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13. Aula 13 Resumo 5º Semestre - Prova documental

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Resumo – Direito Processual Civil – 5º Semestre
Processo de Conhecimento
Prof. Paulo Dimas
9ª Parte – maio/2015 – Meios de prova: Prova documental
		
Prova documental (arts. 364 a 399 do CPC/73 e 405 a 441 do CPC/2015)
O documento, no campo da prova judiciária, é a coisa representativa de um fato e destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo. 
Liga-se a ideia de papel escrito, mas pode ser composto por material diverso. Assim, não só apenas os papéis escritos são documentos, mas qualquer meio material ou digital utilizado para a representação de um fato. 
Importa analisar a autoria do documento, a maneira de sua formação e o seu conteúdo. 
	
Autoria
Autor do documento é a pessoa a quem se atribui sua formação. 
É considerado autor do documento não só quem o forma materialmente para si, mas também quem o faz formar por outrem para si. Nessa segunda hipótese alguém manda outrem compor o documento para si. Ainda que eu solicite a confecção de um recibo por um contador ou secretário, eu sou o autor desse documento particular. 
Temos ainda como autor do documento aquele que o forma no exercício da atividade de documentador, por força de função na qual é investido pelo Estado. 
Assim, autor do documento público também pode ser o oficial público que o forma. No entanto, a formação do documento se dá no interesse de outras pessoas. Os efeitos jurídicos do documento aproveitarão a quem solicitou sua formação ao oficial público. Aqui, portanto, no sentido estrito, autor é o notário. Mas num sentido amplo, a autoria do documento também pode ser atribuída ao interessado ou interessados na representação do ato ou do negócio jurídico.
Pode ser feita então a distinção entre autor intelectual e autor material do documento. 
Autor intelectual ou autor propriamente dito é quem procura produzir com o documento determinados efeitos jurídicos e a quem tais efeitos aproveitarão. O documento foi formado em proveito dele. 
De outro lado, entende-se por autor material aquele que de fato e materialmente elaborou o documento. 
Em se tratando de documento particular normalmente há coincidência entre o seu autor intelectual e material. 
No que tange ao documento público, autor intelectual é aquele que procurou o oficial para a lavratura; este oficial será o autor material. 
A autoria do documento particular vem destacada nos artigos 371 do CPC/73 e 410 do CPC/2015. 
Visto sob o aspecto de sua autoria, em sentido estrito, o documento pode ser classificado como público ou privado (ou particular). 
Público: formado por quem esteja no exercício de uma função pública que o autorize a formá-lo. Assim, serão públicos todos os documentos formados por um agente público, ou seja, por quem tenha fé pública, nos limites de sua competência. 
Privado ou particular: formado por um particular ou mesmo por um oficial público que não aja nessa qualidade. 
Sob o prisma da autoria o documento pode ainda ser classificado como autógrafo e heterógrafo. 
Autógrafo: quando há coincidência entre o autor do documento e o autor do fato documentado (escritos particulares em geral). 
Heterógrafo: autor do documento, em sentido estrito, é terceiro em relação ao autor do fato documentado (documentos públicos em geral).
Meios de formação do documento 
O documento decorre das atividades do seu autor sobre uma coisa. 
Alguém interessado na fixação de um fato de modo duradouro, permanente, atua para que ele se reproduza materialmente por certo meio, sob certa maneira. 
Em todos os casos a representação da idéia ou do fato é transferida à coisa representativa, ou seja, ao documento. 
Normalmente os documentos se materializam em papel, mediante uso da escrita. 
Porém a representação pode ser dar por sinais gráficos diversos da escrita ou pelos chamados meios diretos. 
Temos então, quanto aos meios de formação, a seguinte classificação de documentos:
- escritos: documentos normais, regulados por lei, com o uso da palavra escrita; formado dessa maneira, diz-se que o documento constitui prova literal;
- gráficos: idéia ou fato são representados por sinais gráficos diversos da escrita: desenhos, pinturas, plantas, cartas topográficas, etc.;
- diretos: o fato representado é transmitido diretamente para a coisa representativa (fotografia, fonografia, cinematografia e meios digitais em geral); distinguem-se dos chamados docs. gráficos ou escritos, pois nestes o fato representado se transmite para a coisa através do sujeito do fato representado.
Conteúdo do documento
Os documentos reproduzem normalmente uma declaração de ciência ou de vontade. Fala-se, então, em documentos declarativos. 
E, conforme as declarações reproduzidas sejam de ciência ou de vontade, os documentos são considerados narrativos (declarações de ciência acerca de um fato) ou constitutivos (encerram declarações de vontade, criando, extinguindo ou modificando uma relação jurídica).
Duas outras questões ligadas diretamente à autoria do documento merecem atenção: a subscrição e a autenticidade.
Subscrição 
Não é suficiente a indicação no documento de quem seja seu autor; é preciso que se comprove a autoria do documento. 
Essa prova se tem com a subscrição, que consiste no lançamento da assinatura do seu autor ao pé do documento. 
Assim, a subscrição indica e prova a autoria do documento. 
Normalmente os documentos escritos são assinados pelo seu autor. Mas há documentos que também tem eficácia probatória e não contêm subscrição (registros domésticos, como agendas, diários, etc. e livros empresariais).
Autenticidade 
Entende-se por autenticidade a certeza de que o documento proveio do autor nele indicado. 
Do fato da subscrição não se extrai a certeza de que seja autêntico o documento. Há possibilidade de ser falsa a indicação da autoria. 
Da subscrição ou assinatura decorre apenas a autoria aparente. 
Apenas quando se confirma a coincidência entre a autoria aparente e a real é possível falar em documento autêntico.
Num sentido estrito, consideram-se autênticos apenas os documentos públicos; estes encerram uma presunção de autenticidade. 
De ordinário, os documentos particulares, cuja autenticidade necessita de confirmação, não são considerados autênticos. Provada a sua autenticidade, fala-se em documento autenticado (v. arts. 369 e 372 do CPC/73 e 411 do CPC/2015). 
Resumindo o exposto, é possível definir uma classificação geral dos documentos: 
No que tange a autoria os documentos podem ser: públicos ou privados; autógrafos e heterógrafos; assinados ou não assinados; autênticos e autenticados. 
Quanto ao meio de sua formação podem ser: escritos, gráficos e diretos (ou estampados).
Quanto ao seu conteúdo, os documentos podem ser narrativos ou constitutivos.
Documento e instrumento
O documento, quando especialmente preparado para a prova de um ato ou negócio jurídico, denomina-se instrumento. 
Instrumento é, destarte, espécie do gênero documento, sendo mencionado no Código Civil nos artigos 215 e 221; tem por finalidade criar, extinguir ou modificar uma relação jurídica, servindo-lhe de prova. Presta-se, portanto, a tornar exequível um ato.
 Os instrumentos podem ser públicos ou particulares, conforme sejam formados por oficial público no exercício de suas funções ou por particulares. 
Instrumentos Públicos: testamento público, instrumento público de mandato, escritura pública de compra e venda de imóvel, ato de nomeação de funcionário, sentença judicial, auto de penhora, etc. 
Instrumentos Particulares: títulos cambiais, instrumento particular de mandato, compromisso de compra e venda, etc. 
Documentos, em sentido estrito, são escritos que, não sendo prova preconstituída do ato, oferecem, contudo, elementos para prová-lo (definição de João Mendes Júnior). Podem ser públicos (mensagens do Chefe do Executivo, publicações de atos administrativos, etc.) ou particulares(missivas, convites, avisos de estabelecimentos bancários, etc.). 
Força probante dos documentos
Eficácia do documento público, em sentido genérico
Formado por oficial público, o documento público, desde que mantida sua integridade, é considerado autêntico. 
Carrega uma presunção de autenticidade entre as partes e perante terceiros, isto em decorrência da fé pública conferida aos agentes públicos. 
Essa presunção de autenticidade alcança apenas os elementos da formação do ato (data, local, nome e qualificação das partes etc.), as declarações de vontade que o oficial público ouvir das partes e os fatos ocorridos na sua presença (pagamento feito, entrega de um objeto, etc.); não incide sobre o conteúdo dessas declarações, ou seja, o oficial público atesta que ouviu as declarações, mas não que sejam elas verdadeiras (v. arts. 364 do CPC/73 e 405 do CPC/2015). 
	Art. 364. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença.
	Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.
Julgados do Superior Tribunal de Justiça assentam justamente que o documento público, contendo declarações de um particular, faz certo, em princípio, que elas foram prestadas. Não se firma a presunção, entretanto, de que seu conteúdo corresponde à verdade (v. RSTJ 74/292). 
Os documentos públicos podem ser: 
- judiciais: elaborados por escrivão, com base em atos processuais e peças dos autos, ou emanados do juiz; 
- notariais: provenientes de notários e registradores, sendo extraídos de seus livros e assentamentos; 
- administrativos: oriundos de outras repartições públicas. 
Todos gozam da mesma presunção de autenticidade. 
Essa presunção, no entanto, é “juris tantum”, podendo ser desconstituída por declaração judicial da falsidade do documento, que pode ser obtida em ação autônoma (v. arts. 4º, II, do CPC/73 e 19, II, do CPC/2015) ou incidentalmente no processo em que foi produzido (v. arts. 390 a 395 do CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015). 
Importante: 
O juiz não pode formar sua convicção contra o teor de documento público, louvando-se em outra prova. 
Só pode ser desconsiderada a eficácia probante do documento público se for declarada a sua falsidade ou reconhecida a presença de vícios sociais (simulação e fraude) ou do consentimento (erro, dolo e coação). 
OBS.: quando a lei exige, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a ausência (v. arts. 366 do CPC/73e 406 do CPC/2015). Nem mesmo a confissão da outra parte supre essa ausência.
Para certos atos a forma especial e substancial é a escritura pública, sendo nulos se constituídos por outra forma. Exemplos: pactos antenupciais, contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis, salvo o penhor agrícola (v. artigos 108 e 109 do Código Civil). 
Nem sempre é possível a exibição dos documentos públicos em original; daí a possibilidade de usar cópias ou outras reproduções para juntada aos autos (v. arts. 365 do CPC/73 e 425 do CPC/2015).
	Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:
	Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
	I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
	I – as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências ou de outro livro a cargo do escrivão ou chefe de secretaria, sendo extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
	II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas;
	II – os traslados e as certidões extraídas por oficial público de instrumentos ou documentos lançados em suas notas;
	III - as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório, com os respectivos originais.
	III – as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório, com os respectivos originais;
	IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade. 
	IV – as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;
	V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem; 
	V – os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;
	VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular, quando juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos ou privados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.
	VI – as reproduções digitalizadas de qualquer documento público ou particular, quando juntadas aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração.
	§ 1o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no inciso VI do caput deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para interposição de ação rescisória.
	§ 1º Os originais dos documentos digitalizados mencionados no inciso VI deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para propositura de ação rescisória.
	§ 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou secretaria. 
	§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou de documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar seu depósito em cartório ou secretaria.
O documento público, quando elaborado por oficial incompetente ou sem as formalidades legais perde a força probatória dos instrumentos oficiais. Goza, no entanto, se assinado pelas partes, da mesma eficácia probatória do documento particular (v. arts. 367 do CPC/73 e 407 do CPC/2015).
Valor probante do documento particular 
Documentos particulares são aqueles formados sem a interferência de oficial público. 
Os documentos particulares, a princípio, não gozam da presunção legal de autenticidade. 
Desse modo, diante da simples impugnação da assinatura em juízo (o NCPC fala em impugnação de autenticidade), aquele que produziu o documento passa a ter o ônus de provar a sua autenticidade, ou seja, provar que o documento proveio do autor nele indicado (v. arts. 388, I, e 389, II, do CPC/73 e 428, I, e 429, II, do CPC/2015).
No entanto, se o notário reconhecer a firma do signatário, o documento particular ganha presunção de autenticidade (v. arts. 369 do CPC/73 e 411 do CPC/2015). A presunção é “juris tantum”, prevalecendo até prova em contrário. 
A mesma presunção de autenticidade passa a incidir quando, embora não reconhecida a firma do signatário por tabelião, a parte contrária não arguir dúvida quanto a autenticidade do documento particular após sua juntada aos autos de um processo (v. art. 372 do CPC/73, reunido no novo CPC no art. 411). O documento particular, destarte, é autenticadoem juízo; ocorre o que se chama ato de reconhecimento do documento.
	Art. 369. Reputa-se autêntico o documento, quando o tabelião reconhecer a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença.
	Art. 411. Considera-se autêntico o documento quando:
	
	I - o tabelião reconhecer a firma do signatário;
	
	II – a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei;
	
	III – não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento.
OBSERVAÇÕES: o artigo 411 do NCPC amplia as hipóteses em que se considera autêntico o documento particular; incluiu dentre as presunções de autenticidade os documentos assinados com recurso eletrônico e os documentos não impugnados pela parte contrária quando encartados a processo judicial; nesta última parte, o citado artigo 411 abrangeu o que estava disposto no artigo 372 do CPC/73; o novo CPC também não reproduz a exigência do artigo 369 do CPC/73, dispensando a declaração do tabelião de que a assinatura do signatário foi aposta em sua presença.
No documento é importante distinguir a sua autenticidade da sua veracidade; a autenticidade refere-se à integridade formal do documento, à sua materialidade; a veracidade refere-se ao conteúdo, à sua conformidade com a verdade. 
E desde que não haja dúvida quanto à autenticidade do documento (ou seja, não haja dúvida de que proveio do autor nele indicado), faz ele prova que o seu autor fez a declaração que lhe é atribuída (v. arts. 373 do CPC/73 e 412 do CPC/2015).
Surgindo controvérsia quanto à época em que foram manifestadas as declarações de vontade contidas no documento particular, aplica-se o disposto nos arts. 370 do CPC/73 e 409 do CPC/2015. 
Perante terceiros, a data lançada no documento particular é ineficaz, inoperante; a eficácia é limitada às partes. 
Para aqueles que não participaram do negócio jurídico documentado, a eficácia do instrumento particular só se inicia a partir de sua transcrição em registro público.
Mas o CPC apresenta outras quatro situações em que se considera datado o documento particular em relação a terceiros. Esses fatos tornam inequívoco que a partir dos eventos citados não poderia o documento mais ser assinado, de modo que pode ser considerado formado pelo menos nesses momentos (v. incisos II a V do art. 370 do CPC/73 e do parágrafo único do art. 409 do CPC/2015). É comum providenciar o reconhecimento de firmas, ainda que por semelhança, apenas para tornar certa a data da assinatura e, por via de consequência, a data da formação do documento. 
	Art. 370. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito. Mas, em relação a terceiros, considerar-se-á datado o documento particular:
	Art. 409. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito. 
Parágrafo único. Em relação a terceiros, considerar-se-á datado o documento particular:
	I - no dia em que foi registrado;
	I – no dia em que foi registrado;
	II - desde a morte de algum dos signatários;
	II – desde a morte de algum dos signatários;
	III - a partir da impossibilidade física, que sobreveio a qualquer dos signatários;
	III – a partir da impossibilidade física que sobreveio a qualquer dos signatários;
	IV - da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
	IV – da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
	V - do ato ou fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do documento.
	V – do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do documento.
O documento particular é considerado indivisível. 
CPC/73 CPC/2015
	Art. 373. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo anterior, o documento particular, de cuja autenticidade se não duvida, prova que o seu autor fez a declaração, que Ihe é atribuída.
	Art. 412. O documento particular de cuja autenticidade não se duvida prova que o seu autor fez a declaração que lhe é atribuída.
	Parágrafo único. O documento particular, admitido expressa ou tacitamente, é indivisível, sendo defeso à parte, que pretende utilizar-se dele, aceitar os fatos que Ihe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes se não verificaram.
	Parágrafo único. O documento particular admitido expressa ou tacitamente é indivisível, sendo vedado à parte que pretende utilizar-se dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes não ocorreram.
Nós temos regras no CPC sobre documentos especiais: telegrama, radiograma e outros meios de transmissão, cartas, registros domésticos, livros empresariais e reproduções mecânicas ou eletrônicas (v. arts. 374 a 382 do CPC/73 e 413 a 421 do CPC/2015). 
OBS.: registros domésticos são apontamentos escritos pela parte, mas não assinados; representam anotações, memórias, diários, agendas, relacionados com a vida profissional ou privada do autor; fazem prova apenas contra quem os escreveu. 
Vale em benefício do devedor, independentemente de assinatura, a nota escrita pelo credor em qualquer parte do documento representativo da obrigação (v. arts. 377 do CPC/73 e 416 do CPC/2015). Tem eficácia apenas anotações favoráveis ao devedor. 
Os livros empresariais provam contra seu autor, ainda que irregulares; provam também a seu favor no litígio entre empresários se preencherem os requisitos exigidos em lei; nas ações de natureza civil, os livros fazem prova a favor do empresário se seus lançamentos forem corroborados por outros documentos que por si só não façam prova suficiente do fato controvertido; prevalece a regra da indivisibilidade da escrituração.
É admissível a exibição em juízo de livros empresariais e de documentos do arquivo do empresário? 
Sim; mas a exibição integral só tem lugar nas hipóteses previstas nos artigos 381 do CPC/73 e 420 do CPC/2015. 
Normalmente o exame de livros e documentos do empresário em ação judicial fica limitado às transações entre os litigantes, ou seja, o exame se verifica na parte que interessa à questão posta em juízo (v. arts. 382 do CPC/73 e 421 do CPC/2015, bem como a Súmula 260 do STF); nessa hipótese a exibição pode ser ordenada de ofício ou a requerimento do interessado.
	Art. 378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
	Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
	Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.
	Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor do seu autor no litígio entre empresários.
	Art. 380. A escrituração contábil é indivisível: se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros Ihe são contrários, ambos serão considerados em conjunto como unidade.
	Art. 419. A escrituração contábil é indivisível e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade.
	Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivo:
	Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros empresariais e dos documentos do arquivo:
	I - na liquidação de sociedade;
	I – na liquidação de sociedade;
	II - na sucessão por morte de sócio;
	II – na sucessãopor morte de sócio;
	III - quando e como determinar a lei.
	III – quando e como determinar a lei.
	Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
	Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
Disposições do CPC/2015 sobre reproduções mecânicas (fotográfica, cinematográfica, fonográfica ou de outra espécie):
“Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida.
§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores fazem prova das imagens que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser apresentada a respectiva autenticação eletrônica ou, não sendo possível, realizada perícia.
§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será exigido um exemplar original do periódico, caso impugnada a veracidade pela outra parte.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensagem eletrônica.
Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou obtidas por outros processos de repetição, valem como certidões sempre que o escrivão ou o chefe de secretaria certificar sua conformidade com o original.”
MOMENTOS DA PROVA DOCUMENTAL
Os documentos devem ser propostos com a petição inicial pelo autor e com a resposta pelo réu (v. arts. 396 do CPC/73 e 434 do CPC/2015). 
Produzir prova documental significa fazer com que o documento seja encartado aos autos do processo e passe a integrá-lo como peça de instrução. 
Em princípio, entende-se que os documentos indispensáveis à prova das alegações das partes devem ser apresentados desde logo, ou seja, na fase postulatória.
São considerados documentos indispensáveis os chamados documentos substanciais (aqueles que a lei exige como da substância do ato ou negócio jurídico – arts. 366 do CPC/73 e 406 do CPC/2015) e fundamentais (aqueles mencionados como fundamento da pretensão do autor ou da defesa do réu).
Sob a égide do CPC/73, a jurisprudência tem sido liberal quanto a possibilidade de a qualquer tempo serem juntados documentos novos, máxime quando não evidenciada malícia processual da parte e quando se verifica a conveniência e necessidade ao convencimento do juiz. 
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido justamente que apenas os documentos tidos como pressupostos da causa é que devem acompanhar a inicial e a defesa. Os demais podem ser oferecidos em outras fases e até mesmo na via recursal, desde que ouvida a parte contrária e inexistente o espírito de ocultação premeditada e o propósito de surpreender o juízo (RSTJ 14/359).
De qualquer modo, o próprio CPC admite a juntada de novos documentos, em qualquer tempo:
CPC/73 CPC/2015
	Art. 397. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
	Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
	
	Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º.
 
OBS.: o parágrafo único do art. 435 do novo CPC melhor esclarece o que pode ser compreendido como documento novo, impondo à parte que os produzir o ônus de justificar essa qualidade.
Para assegurar a observância do princípio do contraditório incide a regra dos artigos 398 do CPC/73 e 437, § 1º, do CPC/2015.
	
	Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação.
	Art. 398. Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra, no prazo de 5 (cinco) dias.
	§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo de quinze dias para adotar qualquer das posturas indicadas no art. 436.
	
	§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da documentação.
Na forma dos artigos 399 do CPC/73 e 438 do CPC/2015, o órgão jurisdicional pode requisitar às repartições públicas, em qualquer tempo e grau de jurisdição, certidões necessárias à prova das alegações da partes e os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados entes estatais ou respectivas entidades da administração indireta. 
	Art. 399. O juiz requisitará às repartições públicas em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
	Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
	I - as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
	I – as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
	II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, o Estado, o Município, ou as respectivas entidades da administração indireta.
	II – os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta.
	§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 30 (trinta) dias, certidões ou reproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou de ofício; findo o prazo, devolverá os autos à repartição de origem.
	§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de um mês, certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem indicadas pelas partes e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem.
	§ 2o As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado. 
	§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico, conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.
Importante: entende a jurisprudência que a regra só deve ser aplicada quando demonstrado o real interesse na produção da prova e a impossibilidade da obtenção de tais documentos diretamente pela parte.
Desentranhamento de documentos 
O documento, uma vez produzido, se incorpora ao processo, passando a constituir parte integrante deste.
Não pode ser dispensado antes de proferida a sentença e seu trânsito em julgado, a não ser que a parte contrária concorde e o juiz o autorize.
O desentranhamento tem lugar, no entanto, se os documentos são impertinentes ou produzidos intempestivamente. 
OBS.: o processo moderno é informado pelo princípio da aquisição processual ou da comunhão da prova. É irrelevante quem tenha trazido a prova aos autos. Ela passa a pertencer ao processo e deverá ser avaliada pelo juiz independentemente de ter origem na atividade deste ou daquele litigante. 
O princípio aludido admite que a parte produza prova contra si mesma, devendo o juiztomá-la em consideração no julgamento da lide. 
Nesse sentido é explícito o artigo 371 do CPC/2015: “O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.” (g.n.)
Vícios dos documentos
Podem ser externos ou internos.
a) externos ou extrínsecos: há desrespeito a formalidades exteriores; são visíveis a simples inspeção ocular; 
como vícios extrínsecos se consideram as emendas, entrelinhas, borrões, cancelamentos e outros defeitos fisicamente apreciáveis; se houver ressalva ou não for afetado ponto substancial permanece íntegra a eficácia probante do documento (v. arts. 386 do CPC/73 e 426 do CPC/2015); 
também apresenta vício extrínseco o documento público formado por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais (v. arts. 367 do CPC/73 e 407 do CPC/2015);
b) internos ou intrínsecos: inerentes à formação ou ao conteúdo do documento. 
	Art. 386. O juiz apreciará livremente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento.
	Art. 426. O juiz apreciará fundamentadamente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento.
	Art. 367. O documento, feito por oficial público incompetente, ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.
	Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.
Dependendo da natureza do vício identificado, fala-se que o documento é falso, ou seja, há falsidade documental. 
Quando o vício se manifesta na elaboração física do documento, ou seja, na sua formação material e não na vontade declarada, estamos diante da falsidade material. 
Quando não há vício na forma, mas a declaração, consciente ou inconsciente, revela um fato inverídico, ocorre a chamada falsidade ideológica, intelectual ou moral; corresponde ao fruto da simulação ou dos vícios do consentimento; materialmente o documento é perfeito, mas encerra ideias ou declarações falsas. 
A falsidade ideológica propicia a anulação ou a declaração de nulidade do ato ou negócio jurídico, que devem ser reclamadas em ação própria. O incidente de falsidade ou a impugnação na contestação não tem a força de desconstituir o ato viciado. 
A opinião majoritária na doutrina brasileira é no sentido de que apenas a falsidade material é objeto do incidente de falsidade previsto nos artigos 390 a 395 do CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015. 
A falsidade documental vem conceituada no parágrafo único dos artigos 387 do CPC/73 e 427 do CPC/2015: “consiste em formar documento não verdadeiro ou alterar documento verdadeiro”.
Forma-se materialmente documento falso quando se utiliza papel assinado em branco, nele lançando declaração não desejada pelo signatário; pode haver inclusive a falsificação da assinatura; cria-se documento falso por inteiro. 
Altera-se documento quando apenas se insere novidade em documento verdadeiro preexistente; modificam-se palavras ou termos do escrito, alterando o sentido da declaração. 
Registre-se que cessa a fé do documento público ou particular quando declarada sua falsidade (arts. 387 do CPC/73 e 427 do CPC/2015). 
Fora os casos de falsidade, a fé do documento particular cessa nas hipóteses previstas nos artigos 388 do CPC/73 e 428 do CPC/2015. 
Contestada a assinatura de documento particular, não produz ele efeitos no processo enquanto não demonstrada a veracidade da assinatura por quem o produziu; é o que a doutrina chama de verificação de assinatura. 
O CPC legalizou ainda a figura do documento particular assinado em branco para ser preenchido posteriormente, no todo ou em parte; nesse caso, havendo a impugnação do seu conteúdo, com alegação de preenchimento abusivo, cessa a fé do documento; caberá ao subscritor demonstrar que ocorreu o preenchimento em desconformidade com o pactuado (quebra da confiança).
CPC/73 CPC/2015
	Art. 388. Cessa a fé do documento particular quando:
	Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:
	I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não se lhe comprovar a veracidade;
	I – lhe for impugnada a autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade;
	II - assinado em branco, for abusivamente preenchido.
	II – assinado em branco, for impugnado o seu conteúdo, por preenchimento abusivo.
	Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele, que recebeu documento assinado, com texto não escrito no todo ou em parte, o formar ou o completar, por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário.
	Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento assinado com texto não escrito no todo ou em parte o formar ou o completar por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário.
ÔNUS DA PROVA NOS CASOS DE FALSIDADE DOCUMENTAL: 
CPC/73 CPC/2015
	Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando:
	Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
	I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a arguir;
	I – se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
	II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.
	II – se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento.
ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
Consiste na provocação do órgão jurisdicional para declarar a falsidade de documento. 
Pode verificar-se com finalidade preventiva, instaurando-se processo autônomo (v. ação de conhecimento meramente declaratória prevista nos arts. 4º, II, do CPC/73 e 19, II, do CPC/2015); ou então como incidente, no curso do processo em que foi produzido o documento (v. arts. 390 a 395 do CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015). 
Amplia-se, no caso de arguição incidente, o thema decidendum, pois o juiz, além de solucionar a lide pendente, irá se pronunciar quanto a falsidade ou a autenticidade do documento. 
A arguição incidente é admitida em qualquer tempo ou grau de jurisdição (no juízo de primeiro grau ou nos tribunais), respeitadas as limitações quanto a prazos, estabelecidas no CPC; somente pode ser instaurado o incidente de falsidade em relação a falsidade material, ou seja, quando houver vício na elaboração física do documento; pode referir-se a documentos públicos ou particulares. 
Eventual controvérsia à veracidade dos fatos documentados, ensejará à parte interessada a possibilidade de demonstrar, pelos meios de prova pertinentes, que outra era a realidade; não é caso, portanto, de instaurar incidente de falsidade.
Esse incidente de falsidade, tal como concebido no CPC vigente, constitui verdadeira ação declaratória incidental, devendo então o juiz declarar, no dispositivo da sentença, se o documento é falso ou autêntico; e essa declaração judicial será então acobertada pela coisa julgada material, impedindo que a questão do falsum assim decidida seja reavivada em outro processo.
OBS. IMPORTANTE: no novo CPC a parte pode também invocar a falsidade documental apenas como fundamento de defesa, ou seja, sem deflagrar o incidente de falsidade; e nesse caso a decisão a respeito constará apenas da parte de fundamentação da sentença, que não é alcançada pela coisa julgada material (v. art. 436, III, do CPC/2015); desse modo, ao arguir a falsidade, a parte deve explicitar se pretende que esta seja resolvida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19 do CPC/2015; assim, a parte estará suscitando a falsidade como fundamento de uma ação declaratória incidental.
A arguição de falsidade deve ser suscitada pelo réu na contestação (diante de documentos exibidos com a petição inicial),na réplica pelo autor (em face de documentos que instruíram a contestação) ou no prazo legal, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos; no caso de apresentação de documentos após o ajuizamento da inicial e o oferecimento da contestação ou da réplica, o CPC/73 estabelece o prazo de 10 dias para suscitar o incidente, enquanto o novo CPC fixa prazo de 15 dias. 
Instaurado o incidente, a parte que produziu o documento será intimada para responder; o CPC/73 estabelece prazo de 10 dias para tanto; o novo CPC fixa prazo de 15 dias; segue-se então, normalmente, a realização de perícia; não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
No novo CPC não se reproduz a regra de que o juiz suspenderá o processo principal logo que for suscitado o incidente (v. art. 394 do CPC/73).
Importante: na disciplina do CPC vigente, o incidente está previsto apenas para que a coisa julgada material alcance a solução judicial no que toca à falsidade documental suscitada no curso do processo; é uma espécie de ação declaratória incidental, de modo a obter-se a eficácia da coisa julgada sobre a solução do pedido inicial e também sobre a questão superveniente da falsidade. O fato da não instauração do incidente não impede que o juiz reconheça a falsidade ao motivar sua decisão sobre a lide principal. O reconhecimento eventual do “falsum” figurará apenas entre as razões de decidir, na parte de fundamentação, não se revestindo, daí, da imutabilidade que caracteriza a coisa julgada material.
No novo CPC, o art. 433 define precisamente que apenas quando suscitada como questão principal (v. art. 430, parágrafo único), a declaração sobre a falsidade do documento constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada material.
CPC/73 CPC/2015
	Da Arguição de Falsidade
	Da Arguição de Falsidade
	Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação ou no prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da sua juntada aos autos.
	Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de quinze dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.
	
	Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19.
	Art. 391. Quando o documento for oferecido antes de encerrada a instrução, a parte o arguirá de falso, em petição dirigida ao juiz da causa, expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.
	Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.
	Art. 392. Intimada a parte, que produziu o documento, a responder no prazo de 10 (dez) dias, o juiz ordenará o exame pericial.
	Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de quinze dias, será realizado o exame pericial.
	Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial, se a parte, que produziu o documento, concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao desentranhamento.
	Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial, se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
	Art. 393. Depois de encerrada a instrução, o incidente de falsidade correrá em apenso aos autos principais; no tribunal processar-se-á perante o relator, observando-se o disposto no artigo antecedente.
	
	Art. 394. Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o processo principal.
	
	Art. 395. A sentença, que resolver o incidente, declarará a falsidade ou autenticidade do documento.
	Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada.

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