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Resumo Livro Polegarzinha

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A obra “Polegarzinha” de Michel Serres é um livro que abordará o novo jovem que não se desliga do mundo virtual, tendo seu maior companheiro: o celular.
Dividido em algumas partes (três destas a serem tratadas nesse pequeno resumo), Serres, logo no primeiro capítulo da obra busca explicar como Polegarzinha vive em uma realidade completamente diferente do a anos antes.
O capítulo “Novidade” explicará em que circunstâncias esse novo jovem vive: cosmopolitano, ele mora na cidade, pouco sabendo sobre o campo. Habitante de um mundo muito povoado e em que as idades não são mais as mesmas, nem a saúde é mais tão precária.
Não tendo o mesmo corpo, tampouco o mesmo comportamento, habitam outro tempo e vivem outra história. Recebem grande influência da mídia e são formatados pela publicidade. Serres critica a sociedade de seu tempo que transformou a sociedade do espetáculo em sociedade pedagógica, que oculta a escola e a universidade, dando a mídia há muito tempo a função do ensino.
O termo “Polegarzinha” vem da referência de que os jovens escrevem mensagem em seus celulares com o polegar.  A consulta ao Wikipédia e Facebook não ativam as mesmas áreas do cérebro que o quadro negro, o livro ou o caderno. Segundo Serres, eles não têm mais a mesma cabeça: “Um novo ser humano nasceu. Eles não têm mais o mesmo corpo, a mesma expectativa de vida, não se comunicam mais da mesma maneira, não percebem mais o mesmo mundo, não vivem mais a mesma natureza, não habitam mais o mesmo espaço”.
Dessa forma, ele chega a conclusão de que temos jovens aos quais se pretendem ensinar, em estruturas que não mais são reconhecidas por eles: salas de aulas tradicionais. Por isso, Serres questiona o que deve ser transmitido, a quem transmitir e como transmitir.
O saber é, de fato, o que deve ser passado. Serres segue sua obra explicando como o conhecimento era transferido para tecnologias físicas: primeiro em pergaminho, depois para livros e, hoje, na internet. Com isso, o mesmo que estando o conhecimento na internet, ele está agora por todo lugar, disponível para todos, distribuído e não concentrado. Então, seria, segundo ele, urgente a necessidade de mudança do ensino, considerando esses fatos.
O segundo capítulo da obra, “Escola”, começaram com algo bem inusitado: Polegarzinha perde a cabeça. Isso mesmo: perde a cabeça. Quando a mesma abre seu computador, ela considera ter a própria cabeça diante de suas mãos e à sua frente. De acordo com o livro, nossa inteligência sairia da nossa cabeça ossuda e passaria para a máquina, o computador, que funcionaria como nossas “faculdades”, onde teríamos uma memória mais eficiente e poderosa; imaginação com milhões de fontes; e raciocínio mais que eficaz, já que o computador resolveria problemas que sozinhos não conseguiríamos. Acima dos nossos ombros, resta a intuição inovadora e vivaz.
Logo quando a impressa surgiu, uma cabeça bem-constituída significava acumulação de leitura de livros, onde precisava saber de cor conceitos e instruções. Hoje, ninguém mais precisa disso, já que temos o navegador para nos ajudar a procurar. Não se precisa, portanto, armazenar tanto conhecimento, já que o mesmo está ao nosso alcance, bem diante de nós: “…coletivo, coletado, conectado, totalmente acessível, dez vezes revisto e controlado”.
No mesmo capítulo, Serres explica que vivemos em coletividade e somos “filhos dos livros e netos da escrita”. Essa influência da escrita e do tradicional “espaço da página” ainda é tão grande que as novas tecnologias não as abandonaram e nem, tampouco, nos obrigam a sair desse modelo inspirado no livro e na página.
No subtítulo “VOZES”, comentasse sobre um tal “burburinho”, tagarelice quando o porta-voz da escrita fala. Polegarzinha não quer ler nem ouvir o escrito. Por quê? Porque todos tem acesso ao saber do que se trata. Ali, na mão, bem acessível. Por isso, ninguém mais precisa de porta-vozes de antiguidades, a não ser um raro.
A pouco, ensinar era uma oferta, que jamais se preocupou em ouvir a voz da demanda. No entanto, ouve uma reviravolta, onde a tagarelice apresenta nova demanda vinda dos alunos, que ninguém consultava para saber se realmente demandavam tal oferta.  O desinteresse de Polegarzinha pelo conhecimento vem da grande oferta do saber. Eles precisavam se deslocar para ter acesso a um saber raro e secreto, mas que agora carregava no bolso, acessível a qualquer hora e lugar.
Anos atrás, os jovens obedeciam a seus professores, submissos aos mesmos. Puderam, com o saber no bolso, se libertar das correntes que o pareciam prender nas cadeiras da escola. Então, passaram a conversar e facilmente trocam conhecimento um com o outro. Esse novo método de acesso ao conhecimento, permitiu a Polegarzinha ser a motorista da sua viagem ao saber, e não mais assumiu um papel passivo de passageiro naquela viagem.
Assim, como seria o lugar em que o conhecimento, que antes era fragmentado, unisse salas de aula, departamentos e especialistas, tornando-se um apropriado campus? Serres, parte da serendipidade de Boucicaut para chegar a desordem, na “folga que possibilita a invenção”. Seguindo ainda as “folgas de Polegarzinha”, o mesmo sugere que revivemos a classificação das ciências, colocando, na universidade, a física com a filosofia, a matemática com a linguística e assim sucessivamente. O Terceiro Instruído já imaginava uma universidade assim, com seus espaços misturados. Será esse campus inovador e singular que a juventude de Polegarzinha difundirá o saber.
O terceiro capítulo a ser tratado nesse resumo se refere a “Sociedade”. Nele, Serres falará um pouco da relação de Polegarzinha com outros círculos sociais que participa, como, por exemplo, o trabalho. Nesse subtítulo, Polegarzinha procura trabalho e, quando encontra, continua procurando, por saber que de um dia para o outro, pode perder o que acabou de conseguir.
Os jovens da geração de Polegarzinha, a geração “Y”, se entediam no trabalho. Há uma grande concentração de capital e um roubo de interesse. Desde 1970 o trabalho vem se tornando cada vez mais raro, consequência da alta da produtividade, assim como do grande crescimento econômico. Polegarzinha sonha com trabalho que não gere prejuízos ao meio ambiente, assim como ao homem, trazendo felicidade. Porém, vivendo numa realidade longe disso, se entedia e procura imaginar uma sociedade que não mais dependa somente do trabalho. Mas em que, então?
Serres também comenta um pouco sobre as “vozes humanas”, onde não só há burburinho nas salas de aulas, mas também, dos próprios professores quando o diretor fala com eles. Com isso, ele quer mostrar que hoje, todas as vozes podem ser ouvidas, graças aos blogs, redes sociais etc: “Todo mundo quer falar, todo mundo comunica com todo mundo por redes inumeráveis. Esse tecido de vozes se comunica com o da internet”.
Nesta obra, Serres discute o surgimento de uma nova era: a era da revolução digital. Com isso, “Polegarzinha” é um livro que falasse sobre gerações, tecnologias, vida em comunidade e educação.

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