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Prescrição e decadência - Resumo

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Prescrição e Decadência 
 
www.internetjuridica.com.br | Jean Carlos Barbi 
 
1 
 
Conceito: as relações jurídicas sofrem alterações em razão do tempo, que atua como 
fato gerador ou destruidor de direitos. “A prescrição e a decadência são institutos que 
evidenciam a enorme importância do tempo no direito”. 
 
Prescrição: é a perda do direito de ingresso de ação, atribuída a um outro direito, e de 
toda a sua capacidade durante determinado tempo. A prescrição faz esgotar o direito de 
propositura da ação. É a perda da pretensão, em virtude da inércia de seu titular, no prazo 
previsto pela lei (art. 189 do CC). O prazo para exercício do direito é variável conforme o 
direito do titular. Quando o CC não tiver estabelecido outro prazo ele será de 10 anos (art. 
205, CC). 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja 
fixado prazo menor. 
Requisitos: 
 Existência de uma pretensão que possa ser alegada em juízo; 
 Inércia do titular; 
 Continuidade da inércia por determinado lapso temporal; 
 Inexistência de fato que a lei confira valor impeditivo, suspensivo ou 
interruptivo do lapso temporal. 
Os prazos prescricionais são os dos artigos 205 e 206 do CC, os demais são 
decadenciais (art. 189, CC). 
Em decorrência da revogação do art. 194 (revogado pela Lei n. 11.280/2006), a 
prescrição passou a ser matéria passível de ser conhecida de ofício pelo juízo. 
Pretensões imprescritíveis: há pretensões, que, dadas as suas peculiaridades , 
são insuscetíveis de prescrição. São, portanto, imprescritíveis: 
 Direitos da personalidade; 
 Direitos relativos ao estado do indivíduo (o estado de filiação, a qualidade de 
cidadania, a condição conjugal); 
 Direitos referentes aos bens públicos; 
 Pretensão de haver bens confiados à guarda; 
 Pretensão destinada a anular inscrição do nome empresarial feita com 
violação de lei ou do contrato (art. 1.167, CC). 
Impedimento: é o obstáculo ao decurso do prazo prescricional, ou seja, o 
impedimento obsta o inicio da fluência do prazo, neste caso, dá-se a suspensão. 
São, desse modo, casos de impedimento ou suspensão da prescrição, consoante já 
tenha iniciado ou não o decurso do lapso temporal prescricional (arts. 197, 198 e 
199 do CC). 
 Entre os cônjuges, enquanto casados; 
 Ascendentes e descendentes, enquanto durar o poder familiar; 
 Entre tutelados e curadores; 
 Contra incapazes; 
 Contra ausentes do país por serviço público; 
 Pendendo condição suspensiva do negócio; 
 Pendendo termo ou prazo; 
 Pendendo ação de evicção; 
 Pendendo ação criminal; 
Prescrição e Decadência 
 
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2 
 
 Contra aquele que está servindo as Forças Armadas em tempo de guerra, 
mas que esteja no país. 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, 
durante a tutela ou curatela. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3
o
; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos 
Estados ou dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em 
tempo de guerra. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
Interrupção: a interrupção da prescrição é disciplinada pelo art. 202 do CC. Na 
interrupção o prazo que começou a fluir volta do começo. Inutiliza-se todo o tempo 
prescricional decorrido. Em regra, aplica-se a interrupção em qualquer caso em que 
o titular do direito, de maneira inconteste, tenha intentado a proteção do seu direito 
(art. 202). Principalmente: 
 Citação, mesmo que feita por juízo incompetente; 
 Protesto cambial (título de crédito); 
 Medida cautelar de protesto judicial; 
 Constituição em mora, ainda que extrajudicial. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer 
uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, 
se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou 
em concurso de credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
reconhecimento do direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data 
do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a 
interromper. 
A interrupção da prescrição só poderá ocorrer uma vez (art. 202, CC). É a 
atividade do interessado que fará suspender, impedir ou interromper o prazo 
prescricional. São assim, as mesmas causas que interagem nesse mister, a 
depender, somente do momento em que ocorrem. Os prazos prescricionais 
estão descritos no Código Civil, porém serão aplicados os prazos do Código 
Civil de 1916 sempre que o de 2002 tenha disposto prazo menor e, na data de 
entrada em vigor do CC de 2002, já tenha decorrido mais da metade do prazo 
previsto no CC de 1916 (art. 2.028 do CC de 2002). 
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por 
este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver 
transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. 
 
Prescrição e Decadência 
 
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Decadência: trata-se da perda do direito propriamente dito, ou seja, é a “morte” da 
relação jurídica pela falta de exercício em tempo hábil. Os prazos prescricionais são 
apenas aquele taxativamente discriminados na Parte Geral do CC. 
As regras de impedimento, suspensão ou interrupção da prescrição não salvo, salvo 
disposição legal em contrario, aplicáveis a decadência. 
Assim, iniciado o prazo decadencial, não será possível, em regra, trata-lhe oposição 
(art. 207, CC). 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à 
decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a 
prescrição. 
A decadência não corre contra os absolutamente incapazes que trata o art. 3º do CC 
(conforme o art. 208 c/c o art. 195, I do CC). 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, 
inciso I. 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação 
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem 
causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3
o
; 
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus 
assistentes ou representantes legais, que derem causa à decadência ou não a alegarem 
oportunamente. 
A decadência, tal qual a prescrição, pode ser conhecida, de oficio, pelo juiz, exceto 
no caso de prazo decadencial estipulado por convenção (art. 210 c/c o art. 211, CC). 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando 
estabelecida por lei. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita 
pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode 
suprir a alegação. 
A decadência fixada em lei é irrenunciável (art. 209, CC). 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

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