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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA MÓDULO ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS DO SER HUMANO I LEONARDO SILVA DOS SANTOS PORTFÓLIO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS DE HISTOLOGIA São Luís 2018 LEONARDO SILVA DOS SANTOS PORTFÓLIO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS DE HISTOLOGIA Portfólio entregue ao Módulo Aspectos Morfofuncionais do Ser Humano I como requisito parcial para a obtenção de nota referente à Unidade 2 do Componente Histologia. São Luís 2018 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................03 ATIVIDADES PRÁTICAS.............................................................................................05 Relatório da aula 1: introdução à prática microscópica...............................................05 Tecido Epitelial Simples Cúbico.................................................................................07 Tecido Conjuntivo Frouxo e Tecido Muscular Estriado Esquelético..........................09 Tecido Conjuntivo Cartilaginoso.................................................................................11 Tecido Nervoso e Tecido Conjuntivo Ósseo Secundário............................................13 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................16 REFERÊNCIAS......................................................................................................................17 INTRODUÇÃO A Histologia é o estudo das células e dos tecidos do corpo e de como essas estruturas se organizam para construir os órgãos, em razão das pequenas dimensões das células, seu estudo é realizado com auxílio de microscópios. Ela é uma disciplina base nos cursos de formação da área da saúde e primordial para a compreensão da fisiologia humana. Visando a melhor fixação dos conteúdos ministrados, o professor Vandilson Rodrigues desenvolveu um trabalho acadêmico a ser produzido pelos discentes: o portfólio de histologia, que consiste no conjunto de resultados das atividades realizadas nas aulas dessa disciplina. Embora o objetivo principal dessa produção esteja voltado para a realização das aulas práticas, os conhecimentos teóricos foram essenciais para a descrição correta dos tecidos e a apreensão dos significados daquilo que se observou no laboratório. Nas primeiras aulas o professor abordou teoricamente o preparo do corte histológico, cujo objetivo é permitir a passagem da luz através dele e a visualização de estruturas específicas através da aplicação de corantes específicos. Também foram explanadas as formas de seccionar uma área para o estudo histológico: a secção longitudinal, que seria paralela ao longo eixo; e o corte transversal, perpendicular ao longo eixo. Com base nisso, a primeira aula prática foi uma introdução didática a respeito de como seriam realizadas os demais encontros no laboratório, tendo o professor explicado acerca do comportamento adequado nesse ambiente e do manuseio correto do microscópio óptico, utilizado durante as aulas. Essas considerações, detalhadas no Relatório da Aula 01, foram essenciais para que as demais atividades fossem aproveitadas pelos alunos, uma vez que os mesmos foram responsáveis pelo manejo dos microscópios, de forma semi-independente, pois o professor esteve presente para corrigir as técnicas para tal, quando necessário. A segunda aula prática foi uma observação da lâmina do epitélio de rim de rato, histologicamente classificada como tecido epitelial simples cúbico. Ele apresenta as características gerais de um tecido epitelial, como a justaposição e a alta densidade celular e a ausência de vascularização. Na terceira prática, o professor entregou lâminas de língua de um roedor para a observação e caracterização de três tecidos: epitelial, conjuntivo e muscular. O primeiro identificado, o Tecido Epitelial Estratificado Pavimentoso Queratinizado, era marcado principalmente pela presença abundante do componente queratina, além da justaposição característica das células do Tecido Epitelial, a presença de pouca matriz extracelular, e a existência da lâmina basal limitando primariamente esse tecido. O segundo identificado foi o Tecido Conjuntivo Propriamente Dito do tipo Frouxo, que preenche espaços não ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos. O terceiro foi o Tecido Muscular Estriado Esquelético, caracterizado por apresentar contração voluntária, ter células polinucleadas e núcleos periféricos. Na quarta aula prática foi observado o Tecido Conjuntivo Cartilaginoso da lâmina de traqueia de rato. Esse tecido apresenta consistência firme, mas não é rígido como o tecido ósseo, é avascularizado, tem função de sustentação, revestindo superfícies articulares facilitando os movimentos e é fundamental para o crescimento dos ossos longos. Já na quita prática foram observados dois tipos de tecidos: Tecido Nervoso, ainda na lâmina de língua de rato, e Tecido Ósseo. Foram observados nervos, estruturas anatômicas formadas por múltiplos axônios e dendritos neuronais, responsável pela transmissão do impulso elétrico nervoso, e Tecido Conjuntivo Ósseo Secundário, característico por apresentar rica matriz extracelular calcificada e lamelas concêntricas, sendo distinguíveis na lâmina os Canais de Havens e Canais de Volkemn. ATIVIDADES PRÁTICAS Relatório da Prática 1: introdução à prática microcópica A primeira aula no laboratório foi realizada com a turma B no dia 04/04/2018 durante a tarde. Nessa ocasião, foram passadas várias informações e regras a respeito do comportamento ideal no ambiente em questão. Assim, o professor Vandilson Rodrigues abordou algumas das normas do laboratório, explicadas a seguir: O uso do jaleco de mangas longas é obrigatório durante as aulas, é adequado também o uso de calças e sapatos fechados; se necessário, pode haver também o uso de luvas, máscaras e gorros. Ao iniciar a prática, os alunos devem descobrir e ligar o microscópio na entrada individual de cada um, sabendo onde colocaram a capa protetora para cobri-lo novamente após desligá-lo na saída. Deve-se preservar o equipamento e os materiais utilizados, de modo que manusear o microscópio com o devido cuidado é essencial para evitar possíveis acidentes. O ideal é manter o ambiente do laboratório limpo e organizado, não entrando no local com alimentos, por exemplo. O professor efetuou também uma breve recapitulação a respeito do microscópio óptico e suas partes, explicando sobre o que seria a base, o braço, o condensador, a platina, o canhão, o revólver, o diafragma, entre outros componentes. Figura 1. Microscópio utilizado e esquema com os componentes Além disso, foi preciso instruir os alunos a respeito de como manejar os botões macrométrico (mais brusco), micrométrico (menos brusco) e também o Charriot, de modo a ajustar a altura vertical e a posição horizontal, respectivamente; como trocar corretamente a objetiva usada (sendo a vermelha a objetiva de 4x de aumento, a amarela a objetiva de 10x, a azul a objetiva de 40x e a branca de 100x), atentando para a ordem de mudança, que deve seguir o sentido horário; como colocar o conjunto lâmina e lamínula na platina, e prendê-lo por meio da presilha corretamente, de modo centralizado, ressaltando, ainda, que a lamínula deve estar sempre voltada para cima. Essas observações são essenciais para a devida observação dos tecidos, e, no caso dessa primeira aula, do pedaço de papel vegetal com rabiscos de caneta, no qual foram identificadas a tinta dos rabiscos e as fibras da celulose. Figura 2. Observação no microscópio Tecido Epitelial Simples Cúbico O tecido epitelial é formado por células que revestemsuperfícies e que secretam moléculas, tendo pouca MEC. As principais funções dos epitélios são revestimento e secreção. Revestimento de superfícies internas ou externas de órgãos ou do corpo como um todo (p. ex., na pele) é uma função extremamente relevante dos epitélios. A classificação dos epitélios considera basicamente o número de camadas de células e o formato daquelas presentes na camada apical (superfície livre mais distante da lâmina basal). Nos tecidos, o polo basal é aquele ou em contato com a lâmina basal ou mais próximo da mesma, enquanto o polo apical é o mais distante dela. Assim, a mucosa bucal contém um epitélio com várias camadas de células (espesso), sendo então estratificado; e células apicais de formato mais achatado e firmemente aderidas, sendo então pavimentoso. Alguns conceitos do Tecido Epitelial são extremamente importantes para o entendimento e estudo de sua histologia, esclarecidos a seguir: a Lâmina Basal é a estrutura existente entre o epitélio e o tecido conjuntivo, formando, junto às fibras reticulares, a membrana basal. Ela permite a troca de substâncias entre esses dois tecidos e pode ser vista no microscópio eletrônico. As estruturas de adesão são aquelas que asseguram a coesão entre as células epiteliais, como as proteínas de adesão (caderina e integrina), vedando o espaço extracelular e formando canais de comunicação. As junções intercelulares são exemplos dessas estruturas de adesão, tendo como exemplos a zônula de oclusão (que veda uma área entre as células, representando a primeira proteção ao meio externo); a zônula de adesão (contendo as fibras de actina), neutralizando possíveis trações; os desmossomos, que atuam como uma placa de ancoragem entre as células; e as interdigitações, que realizam a retenção mecânica em áreas sem muitas proteínas adesivas, por meio de um encaixe semelhante ao entrelaçamento entre dedos das mãos. Vale ressaltar, ainda, as características morfológicas do tecido observado na lâmina, a funcionalidade do mesmo, ressaltando estruturas como o glomérulo (onde, no processo de filtragem sanguínea, o vaso condutor do sangue se ramifica numa rede de capilares, e esse sangue filtrado segue para preencher o espaço capsular); os vasos contorcidos distal e proximal, e a alça do néfron, locais onde há a reabsorção de parte do filtrado e a adição de certas substâncias ao mesmo. Para que o Tecido Epitelial possa filtrar e reabsorver fluidos e substâncias no sistema urinário, são necessárias diversas estruturas apicais que aumentem a superfície de contato e apresentem a capacidade de movimentar partículas. Tecido Conjuntivo Frouxo e Tecido Muscular Estriado Esquelético O tecido conjuntivo é caracterizado por conter pouca quantidade de célula, no entanto, há uma grande variabilidade, além de um grande volume de matriz extracelular, que inclui fibras, substância fundamental amorfa. Possui origem mesodérmica. Há duas classes de tecido conjuntivo propriamente dito: o frouxo e o denso. O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos pequenos. É um tecido conjuntivo muito comum que preenche espaços entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em torno dos vasos sanguíneos. É também encontrado nas papilas da derme, na hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas. Formam a lâmina própria das mucosas. O tecido conjuntivo frouxo contém todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente dito, não havendo, entretanto, nenhuma predominância de qualquer dos componentes. As células mais numerosas são os fibroblastos e macrófagos, mas todos os outros tipos celulares do tecido conjuntivo também estão presentes, além de fibras dos sistemas elástico e colágeno. O tecido conjuntivo frouxo tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações. O Tecido muscular é responsável por conferir mobilidade ao corpo humano e junto com o esqueleto, auxilia na sustentação do organismo. Além disso, também auxilia no transporte de substancias pelo corpo humano (musculo liso) e auxilia na regulação térmica do corpo (produz calor quando contrai). O tecido muscular estriado esquelético geralmente encontra-se ligado a ossos e cartilagem por meio de tendões. Reveste o esqueleto dando mobilidade ao organismo. As fibras dispõem-se agrupadas, em grande número, em feixes envolvidos por tecido conjuntivo. Em corte transversal distinguem-se nos feixes: epimísio (tec. conj. que envolve o músculo), perimísio (envolve o feixe) e endomísio (envolve cada fibra). Possui contração rápida e voluntaria. A célula muscular estriada apresenta, no seu citoplasma, pacotes de finíssimas fibras contráteis, as miofibrilas, dispostas longitudinalmente. Cada miofibrila corresponde a um conjunto de dois tipos principais de proteínas: as miosina, espessas, e as actinas, finas. Esses proteínas estão organizados de tal modo que originam bandas transversais, claras e escuras, características das células musculares estriadas, tanto as esqueléticas como as cardíacas. Tecido Conjuntivo Cartilaginoso O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, em que absorve choques, e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações. A cartilagem é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intrauterina e depois do nascimento. Como os demais tipos de conjuntivo, o tecido cartilaginoso contém células, os condrócitos, e abundante material extracelular, que constitui a matriz. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas. Uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos. As funções do tecido cartilaginoso dependem principalmente da estrutura da matriz, que é constituida por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanos (proteínas + glicosaminoglicanos), ácido hialurônico e diversas glicoproteínas. Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve, principalmente, às ligações eletrostáticas entre os glicosaminoglicanos sulfatados e o colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas a esses glicosaminoglicanos (água de solvatação), o que confere turgidez à matriz. O tecido cartilaginoso não contém vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio). As cartilagens que revestem a superfície dos ossos nas articulações móveis não têm pericôndrio e recebem nutrientes do líquido sinovial das cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso é também desprovido de vasos linfáticos e de nervos. Os tecidos conjuntivos, de maneira geral, possuem origem mesodérmica e suas principais características são a densidade celular baixa e um grande volume de matriz extracelular. Os tecidos conjuntivos apresentam diversas fibras, podendo elas ser colágenas, elásticas ou reticulares. As fibras colágenas são aquelas formadas a partir do tropocolágeno, uma unidade estrutural do colágeno. Elas apresentam grande resistência à tração, flexibilidade considerável e não são distensíveis. As fibras colágenas estão presentes em tendões, ligamentos e na túnica média de vasos sanguíneos, sendo as mais frequentes do tecido conjuntivo. Tecido Nervoso e Tecido Conjuntivo Ósseo Secundário O tecido nervoso é distribuído pelo organismo, interligando-se e formando uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso. Anatomicamente, este sistema é dividido em: sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo, constituintes neurais do sistema fotorreceptor e medula espinal, e sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos nervos e por pequenos agregados de células nervosas denominados gânglios nervosos. Os nervos são constituídos principalmentepor prolongamentos dos neurônios (células nervosas) situados no SNC ou nos gânglios nervosos. A delimitação do Tecido Nervoso é feita pelo Perineuro, uma forma de Tecido Conjuntivo Denso. Dessa forma, foi possível fazer uma série de correlações entre o tecido da periferia (prefixo Peri) e os tecidos centrais, geralmente o foco do estudo da lâmina. Por exemplo, o Pericôndrio seria o tecido delimitador do Tecido Conjuntivo Cartilaginoso, da mesma forma que o Perineuro delimita o Tecido Nervoso. De forma geral, o tecido nervoso é constituído basicamente por dois tipos de células: os neurônios e as células da glia, que otimizam a função daqueles. Os neurônios são as fibras nervosas, a unidade funcional do tecido nervoso, responsáveis por processar informações, recebendo e propagando impulsos nervosos. Os neurônios são morfologicamente ramificados, sendo divididos em três partes: os dendritos, o corpo celular (pericárdio) e o axônio. O tecido nervoso é componente do sistema nervoso, responsável por integrar as funções dos demais sistemas, influenciando de modo sensorial e motor e adaptando o organismo às alterações ambientais, promovendo contrações musculares voluntárias e involuntárias, alterando o funcionamento do sistema endócrino, modificando a respiração e a frequência cardíaca, dentre uma série de outras ações. Os nervos são conjuntos de axônios, desprovidos de corpo celular e dendritos, mas contendo células de Schwann, por exemplo. Já os gânglios, apresentam neurônios completos, não apenas com o axônio. É válido salientar que os neurônios não estão distribuídos de maneira uniforme pelo organismo, e que eles podem ser motores, sensoriais e interneurônios, de acordo com sua função. As células da glia são os oligodendrócitos, produtores da mielina do SNC, responsáveis por aproximar os pericárdios neuronais; os astrócitos, responsáveis por envolver os capilares sanguíneos, estando presentes entre capilares e neurônios para controlar a entrada de substâncias no SNC, formando assim a barreira hematoencefálica; e as células da microglia, de função macrofágica. Além disso, há as células satélites, que apoiam os corpos celulares de neurônios no gânglios do SNP, como um tecido conjuntivo ocupando o espaço. Elas podem se especializar em células de Schwann em caso de lesão. Já o tecido ósseo é o componente principal do esqueleto, serve de suporte para os tecidos moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e torácica, bem como no canal raquidiano. Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue, proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis, e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular. Além dessas funções, os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada. Nesse Tecido, as lacunas características do Tecido Conjuntivo se encontram numa demarcação concêntrica, formando as lamelas, cujo centro comum são os próprios Canais de Havers, por onde passam vasos e canais no interior do osso de maneira longitudinal, paralela ao longo eixo. Além disso, há os Canais de Volkmann (perfurantes), responsáveis pela comunicação dos Canais de Havers entre si e com a cavidade medular e a superfície externa do osso. O tecido ósseo apresenta consistência rígida e seria um tecido conjuntivo mineralizado. Ele sustenta o peso corporal, protege órgãos vitais, apoia os músculos oferecendo fixações para sua origem e inserção, além de depositar cálcio e fósforo, principalmente. Quanto às células do tecido ósseo, os osteoclastos são resultado da fusão de monócitos, sendo células multinucleadas cuja função principal é a mesma de um macrófago: digestão intracelular. Por ter muitos núcleos, o osteoclasto manda mais informações genéticas, uma vez que produz componentes proteicos em grande quantidade em maior velocidade. Ele apresenta enzimas para degradar e remodelar a matriz óssea, estando presente em lacunas de formato estrelado. Os osteoblastos são células jovens com intensa atividade metabólica, produzindo colágeno tipo I da matriz extracelular, além também de proteoglicanas e proteínas adesivas da mesma. Os osteoblastos são precursores dos osteócitos, células com prolongamentos que ocupam as lacunas da matriz óssea. O tecido ósseo secundário (lamelar) é a variedade geralmente encontrada no adulto. Sua principal característica é conter fibras colágenas organizadas em lamelas de 3 a 7 µm de espessura, que ficam paralelas umas às outras ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando os sistemas de Havers ou ósteons. As lacunas que contêm osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas, porém algumas vezes estão dentro delas. Em cada lamela, as fibras colágenas são paralelas umas às outras. Separando grupos de lamelas, ocorre frequentemente o acúmulo de uma substância cimentante que consiste em matriz mineralizada, porém, com pouquíssimo colágeno. CONSIDERAÇÕES FINAIS As aulas práticas da disciplina de histologia ministradas no laboratório de microscopia pelo professor Vandilson Rodrigues têm mostrado ser de grande importância para o aprendizado dos estudantes de medicina da Universidade Federal do Maranhão - Cidade Universitária. Essas aulas práticas consistem na apresentação de lâminas com cortes histológicos representando tecidos e sistema do organismo, estas estão inseridas durante o primeiro e o segundo módulo do primeiro semestre do curso de Medicina. Essas práticas têm como objetivo proporcionar conhecimentos básicos de histologia, tornando o aluno capaz de identificar através da microscopia os componentes estruturais dos diversos tecidos e órgãos que compõem o organismo humano, de estabelecer as relações entre as estruturas microscópicas dos tecidos e órgãos e suas funções normais, de reconhecer a importância do conhecimento da ultraestrutura para a compreensão dos mecanismos de ação celulares e orgânicos, e de valorizar a importância do estudo da histologia normal como meio de estabelecer diferenças entre o normal e o patológico. O estudo histológico abrange não só a descrição e morfologia desses constituintes, mas também parte da fisiologia e da citologia envolvidas com os processos relacionados ao seu objeto central: células, tecidos e órgãos. Nesse sentido, foi abordada desde o início do período a divisão dos estudos em anatomia, considerando a anatomia macroscópica a observação direta das peças e cortes anatômicos. Durante os dois primeiros módulos ministrados pelo professor Vandilson, a anatomia microscópica foi o foco de aulas teóricas e práticas, indo desde o preparo de lâminas para observação óptica até a histologia de sistemas complexos como o nervoso. É inegável a importância desse estudo no sentido da formação médica, principalmente considerando uma série de correlações clínicas existentes entre patologias e a morfologia de tecidos e organelas. Foram abordados, ainda, conteúdos essenciais de citologia e histoquímica, que são de grade importância curriculares em Aspectos Morfofuncionais do Ser Humano I. Esse tipo de abordagem é essencial para um entendimento mais abrangente a respeito do organismo humano, considerando que a histologia não apresenta sua lógica de forma alheia à bioquímica e à farmacologia, por exemplo. A literatura foi um aliado clássico e indispensável para o aprofundamento na histologia. A metodologia aplicada, portanto, não deve ser ignorada ao analisar as contribuições da disciplina para a formação profissional dos alunos. Por fim, as práticas desenvolvidas de uma forma mais ativa por parte dos discentes promoveram o desenvolvimento de mais inclinação dos alunos a se interessar não só pelos conteúdos em questão, mas pelo saber científico em geral. Pode-se concluir, pois, que estas aulas são de fundamental importância para o processo de ensino-aprendizagem e fixação do conhecimento. Portanto, devem ser valorizadas e cada vez mais aperfeiçoadas.REFERÊNCIAS JUNQUEIRA, L.c.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Grupo Editorial Nacional, 2013.; LIMA, Ciro de Oliveira et al. Análise da importância das aulas práticas de Histologia no processo de ensino-aprendizagem dos acadêmicos de Medicina. In: ENCONTRO UNIVERSITÁRIO DA UFC NO CARIRI, 3., 2011, Juazeiro do Norte-ce; LEAL, Luiz Henrique Monteiro. Fundamentos de microscopia. Rio de Janeiro: UERJ, 2000. MELO, Rosana C. N. Células e microscopia: princípios básicos e práticas. Minas Gerais: EDUFJF, 2003. https://www.sobiologia.com.br/