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KARL MARX

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KARL MARX
Organizado por Maria Conceição Bezerra
Ideias, conceitos, teses, teorias, métodos e estratégia política direcionadas para uma concepção de mundo. 
Na sociedade capitalista o Estado tem a função de assegurar e conservar a dominação e a exploração de classe, como declara o Manifesto: “ O executivo do Estado moderno nada mais é do que um comitê para administração dos assuntos comuns de toda a burguesia”.
O que caracteriza o marxismo? 
Marx defende que "tanto as relações jurídicas quanto as formas do Estado não podem ser compreendidas nem por si mesmas nem pela chamada evolução geral do espírito humano, mas antes têm suas raízes nas relações materiais da existência".
 "A vida material dos indivíduos, que não dependem em absoluto de sua pura 'vontade', o seu modo de produção e a forma de relações, que se condicionam reciprocamente, são a base real do Estado em todos os estágios nos quais ainda é necessária a divisão do trabalho, totalmente independente da vontade dos indivíduos. Estas relações reais não são absolutamente criadas pelo poder do Estado; são, antes, essas relações o poder que cria o Estado" 
 (Marx, K. A ideologia alemã 1845–1846. p. 324).
"O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, isto é, a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas determinadas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona, em geral, o processo social, político e espiritual da vida" 
 (Marx, Prefácio. Para a crítica a economia política. p. 11).
SOBRE A DIALÉTICA...
A dialética “[...] nos tempos de Platão e Aristóteles, era entendida como a arte da discussão, a base de perguntas e respostas, e classificar os conceitos e dividir os objetos em gêneros e espécies”.(TRIVIÑOS, p.52-53) 
Na Grécia antiga, a dialética era a arte do diálogo e, aos poucos, passou a ser a arte de, através do diálogo, demonstrar uma tese por meio de argumentações capazes de definir claramente os conceitos envolvidos.
Heráclito, tido como o “pai da dialética”, afirmava que a realidade é um perpétuo vir a ser, um constante movimento das coisas que são ao mesmo tempo elas mesmas e as coisas contrárias, que se transformam umas nas outras.
SOBRE A DIALÉTICA...
A dialética pressupõe uma estrutura tal que permite afirmações (teses), contradições (antíteses) e uma possível nova consciência (síntese) da realidade.
Princípios básicos da dialética: 
tudo se relaciona; 
tudo se transforma; 
 “nada fica onde está, nada permanece o que é”.
 mudanças qualitativas;
 luta dos contrários: tese - antítese – síntese.
 A (mudança) e se dá pela presença de forças contrárias (tese/antítese) que se desenvolvem e lutam entre si dentro do ser, o que implica no surgimento de uma coisa nova (síntese). 
O que é Dialética?
Dialética é o modo de pensarmos as contradições da realidade, de pensarmos as diferenças sociais e, consequentemente, a transformação permanente da realidade – a realidade dialética. 
O materialismo
O termo materialismo refere-se à teoria filosófica preocupada em destacar a importância dos seres objetivos (os homens) como elementos constitutivos da realidade do mundo. 
O materialismo trata o ser, a realidade material, como o elemento que determina o nosso pensamento, as nossas idéias e a nossa vida. 
As idéias e concepções que a nossa mente projeta sobre o mundo estão determinadas pela existência não do pensamento, mas pela existência material dos objetos à nossa volta, e estes incidem sobre nós quando nos relacionamos com eles.
Karl Marx: o Materialismo Dialético
Para Marx e Engels são as mudanças ocorridas no nível da realidade material que determinam as mudanças em nossas ideias.
A consciência seria determinada pela forma como o nosso ser exprime a sua vida produtiva, naquilo que ele produz e como produz.
O trabalho e a práxis teriam um papel fundamental na formação da consciência social.
O Materialismo dialético
Não é a consciência que determina a vida material, mas a vida material que determina a consciência. A partir do modo de produção, é possível identificar as diferenças históricas e as relações sociais presentes em cada época determinada.
CAPITALISMO, TRABALHO E ALIENAÇÃO
Na estruturação da sociedade, dois fatores principais:
Forças produtivas (condições materiais da produção)
Relações de produção (formas pelas quais os homens se organizam para levar adiante as atividades produtivas)
Diversas formas de organizar as relações de produção
Cooperativo
Escravagista
Servil
Capitalista
O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA
É formado pelos meios de produção e as relações de produção.
Meios de produção: força de trabalho, ferramentas, máquinas, tecnologia.
Relações de produção: são as relações de trabalho entre os homens, pelas quais se realiza a produção. 
As relações de produção modificam-se de acordo com os meios de produção.
Adam Smith – o trabalho criador de valor – fonte de riqueza das sociedades . Olhava do ponto de vista da economia de mercado.
Karl Marx : 
o capitalismo transforma tudo em mercadoria – consequências
O operário não possui nada além da sua força de trabalho que é obrigado a vender a fim de garantir sua sobrevivência.
Operário =mercadoria.
Força de trabalho alugada pelo burguês por salário.
No sistema capitalista
Mercadoria: valor de uso (utilidade incalculável)+ valor de troca (quanto tempo foi gasto na produção)
Mas é na relação com o trabalhador que está a questão
O capitalista, o burguês é dono dos meios de produção (matéria prima, ferramentas, terra) 
Mais valia (diferença entre o valor final da mercadoria –valor na prateleira da loja)
Soma do valor dos meios de produção + trabalho do empregado = lucro
Aumentar a jornada de trabalho = mais valia absoluta 
Incrementar a produtividade através da mecanização = mais valia relativa
Lucro = o efeito de uma invenção baseada na exploração.
ALIENAÇÃO 
A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho: 
 - Os trabalhadores, vendem sua força de trabalho aos proprietários do capital (donos das terras, das indústrias, do comércio, dos bancos, das escolas, dos hospitais, das frotas de automóveis, de ônibus ou de aviões, etc). 
 - Os trabalhadores passam a ser mercadorias e, como toda mercadoria, recebem um preço, isto é, o salário. Entretanto, os trabalhadores não percebem que foram reduzidos à condição de coisas que produzem coisas; não percebem que foram desumanizados e coisificados.
ALIENAÇÃO
A alienação social, os humanos não se reconhecem como produtores das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam passivamente tudo o que existe, por ser tido como natural, divino ou racional, ou se rebelam individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência, podem mais do que a realidade que os condiciona. Os homens não se reconhecem como agentes e autores da vida social com suas instituições. 
A alienação política- não compreensão do papel cidadão, da extensão da representatividade política: o Estado como aparelho das classes exploradoras.
A alienação religiosa- refúgio na religião para escapar da realidade cotidiana de miséria.
IDEOLOGIA
Ideologia é um conjunto de ideias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos. A ideologia pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais.
IDEOLOGIA
Por influência de Karl Marx, a palavra ideologia tornou-se largamente utilizada nas ciências humanas com o significado de sistema de ideias que elaboram uma compreensão da realidade para ocultar ou dissimular o domínio de um grupo sobre o outro.
Para ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas.
IDEOLOGIA
Karl Marx, correlaciona a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados
pela classe social dominante. 
A ideologia da classe dominante tem o objetivo de manter a dominação dos ricos no controle da sociedade.
IDEOLOGIA
Apesar da divisão social das classes, somos levados a crer que somos todos iguais porque participamos da idéia de “humanidade”, ou da idéia de “nação’ e “pátria”, ou da idéia de “raça”, etc. 
Somos levados a crer que as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são produzidas pela divisão social das classes, mas por diferenças individuais dos talentos e das capacidades, da inteligência, da força de vontade maior ou menor, etc. 
PRÁXIS
Para Marx, não basta interpretar o mundo, é preciso transformá-lo através da Práxis.
A Práxis é um conceito central no pensamento de Marx. 
A Práxis não se confunde com a prática. É a união da interpretação da realidade (teoria – conhecimento científico) à prática (atividade), em outras palavras, é a ação consciente do sujeito na transformação de si mesmo e do mundo que o cerca. 
É através da práxis que se dá o combate à alienação. 
PRÁXIS
Marx concebe a práxis como atividade humana prático-crítica, que nasce da relação entre o homem e a natureza. A natureza só adquire sentido para o homem à medida que é modificada por ele, para servir aos fins associados à satisfação das necessidades do gênero humano.
Exprime a unidade dialética do pensar e do ser, sendo ao mesmo tempo saber e prática, conhecimento e ação. 
"[...] a práxis, porém, é ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo" (PAULO FREIRE, 1983, p.40).
bibliografia
CHAUÍ, Marilena.Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 13.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva.Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1987.

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