhes qualidade do ponto de vista da ética, buscando evitar indução, 
imposição, exploração dos mais vulneráveis na sociedade, exposição a riscos 
inúteis e a danos previsíveis. Em uma perspectiva estrutural e organizacional 
pode-se considerar que a fase de implantação dessa política está sendo 
concluída, apresentando no ano de 2012 aproximadamente 596 Comitês de 
ética em pesquisa em atividade. 
Sendo assim, é necessário apreender aspectos-chave da dinâmica 
organizacional desse sistema regulatório, buscando a obtenção de subsídios 
para a prática da avaliação da ética nas pesquisas e na assistência e gestão da 
saúde. Nessa perspectiva, é interessante conhecer os executores dessa prática, 
na rotina da política de controle da ética na pesquisa no Brasil, especialmente 
as suas lideranças, que contribuem para validar as decisões tomadas nas 
comissões. 
 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE A ATIVIDADE DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
No tópico anteriores foi discutido alguns critérios e procedimentos para a 
abertura de um laboratório de Análises Clínicas, portanto agora vamos apenas 
falar sobre um breve histórico e importância da Resolução – RDC/ANVISA Nº. 
302, de 13 de outubro de 2005, que dispõe sobre Regulamento Técnico para 
funcionamento de Laboratórios Clínicos, que é um dos pilares que sustentam a 
legislação pertinente a essa área. 
O Regulamento Técnico de Funcionamento do Laboratório Clínico foi 
elaborado a partir do trabalho conjunto de técnicos da ANVISA, com o grupo de 
trabalho instituído pela Portaria nº. 864, de 30 de setembro 2003. Entre os 
membros desse grupo estão diversas secretarias, laboratórios e sociedades que 
trabalham em prol de serviços de saúde como a Secretaria de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção a Saúde, Secretaria de Vigilância a Saúde, Laboratório de Saúde 
Pública, Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, entre outros. 
De uma maneira geral diversas sugestões foram consolidadas pelos 
técnicos da Gerência-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da ANVISA, 
onde estas foram incorporadas ao texto do Regulamento Técnico. Foi produzido 
um documento que definiu muitos requisitos necessários para o funcionamento 
do Laboratório Clínico e Posto de Coleta Laboratorial. Em que o principal objetivo 
baseia-se na definição de requisitos para o funcionamento dos laboratórios e 
postos de coleta públicos que realizam atividades na área laboratorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA 
 
 Os profissionais que exercem algum tipo de trabalho dentro de um 
laboratório de análises clínicas, de certa maneira estão expostos a algum risco 
que pode configurar um acidente, em razão dos diversos componentes aí 
presentes que podem oferecer um grau de periculosidade, como por exemplo, 
componentes químicos corrosivos ou inflamáveis, agentes biológicos, 
substâncias tóxicas, entre outros. Sabe-se que uma boa parte dos acidentes 
ocorridos nesses ambientes são provocados pelo despreparo ou falta de 
conhecimento de algumas normas por parte dos profissionais que trabalham 
nesse tipo de laboratório. 
De maneira geral a biossegurança consiste em um conjunto de ações 
voltadas para prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às 
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e 
prestação de serviços, com o objetivo de preservar a saúde do homem, dos 
animais e do meio ambiente. Portanto, faz-se necessário seguir rigorosamente 
alguns procedimentos, começando pela organização do ambiente laboratorial. 
O desenvolvimento dessa ciência teve o intuito de promover o controle e 
a diminuir os riscos na prática de diferentes tecnologias, tanto aquelas 
desenvolvidas em laboratórios, como as que envolvem o meio ambiente. Pode 
aparecer também em: indústrias, hospitais, clínicas, laboratórios de saúde 
pública, laboratórios de análises clínicas, hemocentros, universidades, entre 
outras localidades. Ela é regulamentada por um conjunto de leis que normatizam 
e orientam como devem ser conduzidas as pesquisas tecnológicas e a 
manutenção do ambiente laboratorial. 
Sendo assim, no ambiente de trabalho laboratorial, devem ser 
estabelecidas certas rotinas, atitudes, ações e comportamentos que possam 
contribuir para o aperfeiçoamento da segurança nesse ambiente, em que o 
conjunto dessas ações é conhecido como Boas Práticas de Laboratório. 
 
 SÍMBOLO DE BIOSSEGURANÇA (RISCO BIOLÓGICO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 <http://queconceito.com.br/biosseguranca> 
 
 NORMAS DE SEGURANÇA 
 
 Quando se estuda leis e normas relacionadas à Biossegurança, é 
necessário saber que a lei Federal da Biossegurança (Lei nº 11.105, de 
24.03.2005), trata da regulamentação da manipulação de organismos 
geneticamente modificados, porém há também as leis que tratam de conduta, 
ética, responsabilidade e capacidade técnica nos laboratórios clínicos. 
Basicamente são duas NBRs (Normas Brasileiras de Regulamentação) que 
abordaremos: a NBR 14785, sobre normas de segurança em laboratório clínico 
e a NBR 14500, sobre o processo de controle de qualidade dos serviços 
laboratoriais. 
 
NBR 14785 
 
Nesta Normativa da ABNT estão presentes várias sessões referentes à 
segurança laboratorial, tendo como objetivo estabelecer as especificações para 
a segurança, aplicáveis no laboratório clínico. O conteúdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dessa normativa consiste em definições para a realização de exames, 
desenvolvimento e implementação de novos métodos, além de oferecer uma 
orientação sobre os procedimentos de segurança de todos os envolvidos na 
rotina laboratorial. 
 
 NBR 14500 
 
Já nesta Normativa da ABNT estão presentes muitos elementos 
relacionados a uma boa gestão de um laboratório de análises clínicas, tais como 
a estrutura física, instalações e ambiente; equipamentos, instrumentos e 
sistemas analíticos; recursos humanos; revisões administrativas; sistema de 
gestão da qualidade; serviço de consultoria e atendimento aos pacientes ou 
clientes; processos operacionais; segurança do

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