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Aula-extra 1.2 Português p/ EBSERH - 2016 (Todos os Cargos) Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror Aula-extra 1.2: figuras de estilo. Significação contextual de palavras e expressões SUMÁRIO PÁGINA 1. Campos semânticos 1 2. Sentido e emprego de vocábulos 4 3. Figuras de linguagem 17 4. Lista de questões para revisão 40 5. Gabarito 59 Olá, pessoal! Vamos a mais uma aula!!!!! A fim de ampliar o conteúdo, como tenho feito em aulas anteriores, vou lançar mão de algumas questões de outras bancas. Assim, podemos ser bem didáticos e vamos entender passo a passo cada tópico. Lembro que, ao final de nosso curso, vamos disponibilizar aulas-extras em vídeo com resoluções de provas da banca AOCP. Tudo isso para que você tenha o conteúdo mais focado possível e nada será novidade para você no dia da prova. Vamos ao primeiro tópico: Campos semânticos As palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto. Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz s partes do corpo humano azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás s cores martelo, serrote, alicate, torno, enxada s ferramentas batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba s legumes Observações a) Também constituem campos semânticos palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho, embora não pertençam a um grupo delimitado; mas a associação entre elas é evidente. b) As palavras podem pertencer a campos semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora, citada há pouco. Ela também serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo grupo de palavras. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 1 DE 59 c) Essas palavras também podem ser associadas no grupo de hiperônimos e hipônimos que serão vistos em seguida. Hiperônimo: Quando há vocábulos reunidos em grupo fazendo parte um mesmo campo semântico, podem-se associar esses vocábulos aos hiperônimos e hipônimos. O prefixo “hiper” e “hipo” significam, respectivamente, generalização e especificação. Assim, hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais abrangente do que o do seu hipônimo (vocabulário de sentido mais específico). Por exemplo: Legume (sentido mais geral) é hiperônimo de batata (sentido mais específico). Fruta (sentido mais geral) é hiperônimo de abacaxi (sentido mais específico). Doença (sentido mais geral) é hiperônimo de catapora (sentido mais específico) Por associação, hipônimo são palavras que se relacionam pelo sentido dentro de um conjunto, ligando-se por afinidade ou por um ser parte do outro. Por exemplo: Banana ou laranja (sentido mais específico) são hipônimos de fruta (sentido mais geral) Azul ou preto (sentido mais específico) são hipônimos de cor (sentido mais geral) Alface ou couve (sentido mais específico) são hipônimos de verdura (sentido mais geral) Veja o que acontece com as palavras doença e gripe – doença é hiperônimo de gripe porque em seu significado contém o de gripe e o sentido de mais uma série de palavras como dengue, malária, câncer. Então se conclui que gripe é hipônimo de doença. A relação existente entre hiperônimo e hipônimo é fundamental para a coesão textual. Exemplo: Grupos de refugiados chegam diariamente do sertão castigado pela seca. São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas. Note que a palavra “pessoas” é um hiperônimo da palavra “refugiados”, uma vez que “pessoas” apresenta um significado mais abrangente que seu hipônimo “refugiados”. Outro exemplo: Dois soldados da Polícia Militar foram baleados na noite de ontem. O comandante da operação informou que os militares já estão fora de perigo. Neste exemplo, a palavra “militares” é um hiperônimo da palavra “soldados” e foi utilizado para evitar a repetição do substantivo anteriormente expresso. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 2 DE 59 Questão 1: ALERJ 2011 Assessoramento às Comissões (banca CEPERJ) Fragmento do texto: Decência e genuína seriedade são os requisitos exigidos de homens dedicados à coisa pública. A palavra “requisitos” guarda, com as palavras “decência” e “seriedade”, relação semântico-coesiva de: A) sinonímia B) polissemia C) paronímia D) hiperonímia E) antonímia Comentário: Note que a palavra “requisitos” tem valor geral, e as palavras “Decência” e “genuína” têm valor específico. Por isso, a palavra “requisitos” é um hiperônimo (valor geral). Gabarito: D Questão 2: DPE RS 2010 (banca FCC) Fragmento do texto: O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais. A palavra animais estabelece ligações com espécies que estão em extinção. Qual a propriedade semântica dessa relação? (A) Hiperonímia. (B) Sinonímia. (C) Homonímia. (D) Paronímia. (E) Antonímia. Comentário: Entre a palavra “animais” (nome mais específico) e “espécie” (nome mais generalizado), há um desnível. Há várias espécies (humana, vegetal, animal etc). Assim, “animais” está dentro do grupo de “espécies”. Portanto, há uma relação de hiperonímia: “espécies” é hiperônimo e “animais” é hipônimo. Quanto às demais alternativas, a sinonímia trabalha o mesmo valor semântico entre as palavras (estudante/aluno/discente). A homonímia trabalha a mesma palavra com significado diferente: manga (de roupa), manga “fruta” e manga “tubo de vidro ou cristal para lâmpadas”. A paronímia trabalha palavras parecidas, mas com sentidos diferentes: deferir/diferir, infligir/infringir. A antonímia trabalha o sentido oposto das palavras (mau/bom; feliz/triste). Gabarito: A Questão 3: Petrobras / 2010 / Superior (banca Cesgranrio) Fragmento do texto: Como podemos superar esses momentos? Como fazer para evitar esses erros súbitos? Perguntas a que também quero responder, afinal, sou humano e cometo todos os erros inerentes a minha condição, contudo, posso afirmar que o mundo não acaba amanhã e, retirando a morte, as decisões podem ser adiadas, lembrando que algumas delas geram ônus e Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 3 DE 59 multas. No direito e na medicina isso é mais complexo, mas em muitas outras áreas isso é perfeitamente aceito. A máxima de que “não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer hoje” não é tão máxima assim. Devemos lembrar que nada é absoluto, mas relativo. Uma coisa faz muito sentido nesse tema: não deixe entrar aquilo de que você tem dúvida; se deixar, limite o espaço. Analise o trecho: “Uma coisa faz muito sentido nesse tema: não deixe entrar aquilo de que você tem dúvida;” Qual das palavras a seguir confere sentido mais específico à palavra “coisa”? (A) Insegurança. (B) Situação. (C) Atitude. (D) Distorção. (E) Configuração. Comentário: A palavra “coisa” tem sentido generalizante. A questão quer uma palavra que especifique o sentido. Pela estrutura sintática, percebemos que a palavra “coisa” seráespecificada após os dois-pontos. Na oração após os dois-pontos, há uma atitude a ser tomada (“não deixe entrar aquilo de que você tem dúvida”). Veja: “Uma coisa faz muito sentido nesse tema: não deixe entrar ...” Assim, entendemos que a palavra “coisa” se refere a uma atitude (alternativa C). Gabarito: C Sentido e emprego dos vocábulos. Basicamente o sentido dos vocábulos tem relação com a sinonímia, antonímia e polissemia. Sinonímia: é um item de suma importância para a interpretação de textos e também para a coesão referencial, pois se pode retomar palavra anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando a repetição viciosa. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto. O comprimento da sala é de oito metros. A extensão da sala é de oito metros. A substituição de comprimento por extensão não altera o sentido da frase, pois os termos são sinônimos. Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da língua portuguesa falando mais alto. Pode- se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei. Esse tema tem relação direta com a interpretação de texto. A prova normalmente lista expressões com o mesmo sentido contextual. Então o que é mais importante é a atenção na interpretação. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 4 DE 59 TCE BA 2013 – Analista de Controle Externo (banca FGV) Retrato da violência A entrega do Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência Contra a Mulher (CPど MIVCM) à presidente Dilma Rousseff, em sessão solene do Congresso Nacional, foi um marco na luta das mulheres brasileiras pela garantia de seus direitos, principalmente, o enfrentamento à violência de gênero. O relatório se constitui no mais completo diagnóstico sobre a situação das políticas públicas de enfrentamento a esse tipo de violência no Brasil, e o ato de sua entrega representou o compromisso dos poderes Executivo e Legislativo com a luta das mulheres brasileiras, por igualdade nas relações de gênero em todos os espaços da vida em sociedade. A presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso de adotar as propostas da CPMI na implementação de políticas públicas para combater a violência doméstica e sexual no país. No Senado, já estão em tramitação os projetos apresentados pela CPMI. Na semana passada, foram aprovados quatro, que seguem, agora para a Câmara dos Deputados. São eles: o que classifica a violência doméstica como crime de tortura; o que garante o atendimento especializado no SUS às vítimas de violência; o que assegura benefício temporário da Previdência às vítimas, e, o que exige rapidez na análise do pedido de prisão preventiva para os agressores. Outros três projetos já estão em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCI) do Senado. Decorrente da preocupação com o fato de o Brasil ocupar o 7º lugar entre os 84 países que mais matam mulheres em todo o mundo, com uma taxa de homicídios de 4,6 assassinatos em cada grupo de 100 mil mulheres, a CPMI faz 73 recomendações aos três poderes constituídos e aos estados visitados. Todas as recomendações se fazem procedentes. A sociedade brasileira conhece o incômodo problema de violência contra a mulher. Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular revela que 54% das pessoas entrevistadas disseram conhecer uma mulher que já foi agredida por um parceiro, enquanto 56% afirmaram que conhecem um homem que já agrediu uma companheira. Fragmentos desta realidade estão nas 1.045 páginas do relatório final da CPMI com o panorama da violência doméstica e sexual que é praticada contra as mulheres em todos os estados brasileiros, por companheiros, namorados ou exどmaridos. (Ana Rita e Ângela Portela, senadoras) Questão 4: No texto há uma série de referências à vida política. Nesse sentido, assinale a alternativa em que a explicação dada é inadequada. (A) Comissão Parlamentar Mista de Inquérito = comissão destinada à investigação de algo, formada por parlamentares de diferentes partidos. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 5 DE 59 (B) Sessão solene = sessão formada especialmente para a celebração de ato político ou de homenagem. (C) Políticas públicas = atos políticos que se destinam à proteção das camadas populares. (D) Tramitação de projetos = percurso jurídico e político de um projeto. (E) Implementação de políticas = medidas de efetivação dessas políticas. Comentário: A alternativa (A) está correta, pois tal comissão realmente é constituída de parlamentares de diferentes partidos com o objetivo de investigar algo. A alternativa (B) está correta, pois ato solene tem o objetivo de celebração. O contexto nos deixa claro que há a celebração por ser um marco na luta das mulheres brasileiras pela garantia de seus direitos. A alternativa (C) é a errada, haja vista que o contexto nos mostra que tais políticas são voltadas ao enfrentamento à violência contra a mulher. Certamente, tal problema não é típico apenas das camadas populares, como afirma esta alternativa, por isso há erro. A alternativa (D) está correta, poi s “tramitação” significa percorrer. Tal projeto tem efeito jurídico e político. Por isso, “tramitação de projetos” significa percurso jurídico e político de um projeto. A alternativa (E) está correta, pois implementar significa efetivar, isto é, ações que efetivem algo. Gabarito: C Questão 5: “...foi um marco na luta das mulheres brasileiras pela garantia de seus direitos, principalmente, o enfrentamento à violência de gênero”. O termo sublinhado tem a função textual de (A) enfatizar a afirmação anterior. (B) retificar uma informação dada. (C) ressaltar o alcance político do projeto. (D) destacar um fato particular. (E) explicitar quais os direitos aludidos anteriormente. Comentário: O advérbio “principalmente” tem o valor de restringir, de afunilar determinada situação ou determinado grupo perante outros, dando- lhe destaque, sobreposição. Assim, entendemos que houve um marco na luta das mulheres brasileiras pela garantia de seus direitos, destacando dentre eles o enfrentamento à violência de gênero. Assim, cabe a alternativa (D) como a correta. Cabe observar que a expressão “fato particular”, nesta alternativa, não tem relação com fato envolvendo uma única pessoa, como supostamente alguns poderiam interpretar. Na realidade, particular aí não tem vínculo pessoal, mas especificador, restringindo, afunilando a um tema: a violência contra a mulher. A alternativa (A) está errada, pois não se quis enfatizar o elemento anterior (direitos), mas o posterior: o enfrentamento à violência de gênero. A alternativa (B) está errada, pois não houve retificação (correção) de informação anterior. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 6 DE 59 A alternativa (C) está errada, pois não houve um alcance apenas político, mas também jurídico. A alternativa (E) está errada, pois não se quis explicar o elemento anterior (direitos). Gabarito: D Questão 6: “Fragmentos desta realidade estão nas 1.045 páginas do relatório final da CPMI com o panorama da violência doméstica e sexual que é praticada contra as mulheres em todos os estados brasileiros”. O vocábulo sublinhado no início do segmento do texto acima significa que (A) os fatos apresentados são incompletos.(B) os dados fornecidos são passíveis de crítica. (C) os casos narrados são fornecidos por vítimas receosas de vingança. (D) as informações exemplificam problemas diversos. (E) os testemunhos prestados são falhos. Comentário: Pelo contexto, podemos observar que “fragmentos desta realidade” são exemplos concretos, fatos dessa situação, os quais compuseram o relatório final da CPMI com o panorama da violência doméstica e sexual contra as mulheres. Agora, devemos encontrar uma alternativa que de certa forma confirme essa ideia. A alternativa (A) está errada, pois a palavra “fragmentos” não está sendo empregada com o sentido de ação incompleta, mas apenas de recorte importante de fatos que comprovam a relevância do tema. A alternativa (B) está errada, pois a palavra “fragmentos” inicia expressão de comprovação da informação anterior. Assim, não se entende abertura para críticas. A alternativa (C) está errada, pois a informação de que haveria casos fornecidos por vítimas receosas de vingança extrapolou os dados do texto e não se confirma neles. A alternativa (D) é a correta. Veja que ela é bem generalista: as informações exemplificam problemas diversos. O texto anteriormente informou a respeito de que, em mais da metade das pessoas entrevistadas, a agressão ocorre pelo próprio parceiro. Além disso, 56% afirmaram que conhecem um homem que já agrediu uma companheira. Assim, essas informações exemplificam o problema psicológico que envolve a família, o mascaramento do problema por ser agressão dentro de casa, o contexto com os filhos, dentre tantos outros problemas que advêm disso. A alternativa (E) está errada, pois o texto não abre a possibilidade de interpretação de que os testemunhos foram falhos. Gabarito: D Questão 7: SSP AM 2015 Técnico de nível superior (banca FGV) “Quatro argumentos para acabar com a televisão” – Jerry Mander Este livro é o primeiro a sustentar que a televisão não pode ser melhorada. Os problemas da televisão inerentes à própria tecnologia são tão perigosos – para a saúde física e mental para o meio ambiente e para a evolução democrática – Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 7 DE 59 que este instrumento de massas deveria ser eliminado. Associando as suas experiências pessoais a uma investigação meticulosa e inédita, o autor aborda aspectos da televisão raramente examinados e que nunca antes dele tinham sido relacionados. A ideia de que todas as tecnologias são “neutras” e constituem instrumentos benignos que podem ser utilizados bem ou mal é assim abertamente posta em causa nesta obra. Falar duma reforma da televisão segundo o autor é tão «absurdo como falar da reforma duma tecnologia como a do armamento». “...é assim abertamente posta em causa nesta obra”; a expressão sublinhada significa que a ideia destacada vai ser: (A) confirmada; (B) corrigida; (C) discutida; (D) combatida; (E) ampliada. Comentário: Quando se põe em causa um assunto, quer-se o debate. Assim, o autor afirma que a ideia de que todas as tecnologias são “neutras” e constituem instrumentos benignos que podem ser utilizados bem ou mal é assim abertamente discutida, debatida na obra. Assim, a alternativa correta é a (C). Gabarito: C Questão 8: FIOTEC 2010 Agente Comunitário (banca Funrio) Fragmento do texto: Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe. Em “desenvolvimento cognitivo e emocional”, “cognitivo” refere-se a A) afeto. B) conhecimento. C) equilíbrio. D) sentimento. E) comoção. Comentário: Cognitivo é tudo aquilo que tem relação com cognição, conhecimento. Assim, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B Questão 9: Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012 (banca ESAF) Fragmento do texto: A democracia de 1985, aliás, foi além da instituída em 1946, porque permitiu o voto do analfabeto, liberou os partidos comunistas e, com o voto eletrônico e a propaganda na TV, fez despencar a fraude e a influência do coronelismo. Então, por que teimamos em renegar nossa responsabilidade na escolha de maus políticos? Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O sentido do verbo “renegar”, tal como empregado na penúltima linha do texto, equivale ao de renunciar, rejeitar, prescindir de. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 8 DE 59 Comentário: A afirmativa está correta, pois “renegar” tem o sentido de “dispensar”, “renunciar”, “rejeitar”. Note que imprescindível é aquilo que é necessário, então a expressão “prescindir de” é o contrário, isto é, dispensar, rejeitar. Gabarito: C Questão 10: Secretaria de Fazenda RJ 2010 (banca ESAF) Assinale a opção incorreta em relação ao texto abaixo. 1 O desemprego é cruel porque solapa um dos mais importantes valores do homem: a dignidade. Dezenas de utopias e de arquiteturas sociais foram construídas ao longo dos séculos com o objetivo de imunizar a sociedade dessa praga. Especialmente na Europa Ocidental, os governos 5 trataram de prover seus países de mecanismos de contenção dos choques provocados pela falta de trabalho: seguro-desemprego, bolsa- alimentação, previdência social e outros. Alguns observam que os resultados não são expressivos. Outro jeito de avaliá- los é levar em conta os enormes estragos econômicos, sociais e 10 principalmente políticos que sobreviriam se toda essa estrutura de seguridade social não tivesse sido montada. (Celso Ming, O Estado de S. Paulo, 2/6/2010, com adaptações) a) O termo “porque”( .1) estabelece uma relação de causa e consequência entre as ideias do período. b) A palavra “solapa”( .1) está sendo empregada no sentido de destrói, abala, mina. c) O trecho “Dezenas de utopias e de arquiteturas sociais foram construídas”( .2 e 3) admite ser corretamente substituído por Construíram-se dezenas de utopias e de arquiteturas sociais. d) A expressão “dessa praga”( .4) retoma de forma coesiva a ideia de “desemprego”. e) Em “avaliá-los”( .9) o pronome “-los” retoma o antecedente “Alguns”. Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a conjunção “porque” inicia uma oração subordinada adverbial causal. Veja que podemos substituir esta conjunção por “pois”, “porquanto”, “já que” etc. Veja: O desemprego é cruel pois solapa um dos mais importantes valores do homem: a dignidade. O desemprego é cruel já que solapa um dos mais importantes valores do homem: a dignidade. Quando há uma oração subordinada adverbial causal, temos o motivo da informação da oração principal, a qual é entendida como consequência. Assim, percebemos que “O desemprego é cruel” é a oração principal e possui o valor de consequência (resultado), e o motivo (a origem) é expresso pela oração “porque solapa um dos mais importantes valores do homem: a dignidade”. A alternativa (B) está correta, pois o verbo “solapar” tem o sentido de arruinar, destruir. Assim, subentendemos também os verbos “abalar” e “minar”. A alternativa (C) está correta. Houve apenas a transformação da voz passiva analítica em sintética. O verbo “Construíram” é transitivo direto, “se” é Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 9 DE 59 o pronome apassivador, e o sujeito paciente é “dezenas de utopias e de arquiteturas sociais” A alternativa (D) está correta. Veja que “desemprego” é caracterizado como “cruel”. Isso permite que o autor utilize um vocábulo depreciativo,como “praga” para fazer referência a ele. A alternativa (E) é a errada, pois o pronome “-los” retoma o substantivo “resultados”, e não o pronome “Alguns”. Gabarito: E Questão 11: Secretaria de Fazenda RJ 2010 (banca ESAF) 1 Se a primeira etapa da crise mundial, deflagrada por insolvências no mercado de hipotecas americano, serviu de álibi para o governo partir do diagnóstico correto de que era preciso aumentar os gastos para executar os gastos errados — por não poderem ser cortados depois, na 5 hora de evitar pressões inflacionárias —, agora a crise na Europa mostra o outro lado dessas liberalidades fiscais: a quebra técnica de países. Entre as causas dos desequilíbrios orçamentários acham-se injeções de recursos no mercado para evitar a desestabilização total do sistema financeiro, criando déficits agravados pela recessão de 2009 e a 10 consequente retração na coleta de impostos. Mas há também muita irresponsabilidade na concessão de aumentos a servidores públicos, ampliação insensata de benefícios previdenciários e assistenciais. Os desequilíbrios europeus, mais graves na Grécia, na Espanha, em Portugal, na Irlanda e na Itália, funcionam como peça pedagógica para 15 Brasília, onde muitos bilhões em aumento de despesas têm sido contratados. (O Globo, Editorial, 28/5/2010) Assinale a opção que apresenta o sentido em que a palavra está sendo empregada no texto. a) deflagrada( .1) terminada b) insolvências( .1) inadimplências c) álibi( .2) acusação d) injeções( .8) subtrações e) pedagógica( .14) deseducativa Comentário: A alternativa (A) está errada, porque o vocábulo “deflagrada” tem o sentido de “ocorrida”. Note que “terminada” tem o sentido de finalizada. Assim, está fora do que o contexto permite interpretar. A alternativa (B) é a correta, porque “ solvência” é a qualidade do “solvente” (aquele que paga). Com a inserção do prefixo de negação “in”, temos o vocábulo “insolvência” tendo, então, o sentido contrário: aquele que não paga (inadimplente). A alternativa (C) está errada, pois “álibi” é o meio de defesa que o réu apresenta provando sua presença, no momento do crime ou do delito, em lugar diferente daquele em que este foi cometido. Já “acusação” é a imputação do crime, incriminação. A alternativa (D) está errada, pois “injeções” tem sentido de adição e não de subtração. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 10 DE 59 A alternativa (E) está errada, pois “pedagógica” é referente à educação. Já o adjetivo “deseducativa” é o contrário. Gabarito: B Antonímia Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto. Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso. Questão 12: SSP AM 2015 – Assistente Operacional (banca FGV) “Numa esquina perigosa, conhecida por sua má sinalização e pelas batidas que lá ocorrem, há um acidente de automóvel. Como o motorista de um dos carros está visivelmente errado, o guarda a ele se dirige propondo abertamente esquecer o caso por uma boa propina.” Nesse segmento do texto 1 os termos sublinhados NÃO podem ser considerados antônimos; o mesmo ocorre na frase abaixo: (A) Uma boa fiscalização reprime a má conduta de motoristas. (B) Uma má sinalização não indica uma boa administração. (C) Uma má conduta é sempre seguida de uma boa repreensão. (D) Um bom motorista não dá maus exemplos. (E) Um bom automóvel não pode ter maus freios. Comentário: No pedido da questão, a palavra “má” indica a qualidade ruim da sinalização. A palavra “boa” significa grande quantidade. Assim como neste contexto não ocorrem antônimos (sentidos opostos), devemos achar uma alternativa que também não haja esse sentido oposto. Na alternativa (A), “boa” e “má” transmitem sentidos opostos. O primeiro com valor positivo e o segundo negativo. Assim também percebemos nas alternativas (B), (D) e (E). Porém, na alternativa (C), o adjetivo “má” transmite uma ideia de característica negativa, enquanto “boa” transmite uma intensificação, isto é, uma repreensão exemplar, profunda. Assim, não são antônimos. Gabarito: C Questão 13: TJ RJ 2015 – Analista Judiciário (banca FGV) “A realidade não é bela nem feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente, não há maniqueísmo.” O par de palavras abaixo que obedece ao mesmo padrão dos adjetivos (bela/feia, justa/injusta, exultante/deprimente) no segmento destacado é: a) transferido/mantido; b) inédito/desconhecido; c) impávido/orgulhoso; d) eficaz/eficiente; e) habitual/inóspito. Comentário: Os pares marcam uma relação antônima, isto é, de sentidos contrários. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 11 DE 59 Assim, a alternativa (A) é a correta, pois “transferido” transmite uma ideia de mudança; já “mantido” uma ideia de estagnação. Assim, há antônimo, oposição! Na alternativa (B), “inédito” tem sentido daquilo que é original, incomum; já “desconhecido” significa aquilo que não é conhecido. Não são palavras sinônimas, nem antônimas. Na alternativa (C), “impávido” tem sentido de destemido; já “orgulhoso” é aquele que é altivo, vaidoso. Não são palavras sinônimas, nem antônimas. Na alternativa (D), de certa forma “eficaz” e “eficiente” têm aproximação semântica. Em determinadas áreas profissionais, há diferença de aplicação. Mesmo assim, os dicionários as caracterizam como sinônimas. Na alternativa (E), “inóspito” é o lugar de difícil acesso, em que não se consegue viver; já “habitual” é aquilo que é comum, rotineiro. Não são palavras sinônimas, nem antônimas. Gabarito: A Questão 14: Prefeitura de Recife 2015 Agente (banca FGV) Entrevista com Maria Egler Mantoan O que é inclusão? É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. Que benefícios a inclusão traz a alunos e professores? A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito à educação. (Extraído de www.revistaescola.abril.com.br) Assinale a alternativa que, segundo o texto, apresenta a oposição entre não inclusão e inclusão. (A) estar junto X estar com (B) conviver X compartilhar Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 12 DE 59 (C) interagir X aglomerar (D) comprometimento mental X superdotados (E) entender X reconhecer Comentário: Note que a questão não pede apenas uma simples relação de oposição, mas tal relação entre a não inclusão e a inclusão. Assim,percebemos que o primeiro parágrafo conceitua a inclusão, com expressões que envolvem o compartilhamento, como “entender e reconhecer o outro”, “conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós”. Porém, no segundo parágrafo, o conectivo “Já” transmite valor de contraste, oposição, entre apenas estar junto, aglomerando-se, e estar com alguém, interagindo com o outro. Dessa forma, conseguimos perceber que o conectivo “já” reforça a oposição entre “estar junto” e “estar com”, pois o segundo transmite a ideia de compartilhamento, algo que o primeiro não contém. A alternativa correta, portanto, é a (A). Gabarito: A Questão 15: PROMINP / 2010 / Superior (banca Cesgranrio) Fragmento do texto: O esquema é tão organizado que, além dos uniformes produzidos e bancados pelos próprios jogadores, um juiz profissional é convocado para apitar a partida. A árdua missão de pôr ordem na casa fica para o professor Rafael. Para ele, a regra é clara. De acordo com o fragmento, o professor Rafael tem uma “...árdua missão...”. Dentre as palavras abaixo, aquela que significa o CONTRÁRIO da palavra em destaque é (A) difícil. (B) trabalhosa. (C) complicada. (D) fácil. (E) penosa. Comentário: Pelo contexto e pelo valor semântico da palavra, não resta dúvida de que o contrário de “árduo” é “fácil”. Gabarito: D Polissemia: capacidade que as palavras têm de assumir significados variados de acordo com o contexto. Ele anda muito. Mário anda doente. Aquele executivo só anda de avião. Meu relógio não anda mais. O verbo andar tem origem no latim ambulare. Possui inúmeros significados em português, dos quais destacamos apenas quatro. Trata-se, pois, de uma mesma palavra, de uso diverso na língua. Nas frases do exemplo, significa, respectivamente, caminhar, estar, viajar e funcionar. Questão 16: DPE RO 2015 – Técnico Administrativo (banca FGV) “O programa de medicamentos genéricos, criado no Brasil em 1999 com a promulgação da Lei 9787, se deu três anos após o país voltar a respeitar o direito de patentes...”. Nesse segmento do texto, o verbo “dar” mostra o sentido de “ocorrer”; a opção em que o sentido desse mesmo verbo está corretamente indicado é: (A) deu o dinheiro a um necessitado / ceder, entregar; (B) deram-lhe uma joia pelo quadro / oferecer; Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 13 DE 59 (C) deram-lhe 100 mil pela estatueta / trocar; (D) deu na TV que vai chover / assistir; (E) elas sempre se dão bem nas provas / pensar, refletir. Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois se entende que alguém entregou o dinheiro (doou) a um necessitado. Na alternativa (B), o verbo “deram” tem o sentido de “troca”: trocaram uma joia pelo quadro. Na alternativa (C), tem o sentido de pagamento: pagaram-lhe 100 mil reais pela estatueta. Na alternativa (D), tem o sentido de informação, afirmação, cientificação: informou-se na TV que vai chover. Na alternativa (E), tem o sentido de bom desempenho: elas sempre têm bom desempenho nas provas. Gabarito: A Questão 17: TCE BA 2013 – Agente público (banca FGV) Fragmento do texto: As cidades são os centros da atividade econômica da Europa, assim como da inovação e do emprego. Mas também elas se debatem com uma série de problemas, nomeadamente, a tendência para a suburbanização, a concentração da pobreza e do desemprego em zonas urbanas e os problemas resultantes de um crescente congestionamento. Problemas tão complexos como esses requerem imediatamente respostas integradas a nível dos transportes, da habitação, da formação e do emprego, bem como respostas adaptadas às necessidades locais. As políticas regional e de coesão europeias têm como objetivo fazer face a estes desafios. Foram afetados cerca de 21,1 milhões de euros ao desenvolvimento urbano para o período entre 2007 e 2013, o que representa 6,1% do orçamento total da política de coesão europeia. Desse montante, 3,4 mil milhões de euros destinamど se à reabilitação de sítios industriais e terrenos contaminados, 9,8 mil milhões de euros a projetos de regeneração urbana e rural, 7 mil milhões de euros a transportes urbanos limpos e 917 milhões de euros à habitação. Outros investimentos em infraestrutura nos domínios da investigação e da inovação, dos transportes, do ambiente, da educação, da saúde e da cultura têm também um impacto significativo nas cidades. “Foram afetados cerca de 21,1 milhões de euros ao desenvolvimento urbano para o período entre 2007 e 2013”. O verbo “afetar”, nesse segmento do texto, tem o seguinte significado: (A) “fingir; simular”. (B) “produzir lesão em”. (C) “afligir, comover, abalar”. (D) “aplicar em”. (E) “apresentar a forma de”. Comentário: O verbo “afetar” tem vários sentidos possíveis: 1. Fingir; simular: A imagem de bonzinho afetou a de uma pessoa honesta. 2. Produzir lesão em; lesar: A tuberculose afetou-lhe o pulmão direito. 3. Afligir, comover, abalar: Afetou-o muito a morte do amigo. 4. Dizer respeito a; concernir, interessar: Afirmou que, naquilo que o afetava, Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 14 DE 59 nada tinha a opor. 5. Apresentar, imitar (a forma de uma coisa ou de um ser): afetar a forma de um losango. Mas cabe aqui mais um sentido, o que se encontra neste contexto. Veja que o verbo “afetar”, no texto, é transitivo direto e indireto e se encontra na voz passiva: Foram afetados cerca de 21,1 milhões de euros ao desenvolvimento urbano para o período entre 2007 e 2013. Assim, entendemos que cerca de 21,1 milhões de euros foram afetados ao desenvolvimento urbano para o período entre 2007 e 2013, isto é, aplicados no desenvolvimento urbano para o período entre 2007 e 2013. Assim, a alternativa correta só pode ser a (D). Gabarito: D Questão 18: FURP 2010 Assistente Administrativo (banca Funrio) TEXTO: TREM DAS ONZE Não posso ficar nem mais um minuto com você. Sinto muito, amor, mas não pode ser. Moro em Jaçanã... Se eu perder esse trem, Que sai agora às onze horas, Só amanhã de manhã. E além disso, mulher, tem outra coisa: Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar. Sou filho único, tenho minha casa para olhar. Eu não posso ficar... (Adoniran Barbosa: CD “Demônios da Garoa – série BIS”. EMI, 2007, disco 2, faixa 02) Ao dizer, quase ao final da canção, que tem “uma casa para olhar”, o eu-poético emprega o verbo olhar com o mesmo valor semântico que se encontra em A) A cartomante olhava as cartas uma a uma. B) A menina é tão nova e já olha o irmãozinho. C) Os atletas olhavam entusiasmados para o gramado. D) Alguns olhavam minhas ordens com desconfiança. E) Olhe bem suas palavras para não se arrepender. Comentário: A palavra “olhar”, no contexto da música, significa tomar conta, cuidar. Na alternativa (A), o verbo “olhar” significa simplesmente “ver”, “observar”. A alternativa (B) é a correta, pois se percebe que a menina, mesmo sendo nova, toma conta do irmão, tem cuidado com ele. Na alternativa (C), o verbo “olhar” significa simplesmente “ver”, “observar”. Na alternativa (D), o verbo “olhar” tem o sentido de “perceber”, “examinar”, “sondar”. Na alternativa (E), o verbo “olhe” tem o sentido de prestar atenção, tomar cuidado. Gabarito: B Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 15 DE 59 Questão 19: Investe Rio 2010 Administrador (banca Funrio) Indique a opção em que as duas formas do mesmo verbo portam o mesmo sentido. A) Com a finalidade de aplicar o que aprendera com seu avô, ele aplicou todos os seus recursos em ações imobiliárias. B) A baleia azul chega a atingir seismetros de comprimento e quase nunca chega às costas sul-americanas. C) Ele viu que realmente estava com sede quando viu o companheiro tomar um refrigerante estupidamente gelado. D) Chamará toda a turma para vir à reunião, quando vir que os desentendimentos foram todos superados. E) Com um marcador, ele destacou as partes do documento, para que só se destacasse o mais importante. Comentário: Na alternativa (A), a primeira ocorrência do verbo “aplicar” significa pôr em prática, empregar; a segunda ocorrência significa investir. Vamos reescrever a frase com sinônimos: Com a finalidade de empregar o que aprendera com seu avô, ele investiu todos os seus recursos em ações imobiliárias. Na alternativa (B), a primeira ocorrência do verbo “chegar” significa atingir um ponto, alcançar; a segunda ocorrência significa atingir certo lugar, ir. Vamos reescrever a frase com sinônimos: A baleia azul alcança seis metros de comprimento e quase nunca vai às costas sul-americanas. Na alternativa (C), a primeira ocorrência do verbo “ver” significa perceber; a segunda ocorrência significa olhar. Vamos reescrever a frase com sinônimos: Ele percebeu que realmente estava com sede quando olhou o companheiro tomar um refrigerante estupidamente gelado. Na alternativa (D), a primeira ocorrência de “vir” significa deslocar-se, chegar; a segunda ocorrência, na realidade, é o verbo “ver” flexionado no tempo futuro do subjuntivo “vir” (quando eu vir os meus amigos, quando tu vires meus amigos, quando ele vir os meus amigos, quando nós virmos os meus amigos, quando vós virdes os meus amigos, quando eles virem os meus amigos. Assim, a segunda ocorrência significa “ver”, “observar”, “olhar”. Veja: Chamará toda a turma para deslocar-se à reunião, quando observar que os desentendimentos foram todos superados. A alternativa (E) é a correta, pois “destacar”, nos dois contextos, significam fazer sobressair, dar vulto ou relevo a: Com um marcador, ele destacou as partes do documento, para que só se destacasse o mais importante. Gabarito: E Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 16 DE 59 Questão 20: Petrobras / 2010 / Superior (banca Cesgranrio) O valor semântico atribuído ao verbo dar, apresentado entre parênteses, está INCORRETO na frase (A) Lamentavelmente, deu pouco tempo do seu dia para uma reflexão. (dedicar) (B) Embora tivesse magoado algumas pessoas, não se deu conta. (percebeu) (C) Daqui a um tempo, dará por terminado o seu problema maior. (considerar) (D) O seu primeiro erro se deu quando tentou ajudar um amigo em apuros. (concedeu) (E) No presente, a vida se dá tão pessimista. (apresenta) Comentário: Note que, na alternativa (D), podemos entender que “conceder” significa doar, dar algo a alguém. Isso não ocorreu no contexto. Nesta frase, o verbo “dar” encontra-se no sentido de “ocorrer”. Gabarito: D Questão 21: PROMINP / 2010 / Médio (banca Cesgranrio) A sentença em que o verbo pegar apresenta-se com o mesmo sentido e integra a mesma construção sintática com que é usado em “ele pegou um balde grande de plástico,” é: (A) Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado. (B) Pegar um bom emprego é o objetivo de todos. (C) Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas. (D) Pegou no que era seu, deu adeus e foi embora. (E) Pegou sem cuidado o copo e deixou-o quebrar. Comentário: No contexto, o verbo “pegou” está no sentido de “apanhar”, “segurar”. (A): “pegam” tem o mesmo sentido de abstraem, entendem. (B): “Pegar” tem o mesmo sentido de conquistar, conseguir. (C): “Pegou” tem o mesmo sentido de receber algo por influência. (D): “Pegou” tem o mesmo sentido do verbo do pedido da questão: “apanhar”. Porém, a construção sintática é diferente. Este verbo é transitivo indireto, e o da frase da questão é transitivo direto. (E): “Pegou” tem o mesmo sentido da frase acima e a mesma regência: são transitivos diretos. Portanto, é a alternativa correta. Gabarito: E Figuras de linguagem. As palavras podem ser empregadas em sentido literal ou figurativo. Por esse motivo, elas são divididas em dois grupos: denotativo e conotativo. Denotação é o sentido literal da palavra. Por exemplo, podemos dizer: A onça é uma fera. O vocábulo “fera” significa “animal bravio e sentido literal. Mas, por associação, visto que as carnívoro”. Esse é o seu feras têm muita astúcia, Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 17 DE 59 agilidade, agressividade, esse vocábulo ganha uma dimensão além do literal. É o que chamamos de conotação. Este sentido normalmente aparece nos dicionários com a abreviatura “fig.”. Por associação à ideia de agilidade, podemos dizer: Ele é uma fera no computador. Podemos, também, associá-lo à braveza: O meu chefe está uma fera comigo. Vamos a mais alguns exemplos de denotação, agora com a palavra “joia”: Essa joia em seu pescoço está há várias gerações em nossa família. O rubi é uma joia que encanta meus olhos. Aquele vaso, provavelmente chinês, é uma joia de raro acabamento. Vamos comparar com o sentido conotativo: Ela é uma joia de menina. Que joia esse cachorrinho! Minha irmã se tornou uma joia muito especial. Assim, podemos perceber que algumas vezes o sentido denotativo de uma palavra é estendido a um sentido conotativo. Questão 22: DPE RO 2015 – Analista Contábil (banca FGV) “Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida pelos jovens. Evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção, assistência social são medidas que, se aplicadas no universo da população jovem, terão o condão, efetivamente, de reduzir a violência. Mas, em determinados casos, é preciso uma punição mais eficaz do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”. Nesse segmento do texto, o termo empregado em sentido conotativo (ou figurado) é: (A) punição; (B) remédio; (C) violência; (D) população; (E) Estatuto. Comentário: A alternativa (B) é a correta, porque “remédio” é o recurso que serve para combater uma dor, uma doença, um mal-estar! Tal sentido foi estendido conotativamente para aquilo que ajuda a resolver ou diminuir as consequências de uma falta ou erro. Assim, a punição não seria o único remédio para a violência, isto é, não resolveria sozinho o problema da violência. As demais palavras estão em seu sentido pleno, real, denotativo. Gabarito: B Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 18 DE 59 Questão 23: CTI 2012 Tecnologista Pleno (banca Funrio) Fragmento do texto: “Depois de liderar uma tocaia contra o inimigo de seu patrão, o jagunço Natário da Fonseca recebe alguns alqueires próximos ao palco da matança, onde passa a cultivar cacau. A chegada de comerciantes, prostitutas e ex-escravos dá vida e contorno ao comércio do arraial.” (Revista Literatura, nº 43. Junho/2012, p.64) Listam-se abaixo alternativas que contêm vocábulos retirados do texto. Assinale aquela em que se indica um termo cujo sentido não está em consonância com o que foi assumido no texto. A) alqueire: medida agrária, ainda usada no Brasil. B) ex-escravos: pessoas que deixaram de ser escravizadas. C) jagunço: capanga, valentão a serviço de alguém, para defendê-lo ou vingá-lo. D) palco: parte do teatro onde os atores representam. E) tocaia: emboscada; cilada; armadilha. Comentário: Ao lermos o texto, percebemos que a palavra “palco” está sendo usada em sentido conotativo, expressando, neste contexto, olugar onde a matança ocorreu. Logicamente, tal palavra não se encontra no sentido denotativo de parte do teatro, onde os atores representam. Gabarito: D Questão 24: Analista Técnico de Políticas Sociais – MPOG – 2012 (banca ESAF) 1 Há evidências de um processo de fragilização da indústria nacional que, se não for detido, poderá em prazos mais longos prejudicar o desenvolvimento do país. A preocupação com o setor não é um fetiche antiquado. Apesar de a 5 economia contemporânea propiciar outras fontes de criação de valor — como é o caso dos serviços, cada vez mais globalizados —, a indústria permanece como foco da incorporação de tecnologia e do aumento da produtividade. Ela exerce, além disso, efeito multiplicador sobre outras áreas. (Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A palavra “fetiche”( .4) está sendo empregada com o sentido figurado de objeto de obsessão, de aspiração. Comentário: A afirmativa está correta. Segundo o dicionário Aurélio, “fetiche” tem o sentido denotativo de: “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto”. Esse sentido foi ampliado no texto com valor conotativo, figurado, de objeto de obsessão, de aspiração. Veja: “A preocupação com o setor não é uma aspiração antiquada.” “A preocupação com o setor não é uma obsessão antiquada.” Gabarito: C Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 19 DE 59 Questão 25: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 (banca ESAF) Fragmento do texto: É preciso que sejam adotadas medidas indispensáveis para dar continuidade ao crescimento, entre elas os investimentos necessários à nossa infra-estrutura (energia elétrica, portos, rodovias e ferrovias), a melhoria no nível da educação, aprovação das reformas tributária, sindical, previdenciária e trabalhista e a desburocratização dos serviços públicos. Sem isso, estaremos condenados à costumeira gangorra de sempre, com números bons num ano e ruins no outro, eternos dependentes dos humores da economia mundial. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “costumeira gangorra” ( . 6) está sendo empregada em sentido denotativo. Comentário: A palavra “gangorra” literalmente (denotativamente) significa um engenho manual, que permite a movimentação alternada de esteios. Por isso, é utilizado como diversão infantil (“balanço”), por pequenos produtores agrícolas etc. Esse movimento alternado pode ser estendido figurativamente (conotativamente) como instabilidade, segundo o emprego no texto. Assim, a expressão “costumeira gangorra” está sendo empregada com valor conotativo, e não denotativo. Gabarito: E Questão 26: MPOG 2009 – EPPGG (banca ESAF) Fragmento do texto: A pior fase da crise foi superada, a reação começou e a produção brasileira deve crescer neste ano 0,8%, segundo a nova projeção do Banco Central (BC), contida no Relatório de Inflação, uma ampla análise trimestral da economia nacional e do cenário externo. A estimativa é mais animadora que a dos especialistas do setor privado. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma contração de 0,4%. No setor financeiro, a bola de cristal dos economistas indicava, no começo da semana, um PIB 0,57% menor que o de 2008. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “bola de cristal” ( .6,7) está sendo empregada no sentido denotativo de transparência. Comentário: O uso da expressão “bola de cristal” não é de sentido literal, denotativo; mas de sentido figurativo (conotativo). Não há literalmente uma bola de cristal, esta expressão foi utilizada remetendo à ideia de previsão, e não de “transparência”. Gabarito: E A linguagem figurada é expressa nas chamadas figuras de linguagem, as quais são definidas abaixo: 1) Comparação ou símile: Consiste, como o próprio nome indica, em comparar dois seres, fazendo uso de conectivos comparativos¹ ligando o elemento comum² aos dois. Esse líquido é azedo² como¹ limão. A jovem estava branca² qual¹ uma vela. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 20 DE 59 2) Metáfora: Tipo de comparação em que não aparece o conectivo¹ nem o elemento comum² aos seres comparados. Acompanhe a numeração na explicação de cada exemplo, pois é justamente a omissão dos termos numerados que diferencia metáfora de comparação: “Minha vida era um palco iluminado...” (Minha vida era alegre, bonita² como¹ um palco iluminado.) Tuas mãos são de veludo. (Entenda- se: mãos macias² como¹ o veludo) “A vida, manso lago azul...” (Neste exemplo, nem o verbo aparece, mas é clara a ideia da comparação: a vida é suave, calma² como¹ um manso lago azul.) 3) Metonímia: Troca de uma palavra por outra, havendo entre elas uma relação real, concreta, objetiva. Há vários tipos de metonímia. Sempre li Érico Veríssimo. (o autor pela obra) A pessoa não leu literalmente o Érico Veríssimo, leu as obras deste escritor. Ele nunca teve o seu próprio teto. (a parte pelo todo) Teto representa a moradia, o lar, a casa. Cuidemos da infância. (o abstrato pelo concreto: infância / crianças) A palavra “infância” representa “crianças”. Comerei mais um prato. (o continente pelo conteúdo) A pessoa não comeu literalmente o prato, mas a comida que ali estava. Ganho a vida com meu suor. (o efeito pela causa) O “suor” (consequência) é o resultado do “trabalho” (causa). Assim, “suor” está no lugar de “trabalho”. 4) Perífrase: O prefixo “peri-” significa “em torno de”. Por isso, perímetro é a medida em torno da área. Dessa forma, fica mais fácil perceber que a perífrase não usa a objetividade, nem a concisão; ela “dá voltas” até chegar ao ponto. É o emprego de várias palavras no lugar de poucas ou de uma só: Se lá no assento etéreo onde subiste... (assento etéreo = céu) Morei na Veneza brasileira. (Veneza brasileira = Recife) Não provoque o rei dos animais. (rei dos animais = leão) 5) Sinestesia: Consiste numa fusão de sentidos. Para ficar mais fácil guardar e não ter que decorar, veja a estrutura desta palavra: o prefixo “sin-” significa reunião, mistura e “estes(ia)” significa sensibilidade, sensação. Assim, sinestesia é a mistura de sensações, de sentidos. Para você nunca se esquecer, basta associar à estrutura da palavra “anestesia” (an=sem; estesia=sentido). Se anestesia significa sem sentido, sem dor; sinestesia é a mistura de sentidos... Despertou-me um som colorido. (audição e visão) Era uma beleza fria. (visão e tato) Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 21 DE 59 6) Catacrese: É um tipo especial de metáfora. É a extensão de sentido que sofrem determinadas palavras na falta ou desconhecimento do termo apropriado. Essa extensão ocorre com base na analogia. Por isso, ela é uma variação da metáfora. Veja um exemplo: Leito do rio: essa expressão possui como núcleo o substantivo “leito”. Originariamente ele remete a uma armação em que as pessoas se deitam, como uma cama. Por extensão, usamos esta palavra para significar o lugar em que se deita (a criança se deita no leito materno, viajamos em ônibus “leito”, o fulano está no leito de morte). Assim, também entendemos que o rio está deitado sobre o leito por onde escoa suas águas. Não há expressão tão exemplificativa quanto “leito do rio” para imaginarmos o rio deitar-se sobre o terreno, concorda? Por essa facilidade no entendimento, a catacrese tem um largo uso na linguagem coloquial e naturalmente passa a ser tão usada pelos falantes epelos escritores, que passa a ser admitida na norma culta. Por processos semelhantes, temos outros exemplos. Para facilitar a observação da catacrese nesses exemplos, inseri algumas perguntas: “dente de alho” (alho tem dente?), “barriga da perna” (perna tem barriga?), “céu da boca” (o céu cabe na boca?), “folhas de livro” (livro é uma árvore?), “pele de tomate” (tomate é uma pessoa ou animal?), “cabeça de prego” (prego é uma pessoa ou animal?), “mão de direção” (direção tem braço?), “braço da poltrona” (poltrona é uma pessoa?), “pé da cama” (cama é uma pessoa?), “asa da xícara” (xícara é uma ave?), “sacar dinheiro no banco” (dinheiro é uma arma?), “embarcar num trem” (trem é barco?), “enterrar uma agulha no dedo” (dedo é terra?) etc. 7) Antonomásia: Quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio. Exemplos: "E ao rabi simples, que a igualdade prega” (rabi simples = Cristo) Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) O poeta dos escravos (= Castro Alves) O Dante Negro (= Cruz e Souza) O Corso (= Napoleão) 8) elipse (também conhecida como zeugma): Omissão de um termo, geralmente verbo, empregado anteriormente. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.” “São estas as tradições das nossas linhagens; estes os exemplos de nossos avós.” Na primeira frase, está subentendida a forma verbal “legisla”; na segunda está subentendido o verbo “são”. 9) Pleonasmo: Repetição enfática de um termo ou de uma ideia. O pátio, ninguém pensou em lavá-lo. (lo = O pátio) Vi o acidente com olhos bem atentos. (Ver só pode ser com os olhos.) Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 22 DE 59 10) Polissíndeto: Repetições da conjunção, geralmente “e”. “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.” (Padre Antônio Tomás) “E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta.” (Olavo Bilac) 11) Hipérbato (inversão, quiasmo): É a inversão da ordem dos termos na oração ou das orações no período. “Aberta em par estava a porta.” (Almeida Garrett) “Essas que ao vento vêm 12) Hipálage: quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase. Veja um exemplo: “O nado branco dos cisnes o fascinou.” (na realidade, os cisnes é que são brancos) “Acompanhava o voo negro dos urubus.” 13) Anacoluto: É a quebra da estruturação sintática, de que resulta ficar um termo sem função sintática no período. É parecido com um dos tipos de pleonasmo. Ex.: O jovem, alguém precisa falar com ele. Observe que o termo O jovem pode ser retirado do texto. Ele não se encaixa sintaticamente no período. Caso disséssemos Com o jovem, teríamos um pleonasmo: com o jovem = com ele. 14) Silepse: Concordância anormal feita com a ideia que se faz do termo e não com o próprio termo. Pode ser: a) de gênero Ex.: Vossa Senhoria é bondoso. A concordância normal seria bondosa, já que Vossa Senhoria é do gênero feminino. Fez-se a concordância com a ideia que se possui, ou seja, trata-se de um homem. b) de número Ex.: O grupo chegou apressado e conversavam em voz alta. O segundo verbo do período deveria concordar com grupo. Mas a ideia de plural contida no coletivo leva o falante a flexionar o verbo no plural: conversavam. Tal concordância anormal não deve ser feita com o primeiro verbo. c) de pessoa. Ex.: Os brasileiros somos otimistas. Em princípio, deveríamos dizer são, pois o sujeito é de terceira pessoa do plural. Mas, por estar incluído entre os brasileiros, é possível colocar o verbo na primeira pessoa: somos. 15) Onomatopeia: Palavra que imita sons da natureza. Ex.: O ribombar dos canhões nos assustava. Não aguentava mais aquele tique-taque insistente. “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis) Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 23 DE 59 (na realidade, os urubus é que são negros) 16) Antítese: Emprego de palavras ou expressões de sentido oposto. Ex.: Era cedo para alguns e tarde para outros. “Não és bom, nem és mau: és triste e humano.” (Olavo Bilac) Observação: a antítese tem um aprofundamento chamado de paradoxo ou oxímoro. Enquanto a antítese ocorre por haver a aproximação de opostos, como nos dois exemplos anteriores, o paradoxo é um mesmo elemento com características opostas, contraditórias. Um exemplo emblemático é o seguinte poema de Luiz Vaz de Camões, o qual caracteriza o “amor” como um sentimento contraditório: Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. 17) Apóstrofe: Chamamento, invocação de alguém ou algo, presente ou ausente. Corresponde ao vocativo da análise sintática. “Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?!” (Castro Alves) “Erguei- vos, menestréis, das púrpuras do leito!” (Guerra Junqueiro) 18) Eufemismo: É a suavização de uma ideia desagradável. Chamado de linguagem diplomática. Minha avozinha descansou. (morreu) Ele tem aquela doença. (câncer) Você não foi feliz com suas palavras. (foi estúpido, grosseiro) 19) Hipérbole: Consiste em exagerar as coisas, extrapolando a realidade. Tenho milhares de coisas para fazer. Estava quase estourando de tanto rir. Vive inundado de lágrimas. 20) Ironia: Consiste em dizer-se o contrário do que se quer. É figura muito importante para a interpretação de textos. “Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta, um amor.” (Mário de Andrade) Observe que, após chamar a moça de burra, o poeta encerra a estrofe com um aparente elogio: um amor. 21) Prosopopeia ou personificação: Consiste em se atribuir a um ser inanimado ou a um animal ações próprias dos seres humanos. A areia chorava por causa do calor. As flores sorriam para ela. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 24 DE 59 22) homeoteleuto: consiste na correspondência fonética das terminações da última sílaba de uma oração ou verso: Estudando e trabalhando. Cantar e amar. Veja a aplicação disso!!! Questão 27: DPE RO 2015 – Analista Contábil (banca FGV) A charge abaixo, publicada no jornal O Dia (PI) em 1 de abril de 2015, produz humor apoiada numa figura de linguagem expressa graficamente, figura essa denominada: (A) metáfora; (B) metonímia; (C) hipérbole; (D) pleonasmo; (E) catacrese. Comentário: Certamente, a redução da maioridade não chegaria a tanto, concorda? Nem nasceu e já teria cometido um delito?! Pois é, neste caso, notamos um exagero! Isso é a hipérbole! Gabarito: C Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 25 DE 59 Questão 28: CM Caruaru - PE 2015 – Analista Legislativo (banca FGV) O humor da charge se estrutura com base em a) uma metáfora. b) uma metonímia. c) um pleonasmo. d) uma silepse. e) uma catacrese. Comentário: Devemos analisar a fala do repórter e associar à imagem. Ele afirma que o assunto está sendo debatido no Congresso e a imagem nos mostra duas panelas de pressão bem aquecidas. Isso nos leva a comparar o debate caloroso com o fervor da água na panela sob pressão, o que nos faz entender que o debateestá agitado, sem ainda conciliações. Como há uma comparação ideológica, entendemos que há uma metáfora. Gabarito: A Questão 29: Prefeitura de Florianópolis 2014 – Fiscal (banca FGV) Fragmento do texto: Mas uma minoria da humanidade sobreviveu à evolução aleijada da empatia. São os psicopatas. Eles são algo diferente dos humanos, embora dotados da mesma racionalidade que nos define como espécie. São seres mutilados da emoção e, por isso, incapazes de sentir pelos outros. Isso os levou a assumir o papel representado na ecologia por parasitas e predadores. Ao dizer que os psicopatas assumem o papel de parasitas e predadores, o autor do texto apelou para uma figura de linguagem denominada: (A) metonímia; (B) pleonasmo; (C) anacoluto; (D) eufemismo; (E) metáfora. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 26 DE 59 Comentário: Houve uma comparação ideológica e ela é patente na expressão “representado na ecologia por”. Assim, podemos inferir a seguinte informação: os psicopatas são parasitas e predadores. Por isso, a alternativa correta é a (E). Gabarito: E Questão 30: Prefeitura de Florianópolis 2014 – Fiscal (banca FGV) Fragmento do texto: A um computador não se olha de cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no momento. O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações humanas. Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa. a) “Ele nos olha na cara. Tela no olho.” b) “Já o computador impõe certas regras.” c) “Se erramos, ele nos avisa.” d) “Não diz ‘Burro!’.” e) “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe.” Comentário: Na alternativa (A), veja que olhar é uma ação humana. Não se pode dizer que é uma ação somente do ser humano, pois também os animais olham, mas se deve notar que este contexto mantém um suposto embate entre um ser que raciocina e uma máquina. Por isso, entendemos a ação de olhar especificamente como ação humana. Na alternativa (B), a ação de impor algo não é propriamente do ser humano, pois uma circunstância pode impor algo, um obstáculo pode impor outra ação. Assim, esta é a alternativa que desvirtua das demais. Na alternativa (C), a ação de avisar é própria do ser humano. Na alternativa (D), a ação de afirmar algo, falar, dizer é do ser humano. Na alternativa (E), a característica de ser inteligente é própria do ser humano. Observação: Mesmo a alternativa (E) não apresentando propriamente uma ação, como pede a questão, em comparação com a alternativa (B), sabemos que esta não apresenta ação ou característica humana, por isso realmente a alternativa (B) é a que devemos marcar. Gabarito: B Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 27 DE 59 Questão 31: DPE-RJ 2014 – Técnico-Superior Administração (banca FGV) Fragmento do texto: Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer - enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua. Ao dizer que os shoppings são “cidades", o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada . a) metonímia. b) eufemismo c) hipérbole. d) metáfora. e) catacrese. Comentário: No texto, não há a expressão “os shoppings são cidades”, mas isso fica subentendido, por isso a questão fez esta afirmação. Então, fica fácil perceber uma comparação ideológica, pois poderíamos inserir a palavra “como” para torná-la uma comparação propriamente dita: os shoppings são como cidades. Como não há elemento coesivo de valor comparativo na expressão do pedido da questão, certificamo-nos de que há uma comparação ideológica e temos uma metáfora. Gabarito: D Questão 32: CONDER 2013 – Jornalista (banca FGV) Fragmento do texto: Mas é fascinante. Agora compreendo o entusiasmo de gente como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem a sua vida profissional em antes dele e depois dele. Sinto falta do papel e da fiel Bic, sempre pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que faltou na hora, e que nele foi substituída por um botão, que, além de mais rápido, jamais nos sujará os dedos, mas acho que estou sucumbindo. Sei que nunca seremos íntimos, mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas retiro tudo o que pensei sobre ele. Claro que você pode concluir que eu só estou querendo agradá-lo, precavidamente, mas juro que é sincero. "Sinto falta do papel e da fiel Bic" Nesse segmento, o cronista emprega o nome de uma marca em lugar de "caneta esferográfica", caracterizando uma figura de linguagem denominada a) metáfora. b) hipérbole. c) eufemismo. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 28 DE 59 d) metonímia. e) antítese. Comentário: Quando empregamos o nome de uma marca no lugar de um produto, temos a metonímia. Gabarito: D Questão 33: CONDER 2013 – Técnico (banca FGV) "Nossa missão é transmitir os nossos genes, multiplicar a nossa espécie e dar o fora. Tudo o mais que fazemos, tudo a mais que nos acontece, ou é decorrência ou é passatempo. O que vem antes e depois dos nossos anos férteis é só o prólogo e o epílogo". Todos os termos sublinhados no fragmento acima são exemplos de linguagem figurada. Assinale a alternativa que apresenta a observação correta sobre esses exemplos. a) "passatempo" é exemplo de ironia b) "dar o fora" é exemplo de hipérbole. c) "prólogo" e "epílogo" são metonímias. d) "prólogo" é exemplo de eufemismo e) "prólogo" e "epílogo" constituem uma antítese. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois “passatempo” não transmite uma ideia com intenção de entendimento contrário. Além disso, tal palavra encontra-se no sentido literal: entendemos que a ideia é fazer o tempo passar mesmo. A alternativa (B) está errada, pois hipérbole significa exagero, o que não ocorreu nesta expressão. Tal expressão é apenas uma variação coloquial que tem o sentido de ir embora. A alternativa (C) está errada, pois "prólogo" e "epílogo" transmitem uma ideia de oposição (início e fim, respectivamente). Assim, não houve ideia de parte pelo todo, como sugeriria a metonímia. A alternativa (D) está errada, pois “prólogo” não transmite suavização de informação, como sugere o eufemismo. A alternativa (E) é a correta, pois "prólogo"e "epílogo" transmitem uma ideia de oposição (início e fim, respectivamente). Assim, a figura de linguagem compatível é a antítese. Gabarito: E Questão 34: TRE-PA 2011 Analista-Judiciário (banca FGV) Fragmento do texto: Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos que há muito deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra de votos e a atitude de diversos candidatos, durante as campanhas eleitorais, de “doar” cestas básicas e toda a sorte de brindes em troca da promessa de voto dos eleitores. O conceito de voto consciente é justamente o contraponto dessas práticas, visando estabelecer critérios racionais que façam do voto um instrumento de cidadania. Voto consciente é aquele em que o cidadão pesquisa o passado dos candidatos, avalia suas histórias de vida e analisa se as promessas e programas eleitorais são coerentes com as práticas dos candidatos e de seus partidos. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 29 DE 59 As aspas em doar confirmam, para o vocábulo, seu aspecto de. a) polifonia. b) coloquialismo. c) antonímia. d) metáfora. e) ironia. Comentário : A ironia consiste em dizer o contrário do que se quer. Assim, ao inserir aspas no verbo “doar”, fica claro que a intenção do autor foi utilizar tal palavra com um tom de ironia, pois os políticos doam cestas básicas, não como uma ajuda social, mas com a intenção de ganhar votos. Gabarito: E Questão 35: TRE-PA 2011 Técnico-Judiciário (banca FGV) Fragmento do texto: O Fundo Partidário será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões. Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral. Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos? Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha. A respeito do trecho acima, analise as afirmativas a seguir: I. No segundo período, o pronome Isso tem valor anafórico. II. No terceiro período, há um caso de zeugma. III. No último período, os dois-pontos introduzem uma enumeração. Assinale a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. c) se nenhuma afirmativa estiver correta. d) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. Comentário: A afirmação I está correta. Note que o segundo período é “Isso porque foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões.”. O pronome “Isso” retoma a informação do primeiro período, por isso tem valor anafórico. Assim, já eliminamos as alternativas (B) e (C). A afirmação II está correta, pois “zeugma” palavra facilmente subentendida. Veja que o é a omissão de uma verbo “são” ficou subentendido: Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões (são) referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral. Com isso, também eliminamos a alternativa (A). A afirmação III está errada, pois enumeração é o acúmulo de dois ou mais elementos coordenados, o que não ocorreu com o trecho “Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha.” Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 30 DE 59 Na realidade, os dois pontos sinalizam uma explicitação, isto é, a razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos é a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha. Portanto, a alternativa (D) é a correta. Gabarito: D Questão 36: TRE-PA 2011 Técnico-Judiciário (banca FGV) Fragmento do texto: Convivas de boa memória Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta. Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão. E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus altares, e os generais sacam das espadas que tinham ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista. É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas. (Assis, de Machado. Dom Casmurro – Editora Scipione – 1994 – pág. 65) Há um exemplo de prosopopeia em: a) “Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram!” b) “E antes seja olvido que confusão; explico-me.” c) “Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas.” d) “Não, não, a minha memória não é boa.” e) “... e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.” Comentário: A prosopopeia é o mesmo que personificação, por isso a alternativa (E) é a correta, pois damos vida às “notas” ao falarmos que elas dormiam, damos vida às “coisas” quando falamos que elas marcham. Por fim, damos vida a “tudo”, quando afirmamos que isso tem uma alma. Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 31 DE 59 Gabarito: E Questão 37: EBSERH/HU-UFMA 2015 Técnico Enfermagem (banca AOCP) Fragmento do texto: Antes da neurociência, os pesquisadores acreditavam que o processo mental acontecia de maneira gradual. “Seu cérebro está sempre trabalhando e adquirindo informações. Descobrimos que esse processo não é gradual, mas, repentino. É um conjunto de ações que acontece do nada, sem que você possa forçar ou evitar”, conta Kounios. Em “Descobrimos que esse processo não é gradual, mas, repentino.”, ocorre a figura de estilo denominada (A) hipérbole. (B) metáfora. (C) eufemismo. (D) elipse. (E) ironia. Comentário: A vírgula após a conjunção “mas” indica a omissão do verbo “é”, por estilo de linguagem, para se evitar a repetição desnecessária desse verbo. Assim, ocorre a figura de linguagem elipse. Gabarito: D Questão 38: EBSERH - 2015 Técnico Citopatologia (banca AOCP) Fragmento do texto: Giovanna tinha 36 anos. Lutava contra um câncer na cabeça há dois. Era jornalista. Ela nos deixou no domingo, dia 31 de agosto. Era minha amiga. Sérgio Rodrigues tinha 87 anos. Em “Lutava contra um câncer na cabeça há dois.”, ocorre a omissão de dois termos da oração. Essa omissão, que é uma figura de estilo, denomina-se (A) metáfora. (B) elipse. (C) comparação. (D) hipérbole. (E) eufemismo. Comentário: A própria questão já informa que há omissão de palavras, por isso a figura de linguagem
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