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CURSO DE FILOSOFIACURSO DE FILOSOFIA
AULAS 03 e 04
CURSO DE SOCIOLOGIACURSO DE SOCIOLOGIA
AULAS 03 e 04
CURSO DE FILOSOFIA
Aulas no. s 03 e 04 FILOSOFIA E TEORIA DO CONHECIMENTO
Primeiro, vejamos o que é Teoria do Conhecimento:
A teoria do conhecimento é a área da filosofia que tem 
como objetivo investigar o que é o conhecimento, a 
possibilidade (se é possível conhecer), qual o funda-
mento do conhecimento, suas origens e seu valor.
Início: 
Já entre os pré-socráticos, as questões que tinham o 
conhecimento como tema central vão sendo formuladas. 
Questões como: por que as coisas existem? Qual 
a origem da Natureza? O que faz com que as coisas 
mudem? O que faz com que sejam o que são? Ou seja, o 
que é o Ser, ou seja, a Realidade? Parmênides, Heráclito 
e Demócrito são ótimos exemplos desse estágio da 
filosofia ocidental que constitui o que podemos chamar 
de Ontologia. O que se busca é a identidade entre o que 
se conhece e o próprio objeto, isto é, a aletheia ( ou, o 
não esquecimento daquilo que se vê e conhece). 
Razão
Essa identidade entre o conhecedor e o que se 
conhece ocorre graças à atividade da razão ( logos). 
Ou seja, a Natureza não é um dado que se projeta 
sem qualquer mediação em nossa mente. Nossa razão 
opera esse conhecimento. 
Princípios da Razão, segundo Aristóteles:
Identidade
Não contradição
Terceiro excluído
O que é necessário para que exista o conhecimen-
to?
Três fatores são fundamentais: a existência de um 
sujeito conhecedor (o eu, a consciência); um objeto a 
ser conhecido (a realidade, o mundo); e a relação entre 
estes dois elementos do processo de conhecimento. 
Só é possível conhecer quando há uma apreensão do 
objeto pelo sujeito, quer dizer, quando o sujeito é capaz 
de representar mentalmente o objeto de conhecimento.
E quando sabemos que o conhecimento é verdadei-
ro?
O conhecimento verdadeiro deve, necessariamente, 
concordar com o objeto. Dessa forma, um dos 
problemas que a teoria do conhecimento deve propor e 
tentar solucionar é o de saber quais são os critérios, as 
maneiras, os métodos de que podemos nos valer para 
ver se um conhecimento é ou não verdadeiro.
E isso é possível?
Há três respostas para essa questão: Uma que 
nega a possibilidade de conhecer a verdade (ceticismo), 
outra que afirma tal possibilidade (dogmatismo) e outra 
que não nega nem afirma, mas avalia as condições de 
possibilidade do conhecimento verdadeiro (criticismo).
O Ceticismo pode ser absoluto: é aquele que nega 
de forma total a possibilidade e conhecer a verdade. 
Os dois exemplos mais importantes dessa forma de 
entender o conhecimento são os filósofos gregos 
Górgias, segundo o qual “o ser não existe; se existisse 
não poderíamos conhecê-lo; e se pudéssemos conhecê-
lo não poderíamos comunicá-lo aos outros” e Pirro que 
dizia ser impossível ao homem conhecer a verdade 
devido a duas fontes principais de erro: os sentidos que 
nos induzem a muitas ilusões e a razão que apresenta, 
por sua vez, opiniões bastante contraditórias sobre os 
mesmos assuntos, revelando assim os limites de nossa 
inteligência.
E há ainda o Ceticismo relativo, que nega apenas 
parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade. 
Uma dessas correntes aponta para um subjetivismo, 
ou seja, como o conhecimento é uma relação subjetiva 
e pessoal, então o conhecimento limita-se às ideias e 
representações elaboradas pelo próprio sujeito. Um 
dos representantes do subjetivismo é o filósofo grego 
Protágoras que dizia “o homem é a medida de todas as 
coisas”. Uma outra corrente é o probabilismo, que afirma 
que o máximo que podemos alcançar é o conhecimento 
de uma verdade provável, nunca uma certeza completa. 
Na Idade Moderna, o filósofo inglês David Hume afirmou 
que a observação dos fenômenos só pode nos dar um 
conhecimento probabilístico da realidade.
CURSO DE FILOSOFIA
2
Afirma Hume: “Nunca é possível para a mente, 
mesmo com o mais minucioso exame ou inspeção, 
encontrar na suposta causa seu efeito. Pois o efeito 
é totalmente diferente da causa, e, por consequência, 
jamais pode ser nela descoberto.”
Desta forma, não havendo alguma instância além 
da experiência que o assegure, todo o conhecimento 
será sempre um conhecimento de probabilidades, não 
absoluto. Embora muito eficaz em um sentido prático, 
ele não nos traz segurança sobre sua imutabilidade, já 
que não é certo admitir que, porque um objeto sempre 
foi acompanhado de tal efeito, ele sempre o será. “De 
causas que parecem similares, esperamos efeitos 
similares. Eis o resumo de todas as nossas conclusões 
experimentais.”
Platão e Santo Agostinho representam o 
dogmatismo, isto é, a possibilidade de conhecer a 
verdade mediante um esforço conjugado dos nossos 
sentidos e da nossa inteligência. E o filósofo alemão 
Immanuel Kant (séc. XVIII) é o “pai” do criticismo. Ele 
não nega a possibilidade de conhecer, mas afirma que 
este conhecimento é limitado e ocorre sob condições 
específicas. Para Kant, tudo aquilo que está na 
inteligência é resultante da experiência dos sentidos 
apesar de nem todo o conhecimento resultar daquilo 
que se percebe através dos sentidos. Conhece-se 
algo quando são aplicadas as faculdades intelectuais 
ao objecto do conhecimento: aquilo que se conhece, 
desta forma, tem a sua origem no objecto conhecido, 
mas também numa estrutura intelectual composta pelas 
formas de percepção, entendimento e razão.
Para os que admitem a possibilidade do conheci-
mento, de onde se originam nossas ideias, concei-
tos e representações?
Também há três respostas para essa pergunta: a 
primeira é o empirismo, que tem em Bacon e Locke dois 
nomes importantes. O empirismo valoriza os sentidos 
como fonte primordial de conhecimento e como critério 
de validade para se atingir o conhecimento verdadeiro.
A segunda é o racionalismo, que tem Descartes 
e Leibniz como principais representantes. Para os 
racionalistas os sentidos não são confiáveis pois podem 
nos induzir ao erro. Por isso atribuem uma grande 
confiança no poder da razão humana como critério e 
instrumento capaz de conhecer a verdade.
Por fim temos mais uma vez Kant. Para ele, 
a experiência fornece a matéria do conhecimento, 
enquanto que a razão (ou mais especificamente, as 
categorias do entendimento) organiza esse conteúdo de 
acordo com suas formas a priori, existentes em nossa 
mente. Daí a expressão apriorismo.
Correndo por fora dessas três concepções, há 
o perspectivismo de Nietzsche: O ser humano, a 
vida humana, qualquer criatura viva vem a existir e 
preservar-se, a desenvolver-se e florescer através do 
estabelecimento de relações com o mundo e a chave 
para compreendê-los é atentar para essas relações 
que fizeram. São por isso necessárias ao filósofo as 
virtudes da agilidade de pensamento e da abrangência 
de visão. É ao jogar com as diversas perspectivas, 
reflexos de olhares diferentes sob os conceitos e suas 
relações, que se evita ficar preso em qualquer uma 
delas. É necessária ao verdadeiro filósofo aquela visão 
abrangente que lhe permite olhar para algo de cima, de 
baixo, de frente, de trás, por dentro, por fora, sob toda 
e qualquer perspectiva possível, prevendo seus frutos, 
cavando suas raízes.
Nietzsche faz de seu método perspectivista a 
negação de qualquer “sujeito puro do conhecimento, 
isento de vontade, alheio à dor e ao tempo”. Além 
disso, ele aceita que o tratar de um conceito/problema 
nunca pode ser algo completo e final, não pode 
querer dar a última palavra, possui sempre um caráter 
provisório e apresenta uma abertura que permite novas 
interpretações. É como ele se manifesta em uma de 
suas obras mais importantes, a Genealogia da Moral: 
“Para a genealogia da moral, em que, a propósito do 
castigo, encontra-se exposta a historicidade genealógica 
propriamente dita, segundo a qual toda coisa sempre se 
encontra já interpretada por uma vontade de potência 
que lhe confere seu valor e seu sentido até que outra 
vontade de potência se aposse dela e a recubra com um 
novo valore um novo sentido, para além de qualquer 
‘evolução’ e em total contingência.”
Uma Teoria do Conhecimento dura para sempre?
Veremos mais detidamente este assunto na aula 
sobre Filosofia da Ciência. Há duas respostas para 
essa pergunta. Uma é dada por Thomas Kuhn. Quem 
comenta é a filósofa brasileira Marilena Chauí: “O 
filósofo Thomas Kuhn afirma que uma teoria se torna um 
modelo de conhecimento ou um paradigma científico. 
O paradigma se torna o campo no qual uma ciência 
trabalha normalmente, sem crises. Em tempos normais, 
um cientista, diante de um fato ou de um fenômeno ainda 
não estudado, o explica usando o modelo ou o paradigma 
científico existente. Em contraposição à ciência normal, 
ocorre a revolução científica. Uma revolução científica 
acontece quando o cientista descobre que o paradigma 
disponível não consegue explicar um fenômeno ou 
um fato novo, sendo necessário produzir um outro 
paradigma.”
A outra resposta é dada por Karl Popper: Popper 
acredita que o pensamento científico está sempre 
procurando refutar a si mesmo – o que ele chama de 
revolução permanente (ou crítica permanente), termo 
importado do materialismo histórico. Mais ainda: Popper 
achava um absurdo que a ciência normal fosse a tônica 
CURSO DE FILOSOFIA
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da atividade científica. Para ele, o cientista é crítico por 
excelência e não tão apegado assim ao paradigma. 
Logo, a diferença entre eles é:
Popper: Diz que o trabalho do cientista consiste em 
elaborar teorias e pôr à prova, ou seja, concebe a ideia 
de Ciência submetida ao princípio da refutabilidade para 
provar sua validade.
Kuhn: Diz que a Ciência progride pela tradição 
intelectual representada pelo paradigma, que é um 
modelo e visão de mundo comunicada por uma teoria 
ou sistema científico. Com as revoluções científicas os 
paradigmas se renovam e os velhos são substituídos.
Agora, vamos aprender mais com os testes:
TESTES
01. (ENEM) 
TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram 
enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente 
em quem já nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril 
Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de 
que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum 
significado, precisaremos apenas indagar: de que 
impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível 
atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá 
para confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: 
Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a 
natureza do conhecimento humano. A comparação 
dos excertos permite assumir que Descartes e 
Hume
a) defendem os sentidos como critério originário 
para considerar um conhecimento legítimo. 
b) entendem que é desnecessário suspeitar do 
significado de uma ideia na reflexão filosófica e 
crítica. 
c) são legítimos representantes do criticismo quanto 
à gênese do conhecimento. 
d) concordam que conhecimento humano é impos-
sível em relação às ideias e aos sentidos. 
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos senti-
dos no processo de obtenção do conhecimento.
02. (ENEM) – Para Platão, o que havia de verdadeiro em 
Parmênides era que o objeto de conhecimento é um 
objeto de razão e não de sensação, e era preciso es-
tabelecer uma relação entre objeto racional e objeto 
sensível ou material que privilegiasse o primeiro em 
detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, 
a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São 
Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e 
sensação, um aspecto essencial da Doutrina das 
Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com 
o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre 
as duas. 
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o co-
nhecimento a eles. 
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que ra-
zão e sensação são inseparáveis. 
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conheci-
mento, mas a sensação não. 
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a 
sensação é superior à razão. 
03. (ENEM) – Esclarecimento é a saída do homem de 
sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A 
menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu 
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O 
homem é o próprio culpado dessa menoridade se a 
causa dela não se encontra na falta de entendimen-
to, mas na falta de decisão e coragem de servir-se 
de si mesmo sem a direção de outrem. Tem cora-
gem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é 
o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia 
são as causas pelas quais uma tão grande parte 
dos homens, depois que a natureza de há muito os 
libertou de uma condição estranha, continuem, no 
entanto, de bom grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? 
Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, 
fundamental para a compreensão do contexto 
filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no 
sentido empregado por Kant, representa
a) a reivindicação de autonomia da capacidade ra-
cional como expressão da maioridade.
b) o exercício da racionalidade como pressuposto 
menor diante das verdades eternas.
c) a imposição de verdades matemáticas, com cará-
ter objetivo, de forma heterônoma.
d) a compreensão de verdades religiosas que liber-
tam o homem da falta de entendimento.
e) a emancipação da subjetividade humana de ideo-
logias produzidas pela própria razão. 
CURSO DE FILOSOFIA
4
04. (UNESP) – A modernidade não pertence a cultura 
nenhuma, mas surge sempre CONTRA uma cultura 
particular, como uma fenda, uma fissura no tecido 
desta. Assim, na Europa, a modernidade não sur-
ge como um desenvolvimento da cultura cristã, mas 
como uma crítica a esta, feita por indivíduos como 
Copérnico, Montaigne, Bruno, Descartes, indiví-
duos que, na medida em que a criticavam, já dela 
se separavam, já dela se desenraizavam. A crítica 
faz parte da razão que, não pertencendo a cultura 
particular nenhuma, está em princípio disponível a 
todos os seres humanos e culturas. Entendida des-
se modo, a moderni dade não consiste numa etapa 
da história da Europa ou do mundo, mas numa pos-
tura crítica ante a cultura, postura que é capaz de 
surgir em diferentes momentos e regiões do mundo, 
como na Atenas de Péricles, na Índia do imperador 
Ashoka ou no Brasil de hoje.
(Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da História”. 
Folha de S. Paulo, 01.11.2008. Adaptado)
Com a leitura do texto, a modernidade pode ser 
entendida como
a) uma tendência filosófica especificamente euro-
peia e ocidental de crítica cultural e religiosa. 
b) uma tendência oposta a diversas formas de de-
senvolvimento da autonomia individual.
c) um conjunto de princípios morais absolutos, dota-
dos de fundamentação teológica e cristã.
d) um movimento amplo de propagação da crítica 
racional a diversas formas de preconceito.
e) um movimento filosófico desconectado dos prin-
cípios racionais do iluminismo europeu.
05. (Fundação Carlos Chagas) – Até agora se supôs que 
todo nosso conhecimento deveria regular-se pelos 
objetos; porém, todas as tentativas de estabelecer 
algo “a priori” sobre ele, através de conceitos, por 
meio dos quais nosso conhecimento seria ampliado, 
fracassaram sob essa pressuposição. Por isso, tente-
se ver uma vez se não progredimos melhor nas tare-
fas da Metafísica, admitindo que os objetos devam 
regular-se pelo nosso conhecimento (...). 
O texto acima 
a) ilustra de modo exemplar a ruptura do cartesia-
nismo com a filosofia escolástica. 
b) resume o ideal de conhecimento professado pe-
los empiristas britânicos. 
c) resume a chamada “revolução copernicana” de 
Kant que serviu de orientação para a crítica da 
razão. 
d) apresenta o ideal platônico de conhecimento ao 
propor que a filosofia se volte para os objetos do 
mundo intelígivel. 
e)apresenta a orientação fenomenológica proposta 
por Edmund Husserl. 
06. (Fundação Carlos Chagas) – O filósofo empirista 
David Hume celebrizou-se por sua crítica à concep-
ção clássica da causalidade. Qual das afirmações 
abaixo resume a posição desse filósofo acerca da 
relação de causa e efeito? 
a) A causalidade é inteiramente estéril para o co-
nhecimento dos objetos da experiência. 
b) A causalidade indica uma ligação essencial, pois 
o ser do efeito está contido em potência no ser 
da causa. 
c) A causalidade é dada a priori para o entendimen-
to humano. 
d) A causalidade é uma relação externa aos objetos, 
tributária do hábito e da repetição de sequências 
observáveis na experiência. 
e) A causalidade é inteiramente desprovida de vali-
dade no quadro conceitual do ceticismo humano. 
07. (Fundação Carlos Chagas) – Há já algum tempo me 
apercebi de que, desde meus primeiros anos, rece-
bera muitas opiniões falsas como verdadeiras, e de 
que aquilo que depois eu fundei em princípios tão 
mal assegurados, não podia ser senão mui duvido-
so e incerto; de modo que me era necessário tentar 
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me 
de todas as opiniões a que até então dera crédito, e 
começar tudo novamente desde os fundamentos se 
quisesse estabelecer algo de firme e de constante 
nas ciências. 
A partir desse texto que abre as Meditações 
Metafísicas de Descartes, é correto afirmar que 
a) a filosofia cartesiana toma como ponto de partida 
a dúvida metódica e só admite como verdadeiro 
o conhecimento que a ela for capaz de resistir. 
b) o cartesianismo é uma modalidade moderna da 
filosofia cética, já que nega a evidência de todo o 
conhecimento que o precedeu. 
c) a filosofia de Descartes não é capaz de demons-
trar a verdade das teses que propõe, já que des-
de o início se pauta pela dúvida. 
d) o cartesianismo tem aspirações modestas e re-
cusa a possibilidade de fundar um conhecimento 
certo e indubitável. 
e) a filosofia de Descartes pretende passar todo co-
nhecimento pelo crivo da dúvida apenas para as-
segurar a veracidade da tradição metafísica que 
a precedeu. 
CURSO DE FILOSOFIA
5
08. (Unesp) – Segundo Kuhn, um campo científico é cria-
do quando métodos, tecnologias, formas de obser-
vação e experimentação, conceitos e demonstrações 
formam um todo sistemático, uma teoria que permite 
o conhecimento de inúmeros fenômenos. A teoria se 
torna um modelo de conhecimento ou um paradigma 
científico. Uma revolução acontece quando o cientis-
ta descobre que os paradigmas disponíveis não con-
seguem explicar um fenômeno ou fato novo, sendo 
necessário produzir um novo paradigma (...). 
Marilena Chauí 
A passagem acima descreve a teoria do filósofo 
da ciência Thomas Kuhn que procura explicar os 
movimentos de transformação pelos quais passam 
as diversas ciências. A partir dele, devemos inferir 
que Kuhn é partidário 
a) da tese segundo a qual a ciência progride e evo-
lui constante e continuamente ao longo de sua 
história. 
b) da tese segundo a qual as grandes transforma-
ções científicas resultam de rupturas radicais 
com quadros conceituais e procedimentos pre-
viamente existentes. 
c) da tese segundo a qual a história da ciência é 
um continuum, no qual cada nova teoria pode ser 
considerada como um desdobramento lógico das 
precedentes. 
d) da tese segundo a qual o essencial para o pro-
gresso da ciência é o desenvolvimento de méto-
dos e a aquisição de novas tecnologias que tor-
nem a observação mais precisa. 
e) do positivismo, pois considera a ciência como um 
conjunto de conhecimentos testáveis empirica-
mente que progride cumulativamente ao longo da 
história. 
09. (UFU) – A irrefutabilidade de uma teoria não é uma vir-
tude, como frequentemente se pensa, mas um vício. 
K. Popper 
A partir do trecho acima, é correto afirmar que, para 
Popper, as teorias 
a) só podem ser consideradas científicas se toma-
das como modelos analógicos sem valor ou pre-
tensão de verdade. 
b) só podem ser consideradas científicas depois de 
confirmadas por pelo menos um teste metódico. 
c) só podem ser consideradas científicas quando 
enunciam conjecturas cujas implicações ou con-
sequências sejam passíveis de refutação através 
de testes. 
d) científicas constituem modelos – ou paradigmas 
– cuja correspondência com a realidade empírica 
não é possível verificar. 
e) científicas constituem um conjunto de hipóteses 
verificadas e aceitas como verdades históricas. 
10. (Unicentro) – Consideremos o campo da epistemo- 
logia contemporânea; sob esse aspecto, podemos 
afirmar que a posição de Thomas Kuhn (1922-1996), 
em relação à ciência, se contrapôs à concepção 
científica de Karl Popper (1902-1994)? Assinale a 
alternativa correta.
a) Sim, Kuhn se contrapôs à teoria de Popper ao 
negar que o desenvolvimento da ciência se dê 
mediante o ideal de refutação. Ao contrário, Kuhn 
afirma que a ciência progride pela tradição inte-
lectual representada pelo paradigma que é a vi-
são de mundo expressa numa teoria.
b) Não, Kuhn absorve a teoria da refutabilidade de 
Popper ao desenvolver sua concepção de para-
digma científico. Para ambos, o que garante a 
verdade de um discurso científico é sua condição 
de justificação, ou seja, quando uma teoria é jus-
tificada ela é corroborada.
c) Não, Kuhn argumentou que uma teoria, como pa-
radigma, deve ser desenvolvida em vez de criti-
cada, motivo pelo qual ele não poderia opor-se 
ao pensamento de Popper. Sua tentativa será 
outra: tentar harmonizar aqueles pontos de vista 
que divergem do seu.
d) Sim, Kuhn cedo abandonou o empirismo, clas-
sificando-se como anarquista epistemológico. 
Dessa forma, opôs-se não apenas à concepção 
metodológica de Popper como também de outros 
contemporâneos seus, como Lakatos, por exem-
plo. Diferentemente de Popper, Kuhn anuncia 
que as teorias não são nem verdadeiras, nem 
falsas, mas úteis.
e) Sim, diferentemente de Popper, para quem a fí-
sica newtoniana era considerada a imagem ver-
dadeira do mundo, tendo como pressupostos o 
mecanicismo e o determinismo, Kuhn estabelece 
como paradigma de sua concepção de ciência o 
irracionalismo de Heisenberg e seu princípio da 
incerteza.
11. (Unioeste) – “Segundo o filósofo da ciência Tho-
mas Kuhn, paradigma é um conjunto sistemático 
de métodos, formas de experimentações e teorias 
que constituem um modelo científico, tornando-se 
condição reguladora da observação. […] A ciência 
normal, conforme Kuhn, funciona submetida por pa-
radigmas estabelecidos historicamente num campo 
contextual de problemas e soluções concretas. […] 
Os paradigmas são estabelecidos nos momentos 
de revolução científica […] Portanto, para Kuhn, a 
ciência se desenvolve por meio de rupturas, por sal-
tos e não de maneira gradual e progressiva”.
(E. C. Santos)
CURSO DE FILOSOFIA
6
Sobre a concepção de ciência de Kuhn, é incorreto 
afirmar que
a) o desenvolvimento científico não se dá de modo 
linear, cumulativo e progressivo.
b) o desenvolvimento científico possui momentos de 
revolução, de ruptura, nos quais há mudança de 
paradigma.
c) a ciência normal é o período em que a pesquisa 
científica é dirigida por um paradigma.
d) um exemplo de mudança de paradigma (revolu-
ção) na Astronomia e a substituição do sistema 
geocêntrico aristotélico-ptolomaico pelo sistema 
heliocêntrico copernicano-galilaico.
e) a ciência não está submetida, de forma alguma, 
às condições históricas.
12. (UEM – PR) – A epistemologia de Thomas Kuhn tem 
como tese fundamental a mudança de paradigmas 
que provoca as revoluções científicas; enquanto a 
epistemologia de Karl Popper se caracteriza pelo 
princípio da falseabilidade. Assinale o que for cor-
reto.
01) Para Thomas Kuhn, as mudanças de paradigmas 
nas teorias científicas desorganizam a ciência a 
ponto de impedir um avanço do conhecimento.
02) Para Thomas Kuhn, a revolução copernicana 
que substitui a explicação ptolomaica geocên-
trica pela explicação heliocêntrica caracteriza 
uma mudança de paradigma e uma revolução 
naciência astronômica.
04) Para Karl Popper, o valor de uma teoria não se 
mede pela sua verdade, mas pela possibilidade 
de ser falsificada.
08) Para Thomas Kuhn, o paradigma é uma visão 
de mundo expressa em uma teoria; o paradig-
ma serve para auxiliar o cientista na resolução 
de seus problemas.
16) Considerando o princípio da falseabilidade, a 
ciência, para Karl Popper, não se desenvolve 
de modo linear.
13. (UNESP) – Se me mostrarem um único ser vivo que 
não tenha ancestral, minha teoria poderá ser enter-
rada.
(Charles Darwin)
Sobre essa frase, afirmou-se que:
 I. Contrapõe-se ao criacionismo religioso.
 II. Contrapõe-se ao essencialismo de Platão, se-
gundo o qual todas as espécies têm uma essên-
cia fixa e eterna.
III. Sugere uma possibilidade que, se comprovada, 
poderia refutar a hipótese evolutiva darwiniana.
IV. Propõe que as espécies atuais evoluíram a partir 
da modificação de espécies ancestrais, não apa-
rentadas entre si.
V. Nega a existência de espécies extintas, que não 
deixaram descendentes.
É correto o que se afirma em
a) IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
14. (UFMA) – Identifique as afirmativas que contêm 
proposições corretas quanto à objetividade 
requisitada pelo conhecimento científico. A seguir, 
marque a opção correta.
 I. A neutralidade científica necessária para a efeti-
vação da objetividade não pode ser pensada de 
forma absoluta.
 II. O evento investigado pelo cientista possibilita 
sua plena compreensão e, portanto, a obtenção 
de um conhecimento infalível e verdadeiro.
III. A ciência avança por uma série de aproximações 
para uma verdade objetiva jamais alcançada, 
sendo possível afirmar apenas que há um certo 
grau de objetividade.
IV. O uso de métodos, testes, amostras significati-
vas, preservaria o rigor, garantindo por si só a 
objetividade do conhecimento científico.
Estão corretas apenas:
a) II e III
b) I, II e IV
c) I e III
d) I e IV
e) II, III e IV
15. (UEL) – Uma das afirmações mais conhecidas e ci-
tadas de Galileu, que reflete o novo projeto da ciên-
cia da natureza, é a seguinte: “A filosofia está escrita 
neste grandíssimo livro que aí está aberto continua-
mente diante dos olhos (digo, o universo), mas não 
se pode entendê-lo se primeiro não se aprende a 
entender a língua e conhecer os caracteres nos 
quais está escrito.
Ele está escrito em língua matemática, e os 
caracteres são triângulos, círculos e outras figuras 
geométricas, meios sem os quais é humanamente 
impossível entender-lhe sequer uma palavra; sem 
estes trata-se de um inútil vaguear por obscuro 
labirinto.”
(NASCIMENTO, Carlos Arthur R. De Tomás de Aquino a 
Galileu. 2. ed. Campinas: UNICAMP, 1998. p. 176.)
CURSO DE FILOSOFIA
7
 Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
concepção de ciência em Galileu, é correto afirmar:
a) Ciência é o conhecimento fixo, estável e perene 
da essência constitutiva da realidade, alcançável 
por meio da abstração.
b) A autonomia da explicação científica baseia-se 
em argumentos de autoridade e princípios metafí-
sicos que justificam a verdade imutável do mundo 
natural.
c) A verdade natural é conhecida independente de 
teorias e da realização de experiências, já que o 
fator primordial da ciência é o uso da matemática 
para decifrar a essência do mundo.
d) A compreensão da natureza por meio de caracte-
res matemáticos significa decifrar a obra da cria-
ção e, consequentemente, ter acesso ao conhe-
cimento do próprio criador.
e) A ciência busca construir o conhecimento assen-
tado na razão do sujeito e no controle experimen-
tal dos fenômenos naturais representados mate-
maticamente.
16. (PUC – RJ) – Estabeleça a associação entre as pos-
sibilidades do conhecimento (coluna I) e a(s) sua(s) 
característica(s) (coluna II).
Coluna I
(1) Dogmatismo (2) Ceticismo
(3) Criticismo (4) Pragmatismo
Coluna II
( ) Caracteriza-se pela atitude de conhecimento 
que consiste em acreditar estar de posse da 
certeza ou da verdade antes de fazer a crítica 
da faculdade de conhecer.
( ) Posição epistemológica segundo a qual o espíri-
to humano nada pode conhecer com certeza; 
conclui pela suspensão do juízo e pela incerte-
za permanente.
( ) Caracteriza-se por afirmar que não é possível 
conhecer as coisas tais como são em si, ape-
nas podemos conhecer os fenômenos, aquilo 
que aparece.
( ) Posição epistemológica que afirma que o inte-
lecto é dado ao homem não para investigar e 
conhecer a verdade, mas sim para orientar-se 
na realidade.
Marque a opção que contempla a sequência correta 
das associações de cima para baixo. 
a) 2, 3, 4, 1
b) 1, 2, 3, 4 
c) 4, 1, 2, 3 
d) 1, 3, 2, 4 
e) 3, 4, 1, 2
17. (VUNESP) – Entre os problemas principais da Filo-
sofia, destaca-se a teoria do conhecimento, que tem 
por objetivo investigar as fontes do conhecimento, 
as formas de juízos verdadeiros e as regras para a 
obtenção do conhecimento seguro.
Sobre a teoria do conhecimento, assinale o que for 
incorreto.
a) O problema do conhecimento, em suas diferentes 
formas de fundamentação, seja racional (através 
da razão) ou empírica (através da experiência), 
não diz respeito ao nascimento da Filosofia, na 
Grécia antiga, nem à filosofia da Idade Média. Ele 
se deve apenas à filosofia moderna.
b) O sofista Protágoras, com a afirmação de que “o 
homem é a medida de todas as coisas”, pode ser 
considerado um precursor do relativismo contem-
porâneo, do ponto de vista da teoria do conheci-
mento.
c) O que diferencia, segundo Platão, opinião e co-
nhecimento, é que a opinião fornece apenas um 
quadro provisório do mundo, ao passo que o co-
nhecimento é o estudo do imutável e permanente.
d) Para René Descartes, o desejo de verdade não é 
suficiente para fundar o conhecimento, mas, sim, 
regras para a direção do espírito, estabelecidas 
pelo rigor de um método lógico e metafísico.
18. (UEL – PR) – Nos Princípios Matemáticos de 
Filosofia Natural, Newton afirmara que as leis do 
movimento, assim como a própria lei da gravitação 
universal, tomadas por ele como proposições 
particulares, haviam sido “inferidas dos fenômenos, 
e depois tornadas gerais pela indução”. Kant atribui 
a estas proposições particulares, enquanto juízos 
sintéticos, o caráter de leis a priori da natureza. 
Entretanto, ele recusa esta dedução exclusiva das 
leis da natureza e consequente generalização a 
partir dos fenômenos. Destarte, para enfrentar o 
problema sobre a impossibilidade de derivar da 
experiência juízos necessários e universais, um dos 
esforços mais significativos de Kant dirige-se ao 
esclarecimento das condições de possibilidade dos 
juízos sintéticos a priori. 
Com base no enunciado e nos conhecimentos 
acerca da teoria do conhecimento de Kant, é correto 
afirmar: 
a) A validade objetiva dos juízos sintéticos a priori 
depende da estrutura universal e necessária da 
razão e não da variabilidade individual das expe-
riências. 
b) Os juízos sintéticos a priori enunciam as cone-
xões universais e necessárias entre causas e 
efeitos dos fenômenos por meio de hábitos psí-
quicos associativos. 
CURSO DE FILOSOFIA
8
c) O sujeito do conhecimento é capaz de enunciar 
objetivamente a realidade em si das coisas por 
meio dos juízos sintéticos a priori. 
d) Nos juízos sintéticos a priori, de natureza empíri-
ca, o predicado nada mais é do que a explicitação 
do que já esteja pensado realmente no conceito 
do sujeito. 
e) A possibilidade dos juízos sintéticos a priori nas 
proposições empíricas fundamenta-se na deter-
minação da percepção imediata e espontânea do 
objeto sobre a razão. 
19. (UEM – PR) – “Todas as ideias derivam da sensa-
ção ou reflexão. Suponhamos que a mente é, como 
dissemos, um papel em branco, desprovida de to-
dos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela 
será suprida? (…) De onde apreende todos os ma-
teriais da razão e do conhecimento?
A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo 
o nossoconhecimento está nela fundado, e dela 
deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.”
(LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São 
Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 165).
Assinale o que for correto.
01) Para John Locke, embora nosso conhecimen-
to se origine na experiência, nem todo ele de-
riva da experiência. No entendimento, existem 
ideias inatas abstraídas das coisas pela refle-
xão.
02) Como seguidor de Descartes, John Locke assu-
me a diferença entre conhecimento verdadeiro, 
que é puramente intelectual e infalível, e conhe-
cimento sensível, que, por depender da sensa-
ção, é suscetível de erro.
04) John Locke é o iniciador da teoria do conheci- 
mento em sentido estrito, pois se propôs, no 
Ensaio acerca do entendimento humano, a 
investigar explicitamente a natureza, a origem 
e o alcance do conhecimento humano.
08) Para John Locke, todo nosso conhecimento 
provém e se fundamenta na experiência. As 
impressões formam as ideias simples; a refle-
xão sobre as ideias simples, ao combiná-las, 
formam ideias complexas, como substância, 
Deus, alma etc.
16) John Locke distingue as qualidades do objeto 
em qualidades primárias (solidez, extensão, 
movimento etc.) e qualidades secundárias (cor, 
odor, sabor etc.); as primeiras existem realmen-
te nas coisas, as segundas são relativas e sub-
jetivas.
20. (UFSJ) – Na filosofia de Friedrich Nietzsche, é fun-
damental entender a crítica que ele faz à metafísica. 
Nesse sentido, é CORRETO afirmar que essa crítica
a) tem o sentido, na tradição filosófica, de contenta-
mento, plenitude.
b) é a inauguração de uma nova forma de pensar 
sem metafísica através do método genealógico.
c) é o discernimento proposto por Nietzsche para le-
var à supressão da tendência que o homem tem 
à individualidade radical.
d) pressupõe que nenhum homem, de posse de 
sua razão, tem como conceber uma metafísica 
qualquer, que não tenha recebido a chancela da 
observação.
e) a metafísica é válida, pois trata de Deus e da li-
berdade humana.
01. e
02. d
03. a
04. d
05. c
06. d
07. a
08. b
09. c
10. a
11. e
12. 30 (02, 04, 08, 16)
13. d
14. c
15. e
16. b
17. a
18. a
19. 28 (04, 08, 16)
20. b
Gabarito
CURSO DE SOCIOLOGIA
KARL MARX (1818-1883)
Karl Marx nasceu em Trier, na Prússia. Seus pais 
eram judeus convertidos ao luteranismo (religião na qual 
Marx foi batizado aos 6 anos de idade, embora mais 
tarde tenha se tornado ateu). Cursou Direito e Filosofia 
nas Universidades de Boon e Berlim, onde estudou 
Hegel, cuja obra foi o “ponto de partida” do pensamento 
marxista: primeiramente um “jovem hegeliano”, ele 
viria posteriormente a rejeitar e criticar a filosofia que 
considerou ser uma idealização da elite política.
 Devido a perseguições do governo da Prússia, 
em 1843 Marx se mudou para Paris, onde veio a 
conhecer Friedrich Engels, um filósofo e industrial 
alemão que se tornou seu amigo e financiou boa parte 
de suas obras. Marx continuou sendo perseguido na 
França e, depois de uma temporada na Bélgica, fixou 
residência em Londres. Com Engels, Marx escreveu 
em 1847 “O Manifesto Comunista”, publicado em 1848. 
“O Manifesto Comunista” é um tratado 
político que faz uma análise: dos modos como se 
manifestou, historicamente, a opressão social; das 
mudanças trazidas pelas revoluções burguesas, que 
instauraram no poder a burguesia, a nova classe 
opressora; e das consequências da industrialização, 
que transformou o trabalhador em “coisa”. O 
Manifesto é, além de uma crítica ao modo capitalista 
de produção, que reorganizou as sociedades, um 
chamado à luta pela defesa dos direitos da classe 
trabalhadora - o proletariado.
Marx transitou da Filosofia à Economia e o alcance 
e influência de suas teorias são até hoje objeto 
de estudos e controvérsias, muitas resultantes da 
incompreensão ou simplificação reducionista de seus 
textos. Como ponto de partida, é importante ter em 
mente que Marx rejeitou o idealismo burguês, que 
para ele contrastava com as realidades da vida e 
constituía uma forma de “declinação” Marx escreveu 
para vários jornais durante a vida, inclusive o New York 
Daily Tribune. Sua obra magna foi “O Capital”, uma 
obra de 3 volumes que até hoje serve de base para a 
compreensão da relação entre trabalho e capital.
Karl Marx 
O Socialismo Científico 
Ou marxismo, é o nome dado ao conjunto de 
ideias, elaboradas por Karl Marx e Friedrich Engels, 
que forneceram a base teórica para se alcançar o que 
eles consideraram ser uma forma mais elevada de 
organização da sociedade: o socialismo. O estudo do 
marxismo é normalmente dividido em três áreas, ou 
componentes do marxismo, que dizem respeito aos 
campos do conhecimento da filosofia (materialismo 
dialético), história social (materialismo histórico) e 
economia (economia marxista). Essa aula fornece uma 
brevíssima introdução ao marxismo - que é uma ciência 
com sua própria terminologia, fundamentada na filosofia 
do materialismo dialético.
Materialismo dialético
É a filosofia do marxismo e o método sobre o qual 
se fundamenta. Quer saibamos ou não, consciente 
ou inconscientemente, todos têm uma filosofia - uma 
maneira de olhar o mundo. 
Para Marx, a classe dominante impõe a filosofia 
dominante, ou seja, o “modo de pensar o mundo” que 
predomina e é visto como o “correto” ou “natural” é aquele 
que é transmitido a todos os membros da sociedade por 
aqueles que detém o poder - através da imprensa, das 
escolas e universidades, de todas as estruturas sociais 
enfim. Para ele, a manutenção do sistema capitalista 
só é possível porque a classe dominante impõe sua 
filosofia - com sua moralidade, conservadorismo, defesa 
de interesses de poucos como se representassem os da 
sociedade. Filosoficamente, o Idealismo burguês sustenta 
o sistema capitalista, pois apregoa a permanência de 
um Ideal absoluto que precede e rege o mundo material 
e considera as coisas como fixas e imóveis; como um 
complexo de coisas prontas, cuja existencia é anterior 
(a priori) e superior ao homem. 
Por outro lado, o materialismo dialético afirma que 
nada é permanente, todas as coisas perecem no tempo 
e a matéria precede a consciência que se tem dela, não o 
inverso: a mente exige um corpo material - os materialistas 
não concebem uma consciência separada do cérebro vivo. 
Para Marx não é a consciência que determina a existência, 
é a existência que determina a consciência”.
Cuidado! Os termos “materialismo” e “idealismo” 
não devem ser compreendidos aqui como em seu uso 
cotidiano: não se deve compreender materialismo no 
sentido de apego ou cobiça material; nem idealismo 
no sentido de ideais elevados ou virtudes.
Aula nº 03 Fundamentos do Pensamento Sociológico (II)
CURSO DE SOCIOLOGIA
2
Logo, o materialismo filosófico é uma perspectiva 
segundo a qual as ideias são simplesmente um reflexo 
do mundo material. Segundo Engels “todas as ideias 
são tiradas da experiência, são reflexos - verdadeiros 
ou distorcidos - da realidade”. É importante ressaltar 
que os materialistas não negam a existência da 
mente ou dos processos mentais, como consciência, 
pensamento, vontade, apenas negam que a mente e 
seus processos existam como entes distintos ou de 
existência a priori em relação ao corpo. 
Além de materialista, a visão marxista do mundo é 
dialética. Segundo Engels, a dialética “é a ciência das 
leis gerais do movimento e do desenvolvimento 
da natureza, da sociedade e do pensamento 
humanos”. 
Resumidamente, o materialismo dialético busca 
explicar as leis da evolução e da mudança, vendo o 
mundo não como um ideal estático, mas como um 
complexo de processos contínuos, que passam por 
transformações ininterruptas de vir à existência e 
desaparecer. “A falha fundamental no pensamento 
vulgar”, escreveu Trotsky, “reside no fato de que deseja 
se contentar com impressões imóveis da realidade 
que consistem em movimento eterno”. Por isso, Marx 
destaca que há a necessidade de considerarmos a 
realidade socioeconômica de determinada época 
como um todo articulado,onde aparecem contradições 
diversas. 
Materialismo histórico
É o método marxista de análise da história, 
segundo o qual, em última instância, toda mudança 
social pode ser explicada em função das mudanças no 
modo de produção. É “materialista” porque considera 
as condições materiais de desenvolvimento dos seres 
humanos através da história. 
Marx afirmava que a estrutura econômica da 
sociedade, constituída de suas relações de produção, é 
a verdadeira base da sociedade, o alicerce sobre o qual 
se ergue a superestrutura jurídica e política e ao qual 
correspondem formas definidas de consciência social. 
Já as relações de produção da sociedade correspondem 
a uma determinada fase do desenvolvimento das suas 
forças produtivas materiais; dessa maneira “o modo de 
produção da vida material condiciona o processo de 
vida social, política e espiritual em geral”. 
Para Marx, nenhuma atividade humana tem 
existência independente: toda experiência consciente 
é condicionada pelas condições histórico-sociais nas 
quais todo ser humano se desenvolve, dentro de uma 
realidade concreta:
“Os homens fazem a sua própria história, mas 
não a fazem segundo a sua livre vontade, em 
circunstâncias escolhidas por eles próprios, mas 
nas circunstâncias imediatamente encontradas, 
dadas e transmitidas pelo passado. A tradição de 
todas as gerações mortas pesa sobre o cérebro dos 
vivos como um pesadelo. E mesmo quando estes 
parecem ocupados a revolucionar-se, a si e às 
coisas, mesmo a criar algo de ainda não existente, é 
precisamente nessas épocas de crise revolucionária 
que amaldiçoam temerosamente em seu auxílio o 
espírito do passado.”
(Karl Marx. O 18 Brumário de Luís Napoleão).
RESUMIDAMENTE:
•	 O fator determinante da história é como os homens 
organizam a sua produção, as relações de produção. 
•	 O nível de desenvolvimento das forças produtivas 
determina a história e as formas sociais precisas.
•	 As tradições, a política e a ideologia desempenham 
papel considerável, mas não decisivos, na 
evolução histórica.
•	 Os agentes da história são os homens reais, 
os trabalhadores, não os grandes homens, as 
individualidades históricas. 
O estudo do marxismo é importante para a 
compreensão e ajustes no sistema capitalista – por 
analisar as contradições que resultam periodicamente em 
crises e recessões. Marx foi, acima de tudo, um dedicado 
estudioso do sistema capitalista. Seu propósito foi deixar 
para a classe operária - o proletariado - o legado de uma 
ferramenta teórica que transformasse essa classe social 
de classe em si em uma classe por si: consciente de sua 
situação e capaz de transformar sua realidade rumo à 
emancipação – rumo à revolução proletária. 
As classes sociais
“A história de todas as sociedades que já existiram é 
a história da luta de classes. Homem livre e escravo, 
patrício e plebeu, senhor e servo, chefe de corporação 
e assalariado; resumindo, opressores e oprimidos 
estiveram em constante oposição um ao outro, 
mantiveram sem interrupção uma luta por vezes 
aberta – uma luta que todas as vezes terminou com 
uma transformação revolucionária ou com a ruína 
das classes em disputa.”
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 9)
A ideia de luta de classes como força motriz da história 
aparece claramente no “Manifesto Comunista” e mais 
tarde na obra “Ideologia Alemã”. Para Marx e Engels, o 
conceito de “classes” era uma característica singularmente 
distintiva das sociedades capitalistas, sendo um produto 
da burguesia. Não se debruçaram, pois, sobre qualquer 
análise sistemática das principais classes e relações de 
classes em outras formas de sociedade. 
As classes dominantes criam e difundem a crença 
que o modo de vida existente é o melhor para todos 
inclusive para as classes dominadas. 
“As ideias da classe dominante são, em todas as 
épocas, as ideias dominantes, ou seja, a classe que 
é o poder material dominante da sociedade é, ao 
mesmo tempo, o seu poder espiritual dominante 
...Os indivíduos que constituem a classe dominante 
também têm, entre outras coisas, consciência, e daí 
que pensem; na medida em que dominam como 
classe determinam todo o conteúdo de uma época 
histórica, é evidente que o fazem em toda a sua 
extensão, e portanto, entre outras coisas, dominam 
CURSO DE SOCIOLOGIA
3
também como pensadores, como produtores de 
ideias , regulam a produção e a distribuição de 
ideias de seu tempo, que, portanto, as suas ideias 
são as ideias dominantes da época.”
(“A Ideologia Alemã”).
Em síntese:
•	 As classes estão ligadas a determinadas fases 
históricas do desenvolvimento da produção.
•	 O capitalismo é gerador de crises - o próprio 
sistema não permite que o fruto do trabalho seja 
distribuído em prol da maioria, o que leva à 
concentração de riqueza e instabilidade social;
•	 O capitalismo - como tudo no mundo material - terá 
um fim quando as crises se tornem insuperáveis 
e a classe operária, tendo se conscientizado e 
organizado, será conduzida ao poder - dando 
início à ditadura do proletariado;
•	 A ditadura do proletariado é apenas um período 
de transição para a abolição de todas as classes 
e a formação de uma sociedade sem classe - a 
sociedade emancipada seria livre da exploração 
do trabalho alheio e estaria inaugurada uma nova 
era da história da humanidade.
Crítica à religião
Como filósofo materialista, Marx criticou a religião 
na obra “Crítica da filosofia do direito de Hegel”.
“A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a 
expressão da miséria real e o protesto contra a miséria 
real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo 
de um mundo sem coração e a alma de situações sem 
alma. A religião é o ópio do povo.”
“No caso da Alemanha, a Crítica da religião chegou, 
no essencial, ao seu fim; e a crítica da religião é o 
pressuposto de toda a crítica.
Para Marx, as religiões cumprem um papel dúplice 
na manutenção do status quo pela classe dominante: 
primeiro, porque oferecem às classes trabalhadoras um 
consolo, uma “falsa esperança” para as injustiças sociais; 
segundo, porque o trabalhador vê na sua “liberdade” 
religiosa uma forma de protesto, de luta contra as 
condiçoes de vida a que é exposto. Finalmente, a religião 
não tem substância própria - foi criada pelo homem, 
para o homem, sendo também fruto ou resultado das 
condições materiais da existência humana: Estado e 
sociedade produzem e mantêm as religiões, que são 
também uma forma de controle dos sujeitos. 
A mais-valia
Para Marx a força de trabalho tem valor que é capaz 
de produzir valor superior a si próprio - que é a mais-valia. 
Em resumo é aquilo que o trabalho produz que não fica 
com ele, mas sim com o capitalista. O trabalhador produz 
mercadoria e o seu trabalho também é uma mercadoria. 
Contudo, quanto mais mercadoria ele produz menos ele 
acaba valendo no mercado das mercadorias. 
“Esta é a concretização do trabalho excedente, 
em termos de valor, ou seja, recebida em dinheiro 
pelo proprietário dos meios de produção. O nome 
vem da sua origem: a mais-valia é o valor adicional 
criado pela força de trabalho, valor apropriado pelo 
capitalista. O valor final do produto se compõe do valor 
das matérias-primas, peça etc., e da parcela do valor 
das máquinas consumidas na produção (Lembremo-
nos de que esses outros itens são frutos do trabalho 
realizado em uma etapa anterior); do valor da força de 
trabalho; e da mais-valia, que corresponde ao trabalho 
excedente. Assim, depois de pagar o valor da força 
de trabalho, das matérias-primas e do desgaste das 
máquinas, o empresário disporá da mais-valia em suas 
mãos. Essa mais-valia terá uma parcela distribuída 
para outros empresários, por meio do pagamento dos 
juros de financiamentos bancários e do aluguel da 
terra ou do edifício onde a empresa funciona (caso 
não seja próprio). Há ainda os serviços comerciais, de 
transporte, publicidade etc. Todos esses pagamentos 
provêm da mais-valia gerada na produção. Ou seja,o empresário industrial dividirá uma porção da mais-
valia, criada pelos trabalhadores que ele emprega, com 
o banqueiro, com o proprietário da terra (ou do imóvel) 
e com os empresários fornecedores dos serviços 
acima citados. Isto é, com outras facções da burguesia. 
Há, ainda, os impostos pagos ao governo. Finalmente, 
resta uma parcela que é o lucro da empresa. Parte dele 
será reinvestido ou em outros negócios e parte será a 
renda individual do empresário, que o comsumirá.”
(ANAV, Roberto Vital. O retorno de Karl Marx: a redescoberta de Marx 
no século XI. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2017, p. 84).
Alienação
 Com a Revolução Industrial ocorreu a 
separação entre capital e trabalho. O proprietário dos 
meios de produção é o burguês, já o operário vende a 
sua força de trabalho, recebendo em troca um salário. 
O trabalhador deixou de ter consciência do processo 
produtivo, atuando apenas numa etapa do mesmo. 
Uma imagem clássica é do filme Tempos Modernos 
de Charles Chaplin em que o sujeito ficava o dia todo 
apertando parafusos, o que não permitia que percebesse 
à totalidade do processo produtivo. 
“O trabalho aliena porque o seu resultado se 
autonomiza. A alienação é, então, condição para que 
a revolução não aconteça, a dominação prossiga, para 
que a exploração seja possível. Se você conservasse, 
de alguma forma, soberania sobre o produto do seu 
trabalho, isso se converteria em força política, força 
econômica e força social. Mas, como você perde 
controle sobre o seu trabalho e sobre o produto de o seu 
trabalho, você fabrica uma coisa forte e se enfraquece 
ao produzir aquilo que é forte fora de você.”
((BARROS FILHO, Clóvis de; DAINEZI, Gustavo Fernandes. 
Devaneios sobre a atualidade do capital. Porto Alegre: CDG 
Editora, 2014, p. 64).
CURSO DE SOCIOLOGIA
4
ASSIMILAÇÃO
01. (UEMA) – As sociedades modernas são complexas 
e multifacetadas. Mas é com o capitalismo que as 
divisões sociais se tornam mais desiguais e exclu-
dentes. Marx já observara que só o conflito entre as 
classes pode mover a história. Assim sendo, para 
o referido autor, em qual das opções se evidencia 
uma característica de classe social?
a) O status social e cultural dos indivíduos.
b) A função social exercida pelos indivíduos na so-
ciedade.
c) A ação política dos indivíduos nas sociedades 
hierarquizadas.
d) A identidade social, cultural e coletiva.
e) A posição que os indivíduos ocupam nas relações 
de produção.
02. (ACAFE – SC) – Karl Marx, mediante análise dos 
mecanismos econômicos e sociais do capitalismo, 
criou uma série de conceitos econômicos, políticos 
e sociais que foram a base da ideologia socialista.
Acerca do Marxismo, todas as alternativas estão 
corretas, exceto a:
a) Para Marx, a exploração do operariado ficava evi-
dente no conceito de mais-valia.
b) O Marxismo defende que os meios de produção se-
jam controlados pela iniciativa privada, deixando ao 
Estado a administração das empresas públicas.
c) O Socialismo Científico de Marx defendia uma 
proposta revolucionária para o proletariado.
d) Para a Revolução Socialista, o comunismo repre-
sentaria o fim das desigualdades econômicas e 
sociais.
03. (UFU – MG ) – Marx e Engels em seu Manifesto do 
Partido Comunista, consideram que “a nossa épo-
ca, a época da burguesia, caracteriza-se por ter sim-
plificado os antagonismos de classes. A sociedade 
divide-se cada vez mais em dois vastos campos 
opostos, em duas grandes classes diametralmente 
opostas: a burguesia e o proletariado.” 
Em vista disso, assinale a alternativa que define 
corretamente a burguesia e o proletariado. 
a) Os burgueses utilizam o trabalho escravo para a 
produção, e o proletariado é desprovido de liber-
dade para vender sua força de trabalho. 
b) Os burgueses são proprietários que utilizam da 
manufatura do proletariado para a produção de 
mercadorias, e o proletariado impulsiona o de-
senvolvimento da manufatura. 
c) Os burgueses são os grandes proprietários de 
terras, e o proletariado detém o poder social e 
econômico. 
d) Os burgueses são os detentores dos meios de 
produção, e o proletariado vende sua força de 
trabalho. 
04. (Unimontes – MG) – A questão das classes sociais 
ocupa um papel fundamental na teoria de Karl Marx. 
Para ele, existem condicionantes e determinantes 
na complexa relação entre indivíduo e sociedade e 
entre consciência e existência social. Considerando 
as reflexões de Karl Marx sobre esse tema, marque 
a alternativa incorreta.
a) A luta de classes desenvolve-se no modo de 
organizar o processo de trabalho e no modo de 
se apropriar do resultado do trabalho humano.
b) A luta de classes está presente em todas as ações 
dos trabalhadores quando lutam para diminuir a 
exploração e a dominação.
c) Em meio aos antagonismos e lutas sociais, o 
indivíduo pode repensar a realidade, reagir e 
até mesmo transformá-la, unindo-se a outros em 
movimentos sociais e políticos.
d) As classes sociais sustentam-se em equilíbrios 
dinâmicos e solidários, sendo a produção da so-
lidariedade social o resultado necessário à vida 
em sociedade.
05. (UFU – MG ) – E se, em toda ideologia, os homens e 
suas relações aparecem invertidos como numa câ-
mara escura, tal fenômeno decorre de seu processo 
histórico de vida, do mesmo modo porque a inver-
são dos objetos na retina decorre de seu processo 
de vida diretamente físico. 
MARX, Karl, A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1987. p. 37. 
Com essa famosa metáfora, Marx realiza a definição 
de ideologia como inversão da realidade, da qual 
decorre para ele 
a) a alienação da classe trabalhadora. 
b) a consciência de classe dos trabalhadores. 
c) a existência de condições para a práxis revolu-
cionária. 
d) a definição de classes sociais. 
TESTES
CURSO DE SOCIOLOGIA
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APERFEIÇOAMENTO
06. (UFU – MG) – Conforme Marx e Engels: “O modo 
pelo qual os homens produzem seus meios de vida 
depende, antes de tudo, da própria constituição dos 
meios de vida já encontrados e que eles têm de 
reproduzir. Esse modo de produção não deve ser 
considerado meramente sob o aspecto de ser a re-
produção da existência física dos indivíduos. Ele é, 
muito mais, uma forma determinada de sua ativida-
de, uma forma determinada de exteriorizar sua vida, 
um determinado modo de vida desses indivíduos”. 
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: 
Huitec, 1999, p. 27. 
Da leitura do trecho, conclui-se que: 
a) As ideologias políticas possuem autonomia em re-
lação ao desenvolvimento das forças produtivas. 
b) A base da estrutura social reside no seu modo de 
produção material. 
c) O modo de produção é determinado pela ideolo-
gia dominante.
d) Toda atividade produtiva é uma forma de desu-
manização.
07. (UFGD – MS) – Karl Marx e Friedrich Engels são 
importantes e destacados autores das teses do so-
cialismo científico, cuja proposição se baseou
a) na perspectiva de que seria urgente a redução do 
papel do Estado na economia.
b) no desenvolvimento e execução de sucessivas 
reformas em diferentes modelos econômicos, vi-
sando ao aperfeiçoamento do Liberalismo.
c) em apontar e discutir as contradições do capita-
lismo, a partir da ideia de que seria necessária a 
ação revolucionária dos trabalhadores.
d) no desenvolvimento e execução de sucessivas 
reformas em diferentes modelos econômicos, vi-
sando ao aperfeiçoamento do Liberalismo.
e) em redefinir o movimento sindical, por considerar que 
ele estaria ultrapassado após a Revolução Russa.
08. Leia o texto a seguir.
 Assim como Darwin descobriu a lei do 
desenvolvimento da natureza orgânica, Marx 
descobriu a lei do desenvolvimento da história 
humana. A produção dos meios imediatos de vida, 
materiais e, por conseguinte, a correspondente 
fase de desenvolvimento econômico de um povo 
ou de uma época é a base a partir da qual tem se 
desenvolvido as instituições políticas, as concepções 
jurídicas, as ideias artísticas. A descoberta da mais-
valia clareou estes problemas.
(Adaptado de: ENGELS, F.Discurso diante do túmulo de Marx. 
1883. Disponível em: <http://www.marxists.org/espanol/m-
e/1880s/83- tumba.htm>. Acesso em: 11 set. 2017.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre 
a concepção materialista da história, assinale a 
alternativa correta.
a) Existem leis gerais e invariáveis na história, que 
fazem a vida social retornar continuamente ao 
ponto de partida, isto é, a uma forma idêntica de 
exploração do homem sobre o homem.
b) A mais-valia, ou seja, uma maneira mais eficaz de 
os proprietários lucrarem por meio da venda dos 
produtos acima de seus preços, é uma manifes-
tação típica da sociedade capitalista e do mundo 
moderno. 
c) O darwinismo social é a base da concepção ma-
terialista da história na medida em que esta teoria 
demonstra cientificamente que somente os mais 
aptos podem sobreviver e dominar, sendo os ca-
pitalistas um exemplo.
d) A partir de intercâmbios na infraestrutura da vida 
social, desenvolve-se um conjunto de relações 
que passam a integrar o campo da superestrutu-
ra, com uma interdependência necessária entre 
elas. 
e) A sociedade burguesa, por intensificar a explora-
ção dos homens através do trabalho assalariado, 
constitui-se em forma de organização social me-
nos desenvolvida que as anteriores.
09. Temos um trabalhador numa determinada indústria. 
Suponhamos que ele conheça o dono da pequena 
indústria em que trabalha e que tenha até uma boa 
amizade com ele. Em determinado momento, po-
rém, acontece uma greve. Apesar da amizade entre 
o trabalhador e seu patrão, provavelmente durante a 
greve ambos estarão colocados em lados opostos. 
TOMAZI, Nelson. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 
1993. p. 13-14. 
Este exemplo, tomado para introduzir uma reflexão 
sobre conceitos elaborados por Marx, em sua crítica 
à sociedade capitalista, remete, claramente, à noção 
de “classes sociais”, entendida no marxismo como 
a) grupos de indivíduos que compartilham os mes-
mos motivos para realizarem ações sociais. 
b) grupos de indivíduos que agem de forma seme-
lhante em face de um mesmo fato social.
c) grupos de indivíduos que possuem a mesma 
crença com relação aos valores que precedem 
suas ações. 
d) grupos de indivíduos que ocupam uma mesma 
posição nas relações sociais de produção. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
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10. (UEG – GO) – A respeito do materialismo histórico 
de Karl Marx, verifica-se que é uma
a) concepção que considera que a matéria é a ori-
gem do universo e da sociedade, e que ela muda 
historicamente transformando o homem e a natu-
reza, sendo por isso que Marx intitulou essa con-
cepção com a junção das palavras materialismo 
e história.
b) concepção da história que defende que o proces-
so histórico é determinado exclusivamente pelos 
interesses econômicos e materiais, sendo devido 
a isso que Marx atribuiu o nome “materialismo” à 
sua concepção em oposição ao “idealismo”, que 
defende que as pessoas perseguem seus ideais.
c) concepção historicista que compreende que a 
única ideologia válida é o materialismo origina-
do com o iluminismo e aperfeiçoado por Augusto 
Comte, sendo a divergência de Marx com esses 
antecessores apenas política, já que ele propu-
nha uma concepção revolucionária diferentemen-
te deles.
d) teoria da história que analisa o processo real e 
concreto, enfatizando o modo de produção e re-
produção dos bens materiais necessários para 
a sobrevivência humana e que passa a ser de-
terminada pela luta de classes em determinadas 
sociedades.
11. (UFT – TO) – Em 1848, foi editada uma obra de Karl 
Marx e Friedrich Engels em que os autores difundi-
ram as bases políticas e ideológicas da chamada 
“Luta de Classes.” Trata-se do livro:
a) A Origem da Família, da Propriedade e do Estado, 
que definiu o conceito de comunismo.
b) A Origem da Família, da Propriedade e do Estado, 
que definiu o conceito de comunas e soviets.
c) 18 Brumário, obra que retrata o retorno do sistema 
imperial na França após o Governo do Diretório.
d) Manifesto do Partido Comunista, no qual os 
autores conclamam os trabalhadores a se unirem 
à burguesia para implantar o socialismo na 
Rússia.
e) Manifesto do Partido Comunista, no qual os 
autores conclamam os trabalhadores a se unirem 
para derrubar a burguesia e o capitalismo, por 
meio de uma revolução.
12. O materialismo histórico dialético é o método de 
análise da sociedade criado por Karl Marx, um dos 
clássicos da Sociologia. A respeito desse método, é 
possível afirmar que 
a) o materialismo explica que as condições mate-
riais de existência não são fatores determinantes 
para o modo de ser e pensar de cada um. 
b) a sociedade e a política surgem da ação da natu-
reza e não da ação concreta dos seres humanos 
no tempo. 
c) o materialismo explica que são as relações so-
ciais de produção que determinam o modo de ser 
e pensar de cada indivíduo. É um modo histórico, 
já que a sociedade e a política surgem da ação 
concreta dos seres humanos no tempo. 
d) a História é um processo contínuo e linear, logo 
a realidade é estática e o movimento da história 
possui uma base material e econômica, mas não 
obedece a um movimento dialético. 
e) a base material ou econômica constitui a �supe-
restrutura� da sociedade, que exerce influência 
direta na �infraestrutura� da sociedade, ou seja, 
nas instituições jurídicas, políticas e ideológicas.
APROFUNDAMENTO
13. O materialismo histórico foi a corrente mais revo-
lucionária do pensamento social, tanto no campo 
teórico como no da ação política. E o Materialismo 
histórico pode ser conceituado como:
a) Período de transição do socialismo para o comu-
nismo, durante o qual as condições materiais são 
criadas para a construção do socialismo.
b) Filosofia formulada por Marx e Engels que desen-
volve em estreita conexão com os resultados da 
ciência e com a prática do movimento operário 
revolucionário.
c) Doutrina marxista do desenvolvimento da socie-
dade humana, que vê no desenvolvimento dos 
bens materiais necessários à existência a força 
primeira que determina toda a vida social.
d) Corrente hostil ao marxismo que defende a natu-
reza como fonte de sobrevivência.
e) Etapa que se segue ao socialismo, quando as 
classes deixam de existir e o Estado se extingue.
CURSO DE SOCIOLOGIA
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14. Com relação a sociologia clássica de Marx, pode-
mos afirmar:
I. Afirma que as relações entre os homens são 
relações de oposição, antagonismo e exploração.
II. Mostra que a industrialização, a propriedade 
privada e o assalariamento separavam o 
trabalhador dos meios de produção.
III. Defende a ideia de que as ações sociais são 
responsáveis pelas desigualdades sociais.
IV. Defende a ideia de que no capitalismo o 
trabalhador perde a posse do trabalho, naquilo 
que ele chama de alienação.
São corretas:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) Todas são corretas.
15. (UEM – PR) – Considerando as contribuições de 
Karl Marx e da teoria marxista para a compreensão 
da economia política capitalista, assinale o que for 
correto:
01) A teoria marxista contribui para o entendimento 
de que os modernos processos de exploração e 
alienação das forças de trabalho são o resulta-
do de um sistema social de produção que pode 
ser transformado.
02) Segundo Marx, as empresas passaram a res-
peitar e a valorizar seus empregados a partir do 
momento em que se conscientizaram do papel 
central que eles ocupam no processo produtivo.
04) A teoria marxista explica que o sistema capita-
lista de produção se tornou a forma mais justa e 
democrática de combater as desigualdades nas 
sociedades modernas.
08) A obra de Marx contribuiu para o reconhecimen-
to das leis de mercado enquanto fatos sociais 
independentes da ação humana, e que devem 
ser obedecidas para se manter a coesão social.
16. (UEM – PR) – Karl Marx e Max Weber figuram entre 
os autores considerados fundadores da Sociologia. 
Cada um a seu modo investigou o funcionamento 
das sociedades. Ambos se preocuparam, sobretu-
do, com o funcionamento das sociedadescapitalis-
tas modernas. Assinale o que for correto a respeito 
de estudos realizados por esses dois autores.
01) Para Max Weber, as ações sociais dependem 
das decisões, das escolhas e das orientações 
individuais, portanto tais ações interferem dire-
tamente na realidade. 
02) Karl Marx indica, em seus escritos, que a forma 
como as sociedades produzem e reproduzem a 
sua vida material não interfere nos demais cam-
pos da vida.
04) Max Weber considera que o protestantismo foi 
central para o desenvolvimento da sociedade 
capitalista moderna, uma vez que essa doutri-
na religiosa inseriu uma ética de valorização do 
trabalho e de seus frutos, inclusa a riqueza. 
08) Ao contrário de Karl Marx, Max Weber conside-
ra os fenômenos culturais desencadeadores de 
transformações históricas e sociais. 
16) Os estudos de Karl Marx indicam que a produ-
ção e a reprodução da vida material, aquilo de-
nominado de economia, conformam a infraes-
trutura das sociedades.
CURSO DE SOCIOLOGIA
8
17. Com suas compreensões a respeito dos temas 
expostos acima, identifique o tipo de ideia proposta 
por Marx para a superação das desigualdades 
sociais e explique a participação do proletariado 
nesse processo.
18. (UFPR) – Tendo como referência a leitura do livro 
Os clássicos da política (WEFFORT, 1991), expli-
que por que Marx propunha a revolução como me-
canismo para a superação do sistema capitalista.
DISCURSIVOS
O capitalismo é gerador de crises - o próprio sistema não permite que o fruto do trabalho seja distribuído em 
prol da maioria, o que leva à concentração de riqueza e instabilidade social;
O capitalismo - como tudo no mundo material - terá um fim quando as crises se tornem insuperáveis e a classe 
operária, tendo se conscientizado e organizado, será conduzida ao poder - dando início à ditadura do proletariado;
A ditadura do proletariado é apenas um período de transição para a abolição de todas as classes e a formação 
de uma sociedade sem classe - a sociedade emancipada seria livre da exploração do trabalho alheio e estaria 
inaugurada uma nova era da história da humanidade.
01. e
02. b
03. d
04. d
05. a
06. b
07. c
08. d
09. d
10. d
11. e
12. c
13. c
14. c
15. 01 (01)
16. 29 (01, 04, 08, 16)
Gabarito
17. O aluno pode citar o socialismo científico, ou tam-
bém o comunismo como proposta de análise e de 
transformação social. Quanto à participação do pro-
letariado, esse é fundamental para a mobilização na 
luta de classes, instituindo a ditadura do proletaria-
do e eliminando as desigualdades existentes.
18. Na visão dialética de Marx o mecanismo que impul-
siona a mudança social é a contradição. Ou seja, 
o modo de produção capitalista produziria as for-
ças que provocariam sua negação, contestação e 
a consequente superação por intermédio de uma 
revolução. A revolução proletária que conduziria à 
ditadura do proletariado, meio pelo qual o sistema 
capitalista seria superado.
CURSO DE SOCIOLOGIA
Aula nº 04 RELAÇÕES SOCIEDADE E NATUREZA
Através dos séculos, a relação do homem com a 
natureza foi se modificando drasticamente. Os povos 
antigos das mais diversas regiões do globo terrestre viam 
a natureza não como algo a ser domado, explorado, mas 
como um ente superior, ao qual deviam reverenciar. Daí 
a maior parte dos deuses das religiões da Antiguidade 
estarem associados a elementos da natureza. 
Conforme a sedentarização e a agricultura 
evoluíram, e principalmente depois do advento do uso 
de máquinas para o aumento da produção, essa relação 
se alterou: o homem pós-revolução industrial domou a 
terra, os recursos naturais, e passou a ver a natureza 
como um insumo – como provedora da matéria-prima 
necessária à produção de bens de consumo. 
Embora o tema “natureza” pareça alheio à economia, 
a “cultura” da exploração de todos os recursos naturais 
permeia o modelo de desenvolvimento econômico 
do mundo capitalista, que tem por base a geração 
constante de riqueza para manter o consumo e produzir 
excedente para a manutenção do Estado e da própria 
sociedade. 
Por esse motivo, diversos pensadores se 
preocuparam em estudar a relação sociedade x 
natureza:
•	 Para Adam Smith (1723 – 1790), o comportamento 
humano é guiado pela razão e pela satisfação 
de necessidades e interesses pessoais: isso faz 
com que utilizemos todos os nossos recursos ou 
insumos – terra, capital e trabalho – na produção 
de bens de consumo;
•	 David Ricardo (1772 – 1823) também vê a terra e 
os recursos naturais como insumos, porém, previu 
um futuro estágio estacionário na produção, em 
que não haveria suficiente terra produtiva de 
qualidade para produzir em quantidade suficiente 
para suprir a demanda gerada pelo crescimento 
populacional – nem mesmo com todo o progresso 
técnico que o trabalho, como propunha Smith, 
pudesse gerar. Nesse sentido, a natureza é não 
apenas uma limitadora do crescimento, mas 
também está em conflito com o homem. 
•	 Embora não se possa afirmar que Karl Marx (1818–
1883) tenha sido um pensador “ambientalista” 
no sentido atual, ele via o homem como inserido 
na natureza. Em suas críticas à sociedade 
capitalista, estudou também a alienação humana 
em relação ao seu mundo natural. As mudanças 
no relacionamento entre o homem e a natureza 
podem ser relacionadas às mudanças no 
processo produtivo – que é um fenômeno social 
por sua vez também determinado e moldado pela 
relação entre o homem e suas condições naturais 
e materiais. 
PROGRESSO TÉCNICO E MEIO AMBIENTE
A Revolução Industrial é um marco histórico 
na relação do homem com o meio ambiente, por 
representar o momento em que o progresso técnico 
modificou significativamente essa relação. 
Meio ambiente: conjunto de unidades ecológicas 
que funcionam como um sistema natural e inclui a 
vegetação, os animais, os micro-organismos, o solo, 
as rochas, a atmosfera e todos os fenômenos naturais, 
além dos recursos e fenômenos físicos como ar, a 
água, as florestas. Na ótica do Direito – segundo a 
lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente; meio ambiente é o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege 
a vida em todas as suas formas.
O progresso técnico – caracterizado principal-
mente pelo crescente uso e sofisticação de máquinas e 
pelas inovações tecnológicas nos processos produtivos, 
possibilitou a produção em massa, a fim de suprir as 
necessidades de consumo de uma população mundial 
que cresceu exponencialmente no último século. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
10
TABELA população mundial - de 1700 a 2100 (projeção)
T
O progresso técnico possibilitou também a expansão das economias e sua internacionalização. Trouxe, contudo, 
diversas consequências indesejáveis para o meio ambiente. Alguns exemplos:
•	 a indústria do petróleo – a exploração, produção e transporte são atividades com alto risco de contaminação, 
pois podem causar danos irreparáveis ao meio ambiente, como vazamentos em plataformas de extração, 
nos navios petroleiros ou nos oleodutos de distribuição que, quando ocorrem, causam danos incalculáveis ao 
meio ambiente. A produção do petróleo também produz resíduos altamente tóxicos para o solo e os lençóis 
freáticos. 
•	 a indústria têxtil – a produção mundial de fibra sintética, uma das mais usadas na indústria têxtil, utiliza mais 
de 70 milhões de barris de petróleo por ano, e o produto final demora mais de 200 anos para se decompor; 
a viscose, que utiliza celulose para produção, exige a derrubada de 70 milhões de árvores todos os anos; o 
algodão, por sua vez, demanda altos níveis de substâncias tóxicas em seu cultivo. O processo de produção 
têxtil é também altamente poluente, principalmente para as águas, que são contaminadas por produtos usados 
no tingimento e tratamento têxteis. 
Ou seja, não apenas a produção em massa de bens necessita de grande consumo de recursos naturais, 
mas sua conversão em produtos comercializáveis gera poluição (resíduos sólidos, líquidos egasosos despejados 
na natureza, além dos resíduos pós-consumo). 
Durante o último século, e mais aceleradamente durante as últimas décadas, houve um crescimento 
populacional e uma evolução tecnológica muito rápida que resultaram em uma exploração sem precedentes dos 
recursos naturais disponíveis. Ao mesmo tempo, não houve uma preocupação ou uma programação no sentido de 
conter as consequências do desequilíbrio ambiental resultante.
CURSO DE SOCIOLOGIA
11
SUSTENTABILIDADE
É inegável que a exploração desordenada dos 
recursos naturais, promovida dentro do modelo de 
desenvolvimento econômico adotado pela sociedade 
contemporânea, foi determinante para a atual crise 
ambiental, que já era evidente desde a década de 1960. 
O desequilíbrio entre a atividade humana e a proteção 
ambiental passou a constituir uma maior preocupação 
dos Estados a partir de 1972, quando se realizou em 
Estocolmo, Suécia, a Conferência das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente Humano. 
A Conferência de Estocolmo tornou-se um marco 
decisivo para o desenvolvimento de políticas ambientais 
e determinante na criação de regras de proteção que, 
através da pressão internacional, passaram a integrar o 
sistema jurídico de vários Estados, na forma do Direito 
Ambiental. 
A questão principal motivadora da proteção 
ambiental foi também fruto da cultura de exploração: 
- quanto tempo nosso planeta pode resistir ao modelo 
econômico vigente? – ou, dito de outro modo, quando 
chegará o dia em que não haverá matéria-prima para 
manter a produção e o consumo que mais de 7 bilhões 
de pessoas demandam?
Chegou-se à conclusão lógica de que somente 
com a interferência do Estado por meio de legislações 
– normas jurídicas visando à redução dos impactos 
ambientais – seria possível alcançar a sustentabilidade, 
ou seja, permitir que o planeta continue sustentando a 
vida humana. O americano Lester Brown, um dos mais 
famosos ambientalistas do mundo, foi também um dos 
primeiros a oferecer um conceito de “sustentabilidade”: 
 “uma sociedade sustentável é aquela capaz de 
satisfazer suas necessidades sem comprometer as 
chances de sobrevivência das gerações futuras”
 (Lester Brown, World Watch Institute)
No livro Plano B 4.0: Mobilização para Salvar a 
Civilização, Lester Brown afirma que é possível evitar o 
colapso ambiental, desde que se empreendam esforços 
no sentido de se reestruturar e buscar alternativas para 
o plano de desenvolvimento atual:
“As corporações precisam reconhecer que seu futuro é 
inseparável do futuro da civilização e que elas também são 
responsáveis pela manutenção da vida na Terra. Devem, 
portanto, contribuir com a construção de uma economia 
global sustentável. Sem isso, vamos enfrentar um colapso. 
Nenhuma companhia terá lucro avançando na escalada 
rumo à destruição. Precisamos rever rapidamente a 
economia global e particularmente a matriz energética por 
meio de políticas econômicas que reestruturem taxas e 
pressionem o mercado a contar a verdade ambiental”.
Promover a sustentabilidade é um desafio socio- 
econômico que envolve um conjunto de ações de todos os 
setores da sociedade e que requer mudanças como:
•	 mudança de postura em relação à natureza e ao 
meio ambiente;
•	 mudança cultural em relação aos padrões de 
exploração, desenvolvimento e consumo atuais;
•	 restruturação do sistema econômico atual para 
que este seja efetivamente capaz de garantir as 
necessidades atuais da sociedade sem destruir as 
chances de sobrevivência das futuras gerações. 
Iniciativas que se enquadram na perspectiva de 
desenvolvimento sustentável: 
•	 Consumo ético: é um tipo de ativismo do 
consumidor, praticado através de “compras éticas” 
baseadas na informação sobre as empresas e 
os produtos. Praticar o consumo ético é boicotar 
empresas e produtos que violem os direitos humanos, 
os “direitos” animais e os direitos ambientais. 
•	 Consumo consciente: ter em conta os impactos 
ambientais na hora de escolha do produto, na 
definição da sua necessidade, do seu modo de 
uso e descarte. Também signifca adotar situações 
para o problema do lio, utilizando o Princípio dos 
3R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar. 
•	 Conscientização e preservação ambiental: 
políticas de educação ambiental, de preservação 
da flora e fauna, de redução do desmatamento, de 
aumento de reflorestamento;
•	 Busca de formas “sustentáveis” de organização 
das condições de vida (formação de ecovilas, 
ecocidades e cidades sustentáveis);
•	 Aplicação das ciências para o desenvolvimento 
de tecnologias verdes e de energias renováveis: 
eólica, solar e geotérmica;
•	 Ativismo político – políticas governamentais 
desempenham papel essencial no incentivo 
de investimentos em energias renováveis. 
Segundo estimativa da UNEP (United Nations 
Environmental Program) de 2011, a alocação de 
cerca de 1,25% do PIB mundial em eficiência 
energética e energias renováveis poderia reduzir 
a demanda global por energia primária em 9% em 
2020 e em 40% até 2050;
CURSO DE SOCIOLOGIA
12
•	 Pagamento por serviços ambientais (PSA) – con-
siste em recompensar ações que possam auxiliar 
os serviços ecossistêmicos, ou seja, remunerar 
aqueles que, direta ou indiretamente, ajudam a 
preservar o meio ambiente. Ex.: incentivos fiscais 
para iniciativas de reflorestamento, reciclagem;
•	 Cobrança diferenciada de impostos: cobrança 
maior de impostos sobre atividades ambiental-
mente destrutivas, como as que geram, por exem-
plo, emissões de carbono e mercúrio, produzem 
lixo tóxico , ou consomem quantia excessiva de 
matérias-primas – atividades “limpas” poderiam 
ser encorajadas pela menor tributação. Esse seria 
o “mercado honesto” proposto por Lester Brown. 
Serviços ecossistêmicos são todos os 
“serviços” ou benefícios que os ecossistemas prestam 
à sociedade em termos de provimento, manutenção, 
recuperação ou melhoramento das condições 
ambientais. Podem ser serviços de provisão 
(tudo com que a natureza abastece a sociedade: 
água, alimentos, madeira), serviços de suporte e 
regulação (que mantem a estabilidade das condições 
ambientais: absorção de CO² pela fotossíntese das 
florestas; polinização de plantas, decomposição 
do lixo) e serviços culturais: são os benefícios 
intangíveis que a natureza proporciona, como os 
recreacionais, estéticos e espirituais.
É preciso lembrar que, a despeito da boa vontade 
de alguns e da crescente popularidade do termo, a 
sustentabilidade ambiental só poderá ser alcançada 
com o envolvimento de todos. Hoje, é bastante 
questionável se, na prática, as ações necessárias serão 
implementadas para se evitar uma maior degradação 
ambiental e o consequente colapso da civilização atual. 
Envolver-se e praticar ações que permitam o 
desenvolvimento sustentável é tornar-se um “cidadão 
ambiental”:
“Noção de cidadania ambiental pressupõe o 
estabelecimento de uma relação mais harmoniosa 
com a natureza. Essa postura deve estar presente em 
toda a extensão da vida cotidiana, com cada cidadão 
exercitando sua responsabilidade ambiental em toda 
ocasião que estiver manipulando bens e materiais, 
buscando a finalidade mais ecológica possível em cada 
atitude adotada no seu dia a dia e com consciência do 
impacto que os mais simples procedimento podem 
provocar no meio natural. A natureza, em exata 
oposição ao que o desenvolvimento propõe. Como 
salienta o filósofo José Ávila Aguiar Coimbra, “a escolha 
é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra 
e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e da 
diversidade da vida.”
(WALDMAN, Maurício. IN: História da cidadania. 
Organização: Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky. São 
Paulo: Contexto, 2003, p. 539).
O nosso envolvimento na construção de uma cidadania ambiental é urgente. A natureza e as gerações futuras 
agradecem!
https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/01/o-mundo-visto-bpor-mafaldab.html
CURSO DE SOCIOLOGIA
13
ASSIMILAÇÃO
01. (UFMT) – Relatório ambiental de 2010 da ONU 
calcula que 50 milhões de toneladas de produtos

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