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Fisiologia da mama

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Fisiologia da mama
- Glândula mamaria (parte I)
	Durante a puberdade (8-15 anos de idade), as mamas normalmente aumentam, em parte devido ao desenvolvimento glandular, mas basicamente por aumento da deposição de gordura. O tamanho da mama e o formato são determinados por fatores genéticos, étnicos e alimentares. A quantidade de gordura que circunda o tecido glandular serve como uma espécie de preenchimento da mama. O hormônio responsável por esse crescimento é o estrogênio, que tem a função de fazer com que várias partes do corpo se proliferem. Por exemplo, faz com que as células musculares lizas do útero se proliferem e deixem o órgão com o tamanho de duas a três vezes maior do que o da criança, causa o aumento da vagina, desenvolvimento dos lábios que cercam o introito vaginal, crescimento de pelos pubianos, alargamento pélvico, conversão do canal pélvico para forma ovoide, proliferação dos elementos glandulares das mamas e deposição de tecidos adiposos em áreas femininas características, como coxa e quadris. Já a progesterona está relacionada, principalmente, com o preparo do útero para receber o ovulo fertilizado e com o preparo da mama para a secreção do leite materno. Esses hormônios são transportados através de vasos sanguíneos juntamente com o sangue até as células-alvo em muitos pontos do corpo. Na anatomia da mama também podemos encontrar os tubos secretores ou ductos lactíferos que servem de “corrente” dos lóbulos da glândula mamaria até a papila mamaria para a passagem do leite lactantes onde a quantidade de leite secretado vai depender de quantas glândulas mamarias os tubos secretores estão ligados e também de quantos cada glândula mamaria possui. A secreção do leite é estimulada pela progesterona principalmente. 
+ Referencia: Anatomia orientada para a clínica; 5° edição (Keith L. Moore e Artheir F. Dally) Pg:97
+ Referencia: Fisiologia Humana; 6° edição (Guyton) Pg: 509
- Lactação (Parte II)
	A atuação do estrogênio e da progesterona não terminam no fim do desenvolvimento do corpo feminino (esses hormônios são formados por esteroides e são produzidos, principalmente, a partir do colesterol, assim como a testosterona e hormônios córtex suprarrenal). Durante a gravidez a secreção de estrogênio pode aumentar cerca de 30 vezes e a de progesterona cerca de 10 vezes em relação as quantidades secretadas durante o ciclo mensal normal. Além de serem produzidos a partir do colesterol, durante a gravidez a placenta passa a secretar esses hormônios dentro de poucas semanas após o início da gestação. Esses hormônios possuem funções muito importantes durante a gravidez. Por exemplo: 
Estrogênio:
Na mãe, o estrogênio provoca rápida proliferação da musculatura uterina;
Aumento muito acentuado do crescimento do sistema vascular para o útero;
Dilatação dos órgãos sexuais externos e do orifício vaginal, o que provê uma via adequadamente maior para a passagem do feto;
Provavelmente também promove certo grau de relaxamento dos ligamentos pélvicos que permitem a dilatação do canal pélvico com a passagem do feto;
Promove o crescimento rápido das mamas (os ductos ficam muito aumentados e as células glandulares aumentam em número);
O estrogênio promove a deposição adicional de cerca de meio quilo de gordura na mama;
Acredita-se que o estrogênio também participa do desenvolvimento do feto na proliferação das células fetais, principalmente as características do sexo feminino.
Progesterona:
Torna disponível para o feto as quantidades adicionais de nutrientes que ficam armazenadas no endométrio;
Faz com que a musculatura uterina permaneça relaxada durante toda a gravidez;
Faz com que os elementos glandulares fiquem ainda maiores e formem um epitélio secretor e promove a deposição de nutrientes nas células glandulares, de modo que, quando a produção de leite for necessária, todos os elementos que devem participar dessa produção estejam disponíveis.
Além de estarem presentes na gravidez, a progesterona e o estrogênio também participam da lactação. As enormes quantidades de estrogênio e de *SOMATOMAMOTROPINA CARIÔNICA HUMANA, secretadas pela placenta, durante a gravidez, e a prolactina secretada pela glândula hipófise anterior, produzem o rápido desenvolvimento da estrutura glandular nas mamas, enquanto que as grandes quantidade de progesterona transformam as células glandulares em células secretoras verdadeiras. 
	Outro hormônio importantíssimo na lactação é a prolactina que tem o efeito oposto do estrogênio e da progesterona (inibição do leite) que é a promoção da secreção do leite. Esse hormônio é secretado pela hipófise anterior materna, e a concentração em seu sangue aumenta quando atingem valores muitos elevados, em geral, cerca de 10 vezes o de sua concentração do período anterior a gravidez. Com a perda repentina da placenta após o parto os níveis de estrogênio e progesterona caem significativamente e permite agora que o efeito lactogenio da prolactina materna assume seu papel natural. A primeira produção da mama não será o leite em si o colostro. O colostro é um liquido claro e amarelado, é mais concentrado d que o leite maduro é extremamente rico em imunoglobulinas. Tem altas concentrações de proteínas e minerais, mas menos gordura que o leite maduro. O alto nível de proteína do colostro facilita a ligação da bilirrubina, a ação laxante do colostro promove o início da passagem de mecônio. O colostro muda gradualmente para leite amadurecido, que aumenta rapidamente de volume, esta transição é chamada de “surgimento do leite” ou fase II da lactogenese, quando os níveis de estrogênio e progesterona diminuem ainda mais. O leite materno continua a mudar de composição por aproximadamente 10 dias, quando o leite maduro estabelecido na terceira fase da lactogenese (Lawrena & Lawrena, 2005). Depois que atingimos a terceira e última fase, inicialmente, é liberado um primeiro branco leite azulado que é um leite parcialmente desnatado (aproximadamente 60% do volume) e parcialmente integral (cerca de 35% do volume). Fornece principalmente proteínas, lactose e vitaminas solúveis em agua. O leite que vem a seguir, ou creme, (aproximadamente 5%), normalmente é liberado de 10 a 20 minutos do início da amamentação embora possa ocorrer mais cedo. Contém a quantidade mais densa de calorias provenientes da gordura, necessárias para criar a satisfação ideal entre as mamadas.
Ao amamentar a criança o reflexo de ejeção do leite ou descida, é estimulado. Os seguintes sinais indicam que a ejeção do leite ocorreu:
A mãe pode ter uma sensação de formigamento nos mamilos e no seio, embora muitas mulheres nunca sintam quando ocorre a ejeção do leite (descida);
A sucção do bebe se altera de um sugar rápido e superficial para um padrão de sucção com ritmo mais lento, com maior extração;
Há uma deglutição audível conforme o bebe suga;
Nos primeiros dias a mãe sente cólicas uterinas e pode ter os lóquios aumentados durante e após as mamadas;
A mãe sente-se relaxada ou sonolenta durante as mamadas;
A mama oposta pode vazar.
+ Referencia: Fisiologia Humana, 6° edição (Guyton )
+ Referencia: Saúde da Mulher e Enfermagem obstétrica 10° edição (Lowdermilk; Perrez; Cashion; Alden)
- Sucção do mamilo (parte III)
	Quando um lactente suga o mamilo, em geral, não obtém leite durante os primeiros 45 segundos até um minuto. Então, subitamente, o leite aparece nos ductos das duas mamas, mesmo com a criança mamando apenas em uma delas, o que é um indicativo de que algum processo geral ocorre para promover o fluxo de leite para os mamilos. Experimentos tem demostrado que o ato de mamar provoca sinais neurais e sensoriais, que passam primeiro pela medula espinhal e em seguida acendem pelo tronco cerebral até atingirem, finalmente a o hipotálamo, onde vão estimular a produção do hormônio ocitocina, pela glândula hipófise posterior. Esse hormônio, caindo no sangue, é levado por ele até as mamas onde vai atuar sobre as células mioepiteliais que circundam os alvéolos, fazendo-as contrair e expelir o leite que fica coletadono interior desses alvéolos, para os seios e canais galactóforos, que vão desaguar nos mamilos. Esse processo é chamado de ejeção de leite. 
	Esse mecanismo de ejeção de leite pode ser afetado de formas diversas e intensas por fatores psíquicos. Por exemplo, o medo por parte da mãe que não será capas de amamentar seu filho pode, em verdade, impedi-la de fazê-lo. De igual modo, as perturbações causadas por outras crianças da família ou por familiares muito preocupados podem causar dificuldades na ejeção de leite e fazer com que as mamas não se esvaziem. Essa incapacidade de esvaziamento, por outro lado, pode fazer com que a glândula hipófise anterior cesse de produzir a prolactina, o que leva a sensação de secreção de leite pelas mamas.
	Os mecanoreceptores ocorre por meio da dopamina hipotalâmica, que age como hormônio inibidor da prolactina, impedindo a secreção de prolactina por meio dos lactotrofos da hipófise anterior.
+ Referencia: Fisiologia Humana; 6° edição (Guyton)
+ Referencia: Amamentação: base cientificas; 4° edição (Marcos Renato de Carvalho e Fernanda)
-Pega da Mama
	A pega é definida como a colocação da boca do bebe sobre o mamilo, aréola e mama, de modo que aja uma vedação da boca com a mama para criar uma sucção adequada para a remoção do leite.
+ Referencia: Saúde da mulher e enfermagem obstétrica; 10° edição (Lowdermilk; Perrez; Cashion e Alden)
- Pouco leite 
	 O ‘pouco leite ou leite fraco” muitas vezes é o reflexo da insegurança materna quanto a sua capacidade de nutrir o seu bebe, essa insegurança, com frequência reforçada por pessoas próximas, faz com que o choro do bebe e as mamadas frequente (que fazem parte do comportamento normal dos bebes pequeno) sejam interpretados como sinais de fome. A ansiedade que tal situação gera na mãe e na família pode ser transmitida a “criança que responde com mais choro”.
+ Referencia: Caderno de atenção básica a saúde da criança, aleitamento materno e alimentação complementar (2015)

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