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Cartilha REFORMA DA PREVIDENCIA SOB A VISAO DA AMB 2018

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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
Atualizada em janeiro de 2018
Com as alterações aprovadas 
na Comissão da Reforma da 
Previdência e a proposta de 
Emenda Aglutinativa
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
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Atualizada em janeiro de 2018
Com as alterações aprovadas 
na Comissão da Reforma da 
Previdência e a proposta de 
Emenda Aglutinativa
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
SUMÁRIO
PRESIDENTE:
Jayme Martins de Oliveira Neto – APAMAGIS/SP 
VICE-PRESIDENTES: 
Francisco Borges Ferreira Neto – AMERON/RO
Heyder Tavares da Silva Ferreira – AMEPA/PA
Jerson Moacir Gubert – AJURIS/RS
José Arimatéa Neves Costa – AMAM/MT
Julianne Freire Marques – ASMETO/TO
Maria Isabel da Silva – AMAGIS/DF
Maurício Pizarro Drummond – AMATRA 1/RJ 
Nelson Missias de Morais – AMAGIS/MG 
Paulo César Alves das Neves – ASMEGO/GO 
Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira – AMAB/BA 
Renata Gil de Alcantara Videira – AMAERJ/RJ 
COORDENADORES:
Justiça Estadual: Frederico Mendes Júnior – 
AMAPAR/PR
Justiça do Trabalho: Diego Petacci – AMATRA 2/SP 
Justiça Federal: Renata Lotufo – AJUFE/SP 
Justiça Militar: Paulo Adib Casseb – AMAJME/SP 
Aposentados: Alemer Ferraz Moulin – AMAGES/ES
CONSELHO FISCAL:
Helvécio de Brito Maia Neto – ASMETO/TO
José Anselmo de Oliveira – AMASE/SE
Maria de Fátima dos Santos Gomes Muniz
de Oliveira – APAMAGIS/SP
SECRETÁRIO-GERAL: 
Átila Naves Amaral – ASMEGO/GO 
SECRETÁRIO-GERAL ADJUNTO: 
Levine Raja Gabaglia Artiaga – ASMEGO/GO
TESOUREIRO: 
Nicola Frascati Júnior – AMAPAR/PR 
TESOUREIRO-ADJUNTO: 
Rafael Sandi – AMC/SC
COMISSÃO DE ESTUDOS DA REFORMA 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
VICE-PRESIDENTE DE PLANEJAMENTO 
ESTRATÉGICO, PREVIDÊNCIA E 
ASSUNTOS JURÍDICOS:
Nelson Missias de Morais – MG
COORDENADOR:
Jorge Franklin Alves Felipe – MG
MEMBROS:
Marcos Antonio da Cunha Araujo – PR
Paulo Eduardo Huergo Farah – SC
Rosimere das Graças do Couto – MG
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO 
ESTRATÉGICO E PREVIDÊNCIA
Secretária: Rosimere das Graças 
do Couto – MG
Secretária-adjunta: Maria Isabel 
Pereira da Costa – RS
MEMBROS:
Angelo Galvão Zamorano – RJ
Inês Moreira da Costa – RO
Jederson Suzin – PR
João Batista Rebouças – RN
João Luís Fischer Dias – DF
Luciano Carrasco Falavinha Souza – PR
Marcos Antonio da Cunha Araújo – PR
Paulo Eduardo Huergo Farah – SC
Ricardo Henrique Ferreira Jentzsch – PR
APRESENTAÇÃO 5
1. NOTA SOBRE A 
 REFORMA DA PREVIDÊNCIA 7
2. A PEC 287-A
 E A PENSÃO PREVIDENCIÁRIA 10
3. REFORMAS CONSTITUCIONAIS
 EMENDAS Nos 20, 41 e 47 13
4. A PEC 287-A 15
5. A PENSÃO PREVIDENCIÁRIA
 NA PEC 287-A 17
6. DA NOVA PROPOSTA DO GOVERNO 
 À REFORMA DA PREVIDÊNCIA 22
5
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
APRESENTAÇÃO
 A proposta de Reforma da Previdência que está em discussão no 
Congresso Nacional traz sérios prejuízos ao serviço público. Temos traba-
lhado incansavelmente com os parlamentares de todas as bancadas, agora 
com o novo texto apresentado por meio de Emenda Aglutinativa global, 
para que seja realizado um debate verdadeiro e justo com a sociedade. 
Com o objetivo de informar os magistrados brasileiros sobre os impactos 
da reforma previdenciária na vida de cada um, a Associação dos Magis-
trados Brasileiros (AMB) elaborou uma nova versão da cartilha “Reforma 
da Previdência – Sob a visão da AMB”, acrescentando a Emenda Cons-
titucional 287-A, aprovada na Comissão Especial, bem como a Emenda 
Aglutinativa que será apresentada ao plenário da Câmara dos Deputados. 
Para a AMB, são necessárias alterações em, pelo menos, qua-
tro pontos principais da nova proposta, como a idade mínima de 
aposentadoria e a regra de transição, aposentadoria por invali-
dez, pensão por morte e acúmulo de aposentadoria e pensão. 
A AMB lutará incansavelmente para evitar eventuais retrocessos. Con-
tamos com a participação de todos os magistrados, no sentido de que 
entrem em contato com os deputados dos seus estados a fim de que nos 
auxiliem nessa empreitada.
Jayme de Oliveira
Presidente da AMB
Nelson Missias de Morais
Vice-presidente de Planejamento Estratégico, 
Previdência e Assuntos Jurídicos da AMB
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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
1. NOTA SOBRE A 
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A Associação dos Magistrados Brasileiros reitera sua manifestação contrária 
à proposta de Emenda Constitucional nº 287-A, denominada REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA, da forma como apresentada à votação, por ausência dos 
necessários esclarecimentos com a sociedade e, especialmente, por atingir 
direitos sagrados dos servidores públicos. E acredita que, na sua votação, aspectos 
relevantes serão alterados na proposta apresentada, com vistas a manter uma 
previdência saudável, mas igualmente justa e harmonizada com os preceitos 
constitucionais e com a saúde das instituições do Estado.
Não se nega que a ação do Estado deve ser dinâmica e demanda mudanças e 
reformas. Não se nega, igualmente, que o aumento da sobrevida do homem leva 
à necessidade de se estabelecer novos padrões na aposentadoria por tempo de 
contribuição, a exigir mudanças na legislação previdenciária. Não se reprova o 
estímulo gradativo à previdência complementar e a necessidade de equilíbrio das 
contas da previdência. 
Mas não é porque essas afirmativas possam ser verdadeiras, que a Reforma, tal 
como proposta, deve ser aceita e aprovada. E que os argumentos em seu favor 
têm plena procedência.
Aí começam os equívocos. A Reforma da Previdência nasceu sem os necessários 
debates com a sociedade. Não obstante todos os movimentos contrários a ela o 
Governo utilizou-se de estratégias para obter o apoio da opinião pública. Manteve 
as regras atuais dos benefícios assistenciais e as aplicáveis aos trabalhadores 
rurais e insistiu na reforma da previdência dos servidores públicos, buscando 
argumentos para justificá-la. 
Com o discurso da necessidade de limitar os benefícios dos servidores públicos 
novos ao teto do INSS e implantar a previdência complementar para eles, no 
que excede a esse teto. Discurso desnecessário porque hoje já é assim. A única 
diferença é que a introdução da previdência complementar com a limitação dos 
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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
benefícios ao teto do INSS, hoje, depende da legislação de cada Estado e, com 
a reforma, será impositiva, embora a própria emenda da reforma contemple 
um dispositivo que permite aos Estados e Municípios dispor de forma diversa. 
Esse discurso de limitação é, pois, mais um apelo à opinião pública do que um 
argumento jurídico.
O discurso continua falando em fim de privilégios porque, assim, clama a opinião 
pública. O trabalhador da iniciativa privada dirá, certamente: Por que eu tenho 
um teto do INSS a ser observado e os servidores públicos não? A resposta não 
pode ter tão simplista. Os servidores públicos contribuem efetivamente para ter 
um benefício superior ao teto da previdência. O regime é contributivo, o Estado 
não faz nenhum favor em retribuir-lhes, em benefícios, aquilo que verteram em 
contribuições. Quem paga mais recebe mais. E o regime dos servidores públicos 
não é fechado, mas aberto a todos os servidores e todos os brasileiros podem 
ingressar em cargos públicos por meio de concursos. Então não se pode dizer que 
os servidores públicos são privilegiados.
Se os direitos previdenciários dos servidores públicos estão regulados pela 
Constituição Federal e pelas Leis não há falar-se em privilégios, mas em direitos. 
Um direito não se transforma num privilégio simplesmente por um discurso. 
Direito é direito, privilégio é privilégio.
Complica-se, ainda mais, a situação, quando os defensores da reforma da 
previdência passam a discutir o papel na sociedade dos servidores públicos em 
face aos trabalhadores dainiciativa privada, criando um duelo desnecessário 
entre as duas categorias de segurados. Não há dúvidas de que todos são 
importantes na sociedade, desde o trabalhador mais simples e mais humilde até 
os que ocupam cargos mais elevados. Não é esse o foco da discussão, que não 
traz proveito a ninguém.
Mas fica aqui uma preocupação: A reforma da previdência, mesmo não tendo 
esse propósito, constitui, sem dúvida, uma maneira de enfraquecer as instituições 
básicas do Estado, que atuam na fiscalização e correção de atos dos próprios 
detentores de poder.
Quem lê a emenda de proposta da reforma da previdência compreende bem seus 
objetivos. Um deles é buscar uma drástica redução nas pensões previdenciárias, 
reduzindo-lhes substancialmente o valor e proibindo acúmulo de benefícios. 
Acúmulo de benefícios não são privilégios. Se alguém recebe mais de uma pensão 
previdenciária é porque contribuições previdenciárias foram vertidas para ensejar 
essa pensão. É sumamente injusto, num sistema contributivo, que as pessoas 
contribuam para a previdência social, num sistema estruturado de aposentadoria 
e pensões e, no final, as pensões não sejam pagas sob o fundamento de que não 
podem ser recebidas cumulativamente. 
Diz a Constituição que nenhum benefício pode ser criado sem a respectiva 
fonte de custeio. Mas é incongruente: se um benefício não pode ser criado 
sem a respectiva fonte de custeio não se justifica que o segurado que reverteu 
regularmente as suas contribuições para aposentadoria e pensões tenha 
direito apenas à aposentadoria e não às pensões, porque a cumulação de 
pensões é indevida.
Esse é apenas um enfoque dentre tantos outros que poderíamos fazer sobre a 
reforma. De qualquer modo, tal como estruturada, a reforma atende à expansão da 
previdência complementar, ainda não tão bem preparada para esse novo modelo 
e desestimula a prestação de um serviço público de qualidade, enfraquecendo as 
instituições básicas de defesa do Estado e da democracia.
Espera, assim, a Associação dos Magistrados Brasileiros que amplo debate se 
trave na discussão de cada um dos tópicos propostos pela Reforma, no que tange 
ao regramento legal das aposentadorias e pensões dos servidores públicos, de 
modo a preservar um serviço público que estimule o ingresso de novos valores e 
possa ser exercido com eficiência e qualidade a todos que dele necessitem.
Janeiro de 2018
Jayme Martins de Oliveira Neto
Presidente da AMB
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públicos ocupantes de empregos públicos, cargos temporários, cargos em 
comissão e mandato eletivo. Seus benefícios são semelhantes aos dos servidores 
públicos, submetidos ao REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS), 
mas existem situações diferenciadas, sendo que a principal delas diz respeito ao 
teto máximo do valor do benefício.
No RGPS não existe idade mínima para aposentadoria, sendo aplicável o 
fator previdenciário. No RPPS não existe fator previdenciário, mas existe idade 
mínima para a aposentadoria por tempo de contribuição e idade máxima para 
permanência em serviço (aposentadoria compulsória). O RGPS é regido pelas leis 
nos 8.213 (benefícios) e 8.212 (custeio) e legislação complementar. De longa data 
é oneroso. Tem seu marco na Lei Eloy Chaves, de 1923, que criou uma Caixa de 
Aposentadoria e Pensão em cada estrada de ferro do Brasil. 
Os inativos do RGPS não pagam contribuição previdenciária sobre seus 
proventos, mas se continuarem em atividade contribuem para a previdência 
social nessa atividade, praticamente sem retorno em termo de benefícios, pois 
não podem se aposentar novamente. 
É uma ferida que o legislador constitucional tem que enfrentar. 
Sumamente injusto exigir-se dos segurados aposentados que voltam a trabalhar a 
contribuição previdenciária sem lhes conceder qualquer benefício ou vantagem. 
O fundamento da exigibilidade da contribuição previdenciária estaria no dever da 
sociedade de participar do custeio da seguridade social. Essa situação se agravou 
com o entendimento do STF sobre a inexistência do direito à desaposentação.
O RGPS tem como fonte de custeio direta a contribuição previdenciária de 
empregados e empregadores, e como fonte indireta outras contribuições, pagas 
por toda a sociedade, inclusive pelos servidores públicos submetidos ao RPPS. 
2.2.2. REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RPPS
Abrange os servidores de todos os três poderes, desde que efetivos, 
isto é, admitidos por concursos. Servidores antigos, especialmente, mas não 
exclusivamente, admitidos antes da Constituição da República e efetivados em 
decorrência dela, também estão sujeitos ao regime próprio. 
Os benefícios são regulados pelo artigo 40 da Constituição da República e pelas 
Emendas Constitucionais de Transição. Muitos servidores públicos efetivos acabam 
sendo vinculados ao INSS em razão da não instituição do RPPS pelo ente federativo, 
2. A PEC 287-A 
E A PENSÃO PREVIDENCIÁRIA
2.1. A SEGURIDADE SOCIAL E A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 
 NO BRASIL
 Seguridade social é gênero, de que são espécies a Previdência Social, a 
Assistência Social e a Saúde. A matéria é regulada pelo artigo 194 e seguintes da 
Constituição da República.
 A Previdência dos servidores públicos é regulada pelo artigo 40 da 
Constituição, constituindo também forma de seguridade social.
 A Previdência no Brasil, assim, tem sede constitucional, desdobrando-se:
2.2. PREVIDÊNCIA PÚBLICA
2.2.1. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RGPS
Disciplinado pelos artigos 201 e seguintes da Constituição da República, 
abrange em regra os trabalhadores da iniciativa privada, além dos servidores 
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
com base no artigo 12 da Lei nº 8.213, o que é altamente questionável, posto que os 
benefícios do artigo 40 são inerentes a todo servidor público. Acabam tendo direito à 
complementação de proventos.
A legislação sobre o RPPS é local, mas deve observar os parâmetros da 
Constituição da República e das leis federais nos 9.717 e 10.887. Como regra, o RPPS 
não pode conceder benefícios não previstos no RGPS. Seu custeio nem sempre 
foi obrigatório. A obrigatoriedade adveio com as Emendas Constitucionais nos 20 e 
41, que substituíram o conceito de tempo de serviço por tempo de contribuição. 
A exigência dos inativos veio com a Emenda Constitucional no 41. Servidores 
públicos aposentados, assim, em regra, pagam contribuição, respeitada a isenção 
até o teto do INSS.
O RPPS tem como fonte de custeio única e exclusivamente as 
contribuições previdenciárias dos servidores públicos e dos entes federativos, 
diferentemente do que ocorre com o RGPS, que possui fontes indiretas arcadas 
por toda a sociedade, inclusive por parte dos servidores públicos (por exemplo na 
aquisição de bens de consumo através das contribuições sociais embutidas, etc).
2.3. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
É regulada pelo artigo 202 da Constituição da República, segundo o qual “o 
regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma 
autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo 
baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado e 
regulado por lei complementar”.
Não se confunde com seguros. A previdência complementar não é 
complementar de benefícios e sim da ação do Estado, pois gera um benefício 
próprio e independente. É regulada pelas Leis Complementares nos 108 e 109. O 
ente público cria sua entidade de previdência complementar, mas as regras estão 
nas supracitadas leis.
A formação do capital da Previdência Complementar é composta por meio 
dos aportes dos servidores públicos e dos entes federativos.
2.4. ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAÚDE
Não se confundem com a Previdência Pública a Assistência Social e 
a Saúde, embora integradas do conceito de Seguridade Social. A AssistênciaSocial não é contributiva, não tem caráter bilateral e visa a dar o mínimo de 
condições de vida digna às pessoas efetivamente carentes que preencham os 
requisitos legais. O principal programa assistencial consiste na renda mensal 
concedida a pessoa carente maior de 65 anos ou pessoa com deficiência, 
legislação conhecida por LOAS.
3. REFORMAS CONSTITUCIONAIS 
EMENDAS Nos 20, 41 e 47
As reformas constitucionais, tanto no RGPS, quanto no RPPS, foram 
introduzidas pelas Emendas Constitucionais nos 20, 41 e 47. As duas primeiras 
promoveram grandes mudanças na vida do segurado e do servidor, restringindo 
o acesso aos benefícios previdenciários e reduzindo-lhes o valor. 
Voltando mais para o RPPS dos servidores públicos, a Emenda Constitucional 
no 20 retirou os magistrados das regras especiais de aposentadoria, contidas no 
artigo 93, inciso VI, da Constituição da República, submetendo-os às regras do 
artigo 40, inerentes aos demais servidores públicos. Os magistrados, desde a 
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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
Constituição de 1967, tinham regras próprias de aposentadoria. E com a referida 
emenda veio a idade mínima de aposentadoria para os servidores públicos, 
fixada em 60 anos para o homem e 55 para a mulher, na regra permanente da 
Constituição. A aposentadoria dos magistrados passou de 30 para 35 anos de 
contribuição. Vieram regras de transição para os que já eram servidores. 
Com a Emenda Constitucional no 41 surgiu o fim da integralidade e da 
paridade para os aposentados, passando os benefícios da aposentadoria, em 
regra, a serem calculados sobre a média das 80% maiores remunerações a 
partir de julho de 1994. Também regras de transição para a aposentadoria por 
tempo de contribuição. Para os pensionistas veio a redução do valor da pensão, 
que passou a ser integral até o teto do INSS e, com relação à diferença entre o 
valor da aposentadoria ou da remuneração e o teto, aplica-se o percentual de 
70%. Soma-se o valor do teto com o aludido percentual de 70%.
Foi reafirmado o caráter contributivo da contribuição previdenciária, com 
a previsão para os aposentados e pensionistas. Veio a ratificação da previsão da 
previdência complementar, a independer de nova legislação, permitindo que o 
poder público limite o valor das aposentadorias ao teto do INSS e submeta o 
servidor à previdência complementar. 
Assim, no passado, um servidor público não custeava necessariamente sua 
aposentadoria, adquiria o direito à inatividade após 35 anos de contribuição, se 
homem, e 30 anos, se mulher, aposentava-se com a remuneração do cargo e 
tinham direito à paridade com os servidores da ativa. 
Hoje, o servidor homem se aposenta com 35 anos de contribuição e 60 de 
idade, devendo ter, necessariamente, 10 anos no serviço público e 5 no cargo. 
Isso na regra permanente. 
As mulheres têm a aposentadoria assegurada com menos 5 anos de 
contribuição e menos 5 anos de idade em relação aos homens. 
Os proventos de aposentadoria, pagos pelo Poder Público, na regra 
permanente do artigo 40, são calculados pela média das 80% maiores 
remunerações desde julho de 1994. Para os que ingressaram após do advento da 
previdência complementar (ou fizeram opção), sua aposentadoria pelos cofres 
públicos será limitada ao teto do INSS, complementando-se o benefício por meio 
de outro benefício, instituído pela previdência complementar.
A Emenda 41 pôs fim à aposentadoria proporcional do servidor público, 
mantendo-a no RGPS, embora, hoje, praticamente inocorrente, em razão de se 
tornar mais gravosa que a própria integral.
4. A PEC 287-A
No passado já se estudou a unificação dos regimes de previdência, de 
modo a existir apenas um e não dois, como atualmente, RGPS e RPPS.
A reforma, na verdade, mantém os dois regimes, mas busca uniformizar os 
benefícios em ambos. Esse inclusive o discurso público dos autores da Reforma. 
Como mecanismo adicional prevê a instituição obrigatória da previdência 
complementar, composta por aportes do servidor público e do respectivo ente 
federativo. Ressalvadas as regras de transição, o servidor público bem se aproxima 
do segurado do RGPS, com a garantia da previdência complementar, que existe 
também nas estatais e nas grandes empresas privadas, não sendo, assim, um 
privilégio para os servidores públicos.
Essa equiparação não se justifica nas carreiras típicas de Estado, 
principalmente para a magistratura e os membros do Ministério Público, cujas 
atribuições exigem tratamento específico, dadas as particularidades dos referidos 
cargos, como outrora ocorreu na redação originária das Constituições de 1967, 
1969 e de 1988.
No mais, a PEC 287-A traz para o texto da Constituição da República 
aquilo que já é uma realidade na prática brasileira. Os servidores públicos sem 
previdência própria serão submetidos ao RGPS. Como administrar o RPPS 
é custoso e complexo, boa parte dos servidores públicos de municípios de 
menor porte serão fatalmente remetidos ao RGPS. Só que, agora, com base 
constitucional, sem poder, em tese, invocar as regras do artigo 40 da Constituição 
da República.
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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
Trouxe, ainda, aumento da idade mínima da aposentadoria para 65 anos 
para o homem e 62 anos para a mulher; criou uma regra de transição com 
pedágio de 30%, ou seja, acréscimo de 30% ao tempo que falta ao servidor para se 
aposentar; exigiu idade mínima de 65 anos para o deferimento da integralidade, 
previu substancial restrição de acesso à pensão, quer pela redução do seu valor, 
quer pela vedação de cumulação.
O projeto da PEC 287-A afeta os atuais e os futuros servidores. Ressalvado 
o direito adquirido de quem já preencheu, na data da emenda, os requisitos para 
se aposentar ou obter o direito à pensão, a reforma atinge os demais servidores, 
tanto na regra permanente do artigo 40, quanto nas disposições transitórias.
Na regra permanente a previdência complementar deixa de ser, 
teoricamente, uma opção para o ente, para ser uma imposição, o que levará a 
complementação dos proventos dos novos servidores a ser feito por entidade 
de previdência complementar. Sendo assim, para ter um regime próprio, o ente 
deve ter não apenas estrutura e requisitos para operar o RPPS, mas também 
para associar seus servidores a uma entidade de previdência complementar. E os 
novos servidores serão atingidos, ainda, com a idade mínima de 65 anos para o 
homem e 62 anos para a mulher para se aposentarem.
Outra disposição prejudicial aos servidores repousa no fim da aposentadoria 
integral no caso de moléstias graves.
Existem, assim, inúmeras correções que merecem ser feitas na PEC 287-
A, mesmo após as Emendas acolhidas pela Comissão, de forma a torná-la mais 
equânime.
Toda a fundamentação do projeto da PEC baseia-se em motivos de ordem 
econômica. Os segurados do regime geral não podem ser responsabilizados pela má 
aplicação dos recursos da previdência desde a década de 1930, quando surgiram 
os institutos de aposentadoria e pensões. Recursos da Previdência Social foram 
aplicados em fins diversos. E também não podem os segurados da previdência 
responderem pelos encargos do governo com a Assistência Social, que deve ser 
custeada por impostos. E, quanto aos servidores públicos não pode o Governo exigir 
que um sistema que só recentemente se tornou contributivo promova equilíbrio 
entre as receitas e despesas. Por oportuno, cumpre rememorar que o servidor 
público contribui diretamente para o RGPS em compra realizada em que incidem 
contribuições sociais, de modo que é evidente que o custeio do RPPS não pode ser 
comparado com RGPS quando as contribuições sociais são direcionadas somente 
para este último regime de previdência.
5. A PENSÃO PREVIDENCIÁRIA 
NA PEC 287-A 
 
 A Reforma ressalva o direito adquirido às aposentadorias e pensões, 
cujos requisitos tenham sidopreenchidos até a data da promulgação da Emenda 
Constitucional.
 Só que, em princípio, sendo a lei aplicável à pensão aquela vigente por 
ocasião do óbito, só estariam protegidas com as antigas regras relativas à pensão 
aqueles pensionistas de óbitos ocorridos antes da promulgação da Emenda.
 Para óbitos ocorridos após a Emenda, mesmo para servidores com direito 
adquirido à aposentadoria ou já aposentados aplica-se a nova regra.
 Os servidores públicos perdem três vezes no cálculo da pensão. Primeiro, 
para os servidores que deixam menos de 5 dependentes, a pensão será reduzida. 
Se houver apenas o cônjuge como dependente a pensão virá para 60%. Perda de 
40% em relação à regra atual, na qual o valor da pensão independe do número 
de dependentes. Depois, vem aquele redutor de 30% para quem ganha acima do 
teto do regime geral de previdência social. E, finalmente, se o óbito ocorrer com 
servidor em atividade, ainda haverá necessidade de calcular previamente a sua 
aposentadoria para, depois, promover-se ao cálculo da pensão. Outra perda ou 
redução, que hoje não existe, pois a pensão é calculada com base na remuneração 
do servidor em atividade. 
 Pensões serão efetivamente reduzidas à metade em inúmeras situações.
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REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
Poder-se-ia argumentar que esses valores superam os do INSS. Só que 
a previdência social é essencialmente contributiva, tem caráter bilateral, não 
constitui favor do Estado. Assim, essas pessoas contribuíram sobre valores mais 
elevados para justificar o valor de uma aposentadoria ou pensão superior.
O mesmo acontece com aqueles que exerceram mais de um cargo ou 
emprego público ou privado, sacrificando suas horas de descanso e lazer, na 
expectativa de ter mais de uma aposentadoria ou deixar mais de uma pensão, no 
caso de morte. Poderiam ter programado sua vida de outra forma se antevissem 
a possibilidade de que as contribuições vertidas para o sistema não teriam o 
alcance desejado. É sumamente injusto que alguém contribua e não perceba 
benefícios. No momento em que a pessoa mais necessita e investiu para isso vem 
a regra que lhe retira o benefício. 
É texto constitucional que nenhum benefício de previdência social pode ser 
criado sem a respectiva fonte de custeio( art.195, §5º) Mas a recíproca também 
é verdadeira: se houve custeio para o benefício da pensão não se justifica deixar 
de concedê-la.
O direito brasileiro já viveu uma experiência de proibir acumulação de 
aposentadoria e pensão, por ocasião da Medida Provisória nº 1.523-9, de 1.997, 
que previu a vedação de cumular aposentadoria e pensão no art. 124, VII, da Lei 
nº 8.213/91 , mas o Governo na época recuou, certamente ao fundamento de 
que tal vedação contraria o caráter retributivo do benefício. Pensão não é favor, 
é retribuição de contribuições.
A vedação de acúmulo de pensões decorrentes de óbito de servidores que 
se acham na regra transitória encontra outro prejuízo: os novos servidores terão 
a pensão limitada ao teto, sim, mas poderão cumulá-la com o benefício de risco 
correspondente da previdência complementar. No caso de morte de servidores 
antigos não poderá haver cumulação.
Mas também merece reflexão a regra do art.40, §7º, V, bem como a 
correspondente norma na regra de transição do projeto que permite ao legislador 
ordinário estabelecer parâmetros para a pensão previdenciária, inclusive prazo 
de sua duração. A faculdade de poder conceder pensão temporária não pode ser 
exercida de forma absoluta pelo legislador ordinário, pois ele pode, simplesmente, 
através do artifício do temporário, esvaziar substancialmente o instituto da 
pensão. Basta que institua um reduzido prazo para o gozo do benefício.
 A Lei nº 13.135/2015, em vigor, restringiu substancialmente o acesso à pensão, 
especialmente quanto aos beneficiários mais jovens. A PEC restringe ainda mais 
o valor da pensão e veda cumulações. É importante restringir o alcance da PEC, 
quer quanto ao cálculo, quer quanto à proibição de acumulações. Note-se que a 
pensão já será substancialmente reduzida; proibindo-se a cumulação o prejuízo 
para as pensionistas será muito desproporcional, colocando em manifesto risco 
social a família do servidor.
 Para o servidor em atividade a regra da pensão é ainda mais prejudicial. 
A regra constitucional hoje leva em consideração o valor da remuneração do 
cargo. A PEC fala no valor da aposentadoria do servidor. Só que, mesmo não 
se submetendo ao teto a aposentadoria por invalidez, salvo a acidentária, 
não é integral. Assim, a pensão de um servidor da ativa com 20 anos de 
contribuição teria o seguinte cálculo, partindo-se das informações havidas 
quanto ao texto que se pretende aprovar: Primeiro apura-se 70% da média 
das remunerações para cálculo da aposentadoria por invalidez. Sobre essa 
média se aplica o percentual de 60% se o servidor falecido houver apenas o 
cônjuge sobrevivente. E, sobre o restante, ainda existe o redutor de 30% do 
que exceder ao teto do INSS. Da noite para o dia a família do servidor pode 
estar em situação de total vulnerabilidade econômica, tendo de se desfazer de 
bens de raiz para conseguir subsistir ou manter o estudo dos filhos menores. 
 Pelos mesmos argumentos e fundamentos não se justifica que uma 
pensionista, cumprindo os requisitos para a aposentadoria por tempo de 
contribuição, não possa usufruir do benefício. Isso não se afigura razoável ante o 
caráter retributivo da previdência social, que devolve em benefícios aquilo que 
foi fruto de contribuições.
 
20
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
21
PENSÃO
HOJE
SERVIDOR APOSENTADO:
VALOR DA APOSENTADORIA: R$20.000,00.
VALOR DA PENSÃO: Até R$5.645,00 TETO DO INSS – INTEGRAL.
+ 70% EXCEDE TETO= R$14.355=R$10.048,50.
VALOR TOTAL DA PENSÃO: R$15.693,50.
OBS: Para o servidor em atividade o cálculo parte do valor de seus 
vencimentos e, pois , não há prejuízo.
NOVA REGRA
SERVIDOR APOSENTADO.
VALOR DA APOSENTADORIA: R$20.000,00.
VALOR DA PENSÃO(SOMENTE A VIÚVA) R$20.000,00 x 60%= R$12.000,00.
VALOR DA PENSÃO: Até R$5.645,00 DO TETO DO INSS – INTEGRAL.
= 70% EXCEDE= R$6.355,00= R$4.448,50.
VALOR TOTAL DA PENSÃO: R$10.093,50.
 
 
OBS: Para o servidor em atividade o cálculo parte do valor da aposentadoria 
por invalidez(SALVO POR ACIDENTE DO TRABALHO), que será de 70% da 
média da remuneração do servidor como regra geral. Só depois dessa média 
virão os cálculos acima, com seus redutores.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ INTEGRAL
HOJE
1.- Acidente de trabalho;
2.- Moléstia grave prevista em lei.
COM A REFORMA
1.- Acidente de trabalho e doença profissional.
Não há previsão para a moléstia grave prevista em lei.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
HOJE
Depende de cada ente federativo e será obrigatória para os novos 
servidores. Na esfera federal já existe e em vários Estados também.
COM A REFORMA
A previdência complementar será impositiva para os novos servidores.
APOSENTADORIA NA REGRA TRANSITÓRIA
HOJE
35 ANOS DE CONTRIBUIÇÃO PARA O HOMEM E 30 ANOS PARA A MULHER, 
COM IDADE MÍNIMA DE 60 ANOS PARA O HOMEM E 55 ANOS PARA A 
MULHER.+ TEMPO NO SERVIÇO PÚBLICO, CARREIRA E CARGO.
COM A REFORMA
OS MESMOS REQUISITOS COM PEDÁGIO DE 30%. QUEM TEM 20 ANOS, 
SE HOMEM TERÁ QUE TRABALHAR ALÉM DOS 15 ANOS MAIS 30% DE 15 
ANOS.
22 23
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
para professores de ambos os sexos e 55 anos para policiais e 
trabalhadores em condições prejudiciais à saúde. Há diferenças 
no calendário para trabalhadores privados, servidores públi-
cos, professores e policiais. A transição acaba em 2036, para as 
mulheres, e em 2038 para os homens. Professores e policiais, no 
entanto, terão regras específicas e a transição para esses grupos 
acabará em 2042;
Tempo mínimo de contribuição de 15 anos do INSS, através daregra de transição e de 25 anos para servidores públicos na regra 
permanente;
Novo cálculo do valor da aposentadoria;
Receitas previdenciárias deixam de ser submetidas à DRU (des-
vinculação de receitas da União). Hoje, este mecanismo permite 
desvincular 30% da receita com tributos do sistema previdenciá-
rio para cobrir outros gastos públicos.
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
O novo texto mantém em 25 anos o tempo mínimo de contribuição para servidores 
públicos se aposentarem na regra permanente, mas reduz esta exigência para 15 
anos no caso dos trabalhadores do INSS, como na regra atual, através da regra 
de transição.
Os trabalhadores da iniciativa privada com 15 anos de contribuição poderão se 
aposentar com 60% do salário de contribuição, aumentando gradativamente 
6. DA NOVA PROPOSTA DO GOVERNO 
À REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Nova versão da reforma da Previdência foi apresentada pelo governo em 
22/11/2017, por meio da Emenda Aglutinativa Global à Proposta de Emenda à 
Constituição nº 287-A. É mais enxuta que a proposta anterior, agora estabelecendo 
um tempo mínimo de contribuição de 10 anos a menos para trabalhadores do INSS 
em relação aos servidores públicos e poupando todos os trabalhadores rurais.
O novo texto substitutivo apresenta regras mais rígidas para o servidor público na 
comparação com os outros trabalhadores.
Por promover uma mudança na Constituição, ela só entra em vigor se for aprovada 
por pelo menos 308 deputados em dois turnos de votação na Câmara e mais em 
dois turnos no Senado.
A nova versão apresenta quatro pontos principais:
Idade mínima de aposentadoria, com a regra de transição, sendo 
62 anos para mulheres e 65 para homens (INSS e servidores), 60 
24 25
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
1 
2 
3 
SERVIDORES COM MAIS TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 
QUE O REGIME GERAL
Uma diferença importante entre o INSS e o regime dos servidores estará no tempo 
mínimo de contribuição à Previdência. No INSS, ele será mantido nos atuais 15 
anos, na regra de transição. Para o funcionalismo, no entanto, a contribuição 
mínima será de 25 anos.
Se a reforma passar, o valor do benefício dos servidores será de pelo menos 70% 
da média salarial, para quem contribuiu por 25 anos. Quem contribuiu por mais 
que isso receberá os seguintes acréscimos:
1,5% a cada ano que superar 25 anos, até 30 anos. Assim, quem 
contribuir por 30 anos receberá 77,5% da média;
2% para o que superar 30 anos, até 35 anos. Dessa forma, quem 
contribuir por 35 anos terá direito a 87,5% da média;
2,5% para o que superar 35 anos. Com isso, 40 anos de contribuição 
dão direito à aposentadoria integral.
Com a reforma, quem ingressou no serviço público antes de 2003 ainda terá 
direito à integralidade e também à chamada paridade, ou seja, a reajustes 
idênticos aos concedidos ao pessoal da ativa. Mas, para isso, precisará cumprir 
imediatamente a nova idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para 
mulheres. Se preferir passar pela regra de transição e se aposentar mais cedo, o 
servidor ficará submetido à mesma regra de cálculo do INSS.
o valor da contribuição, sendo que, para alcançar o patamar de 100% serão 
necessários 40 anos de contribuição. Os servidores públicos com 25 anos 
de contribuição poderão se aposentar com 70% do salário de contribuição, 
aumentando gradativamente até atingir 100% aos 40 anos de contribuição.
IDADE MÍNIMA E REGRA DE TRANSIÇÃO
 O novo texto apresentado pelo Governo cria idades mínimas para a aposentadoria, 
respeitando a regra de transição que aumenta esta idade em 1 ano a cada 2 anos 
de contribuição, até chegar a um patamar definitivo.
O QUE MUDA PARA OS SERVIDORES
A principal mudança para os servidores que ingressaram no serviço público 
antes de 2003 é no direito à integralidade e à paridade. Os que entraram depois 
vão seguir a maioria das regras propostas para o regime previdenciário dos 
trabalhadores do setor privado. O cálculo do valor do benefício será feito pela 
média dos salários e submetido ao teto do INSS.
A idade mínima de aposentadoria será de 62 anos (mulheres) e 65 anos 
(homens) mas não imediatamente. Ela partirá do mínimo atual (55 e 60 anos, 
respectivamente) e será elevada em um ano a cada dois. Para os homens, a 
transição até os 65 será concluída já em 2028. O limite de 62 para as mulheres 
será atingido em 2032.
Por partir de um patamar mais alto, a transição para o servidor vai terminar 
antes que para os segurados do INSS. Estes partem das idades mínimas de 53 
(mulheres) e 55 anos (homens) em 2018, com o limite aumentando um ano a 
cada dois anos e chegando a 62 e 65 anos em 2036 e 2038, respectivamente.
26 27
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
TABELA COMPARATIVO 
REFORMA DA PREVIDÊNCIA 
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS
REGRA PERMANENTE
REGRA VIGENTE (41/03 e 47/05) PEC 287-A/2016
PEC atualizada resultante da aglutinação do texto original 
com o substitutivo adotado pela Comissão Especial 
e com as Emendas nº 2, 3, 7, 12, 17, 23, 58, 66, 68, 78 E 126
Idade mínima: 60 anos para homem e 55 
anos para mulher
Tempo de contribuição: 35 anos para 
homem e 30 anos para mulher (10 anos 
de serviço público e 5 anos no cargo).
Cálculo do benefício: média de 80% de 
suas maiores remunerações, desde de 
julho de 1994. O teto do RGPS é aplicado 
somente para servidor com vínculo estatal 
posterior à implementação do Fundo de 
Previdência Complementar.
Pensão: limitada ao teto da RGPS + 70% do 
que ultrapassar, permitida a cumulação. A 
Lei nº 13.135/2015 já estabelece tempo 
de duração para a pensão. 
Idade mínima: 65 anos para 
homens e mulheres (aumenta com 
a expectativa de vida do brasileiro.
Tempo de contribuição: 25 anos 
para homem e mulher (10 anos de 
serviço público e 5 anos no cargo).
Cálculo do benefício: 51% da mé-
dia de todas as remunerações, 
acrescido de 1% para cada ano a 
mais de trabalho (100% só com 49 
anos de contribuição). O teto do 
RGPS é aplicado somente para ser-
vidor com vínculo estatal posterior 
à implementação do Fundo de Pre-
vidência Complementar.
Pensão: limitada ao teto da RGPS + 
70% do que ultrapassar, vedada a 
cumulação. Redutor de 50% + 10% 
para cada dependente. A base de 
cálculo será o provento de aposen-
tadoria ou o valor que receberia o 
de cujus se tivesse aposentado por 
invalidez(proporcional). 
Idade mínima: 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres.
Tempo de contribuição: 25 anos para homem e mulher (10 anos de serviço público 
e 5 anos no cargo). Para o RGPS é exigido 15 anos.
Cálculo do benefício: 70% da média de todas as remunerações, percorrido o tempo 
mínimo de contribuição de 25 anos, aumentando proporcionalmente até 100% aos 
40 anos de contribuição. O teto do RGPS é aplicado somente para servidor com 
vínculo estatal posterior à implementação do Fundo de Previdência Complementar
Pensão: limitada ao teto da RGPS + 70% do que ultrapassar, permitida a cumulação 
até 2 salários mínimos apenas. Redutor de 50% + 10% para cada dependente. A 
base de cálculo será o provento de aposentadoria ou o valor que receberia o de 
cujus se tivesse aposentado por invalidez (proporcional). 
A presente tabela registra, de forma objetiva, os principais pontos de interesse da 
magistratura na Reforma da Previdência, mas não esgota todas as regras vigentes e critérios 
legais estabelecidos pela PEC 217/2016. 
28 29
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
REGRA DE TRANSIÇÃO
REGRA VIGENTE (41/03 e 47/05) PEC 287-A/2016
PEC atualizada resultante da aglutinação do texto original 
com o substitutivo adotado pela Comissão Especial 
e com as Emendas nº 2, 3, 7, 12, 17, 23, 58, 66, 68, 78 E 126
Marco temporal: servidores com vínculo 
estatal anterior até 31.12.2003. 
Idade mínima: 60 anos para homem e 55 
anos para mulher
Tempo de contribuição: 35 anospara 
homem e 30 anos para mulher (20 anos 
de serviço público, 10 de carreira e 5 anos 
no cargo). Para servidores com vínculo 
anterior a 16.12.1998, observados os 
requisitos anteriores, ainda terão direito 
a reduzir um ano na idade mínima para 
cada ano a mais de contribuição acima da 
exigida.
Cálculo do benefício: garantia da 
integralidade e paridade.
Marco temporal: idade de 50 anos 
para homem e de 45 para mulher
Idade mínima: 60 anos para 
homens e 55 para mulheres. 
Previu também uma regra especial 
para a redução da idade mínima, 
mas apenas para os servidores com 
vínculo anterior a 16.12.1998, mas 
adotou o critério diário, ou seja, 
cada dia de contribuição a mais de 
contribuição reduz um dia na idade 
mínima. 
Tempo de contribuição: 35 anos 
para homem e 30 para mulher, 
além 20 anos de serviço público 
+ pedágio de 50% do tempo de 
contribuição faltava na data da 
promulgação da PEC.
Cálculo do benefício: a regra 
da integralidade e paridade foi 
mantida para aqueles servidores 
com vínculo estatal anterior a 
31.12.2003. Quem tem vínculo 
posterior a 31.12.2003 o cálculo 
do benefício será pela média 
aritmética simples da totalidade 
das contribuições do servidor a 
contar de julho de 1994.
Marco temporal: aplicável a todos que tenham ingressado no serviço público até a 
data da promulgação da PEC.
Idade mínima: 60 anos para homens e 55 para mulheres. Previu também uma regra 
especial para a redução da idade mínima, mas apenas para os servidores com vínculo 
anterior a 16.12.1998, mas adotou o critério diário, ou seja, cada dia de contribuição 
a mais de contribuição reduz um dia na idade mínima. Porém, a idade mínima para 
homem e mulher sofrerá um acréscimo de 1 ano a partir de 01 de janeiro de 2020 e 
de mais um ano a cada dois anos, até atingir o limite da regra permanente.
Tempo de contribuição: 35 anos para homem e 30 para mulher, além 20 anos de 
serviço público e 5 anos no cargo + pedágio de 30% do tempo de contribuição faltar 
na data da promulgação da PEC.
Cálculo do benefício: a regra da integralidade e paridade foi mantida para aqueles 
servidores com vínculo estatal anterior a 31.12.2003, desde que atendida a idade da 
regra permanente. Caso não queira esperar a idade da regra permanente o cálculo 
do benefício será pela média aritmética simples da totalidade das contribuições do 
servidor a contar de julho de 1994.
30 31
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
REGRA VIGENTE (41/03 e 47/05) PEC 287-A/2016
PEC atualizada resultante da aglutinação do texto original 
com o substitutivo adotado pela Comissão Especial 
e com as Emendas nº 2, 3, 7, 12, 17, 23, 58, 66, 68, 78 E 126
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
Proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição(regra permanente), exceto 
se decorrente de acidente em serviço, 
moléstia profissional ou doença grave, 
contagiosa ou incurável, quando será com 
proventos integrais (100% da média).
Proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição (regra 
permanente), exceto se decorrente 
de acidente em serviço ou moléstia 
profissional, quando será com 
proventos integrais (100% da 
média). Cria a readaptação.
Proventos proporcionais ao tempo de contribuição (regra permanente), exceto 
se decorrente de acidente em serviço ou moléstia profissional, quando será com 
proventos integrais(100% da média). Cria a readaptação.
ABONO DE PERMANÊNCIA
Valor equivalente à contribuição 
previdenciária
Valor que pode chegar ao 
máximo do valor da contribuição 
previdênciária
Valor que pode chegar ao máximo do valor da contribuição previdenciária
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
Setenta anos de idade Setenta e cinco anos de idade Setenta e cinco anos de idade
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
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e baixe a versão completa
Atualizada em janeiro de 2018
Com as alterações aprovadas 
na Comissão da Reforma da 
Previdência e a proposta de 
Emenda Aglutinativa
REFORMA DA 
PREVIDÊNCIA
SOB A VISÃO DA AMB
Atualizada em janeiro de 2018
Com as alterações aprovadas 
na Comissão da Reforma da 
Previdência e a proposta de 
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