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17. Aula 17 Resumo 5º Semestre - Observações adicionais sobre Sentença e Coisa Julgada

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Resumo – Direito Processual Civil – 5º Semestre
Processo de Conhecimento
Prof. Paulo Dimas
13ª Parte – maio/2015 – Observações adicionais sobre Sentença e Coisa Julgada
		
Observações adicionais sobre Sentença
1) Como já realçado, o CPC/73 para identificar a sentença, dentre os diversos pronunciamentos do juiz, adota o critério do conteúdo (configuração de alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269, que correspondem aos arts. 485 e 487 do CPC/2015); o CPC/2015 mantém essa diretriz e acrescenta outro critério, que é a função da sentença: por fim a fase cognitiva do procedimento comum ou extinguir a execução.
Registre-se que esse novo conceito de sentença, que leva em conta o critério do seu conteúdo, tem por escopo melhor diferenciá-la (a sentença) de uma decisão interlocutória; de acordo com o § 2º do art. 203 do novo CPC, decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º; no sistema do CPC/2015 temos decisões interlocutórias de mérito, ou seja, decisões que versam sobre o mérito, mas que não se prestam a encerrar a fase cognitiva do procedimento comum; é o caso da decisão que decide parcialmente o mérito, na forma do art. 356�; logo, decisão interlocutória não é mais simplesmente o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente, pois também pode referir-se ao mérito da causa, ainda que parcialmente.
Assim, os conceitos de decisão interlocutória e sentença estão ajustados à nova realidade jurídico-processual.
2) Cumpre também destacar que o julgador, no primeiro e no segundo grau de jurisdição, deve tomar em consideração fato superveniente à propositura da ação (constitutivo, extintivo ou modificativo do direito em causa); afinal, a sentença ou o acórdão devem refletir o estado de fato da lide no momento da decisão; é preciso que o fato novo tenha influência no deslinde da causa e não importe mudança da causa petendi (v. arts. 462 do CPC/73 e 493 do CPC/2015).
Ex.: a Prefeitura ingressa em juízo para postular a demolição de prédio construído ao arrepio da legislação vigente; surge, no entanto, lei anistiando construções irregulares; esse fato deve ser considerado pelo julgador. 
Outro exemplo: “A” impetra mandado de segurança objetivando unificação de imóveis independentemente da prévia liquidação de tributos em atraso; há declaração posterior de utilidade pública incidente sobre os imóveis, para fins de desapropriação, perecendo o objeto da impetração. 
CPC/73 CPC/2015
	Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. 
	Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
	
	Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
COISA JULGADA
Consiste em qualidade da sentença ou do acórdão e não em efeito destes; qualidade representada pela imutabilidade do julgado e seus efeitos. 
É fenômeno típico do processo de conhecimento, que se destina a dar cunho de definitividade a declaração do direito constante da decisão de mérito.
Enquanto sujeita a recurso, a decisão judicial exprime apenas uma situação jurídica – não produz seus efeitos regulares, principais ou secundários, em caráter definitivo; esgotada a via recursal, ordinária e extraordinária, a sentença, como ato processual, não pode mais ser modificada.
Temos, então, a coisa julgada formal – fenômeno da imutabilidade da sentença pela preclusão dos prazos para interposição de recursos; operando-se a coisa julgada formal, a sentença não poderá ser reexaminada, modificada ou revogada no mesmo processo em que foi proferida. 
Todas as sentenças, terminativas ou definitivas, em dado momento, fazem coisa julgada formal. 
Em se tratando de sentença de mérito, quando ocorre a coisa julgada formal, opera-se também a coisa julgada material, que é a imutabilidade dos seus efeitos que se projetam para fora do processo em que foi proferida; o comando emergente da decisão de mérito adquire força de lei entre as partes e não pode ser desconhecido fora do processo; logo, não é possível propor nova demanda sobre a mesma lide. 
Coisa julgada formal e material são dois degraus do mesmo fenômeno. 
A sentença não pode mais ser modificada no processo em que foi prolatada: temos a coisa julgada formal; seus efeitos declaratórios, condenatórios ou constitutivos se projetam para fora do processo: temos o segundo degrau – coisa julgada material.
Os arts. 467 do CPC/73 e 502 do CPC/2015 definem apenas a coisa julgada material: a eficácia que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito, não mais sujeita a recurso. 
OBS.: o novo CPC, nos arts. 502 e 503, diante da possibilidade da prolação de “decisão interlocutória de mérito”, define a coisa julgada fazendo remissão a “decisão de mérito”; isso porque a coisa julgada alcança não só a sentença de mérito, mas também outras decisões que, no curso do processo, julgam parcialmente o mérito (v. art. 356 do CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
	Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
	Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Fundamento do instituto: promover a paz social, de modo a evitar a eternização dos litígios, alcançando-se então a estabilidade nas relações jurídicas. 
Somente as decisões de mérito, proferidas com fundamento nos arts. 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015, são acobertadas pela autoridade da coisa julgada material. 
As sentenças terminativas, proferidas com apoio nos arts. 267 do CPC/73 e 485 do CPC/2015, que não resolvem o mérito da causa, não fazem coisa julgada material; tais sentenças são atingidas apenas pela preclusão (coisa julgada formal).
Por não importarem solução de uma lide, também não fazem coisa julgada material: despachos e decisões interlocutórias, sentenças proferidas em procedimentos de jurisdição voluntária e as sentenças proferidas em processos cautelares (as medidas concedidas podem ser revogadas ou modificadas a qualquer tempo).
Relações jurídicas continuativas e outros casos de rejulgamento (arts. 471 do CPC/73 e 505 do CPC/2015).
	Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:
	Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
	I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
	I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
	II - nos demais casos prescritos em lei.
	II – nos demais casos prescritos em lei.
Para alguns doutrinadores, as sentenças proferidas em casos de relações jurídicas continuativas (de trato continuado) e em outras situações em que é possível a revisão do que foi nelas estatuído, não fazem coisa julgada material. 
São os casos de alimentos, guarda de filhos, acidentes do trabalho, etc., em que a sentença proferida comporta revisão diante de modificação no estado de fato ou de direito.
Ora, nesses casos, a sentença proferida baseia-se numa situação atual; e enquanto essa situação não se modificar a sentença é intangível; alterados osfatos que motivaram a decisão de mérito, é possível a revisão do que foi decidido; não se trata de alterar, ou seja, desconstituir a sentença anterior, mas de obter uma nova sentença, diante de uma nova realidade; não se repete a rigor a mesma lide, já que outra é a causa de pedir; é possível então mover ação revisional de alimentos, ação de mudança de guarda de filho menor, ação contra o INSS para alterar benefício de auxílio acidente para aposentadoria por invalidez acidentária, etc.; nessas hipóteses o demandado não poderá alegar a existência de coisa julgada no novo processo e, desse modo, reclamar a prolação de sentença sem resolução do mérito.
Observação importante: a coisa julgada ocorre no processo tenham ou não sido produzidas provas dos fatos alegados; não é possível a repropositura da ação onde se deu a coisa julgada material, invocando-se novas provas; diante da coisa julgada material é mesmo inviável a rediscussão da lide, reputando-se repelidas todas as alegações e defesas que as partes poderiam apresentar; como assinala a doutrina, cabe distinguir causas de pedir de meros argumentos que envolvem o pedido; exemplo: “A” moveu ação de indenização contra “B”, decorrente de danos ocasionados em acidente de veículos, aduzindo que este invadiu a contramão de sua direção, dando causa ao sinistro; julgado improcedente o pedido, não poderá ajuizar posteriormente nova ação contra “B”, alegando agora que ele deu causa ao acidente por estar alcoolizado e com os pneus em péssimo estado; não há que se falar nesse caso que foi deduzida outra causa de pedir, cuidando-se, na verdade, de outros argumentos que giram em torno da mesma causa de pedir: conduta culposa de “B”.
CPC/73 CPC/2015
	Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.
	Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
Porém, o ordenamento jurídico abre exceções a esta regra: 
- é possível a repropositura de ação popular, ação civil pública e ação coletiva para a defesa de direitos difusos e coletivos quando forem julgadas improcedentes por falta ou insuficiência de provas (LAP, 4717/65, art. 18; LACP, 7.347/85, art. 16, CDC 103, I e II );
- outra hipótese: ação coletiva para a defesa de direitos individuais homogêneos: a coisa julgada só se verifica se procedente o pedido; se improcedente, não há sobre a sentença a autoridade de coisa julgada, facultando-se às partes ou a outro co-legitimado a repropositura da mesma ação (CDC, 103, III).
Limites objetivos da coisa julgada (v. arts. 469 do CPC/73 e 504 do CPC/2015)
A sentença, ao decidir a lide, terá normalmente que abordar as questões suscitadas pelas partes, visando o acolhimento ou a rejeição do pedido.
A sentença é a resposta do juiz ao pedido do autor.
Está na conclusão da sentença, no seu dispositivo, o pronunciamento do juiz sobre o pedido. A sentença se prende ao pedido e ao pedido se liga a coisa julgada; a coisa julgada se restringe então ao dispositivo da sentença.
	Art. 469. Não fazem coisa julgada:
	Art. 504. Não fazem coisa julgada:
	I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
	I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
	Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
	II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
	III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.
	
Solução de questões prejudiciais
- questões prejudiciais são premissas lógicas da sentença, ou seja, antecedentes lógicos que condicionam a resolução da lide;
- podem ser objeto de ação autônoma.
Exemplos: a questão do domínio na ação de reivindicação; a questão do parentesco na ação de alimentos; a existência da relação locatícia na ação de despejo, etc.
No sistema do CPC/73, tais questões prejudiciais não fazem coisa julgada se decididas incidentalmente, ou seja, a decisão a respeito só faz coisa julgada material se provocado o seu exame mediante ação declaratória incidental (v. arts. 5º e 325); o escopo da ação declaratória incidental, como visto anteriormente, é propiciar que essa questão prejudicial seja analisada como questão principal e sua resolução conste do dispositivo da sentença, de modo a incidir a coisa julgada material, impedindo então nova apreciação em outro feito.
A ação declaratória incidental amplia o objeto da lide. Em virtude dela o dispositivo da sentença deve ser composto de duas partes: 
- decisão da questão prejudicial;
- decisão da questão originária.
O CPC/2015 inovou, consoante se vê do disposto no art. 503:
“Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.”
Tanto no regime do CPC/73 quanto no regime do novo CPC deve haver controvérsia acerca da existência ou da validade da relação jurídica tida como antecedente lógico para a resolução da lide; por exemplo, numa ação de despejo por falta de pagamento, o réu pode alegar na contestação que não há locação, mas simples comodato, estabelecendo então controvérsia sobre a relação jurídica existente; o juiz, para resolver o mérito da causa, deve necessariamente se pronunciar sobre essa questão antecedente; no regime do CPC/2015, a coisa julgada se estende à resolução dessa questão prejudicial, independentemente do ajuizamento de ação declaratória incidental, que foi abolida; assim, ainda que a questão seja tratada incidenter tantum, ou seja, apenas na parte de fundamentação da sentença, ficará acobertada pela autoridade de coisa julgada; as condições para tanto vêm definidas nos incisos I a III do § 1º desse art. 503 do CPC/2015; exige-se notadamente que a seu respeito tenha havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando essa extensão no caso de revelia.
Limites subjetivos da coisa julgada (v. arts. 472 do CPC/73 e 506 do CPC/2015)
Quais são as pessoas alcançadas pela coisa julgada material?
Regra geral: a sentença apenas obriga as partes entre as quais foi dada, não prejudicando nem beneficiando aqueles que não participaram da relação processual; a imutabilidade dos seus efeitos, que é a coisa julgada, só atinge as partes (autores, réus, denunciados, chamados ao processo e opoentes).
Terceiros interessados, que não integraram a lide, podem, no entanto, ser atingidos reflexamente pela coisa julgada material, como o fiador, o sublocatário, o credor hipotecário, etc.
Nesses e em outros casos, o terceiro se vê alcançado de modo inevitável pelos efeitos da sentença; mas isso não quer dizer que ele sofreu os efeitos diretos da coisa julgada; sofreu apenas os efeitos civis da sentença, tendo em vista a alteração produzida no plano do direito material.
Resta ao terceiro, muitas vezes, apenas ação de perdas e danos diante dos efeitos produzidos na demanda em que não foi parte; mas nessa e em outras ações pode discutir tudo o que desejar.
De qualquer modo, o terceiro, após sofrer os efeitos da decisão anterior, pode, se possível, vir a juízo defender seu interesse específico, gerando sentença objetivamentecontraditória em relação a anterior.
Exemplo: terceiro que toma conhecimento que seu bem foi objeto de ação reivindicatória entre outros interessados pode vir a juízo reclamar seu direito em relação ao vencedor da ação, obtendo uma nova sentença (não se desconstitui a decisão anterior); os terceiros, portanto, podem voltar a discutir todas as questões anteriormente debatidas, porque não foram partes na ação anterior.
Há casos especiais de verdadeira extensão da coisa julgada a quem não foi parte, em virtude da posição especial ocupada no plano das relações de direito material.
Exemplos:
1) sucessores da parte: estão sujeitos à coisa julgada porque recebem os direitos e ações no estado em que se encontram; a sucessão pode ser inter vivos ou mortis causa; se a parte vem a falecer, no curso do processo, será substituída pelo espólio ou sucessores (v. arts. 43 do CPC/73 e 110 do CPC/2015) e, nesse caso, a coisa julgada estenderá seus efeitos a esses substitutos; a sucessão inter vivos ocorre quando há alienação da coisa ou do direito litigioso no curso do processo, tendo aplicação então o disposto nos artigos 42 do CPC/73 e 109 do CPC/2015; 
	Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes.
	Art. 109. A alienação da coisa ou direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
	§ 1º O adquirente ou o cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária.
	§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
	§ 2º O adquirente ou o cessionário poderá, no entanto, intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente.
	§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
	§ 3º A sentença, proferida entre as partes originárias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário.
	§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
2) legitimados concorrentes para demandar, como os credores solidários.
Logo, embora não tenham eles integrado a relação processual em que foi proferida a sentença, a decisão de mérito os alcança necessariamente.
A regra é a coisa julgada inter omnes – obriga apenas as partes.
Mas há exceções: 
1) coisa julgada erga omnes – ocorre nas ações coletivas e nas ações civis públicas propostas com apoio no Código de Defesa do Consumidor e na Lei da Ação Civil Pública. 
Exemplo: ação voltada a indenizar lesados por publicidade enganosa ou contaminação do meio ambiente.
Versando sobre direito difuso, a eficácia será sempre erga omnes procedente ou improcedente o pedido, salvo se a improcedência se der por insuficiência de provas.
Versando sobre direito individual homogêneo (Código de Defesa do Consumidor – art. 81, parágrafo único, III), a eficácia erga omnes ocorre apenas se procedente o pedido.
2) coisa julgada ultra partes.
Nas ações que versam sobre direitos coletivos, a eficácia será sempre para além das partes, procedente ou improcedente o pedido. É limitada, porém, ao grupo, categoria ou classe de pessoas a que se refere o direito coletivo discutido; exemplo: ação movida por Sindicato para obter o reconhecimento de um direito da categoria profissional que representa.
Em caso de improcedência da ação por falta de provas, não haverá coisa julgada ultra partes (v. art. 81, parágrafo único, incisos I e II, do Código de Defesa do Consumidor).
� “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”

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