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aula 03 Conhecimentos Específicos TJ SP (Assistente Social)

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Aula 03 
 
Conhecimentos Específicos p/ TJ-SP (Assistente Social) 
Professor: Ana Paula de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecimentos Específicos para o TJƒSP 
Teoria e exercícios comentados 
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AULA 03: Políticas Públicas e Serviço Social/ 
Seguridade Social no Brasil (Saúde, Previdência e 
Assistência Social): relação Estado/sociedade / 
contexto atual e neoliberalismo/ Legislação social: 
Lei nº 8.212/1991, complementos e alterações (Lei 
Orgânica da Seguridade Social) / Lei nº 
8.080/1990, complementos e alterações (Lei 
Orgânica da Saúde) / Lei nº 8.213/1991, 
complementos e alterações (Planos de Benefícios 
da Previdência Social e dá outras providências) / 
Lei nº 8.742/1993, complementos e alterações (Lei 
Orgânica da Assistência Social) 
 SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 2 
2. As diferentes conceituações de políticas públicas. 3 
2.1 O significado clássico da política 3 
2.2 A política como política pública 3 
2.3 Relação das Políticas Públicas com os Direitos de 
Cidadania 12 
3. Política de Seguridade Social no Brasil: organização, 15 
gestão, controle social e financiamento 
3.1 Lei Orgânica da Seguridade Social 26 
3.2 Lei Orgânica da Saúde 29 
3.3 Lei 8213/1991 39 
3.4 Lei Orgânica da Assistência Social 
50 
4. Classes subalternas e Assistência Social 61 
5. Resumo d@ concurseir@ 65 
6. Questões comentadas 79 
7. Lista de questões 96 
8. Gabarito 106 
9. Indicação de conteúdo complementar 106 
 
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Alun@! É muito importante que você se aproprie da discussão sobre 
políticas públicas, pois ainda retomaremos o conteúdo no decorrer do 
curso, ao tratarmos sobre interdisciplinaridade e redes, família, crianças e 
adolescente, idosos...Na verdade a discussão sobre políticas públicas 
perpassará muito de todo o conteúdo que ainda será estudado nas 
próximas aulas. 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Car@ alun@! Nesta aula estudaremos a Seguridade Social no Brasil. 
Portanto, trataremos das políticas de Previdência, Assistência Social e 
Saúde a partir da Constituição Federal de 1988. Analisando a tendência 
da Vunesp podemos verificar que a banca privilegia, em suas questões, a 
Assistência Social. Por este motivo, você verá que nos debruçaremos 
muito mais no estudo dessa política. Estudaremos também conceituações 
mais gerais sobre a categorização de políticas públicas, e sua interface 
com o Serviço Social. 
 
 
 
 
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Para a aula dessa semana, além do conteúdo básico comumente 
utilizado nesse curso de conhecimentos específicos do Serviço Social, 
tomamos como referência as seguintes obras constantes do edital: 
 
 3. BAPTISTA, Myrian V. Algumas reflexões sobre o sistema de 
garantia de direitos. Revista Serviço Social e Sociedade. N. 109. 
São Paulo: Cortez Editora, 2012. 
 28. YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência 
Social. São Paulo, Cortez Editora, 8ª edição. 
 
 
 
Fôlego alun@! Pois o conteúdo é extenso, e não há como ser diferente. 
O nosso edital estabeleceu vários temas e bibliografias. Quando sentir-se 
cansado, não perca de visto seu objetivo!!!! Depois que tornar-se um 
assistente social do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, terá 
tempo e mais dinheiro para poder descansar (rs)! Por agora, foco!!!!! 
 
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2. As diferentes conceituações de políticas públicas 
 
 
 
 
Car@ alun@! Entramos agora numa discussão, no sentido pleno da 
palavra. A conceituação de política pública não é unanime entre os 
diferentes autores, mesmo dentro do Serviço Social. No nosso edital não 
há referência em um autor específico. Assim, para este curso tomamos 
como base os estudos da Professora Potyara Amazoneida, sobretudo em 
seu texto intitulado “Discussões conceituais sobre política social como política 
pública e direito de cidadania”. 
 
 
2.1 O significado clássico da política 
 
 
 
 
 
 
O termo política tem origem grega. Era associado à pólis, isto 
é, à cidade, e indicava toda a atividade humana que tinha como 
referência a esfera social, pública e cidadã. Com o decorrer do 
tempo, o termo política foi perdendo seu sentido original e adquirindo 
várias conotações, mas sempre mantendo como centro da atividade 
política o Estado. 
 
 
 
 
 
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a) A coerção pura e simples, como acontece nas ditaduras ou nos 
Estados restritos; e 
b) A política como instrumento de consenso, negociação e 
entendimento entre as partes conflitantes, usado nas democracias 
ou nos Estados ampliados. 
 
A política resulta do imperativo de convivência entre os 
homens, os quais, ao viverem em sociedade, passam a conflitar 
em decorrência de suas diferenças. Diante desses conflitos há, na 
história das sociedades modernas, duas principais formas de 
regulação social (Rua, 1998), a saber: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A política, ao contrário da simples coerção, possibilita o exercício de 
procedimentos democráticos. Não estamos sendo ingênuos e inferindo 
que a política não implica na possibilidade de coerção. Entretanto, esta 
coerção está (ou deveria estar) circunscrita aos limites das leis 
legitimadas pela sociedade, e de princípios irrevogáveis (pelo menos 
deveriam ser), previamente fixados. Da mesma forma, o poder coercitivo 
do Estado, além de lhe ser delegado pela sociedade, deve ser também 
controlado por ela (controle democrático). Trata-se assim, a política, “de 
uma possibilidade de resolver conflitos sem a recíproca destruição 
 
 
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É por meio da luta política que a cidadania se amplia e amadurece. 
Oi? Perai 
professora, 
como é mesmo 
isso? 052 970 33608 
É assim: a política pública é mais 
ampla. Política social é um dos 
gêneros de política pública. 
 
dos conflitantes e com ganhos expressivos em termos de 
convivência” (Nogueira, 2001, p.13/14). 
A política, dialeticamente, é uma arena de conflito de interesses. 
Contudo, é justamente por ser conflituosa (e contraditória), que a política 
permite a formação de contra poderes em busca de ganhos para a 
comunidade e de ampliação da cidadania. 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 A Política como Política Pública 
 
A Professora Potyara Pereira explica que a política, na sua 
configuração recente e restrita, tem a conotação de política pública, e tem 
a política social como uma espécie do gênero. 
 
 
 
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A Policy Science destaca-se por não ter como objeto privilegiadoa estrutura 
dos governos, ou o comportamento dos atores políticos, e nem o que os 
governos podem ou não fazer, mas sim o que os governos efetivamente 
fazem. Por conseguinte, o objeto privilegiado desse ramo de conhecimento é a 
politica pública, assim como a dinâmica de sua formação e processamento. 
Com essa disposição, a policy science pretende não apenas se diferenciar dos 
tradicionais estudos políticos, mas também resgatar a relação orgânica entre 
teoria politica e prática política, sem cair na esterilidade dos estudos formais e 
legais (Howlett e Ramesh). Segundo Lasswell (apud Howlett e Ramesh), esse 
ramo de conhecimento tem três características principais: a) é multidisciplinar; 
b) é intervencionista; c) é normativa. 
 
A política pública faz parte do ramo de conhecimento 
denominado policy science, que, segundo Howlett e Ramesh (1995, 
p.2) surgiu nos Estados Unidos e na Europa, no segundo pós-guerra. Com 
o crescente distanciamento que se verificou entre prescrição e a ação dos 
Estados modernos, novas abordagens teóricas e metodológicas 
emergiram com o intuito de conciliar teoria e prática. Disso resultou a 
valorização da análise empírica das políticas realmente existentes para a 
construção de teorias. 
No contexto dessas mudanças e reorientações teóricas e 
metodológicas, várias abordagens se constituíram ou se reformularam. 
Vamos destacar aqui a Policy Science. 
 
 
 
Essa delimitação teórica não significa, porém, que haja 
unanimidade na definição do conceito de politica pública, na 
interpretação da sua dinâmica de constituição e processamento, e na 
 
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 A que privilegia o Estado como produtor exclusivo de politica 
pública, a ponto de conceber o termo público como sinônimo 
do termo estatal; e 
 A que privilegia a relação dialeticamente contraditória entre 
Estado e sociedade como o fermento da constituição e 
processamento dessa politica. Neste sentido, a politica 
publica não é só do Estado, visto que para sua existência, a 
sociedade também exerce papel ativo e decisivo. 
 
Preste atenção alun@! 
Pois este conteúdo 
costuma ser cobrado em 
forma de pegadinha. 
 
Política pública não é sinônimo de politica estatal!!!!! 
 
concepção da natureza da relação entre Estado e sociedade (requerida 
por essa dinâmica). 
 
Dentre as competitivas interpretações conhecidas, destacam-se 
duas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quando se fala de política pública, estamos falando de um tipo de 
política cuja principal marca definidora é o fato de ser pública, isto 
é, de todos, orientada pelo interesse comum, e não porque seja 
estatal (do Estado) ou coletiva (de grupos particulares da 
sociedade) e muito menos individual. (PEREIRA, 2002) 
 
a) Constitui um marco ou linha de05297033608 orientação para a ação pública, sob a 
responsabilidade de uma autoridade também pública, sob o controle da 
sociedade; 
b) Visa concretizar direitos sociais conquistados pela sociedade e 
incorporados nas leis (materializados através de programas, projetos e 
serviços sociais) 
c) Guia-se pelo princípio do interesse comum, ou público, e da soberania 
popular; 
d) Deve visar à satisfação das necessidades sociais e não das 
necessidades do capital (Gough, 2003). 
 
Coisa (res) de todos (publica), que se pauta pelo interesse comum. 
É ação pública, na qual, além do Estado, a sociedade se faz presente, 
ganhando representatividade, poder de decisão e condições de exercer o 
controle sobre a sua própria reprodução e sobre os atos e decisões do 
governo. 
 
 
 
O caráter público da política pública significa que ela é pautada em 
um conjunto de decisões e ações que resulta ao mesmo tempo de 
ingerências do Estado e da sociedade, apresentando as seguintes 
características (PEREIRA, 2002, p.98): 
 
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A palavra política, que compõe o termo política pública, tem uma 
conotação específica. Refere-se a medidas e formas de ação formuladas e 
executadas pelos Estados modernos, com vista ao atendimento de 
legítimas demandas e necessidades sociais. 
 
 
 
 
O estudo da política pública é também o estudo do Estado em ação 
(Meny e Toenig) nas suas permanentes relações de reciprocidade e 
antagonismo com a sociedade, a qual constitui o espaço privilegiado das 
classes sociais. 
 
 
 
No período posterior ao segundo pós-guerra, as políticas públicas, 
longe de serem receitas governamentais, resultaram de novas relações 
entre Estado e sociedade, em que os conceitos de justiça social e 
equidade tornaram-se menos abstratos, como já falamos no decorrer da 
aula. 
A Professora Potyara Pereira (2002, p.100/101) defende que duas 
são as principais funções da política pública: 
 
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a) Concretizar direitos conquistados pela sociedade e incorporados nas 
leis; e 
b) Alocar e distribuir bens públicos; 
Politica pública não significa só ação. Pode ser também não-ação 
intencional de uma autoridade pública frente a um problema ou 
responsabilidade de sua competência. 
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Neste sentido, a autora classifica as políticas públicas tendo como 
parâmetro os principais padrões de arenas de conflito em que a politica é 
produzida, associados à forma de regulamentação que resulta desses 
padrões. Assim, são basicamente quatro os tipos de política, a saber: 
 
a) Politica regulamentadora: politicas que “consistem em ditar as regras 
autoritárias que afetam o comportamento dos cidadãos” (Meny e Thoenig, p.99); 
b) Política constitutiva: ações que, basicamente, definem regras sobre 
normas ou o poder constituído. 
 
Além destes dois tipos, temos as políticas distributivas e 
redistributivas, que são muito cobradas nas provas de concursos. 
 
 
 
 
 
 
c) Política redistributiva: tem o objetivo de produzir um maior 
equilíbrio na distribuição de bens, ou seja, redistribuir a renda 
concentrada por classe social e reduzir a desigualdade social. Neste 
sentido, o poder público “dita critérios que dão acesso a vantagens a categorias de 
casos e sujeitos” em detrimento de outros; Ex: isenção de IPTU para pessoas de 
baixa renda. 
d) Política distributiva: Políticas que não incitam confrontos de 
interesses. Os governos retiram de um fundo público constituído com 
recursos arrecadados da população um montante para atender demandas 
e necessidades sociais pontuais. Este tipo de política não tem caráter 
universal. Ex: distribuição de cadeiras de rodas a pessoas com deficiência. 
 
 
 
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DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS – 
DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO 
 
2.3 Relação das Políticas Públicas com os Direitos de Cidadania 
 
 
Vamos tratar agora de um tema muito debatido dentro do Serviço 
Social: OS DIREITOS DE CIDADANIA.Na maior parte das vezes, no 
entanto, de forma bem superficial.... 
 
 
 
 
Existem atualmente quatro gerações de direitos que, mais do que 
constituir uma classificação para fins analíticos, indicam um processo real 
de ininterruptos esforços da humanidade para conquistar direitos, 
transitando de valores liberais para social-democratas, de modo 
progressivo. Portanto, a história de conquista desses direitos é a história 
de sua expansão e fusão. E é isso que, de certa forma, torna a cidadania 
um processo paradoxal. 
É importante destacar que esta conceituação também não é 
inequívoca dentro das Ciências Sociais. Diferentes autores classificam a 
geração de direitos (ou as dimensões de direitos) de modo diferente. 
Vamos lá!!! 
Como demostrou T.H.Marshall (1967) os primeiros direitos 
conquistados foram os civis que, no século XVIII, inspiraram-se no ideário 
liberal. São direitos individuais de caráter negativo (pois preconizam a 
abstenção do Estado), relacionados à liberdade. Posteriormente, 
surgiram, no século XIX, os direitos políticos, que demarcaram a transição 
para as liberdades positivas (que exigem a atuação do Estado). Estes são 
os direitos de primeira geração. 
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No século XX, surgiram os direitos econômicos, sociais e culturais, 
ou simplesmente os direitos sociais, referenciados no princípio da 
igualdade. São considerados direitos fundamentais de segunda geração, e 
tem como instituição responsável o Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
Foi com o advento dos direitos sociais que as tensões entre 
princípios liberais e social-democratas se evidenciaram. Muitos adeptos da 
ideologia liberal, diante das mudanças estruturais impostas pelo segundo 
pós-guerra e da ameaça criada pelas conquistas operárias socialistas, 
preferiram encampar e regular os direitos sociais. Assim, a cidadania 
acabou por se constituir como uma fusão entre direitos individuais e 
sociais, em que os direitos civis constituem a base de sustentação e de 
ampliação dos direitos políticos e sociais, ao mesmo tempo em que são 
fortalecidos por eles. Esse processo tensionou, recriou e expandiu a 
cidadania, associando a ela novos temas e dimensões. Mas, no modo de 
produção capitalista, concretizá-la significa lutar permanentemente contra 
um problema que lhe é intrínseco: a divisão da sociedade em classes 
impõe diferenciações de acessos e usufrutos, submetendo o universalismo 
jurídico à lógica do mercado. (PEREIRA, 2002) 
No que diz respeito aos direitos sociais, o fato de eles dependerem 
de recursos para serem efetivados, impõe, às políticas públicas que 
devem concretizá-los, desafios reais. Por isso, contemporaneamente tais 
políticas (notadamente a social) devem se inscrever num quadro de 
mudanças que também preveja a recuperação e transformação do 
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DIREITOS SOCIAIS – DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO 
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Estado, tendo como horizonte uma estratégia que vá além dos direitos 
como postulação normativa respaldada no seguinte lema: que o livre 
desenvolvimento de cada um seja a condição do livre desenvolvimento de 
todos. (Marx e Engels, 1988, p.87) 
 
 
 
 
Na atualidade ganharam visibilidade os chamados direitos difusos, 
que, para muitos analistas, são extensões dos direitos sociais num mundo 
globalizado e tecnologicamente avançado. Relacionados aos valores da 
fraternidade e solidariedade, em tal categoria é difícil demarcar os 
titulares e a instituição que os defenderá, posto que nela se insere toda a 
humanidade, que tem direito, por exemplo, ao meio-ambiente, ao 
desenvolvimento, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns teóricos classificam também os direitos de quarta geração, 
mas aqui vamos nos ater na definição acima, em consonância com os 
estudos da Professora Potyara Pereira (2002). 
 
 
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DIREITOS DIFUSOS – DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO 
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3. POLÍTICA DE SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 
 
Tendo falado sobre direitos e cidadania, vamos localizar essa 
discussão agora aqui no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
Em nosso país, a Constituição Federal de 1988 é um marco, no que 
tange aos direitos sociais. A chamada Constituição Cidadã foi 
promulgada em 05 de outubro de 1988. Por meio dela foi instituído 
um sistema de proteção social sem precedentes na história do Brasil, “[…] 
abarcando os direitos e garantias fundamentais de uma forma moderna e 
abrangente, protegendo, assim, os direitos individuais, civis e políticos, e 
os direitos coletivos e sociais, como os direitos dos trabalhadores e os 
direitos à saúde, à educação, à moradia e ao lazer” (AITH, 2007, p. 79) 
Em relação aos direitos sociais, os avanços e contribuições da 
CF/1988 são inegáveis. A referida legislação traz um capítulo próprio para 
esse tema (Capítulo II, arts. 6o a 11). Vale o destaque do artigo 6o 
(BRASIL, 1988): 
 
São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional 90/2015). 
 
O sistema de proteção, presente na Carta Magna e de expressiva 
relevância, encontra-se no Título VIII, o qual dispõe sobre o conceito de 
seguridade social. 
 
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Conforme o Art. 194, a seguridade social brasileira “[…] 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. 
 
 
 
Essas três políticas não foram eleitas aleatoriamente pelo legislador 
constituinte. Antes, são políticas complementares, as quais têm por 
finalidade “[…] a garantia de certos patamares mínimos de vida da população, 
em face de reduções provocadas por contingências sociais e econômicas”. 
(SIMÕES, 2008, p. 100) 
É importante lembrar alun@ que no cenário internacional, em 
contexto de aprofundamento da crise do capital, a ideologia neoliberal 
ganha forças, ou seja, a busca por direitos sociais estava em dissonância 
com os rumos do desenvolvimento do capitalismo. Desta feita, 
 
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CF/1988 に Artigo 194 に Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência Social) 
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concomitantemente à proposta de garantia de direitos sociais universais 
básicos, o texto da Constituição chamada “Cidadã” traz incoerências e 
contradições quanto à concepção de Seguridade Social. 
A Professora Maria Lucia Lopes da Silva (2011, p. 98) afirma que 
“[…] o significado da Seguridade Social na Constituição de 1988 é a expressão da 
correlação de forças que se estabeleceu naquele contexto singular e 
histórico do Brasil”. Aautora ainda acrescenta: 
 
[…] a seguridade social configurada na Constituição 
Federal de 1988 enseja um sistema de proteção social 
amplo e articulado, e responsabiliza o Estado e a 
sociedade pela sua estruturação e sustentação. Esse 
significado é fortalecido pelos objetivos que orientam 
a sua organização e pelo formato de financiamento, 
destinação e aplicação de recursos que lhe foi 
conferido (SILVA, 2011, p. 100). 
 
O conceito de Seguridade Social, conforme introduzido na CF 
de 1988, incorpora o tripé do direito à Saúde, de forma universal 
(art. 196); à Previdência Social, o direito de seus contribuintes 
(art. 201); e à Assistência Social, o direito de quem dela necessite 
(arts. 203 e 204). Para fixar: 
 
 
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De acordo com Boschetti (2006, p. 161): 
 
 
[…] a previdência se manteve como contrapartida do 
trabalho e/ou da contribuição direta. A assistência 
social, por sua vez, foi direcionada restritivamente 
aos pobres excluídos do trabalho e aos incapazes de 
trabalhar. Diferentemente dessas duas políticas, a 
saúde foi o único direito assegurado 
incondicionalmente como derivado da cidadania, ou 
seja, nem determinado pela inserção no sistema 
produtivo, nem concedido em função de critérios de 
baixa renda. 
 
O Texto Constitucional estabelece a competência do poder 
público na organização da Seguridade Social, com base nos 
seguintes objetivos: universalidade da cobertura e do 
atendimento; uniformidade e equivalência dos benefícios e 
serviços às populações urbanas e rurais; seletividade e 
distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
irredutibilidade do valor dos benefícios; equidade na forma de 
participação no custeio; diversidade da base de financiamento; 
caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
empregadores, aposentados e do governo, nos órgãos colegiados 
(BRASIL [CF/1988], 2008, art. 194, § único). Esses objetivos são 
manifestos e aplicados em graus e maneiras distintas pelas três 
políticas que a compõem. 
 
 
 
 
 
 
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No que diz respeito à saúde, a CF de 1988 estabelece, no artigo 
196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do 
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. Em 1990, é instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), 
pela Lei 8.080/1990, que dispõe sobre a organização e o funcionamento 
dos serviços de saúde; unifica o sistema e descentraliza a gestão, e é 
regulamentada pelo Decreto Presidencial 7508/2011. Trataremos desta 
legislação de modo mais aprofundado, ainda nessa aula!! 
 
 
 
 
Sobre a Assistência Social, preconiza, conforme o artigo 203 
da CF de 1988 (BRASIL, 1988): 
A assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independente da contribuição à 
seguridade socia
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l, e tem por objetivos: 
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice; 
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III – a promoção da integração ao mercado de 
trabalho; 
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas 
portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V – a garantia de um salário mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família, conforme dispuser a lei. 
 
 
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SAÚDE 
 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
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Teoria e exercícios comentados 
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No ano de 1991, o primeiro Projeto de Lei (3.099/1989) de 
regulamentação da Assistência Social, elaborado pelo deputado Raimundo 
Bezerra, é vetado na íntegra pelo então Presidente Fernando Collor de 
Melo. Somente em 1993, com a aprovação da Lei 8.742, Lei Orgânica da 
Assistência Social (LOAS), a área é regulamentada, e a Assistência Social 
passa a ser entendida como um direito de todo cidadão que dela 
necessitar, e dever do Estado. Também apresentaremos com detalhes as 
disposições da LOAS! 
Porém, essa nova concepção da política de Assistência Social como 
direito enfrenta obstáculos para sua real efetivação. Dentre os avanços e 
contribuições que a lei traz, ressalta-se, de acordo com Pereira (1998), o 
privilégio do status de cidadania sobre o de contrato; o estabelecimento 
de mínimos sociais como direito de todos. A legislação preconiza ainda a 
participação da sociedade civil, o que implica, entretanto, um aumento da 
caridade privada, e a marginalização do estatuto da cidadania, num 
movimento de desconstrução do direito adquirido. O esvaziamento do 
setor público acarreta um retrocesso histórico em que se dá o retorno à 
família e aos órgãos da sociedade civil sem fins lucrativo como agentes do 
bem-estar social. Reconhecidamente, família e sociedade civil 
representam importantes atores no enfrentamento da questão social, 
porém, o entrave dessa questão está em seu caráter substitutivo dos 
serviços públicos e não em seu caráter complementar (PEREIRA, 1998). 
 
 
 
 
No que diz respeito à Previdência Social, a CF de 1988 
preconiza, em seu artigo 201: 
 
Os planos de previdência social, mediante 
contribuição, atenderão, nos termos da lei, a: 
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PREVIDÊNCIA SOCIAL 
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Teoria e exercícios comentados 
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cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte, 
incluídos os resultantes de acidente de trabalho, 
velhice e reclusão; ajuda à manutenção dos 
dependentes de segurados de baixa renda; proteção 
ao trabalhador em situações de desemprego 
involuntário; pensão por morte do segurado, homem 
ou mulher, ao cônjuge, companheiro e dependentes. 
(BRASIL, CF de 1988) 
 
 
 
De acordo com Silva (2011, p. 97), o referido diploma legal 
estabelece avanços para a área da Previdência Social, dentre os quais se 
destacam a ampliação da cobertura, a irredutibilidade do valor dos 
benefícios, que passam a ter o piso vinculado ao salário-mínimo; o direito 
de participação de qualquer cidadão no sistema mediante contribuição 
direta, e não somente por exercício do trabalho assalariado. A CF de 1988 
deixa dúvidas quanto ao que seria Previdência Social. Todavia, a partir da 
contrarreforma de 1998, fica estabelecido que a Previdência Social que 
compõe a Seguridade Social é aquela que se organiza sob a forma do 
Regime Geral de Previdência Social (RGPS - CF de 1988, art. 201, em 
vigor) que abrange os trabalhadores regidos pela CLT, bem como 
servidores públicos civis e militares, do Distrito Federal, dos estados e 
municípios em que os Regimes Próprios de Servidores Púbicos não estão 
organizados, entre outros trabalhadores. 
 
Conceitualmente, há uma unidade entre as três áreas que 
compõem a Seguridade Social, porém, como aponta Cabral 
(2000), a política traçadapara cada uma dessas áreas, sua 
administração e execução têm ocorrido de maneira fragmentada. 
As três áreas não estão agregadas a uma mesma instituição e dificilmente 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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partilham de planos e projetos comuns. Por isso, segundo Boschetti 
(2009), a Seguridade Social no Brasil qualifica-se como um 
sistema híbrido, que associa direitos derivados do trabalho 
(previdência), com direitos universais (saúde) e seletivos 
(assistência social). 
Em detrimento de uma concepção universal de Seguridade Social, 
Boschetti (2008, p.7) afirma que, desde a implantação das primeiras 
legislações sociais no Brasil, que regulavam as relações de produção e 
trabalho, “[…] é possível identificar a construção de um desenho, ainda 
embrionário, de um sistema de proteção social baseado na lógica do 
complexo previdenciário-assistencial […]”, que estabeleceu uma relação 
contraditória entre previdência e assistência social. A primeira é destinada 
àqueles capazes de trabalhar e a última àqueles tidos como incapazes de 
realizar atividade laborativa, característica esta que se mantém até os 
dias atuais. 
Tais críticas encontram repercussão nas análises de Mota (2010, p. 
133-134), quando argumenta que as políticas componentes do sistema de 
Seguridade Social no Brasil: 
 
 
 
 
 
 
[…] longe de formarem um amplo e articulado 
mecanismo de proteção, adquiriram a perversa 
posição de conformarem uma unidade contraditória: 
enquanto avançam a mercantilização e a privatização 
das políticas de saúde e previdência social, 
restringindo o acesso e os benefícios que lhes são 
próprios, a assistência social se amplia na condição de 
política não contributiva, transformando-se num novo 
fetiche de enfrentamento à desigualdade social. 
 
 
 
 
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Assim, diante da característica inerente ao sistema capitalista, da 
impossibilidade de garantir o direito ao trabalho a todas as pessoas, o 
Estado, por meio da assistência social, atende também aos pobres que 
estão aptos para trabalhar, mas não conseguem se inserir no mercado de 
trabalho, ou o fazem de maneira precária, sem garantia de rendimento 
mínimo para suas necessidades básicas, invocando, portanto, a política de 
assistência social como solução para combater a pobreza e enfrentar a 
desigualdade social (MOTA, 2010). 
Sobre o panorama da Seguridade Social no Brasil, Silva (2011, 
p.104-105) conclui que, desde sua construção, seu desenho 
 
[…] está sendo progressivamente modificado, de 
forma regressiva em relação aos direitos e ao alcance 
social […] No rol dos fatores limitadores de 
implementação da seguridade social, conforme 
inscrita na Constituição Federal de 1988 inclui-se a 
condição contemporânea do trabalho, marcada pelo 
desemprego maciço e prolongado, as relações de 
trabalho precarizadas e o crescimento gigantesco da 
chamada economia informal. Além disso, incluem-se: 
as orientações macroeconômicas hegemônicas nas 
últimas décadas que favorecem o capital, fortalecendo 
o comando central da acumulação sob a regência do 
capital portador de juros; a crescente cooptação dos 
movimentos sociais pelas forças políticas no poder; o 
arrefecimento das lutas sindicais […] a não 
elaboração e execução do orçamento único de 
seguridade social da forma recomendada 
constitucionalmente, e outros aspectos vitais à sua 
conformação como um sistema amplo e coeso de 
proteção social. 
 
 
 
 
 
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ASSISTÊNCIA SOCIAL 
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Portanto, verifica-se que, a partir da década de 1990, o 
Estado brasileiro inicia um período de contrarreforma, delineado 
pelo avanço neoliberal, que busca reduzir os avanços da área de 
Seguridade Social aprovados na CF de 1988 (BOSCHETTI, 2006). 
Sob os argumentos de crise fiscal do Estado, o governo adota uma 
política econômica orientada pela busca do superávit primário – 
com contingência de recursos públicos, Desvinculação das 
Receitas da União (DRU), corte dos gastos em políticas sociais, 
aspectos que propiciam a expansão de espaços de acumulação do 
capital, com a privatização das políticas de saúde e previdência, e 
notória expansão da assistência social, notadamente direcionada 
ao combate da extrema pobreza, em consonância com os ditames 
de organismos internacionais (SITCOVSKY, 2010). 
 
 
 
 
Esse panorama, no entanto, não afasta a perspectiva de que a 
Seguridade Social, como afirma Silva (2011 p. 105-106) 
 
[…] constitui um campo de luta dos trabalhadores. Ela 
atua no âmbito da redução das desigualdades sociais, 
e, nesta condição, é espinha dorsal do sistema de 
proteção social no Brasil […] Assim, como um campo 
de lutas, “a seguridade social não é vista como um 
fim, mas como via de ingresso ou de transição a um 
padrão de civilidade, que começa pela garantia de 
direitos no capitalismo, mas que não se esgota nele 
 
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(BOSCHETTI, Nov. 2007, p.37). Não obstante, nos 
marcos do capitalismo, a luta pela universalização da 
seguridade pressupõe, entre outras coisas, 1) “a 
defesa da assistência social como direito, e não como 
substitutivo paliativo do trabalho e do emprego” 
(BOSCHETTI, maio 2009, p. 43); 2) a defesa da saúde 
pública acessível a todos os brasileiros; 3) a defesa da 
política de previdência social como uma política de 
proteção às diferentes formas de trabalho, apoiada 
em um “contrato social” solidário, para o qual cada 
um contribui de acordo com suas condições, e usufrui 
os benefícios, conforme suas necessidades. 
 
 
Destaca-se, em consonância com esses pressupostos, a defesa da 
Carta de Maceió intitulada Seguridade Social Pública: É Possível, 
elaborada pelo conjunto Conselho Federal de Serviço 
Social/Conselho Regional de Serviço Social (Cfess/Cress), 
representando a categoria de assistentes sociais brasileiros. O documento 
em questão reconhece os avanços da CF de 1988 no que diz respeito à 
seguridade social no Brasil. Entretanto, ao reafirmar a concepção de 
Seguridade Social “[...] entendida como um padrão de proteção social de 
qualidade, com cobertura universal para as situações de risco, 
vulnerabilidade ou danos dos cidadãos brasileiros” (CFESS, 2000, p. 1), aponta 
para a necessária incorporação de outras políticas sociais, como 
educação, habitação, cultura, para que a Seguridade Social se constitua 
como “[...] um verdadeiro padrão de proteção social no Brasil” (CFESS, 2000) que 
reafirme a universalização dos direitos sociais. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO SOCIAL 
 
 
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Car@ alun@! Agora 
vamos estudar as 
legislações das políticas 
de seguridade social. 
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3.1 Lei nº 8.212/1991 – Lei Orgânica da Seguridade Social 
 
Essa lei não costuma ser muito pedida nos certames, mas é bom que 
você tenha conhecimento sobre seu conteúdo.A Lei Orgânica da Seguridade Social, decretada em 24 de julho de 
1991, dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de 
Custeio, e dá outras providências. Assim, no Artigo 1º da Lei conceitua-se 
a Seguridade Social como um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a 
assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os Títulos II, III e IV da Lei tratam, respectivamente, da Saúde, da 
Previdência Social e da Assistência Social. Como na sequência da aula 
iremos nos ater a cada uma das legislações específicas destas áreas, 
optamos por não trazer o conteúdo neste momento. 
Em sequência, a lei trata sobre: 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA SEGURIDADE SOCIAL: 
 
a) universalidade da cobertura e do atendimento; 
 
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
 
c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
 
d) irredutibilidade do valor dos benefícios; 
 
e) eqüidade na forma de participação no custeio; 
 
f) diversidade da base de financiamento; 
 
g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a participação 
da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. 
 
 
052 970 336 08 
ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL: 
 
 Sistema Nacional de Seguridade Social - organiza as ações nas áreas de Saúde, 
Previdência e Assistência Social; 
 Propostas Orçamentarias - elaboradas por Comissão integradas por 3 (três) 
representantes, sendo um da área da Saúde, um da área da Previdência e um da 
área da Assistência Social. 
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FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL: 
 
 Financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, 
por meio de recursos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios e de contribuições sociais; 
 
 
Constituem contribuições sociais: 
 
a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada 
aos segurados a seu serviço; 
 
b) as dos empregadores domésticos; 
 
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de- 
contribuição; 
 
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; 
 
Car@ alun@ 
 
Não deixe de ler a Lei Orgânica 
da Seguridade Social!!! Aqui 
trouxemos apenas os principais 
pontos!!! 
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3.2 Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde (LOS) 
 
 
 
 
Em 19 de setembro de 1990 foi decretada a Lei Orgânica da Saúde 
(LOS), que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes, bem como sobre outras providências. 
De modo geral, os Artigos 1º, 2º e 3º, constantes no Título I, 
tratam da disposição preliminar e das disposições gerais. No que se refere 
à primeira, a lei regulamenta as ações e serviços de saúde para todo o 
território nacional. Já as disposições gerais definem a saúde como 
direito fundamental, e dever do Estado. Outrossim, dispõe que este 
dever das esferas estatais não exclui a responsabilidade das 
pessoas, da família, das empresas e da sociedade. 
 
 
Assim, cabe ao Estado o provimento das condições indispensáveis 
ao pleno exercício da saúde, por meio da formulação e execução de 
políticas econômicas e sociais que visem à redução de danos e de 
outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem 
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua 
promoção, proteção e recuperação. 
No Artigo 3º aparece uma ideia fundamental, qual seja: os níveis 
de saúde expressam a organização social e econômica do país, 
tendo como: 
 
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SAÚDE に DIREITO FUNDAMENTAL に DEVER DO ESTADO 
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Neste sentido, essas ações e serviços de saúde são 
organizados por meio de um Sistema Único de Saúde (SUS), 
composto por órgãos e instituições federais, estaduais e 
municipais, da Administração direta e indireta e as fundações 
mantidas pelo Poder Público. 
Em suma, o Título II da Lei, trata dos objetivos e atribuições; dos 
princípios e diretrizes; da organização da direção e da gestão; da 
competência e das atribuições; dos subsistemas de atenção; da 
assistência terapêutica e da incorporação da tecnologia em saúde. 
 
OBJETIVOS DO SUS: 
 
I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da 
saúde; 
 
II – a formulação de política de saúde destinada a promover redução de danos e 
de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso 
universal e igualitário às ações e aos serviços para a promoção, proteção e 
recuperação. 
 
III - assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e 
recuperação da saúde, com a realização integrada de ações assistenciais e das 
atividades preventivas. 
 
 
Determinantes e condicionantes da 
saúde: a alimentação, a moradia, o 
saneamento básico, o meio ambiente, o 
trabalho, a renda, a educação, a 
atividade física, o transporte, o lazer e 
o acesso aos bens e serviços essenciais. 
 
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CAMPO DE ATUAÇÃO DO SUS: 
I – a execução de ações: 
 
a) de vigilância sanitária; 
b) de vigilância epidemiológica; 
c) de saúde do trabalhador; e 
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
 
II – a participação na formulação da política e na execução de ações de 
saneamento básico; 
 
III – a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 
 
IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
 
V – a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho; 
 
VI – a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos 
e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
 
VII – o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias para a 
saúde; 
 
VIII – a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo 
humano; 
 
IX – a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, 
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
 
X – o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
 
XI – a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profa. Ana Paula に Aula 03PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS: 
 
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada 
caso em todos os níveis de complexidade do sistema; 
 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e 
moral; 
 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer 
espécie; 
 
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
 
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua 
utilização pelo usuário; 
 
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação 
de recursos e a orientação programática; 
 
VIII - participação da comunidade; 
 
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de 
governo: 
 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
 
b) regionalização e hierarquização da red
05297033608 
e de serviços de saúde; 
 
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento 
básico; 
 
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços 
de assistência à saúde da população; 
 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e 
 
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para 
fins idênticos. 
 
 
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ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E GESTÃO DO SUS: 
 
 as ações e serviços de saúde são organizados de forma regionalizada e 
hierarquizada em níveis de complexidade crescente; 
 a direção do SUS é única e em cada esfera de governo é exercida da seguinte 
forma: 
I – no âmbito da União – Ministério da Saúde; 
II – no âmbito dos Estados e Distrito Federal – Secretaria de Saúde ou órgão 
equivalente; 
III – no âmbito dos municípios – Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. 
 
 Os municípios poderão constituir consórcios administrativos intermunicipais 
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes 
correspondam; 
 Criação de Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e 
as instituições de ensino profissional e superior; 
 Criação de Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite - foros de 
negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do 
Sistema Único de Saúde (SUS), com os seguintes objetivos: 
 
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão 
compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política 
consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; 
 
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da 
organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à 
sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes 
federados; 
 
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de 
territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à 
integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES: 
 
 
Este capítulo da LOS dispõe sobre as competências e atribuições de cada esfera de 
governo, isto é, da União, dos Estados e dos Municípios. As atribuições comuns 
estão dispostas no Artigo 15º – Vale a pena você dar uma olhada! 
 
Na sequência, especificamente nos Artigos 16º, 17º e 18º, constam as competências 
de cada uma das esferas. Para que você possa entender melhor, vamos trazer 
algumas delas, mas, lembre-se: É importante que você leia a LOS! 
 
 Competências da União: 
 
- formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; 
 
- participar na formulação e na implementação das políticas de controle das agressões 
ao meio ambiente; de saneamento básico; e relativas às condições e aos ambientes de 
trabalho; 
 
- definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência de alta 
complexidade; de redes de laboratórios de saúde pública; de vigilância epidemiológica; 
e vigilância sanitária 
 
- participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de 
agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde 
humana; 
 
- participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e 
dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador; 
 
- coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica; 
 
- estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, 
podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; 
 
- estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de 
produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano; 
 
- formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e 
produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais 
órgãos governamentais; 
 
- controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde; 
 
- prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional; 
 
 
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COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES: 
 
 
 Competências do Estado: 
 
- promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; 
 
- acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde 
(SUS); 
 
- prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e 
serviços de saúde; 
 
- coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: de vigilância 
epidemiológica; de vigilância sanitária; de alimentação e nutrição; e de saúde do 
trabalhador; 
 
- participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que 
tenham repercussão na saúde humana; 
 
- participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico; 
 
- participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho; 
 
- em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos 
e equipamentos para a saúde; 
 
- identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta 
complexidade, de referência estadual e regional; 
 
- coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as 
unidades que permaneçam em sua organização administrativa; 
 
- estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e 
serviços de saúde; 
 
- formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de 
controle de qualidade para produtos e substânciasde consumo humano; 
 
- colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e 
fronteiras; 
 
- o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e 
mortalidade no âmbito da unidade federada. 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES: 
 
 
 Competências do Município: 
 
- planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar 
os serviços públicos de saúde; 
 
- participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e 
hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção 
estadual; 
 
- participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos 
ambientes de trabalho; 
 
- executar serviços: de vigilância epidemiológica; vigilância sanitária; de alimentação e 
nutrição; de saneamento básico; e de saúde do trabalhador; 
 
- dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde; 
 
- colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre 
a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, 
para controlá-las; 
 
- formar consórcios administrativos intermunicipais; 
 
- gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; 
 
- colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, 
aeroportos e fronteiras; 
 
- celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de 
saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; 
 
- controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; 
 
- normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de 
atuação. 
 
 
 
 
 
 
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Os capítulos V, VI e VII da LOS tratam dos Subsistemas que 
compõem o SUS, isto é, o Subsistema de Atenção à Saúde 
Indígena, no qual estão contemplados os aspectos de assistência à 
saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, 
demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional às 
população indígenas; o Subsistema de Atendimento e Internação 
Domiciliar, realizados por equipes multidisciplinares que atuam nos 
níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora; o Subsistema 
de Acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós- 
parto imediato, que obriga os serviços de saúde a permitir a presença, 
junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de 
trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. 
No capítulo VIII a LOS define o que é a assistência terapêutica 
integral e a incorporação da tecnologia em saúde. Para nós, assistentes 
sociais, sobretudo para você que almeja inserção na Defensoria Pública, é 
importante se ater ao primeiro ítem, pois, define como assistência 
terapêutica integral a dispensação de medicamentos e produtos de 
interesse à saúde, bem como a oferta de procedimentos terapêuticos, em 
regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar. 
 
 
 
 
 
 
No Título III a Lei Orgânica dispõe sobre os serviços privados de 
assistência à saúde. Lembre-se que a iniciativa privada pode 
participar do SUS, em caráter complementar. 
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Produtos de interesse para a 
saúde: órteses, próteses, bolsas 
coletoras e equipamentos médicos 
 
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Outro ponto importante diz respeito ao Financiamento, constante 
no Título V. De acordo com a LOS, os recursos provêm do orçamento 
da seguridade social, considerando as metas e prioridades 
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentária; dos serviços que 
possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde; da 
ajuda, contribuições, doações e donativos; das alienações 
patrimoniais e rendimentos de capital; das taxas, multas, 
emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS); e das rendas eventuais, inclusive 
comerciais e industriais. 
A Lei ainda dispõe que os recursos do SUS devem ser 
depositados em conta especial, para cada esfera de sua atuação, e 
movimentados sob a fiscalização dos respectivos Conselhos de 
Saúde. Para o estabelecimento dos valores a serem transferidos a 
Estados, Distrito Federal e Municípios, utiliza-se a combinação dos 
seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: 
I - perfil demográfico da região; 
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; 
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na 
área; 
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; 
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e 
municipais; 
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; 
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras 
esferas de governo. 
 
 
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O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de 
Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos 
seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da 
política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de 
saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União 
 
 
 
 
 
3.3 Lei nº 8.213/1991 (Plano de Benefícios da Previdência Social) 
 
A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, dispõe sobre os Planos 
de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Na 
sequência apresentaremos os conteúdos mais pedidos nas provas de 
concursos!!! 
 
 
 
 
 
 
FINALIDADE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
Assegurar aos seus beneficiários, por intermédio de contribuição, 
os meis indispensaveis de manutenção, por motivo de 
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de 
serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem 
dependiam economicamente. 
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Car@ alun@ 
 
Não deixe de ler a LOS!!! Aqui 
trouxemos apenas os principais pontos!!! 
 
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REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: 
 
 Regime Geral da Previdência Social (RGPS): operacionalizado 
pelo INSS. Garante a cobertura das situações de incapacidade, 
idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou 
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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: 
 
I - universalidade de participação nos planos previdenciários; 
 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e 
rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; 
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos 
monetariamente; 
 
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lheso poder aquisitivo; 
 
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do 
rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo; 
 
VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional; 
 
VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação 
do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e 
aposentados. 
 
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morte daqueles de quem dependiam economicamente, exceto as de 
desemprego involuntário, objeto de lei específica, e de 
aposentadoria por tempo de contribuição para o trabalhador; 
 Regime Próprio de Previdência social: destinado a servidores 
públicas da esfera federal, estadual ou municipal. 
 Regime Facultativo Complementar de Previdência Social: 
objeto de lei específica. 
 
REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS) 
 
Benefíciários: segurados e dependentes 
Quem são os segurados? 
 O empregado; 
 O empregado doméstico; 
 O contribuinte individual; 
 O trabalhador avulso; 
 O segurado especial; 
 O segurado facultativo 
 
 
 
IMPORTANTE: O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o 
militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, 
são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que 
amparados por regime próprio de previdência social. 
 
Quem são os dependentes? 
 
 
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 o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não 
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e 
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou 
mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim 
declarado judicialmente; 
 os pais; 
 o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência 
intelectual ou mental ou deficiência grave. 
 
 
 
 
BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
Atualmente, a Previdência Social operacionaliza a concessão das 
seguintes modalidades de benefícios para os seus segurados e 
dependentes: 
 
 
 Aposentadoria por idade (urbana e rural): concedida ao 
trabalhador urbano aos 65 anos (para homens) e aos 60 anos (para 
mulheres), desde que tenham o mínimo de 180 contribuições 
válidas; e ao trabalhador rural, aos 60 anos (se homem) e aos 55 
anos (se mulher), desde que tenha período de 180 meses de 
atividade rural comprovada. 
 
 Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência: benefício 
 
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O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho, 
mediante declaração do segurado e desde que 
comprovada a dependência econômica; 
 
Considera-se companheira ou companheiro a 
pessoa que, sem ser casada, mantém união estável 
com o segurado ou com a segurada. 
 
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aprovado pela LC 142, de 8 de maio de 2013, que prevê o direito à 
aposentadoria com tempo de contribuição reduzido ao trabalhador 
que cumprir os seguintes requisitos: 1) ter idade de 60 anos 
(homem) ou 55 anos (mulher); 2) carência mínima de 180 meses 
de contribuição; 3) 180 meses de contribuição na condição da 
pessoa com deficiência e; 4) comprovação da condição de pessoa 
com deficiência na data de entrada do requerimento ou da 
implementação dos requisitos para o benefício. 
A referida lei considera pessoa com deficiência aquela que tem 
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual 
ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, 
impossibilitem que a pessoa participe de forma plena e efetiva na 
sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas que 
não possuem tal impedimento. 
 
 Aposentadoria por invalidez: devida ao trabalhador que for 
considerado, pela perícia médica do INSS, incapacitado para 
exercer sua atividade laborativa habitual, respeitados os prazos de 
carência. 
 
 Aposentadoria por tempo de contribuição (urbana e rural): 
benefício pago ao trabalhador que comprovar carência (idade 
mínima de 48 anos para mulher e 53 anos para o homem) e tempo 
mínimo de contribuição (a partir de 15 anos). Para ter acesso à 
aposentadoria integral deve ser respeitado o período de 35 anos de 
contribuição para o homem, e 30 anos para a mulher. 
 
 Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com 
deficiência: tem direito a pessoa com deficiência segurada da 
previdência social, observadas as seguintes condições: 1) 25 anos 
de tempo de contribuição na condição de deficiente, se homem, e 
20 anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave; 2) 
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aos 29 anos de tempo de contribuição, na condição de deficiente, 
se homem, e 24 anos, se mulher, no caso de segurado com 
deficiência moderada; 3) aos 33 anos de tempo de contribuição na 
condição de deficiente, se homem, e 28 anos, se mulher, no caso 
de segurado com deficiência leve; 4) carência de 180 meses de 
contribuição; e 5) comprovação da condição de pessoa com 
deficiência na data da entrada do requerimento ou na da 
implementação dos requisitos para o benefício. 
A constatação da deficiência é realizada por meio de avaliações 
médica e social de perícia própria do INSS, para fins de definição 
da deficiência e do grau de impedimento, que pode ser leve, 
moderado ou grave, conforme especificado no art. 3o da LC 
142/2013. A referida lei considera pessoa com deficiência aquela 
que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas 
barreiras, impossibilitem que a pessoa participe de forma plena e 
efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais 
pessoas que não possuem tal impedimento. Conforme definido no 
Decreto 8.142/2013, o benefício somente será concedido se o 
segurado estiver na condição de deficiente no momento do 
requerimento, ou quando tiver completado os requisitos mínimos 
exigidos. O marco inicial para a análise do direito adquirido é a 
vigência da LC 142/2013 e do art. 70-A do Decreto 8.145/2013. 
 
 Aposentadoria especial: concedida ao segurado que comprovar, 
além do tempo de contribuição, exposição habitual e permanente a 
agentes químicos, físicos ou biológicos ou associação de agentes 
prejudiciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 
20 ou 25 anos). 
 
 Auxílio-doença previdenciário: benefício concedido ao segurado 
que fique impedido de trabalhar por mais de 15 dias consecutivos 
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em decorrência de doença ou acidente de trabalho ou de qualquer 
outra natureza. 
 
 Auxílio-acidente: beneficio de caráter indenizatório devido ao 
trabalhador empregado, avulso ou segurado especial que recebia 
auxílio-doença em decorrência de um acidente de trabalho, e tenha 
permanecido com sequelas que reduzam sua capacidade laborativa. 
 
 Salário-maternidade(urbano e rural): concedido à trabalhadora 
segurada, urbana ou rural, que se encontre afastada de suas 
atividades laborais cotidianas em decorrência de parto, aborto não 
criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção, 
respeitado o tempo de carência, quando necessário. 
Observação: O benefício será devido ao adotante do sexo 
masculino, para adoção, ou guarda para fins de adoção, ocorrida a 
partir de 25 de outubro de 2013, data de publicação da Lei 
12.873/2013. A partir de 23 de janeiro de 2013, data da vigência 
do art. 71-B da Lei 8.213/1991, fica garantido, no caso de 
falecimento da segurada ou segurado que tinha direito ao 
recebimento de salário-maternidade, o pagamento do benefício ao 
cônjuge ou companheiro(a), desde que este também possua as 
condições necessárias à concessão do benefício em razão de suas 
próprias contribuições. 
 
 
 
 Salário-família: benefício concedido aos trabalhadores 
empregados, avulsos ou rurais, com o objetivo de auxiliar no 
sustento dos filhos, ou equiparados de qualquer condição (sob 
guarda, por exemplo), de até 14 anos de idade incompletos ou 
inválidos, independentemente de carência e desde que o salário de 
contribuição seja inferior ao igual ao limite máximo permitido. 
 
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Para fins de recebimento do benefício, o valor máximo do salário de 
contribuição do segurado deverá ser igual ou inferior ao valor de R$ 
1.212,64 (atualizado de acordo com a Portaria Interministerial 
MTPS/MF 1/8/2017). 
 
Os dois próximos benefícios são garantidos exclusivamente aos 
dependentes dos segurados: 
 Auxílio-reclusão: concedido aos dependentes do segurado 
considerado de baixa renda que for recluso em regime fechado ou 
semiaberto, ainda que não prolatada a sentença condenatória; ou 
tenha sido internado em estabelecimento de cumprimento de 
medida socioeducativa (para segurados entre 16 e 18 anos), sob 
custódia do Juizado da Infância e Juventude. O benefício perdura 
enquanto o segurado estiver preso, e só deverá ser pago se o 
segurado presidiário não estiver recebendo salário de empresa, 
auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em 
serviço. 
Para fins de recebimento do benefício, é considerada pessoa de 
baixa renda o segurado que tenha salário de contribuição mensal 
igual ou inferior ao valor de R$ 1.292, 43 (atualizado de acordo 
com a Portaria Interministerial MPS/MF 01/01/2017)1. 
 
 Pensão por morte: destinada aos dependentes do segurado 
trabalhador ou aposentado que tenha falecido. Para recebê-la, deve 
ser comprovada a qualidade de segurado. O número de 
contribuições do segurado, o tempo do casamento ou da união 
estável antes de seu falecimento, e a idade do(s) dependentes(s) 
determinará o período pelo qual o benefício será pago, conforme 
Lei n.13.135, de 17 de junho de 2015. 
 
 
 
1 
A atualização dos valores do teto do salário de contribuição para fins de recebimento dos benefícios 
auxílio-reclusão e salário-família é realizada anualmente, conforme a Lei 8.213/1991. 
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 Seguro - desemprego do pescador artesanal: Também 
conhecido como “seguro-defeso”, o seguro-desemprego do pescador 
artesanal é uma assistência financeira temporária concedida aos 
pescadores profissionais artesanais que, durante o período de 
“defeso”, são obrigados a paralisar a sua atividade para preservação da 
espécie. Para ter direito o pescador deve comprovar que exerce a 
pesca de maneira ininterrupta, seja sozinho ou em regime de 
economia familiar. 
 
 
 Pecúlio: O pecúlio é um benefício extinto em 16/04/1994, que 
consiste na devolução em cota única das contribuições efetuadas 
para o INSS pelo cidadão que permaneceu em atividade após ter se 
aposentado. Os valores a serem devolvidos terão como data limite 
15/04/1994, véspera da lei 8.870, que extinguiu este benefício 
para os aposentados por idade e tempo de contribuição. 
 
 
 Pensão especial por hanseníase: É um benefício devido às 
pessoas atingidas pela hanseníase, que tenham sido submetidas a 
isolamento e internação compulsórias em hospitais-colônias até 31 
de dezembro de 1986. Trata-se de uma pensão mensal, vitalícia e 
intransferível. O INSS realiza apenas o pagamento deste benefício, 
mas não determina as regras de concessão nem analisa os pedidos. 
O requerimento dever ser enviado por correio à Secretaria de 
Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). 
 
 
 Pensão especial da síndrome da talidomida: Benefício 
especifico aos portadores da Síndrome da Talidomida nascidos a 
partir de 1º de março de 1958, data do início da comercialização da 
droga denominada Talidomida no Brasil. Trata-se de uma pensão 
especial, mensal, vitalícia e intransferível. 
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O INSS operacionaliza também a concessão do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC) para a pessoa com deficiência e 
idoso, normatizado pela Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, 
Lei 8.742/1993, e regulamentado pelos Decretos 6.214 
(26/9/2007), 6.564 (12/8/2008) e 7.617 (17/11/2011), sob a 
coordenação do Ministério do Desenvolvimento Social. 
 
O BPC constitui-se como não contributivo, de caráter 
pessoal, intransferível, não vitalício, que consiste numa 
transferência de renda no valor de um salário-mínimo ao idoso 
com 65 anos ou mais e à pessoa com deficiência que tem 
impedimentos de longo prazo, de acordo com avaliação social e 
médica de equipe técnica do INSS. O requerente do benefício 
precisa ainda comprovar que não possui meios de prover sua 
própria manutenção ou tê-la provida por sua família, devendo 
perfazer renda familiar per capita inferior a ¼ de salário-mínimo. 
 
 
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Benefícios 
dependentes: 
da Previdência Social para os segurados e seus 
 Segurados: Aposentadoria05297033608 por idade (urbana e rural); 
aposentadoria por idade da pessoa com deficiência; aposentadoria 
por invalidez; aposentadoria por tempo de contribuição (urbana e 
rural); aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com 
deficiência; aposentadoria especial; auxílio-doença previdenciário; 
auxílio-acidente; salário-maternidade (urbano e rural); e salário- 
família, além das pensões de natureza especial. 
 Dependentes: Auxílio-reclusão e pensão por morte. 
 
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SERVIÇOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: 
 
 
 Perícia Médica: tem por finalidades precípuas a execução e o 
controle das atividades médico-periciais necessárias para avaliar a 
capacidade laborativa, em face das situações previstas em lei 
(Orientação Interna 79 INSS/DRRH, DIRBEN de 11/08/2003, que 
institui o Manual de Perícia Médica do INSS). 
 
 Serviço Social: atividade realizada por assistentes sociais que 
contribui para viabilizar o acesso dos cidadãos aos direitos 
assegurados na política de Previdência Social, bem como para 
potencializar a articulação dessa política com as demais políticas 
sociais na garantia dos direitos sociais da população (Resolução 
203/ PRES/INSS, 29/5/2012, que

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