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Noções Medicina Legal

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Aula 00
Medicina Legal p/ Polícia Civil - MG (Investigador)
Professor: Fatima Albuquerque Taufick
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Noções de Medicina Legal para Investigador de Polícia 
Polícia Civil/MG 
Teoria e Exercícios comentados 
Profª. Fatima Albuquerque Taufick – Aula 00 
 
Profª Fatima Albuquerque Taufick www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 57 
AULA 00: Traumatologia Forense 
Energias de ordem mecânica 
 
Oi, pessoal! 
 
É com enorme prazer que inicio a tarefa de trilhar, junto com vocês, os 
caminhos dessa intrigante disciplina que é a Medicina Legal. Nosso 
objetivo será assimilar, de maneira completa – porém objetiva –, todo o 
conteúdo necessário para a realização da prova para o concurso de 
Investigador de Polícia/PCMG. 
 
Pormenor de 'Os Milagres de Santo Ignacio de Loyola' (1618). 
Pieter Pawel Rubens (1577-1640). Óleo sobre tela. Kunsthistorisches Museum (Viena). 
 
BEZERRA, Armando J C. As belas artes da medicina, 2003. 
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Noções de Medicina Legal para Investigador de Polícia 
Polícia Civil/MG 
Teoria e Exercícios comentados 
Profª. Fatima Albuquerque Taufick – Aula 00 
 
Profª Fatima Albuquerque Taufick www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 57 
Inicialmente, permitam-me uma breve apresentação: meu nome é Fatima 
Albuquerque Taufick, sou graduada em Medicina pela Universidade 
Federal de Juiz de Fora – UFJF e bacharelanda em Direito pela 
Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Ocupo o cargo de Analista de 
Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União, em que tive a 
satisfação de ter sido aprovada na 1ª colocação nacional em Auditoria na 
área de Saúde no concurso de 2008. Tenho, ainda, especialização em 
Direito Constitucional, Oftalmologia Clínica e Cirúrgica e Gestão em 
Controladoria Governamental. 
 
Além disso, também sou concurseira como vocês, tendo obtido as 
seguintes aprovações em concursos públicos: 
 
• Analista do Banco Central do Brasil - Área 6 (Gestão e Análise 
Processual) – 2009; 
• Analista de Finanças e Controle da CGU - Auditoria - Saúde – 2008 
(1º lugar); 
• Especialista em Financiamento e Execução de Programas e Projetos 
Educacionais - FNDE – 2007 (3º lugar); 
• Carreira Médica da SES/DF - Especialidade Oftalmologia – 2002 
(14º lugar); 
• Residência Médica em Oftalmologia Clínica e Cirúrgica, Hospital de 
Base do Distrito Federal - Brasília/DF – 1999 (4º lugar); 
• Processo Seletivo de Transferência - Universidade Federal da 
Paraíba/UFPB – 2013 - Curso de Direito (1º lugar). 
 
O nosso edital contempla 1000 vagas para o cargo de Investigador de 
Polícia e, ao fazer menção a "novas vagas", conforme disposto no item 
1.2.1, o edital traz um forte indicativo de virem a ser chamados 
excedentes ao longo da validade do concurso (prazo de dois anos, 
prorrogável por mais dois!), ou seja: é muita vaga, e uma delas tem 
que ser sua!!! 
 
As provas estão previstas para 10/08/2014, o que nos confere um bom 
tempo para a preparação, mesmo para quem nunca estudou esta 
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Polícia Civil/MG 
Teoria e Exercícios comentados 
Profª. Fatima Albuquerque Taufick – Aula 00 
 
Profª Fatima Albuquerque Taufick www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 57 
matéria, ou mesmo para quem pretende iniciar os estudos agora. As 
disciplinas constantes do edital são "agradáveis" de estudar, e não há 
nenhuma que exija tempo muito prolongado para assimilação, como seria 
o caso − na minha visão − de contabilidade, economia etc. Eu digo a 
vocês: DÁ TEMPO de aprender todo o conteúdo exigido e abocanhar uma 
dessas mil vaguinhas aí!!! Estamos juntos nessa! 
 
Nossa meta consistirá em "traduzir" os conhecimentos da Medicina Legal 
em um texto de linguagem acessível e direta a todos aqueles que não 
têm familiaridade com a área, tornando a preparação mais objetiva e 
racional, evitando, assim, perda de tempo e gastos desnecessários com 
livros doutrinários e outros materiais. Buscaremos conceitos de vários 
autores e exercícios de fixação que nos darão uma boa ideia do que 
poderemos encontrar na prova. Sua tarefa será: ler todas as aulas, 
buscando entender os conceitos e memorizar o que for necessário; utilizar 
os recursos do fórum, que é importante instrumento de aprofundamento 
e valoração do estudo individual, e, ao término da leitura e assimilação do 
conteúdo das aulas teóricas e a uma semana da prova, ler a compilação 
de todo o conteúdo estudado por meio da "Leitura Pré-Prova", uma 
síntese contendo tudo aquilo que é mais importante ou que é fácil de 
esquecer ou de confundir, como os epônimos (em Medicina, podem se 
referir a doenças, sinais e/ou sintomas que levam o nome de seu 
descobridor) e os termos técnicos (para quem não é da área médica). 
Esta será nossa última aula, mas não trará novos conteúdos, apenas 
aqueles já abordados nas aulas e discutidos nos fóruns. 
 
Eu acredito seriamente que a "Leitura Pré-Prova" será o seu grande 
diferencial nesse concurso! Ela, por si só, provavelmente não será 
suficiente para um bom desempenho na prova, mas, aliada à leitura e 
compreensão dos textos das aulas, resolução dos exercícios e 
saneamento de dúvidas no fórum, com certeza fará "a diferença" que 
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poderá, juntamente com o estudo das demais disciplinas do concurso, ser 
responsável pela sua aprovação e classificação dentro das 1000 vagas! 
 
Em minhas experiências anteriores nesse universo dos concursos, pude 
notar que a diferença entre um mesmo estudo COM a leitura de um 
material como esse na reta final da prova e um SEM essa mesma leitura é 
exorbitante, a ponto de ser difícil acreditar como uma ‘técnica’ 
aparentemente tão simples pode ter um resultado tão positivo com a 
mesma pessoa (o custo-benefício é inegável)! 
 
Por falar nisso, inserimos a "Leitura Pré-Prova" no recente curso de 
Medicina Legal para Perito Criminal da Polícia Civil de São Paulo que 
ministrei aqui no Estratégia, o qual teve uma excelente avaliação por 
parte dos alunos! Isso me trouxe a felicidade de saber que o objetivo 
proposto foi cumprido e a satisfação de poder contribuir, nem que seja 
um pouquinho, para a aprovação de cada um de vocês, já que todo o 
mérito em ser aprovado pertence unicamente aos alunos, sendo o 
professor apenas um facilitador. 
 
Provavelmente, a maioria dos alunos não é da área médica. Por isso, vou 
dizer algo do fundo do coração: não se preocupe com isso (nesta etapa)! 
Não perca nem um minuto do seu precioso tempo de preparação 
preocupando-se com o fato de não ser médico e ter que saber medicina 
legal! O que você precisa para obter sucesso, nesse momento, é tão 
somente de um treinamento direcionado e muito bem executado. Depois, 
quando o seu nome já estiver na lista de aprovados, aí sim, você poderá 
aprofundar seus estudos, adquirindo extensos livros doutrinários, lendo 
artigos científicos da área, participando de cursos de aprofundamento e 
de formação para investigadores policiais. Mas agora a hora é de estudar 
apenas aquilo que tem chance de ser cobrado pela banca – que, aliás, 
não tem um histórico de questões que possamos tomar como base –, sem 
desgastes nem desperdício de tempo ‘garimpando’ conteúdos importantes 
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aqui e acolá, nem gastos de dinheiro com os dispendiosos livros médicos, 
muitas vezes prolixos para este fim (prova de concurso). 
 
O programa do nosso edital veio bem especificado, o que nos ajuda 
bastante a visualizar possíveis abordagens de prova e também a 
selecionar questões para resolvermos e comentarmos aqui no curso. 
Porém, o melhor mesmo foi a presença da indicação bibliográfica, 
iniciativa transparente que todo edital de concurso deveria fazer! 
 
Desse modo, nosso curso adotará por base a edição mais recente do livro 
do Professor Genival Veloso de França, por ser a obra mais abrangente 
acerca do tema e, principalmente, por ter sido a bibliografia indicada no 
edital. Subsidiariamente, utilizaremos os ensinamentos de outros autores, 
a exemplo de Delton Croce e Hélio Gomes, com as atualizações do Dr. 
Hygino Hercules. 
 
No entanto, devido ao fato de o referido livro ser bastante abrangente e 
voltado essencialmente para a área médica, devemos ter o cuidado de 
não nos alongarmos demais e despendermos valioso tempo assimilando 
assuntos de grande extensão e com pouca chance de cair na prova. Por 
outro lado, apesar de sabermos que este é um concurso para candidatos 
de formação multidisciplinar, nunca teremos a certeza do nível de 
profundidade que será exigido na prova! 
 
Então, diante de alguns tópicos, adotaremos uma abordagem mais 
detalhada, para não corrermos o risco de deixar de fora algum assunto 
com probabilidade considerável de ser cobrado. A síntese de tudo o que 
veremos ao longo do curso, tratada de uma maneira mais objetiva, vocês 
já sabem onde encontrar: na última aula, em nossa indispensável "Leitura 
Pré-Prova". 
 
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Concluindo, nosso curso abordará todo o conteúdo teórico constante do 
edital, a "Leitura Pré-Prova" e a resolução de questões, de modo que, se 
você executar todas as etapas propostas, terá grandes chances de 
sucesso nessa disciplina. Eu diria que você terá uma considerável 
probabilidade de obter 100% de aproveitamento na prova de medicina 
legal, pois estudará por um material com ampla abrangência doutrinária, 
totalmente atualizado e direcionado para a sua prova, sem gastar tempo 
com assuntos que até seriam de interesse para o bom exercício do seu 
futuro cargo de investigador de polícia, mas inapropriados para uma 
preparação para prova de concurso. 
 
Afinal, passar em concurso não é sinônimo de saber tudo, ou de 
dominar determinado assunto, mas sim de saber delimitar aquilo 
que a banca pode perguntar e de otimizar o seu tempo de estudo a 
fim de ser o mais eficiente possível. 
 
Bom, a conversa está boa, mas temos que pegar no batente! É muito 
conteúdo para ser visto, e quanto antes iniciarmos, melhor! 
 
Nessa primeira aula, trataremos de um tópico, de certo modo, bastante 
"impactante", mas também muito interessante, que é uma parte da 
Traumatologia Forense que trata das lesões causadas por energias de 
ordem mecânica, correspondente ao tópico 4.2.2 do nosso edital. 
____________________________________________________ 
Traumatologia Forense 
A Traumatologia (ou Lesonologia) Forense ou Médico-legal estuda as 
lesões produzidas por violência causada por variados tipos de energias 
(mecânica, física, química, etc.). Esses danos ao corpo humano podem 
ser imediatos ou tardios. 
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Nessa aula, vamos estudar as lesões produzidas por energias de ordem 
mecânica. As demais modalidades de energia serão estudadas mais 
adiante. 
São tipos de energias causadoras de lesões: 
1. Energias de ordem mecânica: lesões produzidas por ação 
perfurante, cortante (ou incisa), contundente, perfurocortante, 
perfurocontundente e cortocontundente; 
2. Energias de ordem física; 
3. Energias de ordem química; 
4. Energias de ordem físico-química; 
5. Energias de ordem bioquímica; 
6. Energias de ordem biodinâmica; 
7. Energias de ordem mista. 
 
TIPO DE 
ENERGIA 
INSTRUMENTO 
(AÇÃO) 
TIPO DE 
LESÃO 
EXEMPLOS 
mecânica perfurante punctória estilete, agulha, furador de gelo, garfo 
cortante/ 
inciso 
cortante/ 
incisa 
navalha, lâmina de barbear, bisturi, 
atípicos: folha de papel, linha com pó de 
vidro ("cerol"), capim (capim navalha) 
 
contundente contusa meios ou instrumentos de superfície, e 
não de gume (ex: martelo, explosões) 
perfurocortante perfurocortante
/perfuroincisa 
facas, punhal, canivete, lima, tesoura 
perfurocontun- 
dente 
perfurocontusa projéteis de arma de fogo (PAF), guarda-
chuva 
cortocontundente cortocontusa foice, facão, machado, guilhotina, 
tesoura, rodas de trem, unhas, dentes 
física temperatura, eletricidade, luz, som, pressão atmosférica, radioatividade. 
química substâncias químicas ácidas ou cáusticas (vitriolagem), venenos. 
físico-química asfixias em geral. 
bioquímica perturbações alimentares, infecções. 
biodinâmica síndrome do choque, síndrome da falência múltipla de órgãos. 
mista fadiga, doenças parasitárias, sevícias (criança e ancião maltratados, tortura, 
violência contra a mulher). 
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Os instrumentos e os meios podem atuar como agentes lesivos: em 
regra, os instrumentos são transferidores de energias mecânicas, e os 
meios transferem as demais formas de energia (física, química, etc.). 
 
1. ENERGIAS DE ORDEM MECÂNICA 
As lesões são produzidas devido à modificação do estado de movimento 
ou de repouso de um corpo. Os meios causadores podem atuar por 
pressão, percussão, tração, torção, compressão, descompressão, 
explosão, deslizamento e contrachoque. Podem ser causadas pelos mais 
variados tipos de "armas" (revólver, punhal, faca, foice, navalha, punho, 
dentes) ou de meios como animais, máquinas, veículos, explosões, etc. 
Os resultados podem ocorrer externa ou internamente, pode ser ativos 
(objeto em movimento contra corpo humano parado), passivos (objeto 
imóvel e corpo humano em movimento) ou mistos (choque de ambos em 
movimento). 
Os meios mecânicos são classificados, de acordo com as características 
das lesões, em: 
a) perfurantes - produzem feridas puntiformes (ou punctórias); 
b) cortantes - produzem feridas cortantes; 
c) contundentes - produzem feridas contusas; 
d) perfurocortantes - produzem feridas perfurocortantes; 
e) perfurocontundentes - produzem feridas perfurocontusas; 
f) cortocontundentes - produzem feridas cortocontusas. 
 
A) Lesões produzidas por ação perfurante: 
Possuem aspecto pontiagudo e fino, com exteriorização em forma de 
ponto, daí o nome puntiforme. Em geral, possuem diâmetro menor que o 
do objeto utilizado, devido à elasticidade e à retratilidade dos tecidos 
cutâneos, e costumam ser pouco nocivas na superfície e graves na 
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profundidade, a depender do órgão atingido. Essas lesões raramente 
sangram. No cadáver, é visualizado como uma linha escura (trajeto 
percorrido pelo instrumento). 
Exemplos: estilete, agulha, furador de gelo, garfo. 
 
Lesão punctória produzida em hospital por agulha de grosso calibre. 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
Quando há ferimento de saída, tem formato irregular e com diâmetro 
menor que o de entrada, pois o instrumento atua, nesse momento, pela 
sua parte afilada. 
Quando o instrumento perfurante possui médio calibre, a forma das 
lesões é diferente, de acordo com as seguintes leis: 
a) Primeira lei de Filhos: As soluções de continuidade dessas feridas 
assemelham-se às produzidas por instrumento de dois gumes ou tomam 
a aparência de "casa de botão"; 
b) Segunda lei de Filhos: Quando essas feridas se mostram numa mesma 
região onde as linhas de força tenham um só sentido, seu maior eixo tem 
sempre a mesma direção; 
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c) Lei de Langer: Na confluência de regiões de linhas de forças diferentes, 
a extremidade da lesão toma o aspecto de ponta de seta, de triângulo, ou 
mesmo de quadrilátero. 
O trajeto das lesões depende do tamanho do instrumento e da pressão 
exercida, podendo terminar em fundo de saco, em uma cavidade ou 
transfixar um segmento e possuir orifício de entrada e de saída (ambos 
têm aspecto similar, mas o de saída possui bordas levemente evertidas). 
A profundidade da lesão nem sempre apresenta correlação com o 
comprimento do instrumento, podendo ser maior que o comprimento da 
arma se esta atingir uma região em que os tecidos superficiais sejam 
facilmente deprimíveis (feridas em acordeão, segundo Lacassagne). 
 
b) Lesões produzidas por ação cortante (ou incisa): 
Ocorrem por deslizamento linear do objeto sobre os tecidos. O 
mecanismo de ação é por meio do gume. Exemplos: navalha, lâmina de 
barbear, bisturi. 
Alguns autores as chamam de feridas incisas, ou ainda fusiformes. 
 
Ferida cortante abdominal transversal (provavelmente da esquerda para a direita). 
Fonte: www.malthus.com.br 
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Com frequência, apresentam as características a seguir: 
FERIDAS CORTANTES: 
� forma linear (ação cortante por deslizamento, atuação 
perpendicular à pele); 
� sem vestígios traumáticos ao redor da ferida; 
� afastamento das bordas (elasticidade dos tecidos); 
� centro da ferida mais profundo que as extremidades (movimento 
em arco); 
� bordas regulares (a depender do gume afiado), podendo ser 
retilíneas, curvas ou em zigue-zague; 
� hemorragia abundante (secção facilitada dos vasos e retração dos 
tecidos superficiais); 
� presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde terminou 
a ação do instrumento (importante na determinação da direção do 
ferimento, na diferenciação entre homicídio e suicídio, na forma de 
crime e na posição do agressor); 
� paredes lisas e regulares; 
� fundo da lesão regular (a depender do gume afiado do objeto); 
� comprimento predomina sobre a profundidade (ação deslizante do 
objeto, extensão do gume, movimento em arco do braço do 
agressor e abaulamento de regiões do corpo); 
� vertentes da ferida cortadas obliquamente (elasticidade e retração 
dos tecidos moles); 
� perfil de corte de aspecto angular (se o meio atuou 
perpendicularmente) ou em forma de bisel (se o meio atuou 
obliquamente); 
� extensão da ferida menor da que realmente foi produzida 
(elasticidade e retração dos tecidos moles lesados). 
Nas feridas cortantes, não são observadas escoriações, equimoses ou 
infiltração hemorrágica próxima à ferida. 
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"Lesões de defesa": feridas cortantes encontradas nas mãos, nos braços e 
até mesmo nos pés. 
Sinal de Chavigny: refere-se à ordem de lesões cortantes que se 
cruzam. Uma segunda lesão, quando produzida sobre uma lesão já 
existente, não adota um trajeto em linha reta, pois as bordas da primeira 
já se encontravam afastadas devido à elasticidade da pele. Ocorre um 
desnível (uma angulação) na segunda ferida, possibilitando a 
determinação de qual delas foi produzida primeiro. 
Tipos específicos de feridas cortantes/incisas (podem, eventualmente, ser 
produzidas por instrumentos cortocontundentes): 
• Esquartejamento: divisão do corpo em partes (quartos), por 
amputação ou desarticulação. 
• Castração: também é lesão por ação de instrumento cortante. 
• Decapitação: separação da cabeça em relação ao corpo, resultante de 
ação cortante ou também de outros meios. 
• Esgorjamento: ferida transversal no pescoço, geralmente de 
localização ântero-lateral, com profundidade suficiente para lesionar 
pele, vasos, nervos, músculos e órgãos mais internos (esôfago, laringe 
e traqueia). O esgorjamento deve ser diferenciado quanto a uma 
possível ação homicida (em que o autor sempre se coloca por trás da 
vítima, provocando um ferimento da esquerda para direita, em sentido 
horizontal, uniforme, terminando com a mesma profundidade do seu 
início) ou suicida (lesões menos graves, ferimento da esquerda para a 
direita nos destros, com profundidade maior no início da lesão, pois, ao 
final, o suicida já não tem mais forças). A causa da morte, no 
esgorjamento, ocorre por hemorragia (devido à secção dos vasos do 
pescoço), por asfixia (secção da traqueia e aspiração de sangue) e por 
embolia gasosa (secção das veias jugulares). 
• Degolamento: ferida cortante localizada posteriormente no pescoço. A 
morte pode ocorrer por hemorragia fulminante ou por lesão da medula 
espinhal. 
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c) Lesões produzidas por ação contundente: 
Os instrumentos mecânicos possuem superfícies dos mais variados 
relevos e são grandes causadores de danos, pois podem atuar no corpo 
humano por pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, 
descompressão, distensão, torção, fricção, por contragolpe ou de forma 
mista. O resultado da ação geralmente é externo e é chamado de 
contusão, que, a depender do estado de repouso ou de movimento do 
corpo ou do meio contundente, pode ser ativa (objeto em movimento 
contra corpo humano parado), passiva (objeto imóvel e corpo humano em 
movimento) ou mista/biconvergente (choque de ambos em movimento). 
Variedades de lesões contusas: 
Rubefação: congestão repentina e 
momentânea de uma região do 
corpo, exteriorizada por uma 
mancha avermelhada e transitória, 
que desaparece em alguns minutos, 
por isso deve ser diagnosticada 
com rapidez. 
Os vestígiosdesaparecem com o 
restabelecimento circulatório da 
região. 
� Escoriação (erosão epidérmica, abrasão): é o arrancamento da 
epiderme e o desnudamento da derme, de onde fluem serosidade e 
sangue. Resulta da ação tangencial dos meios contundentes. Possui muita 
importância para a perícia, em especial quanto à idade de uma 
escoriação, por meio da observação de suas características, e também da 
forma da lesão, que pode deixar impresso na vítima o meio causador da 
ferida (unhas, saltos de sapato). 
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A escoriação não produz cicatrizes. Também podem ser produzidas por 
outros tipos de ação, como as provocadas por pedaços de vidro, pregos, 
farpas de arame, unhas, etc. 
 
Escoriação Escoriações ungueais 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
 
� Equimose: são lesões, em sua maioria, superficiais, em que ocorre 
infiltração hemorrágica dos diferentes planos teciduais, com 
extravasamento sanguíneo devido à existência de um plano mais 
resistente abaixo da região traumatizada. Podem surgir, ainda, 
tardiamente e em localização distante da área atingida. 
 
Equimoses 
Fonte: www.malthus.com.br 
Por vezes, as equimoses podem trazer a marca dos objetos que a 
causaram (equimoses figuradas), como fivelas, saltos de sapato e estrias 
de pneus (estrias pneumáticas de Simonin). Objetos cilíndricos, como 
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cassetetes e bengalas, produzem duas equimoses longas e paralelas 
(víbices), decorrentes do extravasamento de sangue, que ocorre ao lado 
do traumatismo, e não na zona de impacto do objeto. 
Adquirem nomenclatura diferente de acordo com a forma com que se 
apresentam: 
- sugilação, se confluentes e em forma de pequenos grãos; 
- sufusão, quando a hemorragia é maior, difusa ou espalhada no 
interstício; 
- petéquias, se são pequenas equimoses, agrupadas na forma de um 
pontilhado hemorrágico; 
- víbice, quando em forma de estrias; 
- equimona, se de grandes proporções. 
Espectro equimótico de Legrand du Saulle: diz respeito à tonalidade 
da equimose, de grande interesse pericial, apresentando-se avermelhada 
inicialmente, depois vermelho-escura, violácea, azulada, esverdeada e, 
por fim, amarelada, desaparecendo dentro de 15 a 20 dias, em média. O 
valor cronológico dessas alterações é relativo (varia de acordo com 
muitos fatores). 
ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULLE 
1º dia vermelha 
2º e 3º dias violácea 
4º ao 6º dias azul 
7º ao 10º dias esverdeada 
por volta do 12º dia amarelada 
em torno do 15º a 20º dia desaparece 
 
Manchas (ou Sinal) de Tardieu: são equimoses profundas, subpleurais 
e subpericárdicas, vistas por transparência através das serosas das 
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vísceras, visualizadas como pequenas petéquias arredondadas. Nas 
asfixias mecânicas, também podem ser subpalpebrais. 
� Hematoma: coleção de sangue decorrente de extravasamento oriundo 
de vasos calibrosos, formando cavidades no interior dos tecidos. Pode ser 
profundo e se localizar no interior de órgãos (hematoma 
intraparenquimatoso), como fígado, rins ou cérebro. Absorve-se mais 
lentamente que a equimose. 
 
� Bossa linfática ou sanguínea: 
frequente nos traumatismos do 
couro cabeludo (popularmente 
chamado de "galo"). Localiza-se 
sempre sobre um plano ósseo e 
possui saliência pronunciada na 
superfície cutânea. 
Bossa serosa à direita 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
 
As feridas contusas podem ser produzidas por compressão, pressão, 
percussão, arrastamento, explosão e tração. 
 
Características das feridas contusas: 
� forma estrelada, sinuosa, ou ainda retilínea (varia conforme a forma 
do instrumento, a região atingida e a violência da contusão); 
� bordas irregulares, escoriadas e equimosadas (ação brusca da 
superfície do meio causador, ocasionando ferida irregular, anfratuosa, 
serrilhada ou franjada); 
� fundo irregular (mecanismo irregular de agressão, com ação mais 
evidente nos planos superficiais); 
� vertentes irregulares (em virtude de o meio traumático não atingir 
planos profundos e atuar de maneira disforme); 
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� presença de pontes de tecido íntegro ligando as vertentes (fibras 
elásticas da derme distendidas, mas não rompidas na contusão); 
� retração das bordas da ferida (é uma reação vital, maior na pele e 
menor nos planos mais profundos); 
� pouco sangrantes ('hemostasia traumática' causada pela própria 
compressão do instrumento); 
� integridade de vasos, nervos e tendões no fundo da lesão (devido à 
elasticidade e à resistência desses elementos). 
 
 
Ferida contusa em supercílio esquerdo - exame cadavérico. 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
� Fraturas: caracterizam-se pela solução de continuidade dos ossos 
(interrupção da continuidade da estrutura óssea). Podem ser fechadas 
(subcutâneas) ou abertas (expostas), em que o osso fraturado se 
comunica com o meio exterior. Podem ser, ainda, diretas (acontecem no 
mesmo local do traumatismo) ou indiretas (ocorrem em região distante 
do local em que ocorreu o trauma), como, por exemplo, uma fratura da 
base do crânio por queda de uma certa altura em pé. 
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Fratura craniana cominutiva com extravasamento de conteúdo cerebral. 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
� Luxações: perda do contato das superfícies de articulação de dois 
ossos, que se afastam parcial ou totalmente, sendo mais frequentes as do 
ombro, do cotovelo, do joelho e do tornozelo. 
 
� Entorses: lesões articulares e ligamentares advindas de movimentos 
exagerados de uma articulac ̧ão. 
 
� Roturas de vísceras internas: decorrentes de um grande impacto sobre 
o corpo humano, ocasionando rotura de órgãos profundos. São de 
ocorrência mais comum no fígado, baço, rins, pulmões, intestinos, 
pâncreas e glândulas suprarrenais. Também pode ocorrer prolapso 
intestinal ou genital por pressão violenta exercida sobre o abdome ou 
tórax (pode-se definir prolapso, nesse caso, como um deslizamento de 
estruturas para fora de seu lugar original, que se exteriorizam através de 
orifícios naturais, como ânus e vagina). 
 
� Lesões produzidas por explosões: explosão é a transformação química 
de substâncias que produzem gases violenta e bruscamente. Podem 
ocorrer por ação mecânica (vêm do material do próprio artefato ou de 
seus escombros) e por ação da onda explosiva (vêm das ondas de 
pressão e sucção: síndrome explosiva ou blast injury).As primeiras 
causam ferimentos, mutilações e fraturas, conforme a intensidade e a 
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distância da explosão. A blast injury constitui-se de manifestações 
violentas pela atuação da expansão dos gases da explosão e da onda de 
choque que se desloca violentamente, próximo à vítima e, geralmente, 
em locais fechados. Podem resultar em danos graves a órgãos internos 
(pulmões, estômago, intestinos, bac ̧o, rins e fígado), sendo o mais 
frequente o "blast auditivo" (rotura timpânica). 
 
� Lesões causadas por martelo: em geral, têm natureza dolosa e causam 
danos graves, como afundamentos ósseos e perda de tecidos. Quando a 
ação do instrumento é perpendicular, as lesões são chamadas de "fratura 
em saca-bocados" de Strassmann. Pode ocorrer ainda um 
afundamento parcial e uniforme, com inúmeras fissuras (Sinal do mapa-
mundi de Carrara). A ação tangencial do objeto produz fratura em 
formato triangular, com a base ligada ao tecido ósseo adjacente e o 
vértice solto, voltado para o interior da cavidade craniana (Sinal em 
terraza de Hoffmann). Essas lesões também podem decorrer de 
instrumentos como coronhas de armas e quinas de objetos. 
 
� Encravamento: penetração de um objeto em qualquer parte do corpo, 
devido a grandes impactos. 
 
� Empalamento: é um tipo de encravamento que ocorre especificamente 
na região anal ou perineal, com a penetração de um objeto longo, 
causando lesões múltiplas e variadas e, por vezes, profundas, a depender 
do impacto e do tamanho do objeto. 
 
� Lesões por esmagamento (ou achatamento): causadas por pressão ou 
compressão extremas sobre o corpo. As lesões possuem escoriações, 
feridas contusas com fragmentos de pele, hematomas, fraturas e roturas 
de vísceras. Quando ocorre na região toracoabdominal, a morte pode 
advir de asfixia por sufocação indireta. Exemplo: lesão causada pela 
passagem de um veículo em movimento. 
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Esmagamento (perna direita). 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
� Lesões por atropelamento ferroviário: nestes casos, ocorre a redução 
do corpo a diversos e irregulares fragmentos (espostejamento). É 
importante que a perícia seja cuidadosa, em especial no estudo das 
reações vitais das lesões, considerando-se sempre as hipóteses de 
suicídio, homicídio, acidente ou atropelamento post mortem para 
dissimular homicídio ou morte natural. 
 
d) Lesões produzidas por ação perfurocortante: 
Os instrumentos causadores possuem ponta e gume, e agem por pressão 
e por secção: perfuram com a ponta, penetram e cortam com o gume. 
São exemplos as facas, punhal, canivete, lima, tesoura. De acordo com o 
formato do instrumento, podem ser produzidas feridas em botoeira 
(meios de um só gume), em forma de fenda (dois gumes) ou em formato 
triangular ou estrelado (três gumes). 
O tamanho das lesões pode ser inferior, igual ou superior ao diâmetro da 
arma, em virtude da elasticidade da pele. São ferimentos geralmente 
graves, devido ao atingimento de órgãos vitais ou da infecção resultante. 
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Feridas perfurocortantes. 
Fonte: www.malthus.com.br 
Devido à movimentação da vítima, os ferimentos penetrantes do abdome 
podem ter um trajeto maior ou menor que o comprimento do instrumento 
perfurocortante. 
e) Lesões produzidas por ação perfurocontundente: 
Causadas por perfuração e contusão simultâneas, com certa prevalência 
da ação perfurante. 
Os projéteis de arma de fogo (PAF) são os mais frequentes, por isso 
iremos nos ater a esse estudo. Também pode ser usado como arma a 
ponta de um guarda-chuva, por exemplo. 
Os PAFs podem ser de chumbo nu ou revestidos de metais, e atualmente 
possuem formato cilíndrico-ogival. 
Rosa do tiro: é a separação de projéteis múltiplos após serem lançados, 
ocasionando uma área com diâmetro progressivamente mais amplo. 
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Fonte: Medicina Legal. Hélio Gomes - at. Hygino Hercules, 33ª ed., 2004 
 
Lesões produzidas por PAFs (balística dos efeitos): 
Devem ser considerados: a) o ferimento de entrada, b) o ferimento de 
saída e c) o trajeto percorrido pelo PAF. 
a) Ferimento de entrada: 
Devemos dividi-los de acordo com a distância do tiro causador: a.1) tiro 
encostado; a.2) tiro a curta distância e a.3) tiro a distância. 
a.1) Tiro encostado: são ferimentos com forma irregular, denteada ou 
com entalhes (ação dos gases da explosão nos tecidos), de vertentes 
enegrecidas e desgarradas, principalmente em planos ósseos, como o 
crânio ("câmara de mina de Hoffmann" ou "golpe de mina"). Não 
costumam apresentar zona de tatuagem nem de esfumaçamento, porque 
os elementos da carga penetram todos no orifício causado pelo PAF. O 
diâmetro dessas lesões pode ser maior que o do projétil (pela explosão 
dos tecidos) e as bordas, evertidas (pela explosão dos gases). 
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Tiro encostado. Câmara de mina de Hoffmann e Sinal de Benasi. 
Fonte: www.malthus.com.br 
Nos tiros encostados, pode-se encontrar um halo de fuligem na lâmina 
externa do crânio, costelas e escápulas (Sinal de Benassi) e, na pele, o 
desenho da boca e da massa de mira do cano (Sinal de Werkgaertner). 
A explosão dos tecidos pelo efeito “de mina” pode levar a uma lesão com 
diâmetro maior que o do projétil, com bordas voltadas para fora devido 
ao levantamento dos tecidos pela explosão dos gases. 
O Sinal de Schusskanol é o esfumaçamento das paredes do conduto 
produzido pelo projétil entre as lâminas interna e externa de um osso 
chato (ex: crânio). 
A detecção de carboxiemoglobina, nitratos, nitritos e enxofre 
provenientes da pólvora no sangue do ferimento dá mais segurança ao 
diagnóstico de tiro encostado. 
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Lesão de entrada de tiro encostado (presença de esfumaçamento) e após rebatimento do couro cabeludo 
(presença de Sinal de Benasi). 
Fonte: www.malthus.com.br 
a.2) Tiro a curta distância: essa modalidade é definida pela ocorrência de 
efeitos primários e secundários. Além da lesão de entrada produzida pelo 
impacto do projétil (efeito primário), há manifestac ̧ões da ação dos 
resíduos de combustão da pólvora e das partículas sólidas do projétil 
expelido pelo cano da arma (efeitossecundários). 
Uma submodalidade de tiro a curta distância é o chamado "tiro à 
queima-roupa", em que, adicionalmente aos sinais já descritos, 
encontram-se alterações relacionadas à alta temperatura dos gases, como 
crestação de pelos e cabelos, que ficam entortilhados e quebradiços, 
queimaduras sobre a pele, que se torna apergaminhada e escura ou 
amarelada, e zona de compressão de gases, que ocorre no vivo. 
Apresenta forma arredondada ou elíptica, orla de escoriação, bordas 
invertidas, halo de enxugo, halo ou zona de tatuagem, orla ou zona de 
esfumaçamento, zona de queimadura, aréola equimótica e zona de 
compressão de gases. 
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Lesão pérfuro-contusa de entrada de projétil de arma de fogo disparado a curta distância. Zona de tatuagem nítida. 
 
Lesão produzida por entrada de projétil de arma de fogo (PAF). Disparo a curta distância. Esfumaçamento. 
 
Fonte: www.malthus.com.br 
 
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� Forma dos ferimentos: normalmente arredondada ou elíptica, 
dependendo da incidência do projétil (nos de alta energia, o ferimento 
de entrada é sempre maior que o diâmetro do projétil). 
� Orla de escoriação ou de contusão: dada pelo arrancamento da 
epiderme devido ao movimento rotatório do projétil. 
� Bordas invertidas da ferida: pela ação traumática de fora para 
dentro. 
� Halo de enxugo ou orla de Chavigny: de tonalidade geralmente 
escura, deve-se ao trajeto do PAF por entre os tecidos, ocasião em que 
o atrito 'limpa' as impurezas do projétil. 
� Halo ou zona de tatuagem: resulta da impregnação de grãos de 
pólvora incombustos e varia de cor, forma, extensão e intensidade 
conforme a pólvora. Auxilia a perícia na determinação da distância 
exata do tiro e das posições da vítima e do agressor. Essa tatuagem é 
um sinal indiscutível de orifício de entrada em tiros a curta distância. 
Nas armas com compensador de recuo, o halo de tatuagem, a orla de 
esfumac ̧amento e a zona de queimadura apresentam alterações. 
� Zona ou orla de esfumaçamento (ou de tisnado): é também 
chamada de zona de falsa tatuagem, pelo fato de, após lavada, 
desaparecer completamente. Está sempre presente e é causada pelo 
depósito de fuligem ao redor da ferida (exceto quando o corpo está 
com vestes, que retêm essa fuligem). 
� Zona de queimadura (ou zona de chama ou de chamuscamento): 
gases superaquecidos queimam o alvo, chamuscando pele e pelos. É 
uma reação típica do tiro à queima-roupa. 
� Aréola equimótica: aréola de tonalidade violácea causada pela 
sufusão hemorrágica decorrente da rotura de pequenos vasos na 
periferia do ferimento. 
� Zona de compressão de gases: a pele se deprime pela ação 
mecânica dos gases que seguem o projétil (no tiro à queima-roupa). 
Visualizada apenas no vivo, nos primeiros instantes. 
 
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a.3) Tiro a distância: 
Características da lesão: diâmetro menor que o do projétil, forma 
arredondada ou elíptica, orla de escoriação ou anel de Fisch (pode 
esclarecer a direção do tiro), halo de enxugo (impurezas deixadas pelo 
PAF no anel interno da ferida de entrada), aréola equimótica (orla 
violácea causada pelo rompimento de vasos) e bordas invertidas, 
reviradas para dentro (pela ação contundente que age de fora para 
dentro). As lesões dessa natureza são aquelas que não apresentam os 
efeitos secundários do tiro (não há padronização de uma distância). 
Sinal de funil de Bonnet: diferencia o ferimento de entrada e o de saída 
na estrutura óssea, em especial no crânio. Na lâmina externa do osso, o 
de entrada é arredondado, regular e em forma de 'saca-bocado'. Na 
lâmina interna, é maior, irregular e com bisel em formato de funil. O de 
saída é o contrário: amplo bisel externo com mesmo formato, mas com a 
base voltada para fora. 
Ferimento de entrada em formato de "buraco de fechadura": ocorre 
quando o PAF incide tangencialmente no crânio, mas com inclinação que 
permita sua penetração na cavidade craniana. Inicialmente o PAF 
tangencia o crânio, depois sua ponta levanta um fragmento do osso e, 
então, ocorre a penetração na cavidade craniana. 
Ferimento de saída 
Possui formato irregular, com bordos 
evertidos, o sangramento é mais 
abundante e não há orla de 
escoriação, halo de enxugo 
(impurezas ficam retidas nos 
tecidos) ou presença de elementos 
decorrentes da decomposição da 
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pólvora. O diâmetro é maior que o de entrada. Pode ser encontrada a 
aréola equimótica ao redor do ferimento de saída. 
Trajeto 
Diz-se do caminho percorrido pelo PAF no interior do corpo. É bastante 
variável: reto, curvo, semicírculo ("fenômeno da bala giratória", quando o 
projétil entra na parte anterior do corpo e sai lateralmente, sem penetrar 
em cavidades). Pode ainda transfixar várias partes do corpo ("trajeto em 
chuleio"). 
A perícia deve retirar o projétil com a mão, e não com instrumento 
metálico, para não causar alterações no exame de balística. 
Lesões produzidas por projéteis de alta energia: Podem apresentar 
áreas de grande destruição de tecidos, com exposição de estruturas 
profundas e orifícios bem maiores que o diâmetro do projétil. Em áreas de 
maior resistência (ossos, por exemplo), têm a aparência de uma 
explosão. 
 
 
f) Lesões produzidas por ac ̧ão cortocontundente: 
As lesões cortocontusas são 
ocasionadas por pressão e pela ação 
deslizante de instrumentos com gume, 
mas também com ação contundente 
devido ao seu peso ou à força do 
agressor. São exemplos: foice, facão, 
machado, guilhotina, tesoura, rodas de 
trem, unhas, dentes. Têm forma 
bastante variável, com lesões geralmente muito graves e profundas. Não 
possuem cauda de escoriação nem pontes de tecido íntegro entre os 
bordos. 
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Pode ainda ser incluído neste grupo o espostejamento (redução do 
corpo inteiro a fragmentos diversos e irregulares, comuns em acidentes 
ferroviários). 
Mordeduras (ou dentadas): produzidas pelo homem ou por animais, 
atuam por pressão e secção. Em geral, as produzidas pelo homem são de 
pouca gravidade, e aquelas advindas de animais são mais graves, por 
serem múltiplas, de maior intensidade, irregulares e frequentemente com 
perda de substância. 
As marcas variam com a intensidade da violência aplicada na mordida, e 
vão desde equimoses e escoriações até feridas e lacerações com 
arrancamento de tecidos, por vezes mutilantes. 
________________________________Bem, pessoal, vamos ficando por aqui. Espero que tenham gostado da 
nossa aula! Espero vocês em nossa Aula 01. Vamos nessa juntos! 
 
A seguir, os comentários das questões listadas ao final da aula. 
 
Abraços e que Deus continue nos guiando nessa caminhada! 
 
Fatima Albuquerque Taufick. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS: 
 
1. (FUMARC - Escrivão de Polícia Civil - PC/MG 2011) Diante de 
uma ferida linear, com regularidade de suas bordas, associada a 
abundante hemorragia, predominância do comprimento sobre a 
profundidade e apresentando cauda de escoriação, pode-se afirmar que a 
lesão foi produzida por instrumento: 
A) Cortocontundente. 
B) Contundente. 
C) Perfurante. 
D) Cortante. 
 
LETRA D. As lesões cortantes (ou incisas) possuem exatamente as 
características descritas no enunciado: forma linear, bordos regulares, 
hemorragia abundante, comprimento predomina sobre a profundidade, 
presença de cauda de escoriação (voltada para o lado onde terminou a 
ação do instrumento). 
 
2. (FUMARC - Escrivão de Polícia Civil - PC/MG 2011) Considerando 
as lesões produzidas por projéteis de arma de fogo, o diagnóstico 
diferencial entre o ferimento de entrada e o de saída no plano ósseo 
craniano, é feito pelo sinal de: 
A) Bonnet. 
B) Carrara. 
C) Strassmann. 
D) “Terraza” de Hoffmann. 
 
LETRA A. O Sinal de funil de Bonnet diferencia o ferimento de entrada e o 
de saída na estrutura óssea, em especial no crânio. Na lâmina externa do 
osso, o de entrada é arredondado, regular e em forma de 'saca-bocado'. 
Na lâmina interna, é maior, irregular e com bisel em formato de funil. O 
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de saída é o contrário: amplo bisel externo com mesmo formato, mas 
com a base voltada para fora. 
 
3. (FUMARC - Escrivão de Polícia Civil - PC/MG 2011) As 
equimoses que se apresentam como pequenos grãos são denominadas: 
a) víbices. 
b) petéquias 
c) equimona. 
d) sugilação. 
 
LETRA D. 
 
Relembrando: As equimoses são lesões, em sua maioria, superficiais, em 
que ocorre infiltração hemorrágica dos diferentes planos teciduais, com 
extravasamento sanguíneo devido à existência de um plano mais 
resistente abaixo da região traumatizada. Podem surgir, ainda, 
tardiamente e em localização distante da área atingida. 
Adquirem nomenclatura diferente de acordo com a forma com que se 
apresentam: 
- sugilação, se confluentes e em forma de pequenos grãos; 
- sufusão, quando a hemorragia é maior, difusa ou espalhada no 
interstício; 
- petéquias, se são pequenas equimoses, agrupadas na forma de um 
pontilhado hemorrágico; 
- víbice, quando em forma de estrias; 
- equimona, se de grandes proporções. 
 
4. (FUMARC - Escrivão de Polícia Civil - PC/MG 2011) Nos tiros 
encostados, o desenho da boca e da massa de mira do cano do revólver, 
produzido por sua ação contundente ou por seu aquecimento, impresso 
na pele, denomina-se: 
a) Sinal de Benassi. 
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b) Sinal do “Schusskanol”. 
c) Sinal de Werkgaertner. 
d) Câmara de mina de Hoffmann. 
 
LETRA C. 
O Sinal de Werkgaertner refere-se ao desenho da boca e da massa de 
mira do cano da arma na pele, que ocorre nos tiros encostados. 
O Sinal de Benassi representa um halo de fuligem (esfumaçamento) na 
lâmina externa do crânio, costelas ou escápulas, presente nos tiros 
encostados. 
O sinal chamado "câmara de mina de Hoffmann" ou "golpe de mina" 
refere-se ao ferimento de entrada dos tiros encostados, principalmente 
em planos ósseos, como o crânio. Possui formato irregular, denteado ou 
com entalhes (pela ação dos gases da explosão nos tecidos) e vertentes 
enegrecidas (escuras) e desgarradas. 
O Sinal de Schusskanol é o esfumaçamento das paredes do conduto 
produzido pelo projétil entre as lâminas interna e externa de um osso 
chato (ex: crânio). 
 
5. (FUMARC - Escrivão de Polícia Civil - PC/MG 2011) Quanto às 
lesões produzidas por ação perfurocortante, é correto afirmar, EXCETO: 
a) Os ferimentos penetrantes do abdome podem ter um trajeto maior ou 
menor que o comprimento do instrumento. 
CORRETA. Conforme vimos, os ferimentos penetrantes do abdome podem 
ter um trajeto maior ou menor que o comprimento do instrumento 
perfurocortante, devido à movimentação da vítima. 
 
b) As lesões produzidas por instrumento de um só gume resultam em 
ferimentos em forma de fenda de bordas iguais e ângulos agudos. 
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ERRADA. Os ferimentos em forma de fenda e com bordas iguais e ângulos 
agudos são característicos dos instrumentos de dois gumes, e não de um 
só gume. 
 
c) As armas de três gumes originam feridas de forma triangular ou 
estrelada. 
CORRETA. Vimos que, de acordo com o formato do instrumento, podem 
ser produzidas feridas em botoeira (meios de um só gume), em forma de 
fenda (dois gumes) ou em formato triangular ou estrelado (três gumes). 
 
d) A largura do ferimento é notadamente maior que a espessura da 
lâmina da arma usada e o seu comprimento, menor que a largura da 
folha, se o trajeto da arma foi perpendicular ao plano do corpo. 
CORRETA. Como vimos na aula, a profundidade da lesão nem sempre 
apresenta correlação com o comprimento do instrumento, podendo ser 
maior que o comprimento da arma se esta atingir uma região em que os 
tecidos superficiais sejam facilmente deprimíveis ("feridas em acordeão", 
segundo Lacassagne). 
Bem, estas assertivas foram retiradas do livro do França (que é a nossa 
bibliografia), porém, foram selecionadas algumas especificidades que, a 
meu ver, não são apropriadas para este concurso. De todo modo, para 
ficarmos tranquilos, vejamos este excerto do referido livro: As lesões 
causadas por instrumentos perfurocortantes de um só gume resultam em 
ferimentos em forma de botoeira com uma fenda regular, e quase sempre 
linear, com um ângulo agudo e outro arredondado. Sua largura é 
notadamente maior que a espessura da lâmina da arma usada e o seu 
comprimento, menor que a largura da folha, se o trajeto da arma foi 
perpendicular ao plano do corpo, saindo da mesma direção, e maior se 
agiu obliquamente. Se, ao sair, tomou um sentido inclinado, corta mais a 
pele, aumentando o diâmetro da fenda. 
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LETRA B é a errada. 
 
6. (UECE - Perito Legista/Odontologia - PC/CE 2003) Uma lesão 
produzida por um revólver é dotipo: 
A) punctória 
B) perfurocontusa 
C) contusa 
D) perfuroincisa 
 
LETRA C. A banca fez uma pegadinha: muitos devem ter marcado 
perfurocontusa, mas esse tipo de lesão é aquela produzido por projéteis 
de arma de fogo (os "PAFs"), e não pelo revólver em si! O revólver é um 
instrumento contundente ("meios ou instrumentos de superfície"), que 
provocará uma lesão contusa (a chamada "coronhada"). 
 
7. (FGV - Perito Legista - Odontologia - PC/RJ 2011) Uma lesão 
que exibe bordas e vertentes regulares que se coaptam perfeitamente; 
que apresenta margens sem escoriações ou equimoses e fundos sem 
trabéculas, é denominada: 
A) lesão mista. 
B) lesão punctória. 
C) lesão incisa. 
D) lesão corto-contusa. 
E) incisão. 
 
LETRA C. Mesma explicação da questão anterior, acrescentando-se os 
seguintes aspectos das lesões cortantes (ou incisas): fundo da lesão 
regular e ausência de vestígios traumáticos (escoriações) ao redor da 
ferida (nas margens). 
 
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8. (NCE/UFRJ - Odontolegista - PC/RJ 2001) Constitui exemplo de 
instrumento cortocontundente: 
A) a navalha; 
B) a sonda exploradora n°5; 
C) o machado; 
D) um pedaço de cano de ferro; 
E) o punhal. 
 
LETRA C. O machado é um instrumento cortocontundente. A navalha é 
cortante (ou incisa), a sonda exploradora é um instrumento odontológico, 
o cano de ferro seria contundente e o punhal, perfurocortante. 
 
9. (FUNIVERSA - Perito Criminal - Odontologia - PC/DF 2012) 
Josefa, junto de seu filho de 8 anos de idade, é encaminhada ao Instituto 
Médico Legal para realização de perícia criminal. Josefa informou aos 
peritos ter encontrado seu filho angustiado e com choro incontrolável no 
dia anterior. Após ouvir o seu filho, Josefa tomou ciência de que ele foi 
obrigado pelo pai a realizar ato de felação, de forma recíproca (pai no 
filho; filho no pai). O exame pericial na mucosa palatina da criança 
encontrou alterações compatíveis com os fatos descritos pela mãe. Nessa 
situação, é correto afirmar que a mucosa palatina do filho de Josefa 
apresentou, durante a perícia, uma região com aspecto 
A) eritematoso. 
B) leucoplásico. 
C) melanoplásico. 
D) papuloulcerado. 
E) vesiculobolhoso. 
 
LETRA A. A felação é o sexo oral realizado nos genitais masculinos. O 
provável atrito causado pela prática seria compatível apenas com um 
eritema (rubor ou vermelhidão da pele ocasionada por vasodilatação dos 
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capilares). Os aspectos presentes nas demais alternativas relacionam-se a 
outras causas que não a descrita. 
 
10. (FUNIVERSA - Perito Criminal - Odontologia - PC/DF 2012) A 
tonalidade da equimose é um aspecto de grande interesse pericial. De 
início, é sempre avermelhada; depois, com o passar do tempo, ocorrem 
mudanças cromáticas que têm o nome de espectro equimótico de Legrand 
Du Saulle. Essas alterações cromáticas ocorrem da seguinte forma: 
A) vermelha no 1º dia, violácea no 2º e no 3º dias, azul do 4º ao 6º dia, 
esverdeada do 7º ao 10º dia e amarelada por volta do 12º dia, 
desaparecendo por volta do 15º ao 20º dia . 
B) vermelha no 1º dia, azul no 2º e no 3º dias, violácea do 4º ao 6º dia, 
esverdeada do 7º ao 10º dia e amarelada por volta do 12º dia, 
desaparecendo por volta do 15º ao 20º dia . 
C) vermelha no 1º dia, violácea no 2º e no 3º dias, azul do 7º ao 10º dia, 
esverdeada do 11º ao 15º dia e amarelada por volta do 16º dia, 
desaparecendo por volta do 20º ao 25º dia . 
D) vermelha no 1º dia, esverdeada no 2º e no 3º dias, azul do 4º ao 10º 
dia, violácea do 11º ao 15º dia e amarelada por volta do 16º dia, 
desaparecendo por volta do 20º ao 25º dia . 
E) vermelha no 1º dia, violácea no 2º e no 3º dias, azul no 4º dia, 
esverdeada do 5º ao 13º dia e amarelada do 14º ao 20º dia, 
desaparecendo por volta do 30º dia. 
LETRA A. Está tudo naquele quadro que vimos na aula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULLE 
1º dia vermelha 
2º e 3º dias violácea 
4º ao 6º dias azul 
7º ao 10º dias esverdeada 
por volta do 12º dia amarelada 
em torno do 15º a 20º dia desaparece 
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11. (NCE/UFRJ - Perito Legista - Odontologia - PC/RJ 2001) 
Extravasamento sanguíneo decorrente do rompimento de vasos de maior 
calibre. Afastamento dos tecidos, devido à pressão inerente ao volume de 
sangue, provocando a formação de nova cavidade que aloja o líquido. A 
essa descrição denomina-se: 
A) equimose; 
B) víbice; 
C) sugilação; 
D) hematoma; 
E) sufusão. 
 
LETRA D. Na aula, vimos que o hematoma é uma coleção de sangue 
decorrente de extravasamento oriundo de vasos calibrosos, formando 
cavidades no interior dos tecidos. As demais são tipos de equimose. 
 
Mais uma vez: 
Equimoses: são lesões, em sua maioria, superficiais, em que ocorre 
infiltração hemorrágica dos diferentes planos teciduais, com 
extravasamento sanguíneo devido à existência de um plano mais 
resistente abaixo da região traumatizada. Podem surgir, ainda, 
tardiamente e em localização distante da área atingida. 
Adquirem nomenclatura diferente de acordo com a forma com que se 
apresentam: 
- sugilação, se confluentes e em forma de pequenos grãos; 
- sufusão, quando a hemorragia é maior, difusa ou espalhada no 
interstício; 
- petéquias, se são pequenas equimoses, agrupadas na forma de um 
pontilhado hemorrágico; 
- víbice, quando em forma de estrias; 
- equimona, se de grandes proporções. 
 
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12. (NCE/UFRJ - Perito Legista - Odontologia - PC/RJ 2001) 
Determinadas feridas apresentam bordas regulares, vertentes planas e 
ângulos muito agudos. Apresentam, ainda, no seu término, uma 
escoriação linear. A descrição caracteriza as lesões produzidas por 
instrumentos: 
 
A) perfurantes de pequeno calibre; 
B) contundentes; 
C) pérfuro-contundentes; 
D) perfurantes de médio calibre; 
E) cortantes. 
 
LETRA E. Aqui foram dadas as características da lesão e pedido o 
instrumento causador (lesão cortante, instrumento cortante). 
 
13. (FUNIVERSA - Médico Legista/GO 2010) Acerca das lesões 
contusas, assinale a alternativa correta. 
 
A) Uma equimose pode ser detectada ao exame clínico por palpação. 
Em regra, a equimose não é palpável, mas visualizada pelo examinador. 
 
B) Uma bossa sero-sanguinolenta pode apresentar flutuação. 
Uma bossa de conteúdo seroso ou serossanguinolento pode apresentar 
flutuação no exame de palpação, pois, como vimos, ela se localiza sempre 
sobre um plano ósseo e possui saliência pronunciada na superfície 
cutânea. 
 
C) Uma ferida contusa apresenta profundidade uniforme e bordassinuosas. 
A ferida contusa apresenta, sim, bordas irregulares e escoriadas 
(sinuosas, portanto). Porém, o fundo é irregular, e não uniforme, devido 
ao próprio mecanismo irregular de agressão. 
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D) Uma escoriação não ocorre quando o corpo fricciona superfícies lisas. 
Uma escoriação é uma abrasão da epiderme que resulta da ação 
tangencial de meios contundentes dos mais variados relevos, inclusive os 
lisos. A continuidade, o tempo de contato do meio com a pele e a pressão 
exercida são as variáveis que irão corroborar para esse resultado. 
E) A solução de continuidade de estruturas corporais denomina-se fratura. 
ERRADA. As fraturas são soluções de continuidade dos ossos, e não de 
qualquer estrutura corporal. A "solução de continuidade" de outras 
estruturas corporais pode adotar várias denominações, como roturas, 
lises, lacerações, etc. 
 
LETRA B é a certa. 
 
14. (FGV - Perito Legista - Odontologia - PC/RJ 2011) As fraturas 
cranianas tipo mapa-mundi são características de lesões causadas por 
instrumentos: 
A) lacerantes. 
B) perfurantes. 
C) cortantes. 
D) contundentes. 
E) pérfuro-cortantes. 
 
LETRA D. A fratura craniana descrita é característica das lesões causadas 
por martelo (instrumento contundente), em que ocorre o afundamento 
ósseo parcial e uniforme, com inúmeras fissuras (Sinal do mapa-mundi de 
Carrara). 
 
15. (FGV - Perito Legista - Odontologia - PC/RJ 2011) Agentes 
lesivos são todos aqueles capazes de provocar lesões. Eles podem ser 
agrupados em: 
A) instrumentos e danos. 
B) instrumentos e fontes. 
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C) instrumentos e meios. 
D) danos e meios. 
E) fontes e meios. 
 
LETRA C. Os instrumentos e os meios podem atuar como agentes lesivos: 
em regra, os instrumentos são transferidores de energias mecânicas, e os 
meios transferem as demais formas de energia (física, química, etc.). 
 
16. (FUNIVERSA - Perito Criminal - Odontologia - PC/DF 2012) 
Durante um desentendimento, Pedro agrediu João com um cassetete no 
rosto. João, em decorrência dessa agressão, caiu sobre o corte de um 
machado que estava no chão. Ainda insatisfeito com o resultado, Pedro 
sacou uma navalha e desferiu três golpes em João, um no rosto e outros 
dois no abdômen. Finalizando a agressão, deu uma mordida na orelha 
esquerda de João. Nesse caso, os instrumentos de agressão utilizados por 
Pedro, na ordem de ocorrência no texto, são classificados, 
respectivamente, como 
A) contuso, cortocontuso, cortante e cortante. 
B) contundente, cortocontundente, cortante e perfurocortante. 
C) contuso, cortocontundente, perfurocortante e cortante. 
D) contundente, cortante, perfurocortante e cortocontundente. 
E) contundente, cortocontundente, cortante e cortocontundente. 
 
LETRA E. Primeiro, o cassetete (contundente); depois, o machado 
(cortocontundente); após, a navalha (instrumento cortante ou inciso) e, 
por último, foram os dentes (instrumentos cortocontundentes). 
 
17. (CESPE - Delegado de Polícia - PC/ES 2011) A expressão 
instrumento perfurocontundente geralmente refere-se a projétil de arma 
de fogo. 
 
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CORRETA. Os projéteis de arma de fogo (PAFs) são os instrumentos 
perfurocontundentes por excelência. Excepcionalmente, outros meios, 
como a ponta de um guarda-chuva, também podem ter a mesma 
classificação. 
 
18. (NCE/UFRJ - Odontolegista - PC/RJ 2001) Os resíduos da 
combustão da pólvora, representados pela fuligem, situados ao redor das 
lesões de entrada dos projéteis de arma de fogo, constituem a chamada: 
A) zona ou orla de tatuagem; 
B) zona de explosão; 
C) buraco de mina ou boca de mina; 
D) orla de esfumaçamento ou de tisnado; 
E) orla ou zona de queimadura. 
 
LETRA D. A orla de esfumaçamento é causada pelo depósito de fuligem ao 
redor do ferimento de entrada dos PAFs. Geralmente encontra-se ausente 
nos tiros encostados e presente nos tiros a curta distância, devido à 
ocorrência, neste último, de efeitos primários e secundários dos tiros. 
 
Um cadáver foi levado ao IML para necropsia. Possuía lesão de pele 
estourada de dentro para fora localizada na nuca. Na ferida, havia 
lacerações radiadas cujas bordas careciam de escoriações. A parte central 
da ferida apresentava cor cinza escura e chamuscamento. 
Julgue os seguintes itens (19 a 25), relativos ao caso descrito acima. 
 
19. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) A cor escura deve-se à 
impregnação dos resíduos de disparo e grãos de propelente incombustos 
de arma de fogo. 
 
CORRETA. O ferimento de entrada no tiro encostado possui formato 
irregular, denteado ou com entalhes (pela ação dos gases da explosão 
nos tecidos), com vertentes enegrecidas (escuras) e desgarradas, 
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principalmente em planos ósseos, como o crânio ("câmara de mina de 
Hoffmann" ou "golpe de mina"). 
 
20. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) A ferida foi causada pela 
ação expansiva dos gases incandescentes resultante de disparo de arma 
de fogo. 
CORRETA. A explicação já foi dada no comentário da questão anterior. 
 
21. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) O sinal de impregnação 
de resíduos é conhecido como sinal de Werkgartner. 
ERRADA. 
O Sinal de Werkgaertner refere-se ao desenho da boca e da massa de 
mira do cano da arma na pele, que ocorre nos tiros encostados. 
 
22. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) O sinal de massa de mira 
adjacente a uma ferida causada por disparo de arma de fogo com orifício 
do cano encostado é denominado sinal de Benassi. 
ERRADA. 
Este é o Sinal de Werkgaertner, visto na questão anterior. O Sinal de 
Benassi representa um halo de fuligem (esfumaçamento) na lâmina 
externa do crânio, costelas ou escápulas, presente nos tiros encostados. 
 
23. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) No caso de tiro 
encostado na nuca, é correto afirmar que houve execução, descartando a 
possibilidade de suicídio. 
ERRADA. 
Não se pode afastar a possibilidade de suicídio pelo simples fato de que o 
tiro foi encostado na nuca, pois isso é perfeitamente possível. 
 
24. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) Se o referido cadáver 
possuir ferida correspondente à saída de projétil de arma de fogo, espera-
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se que esta seja de forma estrelada, possua orla equimótica e bordas de 
pele evertidas. 
 
CORRETA. O ferimento desaída dos PAFs possui formato irregular, com 
bordos evertidos, sangramento mais abundante e sem orla de escoriação, 
halo de enxugo (impurezas ficam retidas nos tecidos) ou presença de 
elementos decorrentes da decomposição da pólvora. O diâmetro é maior 
que o de entrada. Pode ser encontrada a aréola equimótica ao redor do 
ferimento de saída. 
 
25. (CESPE - Médico-Legista - PC/TO 2008) Na situação descrita, a 
causa da morte assinalada no laudo pericial e na declaração de óbito seria 
traumatismo craniencefálico por ação de instrumento perfurocontundente. 
ERRADA. 
Os dados fornecidos não nos permitem chegar a essa conclusão, pois não 
foi mencionado o trajeto do projétil, por exemplo. 
 
26. (CESPE - Médico-Legista - PC/ES 2011) Nos tiros encostados, em 
geral, apresenta-se zona de tatuagem e esfumaçamento. 
ERRADA. 
O ferimento de entrada dos tiros encostados não costuma apresentar 
zona de tatuagem nem de esfumaçamento, porque os elementos da carga 
penetram todos no orifício causado pelo projétil. 
 
27. (CESPE - Médico-Legista - PC/ES 2011) A presença de 
carboxiemoglobina no sangue periférico, assim como de enxofre, nitratos 
da pólvora e nitritos no sangue do ferimento da fronte da vítima 
consistem em importantes dados para a realização de diagnóstico seguro 
de tiro encostado. 
CORRETA. Conforme vimos na aula, a detecção de carboxiemoglobina, 
nitratos, nitritos e enxofre provenientes da pólvora no sangue do 
ferimento dá mais segurança ao diagnóstico de tiro encostado. 
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28. (CESPE - Médico-Legista - PC/ES 2011) A lesonologia médico-
legal consiste na área em que se estudam as lesões e os estados 
patológicos imediatos ou tardios, produzidos por violência sobre o corpo 
humano, bem como as diversas modalidades de energias causadoras 
desses danos. 
CORRETA. A Traumatologia (ou Lesonologia) Forense ou Médico-legal 
estuda as lesões produzidas por violência causada por variados tipos de 
energias (mecânica, física, química, etc.). Esses danos ao corpo humano 
podem ser imediatos ou tardios. 
 
29. (CESPE - Médico-Legista - PC/ES 2011) Os meios mecânicos 
perfurantes produzem feridas puntiformes e, os contusos, feridas 
contundentes. 
ERRADA. 
Fizeram algumas inversões de palavras para confundir o candidato. O 
correto seria "os instrumentos mecânicos perfurantes produzem feridas 
puntiformes, e os contundentes, feridas contusas". 
 
Ao invadir uma fábrica, um assaltante utilizou seus bíceps para aplicar 
uma gravata fatal no pescoço do vigia Sebastião. Aplicou também um 
golpe com o cabo de uma faca na testa de Manoel, que desmaiou em 
decorrência do golpe. A seguir, atirou em Joaquim, errando o alvo e 
acertando um tonel de combustível que explodiu, impelindo Joaquim 
contra uma esteira em movimento que o prendeu pelo avental, 
comprimindo seu pescoço pela alça, matando-o. Em decorrência da 
explosão, um pesado equipamento caiu sobre Pedro, impedindo seus 
movimentos respiratórios, matando-o igualmente. Um incêndio se seguiu, 
matando Antônio por monóxido de carbono, um gás inodoro e incolor. 
Com base na situação hipotética apresentada acima, julgue o item 
seguinte. 
 
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30. (CESPE - Odonto-Legista - PC/RR 2003) A lesão produzida pelo 
cabo da faca na fronte de Manoel é do tipo incisa. 
 
ERRADA. 
O cabo da faca é um instrumento contundente, causador de lesão 
contusa. 
 
31. (FGV - Odontolegista - PC/MA 2012) Lesões contusas são capazes 
de provocar soluções de continuidade e lacerações de diferentes 
estruturas do corpo da vítima. O tipo de lesão contusa superficial, 
produzida pelo acúmulo de linfa em regiões em que há um plano 
subjacente resistente e impermeável, é conhecida pelo nome popular de 
A) galo d’água. 
B) gota d’água. 
C) bossa d’água. 
D) pereba d’água. 
E) corno-d’água. 
 
LETRA A. Essa questão chegou a ser até engraçada! Trata-se da bossa 
linfática, que é conhecida popularmente como "galo". Ocorre com certa 
frequência em traumatismos do couro cabeludo. Localiza-se sempre sobre 
um plano ósseo e possui saliência pronunciada na superfície cutânea. 
 
32. (FUNIVERSA - Perito Criminal - Odontologia - PC/DF 2012) A 
lesão muito comum e vulgarmente conhecida como galo, na literatura 
médico legal, recebe a denominação de 
A) rubefação. 
B) edema. 
C) hematoma extradural. 
D) bossa sanguínea 
E) equimona. 
 
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LETRA D. A bossa (linfática ou sanguínea) ocorre frequentemente nos 
traumatismos do couro cabeludo e é popularmente conhecido como 
"galo"). Localiza-se sempre sobre um plano ósseo e possui saliência 
pronunciada na superfície cutânea. 
 
33. (CESPE - Perito Médico-Legista - PC/PB 2009) Considerando que 
um cadáver, vítima de projétil de arma de fogo, apresente lesão 
perfurocontusa no crânio, assinale a opção correta, no que se refere a 
traumatologia forense. 
 
A) Se, na cercania do orifício de entrada for encontrada zona de tatuagem 
na pele, a arma foi disparada com o cano encostado na vítima. 
ERRADA. 
A zona de tatuagem ocorre nos tiros a curta distância. 
 
B) Se forem encontradas zona de esfumaçamento, zona de 
chamuscamento ou queimadura, auréola equimótica, orla de enxugo e 
orla de contusão ou escoriação concêntrica ao orifício, então o disparo foi 
efetuado com o cano da arma a curta distância. 
CERTA. São características do tiro a curta distância. 
 
C) Se for encontrado halo de fuligem no osso subjacente ao orifício de 
entrada e uma câmara de mina por ação de gases, isso significa que a 
arma foi disparada com o cano a curta distância. 
ERRADA. 
Os sinais mencionados são do tiro encostado. 
 
D) Se a fratura de osso do crânio provocada pelo projétil tiver a forma 
estrelada, é correto concluir que a arma foi disparada com o cano a longa 
distância. 
ERRADA. 
A forma estrelada também é característica de tiro encostado. 
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E) Não é possível estabelecer a distância entre o orifício de entrada do 
projétil e o cano da arma de fogo analisando as lesões cadavéricas. 
ERRADA. 
A análise das lesões permite estabelecer, por meio das características 
apresentadas, a distância do tiro. 
 
LETRA B é a correta. 
 
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