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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO DE BRAGANÇA PAULISTA - USF DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - DEC RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ANÁLISE ESTRUTURAL VIGA EM MATERIAL COMPÓSITO Turma BP-N-GR-02 – Noturno – Profº. Daniel Loureiro Grupo – 2201815 GABRIEL THOMAZ DE AQUINO 001201502451 LUCAS ALEXANDRE N. DE LIMA 001201502692 SILVANA AP. GODOY DE MELO 001201501422 WILLIAN STUQUE PRIMO 001201703671 Data da Entrega: 15/ABR/2018 BRAGANÇA PAULISTA / SP Resumo: O projeto elaborado centrado em materiais compósitos, para construção de uma viga com material compósito de fibra natural e resina, e avaliar a análise estrutural da mesma através de elemento finitos, e posteriormente o teste em equipamento ocorrendo a aplicação de carga na parte central da viga verificando a sua resistência. Palavras-chave: Compósito; Fibra; Resina; Análise; Juta SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................................................................... 1 2. Objetivos ....................................................................................................................... 1 3. Revisão Bibliográfica ................................................................................................... 1 3.1 Material Compósito ................................................................................................ 1 3.2 Análise Estrutural ................................................................................................... 2 3.3 Metódo Elementos Finitos ...................................................................................... 2 3.4 Fibra Natural ........................................................................................................... 2 3.4.1 Fibra de Juta ................................................................................................... 3 3.5 Resina Epóxi ........................................................................................................... 4 3.6 Fator de Segurança .................................................................................................. 4 3.7 Controle de Qualidade na Execução do Projeto ..................................................... 4 4. Procedimento Experimental ......................................................................................... 4 4.1 Modelos Vigas ........................................................................................................ 7 4.2 Molde ...................................................................................................................... 7 5. Considerações Finais .................................................................................................... 7 6. Referências bibliográficas ............................................................................................ 8 ANEXO A – Figuras ........................................................................................................ 9 1. Introdução A busca para uma maior utilização de materiais compósitos é crescente nos últimos anos, com intuito de buscar materiais ambientalmente corretos, econômicos e sociais, como no caso da utilização de fibra natural. Estes materiais pertencem a uma classe muito ampla, possuindo matrizes de polímeros reforçadas com fibras. Entre as principais vantagens dos compósitos, quando se comparam os metais, são as elevadas resistências mecânicas associadas a um baixo peso, combinado com uma boa resistência à fadiga, corrosão e durabilidade (GUIDI e SILVA, 2010). O uso de matérias-primas provenientes de fontes renováveis são tema de grande interesse em variados estudos e pesquisas científicas, devido ao seu potencial na substituição de produtos sintéticos. Embora as fibras naturais ainda não apresentem as mesmas características mecânicas que as fibras artificiais, seu tratamento recentemente desenvolvido tem melhorado estas propriedades consideravelmente. Por serem fonte de recurso natural renovável, as fibras naturais apresentam baixo custo, são biodegradáveis, recicláveis, não tóxicas e podem ser incineradas. Quando utilizadas como reforço em polímeros, pode-se substituir as fibras sintéticas que, apesar de possuírem boas características mecânicas, apresentam um custo elevado, são abrasivas aos equipamentos de processamento, possuem alta densidade, não são biodegradáveis, geram produtos com alto custo de reciclagem, além do comprometimento com a saúde humana que essas fibras podem apresentar. (Araújo, 2003). 2. Objetivos Relacionar o estudo teórico com o prático de um elemento estrutural através de projeto de construção, avaliação e ensaio de flexão de uma viga em material compósito com fibra natural de juta. 3. Revisão Bibliográfica 3.1 Material Compósito Os compósitos são formados com o intuito de se obter um material de maio qualidade, e com isso a utilização de materiais compósitos vem aumentando fortemente nas últimas décadas. Estes materiais pertencem a uma classe muito ampla, possuindo matrizes de polímeros reforçadas com fibras, materiais híbridos metal/compósito e outros que possuem matriz metálica ou cerâmica. Entre as principais vantagens dos compósitos, quando se comparam os metais, são as elevadas resistências mecânicas associadas a um baixo peso, combinado com uma boa resistência à fadiga, corrosão e durabilidade. (GUIDI e SILVA, 2010). 3.2 Análise Estrutural A análise estrutural é uma etapa onde obtêm-se uma previsão do comportamento da estrutura, esta avaliação é feita através de programas computacionais específicos, onde utilizam-se o método dos elementos finitos (MARTHA, 2018). 3.3 Metódo Elementos Finitos Segundo Kunzler (2013), o método dos elementos finitos consiste na divisão de uma estrutura superposta, de dimensões e quantidade finitas, chamados de elementos finitos, onde estes são ligados por pontos nodais ou nós. Na análise computacional o software tem diversos tipos de elementos finitos para diferentes tipos de comportamento de materiais e estrutura já programado, onde o programa transforma um sólido contínuo em uma associação de elementos finitos discretos. Para apresentar o estado de tensão de todo o elemento, ocorre a interpolação dos resultados obtidos em cada um dos seus nós através dos esforços internos e deformação do elemento. 3.4 Fibra Natural Com as constantes busca por materiais compósitos, a fibra natural obtida a partir de plantas, também conhecida como Fibra Natural Lignocelulósica (FNL), tem sido intensamente estudada, pois sua aplicação é motivada por diversas vantagens, tais como, menor densidade, menor custo, menor desgaste de equipamento para seu processamento e maior flexibilidade, são biodegradáveis, não tóxicas, fonte de recurso renovável, o que a torna uma potencial candidata para a utilização como reforço de compósitos poliméricos mais leve (LUZ, 2014). De acordo com LUZ (2014) o Brasil é um dos maiores produtores de FNLs do mundo, o que o torna um potencial destaque internacional na pesquisa, produção industrial e aplicação destas fibras, e segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2010), desde 2005, houve um crescimento em volume de 5,5% ao ano no mercado interno nacional de fibras naturais, tanto em materiais avançados, quanto substituindo fibras sintéticas em aplicações convencionais. Ao contrário das fibras sintéticas, as fibras naturais não possuem propriedades uniformes, são microestruturalmente heterogêneas e têm limitação dimensional. Uma mesma espécie de fibra pode ter suas propriedades afetadas consideravelmente dependendo da sua origem e qualidade na planta, da idade da planta e seu pré-condicionamento, (MOHANTY, MISRA e HINRICHSEN, 2000; FARUK et al, 2012 apud LUZ, 2014). 3.4.1 Fibra de Juta A juta é uma fibra vegetal de origem japonesa, encontrada no Brasil predominantemente na região Amazônica tradicionalmente usada para se fazer cordas e sacos. Esta fibra é obtida da haste da planta (Corchorus capsularis), tendo seu comprimento uma variação de 200 a 1500 mm e sendo composta de 58-63 % de α - celulose, 21-24 % de hemicelulose, 12-14 % de lignina. As propriedades mecânicas da juta estão listadas na tabela. Pode-se observar que os valores mostrados, embora baixos quando comparados aos das fibras industriais, são adequados para aplicações sujeitas a baixas solicitações mecânicas. Os principais produtores da Juta estão no continente Asiático, com a Índia em primeiro lugar com uma produção de 2 milhões de tonelada anual que corresponde a 54% do total produzido no mundo. No Brasil a produção gira em torno de 1,4 milhões de tonelada, correspondente a 39% do total global, sendo produzidas em quatro indústrias, com duas no Amazonas e duas no Pará. Para o desenvolvimento do projeto, foram utilizados valores de densidade e módulo de Young, conforme Tabela 1 abaixo: Tabela 1 – Valores de densidade e propriedades mecânicas de fibras Fonte: (GUIMARÃES, 2014 apud MARINELLI et al., 2008) 3.5 Resina Epóxi Para o projeto escolheu-se a Resina Ampreg 26, com o uso do catalizador High Tg, como citado pelo catálogo do fornecedor (E-COMPOSITE), é de baixa viscosidade sendo ideal para uso em laminação manual, que é o caso do projeto. Ela foi desenvolvida para utilização na área naval, além de usos em peças de carbonos sujeitas a altas tensões. Para a utilização da resina junto com o catalizador utiliza-se a proporção de 100:33, obtendo excelentes propriedades mecânicas quando curado à temperatura ambiente, apresentando valores para Densidade (d) =1,11 g/cm³ e um módulo de Elasticidade (E) = 3,00 GPa. Segundo Figueira (2014, p. 21) não são fornecidas informações sobre valores do coeficiente de Poisson pelos fabricantes, sendo assim considerado um valor típico para o coeficiente de Poisson da resina, sendo assim considerado ʋ=0,35. 3.6 Fator de Segurança Conforme citado na NBR 7190 – Projetos e Estruturas de Madeira, o valor para o fator de segurança para os projetos, é usualmente de 1,4. 3.7 Controle de Qualidade na Execução do Projeto Durante a execução do projeto são utilizados procedimentos para avaliar a qualidade do produto final, que neste trabalho é a viga, através de inspeções visuais, e métricas onde utiliza-se equipamentos de medição como paquímetro para respeitar valores do projeto. 4. Procedimento Experimental Na execução do projeto estrutural, dividiu-se em etapas o planejamento: 1 – Escolha dos materiais, modelo e funcionalidades da estrutura e suas dimensões; 2 – Verificação das propriedades mecânicas da fibra e da resina através de catálogos e pesquisa acadêmicas, junto as exigências de normas; 3 – Através de cálculos determinou-se os valores estruturais, como dimensões, peso, volume de fibra e resina para a estrutura da viga de acordo com as exigências de cargas pré-determinadas para o projeto, sendo o valor de 1500 kgf; 4 – Início da fase de construção da viga de acordo com os cálculos realizados na etapa anterior; 5 – Verificação das vigas através de análise estrutural onde apresentasse o comportamento da viga em relação a carga aplicada conforme norma de projeto; 6 – Finalização da construção da viga, realizando os cortes e alívios de acordo com os resultados da análise estrutural. Definiram-se algumas características através dos conceitos conhecidos, além de cálculos observando a melhor opção como apresentado a seguir. Para a Tabela 2 os cálculos tiveram variação na altura da viga, tendo como melhor opção a linha realçada, devido a relação Ef x Emin e peso bruto da viga, desconsiderando os alívios que serão executados na viga. Tabela 2 - Variação da altura da seção transversal (com 15 mm de espessura) Flecha (mm) e (mm) Vf (%) Vm (%) h (mm) b (mm) Inércia (mm4) Eform (GPa) Emin (GPa) Peso bruto (g) Relação Ef x Emin 10 15 0,25 0,75 90 90 1822500 5,563 5,03 1761,86 1,11 10 15 0,25 0,75 95 90 2143437,5 5,563 4,28 1868,64 1,30 10 15 0,25 0,75 100 90 2500000 5,563 3,67 1975,42 1,52 Para a Tabela 3 manteve-se as dimensões da viga fixa e variou-se a espessura do compósito, e a melhor opção manteve-se para a viga com dimensão de 90mm x 95 mm, com a espessura do compósito de 15 mm, ilustrado na figura 1 (Anexo A). Tabela 3 - Variação da espessura (com seção de 90mmx95mm) Flecha (mm) e (mm) Vf (%) Vm (%) h (mm) b (mm) Inércia (mm4) Eform (GPa) Emin (GPa) Peso bruto (g) Relação Ef x Emin 10 10 0,25 0,75 95 90 1428958,33 5,563 6,42 1281,35 0,87 10 15 0,25 0,75 95 90 2143437,5 5,563 4,28 1868,64 1,30 10 20 0,25 0,75 95 90 2857916,67 5,563 3,23 2420,33 1,73 e - espessura Vf - Volume da fibra Vm – Volume da matriz h – altura seção b – base seção Eform – Módulo de Elasticidade Formulado Emin – Módulo de Elasticidade Teórico Para o cálculo do coeficiente de Poisson e do Módulo ao Cisalhamento da viga, conforme apresentado na Tabela 3, foram utilizados três valores para a fibra, devido ao processo de obtenção da mesma não ser industrial, sendo assim ocorre variação. Tabela 3 – Coeficiente de Poisson e Módulo ao Cisalhamento Viga Coeficiente de Poisson Módulo ao Cisalhamento (Gpa) νresina νfibra νviga Gmin Gform 0,35 0 0,263 2,700 3,511 0,35 0,2 0,288 2,754 3,581 0,35 0,35 0,306 2,794 3,633 No esquema 1 a seguir é apresentado o diagrama de esforço cortante e do momento fletor, calculados baseado na carga aplicada no centro da viga com um comprimento de 101,6 mm, e a distância entre os apoios no valor de 584,2 mm. Esquema 1 - Diagrama de Esforço Cortante e Momento Fletor Fonte: Autores, 2018 4.1 Modelos Vigas Foram elaborados 3 modelos de viga, os três modelos com a mesmo comprimento na base, sendo ele de 610 mm, diferenciando um do outro pelo ângulo formado no chanfro, e em relação a posição e tamanhos dos alívios, considerando que os alívios laterais da viga tem uma melhor resposta sendo no centro devido a cortante ser nula, e os alívios superiores serem posicionados próximas às extremidades da parte superior da viga devido ao momento ser nulo nesta região. Após os modelos elaborados, é possível ser feita a análise estrutural através da simulação de métodos infinitos em cada um dos modelos, e assim sabermos qual a melhor opção para suportar a carga preestabelecida em projeto. 4.2 Molde O material escolhido para o molde foi a madeira Angelim Pedra maciça, tendo as seguintes dimensões do molde, base de 60mm e altura de 65mm e comprimento de 650 mm, tendo sido dividida em duas partes, sendo feitos encaixes para auxiliar no momento da moldagem do compósito no entorno do molde e para a retirada do molde. Os cantos foram abaulados para evitar que as vigas ficassem com cantos vivos, que afetam na resistência da viga, além de ter sido passado verniz Polisten protegendo a madeira, no Anexo A, nas figuras 5, 6, 7 e 8 detalhes referentes a construção do molde. 5. Considerações Finais Para elaboração do projeto da viga em material compósito contendo fibra natural de juta, houve certa dificuldade para ser levantado alguns dados para a fibra, por ser um material natural, não industrializado que ocasiona grande variação entre os materiais do mesmo tipo. 6. Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190. Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997 BERNARDI, S. T. Avaliação do comportamento de materiais compósitos de matrizes cimentícias reforçadas com fibra de aramida kevlar. 2003. 179 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia), Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. COSTA, Maria C. B.; e CARVALHO, Laura H. Propriedades mecânicas de compósitos PU/tecido de junta – Efeito do teor de fibras e do envelhecimento higrotérmico. In: VII Congresso Brasileiro de Polímeros, Belo Horizonte, 2003. E-COMPOSITE. Resina Epoxy Ampreg 26 – Datasheet. Disponível em: <http://www.marinecomposites.com.br/wp- content/uploads/datasheets/resina_epoxy_ampreg26.pdf>. Acesso em: 17 de mai. 2018. FIGUEIRA, Jorge Fernando Mimoso Pericão. Análise e desenvolvimento de uma estrutura monocoque para um veículo de elevada eficiência energética. 2014. 53 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica), Universidade de Coimbra, 2014. GUIDI, E. S.; SILVA, F. A. Estudo do comportamento mecânico no ensaio de flexão em três pontos de materiais compósitos poliméricos utilizando elementos finitos. In: VI Congresso Nacional de Engenharia, Campina Grande, 2010. Disponível em: <http://www.abcm.org.br/anais/conem/2010/PDF/CON10-1590.pdf>. Acesso em: 24 de abr. 2018. LUZ, Fernanda Santos. Avaliação do comportamento balístico de blindagem multicamada com compósito de epóxi reforçado com fibra de juta. Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, 2014. MARTHA, Luis Fernando. Introdução à análise de estruturas. – Pontifica Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: < http://webserver2.tecgraf.puc-rio.br/ftp_pub/lfm/civ1112-aula01.pdf>. Acesso em: 20 de abr. 2018. ANEXO A – Figuras FIGURA 1 – Dimensões da viga na face FIGURA 2 – Vista Isométrica Viga Modelo 1 Fonte: Autores, 2018 FIGURA 3 – Vista Isométrica Viga Modelo 2 Fonte: Autores, 2018 FIGURA 4 – Vista Isométrica Viga Modelo 3 Fonte: Autores, 2018 FIGURA 5 – Representação das dimensões do Molde Fonte: Autores, 2018 FIGURA 6 – Molde em elaboração Fonte: Autores, 2018 FIGURA 7 – Parte Interna do molde Fonte: Autores, 2018 FIGURA 8 – Molde Finalizado Fonte: Autores, 2018
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