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Resenha artigo "Políticas Sociais, ‘terceiro setor’ e ‘compromisso social’: Perspectivas e limites do trabalho do Psicólogo”.

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PSICOLOGIA COMUNITÁRIA- Larissa Lapresa
“Políticas Sociais, ‘terceiro setor’ e ‘compromisso social’: Perspectivas e limites do trabalho do Psicólogo”. Oswaldo Hajime Yamamoto
O artigo escolhido aborda inicialmente a questão do compromisso social do psicólogo, neste primeiro assunto a ser abordado pode-se concluir parcialmente o que foi refletido: compromisso com a sociedade a Psicologia sempre manteve, mas seu compromisso foi, na maior parte do tempo, um compromisso com as elites e seus interesses. O novo projeto de profissão significara um rompimento com esta tradição e a construção de uma nova relação da Psicologia com a sociedade. Uma Psicologia a serviço dos interesses da maioria da sociedade; uma psicologia acessível a todos. Posteriormente discute o desenvolvimento da profissão, especialmente no que tange ao debate envolvendo a sua responsabilidade social.
Menciona que nos primeiros anos da profissão, o debate se referia a uma realidade que comportava um pequeno número de profissionais e um pequeno número de instituições de ensino superior que abrigavam os estudos psicológicos, além do mais, a expansão do ensino superior e da própria Psicologia, se deu em meio à “institucionalização da ideologia da segurança nacional”, o que resumidamente significa dizer que no fim da década de 70 a participação política da categoria ganhou expressão a partir do chamado “sistema conselhos”.
As políticas sociais, como parte do processo estatal da alocação e distribuição de valores, encontram-se no centro desse confronto de interesses de classes. E ao falar de política é conveniente lembrar que o conflito está presente, traduz-se a oposição entre os interesses da acumulação e as necessidades dos cidadãos.
O impacto do programa neoliberal no plano social tende a acentuar as desigualdades e aprofundar o quadro de miséria social. O Brasil é o único país da região que apresenta uma elevação nos gastos do setor, mas é também aquele que tem os piores índices, tanto em termos absolutos, quanto relativos. A precarização é traduzida através de dois mecanismos, a descentralização dos serviços e a focalização. A questão é a mudança do foco das antigas entidades da sociedade civil (como os movimentos sociais) para as chamadas organizações não governamentais, tem como consequência a despolitização dos conflitos sociais.
A expansão dos serviços do psicólogo para camadas mais amplas da população se estabeleceu ao longo desses quarenta anos de consolidação da profissão, isto se dá através de dois processos interdependentes: a introdução sistemática do psicólogo no campo do bem-estar social e a presença crescente do psicólogo nas organizações do chamado “terceiro setor”. 
Concisamente o artigo apresenta elementos voltados para discutir a transformação da gestão social da população, pautada na mudança de comportamentos da sociedade globalizada, e visa aprimorar as normas de condutas que facilitem a vida em comum do ser humano, questionando o profissional de Psicologia quanto à sua atuação e inserção dentro deste contexto e buscando entender o seu posicionamento claro e real sobre a transformação da sociedade, da influência do regime neoliberal e capitalista no comportamento do ser humano, da mudança da condição de vida, do comprometimento com as comunidades menos favorecidas, da deturpação dos valores morais diante do ser humano, da antecipação da competição de mercado ao indivíduo causando também a exclusão social, das políticas sociais e do surgimento do terceiro setor como base para minimizar as desigualdades das comunidades.
Para Yamamoto (2007), os desafios do psicólogo no terceiro setor é ampliar os limites da dimensão política de sua ação profissional, tanto pelo alinhamento com os setores progressistas da sociedade civil, fundamentada na correlação de forças da qual resultam eventuais avanços no campo das políticas sociais, quanto pelo desenvolvimento, no campo acadêmico, de outras possibilidades teórico-técnicas, inspiradas em outras vertentes teórico-metodológicas que as hegemonias da Psicologia.
Os elementos analisados no artigo revelam que o compromisso do profissional de Psicologia está implicado na sua satisfação pessoal, e em fazer escolhas que geram sentimento de gratificação. Na prática, o mesmo encontra limitações para a sua intervenção psicológica, dado ao fato de que o Terceiro Setor normalmente sobrevive de doações, repasses do governo ou de empresas privadas. Considerando essa particularidade, é um setor que não gera lucros, e assim fica muitas vezes com os seus objetivos comprometidos por faltas de verba. Acoplado a isso, percebemos ainda que a formação do profissional de Psicologia para esse setor ainda é muito aquém do que seria possível. 
Pode-se observar que os profissionais de Psicologia atuantes no Terceiro Setor, apesar das dificuldades, encontram-se realizados dentro do que se propõem a contribuir com as camadas menos favorecidas. Porém, há o que questionar: será que o psicólogo que escolhe trabalhar no Terceiro Setor terá que fazer isso apenas por amor à profissão e aos menos favorecidos socialmente, abdicando de um bom salário e condições favoráveis de trabalho? É algo, no mínimo, para se pensar.

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