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Utilização do Aguapé como adubo

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Utilização do Aguapé como adubo
Integrantes do grupo:
Bruno Ventreschi Bitencourt de Sousa
Douglas Eduardo Venâncio Batista
Marcos Roberto da Silva Poloni
Rone Silveira Lavagnini
O que é o Aguapé?
Figura 1: Eichornia crassipes. agua-sua-linda.tumblr.com
O que é o Aguapé?
O Aguapé, que cientificamente se chama Eichornia crassipes, também conhecida por camalote, mururé, jacinto-d'água, baroneza, pavoa, pareci, entre outros, é uma planta aquática, da família das Potenderiáceas. Ela possui folhas grandes, redondas e brilhantes é uma planta muito ornamental, mas é considerada por muitos como uma praga, normalmente se alastrando em leitos de água doce (como rios, lagos, lagoas e represas). O crescimento desenfreado dessa planta, que se alimenta de resíduos orgânicos, como lixo e esgoto, pode causar a mortandade de peixes, atrapalhar a navegação de embarcações e ainda colocar em risco o funcionamento de hidroelétricas.  Suas flores possuem a coloração azul-arroxeada, se parecendo com o jacinto. Pode favorecer a vida aquática, principalmente os peixes, que se escondem e procriam sob ela. São plantas tipicamente tropicais, não suportando temperaturas muito baixas.
O que é o Aguapé?
Figura 2: Eichornia Crassipes. lideragronomia.com.br
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Onde se encontra?
A Eichornia é uma planta nativa da América tropical, abundante no Pantanal e de origem Amazônia. Ela foi introduzida na maior parte das regiões quentes e tropicais dos continentes no final do século XIX com fins ornamentais, tendo causado nessas regiões sérios problemas ambientais (Corrêa 1926). Foi considerada como "perigo público" em muitos países.
Efeitos prejudiciais
Durante o período de verão, com a queda no volume de água em rios, lagos, lagoas e represas são comum que o material orgânico (lixo e esgoto) se apresente em maiores quantidades. Nesse cenário, a tendência é que o Aguapé se prolifere desenfreadamente. Sua reprodução não necessita de sementes, já que novos brotos nascem diretamente do caule de outra planta. Durante o período do verão, chega a produzir até 1,1 kg de massa vegetal nova por metro quadrado por dia;
A Eichornia possui uma série de raízes subaquáticas, com até um metro de comprimento, repletas de pelos e rizomas. Sua folha, encontrada acima da superfície da água, geralmente apresenta um formato arredondado. O crescimento desenfreado dessa planta pode obstruir por completo o espelho d’água por meio das suas folhas, impedindo o surgimento de algas responsáveis pela oxigenação da água, causando assim a morte de organismos aquáticos, como peixes;
Efeitos prejudiciais
Na segunda feira do dia 10 de agosto de 2015, o Bom dia Brasil mostrou no Rio Tietê em Barra Bonita, milhares de aguapés proliferados, formando um grande tapete verde. “A forma correta no meu modo de entender , no meu ponto de vista, seria tirar mecanicamente esse aguapé do rio, porque as barragens são obrigadas a abrir comportas para tirar esse aguapé do reservatório, mas isto está se jogando fora matéria prima para geração de energia, justamente em um momento tão crítico energético”, diz Hélio Palmesan, da ONG Mãe Natureza.
https://globoplay.globo.com/v/4384180/
 
Efeitos prejudiciais
Figura 3: proliferação dos aguapés. http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2015/06/
Benefícios
O aguapé, foi considerado por muito tempo apenas uma praga vegetal de lagoas, rios e represas, passou a ser examinado num ângulo favorável, mas a alguns anos ficaram conhecidas suas qualidades de assimilar poluentes e melhorar a qualidade da água;
Essa planta faz parte do meio ambiente e precisa existir no ecossistema em que está. Em quantidades menores, é benéfica e ajuda na despoluição de leitos d’água. A ideia é utilizar a planta como uma espécie de peneira natural, retendo os resíduos orgânicos e impedindo que se decomponham nos rios, lagos, lagoas e represas;
Benefícios
A Eichornia se provou aliada das águas cristalinas também, fazendo a limpeza de quando a fonte de poluição é pesada e os efluentes se encontram contaminados com detergentes, fenóis ou metais pesados (chumbo, cádmio, cromo, ferro e etc);
Em um mestrado de Engenharia Agrícola na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Juliana Bortoli Rodrigues Mees comprovou a eficácia do aguapé em remover poluentes orgânicos de efluentes de matadouros e frigoríficos. Além de reduzir a carga de matéria orgânica dissolvida na água e diminuir a turbidez, a planta aquática chegou a absorver 77% dos nutrientes associados à eutrofização, como nitrogênio, nitrogênio amoniacal e fósforo;
Nutrientes
Como o aguapé consegue absorver muitos nutrientes no meio onde se habita, essa planta se torna muito eficaz na produção de adubo;
De acordo com MALAVOLTA (1987, p. 160), os aguapés foram secos e separados em raízes, caule e folhas . As folhas apresentam os teores mais altos nos seguintes elementos: N, P e Ca. O caule, por sua vez, tem as maiores concentrações de K, Mg, Cl e Zn e as raízes se concentram em Fe, Mn, Cu e S. Como mostra as seguintes tabelas:
Nutrientes
Tabela 1: Quantidade de macro nutrientes (em gramas) em 1Kg (133g de folha, 554g de caule e 313 de raízes) de matéria seca de aguapé.
Elemento
Folhas
Caule
Raízes
Total
N
2,67
5,15
2,50
10,32
P
0,31
1,00
0,31
1,62
K
5,45
40,44
3,13
49,02
Ca
8,17
13,85
3,75
25,77
Mg
0,24
9,97
0,31
10,52
S
0,20
1,05
2,08
3,33
Nutrientes
Tabela 2: Quantidade de micronutrientes (em miligrama) em 1Kg (133g de folha, 554g de caule e 313 de raízes) de matéria de aguapé.
Elemento
Folhas
Caule
Raízes
Total
B
3,0
13
9,0
25
Cl
758
7894
1784
10436
Co
0,12
0,78
1,0
1,9
Cu
0,93
2,8
6,5
10,2
Fe
173
673
8123
8969
Mn
88
504
823
1415
Mo
0,13
1,1
1,1
2,33
Ni
0,2
2,2
1,6
4,0
Zn
3,6
28
10
41,6
Nutrientes
Figura 4: Fibra do aguapé
Foto: Fabio Pellegrini
Figura 5: Raiz de aguapé
Foto: tutty_guittar
Comparação com o esterco bovino
Em um Trabalho de Conclusão de Curso Técnico em Química na ETEC Coronel Raphael Brandão (2016), um grupo comprovou que o adubo feito de aguapé é mais eficaz que o de esterco bovino, através do processo de cromatografia, utilizando o solo em que foi adicionado os adubos nesse processo;
As tabelas a seguir mostram a comparação do adubo de aguapé com o esterco bovino, de acordo com MALAVOLTA (1987, p. 161): 
Comparação com o esterco bovino
Tabela 3: Comparação de macro nutrientes (em quilograma) utilizando 1 tonelada de aguapé e de esterco bovino secos.
Elemento
Aguapé
Esterco
N
10
20
P2O5
4
15
K2O
64
22
Ca
26
33
Mg
10
9
S
3
4
Comparação com o esterco bovino
Tabela 4: Comparação de micronutrientes (em gramas) utilizando 1 tonelada de aguapé e de esterco bovino secos.
Elemento
Aguapé
Esterco
B
25
100
Cl
10.436
6.000
Co
2
-
Cu
10
100
Fe
8.969
-
Mn
1.415
300
Mo
2
-
Ni
4
-
Zn
42
300
Outras utilidades
Uso medicinal;
Alimento para animais;
Utilizado no artesanato;
Produção de biogás; 
Tratamento de água;
Cosméticos;
Outras utilidades
Figura 6: Produção de biogás 
Figura 7: Artesanato pantaneiro feito de aguapé. 
http://tecnologiasocial.fbb.org.br
Foto: Luis Augusto Akasaki
Outras utilidades
Figura 8: Planta típica do Pantanal de MS vira perfume de empresa francesa (Foto: Reprodução/ TV Morena)
Bibliografia
POTT, Vali Joana; POTT, Arnildo. Flora Aquática: Aguapé. 2017. Disponível em: <http://faunaeflora.terradagente.g1.globo.com/flora/aquaticas/NOT,0,0,1223770,Aguape.aspx>. Acesso em: 07/09/2018
Aguapé: planta da Amazônia é arma poderosa contra poluição. Disponível em: <http://www.sunnet.com.br/home/Noticias/Aguape-planta-da-Amazonia-e-arma-poderosa-contra-poluicao.html>. Acesso em: 07/09/2018
FONTES, I. B. M.; ARAUJO, Q. R.; SEVERO, M. I. G.; OLIVEIRA, A. H. Avaliação dos Micropoluentes Inorgânicos da Estação de Tratamento do Esgoto de Ilhéus (Bahia). Londrina: Geografia, 2009. vol. 18. nº 1.
JOHN, Liana. Aguapé remove
poluentes pesados da água e ainda tem múltiplas utilidades. 2017. Disponível em: <http://conexaoplaneta.com.br/blog/aguape-remove-poluentes-pesados-da-agua-e-ainda-tem-multiplas-utilidades/>. Acesso em: 07/09/2018
Bibliografia
ESALQ, Na, Sobre a composição mineral do aguapé (Eichornia crassipes). 1989. 46 (part 1): 155-162. Trabalho de Conclusão de Curso – Piracicaba, 1989.
GONÇALVES, Cátia Viviane, Efluentes de laticínios em abatedouros de aves. 2015. Mestrado em Ecologia Aquática - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2015.
Planta típica do Pantanal de MS vira perfume de empresa francesa. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/07/planta-tipica-do-pantanal-de-ms-vira-perfume-de-empresa-francesa.html>. Acesso em: 07/09/2018.
BORTOLOTO, Ieda Maria, O uso do camalote, Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, Pontederiaceae, para confecção de artesanato no Distrito de Albuquerque, Corumbá, MS, Brasil. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Cuiabá.

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