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VIII- METALURGIA DO PÓ Introdução A Metalurgia do pó (MP) vem sendo usada por mais de 60 anos para produzir uma grande gama de componentes estruturais, mancais auto-lubrificados e ferramentas de corte. A metalurgia do pó abrange a produção de metais na forma de pó e a manufatura desses pós em produtos úteis pelo processo conhecido como sinterização. Em muitos casos componentes individuais de engenharia são produzidos diretamente pelo processo de metalurgia do pó e é referido simplesmente como produto sinterizado. Entretanto, produtos forjados e novas aplicações originadas de recentes desenvolvimentos ampliaram o potencial industrial desse processo. O Processo O procedimento básico usado para produzir peças pela Metalurgia do Pó é o seguinte: Mistura do metal em pó com um lubrificante apropriado. Carregar a mistura em uma matriz ou molde e aplicar pressão. Isso forma o que é chamado compactado, o qual é requerido somente para obter-se a coesão suficiente para permitir o manuseio e permitir a transferência para o próximo estágio. Este compactado é referido como verde, significando não sinterizado. Nesse estágio são definidos os termos densidade verde e resistência verde O aquecimento do compactado, usualmente em atmosfera protegida, em temperaturas abaixo do ponto de fusão do constituinte principal, causa a soldagem das partículas entre si e confere a adequada resistência mecânica ao objeto. Este processo é chamado sinterização. Em certos casos um constituinte secundário chega a fundir na temperatura de sinterização e, nesse caso o processo é conhecido como sinterização com fase líquida. A quantidade da fase líquida deve ser limitada, para que a peça mantenha a sua forma. Em casos especiais, as etapas 2 e 3 são combinadas, isto é, a compactação é feita em uma temperatura elevada, de forma que a sinterização ocorre durante essa etapa. Esse processo é chamado de pressão à quente ou sinterização sob pressão. Em alguns casos a peça sinterizada é objeto de um processo adicional, tal como: pressão adicional, revestimento, etc. Em casos especiais, como a fabricação de elementos de filtros a partir de pó esferoidizado de bronze, não existe a etapa de pressão. O pó é colocado em um molde adequado, no qual é sinterizado. O processo é conhecido como sinterização sem compactação. Por que fazer peças a partir do pó? Existe um grande número de razões para fazer componentes de engenharia pela Metalurgia do pó. As principais são citadas abaixo, conforme o tipo de produto: Metais Refratários Certos metais, particularmente os com ponto de fusão extremamente elevado, isto é, os metais refratários, são muito difíceis de serem trabalhados por fusão e fundição e são, freqüentemente, muito frágeis nessas condições. O Tungstênio, molibdênio e tântalo estão classificados nessa categoria. O produto sinterizado tem uma densidade inferior a 90%, pode ser mecanicamente deformado a uma temperatura elevada e, gradualmente, desenvolve uma microestrutura com uma orientação preferencial, que dá uma certa ductilidade ao material, mesmo na temperatura ambiente. Materiais Compostos Estes consistem de dois ou mais metais que são insolúveis, mesmo no estado líquido, ou de misturas de metais com substâncias não metálicas, tais como óxidos e outros materiais refratários. Nessa classe aparecem: Materiais para contatos elétricos, tais como: cobre/tungstênio e prata/ óxido de cádmio. Metais duros, isto é, carbonetos usados para ferramentas de corte, ferramentas de trefilação e matrizes de forjamento. O carboneto de tungstênio misturado com cobalto foi o primeiro dessa classe de material e, ainda hoje, é o material mais produzido dentro desse grupo, mas outros carbonetos e, mais recentemente, nitretos, carbonitretos e boretos vêm sendo usados cada vez em maior quantidade, enquanto que substitutos vêm sendo testados para o escasso e caro cobalto. Isso inclui: Ni, Ni- Co, Ni-Cr, superligas baseadas no níquel e aços complexos. Materiais de fricção para pastilhas de freio e faces de embreagens nos quais abrasivos e outros materiais não metálicos são enxertados em uma matriz de cobre ou outro metal. Ferramentas de corte de diamante, especialmente rebolos, nos quais os pequenos diamantes são uniformemente dispersos em uma matriz metálica. Recentemente, foram desenvolvidos vários produtos de metal duro contendo fases não metálicas finamente dispersas. Esses materiais dispersos de alta resistência são conhecidos pela sigla ODS, quando essas partículas são óxidos. Eles apresentam resistência, especialmente à elevadas temperaturas, sempre superiores às que resiste o mesmo material, sem a adição dessas partículas. Como no caso dos metais refratários é difícil, se não impossível, a obtenção desses produtos compostos por outra forma que não seja a metalurgia do pó. Materiais Porosos Os metais sinterizados são porosos mas, aqui estamos nos referindo a peças produzidas com uma porosidade controlada, projetada para uma determinada utilização. Os produtos chefes desse grupo são os filtros e os mancais com retenção de óleo, normalmente chamados de mancais auto-lubrificados. Novamente, podemos dizer que esses produtos não podem ser produzidos satisfatoriamente por outros processos. Peças Estruturais (ou de uso mecânico) Por qualquer tipo de classificação, este é, de longe, o maior grupo. A maior parte consiste de peças à base de ferro, mas o cobre, o bronze, o latão e o alumínio também são usados. Existem, ainda peças obtidas a partir de metais raros, como o berilo e o titânio. Em geral, essas peças não possuem propriedades mecânicas superiores às peças equivalentes obtidas por forjamento ou usinadas a partir de uma barra trefilada, freqüentemente acontece o inverso, mas elas são inteiramente aceitáveis para a função requerida. Elas geralmente levam vantagem sobre os forjados na precisão dimensional, mas a maior justificativa para o uso dessa alternativa é a econômica, isto é a MP é um processo de produção mais barato. Recentemente, entretanto, novos desenvolvimentos estão exigindo uma revisão nessa questão, pois já é possível obter-se sinterizados com propriedades iguais ou superiores às peças similares obtidas pelos processos tradicionais. Ligas Especiais Uma área que está crescendo muito rapidamente é a produção de materiais de alta resistência, tais como, aços rápidos e as chamadas superligas, baseadas em níquel e/ou cobalto, dos quais são obtidos produtos com propriedades superiores aos obtidos por fundição ou forjamento. Em geral o pó é compactado em uma forma que então é submetida a forjamento ou extrusão, seguida pelos tradicionais processos de conformação. As vantagens do uso do pó são resistência elevada e uma microestrutura mais fina e mais uniforme, que resulta em melhores propriedades mecânicas e no caso de ferramentas de corte e peças submetidas à abrasão, vida mais longa.O processo de MP permitiu o desenvolvimento de novos tipos de materiais baseados em pós com estrutura microcristalina ou amorfa produzida por gotejamento resfriado ou metal fundido, em taxas elevadas. O produto final se caracteriza pela alta resistência , ductilidade e estabilidade térmica. Manufatura do Pó Existem várias formas pelas quais os metais podem ser transformados em pó: Trituração de metal sólido, precipitação a partir de uma solução salina, decomposição térmica de um composto químico, redução de um composto, usualmente um óxido, em estado sólido, eletrodeposição e atomização de um metal derretido. Destes processos, os últimos três são os mais usados. Redução no Estado Sólido Estevem sendo o método mais usado para a produção de pó de ferro. Minério selecionado é triturado, misturado com carbono e passado através de um forno, onde a reação tem lugar, formando um bolo de ferro esponjoso, que é, então, triturado, sendo separadas as partículas não metálicas e peneirado para obtenção do pó. Como nenhuma operação de refino é envolvida, a pureza do pó depende da pureza da matéria-prima. As partículas esponjosas são irregulares, macias e prontas para compressão e produzem compactados de boa resistência verde. Metais refratários são normalmente obtidos da redução pelo hidrogênio de óxidos e o mesmo processo pode ser usado, também, para o cobre. Eletrodeposição Pela escolha de condições adequadas: composição e estabilidade do eletrólito, temperatura, corrente elétrica, densidade, etc, vários metais podem ser depositados em forma esponjosa ou na forma de pó. Processamentos posteriores, tais como: lavagem, secagem, redução, recozimento e trituração podem ser requeridos. Cobre é o principal metal produzido dessa forma, mas o cromo e o manganês em pó também podem ser obtidos por eletrólise. Nesse caso, entretanto, um denso e frágil depósito é formado, o qual precisa ser triturado para se transformar em pó. Alta pureza e alta densidade são duas importantes características desse processo. Atomização Nesse processo metal derretido é pulverizado e rapidamente resfriado, antes das gotas entrarem em contato entre si ou com alguma superfície. O principal método é desintegrar uma fina corrente de metal fundido através da alta energia de um jato de gás ou líquido. Ar, nitrogênio e argônio são os gases normalmente usados e água é o líquido mais empregado. Pela variação de vários parâmetros: desenho e configuração dos jatos, pressão e volume do fluido atomizador, fluxo de metal fundido, etc, é possível controlar o tamanho da particular dentro de uma determinada faixa. O formato da particula é determinado, principalmente, pela taxa de solidificação e varia de esférica, se um gás de baixa capacidade de resfriamento é usado, até formatos bastante irregulares se for empregada água como agente de resfriamento. Em princípio, a técnica é aplicável para todos os metais que podem ser derretidos e é comercialmente usado para a produção de ferro, cobre, aços ferramenta, aços liga, latão, bronze e metais de baixo ponto de fusão, tais como o alumínio, estanho, chumbo, zinco e cádmio. Os metais fortemente oxidáveis como, por exemplo, ligas de cromo para mancais, são atomizados por gases inertes, especialmente o argônio. Existem vários outros processos em desenvolvimento, dos quais podemos destacar o de atomização por centrifugação. Neste caso as gotículas de metal derretido são pulverizadas através da aplicação de rotação. Trituração Mecânica Materiais frágeis, tais como, compostos intermetálicos, ligas de ferro: ferro-cromo, ferro-silício, etc, são pulverizados mecanicamente em moinho de bolas. Um processo conhecido como fluxo a frio vem tendo crescente aplicação para a produção de pós muito finos, tais como os requeridos para moldagem por injeção. Nesse processo material de granulação grosseira obtido, por exemplo, por atomização, é arremessado sob pressão através de uma corrente de gás, que passa por um Venturi, sendo resfriado e tornando-se quebradiço, pela expansão adiabática do gás, antes de colidir com um alvo, no qual os grãos fragmentam-se. Processos Químicos A decomposição térmica de um composto químico é usada em alguns casos, como no níquel-carbonilo. O processo carbonilo foi originalmente desenvolvido como um meio de refinar o níquel. Nele o metal bruto reage com o monóxido de carbono sob pressão para formar o carbonilo, que é gasoso na temperatura de reação e que se decompõe com a elevação da temperatura e com a queda de pressão. O mesmo processo é usado para o ferro e o pó de ferro-carbonilo é usado em aplicações onde alta pureza é exigida. Recentemente, a demanda por pós muito finos, usados em moldagem por injeção, deu um vigoroso impulso no processo carbonilo. Características do Pó O processamento seguinte e os resultados finais obtidos na peça sinterizada são influenciados pelas características do pó: tamanho da partícula e sua distribuição, formato da partícula, estrutura e condições superficiais. Um parâmetro muito importante é a densidade aparente do pó, isto é, a massa de um dado volume, pois isso tem uma forte influência na resistência do compactado obtido sob pressão. A densidade aparente é função do formato da particular e do seu grau de porosidade. A escolha das características do pó é normalmente baseada num compromisso, pois a melhoria de uma pode significar a piora de outra. Assim, é preciso estabelecer um equilíbrio entre elas. Por exemplo, um aumento na irregularidade e porosidade do grão, que resulta na redução da densidade aparente, aumenta o índice de redução de volume que ocorre durante a aplicação de pressão e assim melhora a capacidade de solda a frio, o que resulta num aumento da resistência verde do compactado. Esse aumento no contato superficial das partículas também leva a uma sinterização mais eficiente. Produção de Peças Sinterizadas A seqüência de operações envolvidas na metalurgia do pó é explicada a seguir. Os pós componentes são misturados, junto com um lubrificante, até que uma mistura homogênea seja obtida. A mistura é então alimentada em uma matriz e compactada sob pressão, após o que o compactado é sinterizado. Vide a figura 100. Uma exceção é o processo para a obtenção de filtros, a partir de pó de bronze esferoidizado, quando não é aplicada pressão: o pó é simplesmente colocado no molde e sinterizado. Esse processo é conhecido como sinterização frouxa. Mistura O objetivo da mistura é prover uma massa homogênea e incorporar o lubrificante. Os lubrificantes mais comuns são o ácido esteárico, estearina, estearatos metálicos, especialmente estearato de zinco, estando em crescimento outros compostos orgânicos em forma de cera. A principal função do lubrificante é reduzir o atrito entre a massa de pó e as superfícies da ferramenta: paredes da matriz, machos, etc, ao longo dos quais a massa deve deslizar durante a compactação. Isso deve garantir uma densidade uniforme do compactado obtido. De igual importância é o fato que a redução de atrito também torna mais fácil a ejeção do compactado e diminui a tendência a formação de trincas. Bons compactados podem ser obtidos sem a admissão de lubrificantes na massa, usando apenas desmoldantes ou aplicando pressão isostática. Prensagem A mistura de pós é prensada para obter forma, em uma matriz de aço ou de carboneto, em pressões que variam de 150 a 900 MPa. Nessa etapa, os compactados mantém sua forma graças à soldagem a frio entre os grãos metálicos. Os compactados devem ter resistência suficiente para permitir a ejeção da matriz e o subseqüente manuseio, antes da sinterização. A compactação é uma operação crítica no processo, uma vez que o formato final e as propriedades mecânicas são essencialmente determinados pelo nível e uniformidade da densidade obtida na prensagem.Pós sob pressão não se comportam como os líquidos, a pressão não é transmitida de maneira uniforme para toda massa e é muito pequeno o fluxo lateral dentro da matriz. A obtenção de uma densidade satisfatória depende enormemente do desenho da ferramenta de prensagem. A pressão aplicada tem uma larga influência sobre a densidade do compactado. Com pressão igual a zero, a densidade é a do pó solto. A densidade do metal sólido, ferro por exemplo (7,85 g/cm²), não é alcançada, mesmo em altas pressões.Alguma porosidade sempre permanece. Desenho da Ferramenta Atenção deve ser dada para certos aspectos do desenho, tais como os que facilitem o fluxo lateral e a ejeção da peça verde. A pressão aplicada e, portanto, a densidade decresce ao longo da espessura do compactado. A compactação pelos dois lados, como mostrado na figura 100, tende a equalizar a distribuição de pressão, mas ainda deixa uma região de menor densidade na parte central do compactado. Os raios de concordância da ferramenta devem favorecer essa equalização. Reentrâncias, saliências e furos laterais não podem ser moldados no compactado por causa da impossibilidade de ejeção e, portanto, devem ser usinadas. Em alguns casos, matrizes mais elaboradas podem reduzir essas limitações. Superfícies chanfradas em V requerem ferramentas com formato em cunha, que são frágeis e facilmente fraturáveis. Assim, os chanfros, sempre que possível, devem terminar em um corte, formando uma pequena superfície plana. Mudanças abruptas de seção devem ser evitadas, uma vez que causam acúmulos de tensão, que poderão resultar em formação de trincas, induzidas pela expansão elástica que tem lugar no momento que o compactado é submetido à descompressão e subseqüente ejeção. Como primeira aproximação, podemos considerar que o tamanho da peça que pode ser obtida é função direta da capacidade disponível de prensagem. Porém, a complexidade da peça e os movimentos requeridos dos punções, também influenciam essa equação. Esses mesmos fatores são relevantes para a produtividade do processo. Dessa forma, uma peça simples pode ser produzida em alta velocidade, podendo chegar ao redor de uma peça por segundo, com o uso de prensas mecânicas. Prensas hidráulicas, como a da figura 102, permitem a aplicação de grandes pressões, acima de 5000 t, mas as velocidades delas são mais baixas: dez peças por minuto pode ser considerada uma velocidade elevada nesse caso, obtida para peças de geometria simples. A densidade verde segue uma relação hiperbólica e, portanto, existe uma pressão ótima, acima da qual o aumento de densidade é desprezível e o conseqüente desgaste da ferramenta se torna severo. Outro aspecto que limita a densidade que pode ser alcançada é a presença do lubrificante. Embora eles não representem mais do que 1% em peso, o volume ocupado pode ser de 5% ou maior. Dessa forma a Sinterização Quando se fala “peça sinterizada”, significa que ela foi obtida por um processo onde a sinterização é a etapa fundamental. É quando o compactado adquire a resistência necessária para a aplicação desejada. Em geral, sinterização requer calor. A definição da ISO para o processo é o seguinte: Um tratamento térmico do compactado de pó, a uma temperatura inferior a de fusão do constituinte principal, com o propósito de aumentar a resistência obtida pela ligação entre as partículas. Teorias a respeito do que realmente acontece durante a sinterização vem sendo o assunto de inúmeros simpósios e artigos científicos. Entretanto, para fins práticos, é suficiente saber que uma difusão atômica tem lugar e áreas soldadas formadas durante a compactação crescem até tornarem-se uma massa única. A recristalização e o crescimento de grão pode seguir-se, e os poros tendem a se tornar redondos e a porosidade total, como porcentagem em volume, tende a reduzir. A operação é conduzida, quase sempre, sob uma atmosfera protetiva, por causa das grandes áreas superficiais envolvidas e das temperaturas entre 60 e 90% do ponto de fusão do metal ou da liga metálica. Para a mistura de pós, entretanto, a temperatura de sinterização pode estar acima da de fusão de algum constituinte secundário na liga. Por exemplo, pós formados pela mistura de cobre e estanho, ferro e cobre em peças estruturais, carboneto de tungstênio e carbonetos cementados de cobalto. Em todos esses casos há presença de uma fase líquida durante a sinterização, que deve ser controlada de forma a não prejudicar o formato da peça. O controle e padronização da razão de aquecimento, tempo, temperatura e atmosfera é essencial para a obtenção de bons resultados. O tipo de forno mais favorável para o processo é o de aquecimento elétrico por indução, a temperaturas até 1150° C. As temperaturas de sinterização de alguns metais são mostrados na tabela 11. Temperaturas de Sinterização (°C) Ferro/Aço 1100 - 1300 Ligas de alumínio 590 - 620 Cobre 750 - 1000 Latão 850 - 950 Bronze 740 - 780 Metais duros 1200 - 1600 Tabela 11 Resumo do Processo Sinterização é a forma pela qual, partículas de pó são soldadas entre si para a obtenção de uma peça de alta resistência. A sinterização de peças mecânicas é usualmente feita em um forno de indução, em casos especiais em fornos a vácuo. Na operação de prensagem as partículas de pó são juntadas e deformadas nos pontos de contato. Em temperaturas elevadas (temperatura de sinterização), os átomos podem mover-se mais facilmente e rapidamente migrar ao longo da superfície da partícula (difusão). Os metais são formados por cristais. Nas temperaturas de sinterização novos cristais se formam nos pontos de contato. Dessa forma, as fronteiras originais entre as partículas desaparecem ou tornam-se apenas interseção entre os grãos (recristalização). A superfície interna do corpo prensado é reduzida pela sinterização. Atmosferas Controladas Elas são essenciais para a grande maioria dos processos de sinterização, para prevenir a oxidação e promover a redução dos óxidos superficiais. Na prática, hidrogênio seco, amônia e hidrocarbonetos parcialmente queimados são os principais gases utilizados. O H2 é mais caro, sendo usado mais para carbetos sinterizados e materiais magnéticos do tipo Alnico. A atmosfera mais amplamente usada, por causa do seu baixo custo, é produzida pela combustão parcial de hidrocarbonetos. Pela variação da taxa ar-gás, uma grande variedade de composições é obtida. Para aplicações práticas, uma vez que o gás queimado contém vapor da água ele deve ser seco para um ponto de condensação abaixo de 0°C para operação satisfatória com componentes de ferro. Gás de hidrocarbonetos, como metano, butano ou propano, reagindo com uma quantia limitada de ar pode conter até 45% de hidrogênio, um pouco de monóxido de carbono e dióxido com nitrogênio como o remanescente. Por causa da natureza endotérmica desta reação, calor externo tem que ser fornecido, e por isso a atmosfera resultante é chamada endogás. Sinterização e Endurecimento Novos tipos de fornos de sinterização permitem que peças de aço de baixa liga sejam sinterizadas com potencial de carbono neutro (sem descarbonetação ou combonetação) e então ser endurecidas através de um rápido resfriamento. O tratamento térmico é obtido pela circulação em alta velocidade de água que resfria o gás de proteção na zona de rápido resfriamento do forno com taxas de redução de até 50°C/s realizável entre 900°C e 400°C. Este resulta em uma estrutura martensitica homogênea nos aços. Tolerâncias dimensionais fechadas são mantidas no sinterizado endurecido, eliminando a necessidade de redimensionamento. A combinação de sinterização e endurecimento em uma única etapa reduziu os custos de produção de peças de aço de baixa liga que necessitam de tratamento térmico após a sinterização. O forno de sinterização/endurecimento, também provê outros benefícios de custo por sua habilidade de gerar a atmosfera endotérmica no forno através da combustão de um gás e ar, e também pelo uso do gás endotérmico que flui fora da zona de sinterização para aquecer as peças da temperatura ambiente até aproximadamente. 500-600°C.
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