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54 9o ano | Ensino Fundamental
54 9o ano | Ensino Fundamental
Capítulo
 O sistema socialista
 Surge a União Soviética
 O declínio do socialismo e o fim da Guerra 
Fria
 Surge uma Nova Ordem Mundial 
 O poder norte-americano em ação
3
 O terrorismo e os Estados Unidos da 
América
 O fatídico 11 de setembro de 2001
 A Doutrina Bush – o contra-ataque 
americano
Erin Cadigan/AdobeStock.com
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(EF09GE05) Analisar fatos e situações 
para compreender a integração mun-
dial (econômica, política e cultural), 
comparando as diferentes interpreta-
ções: globalização e mundialização.
(EF09GE15) Comparar e classificar di-
ferentes regiões do mundo com base 
em informações populacionais, eco-
nômicas e socioambientais represen-
tadas em mapas temáticos e com di-
ferentes projeções cartográficas.
BNCC Habilidades 
trabalhadas no 
capítulo
CONSIDERAÇÕES
SOBRE O CAPÍTULO
Iniciaremos o tema deste capítulo co-
mentando alguns dos importantes acon-
tecimentos ocorridos nos séculos XIX e XX, 
que tanto afetaram e mudaram a estrutura 
das sociedades. Veremos, inclusive, que o 
novo século já nasceu marcado por inten-
sas e rápidas transformações nas relações 
humanas e entre os países, além de ter sido 
palco de significativos eventos como o fim 
do socialismo real, a mundialização do ca-
pitalismo e o surgimento de novos atores 
como o Brics e o Mints. 
CONCEITOS 
PRINCIPAIS
Ordem mundial (unipolar, bipolar e 
multipolar); Nova Ordem Mundial; socia-
lismo real; mundialização do capitalismo; 
conflito de civilizações; ocidentalização; de-
sigualdade social e regional; agressão am-
biental; disputa ideológica; capitalismo; so-
cialismo; desemprego estrutural; crise eco-
nômica; centros de poder; superpotências; 
G8; G20; diferenças culturais; economia in-
formal; conflitos mundiais. 
OBJETIVOS
DIDÁTICOS
•	Traçar um perfil da sociedade atual com 
base nas transformações ocorridas ao longo 
dos séculos.
•	Apresentar e discutir a definição de 
ordem mundial, apontando os tipos exis-
tentes (unipolar, bipolar e multipolar) e 
exemplificando-os.
ANOTAÇÕES
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559o ano | Ensino Fundamental
559o ano | Ensino Fundamental
O FIM DA URSS 
E DA BIPOLARIDADE
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, ocorreu a saída dos países do Leste Europeu 
do bloco socialista, enfraquecendo ainda mais a União Soviética, que iria se dissolver no final de 
1991. Instaurou-se, então, uma Nova Ordem Mundial com a completa dominação dos Estados Unidos 
e a mundialização do capitalismo, tendo como principais protagonistas as empresas multinacionais 
detentoras de enormes volumes de capitais. Os mercados se globalizaram estimulando a formação de 
blocos comerciais e o surgimento de novos atores no cenário econômico mundial, como a China e a Índia.
Neste capítulo, veremos como se deu a ascensão e a queda do socialismo na União Soviética e as 
consequências do surgimento de uma ordem unimultipolar.
O sistema socialista
O socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu entre o final do século XVIII e a primei-
ra metade do século XIX, quando apareceram os primeiros críticos do sistema capitalista. Sua crítica ba-
seia-se na análise da Revolução Industrial e no aparecimento do proletariado (conjunto dos operários).
No século XX, vários países tentaram colocar essas ideias em prática. Por meio de movimentos re-
volucionários, regimes socialistas foram implantados em nações bastante diferentes, como Rússia, 
China, Cuba, Vietnã e Coreia do Norte.
De modo geral, o socialismo pode ser definido como um modo de produção — isto é, um sistema 
de organização política e econômica de uma sociedade — que tem por objetivo uma profunda trans-
formação social e econômica. Entre as principais propostas, destacam-se a abolição da propriedade 
privada e o controle da produção realizada pelos trabalhadores. Por ter um aspecto de transição, esse 
sistema culminaria no comunismo, ou seja, uma sociedade em que não haveria classes nem desigual-
dades sociais, tampouco seria necessária a presença do Estado.
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CONCEITOS
COMPLEMENTARES
Transformações sociais; organismos 
internacionais; crises civilizacionais; revo-
luções industriais; globalização; potências 
regionais, ou emergentes; efeitos da glo-
balização; disputas de poder; crescimento 
econômico; poderio bélico-militar; desen-
volvimento tecnológico; blocos econômi-
cos; concentração de renda; desemprego; 
nacionalismo; xenofobia; racismo; teorias 
sociopolíticas.
DICAS PARA TRABALHAR
O CAPÍTULO
•	Explore a significação da palavra ordem 
com os alunos. Eles possivelmente dirão 
que essa expressão está relacionada a 
mandar, organizar ou comandar. Pergun-
te-lhes, então: quem pode mandar? Ou, di-
zendo melhor: que elementos dão condi-
ções a alguém para dar ordens a outros? 
Força? Armas? Com certeza, algumas das 
respostas deles poderão ser aproveitadas 
por você, professor(a), para mostrar, por 
exemplo, a relação de comando que uns 
países exercem sobre outros.
•	Nesse sentido, pergunte a eles o que sig-
nificaria, então, falar de ordem mundial. 
Após as discussões, explique-lhes que essa 
expressão está associada às relações entre 
as nações do mundo; relações de subordi-
nação (comercial, econômica, política, cul-
tural, etc.) que traçam um perfil, um pano-
rama mundial. Esse panorama é resultado 
das inúmeras transformações pelas quais 
as sociedades passam ao longo dos sécu-
los, como as ocorridas com os avanços tra-
zidos pelas revoluções industriais.
ANOTAÇÕES
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56 9o ano | Ensino Fundamental
56 9o ano | Ensino Fundamental
Marx (à direita) nasceu em Trier, Prússia (hoje Alemanha), em 
1818. Estudou Filosofia nas universidades de Bonn e Berlim, tor-
nou-se doutor aos vinte e três anos. Em 1848, escreveu com 
Engels (à esquerda) seu mais famoso trabalho, O Manifesto Co-
munista, lançando um apelo ao proletariado: “Trabalhadores 
do mundo, uni-vos!”. Esse manifesto estabelecia os princípios 
para se chegar ao comunismo. Marx declarou que a História foi 
constituída de uma série de lutas entre os detentores do capi-
tal e os trabalhadores. 
Re
pr
od
uç
ão
Re
pr
od
uç
ão
Socialismo e comunismo são palavras empre-
gadas diariamente como sinônimas. Porém, segun-
do Karl Marx, elas representavam etapas diferentes 
do processo que acabaria com as estruturas capi-
talistas. Atualmente, o socialismo é caracterizado 
como uma fase de transição do capitalismo para o 
comunismo. Isto é, no socialismo ainda haveria a 
existência de um Estado controlado pelo proletaria-
do para organizar a sociedade. A propriedade dos 
meios de produção seria estatal e coletiva. No comu-
nismo, o Estado seria extinto, por não ser mais ne-
cessário, porque tudo seria comum a todos, e valo-
res como o consumismo e o desejo de acumular di-
nheiro não mais existiriam. 
Ao longo do século XX e até os nossos dias, o 
modelo socialista de uma sociedade sem classes 
e sem propriedade privada ainda não foi possí-
vel. Embora tenha assumido formas diferenciadas 
nos diversos países onde foi adotado, o socialismo 
tentou abolir a propriedade privada, mas não con-
seguiu eliminar as classes sociais. Os políticos que 
dirigiam o Estado nas sociedades socialistas acaba-
ram se tornando uma nova classe social, privilegiada 
em comparação ao restante da população. Além do 
mais, na maioria desses países, o governo era exer-
cido por regimes autoritários e violentos. 
Na foto, Vladimir Lênin, uma das principais figuras políticas e revolu-
cionário socialista do século XX, foi o primeiro chefe de Estado de um 
país socialista, a União Soviética.
Surge a União 
Soviética
O primeiro país a adotar o socialismo como sis-
tema socioeconômico foi a Rússia, em 1917. Esse 
país, de economia bastante atrasada no começo do 
século XX, havia conseguido construir um império 
que ocupou enorme extensão de terras, desde o 
Leste da Europa atéo Norte da Ásia. Depois de co-
nhecer as ideias socialistas, o povo russo realizou a 
primeira revolução socialista da História, após anos 
de sofrimento sob a tirania dos czares.
Essa revolução foi acompanhada de uma san-
grenta guerra civil, que, ao terminar, permitiu a cria-
ção do primeiro país socialista do mundo, a União 
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 
1922, constituída por quinze repúblicas socialistas, 
cujo poder central estava concentrado em Moscou.
O Palácio de Kremlin, em 1982, foi a sede oficial do Soviete Supremo 
(órgão de maior poder durante a União Soviética). 
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Criado por Ivan IV da Rússia, o czar foi um título para denomi-
nar os monarcas do Império Russo desde o início do século XVI 
até o ano de 1917.
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DIÁLOGO COM
O PROFESSOR
Questione seus alunos quanto à socie-
dade consumista. O que eles pensam a res-
peito? Será que se consideram consumido-
res e entendem esse papel na economia 
capitalista? E quanto à mídia? Será que se 
percebem influenciados por ela, pelos con-
ceitos, pelas ideologias e pelos modismos 
que dita? Será que os alunos reconhecem 
o poder da mídia para, por exemplo, pro-
mover ou prejudicar a imagem de alguém 
segundo seus interesses? 
ANOTAÇÕES
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579o ano | Ensino Fundamental
579o ano | Ensino Fundamental
Letônia
Estônia
Lituânia
Belarus
Moldávia
U
crân
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Geórgia
Armênia
Azerbaijão
Turcomenistão
Casaquistão
Usbequistão
Rússia
Tajiquistão
Quirguízia
M
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 C
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Mar Negro
Mar de
Barents
Mar de
Bering
Mar de
Okhotsk
Mar do
Leste
Oceano
Pacífico
Oceano Glacial Ártico Ano de
incorporação
1917
1920
1921
1922
1925
1936
1940
1944
Desde a sua formação, em 1922, até 1940, a União Soviética anexou outras áreas ao seu território, como você pode acompanhar no mapa.
O governo socialista soviético, porém, exercia um rígido controle sobre a socie-
dade: censurava os meios de comunicação e vetava o direito de as pessoas entra-
rem e saírem livremente do país. O Estado era dono de tudo: das terras, das minas 
de ouro e carvão e de todos os meios de produção. Não havia propriedade privada, 
livre concorrência de mercado e muito menos lei da oferta e da procura.
Após a Segunda Guerra Mundial, outros países, principalmente os do Leste 
Europeu, adotaram o sistema socialista para dirigir seus destinos. Porém, nem 
todos os países que adotaram o socialismo permaneceram sob a órbita da 
União Soviética. A Iugoslávia e a Albânia, na Europa, e a China, na Ásia, são 
exemplos de países que adotaram o socialismo, mas não permaneceram alia-
dos dos soviéticos, seguindo suas próprias orientações.
O socialismo implantado nos países que o adotaram como sistema socioeco-
nômico se distanciou bastante daquele idealizado por Marx, por isso foi chama-
do de socialismo real. Porém, mesmo distante de seus objetivos, nesses países 
o socialismo conseguiu melhorar os indicadores sociais e econômicos da popu-
lação, com destaque para as áreas de educação e saúde, sendo, por isso, classi-
ficados durante muito tempo como países do Segundo Mundo.
Atualmente, o socialismo ainda sobrevive em alguns países, como Cuba, 
Coreia do Norte e China. No entanto, o capitalismo já conseguiu penetrar 
nesses países e começou a alterar, gradativamente, seus regimes. Podemos 
afirmar, portanto, que, no começo do século XXI, o modo de produção capita-
lista conseguiu conquistar até aquelas áreas onde antes prevalecia o sistema 
socialista, fenômeno chamado de mundialização do capitalismo.
Formação da URSS
0 699 km 1.398 km
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58 9o ano | Ensino Fundamental
58 9o ano | Ensino Fundamental
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
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Círculo Polar Antártico
Linha do Equador
Círculo Polar Ártico
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Oceano
Atlântico
Oceano
Pacífico
Oceano
Pacífico
Oceano
Índico
Cuba
Guiné-Bissau
Cabo Verde
Congo
Angola Moçambique
Iêmen do Sul
Leste Europeu
Mongólia
China
Vietnã
Coreia do Norte
Período
1924 1945 1949– 1948 1949
1959
1967 1968 1974 1975– 1976
O declínio do socialismo e o 
fim da Guerra Fria
Os anos de 1980 vão encontrar uma União Soviética preocupada em in-
vestir grande parte de seus recursos financeiros na indústria espacial e de 
armamentos. Além disso, enviava grandes somas para sustentar a econo-
mia de outros países socialistas (Cuba, por exemplo). Essa preocupação fez 
com que os soviéticos não conseguissem acompanhar as economias capita-
listas quanto a investimentos em setores como indústrias de bens de consu-
mo, informática, telecomunicações e agricultura, ocasionando graves crises 
de abastecimento.
Ao assumir o governo, em 1985, Mikhail Gorbachev encontrou uma União 
Soviética bastante desgastada do ponto de vista político, como resultado da 
má administração econômica a que esteve submetida por muitos anos. Encon-
trou também uma população ansiosa por mudanças nessas áreas. Como resul-
tado, o novo governo soviético iniciou a abertura do sistema político (Glasnost) 
e a reestruturação econômica (Perestroika). 
O sistema socialista já havia dado sinal de enfraquecimento com a queda 
do Muro de Berlim, em 1989, e o alastramento dessas mudanças pelo bloco 
socialista resultou na extinção da URSS, em 1991, com o consequente fim da 
ordem bipolar.
Países que aceitaram o socialismo – 1924–1976
0 2.604 km 5.208 km
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599o ano | Ensino Fundamental
599o ano | Ensino Fundamental
Surge uma Nova Ordem Mundial
Com a derrocada dos velhos rivais, os Estados Unidos não tinham mais a quem combater. Estava 
desmontada uma ordem mundial que havia durado quase 50 anos. Consequentemente, ocorreu um au-
mento de conflitos de caráter territorial-separatista em várias partes do mundo, atingindo, inclusive, a 
Rússia, no caso do conflito étnico-separatista de grandes proporções com a Chechênia, região conside-
rada estratégica pelos russos, devido a passagens de importantes oleodutos que abastecem a Europa.
No entanto, uma Nova Ordem Mundial começou a ser estruturada, sob dois pontos de vista: um de ca-
ráter multipolar (pontos de vista político e econômico) e outro de caráter unipolar (ponto de vista militar). 
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
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Círculo Polar Antártico
Linha do Equador
Círculo Polar Ártico
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Oceano
Atlântico
Oceano
Pacífico
Oceano
Pacífico
Oceano
Índico
Países do Norte
Países do Sul
Observe que essa divisão entre Norte (desenvolvidos) e Sul (subdesenvolvidos) não considera a Linha do Equador como marco divisório, e sim 
as condições socioeconômicas das nações. A Teoria dos Mundos foi o nome dado às subdivisões feitas para separar os países por grandeza eco-
nômica entre 1945 e 1990.
A regionalização Norte–Sul
A grande crise econômica que se alastrou pela URSS, na década 
de 1970, entrando pela de 1980, foi um dos motivos do fim do mode-
lo econômico conhecido como planificação econômica, que já não 
mais dava conta de desenvolver o país. Outros motivos foram a ex-
trema concentração de poder nas mãos dos burocratas, que acabou 
por gerar uma classe privilegiada, uma enorme rede de corrupção, 
o atraso tecnológico das indústrias socialistas em relação às capita-
listas (especialmente a dos Estados Unidos) e, no final da década de 
1980, as reivindicações dos vários povos dentro da União Soviética 
por mais autonomia. 
Mikhail Gorbachev, último dirigente so-
viético (1985 - 1991) e responsável por 
implantar a Glasnost e a Perestroika.
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0 2.344 km 4.688 km
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60 9o ano | Ensino Fundamental
60 9o ano | Ensino Fundamental
Com o fim do mundo bipolar e da oposição entre os sistemas capitalista 
e socialista, as diferenças econômicas e sociais entre os países ricos e pobres 
se tornaram mais observáveis. Desde então, a regionalização entre os países 
passou a ser entre os desenvolvidos, os chamados países do Norte, e os sub-
desenvolvidos, denominados países do Sul. 
A ordem mundial de caráter 
multipolar
Essa Nova Ordem Mundial aponta para a existência de outras potências, 
detentoras de poder econômico quase tão expressivo como o dos Estados 
Unidos, especialmente nas regiões geográficas em que estão localizadas. Daí 
o uso da denominação ordem mundial multipolar para indicar essa relação 
de poder no campo econômico. Entre essas potências, podemos citar a China, 
cuja influência econômica é mundial; e a União Europeia, bloco formado por 
27 países naquele continente, tendo na Alemanha a sua mais forte economia.
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Oceania
Japão
e Coreia do Sul
Hong
Kong
Jacarta
Cingapura
Bangcoc
Ásia
América
do Norte
Europa
Ocidental
Abu Dhabi
Cairo
África
Joanesburgo
AbdijãDakar
México
América
Central
América
do Sul
São Paulo
Buenos
Aires
300
bilhões
de dólares
100
bilhões
de dólares
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trilhões
de dólares
5
trilhões
de dólares
16
trilhões
de dólares
150
bilhões
de dólares
80% do PIB mundial
Capitalização das bolsas de valores
(início dos anos 2000)
Regiões de chegada e de partida de
82% dos turistas em todo o mundo
x
Aeroporto com mais de
20 milhões de passageiros por ano
Principais fluxos financeiros e econômicos:
tráfego aéreo de passageiros, mercadorias e capital
O fim da bipolaridade aprofun-
dou o processo de globalização. 
O mundo globalizado, por sua 
vez, definiu uma nova organiza-
ção do espaço geográfico mun-
dial, com impacto em todas as 
regiões do globo, ampliando as 
diferenças entre os países desen-
volvidos e em desenvolvimento. 
No mapa, podemos observar os 
três principais polos de poder 
econômico mundial dos anos 
2000: Estados Unidos, União Eu-
ropeia e Japão.
O mundo econômico
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619o ano | Ensino Fundamental
619o ano | Ensino Fundamental
Em 2001, o analista-chefe do banco Golden Sachs, Jim O’Neill, previu o surgimento de novos atores 
no cenário econômico global. Ele os chamou de Bric, acrônimo das iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China. 
Jim O’Neill predisse que esses países seriam as maiores economias até 2050. Em 2010, por exigência da 
Rússia, a África do Sul passou a fazer parte do grupo, que não se configurou como bloco econômico, mas 
uma aliança estratégica entre nações de economias emergentes chamada Brics.
Observe como o Brics se tornou importante para a economia global e passou a ameaçar as posições de economias tradicionais, como Inglater-
ra, França, Itália e Alemanha.
Brasil Índia China Rússia África do Sul
PIB PIB PIB PIB
US$ 2,416 tri* US$ 4,99 tri* US$ 2,553 tri* US$ 595,7 bi*
8a economia
mundial
4a economia
mundial
3a economia
mundial
7a economia
mundial
26a economia
mundial
Crescimento
do PIB em 2013
Crescimento
do PIB em 2013
Crescimento
do PIB em 2013
Crescimento
do PIB em 2013
Crescimento
do PIB em 2013
2,5% 3,2% 7,7% 1,3% 2%
População
202
milhões
População
1,236
bilhão
População
1,355
bilhão
População
142,2
milhões
População
48,375
milhões
PIB
US$ 13,39
tri*
PIB
US$ 13,39
tri*
África do
Sul
Liberação do ingresso de vinho
sul-africano para o Brasil e fim
dos entraves à carne brasileira.
Rússia
Plano de ação com investimentos
em ferrovias, portos, energia
nuclear, petróleo e gás.
Expansão do comércio bilateral
de US$ 9,5 bilhões para
US$ 15 bilhões, ampliando o
livre-comércio de 200 para
400 produtos.
Índia
China
Venda de 60 aeronaves, o fim do
embargo à carne bovina e mais
invest imentos chineses em
estrutura e logística.
Os principais interesses
do Brasil no Brics
* Em 2013, em paridade
de poder de compra. Esse
cálculo do dólar leva em
consideração o poder de
compra de cada país, ou
seja, torna as moedas
comparáveis e impede
distorções ligadas ao
câmbio.
A ordem mundial de caráter unipolar
De caráter político-militar, essa ordem mundial é estruturada na supremacia absoluta dos Estados 
Unidos, o que justifica a atual liberdade do governo norte-americano de intervir militarmente, em nome 
de sua segurança interna, onde considerar necessário. Isso é decorrente do fato de não haver, no mundo 
atual, potência com poder político igual ou superior ao desse país capaz de impedi-lo de realizar tais ope-
rações militares.
Entretanto, no últimos anos, o crescimento político da Rússia, sobretudo no episódio da Guerra da 
Síria, fez os Estados Unidos e as potências europeias procurarem uma solução mais diplomática, devido 
ao evidente crescimento bélico daquela nação.
0 3.348 km 6.696 km
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62 9o ano | Ensino Fundamental
62 9o ano | Ensino Fundamental
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
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Círculo Polar Antártico
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Pacífico
Oceano
Pacífico
Oceano
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IIIª Frota
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IIª Frota
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Mediterrâneo
IVª Frota
Atlântico
Vª Frota
Oceano
Índico
VII Frota Pacíficoa
Ocidental
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Países candidatos a aderir à Otan.
Países que firmaram acordo militar com os EUA ou
que concedem o uso de bases ou facilidades.
Zona de forte instabilidade.
Países que possuem armas nucleares.
Intervenção militar estadunidense desde o começo dos anos 1990.
Base ou instalação militar estadunidense.
Tratado de Segurança Regional
Organização de Cooperação de Xangai (OCX).
Observadores da OCX.
Organização militar de segurança coletiva da
Comunidade de Estados Independentes (CEI).
Países que os EUA consideram hostis.
O poder norte-americano 
em ação
Com a autorização da ONU, os EUA realizaram diver sas intervenções e 
ações militares no final do século XX. Durante a década de 1990, envolveram-
-se na Guerra do Golfo (1991), na Guerra Civil da Somália (1992–1994), no Haiti 
(1994 e 2004), na Iugoslávia (1995), em Kosovo (1999) e em outros conflitos. 
Em virtude desse fortalecimento, à medida que essa ordem se consolida-
va foi constatada a ocorrência simultânea de uma série de questões de natu-
reza geopolítica no mundo, sendo uma das mais graves a consolidação de inú-
meras organizações terroristas. Essas organizações promoveram um grande 
número de atentados que resultaram na morte de milhares de pessoas, numa 
clara tentativa de mostrar às várias potências mundiais o quanto elas são vul-
neráveis a esses atos de violência.
Depois do fim da Guerra Fria, a ordem mundial passou a ser comandada pelos interesses dos Estados Unidos, confiantes em seu incontestável 
poder militar. Enquanto a multipolaridade econômica aponta pelo menos três centros de poder, a unipolaridade estadunidense tomou medi-
das independentemente das posições e necessidades de outros países, visando atender aos interesses e à supremacia dos Estados Unidos. No 
mapa, podemos acompanhar o poder militar dos norte-americanos no mundo.
Fonte: El Atlas de Le Monde Diplomatique II. Buenos Aires: Capital Intelectual, 2006.
A arquitetura da Nova Ordem Mundial
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639o ano | Ensino Fundamental
639o ano | Ensino FundamentalO terrorismo e os Estados 
Unidos da América 
Em primeiro lugar, é necessário entender o que significa terrorismo e o 
porquê de sua existência. Por terrorismo, entende-se o conjunto de atos vio-
lentos não legitimados, de atentados, de aprisionamento de reféns civis que 
uma organização pratica para atingir um determinado país, criando um am-
biente de insegurança e de medo, enfraquecendo, assim, a capacidade do 
Estado de proteger sua população.
Os norte-americanos começaram o século XXI com o terrorismo como seu 
novo e terrível inimigo mortal, conhecido mundialmente como inimigo sem rosto.
Trópico de Câncer
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Estados denominados como terroristas
pelos Estados Unidos
Países de origem ou prováveis
terroristas
Estados formadores de terroristas
Limite ocidental
EUA
Argélia
Líbia
Sudão
Síria
Líbano
Iraque
Jordânia
Bósnia
Irã
Paquistão
Afeganistão
Chechênia
O terrorismo pode assumir várias formas de atuação, como ideologias políticas ou religiosas e lutas por independências. Pode também se valer 
de diversos artifícios, como serviços secretos, milícias e esquadrões paramilitares que pregam a morte aos adversários políticos e às minorias. 
O terrorismo na visão dos Estados Unidos
O fatídico 11 de setembro de 
2001
O Estado norte-americano se tornou alvo preferido das organizações extre-
mistas islâmicas. No dia 11 de setembro de 2001, terroristas suicidas seques-
traram quatro aviões comerciais nos Estados Unidos e lançaram dois deles 
Fonte: PASCAL, Boniface. Atlas des relations internationales. Paris: Hatier, 2003.
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64 9o ano | Ensino Fundamental
64 9o ano | Ensino Fundamental
contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, causando a 
morte de cerca de 3 mil pessoas. Outra aeronave foi projetada contra o Pen-
tágono — sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos —, e a última 
foi encontrada completamente destroçada na Pensilvânia.
O terrorismo é uma ameaça ao mundo: em 11 de setembro de 2001, a organização islâmica Al-Qaeda des-
truiu, com dois aviões comerciais, as duas torres do World Trade Center (WTC), em Nova York. 
Em resposta aos atentados, após responsabilizar a organização terrorista 
Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden, o presidente George W. Bush decla-
rou guerra ao terrorismo internacional, mediante um conjunto de medidas e 
princípios adotados para proteger os Estados Unidos de futuros atentados e 
consolidar sua hegemonia mundial, uma postura que ficou conhecida como 
Doutrina Bush. Segundo essas medidas, na qualidade de superpotência ab-
soluta, os Estados Unidos atribuem a si o direito de agir sem prévias consul-
tas a quaisquer órgãos internacionais, atuando unilateralmente para proteger 
o mundo de qualquer ação terrorista e de qualquer outra tentativa de utiliza-
ção de armas de destruição em massa.
Com base nessa medida, em retaliação aos ataques sofridos em 2001, tropas 
estadunidenses invadiram o Afeganistão, apoiadas pela Aliança do Norte (afe-
gãos revoltosos que apoiaram os EUA contra os terroristas da Al-Qaeda e do 
Talibã) e por forças internacionais do Reino Unido, do Canadá e da Austrália. 
Apoiando-se mais uma vez no princípio da unilateralidade, no ano de 2003, 
sem o apoio da ONU, foi a vez de os norte-americanos invadirem o Iraque sob 
a alegação, que até hoje não foi confirmada, de esse país possuir armas de 
destruição em massa. 
A Doutrina Bush é o conjunto 
de princípios e métodos adota-
dos pelo presidente George W. 
Bush (2001–2008), que lançou 
as bases do unilateralismo nor-
te-americano para assegurar o 
poderio bélico-militar e políti-
co dos Estados Unidos depois 
dos atentados de 11 de setem-
bro. Porém, essa situação não 
teve o apoio de todos os estadu-
nidenses, como podemos obser-
var nesta foto, um protesto na ci-
dade de Nova York contra a inva-
são no Iraque, em 2003.
O World Trade Center foi inaugu-
rado em 1973. Anteriormente ao 
ataque de 11 de setembro aconte-
ceram: um incêndio em 1975, um 
atentado à bomba em 1993 e um 
assalto em 1998. O Tribute in light 
(Tributo em luz) é uma homena-
gem às vítimas do atentado e usa 
88 holofotes para iluminar o céu na 
forma de duas torres. A primeira ho-
menagem foi feita em 2002. 
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A Doutrina Bush – o contra-
-ataque americano
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DIÁLOGO COM
O PROFESSOR
Ao tratar da questão do poderio bélico-
-militar, explique aos alunos que, se a defi-
nição da Nova Ordem Mundial dependes-
se exclusivamente do poderio bélico-mili-
tar, estaríamos numa ordem unipolar, go-
vernada pela maior potência bélica mun-
dial (os Estados Unidos da América), mas, 
de certa forma, ameaçada pelo crescimen-
to e pela modernização de outras novas po-
tências, como a China. 
ANOTAÇÕES
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659o ano | Ensino Fundamental
659o ano | Ensino Fundamental
O que está por trás da “Guerra ao Terror”
Noam Chomsky 
A “Guerra ao Terror” agora se transformou 
em uma implacável campanha bélica global. En-
quanto isso, as verdadeiras causas do surgimen-
to e da expansão de organizações assassinas 
como o Isis (Estado Islâmico) continuam sendo 
convenientemente ignoradas.
Após os massacres de Paris, importantes 
países ocidentais, como França e Alemanha, 
estão se unindo aos Estados Unidos na luta 
contra o terrorismo fundamentalista islâmi-
co. A Rússia também se prontificou a se juntar 
ao clube, por ter suas próprias preocupações 
quanto à propagação do fundamentalismo is-
lâmico. Na verdade, os russos vêm travando 
sua própria “Guerra ao Terror” desde o colapso 
do Estado soviético. Paralelamente, alguns dos 
fortes aliados dos EUA, como a Arábia Saudita, o 
Catar e a Turquia, estão apoiando direta ou indi-
retamente o Isis, porém esta realidade também 
é convenientemente ignorada pelas forças oci-
dentais que combatem o terrorismo internacio-
nal. Só a Rússia ousou recentemente classificar 
a Turquia de “cúmplice dos terroristas” por ter 
abatido um caça russo que teria violado o seu 
espaço aéreo. (Vale lembrar que os caças turcos 
violam o espaço aéreo grego frequentemente há 
anos: 2.244 vezes somente em 2014.)
A “Guerra ao Terror” faz sentido? É uma po-
lítica eficaz? E qual é a diferença entre a sua fase 
atual e as duas anteriores, ocorridas durante os 
mandatos de Ronald Reagan e George W. Bush? 
Além disso, quem realmente se beneficia com 
a “Guerra ao Terror”? E qual é a relação entre o 
complexo militar-industrial americano e a pro-
dução da guerra? 
Noam Chomsky, crítico mundialmente reno-
mado à política externa dos Estados Unidos, expôs 
seus pontos de vista sobre essas questões em uma 
entrevista exclusiva.
Gostaria de começar escutando sua opi-
nião sobre os últimos acontecimentos na 
guerra contra o terrorismo, uma política 
que vem desde os anos do Governo Reagan 
e que foi transformada subsequentemente 
em uma doutrina de “cruzada” (islamofóbi-
ca) por George W. Bush, com um custo inesti-
mável de vidas inocentes e efeitos profundos 
no Direito Internacional e na paz mundial. A 
guerra contra o terrorismo parece estar ini-
ciando uma fase nova e talvez mais perigosa, 
à medida que outros países entram na briga 
com agendas e interesses políticos distintos 
daqueles dos EUA e de alguns de seus aliados. 
Em primeiro lugar, você concorda com essa 
avaliação da evolução da guerra contra o ter-
rorismo e, se sim, quais são as prováveis con-
sequências econômicas, sociais e políticas de 
uma guerra global e permanente ao terror, es-
pecialmentepara as sociedades ocidentais?
Noam Chomsky: As duas fases da “Guerra ao 
Terror” são bem diferentes, exceto em um aspec-
to crucial. A guerra de Reagan degenerou rapi-
damente em conflitos terroristas e homicidas, e 
essa é precisamente a razão pela qual foi “desa-
parecida”. Suas guerras terroristas tiveram con-
sequências terríveis na América Central, no sul 
da África e no Oriente Médio. A América Central, 
o alvo mais direto, até hoje não se recuperou, e 
essa é uma das principais razões — raramente 
APROFUNDAR PARA CONHECER
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66 9o ano | Ensino Fundamental
66 9o ano | Ensino Fundamental
mencionada — para a atual crise de refugiados. 
O mesmo vale para a segunda fase, redeclarada 
por George W. Bush 20 anos depois, em 2001. Os 
ataques diretos devastaram grandes regiões, e o 
terror tomou novas formas, especialmente com 
a campanha global de execuções (com drones) 
de Obama, que rompe novos recordes nos anais 
do terrorismo e — assim como outros exercícios 
similares — provavelmente mais gera terroristas 
devotos do que mata suspeitos.
O alvo da guerra de Bush era a Al-Qaeda. 
Uma série de intervenções militares — no Afe-
ganistão, Iraque, Líbia, entre outros — conse-
guiu difundir o terror jihadista, antes restrito a 
uma pequena área tribal no Afeganistão, a pra-
ticamente todo o mundo, do oeste da África ao 
Oriente Médio e seguindo até o sudeste da Ásia. 
Foi um dos feitos políticos mais notáveis da His-
tória. Paralelamente, a Al-Qaeda foi substituí-
da por elementos muito mais cruéis e destruti-
vos. Atualmente, o Isis é o recordista em grandes 
ataques, mas os outros candidatos ao título não 
ficam muito atrás. [...]
Uma das consequências dessas façanhas é 
que a opinião pública mundial vê os EUA como 
a maior ameaça à paz por uma ampla margem. 
Muito atrás, em segundo lugar, está o Paquistão, 
provavelmente engrandecido pela opinião dos 
indianos. Outros acontecimentos desse tipo já 
registrados podem até mesmo criar uma guerra 
mais generalizada com um mundo islâmico in-
flamado, enquanto as sociedades ocidentais se 
sujeitam à repressão interna e à redução dos 
seus direitos civis e se colocam sob o fardo de 
enormes gastos, realizando assim os maiores 
sonhos de Osama Bin Laden e agora do Isis.
C.J.: Nas discussões sobre as políticas 
norte-americanas relacionadas à “Guerra ao 
Noam Chomsky é professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) e um renomado crítico do sis-
tema capitalista e neoliberal da política externa estadunidense. 
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LEITURA
COMPLEMENTAR
Crise do Estado 
No Ocidente, o sistema democrático 
foi colocado diante de um dilema: os elei-
tos para altos cargos públicos atuam cada 
vez mais como burocratas, e os credores 
do Estado tornaram-se depositários do 
poder político real, agindo discretamente 
nos bastidores. Paralelamente, desenvol-
veu-se uma ideologia política uniforme, e 
um “consenso” em torno da reforma ma-
croeconômica que abrange todo o espectro 
político. Nos Estados Unidos, democratas 
e republicanos uniram-se; na União Euro-
peia, governos socialistas tornaram-se pro-
tagonistas do “forte remédio econômico”. 
O destino da política pública é negociado 
nos mercados de USbônus e Eurobônus, 
opções políticas são apresentadas me-
canicamente por meio dos mesmos slo-
gans econômicos convencionais: “É pre-
ciso reduzir o déficit, devemos combater 
a inflação”; “A economia está superaque-
cida: é preciso detê-la”. 
Os interesses do establishment finan-
ceiro (particularmente nos Estados Unidos) 
têm permeado os altos escalões do Tesou-
ro e dos bancos multilaterais: o secretário 
do Tesouro norte-americano no governo de 
Clinton, Robert Rubin, foi um alto executivo 
bancário do Goldman Sachs; o antigo presi-
dente do Banco Mundial, Lewis Preston, foi 
diretor-presidente do J. P. Morgan; e assim 
por diante. Enquanto os financistas são en-
volvidos na política, os políticos adquirem 
cada vez maior participação financeira na co-
munidade de negócios. Prejudicado pelos 
conflitos de interesses, o sistema de gover-
no no Ocidente está em crise, como resul-
tado de sua relação ambivalente com preo-
cupações econômicas e financeiras priva-
das. Nessas condições, a prática da demo-
cracia nos países desenvolvidos tornou-se 
também um ritual. Nenhuma política alter-
nativa é oferecida para os eleitores. Como 
em um Estado monopartidário, os resulta-
dos das urnas não têm virtualmente qual-
quer impacto sobre a real conduta da po-
lítica econômica e social do Estado. Este, 
por sua vez, tornou-se, sob a agenda po-
lítica neoliberal, crescentemente repressi-
vo no controle dos direitos democráticos 
de seus cidadãos.
Fonte: CHOSSUDOVSKY, Michel. A globalização da po-
breza: impactos das reformas do FMI e do Banco Mun-
dial. São Paulo: Moderna, 1999.
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679o ano | Ensino Fundamental
679o ano | Ensino Fundamental
Terror”, a diferença entre as operações ofi-
ciais e as operações clandestinas quase de-
sapareceu. Enquanto isso, a identificação de 
grupos terroristas e a seleção de atores ou 
Estados que apoiam o terrorismo não só pa-
recem ser totalmente arbitrárias, em alguns 
casos, os acusados identificados questionam 
se a “Guerra ao Terror” é realmente uma 
guerra contra o terrorismo ou se, na verda-
de, é uma cortina de fumaça para justificar 
políticas de conquista global. Por exemplo, 
embora a Al-Qaeda e o Isis sejam indiscutivel-
mente organizações terroristas e assassinas, 
o fato de que alguns aliados dos EUA, como a 
Arábia Saudita e o Catar, e até mesmo países-
-membros da Otan, como a Turquia, tenham 
apoiado ativamente o grupo é ignorado ou 
muito minimizado tanto pelos decisores po-
líticos quanto pela grande mídia dos EUA. O 
que você opina sobre isso?
Chomsky: Tudo isso também se aplica às ver-
sões de Reagan e Bush da “Guerra ao Terror”. Para 
Reagan, foi um pretexto para intervir na Améri-
ca Central, no que o bispo salvadorenho Rivera y 
Damas, sucessor do arcebispo assassinado Oscar 
Romero, descreveu como “uma guerra de extermí-
nio e genocídio contra uma população civil indefe-
sa”. Foi ainda pior na Guatemala e muito grave em 
Honduras. A Nicarágua era o único país que conta-
va com um exército para se defender dos terroris-
tas de Reagan; nos outros países, as próprias forças 
de segurança pública eram os terroristas.
No sul da África, a “Guerra ao Terror” foi o 
pretexto para apoiar crimes do regime de Pretó-
ria em seu país e no resto da região, com um saldo 
de vítimas terrível. Afinal, tínhamos que defen-
der a civilização contra o que chamávamos de um 
dos principais grupos terroristas do mundo, o 
Congresso Nacional Africano de Nelson Mande-
la. O próprio Mandela permaneceu até 2008 na 
lista de terroristas criada pelos EUA. No Oriente 
Médio, o conceito de “Guerra ao Terror” levou ao 
apoio à invasão assassina do Líbano por Israel e 
muito mais. Com Bush, foi o pretexto para inva-
dir o Iraque. E assim por diante.
O que está acontecendo na “história de 
horror síria” é indescritível. As principais forças 
de oposição ao Isis em terra parecem ser os 
curdos, assim como no Iraque, onde figuram na 
tal lista americana de terroristas. Em ambos os 
países, eles são o principal alvo dos ataques da 
aliada norte-americana da Otan, a Turquia, que 
também apoia a célula da Al-Qaeda na Síria, a 
Frente Al-Nusra. Isso tudo parece ser quase igual 
para o Isis, embora eles estejam empreendendo 
uma disputa de território. O apoio dos turcos à Al-
-Nusra é tão extremo que, quando o Pentágono 
enviou algumas dezenas de soldados que havia 
treinado, a Turquia teria alertado a Al-Nusra, que 
os aniquilou instantaneamente. A Al-Nusra e seu 
íntimo aliado, o Ahrar al-Sham, também recebem 
apoio da Arábia Saudita e do Catar, aliados dos 
EUA, e,ao que parece, é possível que estejam re-
cebendo armamento de última geração da CIA. 
Há registros de que eles usaram armas antitan-
que TOW, fornecidas pela agência norte-america-
na de inteligência, para causar importantes der-
rotas ao exército de Assad, possivelmente incitan-
do os russos a intervirem. Além disso, a Turquia 
parece continuar permitindo que os jihadistas 
transitem por suas fronteiras com a Síria.
A Arábia Saudita, particularmente, é uma 
das maiores apoiadoras dos movimentos jiha-
distas extremistas há anos, não só financiando-
-os, mas também difundindo suas doutrinas is-
lâmicas radicais com escolas corânicas (escolas 
com ensino baseado no Alcorão), mesquitas e 
clérigos wahhabistas. 
[...]
Disponível em: https://goo.gl/ERx6SW. Acesso em: 27/07/2018.
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1. “Entre 1985 e 1991, a União Soviética, tentando enfrentar desafios internos e externos que se acumu-
lavam, passou por um período de profundas turbulências [...]. O sistema não poderia continuar como es-
tava, todos concordavam, mas foi difícil definir e trilhar caminhos que levassem à superação dos proble-
mas. Diante dos impasses, num jogo político cerrado e exacerbado por tensões crescentes, a segunda su-
perpotência mundial desintegrou-se.” 
Fonte: REIS, Daniel Aarão. As revoluções russas e o socialismo soviético. p. 135. 
a. Cite uma iniciativa do governo da extinta União Soviética para enfrentar a crise mencionada no texto.
b. Identifique um desdobramento decorrente da desintegração da URSS e relacione-o à Nova Ordem Mun-
dial que surgiu ao final do século passado.
Mapa-múndi com a divisão Norte-Sul
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2. A história da União Soviética começou com a Revolução de 1917, numa tentativa de implementar o so-
cialismo marxista na prática. Mais tarde, a URSS se tornou um Estado ditatorial comandado por Stálin. 
Contudo, a partir da década de 1970, a planificação econômica, base de sustentação do socialismo (por 
oposição ao livre-mercado do capitalismo) começou a dar sinais de esgotamento. O controle rígido da 
economia pelo Estado provocou queda em vez de crescimento. Aos poucos, o desabastecimento até de 
mercadorias de primeira necessidade se tornou a regra da economia soviética. Nesse pano de fundo, em 
1985, subiu ao poder Mikhail Gorbachev, que, para evitar o colapso do sistema, tentou colocar em fun-
cionamento dois grandes programas político-econômicos:
a. Perestroika e Glasnost.
b. Bolcheviques e Mencheviques.
c. Gulags e Plano Quinquenal.
d. Kolkozes e Soukozes.
EXERCITANDO O QUE APRENDEMOS
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DIÁLOGO COM
O PROFESSOR
Professor, sugerimos como resposta 
para a alternativa A e B da primeira ques-
tão da seção Exercitando o que aprendemos 
as seguintes respostas, respectivamente:
•	Professor, a resposta do aluno pode se 
relacionar com o seguinte caminho: o pe-
ríodo mencionado no trecho selecionado 
corresponde ao governo de Mikhail Gorba-
chev. Ao substituir Konstantin Tchernenko 
como secretário-geral do Partido Comunis-
ta, Gorbachev assumiu a direção de fato 
da segunda grande potência mundial. No 
entanto, a União das Repúblicas Socialis-
tas Soviéticas vivia um período de grandes 
dificuldades. O gasto militar com a guer-
ra no Afeganistão estava gerando um défi-
ce orçamentário grave, a queda do preço 
do petróleo diminuiu a entrada de receitas 
do país dificultando a importação de ali-
mentos, a burocracia do Estado e do par-
tido comunista dificultava a circulação de 
ideias. Com o intuito de recuperar a eco-
nomia soviética das deficiências apresen-
tadas nos últimos anos, Gorbachev progra-
mou uma série de reformas. Entre as mais 
conhecidas estão a Perestroika (reconstru-
ção econômica) e a Glasnost (transparência 
política). A Perestroika foi concebida para 
introduzir um novo dinamismo na econo-
mia soviética. Para alcançar tal objetivo, 
foram introduzidos mecanismos para es-
timular a livre concorrência (e acabar com 
o monopólio estatal), desenvolver setores 
secundários de produção (bens de consu-
mo e serviços não essenciais) por meio da 
iniciativa privada e descentralizar as ope-
rações empresariais. No campo, foram esti-
mulados a criação de cooperativas por gru-
pos familiares e o arrendamento de terras 
estatais. A proposta também foi incentivar 
empresas estrangeiras a atuarem no país. 
A Glasnost pretendia criar um novo modelo 
de gestão para a sociedade socialista sovié-
tica e para isso foram propostos programas 
de desburocratização do Estado, de com-
bate à corrupção e para o aumento da par-
ticipação política dos cidadãos.
•	 Professor, você pode mencionar os as-
pectos resultantes do fim da URSS e do so-
cialismo real. Com o desmantelamento dos 
velhos rivais, os Estados Unidos não tinham 
mais a quem combater. Estava desmonta-
da uma ordem mundial que havia durado 
quase 50 anos. No entanto, uma nova ordem 
mundial começou a ser estruturada, sob 
dois pontos de vista: um de caráter multi-
polar (ponto de vista político e econômico, 
a partir do qual surgiram blocos econômicos 
regionais, novos centros de poder — como o 
Japão e a União Europeia — e tensões entre 
interesses políticos e econômicos dos países 
desenvolvidos do Norte e subdesenvolvidos 
do Sul) e um de caráter unipolar (ponto de 
vista militar). Além disso, houve o aumen-
to dos conflitos em várias partes do globo 
terrestre, de caráter territorial-separatista.
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Oceano
Atlântico
Oceano
Pacífico
Oceano
Pacífico
Oceano
Índico
SENE, 2005.
Com base na leitura do mapa, podemos concluir que:
a. existe, nos países desenvolvidos do Norte, uma distribuição equitativa entre as populações rural e ur-
bana, sendo a sociedade de consumo altamente expressiva.
b. a desigualdade entre algumas regiões é crescente. A África Subsaariana, por exemplo, está cada vez 
mais afastada da economia global, apesar de despertar interesse como região consumidora e opção de 
investimento de capital especulativo.
c. o chamado conflito Norte X Sul é de natureza econômica, portanto diferente do extinto conflito Leste 
X Oeste, de natureza geopolítica.
d. governos de países em desenvolvimento, com finalidade de aumentar a sua capacidade de negocia-
ção com os países do Norte, nos organismos internacionais, têm buscado ampliar a cooperação Sul–Sul, 
a partir da constituição de associações como a Alca e o Nafta.
e. a demarcação Norte–Sul, apesar de ser de natureza essencialmente geopolítica e econômica, estabe-
lece também uma divisão entre duas áreas ecológicas: a temperada e a tropical.
4. Sobre as várias propostas de reformas na economia e na política, na antiga União Soviética, uma foi 
fundamental para mudanças radicais nessa sociedade. Sobre essa reforma, podemos concluir que:
a. Gorbachev, com o seu projeto de reformas para a União Soviética, a Glasnost, conseguiu estabilizar a 
economia russa e democratizar as instituições. 
b. as reformas introduzidas na antiga União Soviética por Boris Ieltsin, depois de eleito presidente da re-
cém-criada Federação Russa, em 1991, aceleram a transição do socialismo para o capitalismo. 
c. a crise social e econômica que atingiu a URSS, no final da década de 1980, é atribuída à competiçãomilitar com a China, sua arquirrival, e à corrida espacial com a Europa. 
d. o principal fator que desencadeou o desmoronamento do Império Soviético foi o relaxamento do con-
trole do Estado sobre a imprensa. 
3. Observe o mapa e responda ao que se pede.
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70 9o ano | Ensino Fundamental
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5. Qual ameaça surgiu aos Estados Unidos após a Guerra Fria?
Nesse contexto, aponte o fator que explica a variação dos gastos norte-americanos com armas durante a 
primeira metade da década de 1990 e identifique o principal traço da política externa desse país a partir 
de 2001.
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Bilhões de dólares
6. Considere os dados presentes no gráfico de acordo com o contexto geopolítico mundial.
Sugestão de resposta: Mudança na geopolítica mundial resultante do término da bipolaridade militar ca-
racterística do período da Guerra Fria. Doutrina Bush de Guerra ao Terror.
7. Sobre a formação do Bric, leia o trecho a seguir e responda à pergunta. 
“O termo Bric foi cunhado pelo economista Jim O’Neill, do Goldman Sachs, em 2001, para descrever o 
crescente poder das economias de mercado emergentes. De lá para cá, o grupo dobrou a participação 
no comércio mundial. Em 2010, o grupo passou a ter um novo integrante, alterando o termo para Brics.”
Fonte: Revista Veja.
Atualmente, os países que compõem o Brics são:
a. Bangladesh, Ruanda, Itália, Chile, Suazilândia.
b. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
c. Brasil, Rússia, Indonésia, Canadá e Senegal.
d. Bulgária, Reino Unido, Itália, Chile e Sudão.
e. Bolívia, Romênia, Islândia, Camarões e Suíça.
Gastos militares dos Estados Unidos
Sugestão de resposta: Os norte-americanos começaram o século XXI com o terrorismo como o seu novo 
e terrível inimigo mortal, conhecido mundialmente como inimigo sem rosto.
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719o ano | Ensino Fundamental
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9. A chamada Nova Ordem Mundial, que marcou o final do século XX, é caracterizada por uma série de 
importantes acontecimentos, como:
a. a queda do Muro de Berlim.
b. a fragmentação da União Soviética.
c. a redemocratização da Europa Oriental.
d. a reunificação das Coreias.
e. o fim da Guerra Fria.
10. Mikhail Gorbachev, após assumir o poder em março de 1985, tornando-se secretário-geral do Parti-
do Comunista da União Soviética, desencadeou uma série de mudanças para que a URSS ingressasse no 
novo milênio de maneira digna, própria a uma grande e próspera potência. 
Nesse processo, os termos Perestroika e Glasnost ganharam destaque, constituindo a pedra de toque 
dessas mudanças. Perestroika e Glasnost significam, respectivamente:
a. reestruturação e abertura.
b. revolução e anistia.
c. imperialismo e abertura.
d. reestruturação e pluripartidarismo.
e. privatização e fechamento.
8. De acordo com o texto da seção Aprofundar para entender, há inúmeras relações que poderíamos considerar 
contraditórias na chamada Guerra ao Terror, ou seja, na guerra contra o terrorismo. Com base nas reflexões 
do linguista e crítico Noam Chomsky, responda:
a. Que situações têm sido, segundo o texto, “convenientemente ignoradas” e que poderiam nos fazer 
entender as verdadeiras causas do surgimento e da expansão de organizações assassinas como o Isis 
(Estado Islâmico)?
b. Se nações como os EUA e seus aliados (que se colocam como defensores mundiais frente ao terroris-
mo) são as mesmas que financiam ou apoiam os próprios grupos terroristas, o que é, de fato, essa Guer-
ra ao Terror? O que existe por trás de toda essa campanha para fazer a população mundial acreditar que 
é preciso vencer os terroristas a qualquer custo?
Sugestão de resposta: Alguns dos fortes aliados dos EUA, como a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, estão 
apoiando direta ou indiretamente o Estado Islâmico (Isis), ou seja, diz-se combater justamente as orga-
nizações terroristas, mas as financiam; além disso, as principais forças de oposição ao Isis em terra, que 
parecem ser os curdos, assim como no Iraque, figuram na lista americana de terroristas, como Mande-
la figurou certa vez; a contradição: figura como vilão quem realmente parece estar combatendo o terror. 
Espera-se que o aluno compreenda que há inúmeros outros fatores que influenciam nos interesses geo-
políticos globais. Os Estados Unidos, como grande mobilizador, usa de suas influências econômicas para 
estabelecer governos que estejam de acordo com seus planos de combate ao terrorismo, mesmo que 
esses governos não cumpram de forma rigorosa com os acordos firmados. 
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72 9o ano | Ensino Fundamental
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PREPARANDO-SE PARA O VESTIBULAR/ENEM
1. “Estava-se desenvolvendo uma situação absur-
da: a União Soviética, a maior produtora mundial 
de aço, de matérias-primas, de combustíveis e de 
energia, apresentava escassez de tais recursos de-
vido ao uso ineficiente ou ao desperdício. Apesar de 
ser uma das maiores produtoras de grãos para ali-
mentação, tinha de comprar milhões de toneladas 
por ano para forragem. Possuímos o maior número 
de médicos e leitos hospitalares para cada mil habi-
tantes e, ao mesmo tempo, existem claras deficiên-
cias em nossos serviços de saúde. Nossos fogue-
tes conseguem encontrar o cometa Halley e atin-
gir Vênus com uma precisão surpreendente, mas, 
ao lado desses triunfos científicos e tecnológicos, 
existe uma ineficiência óbvia para aplicar nossas 
conquistas científicas às necessidades econômicas, 
e muitos dos eletrodomésticos na União Soviética 
apresentam uma qualidade sofrível.
Infelizmente, isso não é tudo. Iniciou-se uma gradual 
erosão de valores ideológicos e morais de nosso povo.
Ficou claro que a taxa de crescimento caía rapi-
damente e que todo o mecanismo de controle de 
qualidade não estava funcionando de forma ade-
quada. Havia a falta de receptividade com relação 
aos avanços científicos e tecnológicos, a melhoria 
do padrão de vida estava diminuindo e havia a difi-
culdade no fornecimento de alimentos, habitação, 
bens de consumo e serviços.”
Fonte: GORBACHEV, Mikhail. Perestroika – novas ideias para o meu país e o 
mundo. São Paulo: Best Seller, 1987. p. 20. Adaptado.
O texto comenta alguns dos paradoxos existentes 
na União Soviética durante o período em que os 
problemas retratados se tornavam cada vez mais 
evidentes. Pode ser considerado um fator que co-
laborou para essa situação a falta de:
a. recursos minerais, o que demandava elevados 
gastos com a importação de matéria-prima.
b. controle estatal do que era produzido e compra-
do pelas empresas privadas.
c. incentivo à produção voltada ao mercado inter-
no e estímulo ao desenvolvimento técnico dos se-
tores como os de bens de consumo.
d. mão de obra capacitada para trabalhar nas in-
dústrias de bens de consumo.
e. intervenção do Estado para incentivar a concor-
rência entre as empresas estatais.
2. 
A imagem, que completou 30 anos em 2019, retra-
ta a queda do Muro de Berlim, em 1989. O muro 
era um dos grandes símbolos da Guerra Fria, e o 
seu demolimento proporcionou a:
a. divisão de Berlim e a hegemonia dos Estados 
Unidos.
b. divisão Leste-Oeste do mundo e a hegemoniza-
ção política e cultural.
c. expansão do capitalismo e a manutenção da 
multipolaridade.
d. reorganização da geopolítica mundial e o fim da 
regionalização comercial.
e. reunificação inicial da Alemanha e a queda da 
bipolaridade.
3. “Tendo em vista a situação criada com a formação 
da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), 
concluo minha atividade como presidente da União 
Soviética. Tomo essa decisão por questões de princí-
pios. [...] O destinoquis que, ao me encontrar à fren-
te do Estado, já estivesse claro que nosso país esta-
va doente. [...] Tudo devia mudar. [...] Hoje estou con-
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INDICAÇÕES PARA
APROFUNDAMENTO
DUARTE, Fabio. Global e local no mundo 
contemporâneo: integração e conflito em 
escala global. São Paulo: Moderna, 2004. 
(Col. Paradoxos) 
HAESBAERT, Rogério. Blocos internacio-
nais de poder. 4. ed. São Paulo: Contexto, 
1994. (Col. Repensando a Geografia) 
MAGNOLI, Demétrio. Globalização: Es-
tado Nacional e espaço mundial. 2. ed. São 
Paulo: Moderna, 2003. (Col. Polêmica) 
VICENTINO, Cláudio; e SCALZARETTO, 
Reinaldo. O mundo atual: da Guerra Fria à 
nova ordem internacional. 4. ed. São Paulo: 
Scipione, 1997.
ANOTAÇÕES
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739o ano | Ensino Fundamental
739o ano | Ensino Fundamental
“A queda das torres do World Trade Center foi cer-
tamente a mais abrangente experiência de catás-
trofe que se tem na História, inclusive por ter sido 
acompanhada em cada aparelho de televisão, nos 
dois hemisférios do Planeta. Nunca houve algo 
assim. E, sendo imagens tão dramáticas, não sur-
preende que ainda causem forte impressão e te-
nham se convertido em ícones. Agora, elas repre-
sentam uma guinada histórica?” 
Eric Hobsbawm (10/09/2011) 
A guinada histórica colocada em questão pelo 
historiador Eric Hobsbawm associa-se à seguinte 
repercussão internacional da queda das torres do 
World Trade Center: 
a. concentração de atentados terroristas na Ásia 
Meridional. 
b. crescimento do movimento migratório de gru-
pos islâmicos. 
c. intensificação da presença militar norte-ameri-
cana no Oriente Médio. 
d. ampliação da competição econômica entre a 
União Europeia e os países árabes. 
vencido da razão histórica das mudanças iniciadas 
em 1985. [...] Acabamos com a Guerra Fria, deteve-
-se a corrida armamentista e a demente militarização 
do país que havia deformado nossa economia, nossa 
consciência social e nossa moral. Acabou-se a ameaça 
de uma guerra nuclear. [...] Abrimo-nos ao mundo, e 
responderam-nos com confiança, solidariedade e res-
peito. Mas o antigo sistema desmoronou antes que 
o novo começasse a funcionar. [...] Deixo meu cargo 
com preocupação, mas também com esperança, com 
fé em todos vocês, na sua sabedoria e na sua força de 
espírito. [...] Meus melhores votos a todos.”
Fonte: GORBATCHEV, M. Discurso de despedida. Moscou, 25 de dezembro de 
1991. In: CORTÁZAR, F. G.; ESPINOSA, J. M. Historia del mundo actual (1945-1995). 
Madrid: Alianza Editorial, 1996.
No discurso do ex-presidente da URSS, identifica-
-se um ponto de grande preocupação mundial du-
rante a segunda metade do século XX. Tal ponto é 
caracterizado pelo(a):
a. consolidação do bloco econômico CEI e pela 
acentuação da crise na URSS.
b. finalização da Guerra Fria e pela instauração da 
hegemonia dos Estados Unidos.
c. desmonte do socialismo e pela implantação de 
uma economia de mercado.
d. corrida belicista das superpotências e pela uti-
lização de armas nucleares.
e. fragmentação territorial da Rússia e pela inten-
sificação migratória na Europa.
4. (Enem–Adaptada) Na Ásia, a Al-Qaeda, criada por 
Osama bin Laden, defende o fundamentalismo islâ-
mico e vê nos Estados Unidos e em Israel inimigos po-
derosos, os quais deve combater sem trégua. A mais 
conhecida de suas ações terroristas ocorreu em 2001, 
quando foram atingidos o Pentágono e as torres do 
World Trade Center. A partir das informações lidas, 
conclui-se que: 
a. as ações guerrilheiras e terroristas no mundo 
contemporâneo usam métodos idênticos para al-
cançar os mesmos propósitos.
b. os EUA, mesmo sendo a maior potência do Plane-
ta, foram surpreendidos com ataques terroristas que 
atingiram alvos de grande importância simbólica.
c. as organizações mencionadas identificam-se 
quanto aos princípios religiosos que defendem.
d. a Al-Qaeda restringe sua atuação à área geográ-
fica em que se localiza, no caso a Ásia.
5. (UERJ) Observe a imagem a seguir, do episódio 
ocorrido nos EUA, no dia 11 de setembro de 2001.
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DICAS DE FILME
Green Card — Passaporte para o amor 
Direção: Peter Weir. (EUA, 1990). 
Um compositor francês imigrante nos Es-
tados Unidos, George Faure, tenta perma-
necer no país. Para conseguir o green card, 
que lhe dará permanência definitiva nos Es-
tados Unidos, casa-se só no nome com uma 
americana, Brontë Mitchell, que precisa de 
um marido para alugar em Manhattan um 
ótimo apartamento em um prédio proibi-
do para solteiros. Porém, problemas sur-
gem quando eles são investigados pelo de-
partamento de imigração.
Tempos modernos 
Direção: Charles Chaplin. (EUA, 1936). 
Retrata a vida urbana nos Estados Uni-
dos na década de 1930, logo após a crise 
de 1929, quando a depressão levou gran-
de parte da população ao desemprego e à 
fome. O filme é uma crítica à vida da socie-
dade industrial, à produção com base no 
sistema de linha de montagem e ao trata-
mento desumano dispensado ao trabalha-
dor, tido como mais uma engrenagem de 
uma máquina maior. 
Roger & eu 
Direção: Michael Moore. (EUA, 1989). 
Documentário sobre a decadência da ci-
dade de Flint, no estado de Michigan, EUA, 
após o fechamento das fábricas da Gene-
ral Motors, numa época em que a empre-
sa registrava uma lucratividade recorde em 
sua história. 
Sob o domínio do mal 
Direção: Jonathan Demme. (EUA, 2004). 
Após retornar da Guerra do Golfo, solda-
do descobre que passou por lavagem ce-
rebral. Esse é o mote para mostrar o abuso 
do poder político, o controle da mente e a 
manipulação da memória.
ANOTAÇÕES
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