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8. Aula 8 Resumo 5º Semestre - Defesas do Réu e Contestação

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Resumo – Direito Processual Civil – 5º Semestre
Processo de Conhecimento
Prof. Paulo Dimas
4ª Parte – abril/2015 – Defesas do Réu
				 Contestação
DEFESA DO RÉU
O réu, no processo de conhecimento, é convocado para comparecer em juízo e se defender. A defesa é uma faculdade e não uma obrigação do réu. Se ele não se defender, sofrerá, no entanto, uma consequência negativa – o reconhecimento da revelia.
Ao ser citado, o réu pode assumir duas posturas:
atacar a relação processual instaurada, buscando impedir a decisão judicial sobre a lide ou pelo menos protelar o momento em que ela será proferida;
resistir à pretensão manifestada pelo autor, buscando a sua improcedência.
Temos, então, duas espécies de defesa: defesas contra o processo (defesas processuais) e defesas contra o mérito.
Defesas contra o processo:
O réu objetiva o trancamento ou a paralisação da relação processual. Essas defesas se prestam a impedir ou retardar a resolução do mérito da causa.
As defesas processuais podem ser diretas e indiretas.
Defesas Diretas contra o processo: dizem respeito às arguições de falta de condições da ação (carência da ação) ou ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo (v. art. 267, IV e VI, do CPC de 1973; 485, IV e VI, do CPC de 2015).
Defesas Indiretas contra o processo: o réu recorre a circunstâncias externas, exteriores, atacando o processo em curso. Temos aqui as chamadas exceções processuais, que podem ser dilatórias (impróprias) ou peremptórias (próprias).
Dilatórias: apenas dilatam o curso do procedimento, levando à sua paralisação momentânea; são as arguições de incompetência relativa e absoluta do juízo, de impedimento ou suspeição do juiz, as alegações de inexistência ou nulidade da citação, de conexão ou continência, incapacidade da parte, defeito de representação, falta de autorização, a indevida concessão do benefício da justiça gratuita etc.
Peremptórias: o seu acolhimento leva à extinção do processo sem exame do mérito; são as arguições de litispendência, coisa julgada, perempção, ilegitimidade ad causam, ausência de interesse processual, inépcia da petição inicial e convenção de arbitragem (v. arts. 267, I, V e VI, 301, §§ 2º e 3º, e 268, todos do CPC de 1973; 485, I e V, VI, 337, §§ 1º e 2º, e 486, § 3º, todos do CPC de 2015).
DEFESAS CONTRA O MÉRITO
Visam à rejeição do pedido do autor, atacando o mérito da causa. Podem ser diretas e indiretas.
Defesas diretas: são dirigidas contra os fundamentos de fato ou de direito do pedido inicial;
a) o réu nega a veracidade dos fatos alegados pelo autor. Ex.: em uma ação de indenização, o réu afirma que não praticou o ato ilícito, não sendo então verdadeiros os fatos articulados na petição inicial (defesa dirigida contra os fundamentos de fato);
b) o réu admite que os fatos são verdadeiros, mas nega as consequências jurídicas pretendidas pelo autor. Ex.: em uma ação de despejo, o réu admite que ocupa o imóvel e não paga aluguel; aponta, no entanto, que a relação mantida com o autor é de comodato, não sendo cabível pedido de despejo (defesa dirigida contra os fundamentos jurídicos).
Defesas indiretas contra o mérito: 
a) o réu admite que os fatos alegados na petição inicial são verdadeiros, mas invoca em seu favor outros, ou seja, aponta fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito afirmado pelo autor. Ex.: fato extintivo - o réu admite a existência da dívida, mas afirma que já efetuou o pagamento; fato impeditivo - o réu admite a existência da obrigação, mas alega que era absolutamente incapaz ao tempo da contratação; fato modificativo - o réu admite ser devedor, mas afirma que já pagou parte do valor devido;
b) o réu admite a veracidade dos fatos alegados na petição inicial, mas invoca outros fatos que têm por conteúdo direito seu, que anulam ou impedem os efeitos do direito invocado pelo autor. Ex.: prescrição, compensação, exceção de contrato não cumprido, direito de retenção por benfeitorias, etc.
MODALIDADES DE RESPOSTA
No CPC de 1973, temos:
contestação
exceção
reconvenção
Exceção, para o CPC de 1973, representa processo incidente pelo qual o litigante pode apenas arguir incompetência relativa do Juízo e impedimento ou suspeição do Juiz. É defesa indireta processual, restrita a tais argüições. Todas as demais defesas contra o processo e contra o mérito devem ser deduzidas na contestação.
Como meios de defesa, incluem-se a contestação e a exceção. A reconvenção não tem como propósito buscar a extinção do processo sem resolução do mérito ou requerer a improcedência da ação - representa um contra-ataque do réu.
No CPC de 2015, não se fala mais em exceção como modalidade de resposta; temos então apenas a contestação e a reconvenção; a incompetência relativa do juízo deve ser suscitada como preliminar na própria contestação; já o impedimento e a suspeição do juiz devem ser alegados em petição específica na forma do artigo 146 do CPC de 2015.
Contestação – artigos 300 a 303 do CPC de 1973 e 335 a 342 do CPC de 2015
A contestação é defesa geral, em que o réu deve concentrar as suas alegações. Incide o princípio da eventualidade ou da concentração da defesa: as defesas devem ser apresentadas desde logo, de uma só vez, até como medida de prevenção, de modo que não sendo acolhida uma, outra possa ser apreciada pelo Juiz. 
Em princípio, apresentada a contestação, dá-se a preclusão das alegações que o réu poderia oferecer em sua defesa. 
Entende-se que apresentada a contestação, o réu normalmente não poderá aditá-la ou complementá-la posteriormente, ainda que dentro do prazo legal. 
Esse princípio da eventualidade sofre restrições, ou seja, existem exceções à regra de que todas as alegações defensivas devem estar concentradas na contestação (v. arts. 303 do CPC/1973 e 342 do CPC/2015).
	Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:
	Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
	I - relativas a direito superveniente;
	I – relativas a direito ou a fato superveniente;
	II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
	II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;
	III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.
	III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Algumas defesas podem então, excepcionalmente, ser suscitadas depois da contestação. 
É possível apresentar novas alegações quando relativas a direito ou fato superveniente, ou seja, direito que se constituiu após a contestação ou fato ocorrido em momento ulterior. 
Ex.: Município move ação demolitória de imóvel edificado irregularmente; após a apresentação de contestação, é editada uma nova lei, anistiando os imóveis irregulares; o réu pode então comparecer em juízo e invocar o direito superveniente, sem que se possa falar em preclusão por já ter decorrido o prazo para contestar. 
É também possível apresentar novas alegações quando o Juiz puder conhecer delas de ofício, ou seja, independentemente de provocação das partes. Existem matérias de ordem pública que não precluem, que podem ser examinadas pelo julgador a qualquer tempo, e em qualquer grau de jurisdição, de ofício ou mediante provocação das partes – v. arts. 267, § 3º, e 301, § 4º, do Código de 1973; 485, § 3º, e 337, § 5º, estes do CPC de 2015. Exs.: falta de condições da ação; ausência de pressupostos processuais; litispendência; coisa julgada; perempção; inépcia da inicial etc.
Na atualidade, a prescrição também pode ser pronunciada de ofício.
O impedimento do Juiz e a incompetência absoluta do juízo também podem ser declarados de ofício, a qualquer tempo. 
A hipótese do inciso III dos artigos 303 do CPC/1973 e 342 do CPC/2015 se confunde basicamente com a do inciso II.
Exemplos: 
- o réu foi citado e não apresentou contestação no prazo legal; nadaimpede que, posteriormente, mediante simples petição, ou mesmo na via recursal, venha a alegar as matérias já mencionadas. Se o Juiz pode conhecê-las de ofício, a parte não está impedida de suscitá-las após a contestação.
- o réu apresentou contestação oportunamente, mas não arguiu, por exemplo, a prescrição ou outra matéria que o Juiz pode conhecer de ofício; diante do que dispõem os artigos supracitados, poderá comparecer posteriormente para apresentar tais alegações.
O réu tem o ônus da impugnação especificada dos fatos narrados na petição inicial. Em princípio, presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados na contestação. 
Temos, porém, exceções a essa regra de que os fatos não impugnados presumem-se verdadeiros e aceitos pelo réu.
Ver artigos 302 do CPC de 1973 e 341 do CPC de 2015. 
	Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:
	Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
	I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
	I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
	II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;
	II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
	III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
	III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
	Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
	Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Assim, não se opera a presunção de veracidade nas seguintes hipóteses: 
a) quando não for admissível a respeito dos fatos a confissão, por dizerem respeito a direitos indisponíveis (fatos relacionados a ações que dizem respeito ao estado e à capacidade das pessoas naturais, como investigação de paternidade, destituição do poder familiar, anulação de casamento etc., ou ainda fatos discutidos em ações que envolvem interesse público primário);
b) quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento que a lei considerar da substância do ato – v. arts. 366 do CPC de 1973 e 406 do CPC de 2015; determinados atos, por exigência legal, só se provam por instrumento público ou particular.
	Art. 366. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
	Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Ex.: numa ação reivindicatória de bem imóvel, a propriedade do autor só pode ser provada mediante exibição da escritura pública, registrada no ofício imobiliário. A não exibição do documento não pode ser suprida nem mesmo pela não impugnação do réu da alegação do autor de que é proprietário do bem.
c) quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Ex.: o réu baseia a sua defesa no fato de que não estava presente no local onde ocorreu o ato ilícito. Implicitamente, estarão impugnados todos os demais fatos alegados pelo autor que pressuponham a presença desse contestante no local.
Como visto, essa regra, da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
A jurisprudência entende que a regra também não se aplica à Fazenda Pública, que defende direitos indisponíveis em Juízo.
Obs.: o Curador Especial atua na defesa do réu quando ele for revel em hipóteses em que a citação se deu por edital ou com hora certa, ou ainda quando ele se encontra preso, podendo então contestar o pedido por negativa geral; isso faz com que o autor continue com o ônus de provar os fatos alegados na inicial, afastada, assim, a presunção de veracidade das alegações de fato constantes da petição inicial.
As defesas processuais revestem-se de caráter prejudicial e devem ser apresentadas preliminarmente, ou seja, antes de discutir o mérito da causa – v. arts. 301 do CPC de 1973 e 337 do CPC de 2015.
	Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
	Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
	I - inexistência ou nulidade da citação; 
	I – inexistência ou nulidade da citação;
	II - incompetência absoluta; 
	II – incompetência absoluta e relativa;
	
	III – incorreção do valor da causa;
	III - inépcia da petição inicial; 
	IV – inépcia da petição inicial;
	IV - perempção; 
	V – perempção;
	V - litispendência; 
	VI – litispendência;
	Vl - coisa julgada; 
	VII – coisa julgada;
	VII - conexão; 
	VIII – conexão;
	Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
	IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
	IX - convenção de arbitragem; 
	X – convenção de arbitragem;
	X - carência de ação; 
	XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
	Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
	XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
	
	XIII – indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça.
	§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
	§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
	§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
	§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
	§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. 
	§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
	
	§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
	§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
	§ 5º Excetuada a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
	
	§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
Algumas dessas alegações preliminares, quando acolhidas, levam à extinção do processo sem resolução do mérito; a suscitação de outras alegações pode levar à paralisação momentânea da relação processual, ensejando deliberações que não implicam no trancamento do feito.
I – inexistência ou nulidade da citação;
A falta de citação ou sua nulidade podem ser suscitadas e sanadas ainda quando o processo está em andamento.
De acordo com o § 1º do artigo 239 do CPC de 2015, “o comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução”.
II – incompetência absoluta e relativa;
A incompetência relativa não é mais suscitada por meio de exceção; uma vez acolhida a arguição de incompetência absoluta ou relativa, será deliberada a remessa dos autos ao juízo competente.
III – incorreção do valor da causa;
A impugnação ao valor da causa, no CPC de 2015, não é mais oferecida em peça autônoma, com autuação em apenso, devendo ser então suscitada como preliminar na contestação, sob pena de preclusão.
IV – inépcia da petição inicial;
São as hipóteses do § 1º do artigo330 do novo Código de Processo Civil, já apontadas anteriormente; o acolhimento dessa alegação leva à extinção do processo, sem exame do mérito.
V – perempção; VI – litispendência; VII – coisa julgada;
O acolhimento dessas alegações também acarreta a extinção anômala do processo.
VIII – conexão;
As ações são conexas quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir; o seu reconhecimento não leva à extinção, mas à reunião dos processos, no juízo prevento, para julgamento simultâneo; a ideia é evitar decisões contraditórias; a continência também pode ser suscitada em preliminar de contestação, desbordando na reunião dos processos, na forma dos artigos 56 e 57 do novo CPC.
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
Esses vícios podem ser sanados, razão pela qual o juiz deve intimar a parte para tanto, em prazo razoável, sob pena de extinção do processo caso a providência caiba ao autor; se a providência couber ao réu, será considerado revel.
X – convenção de arbitragem;
Se essa preliminar for acolhida, o processo também será extinto sem julgamento de mérito, devendo as partes se valer da arbitragem.
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Aponta-se, nessa preliminar, a carência da ação, ou seja, a falta das condições da ação; em princípio, o seu acolhimento leva à extinção do processo; no caso de ilegitimidade do réu, o novo CPC prevê a possibilidade de alteração do polo passivo (v. arts. 338 e 339, que serão transcritos adiante).
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
Essa falta pode ser sanada, em prazo a ser fixado pelo juiz, sob pena de extinção anômala do feito.
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Pelo novo CPC não é mais necessária a instauração de incidente específico para que o réu questione o benefício da justiça gratuita concedido ao autor; essa impugnação assim oferecida como preliminar de contestação, uma vez acolhida, leva à revogação da gratuidade, devendo então o autor recolher as custas e despesas processuais pertinentes, sob pena de extinção do processo.
As matérias assim enumeradas nos arts. 301 do CPC de 1973 e 337 do novo CPC, excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa do juízo, consistem em questões de ordem pública, a serem conhecidas de ofício pelo Juiz (v. arts. 337, § 5º, e 485, § 3º, do novo CPC), podendo ainda ser suscitadas pelo réu a qualquer tempo no processo (v. art. 342, II e III, do novo CPC); em relação às mesmas não se opera então a preclusão.
Após a apresentação das defesas processuais, o réu deve articular as defesas contra o mérito, diretas e indiretas.
A prescrição e a decadência correspondem a defesas indiretas contra o mérito; o juiz, como é sabido, pode decidir de ofício sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; se o juiz pronuncia a prescrição ou a decadência, há resolução do mérito no sistema do CPC, pois a parte não poderá repropor a mesma ação (v. arts. 269, IV, do CPC de 1973 e 487, II, do novo CPC).
Na disciplina do novo CPC, “ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se”.
As arguições de prescrição ou decadência devem ser apresentadas como preliminares de mérito, pois se forem acolhidas dispensam o exame das demais defesas meritórias.
OBS.: no sistema do CPC de 1973, o procedimento comum se desdobra em rito sumário e ordinário; no rito ordinário o prazo para apresentar contestação é de 15 dias (v. art. 297 do CPC). O prazo é contado de acordo com o art. 241. No rito sumário, a contestação deve ser apresentada na audiência prévia de conciliação – v. art. 278 do CPC; pode ser apresentada oralmente nesse rito. Na contestação do rito sumário o réu, se for o caso, deve desde logo arrolar testemunhas bem como, no caso de ser necessária a perícia, formular quesitos e indicar assistente técnico.
No Juizado Especial Cível a contestação é apresentada na audiência de instrução e julgamento.
No procedimento para concessão de tutela cautelar em caráter antecedente, o prazo para contestar é de 5 dias – v. arts. 802 do CPC de 1973 e 306 do novo CPC.
No novo procedimento comum, do CPC de 2015, o prazo para contestar é de 15 dias, observando-se o disposto no artigo 335:
“Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.”
Inovação importante do CPC de 2015
Os artigos 338 e 339 do novo CPC tratam da possibilidade de correção do polo passivo pelo autor; prestigia-se a simplificação do procedimento e o princípio da sanabilidade de certos vícios; essa correção, no CPC/73, se dava mediante a nomeação à autoria (arts. 62 e 63); no novo CPC não há mais previsão dessa modalidade de intervenção de terceiros; o réu pode então, em preliminar de contestação, suscitar a sua ilegitimidade passiva, indicando, se tiver conhecimento, quem deve legitimamente responder aos termos da ação aforada; o autor pode, em 15 dias, aceitar a indicação, substituindo o réu; mas pode também optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
“Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.”
Outra alteração relevante trazida pelo novo CPC (v. art. 340).
Como já realçado, a incompetência relativa do juízo e a incompetência absoluta devem ser suscitadas como preliminar na contestação; e, nessa situação, a contestação poderá ser protocolada pelo réu no foro do seu domicílio; a ideia é evitar deslocamentos penosos e onerosos do réu, quando está sendo demandado em juízo incompetente; se o processo for eletrônico, esse inconveniente decorrente da deslocação não existirá; o citado artigo 340 disciplina devidamente essa hipótese de oferecimento da contestação em juízo diverso daquele em que tramita o feito: 
“Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que seráimediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.”
REVELIA (v. arts. 319 a 322 do CPC/73 e 344 a 346 do novo CPC)
A não apresentação da contestação oportunamente acarreta a revelia do réu, ou seja, ele é considerado revel; contestar representa um ônus para o réu e não uma obrigação; se ele não se desincumbir desse ônus, poderá sofrer consequências em razão da sua inércia (de caráter material e processual).
	CAPÍTULO III
	CAPÍTULO VII
	DA REVELIA
	DA REVELIA
	Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.
	Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
	Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
	Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 341 se:
	I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
	I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
	II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
	II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
	III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato.
	III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
	
	IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
	Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de 15 (quinze) dias.
	
	Art. 322. Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório. 
	Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
	Parágrafo único O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 
	Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
A revelia, no juízo comum, se caracteriza normalmente pela ausência de contestação. No rito sumário, abolido no CPC de 2015, também decorre do não comparecimento injustificado do réu à audiência preliminar, ou pelo seu comparecimento desacompanhado de advogado, caso em que não poderá oferecer contestação.
O principal efeito da revelia consiste na presunção de veracidade das alegações de fato deduzidas pelo autor; no entanto, em certas situações, o réu é revel, mas não incide esse efeito principal da revelia:
- em caso de réu preso revel, ou revel citado por edital ou com hora certa, há necessidade de nomeação de curador especial (v. arts. 9º, II, do CPC/73 e 72, II, do novo CPC), cuja contestação, ainda que por negação geral, afasta esse efeito da revelia e faz com que o autor continue com o ônus de provar o fato constitutivo do direito invocado na petição inicial;
- nas hipóteses dos arts. 320 do CPC/73 e 345 do novo CPC:
a) há litisconsórcio passivo e um dos réus contesta a ação – a contestação assim apresentada obsta a presunção em relação aos que se pautaram pela revelia se os fatos forem comuns, ou seja, quando a defesa apresentada pelo contestante disser respeito a fatos que se comunicam àquele réu que não apresentou contestação; a aplicação do inciso I dos artigos citados pressupõe fato comum ao réu atuante e ao litisconsorte revel;
b) o litígio versa sobre direitos indisponíveis (é o que ocorre nas ações de estado da pessoa ou contra a Fazenda Pública); efetivamente não se admite a confissão se as partes não podem dispor dos direitos discutidos em juízo (v. arts. 351 do CPC/73 e 392 do novo CPC); exemplos: ações de investigação de paternidade, de destituição do poder familiar, de anulação de casamento; etc.; o Código Civil, no art. 840, assenta que só direitos patrimoniais de caráter privado permitem a transação;
c) a petição inicial não está acompanhada do instrumento que a lei considera indispensável à prova do ato; se a lei exige prova especial, solene, nenhuma outra pode suprir-lhe a falta, nem mesmo a confissão; exemplo: a ação reivindicatória de bem imóvel não poderá ser julgada procedente, ainda que o réu não conteste o pedido, se não for exibida a escritura pública registrada no ofício imobiliário.
Obs.: a presunção de veracidade em causa é relativa, tendo em vista o princípio da livre apreciação da prova e da persuasão racional; se há elementos nos autos que levam a conclusão diversa, o juiz não está obrigado a julgar a ação procedente; nessa linha, temos agora o inciso IV do citado artigo 345 do novo CPC: “a revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos”.
Dos fatos incontroversos nem sempre decorrem as consequências jurídicas pretendidas e, nesse caso, a revelia não produz nenhum efeito prático. Incumbe ao juiz aplicar o direito aos fatos. 
Outro efeito da revelia: os prazos correm para o réu revel, que não tenha patrono nos autos, independentemente de intimação pessoal; fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial, que se dará normalmente em nome do advogado do autor; pode ele, no entanto, intervir no processo no estado em que se encontra; e, a partir daí, passa a ser intimado na pessoa de seu advogado; poderá então exercer toda a atividade processual adequada ao momento da causa. 
Se o réu não contesta o pedido, mas apresenta reconvenção, deve ser intimado, à evidência, dos atos do processo.

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