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Controle externo Tribunal de Contas

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Análise crítica sobre o alcance do controle financeiro externo exercido pelo Tribunal de Contas
Ianka Barros
O controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, classificado como controle financeiro, irá analisar questões relacionadas à legalidade contábil e financeira dos atos praticados pela Administração Pública.
A Constituição de 1988 estabelece em art. 70 a competência do controle financeiro, fica a cargo do Congresso Nacional o controle externo, como exposto abaixo:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. (BRASIL,1988)
	Posteriormente, no art. 71, a CR/88 dispõe que este controle financeiro externo será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas e elenca suas competências. Esta fiscalização exercida pelo Tribunal de Contas “ocorre por meio de auditorias e inspeções da execução das atividades públicas, apontando, em um parecer prévio das contas do governo, se há irregularidades.” (BITENCOURT et al, 2016)
	Analisando o disposto no art. 70, observa-se que o controle é diferenciado entre a fiscalização formal (legalidade), a fiscalização material (economicidade) resultando no controle da legitimidade. (TORRES, 1994)
	O controle financeiro, no tocante à legalidade dos atos e operações exercidas no decorrer da gestão financeira, em primeiro plano, está relacionado à uma análise dos gastos, observando se o orçamento foi executado conforme o previsto e estava de acordo com as leis que dissertam sobre finanças públicas, gastos e despesas. Este controle de legalidade também deve observar a constitucionalidade das leis e atos administrativos, assim como à exatidão dos números e cálculos. (TORRES, 1994)
	O controle financeiro, no tocante à economicidade, é compreendido como a análise de eficiência da execução orçamentária, observando o princípio de custo/benefício, em que o indivíduo não tenha que pagar mais impostos para receber um serviço que está sendo ofertado pelo mercado à um preço menor. Para Torres (1994) “não passa de um enunciado formal, porque não traz em si qualquer conteúdo ou determinação material”. 
	Por fim, o controle financeiro, no tocante à legitimidade, é entendido como o exame dos resultados da gestão financeira, observando se houve uma execução orçamentária justa em que o cidadão obteve benefícios correspondentes ao seu nível de sacrifício econômico para o pagamento dos impostos. (TORRES, 1994)
	Amorim, Diniz e Lima (2017) desenvolveram um estudo que procurava analisar se a eficiência técnica na aplicação dos recursos públicos dos municípios do Estado de Paraíba relacionava-se com os pareceres de julgamento de contas municipais emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). Os autores trabalharam com a hipótese de que existia uma relação positiva entre os pareceres de julgamento de contas dos municípios emitidos pelo TCE-PB e o nível de eficiência técnica na aplicação dos recursos públicos na educação fundamental.
	Para corroborar com a hipótese estipulada, os autores analisaram os pareceres dos julgamentos das prestações de contas anuais dos municípios de Paraíba, em um período de três anos (2009 a 2011) e o índice de eficiência técnica na aplicação dos recursos públicos na educação fundamental. Assim, chegou-se a conclusão que há relação positiva entre os resultados dos pareceres e a eficiência, uma vez que de acordo com as análises feitas a cada ponto percentual obtido na eficiência técnica acarretará um aumento significativo de uma conta anual ser aprovada, desta forma, se um município cumprir os mínimos constitucionais e obter 100% no índice de eficiência a probabilidade de ter sua conta aprovada é de 72,66% (AMORIM, DINIZ e LIMA, 2017)
No caso exposto acima, pode-se dizer que o controle externo exercido pelo Tribunal de Contas conseguirá alcançar a eficiência de alocação dos recursos, que deve ser observada no controle financeiro no que tange a legitimidade e economicidade. Pode-se destacar que de acordo com o modelo exposto pelos autores, o TCE-PB pode interferir na dimensão da eficiência ou melhoria dos gastos públicos com educação fundamental, cumprindo assim o seu papel de órgão fiscalizador de maneira eficiente para o interesse público.
Referências:
AMORIM, K. A. F.; DINIZ, J.A.; LIMA, S. C. A visão do controle externo na eficiência dos gastos públicos com educação fundamental. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 11, n. 29, 2017.
BITENCOURT, Cleyde Maria et al. Influência do controle externo exercido pelo Tribunal de Contas no controle interno: caso da prefeitura municipal de Viçosa–MG. Revista de Ciência Humanas. Viçosa, v.16,n.2, p. 300-323. jul/dez. 2016
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988.
TORRES, Ricardo Lobo. O Tribunal de Contas e o controle da legalidade, economicidade e legitimidade. Revista de Informação Legislativa. Brasília, n.121, p. 265-271. jan/mar. 1994

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