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FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Administrativo | Material Complementar Professor Luciano Franco. PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS Buenas meu povo, estamos na melhor e uma das mais importantes aulas do Direito Administrativo, pois retrata um artigo importante da nossa Carta Magna, sendo assunto recorrente em provas de concurso. Entenda desde já que não existem apenas cinco princípios voltados à administração pública, e sim, vários outros, estando expressos ou não na nossa CF/88 têm eles o mesmo peso e importância na análise jurídica dos fatos. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO Um dos pilares do Direito Administrativo, que, junto com outro grande princípio, o da INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO, forma o chamado regime jurídico, ou pedras de toque deste grande direito. Decorre deste princípio posição de supremacia jurídica da Administração em face da supremacia do interesse público sobre o interesse particular. A aplicação desse princípio não significa o total desrespeito ao interesse particular, já que a Administração deve obediência ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito, nos termos do art. 5º, inciso XXXVI, da CF/88. Há de se destacar que o interesse aqui protegido é o interesse público primário do Estado, não aquele secundário, materialista e regido pelo direito privado. O interesse público precisa sim nortear toda e qualquer atuação do agente público, sob pena de ser um ato nulo de pleno direito, por desvio de finalidade mediata. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição dos órgãos públicos, ou do agente público, mero gestor da coisa pública, a quem apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a finalidade pública a que estão vinculados. O detentor desta disponibilidade é o Estado. Por essa razão há necessidade de lei para alienar bens, outorgar a concessão de serviços públicos, dentre outros institutos. A própria Lei de Processo Administrativo Federal é clara em afirmar que "Serão observados critérios de atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei" (Lei 9.784/99, Art. 2º, parágrafo único, II). A diferença, pois, entre a SUPREMACIA e a INDISPONIBILIDADE do interesse público está em que o primeiro autoriza o agente público agir em detrimento do privado, e o segundo, afirmando a este mesmo agente que o “poder” não é seu como pessoa, mas do cargo o qual exerce e precisa estar lastreado sempre nos ditames legais. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS Os principais e mais conhecidos constam do art. 37, caput, da Constituição da República, vejamos: “Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. ATENÇÃO: Sua principal característica é serem de observância obrigatória a todos os entes, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas entidades, Autarquias, Fundações, Empresas e Sociedades, formadoras da administração pública indireta. São eles: LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE L.I.M.P.E. PUBLICIDADE EFICIÊNCIA 1 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Administrativo | Material Complementar Professor Luciano Franco. # Legalidade- determina a completa submissão da administração pública a lei e ao Direito. Desde o Presidente da República, Governador, Prefeito ao mais humilde dos servidores, ao agirem devem observar atenção especial a este princípio. MUITA ATENÇÃO: Para a célebre frase de Hely Lopes Meirelles onde se encontra toda a essência da legalidade: “na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, enquanto na Administração privada é possível fazer o que a lei não proíbe.” IMPORTANTE: O princípio da LEGALIDADE é diferente do princípio da RESERVA LEGAL, sendo este, mais restrito e contido naquele. Ou seja, nem tudo que se considera legalidade (resolução, portaria, decreto) é também reserva, sendo apenas este tudo que começa com LEI (lei ordinária, lei delegada, lei complementar). O principio da legalidade é o mais importante princípio contido no nosso ordenamento jurídico, dada a adoção do estado democrático DE DIREITO, no artigo 1º da CF/88. Desta feita, ninguém está acima da LEI, nem o Estado e suas autoridades, nem ninguém. # Impessoalidade – Em suas várias facetas, tal princípio norteia a atuação do agente público que deve primeiro, tratar a todos de forma isonômica e entregar a mesma oportunidade a todos, daí nasce os institutos do concurso e da licitação, crias natas do princípio da impessoalidade na vertente igualdade. Na segunda vertente temos uma previsão expressa na CF/88 no artigo 37, parágrafo primeiro, que assim determina: § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Tenham cuidado, pois apesar de constar a palavra publicidade no paragrafo citado, este enxerto não se retrata a tal principio, e sim, ao principio da IMPESSOALIDADE! Entenda que o princípio da impessoalidade destina-se a quebrar o velho hábito do agir em razão do prestígio ou influência do administrado (particular) ou do agente (servidor), e o que mais importa saber, que decorre deste princípio que o fim visado de ser sempre o interesse público em detrimento do interesse privado. Ademais, considerar-se-á desvio de finalidade a Administração utilizar de sua competência para atingir fim diferente do interesse público, tornando o ato nulo por vício insanável, constituindo até, um ato encaixado no gênero Abuso de Poder. # Moralidade - está intimamente ligado ao conceito de honestidade, do que for melhor e mais útil para o interesse público. Há de se ressaltar que moralidade aqui definida não é a mesma imposta pela sociedade privada, pois no Brasil, ainda fazemos a distinção de ambas as moralidades, pública e privada. Logo, nem tudo que é certo e errado na atividade privada será encarada como imoralidade pública! Lembre-se do exemplo de um senador da República que, na sua vida pessoal traiu a esposa e teve um filho fora do casamento, algo reprovável na moralidade privada, mas nem por isso, perdeu o mandato de senador, ao contrário, tornou-se presidente do Senado! ATENÇÃO: Por este princípio a Administração e seus servidores têm de atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé objetiva. Assim a atividade administrativa deve obedecer não apenas à lei, mas, também seguir princípios éticos. 2 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Administrativo | Material Complementar Professor Luciano Franco. Trata-se de princípio importante perante o qual se poderá invalidar um ato administrativo. A própria CF/88, no artigo 5º, inciso LXXII, dispõe sobre a possibilidade de AÇÃO POPULAR para combater a imoralidade pública e, ademais, temos hoje a súmula vinculante nº 13 do STF, instrumento impar no ordenamento jurídico pátrio e útil no enfrentamento deste mal. # Publicidade – Um princípio impar da administração pública, pois torna seus atos eficazes e aptos a emitirem seus efeitos. Um ato administrativo perfeito não é nada senão uma folha de papel enquanto não for publicado. ATENÇÃO: A publicidade se dá em imprensa oficial, e, de acordo com entendimento do nosso STF, a efetiva publicidade se dá na IMPRENSA OFICIAL ESCRITA! MUITA ATENÇÃO: Há ainda a chamada PUBLICIDADE MITIGADA que é aquela diminuída, escondida, mas, mesmo assim, é PUBLICDADE! Ela é utilizada em assuntos sensíveis ao Estado, como segurança públicae segurança nacional, bem como, atos que envolvam a vida privada da pessoa, como menores, por exemplo. A grande utilidade deste princípio é que a administração pública encontra-se obrigada a publicar seus atos para que o público em geral tenha conhecimento, e, consequentemente, contestá-los. # Eficiência- O mais novo dos princípios. O único NÃO ORIGINÁRIO, pois surgiu de forma EXPRESSA apenas dez anos depois da promulgação da CF/88, por meio da EC 19/98. Tal princípio exige que o exercício da atividade administrativa atenda requisitos de presteza, adequabilidade, perfeição técnica, produtividade e qualidade. Importante destacar que mesmo antes da sua inclusão no rol dos princípios explícitos da CF/88 ele já era observado pela administração pública. O que se tem após esta inclusão, é uma maior importância a este princípio, implementando em todos os graus de gestão a chamada administração gerencial, destacada por aplicar, quando possível, os ditames da administração privada na administração pública. E chegamos ao final do estudo destes importantes princípios norteadores das ações da administração pública em todas as esferas de governo. Temos mais princípios expressos, quais sejam, o CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, FISCALIZAÇÃO POPULAR, DA CELERIDADE, dentre outros, mas, o LIMPE é com toda a certeza o campeão de cobrança em provas de concurso. PRINCÍPIOS PREVISTOS NA LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO A Lei nº 9.784/99, art. 2º, prevê que a administração pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da: • LEGALIDADE • FINALIDADE • MOTIVAÇÃO • RAZOABILIDADE • PROPORCIONALIDADE • MORALIDADE • AMPLA DEFESA • CONTRADITÓRIO • SEGURANÇA JURÍDICA • INTERESSE PÚBLICO • EFICIÊNCIA Para melhor entendimento destes princípios, vamos discorrer brevemente sobre alguns deles, lembrando que muitos são estudados como princípios implícitos ou não expressos, mas por realmente muitos deles não estarem escritos na CF/88, o que não quer dizer que não estejam em outros diplomas legais, como é o caso da Lei nº 9.784/99. LEGALIDADE MORALIDADE EFICIÊNCIA 3 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Administrativo | Material Complementar Professor Luciano Franco. PRINCÍPIO DA FINALIDADE No estudo da matéria de atos administrativos tu verás que FINALIDADE se desdobra em duas grandes vertentes, quais sejam: FINALIDADE IMEDIATA, DIRETA OU CURTA – que é aquela prevista no texto legal, amarrada na lei e que o agente não poderá se furtar de seguir, sob pena de praticar ato nulo. FINALIDADE MEDIATA, INDIRETA OU LONGA – que é aquela escondida, não expressamente prevista muitas vezes, mas que norteia sim toda e qualquer ação estatal, qual seja, a busca incessante pelo INTERESSE PÚBLICO. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO Impõe à administração pública o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem uma decisão tomada. É a literal exposição dos motivos determinantes do ato administrativo, que é um dos elementos deste ato. Importa lembrar que MOTIVO não é MOTIVAÇÃO e que apenas o primeiro é requisito do ato, não sendo, pois, a motivação necessária em todo e qualquer ato administrativo. Temos como exemplo a nomeação e exoneração de cargos e funções de confiança, que dispensa a motivação, mas nunca o motivo. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, incioso LV: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". Então SIM, estes princípios TAMBÉM estão expressos na CF/88, não no art. 37, mas sim no art. 5º e são aplicados no Direito Administrativo. Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Apresentar a contradita, o contraposto, falar nos autos, isso é princípio do contraditório. Ampla Defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações. É ter acesso ao processo, é saber toda a acusação, é estar ciente dos atos processuais, enfim, se defender. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE Apesar de serem princípios distintos, são sempre estudados em conjunto e seu conceito se resume a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Chegamos ao final de mais um encontro, espero ter ajudado mais uma vez. Faça muito exercício, reveja a aula e mantenha o FOCO. Fraterno Abraço. 4 PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS
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