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FACULDADE IEDUCARE - FIED CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: GOVERNANÇA CORPORATIVA FRAUDES CORPORATIVAS NA EMPRESA BRF Equipe: Celina de Sá Araújo Souza, Givaldo do Nascimento, José Gean Costa, Lilyane de Sousa Sampaio. TIANGUÁ- CE. MAR/2019 CELINA DE SÁ ARAÚJO SOUZA, GIVALDO DO NASCIMENTO JOSÉ GEAN COSTA LILYANE DE SOUSA SAMPAIO FRAUDES CORPORATIVAS NA EMPRESA BRF Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de administração, da Faculdade Ieducare – FIED, elaborado em exigência, como requisito para aprovação, à disciplina de Governança Corporativa, desenvolvido sob orientações da Prof°. Especialista Sávio Luís Mesquita . TIANGUÁ- CE. MAR/2019 1 INTRODUÇÃO No decorrer dos anos, é cada vez mais frequente ouvir e ver as manchetes na mídia envolvendo escândalos corporativos, as fraudes corporativas podem causar prejuízos bilionários para investidores, clientes e fornecedores, e em muitos casos podem levar a falência das organizações envolvidas, pois com esses escândalos as empresas têm a sua imagem impactada negativamente, perdendo a partir de então a credibilidade com seus stakeholders internos e externos, fazendo assim com que as empresas tenham perca de clientes e investidores importantes, queda nos valores de suas ações, e tenham a imagem exposta em grandes canais de mídia, dificultando assim a sua reestruturação. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Sobre o Grupo BRF A Brasil Foods tornou-se uma das maiores companhias de alimentos do mundo, graças ao nascimento de suas principais marcas. Foi na década de 1930, no interior de Santa Catarina, que a Perdigão surge como um pequeno negócio de duas famílias de imigrantes italianos. Na década seguinte, foi a vez de Concórdia, também em Santa Catarina, receber a Sadia. De lá para cá, a fusão desses dois negócios, em 2009, deu origem a um dos maiores complexos agroindustriais do mundo, a BRF. Aqui no Brasil a companhia tem mais de 30 fábricas e 20 centros de distribuição. No exterior, opera nove unidades industriais na Argentina, uma no Reino Unido, uma na Holanda, cinco na Tailândia, uma da Malásia, uma nos Emirados Árabes Unidos e cinco na Turquia, além de 27 centros de distribuição. Sua Estrutura Organizacional está dividida nos seguintes grupos de gestão: A) Conselho de Administração: Em linha com as melhores práticas de governança, o presidente do Conselho de administração não exerce funções executivas. Definidas no Estatuto Social, as qualificações para integrar o Conselho de administração incluem aspectos como: ter reputação ilibada, não ocupar cargos em concorrentes ou representar interesses conflitantes. B) Comitês: São mantidos comitês de assessoramento do Conselho de administração desde 2006, que são constituídos por integrantes do Conselho de Administração. C) Conselho Fiscal: Constituído por três membros, sendo um deles especialista financeiro. Reúne-se mensalmente e, quando necessário, participa de reuniões com o Conselho de Administração. D) Diretoria Executiva: Responsável pela gestão dos negócios em total acordo com as diretrizes estratégicas definidas pelos executivos e aprovadas pelo Conselho de Administração (BRASIL FOODS, 2019). 3 FRAUDE CORPORATIVA 3.1 Conceito de Fraude De certa forma “Fraude é todo ato de logro; falsificação de produtos, documentos, marcas etc.; qualquer ação ilícita, desonesta, ardilosa que busca enganar ou ludibriar alguém” (DICIO, 2018). 3.2 Fraudes envolvendo a empresa BRF A fraude envolve todos os domínios da empresa, e pode ser mais extensiva do que o que se pensa inicialmente. Geralmente ela ocorre com mais frequência nas áreas contábeis, administrativa e financeira, além dos processos (MORETTI, 2017). A multinacional BRF, em 2017 foi deflagrada através da Polícia Federal com princípios baseados em fraudes no controle sanitário dos frigoríficos, fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro levou essa operação de tamanha magnitude a ser dividida em três fases: De acordo com Salomão (2018) a primeira fase teve início em março de 2017, foram envolvidos 1.100 agentes, 309 mandatos judiciais, 27 pedidos de prisão preventiva, 11 de prisão temporária e ocorreu em 06 estados mais o Distrito Federal. A Polícia Federal em meios as investigação ressaltou que parte das propinas liberada nesse esquema também era destinada a investimentos financeiros ao partido político PMDB, ligado ao então presidente do Brasil na época Michel Temer, e PP, da base aliada. O delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi, lembrou que a responsabilidade pelos atos criminosos contra a população é tanto dos empresários quanto dos agentes públicos. Tudo teve inicio após a descoberta do afastamento de fiscais dentro do Ministério da Agricultura, afim de, facilitar a continuidade do esquema que consistia em emitir certificados válidos para a comercialização dos produtos. Nesses exames era falsificada a quantidade de Bactérias Salmonelas com objetivo de burla o serviço de inspeção Federal e assim obter do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o certificado este necessário para comercializar o produto. A recusa de um fiscal em ser removido, foi o que levou ao começo das investigações. Após o afastamento e prisão de alguns servidores de setor três unidades de beneficiamento de carne foram fechadas; a BRF em Mineiros (GO), e as unidades da Peccin em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR). A segunda fase também chamada de fase Antídoto, após dois meses da primeira fase em 31 de Maio de 2017 a Polícia Federal (PF) cumprindo mandados de busca e apreensão ao então Ex- Superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Francisco Carlos de Assis, flagrado em escuta telefonia onde mencionava a destruição de provas relevantes a fim de não chegarem ao conhecimento da PF na Operação Carne Fraca. O investigado foi flagrado em interceptação telefônica falando em destruir provas relevantes para a apuração no contexto da Operação. O ex- superintendente é réu por ter participado de esquema de corrupção entre uma grande empresa do ramo alimentício e o ex-chefe do Serviço de Inspeção em Produto (SIP) de Origem Animal de Goiás, para impedir a interdição da companhia. Segundo Macedo (2018) a terceira fase intitulada de fase (Trapaça) – A terceira fase da Carne Fraca- deflagrada pela primeira vez em março de 2017 – tem como alvo esquema de fraude contra o Ministério da Agricultura supostamente praticado pelas empresas do grupo BRF. Nessa fase os responsáveis foram acusados e podem responder por crimes de falsificação de documentos, estelionato qualificado e formação de quadrilha, incluindo também crime contra a saúde pública. Com todas essas investigações e provas contundentes fica clara que as atividades ilícitas aqui praticadas eram de pleno conhecimento do ex- presidente do conselho de Administração da BRF e do ex- presidente da empresa Pedro Farias. Com todo esse acontecimento envolvendo uma grande empresa é de se estranhar que não houvesse uma comissão fiscalizadora interna firme e segura que garantisse ou que pudesse evitar tais ações irregulares. Os descumprimentos de normas obrigatórios em qualquer empresa devem ser levados com seriedade, visto que, as leis são firmes, severas e seguras. 4 GOVERNANÇA CORPORATIVA 4.1 Conceito de Governança Corporativa Conforme Monteiro (2003, p.2), Governança Corporativa trata-se do “conjunto de práticas adotadas na gestão de uma empresa que afetam as relações entre acionistas (majoritários e minoritários), diretoria e conselho de administração”. 4.2 Falhas na Governança Corporativa da BRF Segundo Crepaldi (2010, p.377) a governança corporativa é importante, para combater fraudes, por ser um conjunto de boas práticas, fazendo com que as informações que sejam divulgadas pela empresa tenham confiabilidade, segurança e relevância. Após análises e investigações sobre a BRF as denúncias de contaminação por bactéria, levaram ao fechamento de muitas unidades industriais em diversos estados. Em relatórios recolhidos pela perícia mostrou que havia falha nos controles de inspeção, sendo assim, o Conselho deveria ter buscado uma assessoria independente para dar suporte e credibilidade a esta análise evitando esses grandes prejuízos. Conforme o IBGC, (2015, p. 16) condutas organizacionais como estas, trazem consequências irreparáveis e vai contra os princípios da governança corporativa, como da transparência ou confiança, equidade e falta de comprometimento com o compliace. O fato é que essas ações acabam prejudicando consumidores, funcionários, governo, sociedade e meio ambiente. A aplicação de medidas corretivas, como política de prevenção de atos ilícitos, visando dar mais segurança no cumprimento das leis, conselho de administração com auditoria para auxilia-lo, todos bem organizados e com funções bem definidas, apresentando confiança e transparência nas demonstrações financeiras, laudos e exames. Essas medidas são imprescindíveis para que as empresas como a BRF possa evitar escândalos corporativos (IBGC, 2015). 5 CONCLUSÃO Observou-se que o grupo BRF deixou de cumprir com as práticas de governança corporativa, no momento em que alguns dos gestores da organização não agiram eticamente, e não demonstraram transparência no repasse de informações importantes, falsificando documentos e alterando resultados que favoreciam os sócios, não defendendo o interesse dos acionistas e demais partes interessadas, a atual falha do comitê que era pra prever crises na organização e o conselho de administração que não praticaram ações necessárias de investigação para que se fosse identificado à irregularidade cometida, levando a empresa a ter grandes prejuízos. Por fim através do caso especificado aqui, identificamos a importância de se ter nas organizações práticas de governança corporativa, que irão proporcionar ações preventivas para que casos dessa magnitude não aconteçam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL FOODS. Nossa história, 2019. Disponível em:< https://www.brf- global.com/sobre/a-brf/nossa-historia/ > Acesso em 13 mar. 2019. BRASIL FOODS. Estrutura Corporativa, 2019. Disponível em: < https://www.brf-global.com/sobre/a-brf/estrutura-corporativa/ > Acesso em 13 de mar. 2019. CREPALDI. S.A. Auditor Contábil: Teoria e Prática. 6.ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A, 2010.7p. DOELMAN, Viviane. O impacto da governança na gestão da BRF, AMANHÃ, 12 mar. 2018. Disponível em: <http://www.amanha.com.br/posts/view/5255/o- impacto-da-governanca-na-gestao-da-brf>. Acesso em: 06 mar. 2019. FRAUDE. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2018. Disponível em:< https://www.dicio.com.br/fraude/>>. Acesso em: 13/03/2019. IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 5. ed. IBGC, São Paulo, 2015. Disponível em: < http://www.ibgc.org.br/userfiles/files/Publicacoes/Publicacao- IBGCCodigo-CodigodasMelhoresPraticasdeGC-5aEdicao.pdf> Acesso em 10 de mar. 2019. MACEDO, Fausto. PF deflagra nova fase da Operação Carne Fraca e mira BRF, Estadão, 05 mar. 2018. Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-deflagra-nova-fase-da- operacao-carne-fraca-e-mira-brf/>. Acesso em 06 mar. 2019. MONTEIRO, Paulo da Veiga. E a governança corporativa? Jornal Valor Econômico. São Paulo, Caderno Eu & Meu Dinheiro, 25 mar. 2003. MORETTI, Cláudio. Fraudes Corporativas, Artigos, 03 abr. 2017. Disponível em:< http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/fraudes- corporativas/103764/>. Acesso em 06 mar. 2019. SALOMÃO, K. Entenda o que é a Operação Carne Fraca e o impacto para a BRF. EXAME, 2018. Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/entenda-o-que-e-a-operacao-carne-fraca- e-os-impactos-para-a-brf/. Acesso em: 09 mar. 2019.
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