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Universidade Federal de Goiás 
Institudo de Estudos Socio-Ambientais 
Curso de Geografia - Licenciatura Data: 20 de Janeiro de 2017 
Professor (a): Prof. Dr. Romualdo Disciplina: Geopolítica 
Alunos (a): Amanda Fernandes de Miranda, Adriano Ferreira de Castro, Fernanda Santos 
de Jesus, Sheila Francisca da Cruz e Theillor Eduardo França Barreto. 
 
- Roteiro 
NICOLAS SPYKMAN 
1ª Linha 
Nicholas John Spykman 
Spykman (Fig. 1) nasceu em 13 de outubro de 1893 em Amsterdã, capital da 
Holanda. Estudou em algumas universidades como Delft University e a Universidade do 
Cairo, trabalhou como jornalista em várias partes do mundo durante grande parte da 
década de 1910 e também serviu como um assistente diplomático para a Holanda no Egito 
e nas Índias Orientais Holandesas. 
 
 Fig. 1: Fonte: alloflife redeemed. 
Spykman foi para os Estados Unidos por volta de 1920, para entrar em um 
programa de doutorado na Universidade da Califórnia, onde recebeu um diploma de 
bacharel em 1921, um mestrado em 1922, e um Ph.D. em 1923. O tema da sua dissertação, 
que ele posteriormente revista para publicação, foi Georg Simmel. Em seguida, foi 
instrutor em ciência política e sociologia de 1923 a 1925. Foi casado com a romancista 
infantil CE Spykman. Sendo naturalizado como cidadão dos Estados Unidos em 1928. 
Em 1925 foi para a Universidade de Yale, onde foi professor assistente de 
relações internacionais, tornando-se professor titular em 1928. Ele se tornou o presidente 
do departamento da universidade das relações internacionais em 1935. Também em 1935, 
foi co-fundador do Instituto de Estudos internacionais de Yale e foi seu primeiro diretor. 
Ele manteve esta posição até 1940, quando ele ficou doente e abandonou-o. 
Spykman publicou dois livros sobre política externa (Fig. 2). America’s Strategy 
in Words Politics foi publicado em 1942 perto da entrada dos Estados Unidos na Segunda 
Guerra Mundial. Preocupado com o equilíbrio de poder, ele argumenta que o 
isolacionismo, contando com os oceanos para proteger os Estados Unidos ("hemisférica" 
ou "quarter defesa"), estava fadada ao fracasso. Seu objetivo era impedir a retirada dos 
EUA, similar à política dos EUA após a I Guerra Mundial. Isaiah Bowman comentou em 
deve ser lido em não menos de um milhão de lares americanos. Cada funcionário do 
governo responsável pela política deve lê-lo uma vez por ano para os próximos vinte anos, 
mesmo se ele não concordar com alguns dos remédios propostos.” A geografia da Paz foi 
publicado no ano após a morte de Spykman. Nela, ele expõe sua geoestratégia, 
argumentando que o equilíbrio de poder na Eurásia afetou diretamente a segurança dos 
Estados Unidos. 
 
 
Fig. 2. Fonte: http://www.buscape.com.br/livros/nichola-spykman 
 http://www.buscape.com.br/livros/georg-simmel 
Em seus escritos concernentes à geografia e política externa, Spykman foi uma 
espécie de determinismo geográfico. Como a geografia era "o fator mais condicionante 
fundamentalmente por causa de sua permanência relativa", era de primordial relevância na 
análise da potencial política externa de um estado. 
Ele morreu em 26 de junho 1943 em New Haven, de câncer aos 49 anos de idade. 
Teorias 
As teorias de Mackinder também influenciaram gerações de estrategistas e 
estudiosos da geopolítica moderna e contemporânea. Foi com base na teoria do Heartland 
que o estrategista americano Nicholas J. Spykman (1893-1943) desenvoleu a teoria do 
Rimland, também denominada de Estratégia da Contenção, que serviu de base para o 
desenvolvimento da doutrina de segurança dos Estados Unidos após a Segunda Guerra 
Mundial. 
Nicholas J. Spykman era um ferrenho defensor de uma política intervencionista 
norte-americana tanto na Europa quanto na Ásia. Contrariando os argumentos dos 
estrategistas que defendiam a hegemonia dos Estados Unidos apenas no âmbito do 
continente americano e o isolacionismo em relação ao equilíbrio de poder na Europa e na 
Ásia, Spykman dizia claramente que a América seria vulnerável às invasões provenientes 
tanto do Hemisfério Ocidental (Europa) quanto do Hemisfério Oriental (Ásia). 
Na avaliação de Spykman, embora os Estados Unidos usufruírem de uma posição 
geográfica privilegiada - com dois oceanos, que o separam dos continentes asiáticos e 
Europeus - e de uma posição estratégica favorável no continente americano - enquanto 
poder hegemônico -, a tridimensionalidade dos conflitos armados (devido ao 
desenvolvimento dos poderes terrestre, naval e aéreo) ameaçaria inevitavelmente a 
segurança da nação. 
Conforme argumentou Spykman, o imperativo estratégico americano deveria ser 
voltado para uma política externa intervencionista. A macroestratégia americana seria 
baseada na teoria do Rimland, ou poder periférico, tendo como resultado o 
desenvolvimento do poder aéreo naval e a supremacia nos mares e oceanos. 
Levando-se em consideração o princípio de que as condições geográficas de um 
país determinam sua estratégia de segurança, era indispensável à segurança dos Estados 
Unidos ultrapassarem os limites de suas fronteiras geográficas. 
Essa macroestratégia teria como consequência a criação de várias linhas de defesa, 
baseadas em bases navais situadas no Hemisfério Norte, região do globo terrestre que 
concentra os principais centros do poder mundial. 
A primeira linha de defesa, contudo, deveria estar situada na orla Eurasiática, ou 
seja, em países fronteiriços com o Heartland. Desse modo, pretendia-se conter a expansão 
soviética para a periferia do continente Eurasiático. 
O controle político e militar do Heartland, por parte da União Soviética, 
representaria o domínio dos recursos demográficos e naturais da eurásia e, por conseguinte, 
a chance de controlar o mundo. Conclui-se, portanto, que a política intervencionista que os 
Estados Unidos deveriam pôr em prática seria concebida como uma defesa de sua 
soberania e de sua segurança estratégica. O que, efetivamente, os Estados Unidos fizeram e 
continuam a fazer. 
2a linha 
Rimland 
A nova ordem mundial, conceito levantado a partir da Guerra Fria. Ocorre depois 
do confronto de dois blocos do triunfo da Segunda Guerra Mundial. Esta configuração 
global, o aspecto e poder econômico passam ser essencial, onde concentra conquista 
mercados e áreas de produção com menos custo e melhor condições para as empreses 
(Corporações). Todas essas configurações aprecem novos autores e estrategistas 
conhecidos mundo a fora por suas escolas geopolíticas e a relevância de seu pensamento e 
produção na forma como os países se portam politicamente, economicamente e 
militarmente frente ao globo. No que permeia as estratégias, as questões extrapolam o 
campo militar, cada Estado busca Grandes Estratégias, que engloba o gerenciamento dos 
recursos de uma nação inteira para atingir os objetivos nacionais. Sendo assim, afirma a 
importância da Eurásia (Fig. 3). 
 
 Fig. 3: Fonte: Eurásia_ (orthographic projection). Svg 
Zona geografica abrangida pelo conjunto dos continentes da Europa e Ásia, cuja 
divisão e definida pelos os montes Urais e Cáucaso. A história confirma que antes mesmo 
da nova conjuntura do poder atual, liderado pelos Estados Unidos, as maiores potências 
eram dos países Euro-Asiáticos. Contudo, devemos considerar que esta região (área) 
concentra três quarto da população mundial, e 60% da produção, com amplos recursos; 
como gás, petróleo e principalmente mineiros. Com todos esses recursos ainda tem quatro 
grandes potências de nucleares reconhecidas; como China, Rússia, França e Grã-Bretanha. 
Quando se fala dessaregião, as geoestratégicas de alguns nomes são suscitadas e 
dentre eles menciona-se Nicolas Spkyman com Rimland influenciado por Halford J. 
Mackinder com a estratégia Heartland. Spkyman faz um contra ponto entre eles; 
Mackinder defensor do Imperialismo britânico é autor da teoria do Heartland, um espaço 
compreendido geograficamente entre Berlim e Moscou, que daria a quem o controlasse o 
poder sobre a chamada ilha mundial (Eurásia), controlando assim o mundo. Para o 
estrategista, era fundamental o veto e intervenção inglesa frente a qualquer aproximação da 
Alemanha e Rússia. Ambos Estados deveriam manter-se limitados em alianças entre si, 
pois a união das potências representava perigo frente à soberania inglesa. 
Mackinder falava de um “pivô geográfico da história”, onde o poder marítimo se 
encontraria sempre em oposição ao poder terrestre. A área pivô seria uma região de ampla 
extensão territorial do continente Euro-Asiático (Fig. 4), com vastos recursos minerais 
relevantes ao processo de industrialização, e se caracterizaria por ser uma região de 
planície, com áreas agricultáveis. A potência que dominasse a região e sua capacidade de 
produção, revertendo em capital o que ali obtivesse, conseguiria dominar o mundo. 
Fig. 4: Fonte: Apud, Quem Tem medo da Geopolítica de Leonel I. Almeida Mello. (O mundo segundo 
Mackinder 1904). 
Alguns termos são importantes para entender de forma espacial como Mackinder 
enxergava o globo e a forma como suas teorias foram pensadas e aplicadas. Para ele existia 
um Great Ocean, um oceano único, que compunha ¾ do globo terrestre. Já a Europa, a 
Ásia e a África compunham chamada World Island, a ilha mundial, acrescida dos 
continentes isolados América e Oceania. 
Influenciado por Mackinder, Spkyman vem da escola Americana. Ele viria para 
inovar e contrapor ao princípio mackinderiano de controle do Heartland, o princípio da 
contenção do Rimland (região das fímbrias = franja, orla), que abrangeria as faixas 
marginais e mediterrâneas da Eurásia. Sendo a teoria do Heartland uma forma de pensar o 
espaço e sua apropriação, reformulando o pensamento de Mackinder. O autor defendia que 
quem possui mais poder não é o detentor do coração do mundo, mas sim, aquele que cerca 
o coração do mundo, estando aí sua teoria do Rimland (Fig. 5). 
O controle das bordas anfíbias da Europa Oriente Médio e da região costeira do 
Leste Asiático do Pacífico daria maior poder sobre o mundo ao dominador. Cabia aos 
Estados Unidos construir bases aéreas e navais no Atlântico Norte, através do Pacífico, 
formando um grande cerco sobre a Eurásia. Com Rimland teria a possibilidade de realizar 
ações tanto ofensivas, como defensivas, por terra ou pelo mar. A política de segurança na 
Eurásia deveria adotar, portanto, o seguinte lema: “Quem controlar os espaços periféricos 
– o Rimland –, dominará a Eurásia; quem dominar a Eurásia controlará os destinos do 
mundo”. 
Fig. 5: Fonte: Spykman’s Eurasian Conflict Zones. 
 
O Rimland seria uma forma de lidar com o expansionismo nazista na Europa e o 
imperialismo japonês no pacífico; esta é a política de contenção de Spykmam. Suas 
estratégias foram amplamente utilizadas pelos Estados Unidos, pois antecipavam muitas 
situações que ocorreram na mesma. 
O autor defende ainda que as potências não podem se isolar, pois qualquer 
mudança de força as afeta. Skypman visualizou então sua estratégia em duas grandes 
linhas. A primeira linha é a linha de defesa, projetada no Atlântico e Pacífico e a segunda é 
a linha onde as tropas americanas cercam as duas extremidades da Ásia. Se o continente 
Euro-Asiático fosse dominado por um único poder ou aliança, este acumularia uma força 
capaz de se projetar nos oceanos Atlântico e Pacífico, cercando o Hemisfério ocidental. 
Sua estratégia visava em uma instabilidade na eurásia, que permitiria o cerceamento dos 
Estados Unidos. 
Algumas estratégias de Spykman foram efetivadas e ampliaram o poderio 
estadunidense pelo mundo em eixos de grande influência geopolítica. Skypman defendeu 
pontos como a aliança estratégica juntamente com a hegemonia conjunta anglo-americana, 
com a finalidade de gerir o mundo no pós-guerra; a reconstrução e proteção da Alemanha, 
na tentativa de afastá-la da União Soviética; a proteção e reconstrução do Japão, na 
tentativa de matê-lo afastado da China; e a oposição a unificação Européia, na busca pela 
manutenção da hegemonia dos Estados Unidos sobre a região. 
 
 
3ª Linha 
Karl Haushofer 
Dentro dos nomes históricos do cenário geopolítico mundial, certamente em 
algum momento esbarraremos no nome do general alemão Karl Haushofer. Diretor do 
Instituto Geopolítico do Munique, onde teve origem a “Geopolitik” Alemã, esta por sua 
vez diferente da Ciência Geopolítica, se transformou em uma ideologia geográfica. Ficou 
conhecida após ser utilizada como instrumento para legitimar políticas de poder do III 
Reich. Haushofer fundamentava sua teoria influenciada pela teoria do “espaço vital” de 
Ratzel, esta por sua vez pregava que o espaço de uma nação deveria se ajustar as suas 
necessidades seja elas, físicas, materiais ou espirituais. 
Haushofer defendia uma aliança da Alemanha com a Rússia e Japão, que 
deveriam unir suas influências e formar um novo grupo de poder na Eurásia. Para 
Haushofer, isto levaria á constituição de três grandes áreas, denominadas Pan-Regiões. 
Sendo elas; a Euráfrica (Europa, África e Oriente Médio) controlada pela Alemanha; Pan-
Ásia (China, Coréia, Sudeste Asiático e Oceania) sob domínio Japonês; Pan-Rússia 
(Rússia, Irã e Índia) sob tutela da União Soviética. E por ultimo surge ainda uma quarta 
Pan-Região a Pan-América, englobando todo continente americano sob domínio dos EUA. 
E assim ficava o mundo dividido por Haushofer. (Fig.6) 
 
Fig. 6: Pan-Regiões de Haushofer. Fonte: https://www.researchgate.net/figure/261301541_fig1_Figura-1-As-
Pan-Regioes-de-Karl-Haushofer 
 
Esta área compreenderia uma área de grande extensão que iria de norte a Sul, 
Cada uma com uma zona ártica, temperada e tropical. Permitindo assim cada uma ser auto-
suficiente. 
Porém no inicio de 1941 o sonho de divisão dos territórios e criação das Pan-
Regiões de Haushofer padeceram com o cenário político conturbado, a substituição da 
operação “leão-marinho” pela operação “Barbosa” reverteu o quadro da guerra na Europa. 
Haushofer e sua teoria foram perdendo importância, Karl Haushofer precisou renunciar aos 
seus encargos oficiais e se exilou nos Alpes Bávaros. Haushofer se suicidou juntamente 
com sua mulher em 10 de Março de 1946. O militar aos 45 anos conseguiu seu titulo de 
doutor em geografia e deixou publicadas algumas obras como; O grande Japão (1913), 
Geopolítico do Oceano Pacífico (1925), As fronteiras e seu significado geográfico e 
político (1927), O pensamento nacional-socialista no mundo (1934). 
Apesar de Haushofer e Spykman terem algumas similaridades como serem 
considerados geoestrategistas do século anterior no período das duas guerras mundiais e 
entre guerras, mas não terem visto o pós, não revela concordância entre ambas às teorias. 
Spykman observa algumas contradições na teoria das pan-regiões de Haushofer, afirmando 
que tal teoria era mística ao afirmar que o poder deveria estar em regiões geográficas 
integradas que fossem necessidades do Estado e, em particular, do Estado alemão, deviam 
ser satisfeitas por outras regiões, incorporadas em grandes espaços, organizados em torno 
ao centro alemão e outros centros industriais do norte. Com a potência britânica entrando 
em decadência, os Estados Unidos tomam seu lugar na hegemonia mundial que se 
estabelecia por meio das teorias intervencionistas de Nicholas Spykman. Assim,a teoria 
das pan-regiões não consegue se inserir no contexto mundial da época ao não ter uma 
representação significativa do espaço geográfico de domínio como a teoria do Rimland e 
Heartland tiveram. 
 
4ª Linha 
Na obra America’s Strategy in word Politics, foi observado por Spykman a 
necessidade de uma política intervencionista estadunidense no cenário mundial da Segunda 
Guerra, mas no pós guerra com as ameaças que se estabeleceram da revolução Chinesa e 
do crescimento da URSS para o leste europeu com a ideologia comunista, também a 
tentativa de estabelecer uma linha de defesa que impedisse que algum desses países 
comunistas alcançassem o Rimland em que o Estados Unidos projetassem sua soberania 
pelas fímbrias. Assim, também Spykman fala de uma estratégia capaz de cercar o Rimland, 
adotando uma política de contenção pelas fímbrias. 
Spykman apesar de morrer antes do fim da Segunda Guerra, sua teoria de 
contenção foi essencial para que aos Estados Unidos determinassem sua hegemonia e a 
defesa de sua segurança estratégica durante a Guerra Fria e após ela. Antes da Guerra Fria 
a expressão ‘‘cordão sanitário’’ foi usado para o cenário mundial de alianças dos E.U.A 
feitas com países fronteiriços a Rússia para conter sua expansão e para o cerceamento do 
Rimland. Com a bipolaridade que surgiu na Guerra Fria entre Estados e União Soviética a 
Doutrina Churchill-Truman, estabelecida em 1947 por George Kennan sob a ordem do 
então presidente Harry S. Truman junto com o estadista Winston Churchill, que tornou 
célebre a expressão ‘‘cortina de ferro’’ que este utiliza num discurso ao se dirigir a 
situação que separou a Europa em partes antagônicas de poder, uma influenciada pelo 
capitalismo norte americano e o outro pelo comunismo soviético como mostra figura 8. 
Assim com a Guerra Fria estabelecida pela bipolaridade de poder, ficava em disputa o 
controle do Heartland alcançasse o Rimland. 
 
Figura 8: Cortina de Ferro. Fonte; http://www.grupoescolar.com/pesquisa/cortina-de-ferro.html 
 
Além da tentativa de conter a expansão comunista, os Estados Unidos deveriam 
assim como Spykman afirma em sua teoria para o pós-guerra estabelecer acordos que 
determinassem uma ordem para gerir o mundo, assim ainda em 1944 em Breton Woods, 
New Hampshire, se estabeleceram nessa conferência procedimentos e regras para definir a 
política econômica mundial como o surgimento do Banco Mundial, Fundo Monetário 
Internacional e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e junto com o 
plano Marshall em 1947, surgiram para controle e extensão capitalista na Euro Ásia 
confrontando com a tentativa do controle por parte da União Soviética do Heartland. 
Tanto Mackinder, quanto Spykman são considerados “intelectuais orgânicos 
atlantistas”. Suas teorias do Heartland e Rimland influenciaram toda a noção estratégica 
com uma ótica voltada a eurásia, e a interação de países da região entre si e com outras 
potências. Atualmente observa-se um deslocamento da área pivô, que passa pela 
reformulação da OTAN. A OTAN pretende novas formas de intervir nos assuntos 
euroasiáticos através do poder naval atlantista. A reformulação da OTAN gira em torno da 
inclusão de novos membros, da redução do poderia europeu, da investida contrária a 
Rússia, aumentando sua área de influência na região. Atualmente a OTAN possui essa 
representação da figura 9: 
 
 
 
Fig.9. Fonte: http://burgos4patas.blogspot.com.br/2012/03/quarta-frota-e-os-senhores-da-
guerra.html 
 
Spykman defendia também a necessidade de separar a América Latina em duas: 
Uma América mediterrânea, que incluiria o México, a América Central, o Caribe, a 
Colômbia e a Venezuela; já a outra parte incluiria os outros países da América do Sul, 
abaixo da Venezuela e Colômbia. Os países da América mediterrânea são aqueles 
considerados incapazes de se desenvolver e, por isso, devem sempre estar sob a 
supremacia dos Estados Unidos, inquestionavelmente. A segunda parte da América Latina 
é a região onde se localiza o ABC (Argentina, Brasil e Chile) como pode ser visto na figura 
7, estes exercem grande influência na região, sendo então uma ameaça em potencial ao 
poderia estadunidense. Se a amaça se consolidasse, na visão de Spykman, deveria ser 
respondida com guerra. 
 
Figura 7: Região ABC. Fonte, http://www.taringa.net/posts/apuntes-y-
monografias/19145983/Pacto-ABC---Argentina-Brasil-Chile.html 
 
A ascensão da China entra neste tópico, já que o Estado passa a ser a nova área pivô 
da Ásia. Observa-se uma expansão no poder e nas relações traçadas na região com a 
Organização da cooperação de Xangai (OCX), criada em 2001, visando uma aproximação 
estratégica entre China e Rússia, fortalecendo as questões militares, visando trazer 
estabilidade para exploração de hidrocarbonetos da Ásia Central e Mar Cáspio. É clara a 
importância da questão política e do fortalecimento militar visando um bem econômico em 
comum. 
A aplicação da política de contenção de Nicholas Spykman é ainda mais fácil de 
ver em nossa contemporaneidade. Em 2002 os Estados Unidos lançou o programa National 
Security Strategy of the United States, que tinha por diretrizes impedir que os Estados se 
desenvolvessem militarmente acima do poderio estadunidense; efetivar ataque preventivos 
contra Estados com poderios militares semelhantes ou potencialmente maiores que o dos 
Estados Unidos e garantir a imunidade da pessoa militar ou oficial em qualquer tribunal 
internacional de crimes de guerra. É importante ressaltar que essas táticas muitas vezes são 
efetivadas através de pretextos mínimos e resultam em guerras devastadoras, impactando a 
vida de milhares de civis. 
 Os Estados Unidos efetiva há anos ataques a países no Oriente Médio, com o 
pretexto de busca por armamento nuclear, derrubada de ditaduras, ou risco de 
fortalecimento de células terroristas. Contudo, os reais motivos são muitas vezes políticos, 
tentando enfraquecer opositores na região e expandir sua influência, ou econômicos, tendo 
a guerra como pano de fundo por fortalecimento de sua economia. 
 
Referências: 
 Karl Haushofer (1869-1946): O pai da geopolítica das ditaduras européias* - 
Mario G. Losano - Revista Verba Juris ano 7, n. 7, jan./dez. 2008 – ISSN 1678-
183X 
 MELLO, Leonel Itaussu Almeida. Quem tem medo da geopolítica? São Paulo: 
Hucitec/Edusp, 1999. 
 Revista de Geopolítica, Natal - RN, v. 3, nº 2, p. 173 – 194, jul./dez. 2012. 
 Revista de Geopolítica, Natal, v. 5, nº 1, p. 1-14, jan./jun. 2014. 
 CADERNO CRH, Salvador, v. 21, n. 53, p. 221-237, Maio/Ago. 2008

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