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INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS EMENTA Capacitar o aluno para a obtenção de conhecimentos teóricos e práticos necessários ao exercício da atividade de Auxiliar de Saúde Bucal, dentro dos princípios éticos e legais da profissão. O curso de Gestão Laboratorial discorre sobre todos os procedimentos que cabem a um laboratório clínico, recursos materiais e humanos, além de gestão de qualidade e organização. Conteúdo Programático: O que é um laboratório de análises clínicas; Hematologia; Urinálise; Parasitologia; Microbiologia; Programa de gestão ambiental; Gestão de resíduos; Controle de qualidade em análises clínicas; Controle interlaboratorial; Fontes de variação nos ensaios laboratoriais; Indicadores laboratoriais; Qualidade e tendência de mercado em análises clínicas; Tendências ferramentas para análise de custos, levantamentos; Estatísticos e relatórios gerenciais; Ferramentas de gestão; Bases estatísticas; Bioética em laboratórios de análises clínicas; Legislação pertinente a atividade de um laboratório de análises; Clínicas; Segurança; Níveis de risco e a rotina de trabalho em um laboratório de Análises clínicas; Organização do ambiente laboratorial; Equipamentos de proteção individual e equipamentos de Proteção coletiva; Equipamentos de proteção individual (EPI); Kit de limpeza; Autoclavagem; Descontaminação; Manuseio, gerenciamento e descarte de resíduos sólidos nos Serviços de saúde e Acondicionamento para o transporte. INTRODUÇÃO Qual seria a real importância de um laboratório de análises clínicas? Seria principalmente oferecer a prestação de serviços de saúde à população, visando sempre à qualidade na realização dos procedimentos e satisfação dos clientes. Porém, quem seria o responsável por administrar e organizar todo o pessoal e as tarefas envolvidas nesses procedimentos? Nesse caso seria um gestor, ou seja, quando se fala em um gerir, logo se pensa em administrar algo, portanto um curso de gestão laboratorial visa apresentar aspectos relacionados ao perfil de um administrador. O foco será voltado a um laboratório de análises clínicas, porém detendo- se os conhecimentos básicos para a atuação nesse tipo de laboratório é possível estender a qualquer tipo de laboratório, visando objetivos clínicos, científicos ou acadêmicos. O QUE É UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS Um laboratório consiste em um espaço físico, uma unidade ou uma sala equipada com diversos instrumentos onde se realizam diversos tipos de exames, eles podem se apresentar de vários tipos dependendo das análises ao qual é direcionado e sua funcionalidade. Os laboratórios clínicos são locais destinados à realização de exames laboratoriais de pacientes com a finalidade de fornecer informações para o diagnóstico, prevenção ou tratamento de qualquer patologia ou para a avaliação da saúde do paciente, fornecendo dados relevantes para os profissionais da área de saúde, tornando mais eficaz, rápido e acurado o tratamento dos pacientes (SCHMITZ, 2007, p.11). Os laboratórios podem ser de origem privada ou pública e têm por finalidade oferecer seus serviços dentro de um alto padrão de qualidade. Os profissionais aptos a exercer a função de analista clínico são: o médico, o biomédico, o farmacêutico e o biólogo. Possibilitando uma interação com outros habilitados em nível médio: o auxiliar em laboratório e o técnico em análises clínicas. A união desses profissionais permitirá a realização dos exames laboratoriais, onde cada um realizando o seu papel, com sua devida importância. EXEMPLO DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS <http://www1.imip.org.br/cms/opencms/imip/pt/assistencia_ saude/serv_diag_terapia/lab_analise_clinica.html?p=4> SETORES QUE COMPÕEM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS Quando um cliente vai até um laboratório clínico requisitar algum exame, geralmente tem um local em que ele é identificado e entrega a requisição do médico, assim com essas informações a atendente saberá para onde lhe encaminhar, este local é conhecido como a sala de recepção. Em que o cliente entregará as amostras que trouxe de casa (fezes, urina, por exemplo) ou poderá ser acompanhado por um técnico para uma sala onde coletará material biológico (sangue, por exemplo). Essas são as chamadas salas de coleta, os equipamentos e materiais utilizados nessas salas mudam de acordo com o material a ser coletado. Por exemplo, na sala de coleta de sangue será diferente de uma sala de coleta de secreção vaginal. Depois da coleta, o material precisará ser analisado e por isso é destinado para o setor técnico responsável. Os setores técnicos são divididos de acordo com a análise que vai se realizar do material. Há setores básicos de um laboratório: Hematologia, Imunologia, Bioquímica, Microbiologia, Parasitologia e Urinálise. Por último há o setor administrativo, que cuida da parte gerencial do laboratório, nesse setor o gestor atuará, portanto se faz necessário um conhecimento básico do funcionamento de todos os outros setores. Essas divisões não existem por acaso, assim como o funcionamento do laboratório, elas também estão regulamentadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). ATENDIMENTO Neste setor o paciente será cadastrado e encaminhado ao setor da Coleta, nele são dadas também as informações necessárias para a retirada dos resultados dos exames. Muitas vezes é o primeiro contato do paciente com o laboratório, portanto o tratamento oferecido deve ser procedido de uma maneira agradável e igualitária para todos os pacientes, sendo provido de atenção, carinho e respeito por parte da equipe. É no primeiro atendimento que o paciente entregará a guia de solicitação de exames feito pelo médico e marcará o dia da coleta, em alguns casos a coleta pode ser feita no mesmo dia. Deverão ser dadas algumas orientações ao paciente sobre como ele deverá se preparar para a coleta das amostras. Cada exame tem seus procedimentos específicos de coleta e análise. Nesse momento, é essencial que um membro da equipe técnica saiba informar detalhadamente cada passo que antecede o exame! O resultado confiável depende de uma preparação adequada para o dia da coleta. Por exemplo, se uma paciente chegar para realizar um exame de glicose e não ter respeitado as horas de jejum, o resultado com certeza será alterado. Segundo o manual da ANVISA (2005, p.08), para fazer o cadastro do paciente, o laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem solicitar ao paciente documento que comprove a sua identificação. O cadastro do paciente deve incluir as seguintes informações: a) número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório; b) nome do paciente; c) idade e sexo; d) telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; e) nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou incapacitado; f) nome do solicitante; g) data e hora do atendimento; h) horário da coleta, quando aplicável; i) exames solicitados e tipo de amostra; j) quando necessário: informações adicionais, em conformidade com o exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação clínica, dentre outros de relevância); k) data prevista para a entrega do laudo; l) indicação de urgência, quando aplicável. Um dos erros mais comuns observados em um laboratório clínico é a demora no atendimento, geralmente causa muito desconforto e frustração nos clientes na recepção de um laboratório clínico. Uma vez que se oferecem serviços de saúde, várias considerações devem ser observadas durante o atendimento, sendo necessária certa agilidade para otimizar o processo, porém devem ser observadas características como organização e segurança para minimizarerros e evitar prejuízos ao laboratório e garantir qualidade de atendimento ao cliente. SETOR DE COLETA Um laboratório clínico ou um posto de coleta laboratorial deve disponibilizar aos clientes ou responsáveis, instruções escritas, apresentando uma linguagem acessível e descrevendo orientações sobre o período pré-coleta de amostras, para esclarecer as dúvidas dos pacientes. A coleta das amostras só deverá ser feita por técnico qualificado, onde se espera que este seja ágil e transmita segurança ao paciente. Após coleta das amostras, procederá a realização dos exames, gerando posteriormente um laudo. Vale lembrar que os instrumentos de coleta mudam em função do exame a ser feito. 2.2.1 Salas de coleta de sangue De maneira geral a coleta de sangue não é uma situação agradável, em vista disso o paciente deve ser tratado com paciência e sentir-se seguro, assim o trabalho se tornará mais fácil e a coleta será feita da melhor maneira possível. As salas de coleta de sangue são destinadas à realização de exames hematológicos, imunológicos e bioquímicos. Essas salas são equipadas com materiais apropriados, na listagem dos mais importantes estão: cadeira reta com braçadeira, algodão, seringa e agulhas descartáveis, etiquetas para identificação da amostra, luvas descartáveis, tubos contendo reagentes específicos para coleta. Devem-se identificar os tubos utilizados para a análise antes da coleta, sendo que neles deve conter todos os dados do paciente, nesse momento podem ocorrer erros pela falta de atenção, onde pode haver misturas dos tubos ou ainda existir tubos sem identificação. Caso isso ocorra nunca se pode tentar adivinhar de quem foi a amostra, sendo importante assumir o erro e repetir a coleta. Existem diversos tipos de tubos para a coleta de sangue, identificados de acordo com o reagente utilizado para uma análise específica. TUBOS PARA COLETA DE SANGUE <http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> Salas de coleta de secreção Outro tipo de sala que existe no laboratório são as salas para coleta de secreção, tais salas também são bem equipadas com material apropriado como: mesa ginecológica, foco de luz, espéculo vaginal, swabs, meios de cultura, luvas descartáveis, etc. As amostras a serem coletadas diferem de acordo com o sexo do paciente. Por exemplo, do homem será coletada a secreção uretral e da mulher a secreção endocervical, vaginal e uretral. Pode ainda existir a coleta de secreção anal, ocular e orofaringe, que são colhidas em ambos os sexos. As amostras deverão ser preparadas adequadamente e posteriormente levadas para análise. Transporte de Amostras Após a realização da coleta e preparação adequada das as amostras, estas devem ser levadas ao setor técnico responsável, sendo esta uma fase muito crítica, pois todo bom trabalho de coleta pode se perder caso o transporte não for adequado. Portanto, os laboratórios de uma maneira geral devem possuir instruções escritas que devem ser seguidas rigidamente, caracterizando o meio adequado de transporte para cada tipo de amostra, promovendo o estabelecimento de prazos, condições de temperatura e padrão técnico para garantir a integridade e estabilidade das amostras. PROCESSOS OPERACIONAIS Toda prestação de serviços ao cliente necessita de um processo para sua realização. Frequentemente baseado em um processo com atividades interligadas em uma sequência lógica, utilizando recursos da organização para gerar bons resultados, oferecendo um serviço que tenha valor para os clientes. Sendo assim, um processo deve dispor de entradas e saídas, além de tempo, espaço, ordenação, objetivos e valores que, ao serem interligados, poderão resultar em uma estrutura para fornecimento de produtos ou serviços ao cliente, em que a compreensão do processo estabelecido é considerada um fator essencial para o sucesso de qualquer negócio. O desenvolvimento de um processo gerencial para melhorias nas condições de qualidade e realização de procedimentos requer, necessariamente, o empreendimento de um esforço sistemático para projetar e implantar sistemas de medição e avaliação de desempenho. Significando que a medição e a avaliação da eficiência, qualidade, produtividade, e lucratividade são componentes integrantes de sistemas que oferecem de suporte ao processo de gestão, buscando principalmente a competitividade. É oportuno comentar que o mercado de análises clínicas, no Brasil, está passando por profundas transformações. A evolução tecnológica tem trazido grandes avanços, porém, as grandes dificuldades em se manter atualizado estão, principalmente, nos altos custos da tecnologia e os baixos valores pagos pelos serviços prestados. As perspectivas para o setor são no sentido de que quem acompanhar toda esta evolução alinhada à capacidade em gestão, continuará no mercado, pois aqueles que não evoluírem, não sobreviverão (MILAN E VERSETTI, 2012, p.1032). FASES DOS PROCESSOS OPERACIONAIS DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS FONTE: Cartilha de Análises Clínicas, 2007. Setores Presentes na Fase Analítica Quando se fala em fase analítica, refere-se à fase que compreende os procedimentos para a realização dos exames solicitados pelo médico, portanto abordaremos alguns aspectos essenciais de cada setor e algumas considerações importantes sobre os exames mais solicitados e como são realizadas as análises. Hematologia Entende-se como hematologia a área que estuda os elementos celulares do sangue. O sangue é um tecido conjuntivo especializado constituído por elementos figurados que flutuam pelo plasma. Quando há coagulação do sangue, é possível notar um líquido amarelo, este é o soro sanguíneo. É através da circulação sanguínea que as inúmeras células presentes no organismo recebem sua nutrição, realizam trocas gasosas e eliminam substâncias indesejadas. Faz-se necessário saber, que sangue é um dos principais e mais importantes fluídos corpóreos, em que sua porção figurada e composta por elementos celulares é constituída por eritrócitos, leucócitos e plaquetas e plasma sanguíneo é formado pela parte líquida, sendo à água seu principal constituinte, onde se é possível também encontrar proteínas, enzimas, hormônios, glicose, íons e outras substâncias. Exames laboratoriais O hemograma é um exame que avalia as células sanguíneas do paciente, ou seja, hemácias (Eritrograma – série vermelha), leucócitos (Leucograma – série branca), além da contagem das plaquetas. Os principais exames realizados na série vermelha são: Contagem do número de eritrócitos (visando identificar alterações no número de glóbulos vermelhos, por exemplo, quando uma pessoa é acometida por anemia ocorre uma diminuição dos glóbulos vermelhos); Hemoglobina (quantidade da proteína hemoglobina presente nas hemácias, podendo ser utilizado como índice de capacidade de transporte de oxigênio); Hematócrito (que consiste no volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra); Volume corpuscular médio (Também conhecido como VCM, é utilizado como índice que ajuda na observação do tamanho das hemácias e diagnóstico de anemia); Hemoglobina Corpuscular Média (também conhecido como HCM, que consiste no peso da proteína hemoglobina presente na hemácia); Concentração de hemoglobina corpuscular média (também conhecido como CHCM, que consiste na concentração da proteína hemoglobina presente dentro de uma hemácia). Os principais exames realizados na série banca são: Contagem do número de leucócitos (visa identificar alterações no número de células brancas presentes no sangue);Contagem do número de blastos (o aparecimento e o aumento do número dessas células podem indicar doenças como a leucemia); Contagem do número de eosinófilos (o aumento no número dessas células pode indicar processos alérgicos ou parasitoses); Contagem do número de neutrófilo (seu aumento pode indicar infecção bacteriana ou até mesmo uma infecção viral); Contagem do número de linfócitos (o aumento no número dessas células pode ser um indício de infecção viral ou leucemia linfocítica crônica); Contagem do número de monócitos (seu aumento pode estar relacionado a endocardite bacteriana ou leucemia mielomonocítica crônica). INTERPRETAÇÃO BÁSICA LABORATORIAL DE DADOS DE HEMOGRAMA FONTE: CORREIA, 2012. As análises bioquímicas estudam os constituintes em vista de sua estrutura e função, além de aspectos químicos do sangue, da urina e de outras amostras biológicas. Os exames bioquímicos a serem realizados na parte líquida do sangue ou plasma sanguíneo são: • Plasma: as amostras são coletadas em tubos contendo anticoagulantes específicos com a finalidade de evitar a coagulação do sangue, geralmente os tubos utilizados são os tubos com tampa azul, roxa, verde ou cinza. • Soro: este material será obtido através da coleta realizada em tubos sem anticoagulante (tubo seco), com a finalidade de se ocorrer o processo de coagulação. Geralmente os tubos utilizados são os que possuem tampa vermelha ou amarela. Além dos citados anteriormente, os exames bioquímicos mais comuns realizados são para detecção dos seguintes componentes: Glicose; Creatinina; Colesterol total; Colesterol HDL; Triglicerídeos e Ureia. Outra área muito importante a ser analisada é a imuno-hematologia, que estuda aspectos do sistema imunológico e possibilita a realização de exames sorológicos, visando detectar a presença de proteínas com atividade imunológica. Vale ressaltar que o sistema imunológico compreende os mecanismos que o organismo usa para se proteger de invasores externos, como bactérias, vírus e parasitas entre outros elementos alergênicos. Sendo assim se faz necessário o conhecimento de alguns elementos presentes nos mecanismos de proteção e defesa que se baseiam em: • Antígeno: qualquer substância capaz de desencadear a formação de anticorpos. Cada antígeno possui certa configuração química que lhe confere a capacidade de provocar a proliferação de anticorpos; • Anticorpo: proteína produzida pelos linfócitos e proliferam-se em resposta à presença de um antígeno. Podem ser específicos (atacam apenas um tipo de antígeno) ou genéricos (atacando vários antígenos). Entre os exames mais importantes realizados na imuno-hematologia estão: Detecção de anticorpos (as técnicas consistem basicamente em avaliar se o paciente está produzindo ou não anticorpos e a partir dessa informação é possível saber a doença em questão, ao realizar esses exames, o resultado será Reativo (reagente), se o paciente teve ou tem contato com o antígeno ou Não Reativo (não reagente), quando o paciente não teve contato ou que a quantidade de antígeno não foi suficiente para desenvolver uma patologia); Sistema de grupo sanguíneo ABO e Rh (consiste na determinação do tipo sanguíneo do paciente baseado na detecção de antígenos). Sempre é válido lembrar que estes exames necessitam de equipamentos específicos para cada amostra a ser analisada. Assim para que a análise das amostras seja realizada de maneira correta, estas precisam ser coletadas corretamente, ou seja, é um ciclo de atividade que não pode ser interrompido. Portanto qualquer erro em alguma etapa pode comprometer a elaboração do resultado final. ANÁLISE HEMATOLÓGICA <http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> Urinálise A urina consiste no produto final do metabolismo de filtração do sangue pelos rins, apresentando-se como um líquido levemente amarelado, límpido, estéril e de pH ácido, que é eliminada do corpo para o meio externo, principalmente pelo sistema urinário. É considerado um fluido muito complexo, pois é composto por mais de 60 elementos, sendo que podem ocorrer grandes variações na concentração dessas substâncias, devido à influência de diversos fatores metabólicos. De maneira geral, o exame de urina é muito importante para a patologia clínica, uma vez que pode detectar doenças em qualquer parte do trato urinário, posteriormente serão apresentados alguns tipos de aspectos avaliados no exame de urina. SETOR DE URINÁLISE <http://www.laboratoriosaojose.com.br/pagina/pagina.php?go=exames& emp=setoresTecnicos> Aspectos físicos Quando se fala em aspectos físicos da urina, faz-se necessário saber que os principais aspectos avaliados são: Cor da urina: a urina normal de uma pessoa saudável apresenta-se com a coloração amarelo-palha (urocromo), porém quando o paciente é acometido por alguma patologia a cor pode ser alterada, dentre as causas de coloração anormal da urina, pode-se citar: - Marrom: pigmento biliar aumentado, mioglobina, metronidazol e levodopa; - Azul ou verde: Pseudomona, azul de metileno, cimetidina IV; - Laranja: pigmento biliar, Piridium; - Vermelho: sangue, beterraba, ruibarbo e amoras. No caso de ser vermelha por causa do sangue, a urina fica também opaca, já no caso de alimentos, permanece translúcida, ainda que vermelha; - Negra: elementos oxidativos liberados em algumas doenças, uma das doenças que gera urina enegrecida é a alcaptonúria. • Aspecto da urina: límpido ou turvo; • Densidade: avalia a capacidade de concentração urinária, os valores vão de 1010 – 1030. Aspectos químicos: realizado com tiras reativas A tira reativa consiste em um papel absorvente que possui substâncias químicas, capazes de realizar a quantificação de diversos elementos, ou seja, com uma tira é possível realizar cerca de 10 análises onde a interpretação se dá pela reação química na qual se vê alteração da coloração. Dentre as análises realizadas através de tiras reativas, pode-se citar: - Determinação do pH; Hemoglobina; Nitrito; Bilirrubina; Glicose; Corpos cetônicos; Proteínas; Teste de Gravidez (Beta HCG). INTERPRETA DE TIRAS REATIVAS UTILIZADAS NAS ANÁLISES QUÍMICAS DE URINA <http://www.geocities.ws/laboratoriodebioquimica/index_arquivos/Page7 55.htm> Sedimentoscopia Utiliza o sedimento da urina centrifugada em exame microscópico, visando a identificação de elementos como hemácias, leucócitos e cilindros, além de elementos menos importantes como leveduras, cristais ou células epiteliais. Segundo Correia (2012, p.23), algumas doenças podem ser identificadas pelo exame de sedimentoscopia, entre elas estão: Hematúria (consiste em doenças renais, em que se pode encontrar a urina com cor de coca- cola); Cristalúria (litíase, onde se pode encontrar diurese concentrada e a presença de sedimentos); Piúria (que consiste em uma infecção do trato urinário, em que se pode encontrar diurese concentrada, presença de grumos de pus e febre). ANÁLISE LABORATORIAL BÁSICA DE DADOS SÉRICOS FONTE: CORREIA, 2012. Parasitologia No setor de parasitologia são realizados estudos a respeito de parasitas infecciosos, métodos de diagnóstico e controle de doenças parasitárias. A amostra analisada para a pesquisa de parasitas são as fezes, porém podem estar presentes dentro e sobre outras partes do corpo. Há uma grande diversidade de parasitas, porém os grupos mais comuns que podem vir a infectar o ser humano são Protozoários, Helmintos e Artrópodes. Sendo que destes os protozoários mais encontrados nos exames parasitológicosde fezes são Giardia lamblia e Entamoeba histolytica, e dentre os helmintos mais comuns no exame parasitológico de fezes destacam-se ovos de Taenia saginata e Schistosoma mansoni, além de indivíduos adultos de Ascaris lumbricoides e Oxyuros vermicularis. SETOR DE PARASITOLOGIA <http://www.unipar.br/unidades/paranavai/campus-i/laboratorio-de- zoologiae-parasitologia/> Exames laboratoriais de rotina com as fezes Dentre as principais análises realizadas no setor de parasitologia podem- se destacar: Exame Parasitológico de Fezes (também conhecido por EPF, tem como objetivo diagnosticar os parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes); Exame Macroscópico (a realização deste exame permite a verificação da consistência das fezes, odor e presença de elementos anormais, como por exemplo, muco ou sangue, além de vermes adultos ou partes deles); Exame Microscópico (tal exame permite a visualização dos ovos ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos); Pesquisa de Sangue Oculto (tal exame consiste em pesquisar a proteína hemoglobina, dissolvida no material fecal, o que geralmente deriva de hemorragias no sistema digestivo); Cultura de Fezes (também conhecido como Coprocultura, é um exame solicitado para diagnóstico bacteriológico e/ou micológico patogênico). Microbiologia No setor de microbiologia são analisados fungos, vírus, protozoários e bactérias presentes em amostras biológicas. Os métodos de análise podem variar de acordo com cada amostra analisada, sendo assim existem exames que são feitos com observação direta das lâminas (com ou sem coloração) ou ainda exames que necessitam de cultivo de microrganismos em meio de cultura para posteriormente serem analisados. SETOR DE MICROBIOLOGIA <http://www.biodiagnostic.com.br/iframe.asp?cod=69> Exemplos de exames microbiológicos Alguns exames microbiológicos exigem técnicas específicas para determinado material a ser analisado, sendo assim dentre alguns exemplos de exames microbiológicos realizados em um laboratório de análises clínicas podem-se citar: • Exame a Fresco, sem coloração, também conhecido como Salina e está presente no manual da ANVISA – Indicação: permite observar a morfologia bacteriana e avaliar a existência de mobilidade. Usada para pesquisa a fresco de Trichomonas e fungos em secreções, e em diferentes materiais, etc. • Hidróxido de Potássio – Indicação: usado para pesquisa de fungos em material biológico na presença de muco, restos celulares, pelos, unhas, etc. • Exame com coloração de GRAM: o exame é realizado após coloração com o corante GRAM e permite obter uma definição mais precisa da morfologia microbiana, diferenciar algumas estruturas e tipos bacterianos de acordo com as diferentes afinidades pelos corantes. É usada para classificar Bactérias com base no tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. Em laboratórios que possuem um setor de microbiologia clínica, esse pode ser considerado um teste adicional rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos. OTIMIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO A área de análises clínicas apresentou seu desenvolvimento acompanhado da medicina, não como um serviço de apoio nos moldes de hoje, mas sim como uma atividade estritamente experimental, com o objetivo da descoberta de algo novo ou desconhecido (BECKER, 2005, p.38). O progresso da ciência médica obteve um grande impulso na Europa a partir da segunda metade do século XIX. Nessa época iniciava-se os estudos referentes a Patologia Clínica, onde os laboratórios pioneiros foram aqueles instituídos nas universidades alemãs de Wurzburg (1849) e de Berlim (1852). Os testes laboratoriais são considerados parte importante na prática médica, onde a participação das informações providas do laboratório clínico na tomada de decisões é extremamente importante. Certamente à evolução dos testes laboratoriais continuarão a crescer de maneira acentuada, principalmente devido a incorporação de novos testes, especialmente na área da biologia celular e molecular. O laboratório clínico é certamente o setor da assistência em saúde que mais sofre impacto dos avanços da pesquisa biomédica, pois esses avanços estão ocorrendo em grande velocidade, possibilitando visualizar um grande progresso nas últimas décadas derivado principalmente da variedade e qualidade dos testes laboratoriais que são oferecidos aos diversos profissionais da saúde. De acordo com o que foi exposto até o momento, surge diversos questionamentos, entre eles pode-se citar: para você, qual a fase de maior importância nos procedimentos de um laboratório de análises clínicas? E em sua opinião, em quais setores são passíveis de erros e que os procedimentos devem ser realizados com um maior nível de atenção? PLANEJAMENTOS DE ABERTURA DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS As providências que devem ser tomadas para a abertura de um laboratório de análises clínicas são semelhantes as exigidas para qualquer outro estabelecimento comercial. Porém por se tratar de um estabelecimento de saúde, há algumas obrigações adicionais vinculadas ao Conselho Regional de Farmácia, Vigilância Sanitária e órgãos de meio ambiente. Tais procedimentos referentes a abertura de um laboratório de análises clínicas podem variar de acordo com as legislações estaduais e municipais de acordo com o domicílio em que se efetuará o funcionamento do mesmo. Sendo assim, posteriormente serão apresentados alguns passos que devem ser observados para abertura de um laboratório de análises clínicas. Requisitos para abertura Segundo o material de Moura (2010, p.04), entre os requisitos de abertura de um laboratório de Análises Clínicas destacam-se os seguintes tópicos: consultar a viabilidade para iniciar o empreendimento; consultar a prefeitura do município para verificar se é permitido desenvolver tal atividade no endereço escolhido; verificar se a edificação escolhida atende as condições referidas a espaço físico segundo a RDC nº50/2002 da ANVISA; além de elaborar um registro do Contrato Social e CNPJ e registrá-lo na Junta Comercial do Estado, dando entrada no pedido de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na Receita Federal através do Documento Básico de Entrada (DBE). Além dos tópicos expostos devidamente referenciados, faz-se necessário também a obtenção de um Alvará Sanitário, em que é necessário preencher o Formulário de Petição (modelo DIVIS) e encaminhá-lo junto com a documentação exigida para a Vigilância Sanitária Municipal, uma questão importante é que o local tem que ser dedetizado, portanto é interessante procurar uma empresa especializada. Além do Alvará Sanitário é necessário providenciar um Alvará Municipal de Funcionamento e o licenciamento junto ao órgão de meio ambiente do município, devendo-se apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS). Posteriormente deve-se solicitar o registro do estabelecimento junto ao Conselho Regional de Farmácia e providenciar documentos e programas das áreas trabalhistas e previdenciárias. Requisitos para funcionamento Os tópicos relacionados a funcionamento desse tipo de empreendimento encontram-se no Regulamento técnico da ANVISA composto de 16 páginas, e devem estar em conformidade com a RDC 302/2005 que define as condições gerais de funcionamento, bem como os requisitos relacionados aos recursos humanos e infraestrutura. Equipamentos básicos necessários para cada área Para o funcionamento adequado de um laboratório de análises clínicas, visando qualidade na prestação de serviços e satisfaçãodos clientes, é necessário que o laboratório esteja bem equipado e dimensionado possibilitando bem-estar geral. De acordo com essa premissa, as tabelas seguintes referenciadas no artigo de Moura (2010, p.05), apontam os principais equipamentos e mobiliários, além do dimensionamento necessário para cada área do laboratório de análises clínicas. Vale lembrar sempre que todos os setores devem também ser equipados com EPI’s, reagentes, vidrarias e materiais de consumo. Temos ainda os ambientes de apoio, por exemplo: sanitários, depósitos, etc., que apesar de não serem mencionados necessitam de equipamentos, mobiliário e outros materiais. TABELA - EQUIPAMENTOS E OUTROS MATERIAIS NECESSÁRIOS NAS DIFERENTES ÁREAS DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> TABELA- METRAGEM MÍNIMA EXIGIDA PELA RDC 50/2002 PARA CADA SETOR DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> Os laboratórios podem estar localizados em um único ambiente ou salão, onde pode haver a separação por áreas e bancadas específicas. Isso dependerá do nível de biossegurança exigido pelos procedimentos realizados em cada um dos laboratórios, pode ou não ser necessária à existência de sala exclusiva, inclusive com antecâmara. Além das instalações técnicas, existem também normatizações para as áreas destinadas aos ambientes de apoio, estabelecidas pela RDC 50/2002 ANVISA, dentre os mais importantes se podem citar: a área destinada para registro de paciente, assim como a sala de espera para pacientes e acompanhantes deve possuir aproximadamente 1,2 m² por pessoa; o depósito para material de limpeza, assim como o depósito de equipamentos e materiais deve possuir um dimensionamento de cerca de 1,0 m²; os sanitários para funcionários devem possuir um dimensionamento de aproximadamente 1,7 m² e as salas administrativas devem possuir um dimensionamento de aproximadamente 5,5 m² por pessoa. Em relação aos requisitos funcionais existe a RDC 302, de 13 de outubro de 2005, que dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento de laboratório clínico, segue-se um breve resumo das determinações da referida Resolução: O laboratório deve possuir um profissional legalmente habilitado como responsável técnico; o laboratório clínico deve estar inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); todos os profissionais atuantes devem ser vacinados conforme legislação vigente; a admissão de funcionários deve ser precedida de exames médicos em conformidade com o PCMSO da NR- 7 da portaria MTE nº 3214 de 08/06/1978 e lei nº6514 de 22/12/1977; os equipamentos e instrumentos utilizados, reagentes, insumos e saneantes devem estar regularizados junto a ANVISA; devem ser mantidos registros dos processos de preparo e do controle da qualidade dos reagentes preparados; o laboratório deve possuir um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS); além de que o laboratório deve possuir instruções escritas de biossegurança, limpeza, desinfecção e esterilização. Quando se adquire equipamentos e outros materiais para realização das análises o pedido deve ser avaliado de acordo com a demanda pretendida. Dependendo do número de atendimentos/dia pode-se utilizar automação, semiautomação ou até técnicas manuais, desde que essas sejam validadas para realização das análises. Para exames que exigem um maior nível de complexidade, é possível realizar a terceirização junto a Laboratórios de Apoio. Documento Técnico do Projeto A elaboração de um relatório ou Documento Técnico de Projeto consiste na exposição escrita onde se descrevem fatos verificados através de uma metodologia aplicada a um processo de pesquisa ou a execução de serviços e experiências. Geralmente se baseia em dados ou resultados demonstrativos, tais como tabelas, gráficos, estatísticas e outros. Abaixo se apresentam alguns modelos para a otimização do processo de implantação do Sistema de Gestão Laboratorial, um bom exemplo pode ser observado de acordo com o material disponibilizado pelo PROJETO CELAB (2008). EXEMPLO DE DOCUMENTO TÉCNICO DE PROJETO <http://www.celab.org.br/?page_id=21> LIDERANÇA E PERFIL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE AS VARIAÇÕES DA GESTÃO A área da saúde possui características próprias, ou seja, a prestação de serviços é específica, pois tem um caráter predominantemente assistencial, devendo-se estabelecer uma margem de risco calculado dentro do aceitável. Além de possuir outras inúmeras variáveis, dentre elas: a competência técnica da equipe de profissionais; locais adequados e estruturados para a prestação de serviços; tipo e evolução das patologias (doenças); estado psicológico dos profissionais e pacientes; relacionamento interpessoal, etc. Quando o profissional se dispõe a trabalhar nessa área, ele deve ter noção de que deve possuir um conjunto de competências, a saber: o profissional deve ter preparo adequado do ponto de vista de conhecimento técnico e pessoal; deve exibir uma postura profissional; apresentar um perfil de liderança; sempre trabalhar em prol da ética e se desenvolver bem em equipe; deve possuir um bom controle emocional; deve se comunicar bem e ter capacidade para mediar conflitos; deve possuir capacidade de oferecer assistência psicológica diante de algumas situações do cotidiano; deve possuir domínio do estresse e estar acostumado a correr riscos. Há o requerimento de profissionais capacitados e com alto grau de eficácia, que minimizem o impacto do erro e maximizem o acerto. A demanda nessa área volta-se para pessoas que procuram obter resultado positivo, sendo o mais ideal a situação, pois a área da saúde está em constante evolução e necessita de profissionais voltados para desenvolver a ciência, ou seja, mesmo não se conhecendo a cura para várias doenças, pode-se em muitos casos controlar várias. Com a busca de profissionais capacitados, o gestor é um elemento muito importante, que dentre seus princípios de liderança, deve-se destacar: o gestor com características de líder deve manter integridade absoluta conhecendo o ofício ao qual está inserido; deve declarar suas expectativas e demonstrar dedicação excepcional ao seu trabalho; em suas ambições busca sempre resultados positivos; deve sempre cuidar bem de seu pessoal e colocar o dever à frente de si mesmo; além de sempre se fazer presente na frente da batalha. A gestão de pessoas em uma organização, na realidade não consiste em uma tarefa fácil, nem para os profissionais e nem para os pesquisadores e teóricos da área, pois há uma grande diversidade de demandas, além de que na busca de investigar peculiaridades, ainda há muitas indagações sem respostas. Diante do exposto Marras (2009, p.41) define que se denomina estrutura organizacional o conjunto de funções, relações e responsabilidades que constituem o desenho orgânico da empresa. Logo o líder, ao administrar ou gerir os recursos de uma organização, deve estar atento a uma série de particularidades, indo desde sua formação e atuação na liderança até o desenvolvimento e a atuação das pessoas que lidera. Áreas de Gestão de Laboratório de Análises Clínicas De acordo com o material disponibilizado por Segundo Fernandes (2013, p.07), as áreas de gestão laboratorial presentes em um Laboratório de Análises Clínicas podem ser: Diretoria (Administração e Setor Financeiro); Recursos Humanos (Admissão, Treinamento e Reciclagem de Funcionários, Folha de Pagamento, Benefícios, Penalidades); Gestão de Informática (Instalação, execução e atualização de hard e softwares, intercomunicação entre equipamentose emissão de laudos); Produção Laboratorial (Execução dos exames e procedimentos); Gestão de equipamentos (Calibragem, testes e execução dos ensaios) e Gestão de materiais (Compras, controle, verificação da validade e eficácia dos reagentes). COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA Em relação a um eixo de análises presentes em sistemas administrativos, os três temas básicos são: comunicação, liderança e desenvolvimento de pessoas, embora com significados distintos, são apresentados em conjunto, pois a comunicação é um dos processos integrantes da liderança e do desenvolvimento de pessoas. Sendo assim, a liderança no trabalho é entendida como uma peça-chave que compõe os relacionamentos, pois as atitudes dos líderes que possibilitarão ou favorecerão a integração relacional e a qualidade do trabalho realizado, garantindo a satisfação de quem trabalha. Quando se busca resultados positivos, deve-se saber que estes provêm da postura comunicativa e aberta por parte dos líderes, baseada no respeito à interatividade e das práticas coletivas. Portanto, a participação de todos é muito importante na determinação de planos estratégicos, operacionais e no estabelecimento de metas a serem atingidas posteriormente. As práticas desenvolvidas para o bom desempenho de um líder são: desenvolver pessoas, obter resultados dentro do que foi planejado, atender as necessidades do cliente e comunicar-se bem. Enquanto os atributos de um líder consistem nas seguintes características: ser uma pessoa íntegra (tanto em critérios pessoais como profissionais), ser capaz de realizar projetos, ser hábil para lidar com pessoas, ser capaz de direcionar e orientar pessoas para o aprendizado, ser capaz de controlar situações inesperadas, etc. LIDERANÇA <http://www.visaoprime.com.br/index.php/766> O que é necessário para ser um líder? Para se exercer a liderança, há a necessidade de o líder possuir um conjunto de características que o definam e constituam seu perfil, dentre elas estão: Competências: envolve várias características como o conhecimento baseado em informações adquiridas e armazenadas durante algum período (para prover o desenvolvimento do indivíduo, fazem-se necessários conhecimentos específicos e conhecimentos essenciais); as habilidades baseadas no talento, capacidade individual e técnica (consiste em buscar resultados positivos utilizando o conhecimento adquirido de forma adequada) e atitudes baseadas nas crenças, valores e princípios do indivíduo, constituído ao longo do tempo, e de certa maneira norteia suas ações. As competências de um modo geral derivam de aptidões e características pessoais que contribuem para se elevar o desempenho na realização de tarefas e para a concretização de uma função. Dessa maneira, existem certos tipos de competências que podem ser divididas em: competências para lidar com pessoas (o líder necessita expor seu lado pessoal para motivar e desenvolver os profissionais que lidera); competências ao lidar com negócios (o líder necessita de um pensamento analítico e capacidade para identificar as informações necessárias para esclarecer uma situação); competências para atingir resultados (o líder necessita de iniciativa e capacidade empreendedora) e competências de autogestão (o líder necessita de autoconfiança e credibilidade pessoal). A área da saúde é muito abrangente, porém existem algumas competências muito valorizadas em seus profissionais como a liderança, ética, organização, bom relacionamento interpessoal, agilidade, comprometimento com os resultados, conhecimento técnico na área e foco nos pacientes. Em determinadas funções, principalmente na área de saúde, é necessária a atividade de um bom líder, que exerça a liderança de forma eficiente, ou seja, que seja capaz de fazer com que o grupo tenha um melhor rendimento em vistas de situações específicas, pois se trata de uma prestação de serviços à saúde do indivíduo. Em vistas de explorar as capacidades de liderança, existe um teste de Mapeamento Cerebral, que aponta a existência de perfis com diferentes personalidades, salientando as diferenças individuais, sendo que um deles traz as características inerentes à liderança. Tais perfis podem ser descritos, de acordo com a região cerebral: Cérebro anterior refere-se ao verbo explorar (caracteriza o visionário, que busca a inovação e está aberto à complexidade); Cérebro posterior refere-se ao verbo preservar (caracteriza uma pessoa mais afetuosa, que busca uma atmosfera afetiva e associativa, sendo agregadora e guardiã); Cérebro direito refere-se ao verbo perseguir (caracteriza pessoas com grande agilidade para realizarem tarefas, sendo essa uma característica dos líderes, orientados para o processamento global, competidores e realizadores) e Cérebro esquerdo, refere-se ao verbo controlar (caracteriza pessoas mais analíticas, que fazem uso de uma abordagem lógica, além do que, é organizada e busca o processamento de detalhes). Mesmo com testes e definições, determinar a personalidade do líder é uma tarefa difícil e discutível, ou seja, é mais adequado caracterizá-lo por suas qualidades e defeitos, pois a personalidade do líder depende de fatores, tais como o conhecimento que adquire e o contexto onde está inserido. Quando se exerce a liderança, alguns tipos específicos podem-se aflorar durante este exercício, tais tipos se dividem em três processos básicos: Liderança Autocrática (em que o líder manda e seus subordinados obedecem, ou seja, ele é responsável por traçar as normas de ação e tomar as decisões); Liderança Democrática (na qual o líder consulta o grupo ao qual administra, sendo um elemento de coordenação e estímulo); Liderança Liberal (em que o líder sugere e dispõe de ampla liberdade de movimentos, ou seja, o líder providencia os meios e as facilidades). Durante muito tempo, acreditou-se que liderar era planejar, organizar, coordenar e controlar, de maneira que as situações adversas não influenciariam em aquisição de novas lideranças. Porém há uma mudança frequente de líderes, que possuem seus papéis alterados e que devem agir conforme as necessidades, inserindo-se na nova realidade. Assim, quando muda a tarefa, muda-se a estrutura, de modo a proporcionar nova orientação ao grupo. Atualmente em vistas das mudanças frequentes o perfil de líderes deve- se apoiar no seguinte tripé – ambição, conhecimento e integridade. Em que a ambição e conhecimento sem integridade não derivam um líder ético; a ambição e integridade sem conhecimento não derivam um líder competente e o conhecimento e integridade sem ambição não derivam um líder realizador. Para um líder atuante na área de saúde, não há um protótipo ideal, mas sabe-se que este deve possuir competências humanas e conhecimento técnico específico da saúde, assim como conhecimento do negócio e serviços prestados, apresentando tais características de forma apurada e ter controle de diversas variáveis específicas. Porém em relação a tais características podem-se citar alguns diferenciais próprios, a saber: o líder nessa área deve possuir capacidade adaptativa às situações (pois uma vez que se trabalha com saúde é necessário utilizar o melhor de si e da equipe para a obtenção de um resultado positivo), além de focar seu trabalho no fator humano (é um diferencial importante, pois é necessário melhorar a qualidade de trabalho para garantir a satisfação tanto da equipe de trabalho, quanto dos pacientes). SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS A sustentabilidade consiste na capacidade de atender às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender as próprias necessidades. Tal conceito foi definido, em 1987, quando ocorria a elaboraçãodo relatório Brudtland pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) da ONU. Vale lembrar que esse conceito para ser eficiente deve-se apoiar em três parâmetros muito importantes, sendo eles a atividade econômica, o meio ambiente e bem-estar da sociedade, estes devem estar equilibrados e integrados para compor os pilares da sustentabilidade. BASES DA SUSTENTABILIDADE <http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20M arques %20P%C3%A9rigo.pdf> FERRAMENTAS DE GESTÃO Algumas das ferramentas de gestão utilizadas em laboratórios de Análises Clínicas são: • Ciclo PDCA – Plan – Do – Check – Action (planejar, executar, verificar e atuar corretivamente), que compreende as seguintes ações: é necessário definir o que se espera de cada perspectiva e traçar Plano; depois de elaborado o plano de ação é necessário executá-lo; com a execução em andamento se faz necessário avaliar (Check) o seu funcionamento e agir sempre que necessário para garantir melhorias nas ferramentas de gestão desenvolvidas; • BSC – Balanced Scorecard. ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE UM BSC (BALANCED SCORECARD) <http://www.iepvivalle.com.br/downloads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o %20UNIVAP.pdf> EXEMPLO DE PROCESSO DE GESTÃO LABORATORIAL PARA A FASE PRÉ-ANALÍTICA <http://www.iepvivalle.com.br/downloads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o %20UNIVAP.pdf> EQA – External Quality Assurance Software Os Programas de Avaliação da Qualidade Externa realizam uma avaliação retrospectiva pela comparação do desempenho de um laboratório em dado ensaio com os resultados de outros laboratórios, com a finalidade de avaliar o desempenho. Devido ao grande número de participantes e programas que possam estar envolvidos, o apoio oferecido pelos sistemas de informação nas atividades do Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ) torna-se indispensável. Esse sistema se baseia em três módulos que cobrem todas as atividades desenvolvidas, indo desde a gestão de programas e laboratórios clientes até a obtenção de resultados via Web, promovendo sua análise e processamento estatístico. Como vantagens associadas a programas de avaliação da qualidade externa de acordo com o enquadramento da atividade desenvolvida podem citar: a homogeneização dos programas de análise; a Flexibilidade na configuração de cada programa de análise; maior eficiência e facilidade de utilização, além de melhorar a imagem do Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade. ESQUEMA SIMPLIFICADO DOS PROCESSOS DO EQA FONTE: QUIDGEST, 2013. BASES ESTATÍSTICAS A estatística envolve-se no controle de qualidade e é definida como uma ciência de coleta e classificação de dados como uma maneira de mostrar seu significado. Quando se tem uma coleção de resultados, esta é chamada de população; uma amostra é um subgrupo de valores desta população. Para se realizar os cálculos necessários em um programa de controle de qualidade é preciso obter uma amostra ou conjunto de valores para inserir nas fórmulas estatísticas. Geralmente os cálculos mais utilizados são determinação da média, a variância e o desvio padrão, sendo que estes devem ser calculados para cada procedimento analítico. Nesse contexto, estamos lidando com coleta, processamento e interpretação de dados, de modo a facilitar o estabelecimento de conclusões confiáveis sobre as condições da qualidade do processo e devido a este motivo o Controle de Qualidade (CQ) pode ser denominado como Controle Estatístico do Processo. Faz-se necessário que os gerentes de programas de qualidade no laboratório conheçam as ferramentas utilizadas, saibam utilizá-las adequadamente e apliquem corretamente os parâmetros para interpretar os resultados obtidos. • Média aritmética simples: Pode também ser chamada apenas de média. Consiste em uma medida de posição, é considerada a mais utilizada e a mais intuitiva de todas, sendo utilizada com frequência. Baseia-se em um conjunto de valores numéricos e é calculada somando-se todos estes valores e se dividindo o resultado pelo número de elementos somados, que é igual ao número de elementos do conjunto, ou seja, a média de n números é sua soma dividida por n. • Média ponderada: Há casos em que as ocorrências possuem importância relativa diferente, ou seja, pesos diferentes. Assim, o cálculo da média deve levar em conta seu peso relativo, sendo esta média chamada de ponderada. No cálculo da média ponderada, multiplica-se cada valor de dentro de um conjunto por seu peso relativo, e esta soma é dividida por n. • Variância: consiste na soma dos quadrados dividida pelo número de observações do conjunto menos uma. A variância é representada por s2 e é calculada pela fórmula: O denominador “n – 1” da variância é determinado grau de liberdade, muito utilizado na estatística, pois considerando um conjunto de “n” dados e fixando uma média para esse grupo, existe a liberdade de escolher os valores numéricos de n-1 observações, o valor da última observação estará fixado para atender ao requisito de ser a soma dos desvios da média igual a zero. • Desvio Padrão: consiste na medida mais comum da dispersão estatística, define-se como a raiz quadrada da variância, oferece- nos uma medida da dispersão que: seja um número não negativo e use as mesmas unidades de medida que os nossos dados. Faz- se uma distinção entre o desvio padrão, (sigma) do total de uma população ou de uma variável aleatória, e o desvio padrão s de um subconjunto em amostra. Inspeção A inspeção é uma ferramenta que tem por objetivo de aprovar ou rejeitar resultados advindos de uma corrida analítica, além de verificar se os resultados encontrados para os valores dos controles estão de acordo com os limites estabelecidos. É utilizada também na verificação de resultados adequados de um método analítico antes que seja colocado na rotina do laboratório. Monitoração do processo O monitoramento do processo é uma ferramenta que permite avaliar se um método analítico está mantendo-se estável em relação aos parâmetros de imprecisão e inexatidão, ou seja, dentro de uma base estatística. A ferramenta de calibração pode ser utilizada para monitorar um processo. Tal análise consiste em um conjunto de operações que estabelece em condições específicas, a relação entre valores de quantidades indicados por um instrumento de medição ou valores representados por um material de referência e os valores correspondentes estabelecidos por padrões. Para se realizar a calibração é necessário submeter porções conhecidas do material utilizado (por exemplo: usando-se um padrão de medida ou material de referência) ao processo de medição e monitorar a resposta assim obtida. Amostragem Estatística No controle de Qualidade, os materiais de controle são incluídos em uma corrida analítica e os resultados encontrados são considerados como representantes de toda a população dos indivíduos analisados, sendo assim uma amostra representada pelos dados de controle é utilizada para o tratamento estatístico. Para que a representatividade dos controles seja válida é fundamental que a totalidade dos dados a serem analisados estejam dentro de uma amostra aleatória, significando que os dados foram colhidos de uma forma em que todos os elementos da população de testes teriam a mesma chance de serem escolhidos para compor a amostra estatística. Variabilidade Analítica Quando se realiza medições repetidas de um material estável sob condições idênticas, ainda é possível observar uma série de resultadosdiferentes que são decorrentes da variação aleatória que ocorre em todo processo de medida. Esta variabilidade pode ser decorrente de várias causas, derivadas de mudanças nas condições em que as medições são realizadas como: diferenças no comportamento dos reagentes, na calibração e desempenho dos equipamentos, nos métodos de trabalho, nas condições ambientais e no desempenho dos operadores envolvidos no processo. Métodos e Regras de Validação dos Resultados Em um Laboratório Clínico, a consistência dos métodos analíticos pode ser monitorada por meio de ensaio com amostras de controle de valores conhecidos junto com ensaios das amostras dos pacientes. Os resultados obtidos pelas amostras controle são inseridos em um gráfico controle e comparados com os Limites Aceitáveis de Erro (LAE) para o analito em questão. Os LAE correspondem à média de mais ou menos dois desvios padrão. De acordo com o que foi exposto, como devemos avaliar os resultados? Como saber se está tudo bem? A partir desse questionamento, a avaliação dos resultados obtidos deve ser analisada de acordo com os seguintes princípios: quando os valores encontrados na amostra controle estão dentro dos LAE, concluímos que o método analítico está funcionando adequadamente e quando os valores encontrados na amostra controle não estão fora da faixa dos LAE, a equipe é alertada para a possibilidade de problemas no processo, indicando que o método analítico não está funcionando adequadamente. De maneira geral um bom sistema de controle é aquele que apresenta as determinadas características como: se capaz de fornecer informações sobre a exatidão de cada método; possuir sensibilidade para detectar variações nas fases dos ensaios laboratoriais; deve ser de fácil implantação e interpretação; deve ser capaz de encontrar os diversos tipos de erros ou variações que possam ocorrer e de prever a avaliação da atuação dos técnicos e o desempenho de métodos e equipamentos. O mapa de Levey-Jennings O mapa de Levey-Jennings é considerado uma das mais importantes ferramentas do controle da qualidade no laboratório clínico, derivado de uma adaptação das técnicas de controle da qualidade na indústria, introduzido por volta de 1950 em ambientes de um laboratório clínico. Esses autores utilizaram reservatórios de plasma congelado para controlar os ensaios em química clínica e utilizaram o tratamento estatístico das dosagens em duplicata para o estabelecimento de limites aceitáveis de variação. Posteriormente plotaram os resultados das diferenças entre as duplicatas e as médias em mapas que, apesar de já serem utilizados na indústria como mapas de Shewhart, passaram a ser denominados, quando utilizados no laboratório clínico, como mapas de LeveyJennings. Atualmente este mapa é considerado uma forma gráfica simples de lançar os resultados obtidos nas dosagens diárias dos controles. EXEMPLO DE UM MAPA DE LEVEY E JENNINGS PARA AS DOSAGENS DO COLESTEROL FONTE: NEVES, 2013. O gráfico é feito através de linhas que especificam o valor médio para o analito na linha central e os limites de controle estabelecidos (1, 2 e 3 desvios padrão) para identificar e mostrar tendências dos resultados encontrados. As fases envolvidas nesses gráficos podem ser de periodicidade diária, semanal e mensal. • Avaliação Diária: devem-se colocar no gráfico controle os resultados obtidos no ensaio do analito na amostra controle, fazendo-se necessário examinar, diariamente, cada gráfico detectando os resultados “dentro de controle” e “fora de controle”, quando os resultados do controle estiverem “dentro dos LAE” (média ± 2s), o resultado do exame é liberado e quando os resultados do controle estiverem “fora dos LAE”, não é liberado o resultado do exame. No caso do resultado não ser liberado, deve-se inspecionar o método para tentar descobrir a causa do problema, após a resolução do problema, deve-se repetir os testes, daí se os resultados do controle estiverem “dentro dos LAE”, os resultados podem ser liberados para os pacientes. Caso contrário, devem-se inspecionar novamente todas as variáveis. • Avaliação Semanal: Semanalmente o gráfico de controle deve ser examinado para a detecção de tendência, desvio, perda da exatidão e perda da precisão. Onde a tendência é observada quando alguns resultados (6 ou mais) da amostra controle apresentam valores consecutivos aumentado ou diminuído continuamente, a tendência pode ser causada por padrão deteriorado, reagente deteriorado ou aparelho com defeito; • O Desvio ocorre quando os resultados do controle (6 ou mais) estão em um só lado da média e guardando entre si pequenas variações, o desvio pode ser causado por variação na concentração do padrão e mudança na sensibilidade de um ou mais reagentes; • A perda de exatidão consiste na ocorrência de desvio entre os pontos de referência, é causada principalmente por calibração incorreta que pode ocasionar um erro sistemático; medida de controle diferente da anterior; sensibilidade de reagente diferente da anterior; utilizar uma temperatura diferente da recomendada e tempo diferente do indicado para repouso ou incubação; promover a leitura de amostras em comprimento de onda diferente do recomendado; • A Perda da Precisão consiste na ocorrência da maioria dos pontos próximos dos LAE e poucos ao redor da média, geralmente ela é causada por mau desempenho do analista devido à pipetagem inexata, falta de homogeneização, aparelhos operando incorretamente, material sujo, pequena sensibilidade do método analítico, temperatura incorreta; • Avaliação Mensal: Mensalmente, deve-se calcular nova média, desvio padrão e coeficiente de variação. Comparando a nova média e coeficiente de variação com os do período anterior. Variações significativas devem significar correções nos reagentes e/ou instrumentos. Regras Múltiplas de Westgard O Controle de Qualidade de Regras Múltiplas baseia-se em uma combinação de critérios de decisão conhecidas como regras de controle, que são utilizadas para decidir quando uma corrida analítica está dentro do controle ou fora de controle. O Procedimento de CQ de Regras Múltiplas de Westgard, como é mais conhecido, utiliza 5 regras de controle diferentes para julgar a aceitabilidade de uma corrida analítica. Por comparação, um procedimento de regra única de controle utiliza um único critério ou um único par de limites de controle, assim como um gráfico de Levey-Jennings, com limites de controle calculados como x ± 2DP (média mais ou menos dois desvios-padrão) ou x ± 3DP (média mais ou menos 3 desvios-padrão). As “Regras de Westgard” são geralmente utilizadas com 2 ou 4 medições de controle por corrida, o que significa que elas são apropriadas quando dois materiais de controle diferentes são medidos uma ou duas vezes por material, que é o caso em muitas aplicações bioquímicas. Algumas regras de controle alternativas são mais apropriadas quando três materiais de controle são analisados, o que é comum para aplicações em hematologia, coagulação e imunoensaios (WESTGARD apud OLIVEIRA et al, 2003, p.01). Um dos questionamentos mais comuns acerca desse tema é o seguinte: O que são as Regras de Westgard? Baseado no artigo original de Westgard apud Oliveira et al. (2003), entre as páginas 01 a 03 estão expressas as regras individuais que serão definidas abaixo. Os gráficos demonstram um exemplo dos resultados de controle que violam a regra descrita. • 13s Refere-se a uma regra de controle que é comumente utilizada com um gráfico de Levey-Jennings quando os limites de controle calculados são x ± 3DP. A corrida é rejeitada quando uma única medição de controle excedeum dos limites. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 12s É utilizada com um gráfico de Levey-Jennings quando os limites de controle calculados são x ± 2DP. Esta regra é utilizada como uma regra de alerta para acionar uma inspeção cuidadosa dos dados de controle, utilizando- se as regras de rejeição apresentadas a seguir: FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 22s Rejeita-se quando duas medições de controle consecutivas excederem o mesmo limite de controle x + 2DP ou x – 2DP. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • R4s Rejeita-se quando uma medição de controle exceder o limite de controle x + 2DP e a outra x – 2DP, em uma mesma corrida. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 41s Rejeita-se quando quatro medições de controle consecutivas excederem o mesmo limite x ± 1DP. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 10x Rejeita-se quando 10 medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em relação à média+3DP. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. Algumas vezes você verá modificações nesta última regra para adequá- la melhor para Números múltiplos de 4: • 8x Rejeita-se quando oito medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em relação à média. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 12x Rejeita-se quando 12 medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em relação à média. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. As regras de controle demonstradas acima são utilizadas apropriadamente quando dois materiais de controle são medidos uma ou duas vezes por material. Além das regras apresentadas, há outras regras de controle que são comuns na rotina de um laboratório de análises clínicas, ainda de acordo com o artigo original de Westgard apud Oliveira et al. (2003), entre as páginas 03 e 04, são apresentadas situações em que três materiais de controle diferentes são analisados, nesse caso algumas outras regras de controle são mais apropriadas e mais fáceis de aplicar como: • (2 de 3)2s Rejeita-se quando 2 de 3 medições de controle excederem o mesmo limite x ± 2DP. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 31s Rejeita-se quando três medições de controle consecutivas excederem o mesmo limite x ± 1DP. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. • 6x Rejeita-se quando seis medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em relação à média. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. Algumas vezes é possível observar modificações desta última regra para incluir um número maior de medições de controle que ainda comportem três níveis: • 9x Rejeita-se quando nove medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em relação à média. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. Uma regra de controle algumas vezes utilizada, procura uma tendência na qual várias medições de controle estão aumentando ou diminuindo, esta regra é a 7T rejeitando-se quando observa-se tendência de 7 medições de controle no mesmo sentido. FONTE: Westgard apud Oliveira et al.,2003. Para a aplicação do controle de qualidade em função dessas regras, estabelecem-se as médias e os desvios-padrão dos materiais de controle da mesma forma. O que muda apenas são os limites de controle e a interpretação dos dados. Para aplicação à mão no Gráfico de Levey-Jennings desenhe retas em x ± 3DP, x ± 2DP e x ± 1DP e quando se utiliza aplicações à mão, a regra 12s deve ser utilizada como alerta para iniciar a aplicação de outras regras (WESTGARD apud OLIVEIRA, et al., 2003, p.04). Geralmente, as regras 41s e 10x devem ser utilizadas entre corridas para se conseguir obter o número de medições necessárias para a aplicação das regras. Uma violação 41s ocorre quando 4 pontos consecutivos excedem o mesmo limite de 1DP. Esses 4 podem ser de um material de controle ou os últimos 2 pontos de um material de controle de nível alto e os últimos 2 pontos de um material de controle de nível normal, assim a regra pode ser aplicada entre materiais. Normalmente a regra 10x tem que ser aplicada entre corridas e frequentemente entre materiais (WESTGARD apud OLIVEIRA, et al., 2003, p.04). Aplicações computacionais geralmente não utilizam a regra de alerta 12s, portando o profissional deve ser capaz de selecionar as regras individuais de rejeição teste-por-teste para otimizar a desempenho do Procedimento CQ, com base na precisão e exatidão observada em cada método analítico e a qualidade requerida pelo ensaio. Quando N=2 espera-se que 9% de corridas com bons resultados sejam rejeitadas; com N=3, é ainda maior, aproximadamente 14%; com N=4 é esperado quase 18% de falsas rejeições. Isto significa que aproximadamente 10- 20% de corridas com bons resultados serão descartadas, o que causa desperdício de tempo e esforço do laboratório. Enquanto o gráfico de Levey- Jennings com limites de controle 3DP tem uma taxa de falsa rejeição muito baixa, apenas ± 1% com N de 2-4, sua capacidade de identificação de erros (alarmes verdadeiros) também será menor, assim o problema com a regra de controle 13s será que erros clinicamente importantes não serão identificados (WESTGARD apud OLIVEIRA, et al., 2003, p.05). Entre as vantagens dos procedimentos de Regras Múltiplas, destaca-se que o número de falsas rejeições pode ser mantido baixo e ao mesmo tempo manter uma alta identificação de erros. Sendo assim, para a sua aplicabilidade pode ser utilizado dois ou mais testes estatísticos ou regras de controle para avaliar os resultados do controle de qualidade e rejeitar uma corrida analítica. Ensaios de Controle de Qualidade – CQ e Diagnósticos Um ensaio de Controle de Qualidade é como um ensaio de diagnóstico, ou seja, ele tenta identificar problemas com o processo normal de um ensaio analítico, enquanto um ensaio de diagnóstico tenta identificar problemas com o desempenho normal de uma pessoa. Ambos são afetados pela variação normal que é esperada quando não há problemas, ou seja, o ensaio de controle de qualidade tenta identificar as alterações ocorridas além daquelas normalmente esperadas devido à imprecisão do método, enquanto um ensaio de diagnóstico tenta identificar alterações ocorridas além das normalmente esperadas devido à variação de uma população ou devido a variações do indivíduo. Quando há a presença destas variações pode ocorrer uma limitação de ambos os ensaios. Essas variações podem causar falsos alarmes que demandam gasto de tempo e esforço. Tais alarmes são chamados de “falsos positivos” quando se relaciona com ensaio de diagnósticos e “falsas rejeições” quando se trata de um Controle de Qualidade, ambos relacionados com uma característica geral chamada “especificidade do ensaio”. Quando se refere a alarmes verdadeiros para diagnósticos e identificação de erros para Controle de Qualidade, estes estão relacionados a uma característica denominada sensibilidade do ensaio, que é, portanto uma característica de desempenho genérico e podem ser aplicados a algum ensaio que classifica os resultados como positivo ou negativo promovendo o aceite ao a rejeição no Controle de Qualidade. BIOÉTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS Hoje em dia, a regulamentação de pesquisas que envolvem seres humanos é considerada parte das políticas públicas e práticas sociais nos países dotados de sistemas democráticos que visam ampliar e garantir os direitos dos cidadãos, no caso daqueles que especificamente participam de pesquisas.Além de se inserir no movimento de expansão de políticas públicas, a regulamentação da pesquisa foi impulsionada pelas transformações na prática científica e tecnológica geral, bem como pelo crescimento na medicina e sua presença na prática cotidiana nos serviços de saúde (FREITAS e NOVAES, 2010, p.185). De uma maneira geral, trabalhos e pesquisas que se inserem no contexto de bioética devem ser obrigatoriamente submetidos antecipadamente aos comitês de ética pertinente a área avaliada, sendo analisados em seus aspectos contextuais específicos, com base em referenciais éticos aceitos. Recentemente, tem-se estudado a influência que o perfil dos membros dessas comissões exercem sobre suas práticas cotidianas, pois deve-se ter claramente que a aplicação dos referenciais éticos e regulamentações locais específicas ocorrem por meio de decisões onde o contexto deve ser considerado. No Brasil houve em 1996 a aprovação da Resolução 196, visando Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). Configurando uma política pública pioneira na América Latina, caracterizada pelo desenvolvimento de um sistema de avaliação da ética nas pesquisas. Nas relações construídas com o governo e as representações da sociedade, o sistema se baseou na ordenação social definida na Constituição de 1988 e, em particular, seu conceito de participação da comunidade, uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Os comitês de ética em pesquisa (CEP) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) foram propostos para ser verdadeiros laboratórios de discussão éticopolítica das tecnociências emergentes (ESTELLITA-LINS, 1999 apud FREITAS e NOVAES, 2010, p.186) Esses sistemas efetivariam o controle social sobre as práticas científicas, conferindo-lhes qualidade do ponto de vista da ética, buscando evitar indução, imposição, exploração dos mais vulneráveis na sociedade, exposição a riscos inúteis e a danos previsíveis. Em uma perspectiva estrutural e organizacional pode-se considerar que a fase de implantação dessa política está sendo concluída, apresentando no ano de 2012 aproximadamente 596 Comitês de ética em pesquisa em atividade. Sendo assim, é necessário apreender aspectos-chave da dinâmica organizacional desse sistema regulatório, buscando a obtenção de subsídios para a prática da avaliação da ética nas pesquisas e na assistência e gestão da saúde. Nessa perspectiva, é interessante conhecer os executores dessa prática, na rotina da política de controle da ética na pesquisa no Brasil, especialmente as suas lideranças, que contribuem para validar as decisões tomadas nas comissões. LEGISLAÇÃO PERTINENTE A ATIVIDADE DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS No tópico anteriores foi discutido alguns critérios e procedimentos para a abertura de um laboratório de Análises Clínicas, portanto agora vamos apenas falar sobre um breve histórico e importância da Resolução – RDC/ANVISA Nº. 302, de 13 de outubro de 2005, que dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos, que é um dos pilares que sustentam a legislação pertinente a essa área. O Regulamento Técnico de Funcionamento do Laboratório Clínico foi elaborado a partir do trabalho conjunto de técnicos da ANVISA, com o grupo de trabalho instituído pela Portaria nº. 864, de 30 de setembro 2003. Entre os membros desse grupo estão diversas secretarias, laboratórios e sociedades que trabalham em prol de serviços de saúde como a Secretaria de Atenção a Saúde, Secretaria de Vigilância a Saúde, Laboratório de Saúde Pública, Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, entre outros. De uma maneira geral diversas sugestões foram consolidadas pelos técnicos da Gerência-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da ANVISA, onde estas foram incorporadas ao texto do Regulamento Técnico. Foi produzido um documento que definiu muitos requisitos necessários para o funcionamento do Laboratório Clínico e Posto de Coleta Laboratorial. Em que o principal objetivo baseia-se na definição de requisitos para o funcionamento dos laboratórios e postos de coleta públicos que realizam atividades na área laboratorial. SEGURANÇA Os profissionais que exercem algum tipo de trabalho dentro de um laboratório de análises clínicas, de certa maneira estão expostos a algum risco que pode configurar um acidente, em razão dos diversos componentes aí presentes que podem oferecer um grau de periculosidade, como por exemplo, componentes químicos corrosivos ou inflamáveis, agentes biológicos, substâncias tóxicas, entre outros. Sabe-se que uma boa parte dos acidentes ocorridos nesses ambientes são provocados pelo despreparo ou falta de conhecimento de algumas normas por parte dos profissionais que trabalham nesse tipo de laboratório. De maneira geral a biossegurança consiste em um conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, com o objetivo de preservar a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente. Portanto, faz-se necessário seguir rigorosamente alguns procedimentos, começando pela organização do ambiente laboratorial. O desenvolvimento dessa ciência teve o intuito de promover o controle e a diminuir os riscos na prática de diferentes tecnologias, tanto aquelas desenvolvidas em laboratórios, como as que envolvem o meio ambiente. Pode aparecer também em: indústrias, hospitais, clínicas, laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, hemocentros, universidades, entre outras localidades. Ela é regulamentada por um conjunto de leis que normatizam e orientam como devem ser conduzidas as pesquisas tecnológicas e a manutenção do ambiente laboratorial. Sendo assim, no ambiente de trabalho laboratorial, devem ser estabelecidas certas rotinas, atitudes, ações e comportamentos que possam contribuir para o aperfeiçoamento da segurança nesse ambiente, em que o conjunto dessas ações é conhecido como Boas Práticas de Laboratório. SÍMBOLO DE BIOSSEGURANÇA (RISCO BIOLÓGICO) <http://queconceito.com.br/biosseguranca> NORMAS DE SEGURANÇA Quando se estuda leis e normas relacionadas à Biossegurança, é necessário saber que a lei Federal da Biossegurança (Lei nº 11.105, de 24.03.2005), trata da regulamentação da manipulação de organismos geneticamente modificados, porém há também as leis que tratam de conduta, ética, responsabilidade e capacidade técnica nos laboratórios clínicos. Basicamente são duas NBRs (Normas Brasileiras de Regulamentação) que abordaremos: a NBR 14785, sobre normas de segurança em laboratório clínico e a NBR 14500, sobre o processo de controle de qualidade dos serviços laboratoriais. NBR 14785 Nesta Normativa da ABNT estão presentes várias sessões referentes à segurança laboratorial, tendo como objetivo estabelecer as especificações para a segurança, aplicáveis no laboratório clínico. O conteúdo dessa normativa consiste em definições para a realização de exames, desenvolvimento e implementação de novos métodos, além de oferecer uma orientação sobre os procedimentos de segurança de todos os envolvidos na rotina laboratorial. NBR 14500 Já nesta Normativa da ABNT estão presentes muitos elementos relacionados a uma boa gestão de um laboratório de análises clínicas, tais como a estrutura física, instalações e ambiente; equipamentos, instrumentos e sistemas analíticos; recursos humanos; revisões administrativas; sistema de gestão da qualidade; serviço de consultoria e atendimento aos pacientes ou clientes; processos operacionais; segurança do
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