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Resenha Crítica sobre a História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil A partir de 1979, quando se iniciou os movimentos das pessoas com deficiência no Brasil, até os dias atuais, muitos avanços são considerados importantes. No entanto, ainda há muito o que fazer, pode-se afirmar que a prática não condiz com a teoria. A Constituição Federal de 1988 prevê que todos são iguais perante a lei, incluindo nessa perspectiva as pessoas com deficiência, e essa é uma das grandes conquistas dos debates e lutas promovidos em defesa e a favor dessas pessoas. Não há um capítulo separado, o conteúdo relativo aos direitos e deveres está distribuído nos vários títulos e capítulos da nossa constituição, tornando assim as pessoas com deficiência, mesmo com suas limitações, iguais dentro da sociedade. Iniciando o estudo dos avanços alcançados no Brasil, voltamos ao ano de 1854, quando foi criado o Instituto Benjamim Constant, as pessoas com deficiência visual adquiriram o direito aos estudos, começaram a ser incluídas na sociedade. Em seguida, no ano de 1856, criou-se o Instituto Nacional de Educação dos Surdos. A Instituição Pestalozzi, veio em 1932 e em 1954 começaram a surgir as APAE’S, instituições responsáveis em lidar com as pessoas com deficiência intelectual. A primeira Pestalozzi foi fundada por Helena Antipoff, que buscava discutir sempre sobre as pessoas com deficiência e seus trabalhos na sociedade, ministrava cursos e tirava dúvidas das pessoas que tinham interesse por esse assunto. A primeira APAE foi fundada a partir de um modelo dos Estados Unidos com o apoio de pais e amigos das associações daquele país. Na década de 1950 aconteceu o surto de pólio e o surgimento das instituições de reabilitação, que incluíam as pessoas vítimas do surto e também as que possuíam outras deficiências. Houve um grande desenvolvimento no sentido de reabilitação nesse período, porém, sempre com um olhar mais médico, ou seja, o paciente era diagnosticado e procurava-se uma “cura” ou ao menos uma melhora para aquela situação. Década de 1970 – Organizações “DE” e “PARA” pessoas com deficiência. As organizações “PARA” deficientes são as que trabalham com a reabilitação e as organizações “DE” deficientes são as que os próprios deficientes trabalham por eles mesmos, o contexto é diferente. O grande marco foi em 1979, quando ocorreu a Coalizão Pró-Federação Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes, veio com o objetivo de organizar o movimento a nível nacional. Em 1980 aconteceu o I Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes em Brasília. A partir desse encontro foi possível perceber que todos os estados lutavam pelos mesmos ideais, mas pela falta de comunicação da época - a tecnologia não era como nos dias atuais - eles não se uniam e não sabiam as reivindicações uns dos outros. Ainda em 1980 por recomendação da ONU o governo brasileiro criou a Comissão Nacional do Ano Internacional das Pessoas Deficientes. 1981 – Por determinação da ONU foi o ano internacional das pessoas deficientes. Foi considerado um grande marco, porque a sociedade foi chamada a prestar atenção nas pessoas com deficiência. Em 1981 houve também o I Congresso Brasileiro de Pessoas Deficientes e o II Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes em Recife. Começou-se a ter maior visibilidade às pessoas com deficiência, não na área assistencialista, mas entender a autonomia dessas pessoas, valorizando-as como atores sociais. 1983 – III Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes – São Bernardo do Campo/SP. 1986 – criação da CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. 1987 e 1988 – Assembleia Nacional Constituinte, a forma de participação dos movimentos no processo constitucional, era através de audiências públicas, convocadas pelas distintas comissões. 1990 – as Câmaras Técnicas da CORDE, unia todas as representações nacionais. 1999 – criação do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – CONADE, representatividade legítima. 2006 e 2008 – as Conferências Nacionais dos Direitos da Pessoa com Deficiência, eventos pioneiros no Brasil e no mundo. Conquistas e desafios do século XXI: equiparação de oportunidades, almeja-se direitos e não privilégios, acessibilidade, transporte, lazer, educação, saúde, turismo, inclusão no mercado de trabalho, enfim, oportunidades. A conclusão que se obtém é que a inclusão das pessoas portadoras de deficiência na sociedade é uma questão de direitos humanos, pode se considerar uma grande evolução, mas é preciso vencer muitas barreiras existentes, a maior delas é o preconceito.
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