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Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
PEDAGOGIA SOCIAL: DEFINIÇÕES, FORMAÇÃO, ESPAÇOS DE TRABALHO, 
GRANDES NOMES & EPISTEMOLOGIAS 
 
Hiran Pinel1 
Paulo Roque Colodete2 
Jacyara Silva Paiva3 
 
Resumo 
 
Apresenta contemporaneamente a Pedagogia Social definindo-a como um saberfazer 
em processo de construção; descrevendo espaços de trabalho ou de intervenção (e 
interferência); destacando os Grandes Nomes na construção dessa Pedagogia e 
finalmente pontua as Epistemologias, dando destaque a uma de foco humanista 
existencial crítico que transita, por exemplo, entre pensadores como Freire, Merleau-
Ponty, Rogers etc. 
 
Palavras-chave: Pedagogia Social: Grandes Nomes. Epistemologias: Humanista-
Existencial Crítica. Formação: Inicial: Continuada. Educador social: Profissionalização. 
 
1
 Professor Associado III da Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Educação, Departamento 
de Teorias do Ensino e Práticas Educacionais, Programa de Pós-Graduação em Educação – UFES/ CE 
/ DTEPE / PPGE. Doutor em Psicologia – Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação pela 
UFES. Graduado psicólogo. Licenciado em Pedagogia. Licenciado em Filosofia. Licenciado em 
Psicologia. Bacharel em Psicologia. Psicopedagogo. Educador social. Líder da Linha de Pesquisa: 
Diversidade e Práticas Educacionais Inclusivas. Pós doutorando em Educação e Cinema, pela 
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, FAE/ UFMG. Autor principal. E-mail: 
hiranpinel@ig.com.br 
2
 Doutor e Mestre em Educação pela – UFES/ CE / DTEPE / PPGE. Graduado em Enfermagem. 
Psicólogo. Licenciado em Psicologia. Bacharel em Psicologia. Profissional de saúde pública – 
enfermeiro e psicólogo. Educador social. Psicopedagogo. Professor universitário. Coautor. Paulo Roque 
Colodete CV: http://lattes.cnpq.br/1608282389805237 
3
 Doutor e Mestre em Educação pela – UFES/ CE / DTEPE / PPGE. Bacharel em Direito. Licenciada em 
Pedagogia. Advogada. Professora. Educadora social. Professora universitária. Gestora escolar. 
Coautora. jaciarapaiva@hotmail.com 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
1 INTRODUÇÃO 
 
A origem deste artigo emergiu de uma pesquisa bibliográfica discursiva, cujo objetivo 
era o de descrever, pela via reflexiva, acerca de alguns fundamentos da Pedagogia 
Social, considerada como muitas vezes interligada à esfera da Educação Especial e 
Inclusiva encontrando justamente aí correlações de apoio e força, e com isso 
destacando as definições, as formações, os espaços de trabalho, os Grandes Nomes e 
uma Epistemologia representada aqui por Carl Rogers que foi marcado por Paulo Freire 
na prática, mesmo que filosoficamente façam travessias diferenciadas a partir da 
Fenomenologia. Focamos uma Pedagogia Social que subsidie ações do educador 
social. 
 
Convém esclarecermos que os termos Pedagogia Social e Educação Social não são 
sinônimos. Pedagogia Social é uma disciplina científica; uma teoria que irá fornecer as 
ferramentas para a Educação Social, que é uma práxis. Entretanto, uma está 
intrinsecamente ligada à outra, mesmo que se diferenciem na produção discursiva 
(Pedagogia Social) para criar tentativa de sustentação de uma práxis (Educação 
Social). Trata-se de mais uma invenção de diferenciar termos frente ao uso deles com 
igual intensidade e densidade (e tensidade) na nossa realidade; trata-se ao nosso 
sentir, de demarcar espaços profissionais e discursivos (teóricos). 
 
Nesse contexto é que levantamos e respondemos às seguintes questões pelo método 
bibliográfico fenomenológico de pesquisa: O que é Pedagogia Social? Qual o seu 
objeto de estudo? Qual a diferença entre Pedagogia Social e Educação Social? O que é 
formação do educador social? Como se apresentam os documentos oficiais de seus 
cursos – com as disciplinas – que nos indica o que se espera do seu labor? Quais são 
os espaços de trabalho do educador social? Quem fundou o que se denomina 
Pedagogia Social? Qual a referência teórica atual? Que Epistemologia ganha sentido 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
no contexto dos dois autores supracitados? 
 
 
2 DEFININDO PEDAGOGIA SOCIAL 
 
Zucchetti (2008; p. 1) diz, em relação à Pedagogia Social, existem poucos estudos 
nessa seara, já na Europa (especialmente Espanha) esse saberfazer é entendido como 
ciência da Educação. Mas o seu enfoque se deu no século XIX na Alemanha, “mas é ao 
longo do século XX que a pedagogia social se consolida e se transforma em formação 
acadêmica”. 
 
A Pedagogia Social é um saberfazer que tem sido mais estudado na 
contemporaneidade. Apesar de bibliografias esparsas encontradas na década de 60, 
no Brasil existe a emergência das práticas educacionais, por exemplo, aos meninos e 
meninas em situação de rua. Organizações da sociedade atual acabam por demandar a 
presença e a ação do educador social, como as fazem as ONGs (Organizações Não-
Governamentais), OSCs (Organizações da Sociedade Civil), OSCIPs (Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público), Institutos, Fundações e outras entidades do 
Terceiro Setor. Enfim, há um intenso interesse por esse tema, seja como o nomeamos 
(Pedagogia Social e educador social), seja com outras nomenclaturas como Pedagogia: 
Empresarial (sob um enfoque crítico psico-sócio-pedagógico), Hospitalar, Comunitária, 
Especial e Inclusiva - fora ou dentro da escola numa perspectiva defendida nesse 
artigo, da Família e Comunidade, Não-Formal, Não-Escolar, Social de Rua, das 
Medidas Sócioeducativas, dentre outros. 
 
Procurou-se nesse artigo provocar os iniciantes acerca do sentido e definição da 
Pedagogia Social e do educador social. Quando nos interessamos por um determinado 
campo de conhecimento, adentramos em um mundo muito complexo e marcado por 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
diversos tipos de lutas, em palcos diferenciados. Assim, o que construímos como 
Pedagogia Social perpassa essa complexidade de diferentes campos sociais que lutam 
por existir e por interesses específicos de acordo com protagonismos de certos grupos. 
Tais grupos direcionam investimentos (econômicos, sociais, pessoais, intelectuais) para 
a constituição efetiva desse campo. 
 
Especificamente no Brasil, de acordo com Pinel (2011), podemos citar o papel e tarefas 
desempenhadas pelo Prof. Dr. Roberto da Silva, da Faculdade de Educação da 
Universidade de São Paulo. Sganderla e Carvalho (2007; p. 108), referindo-se à idéia 
de Bourdieu, afirmam que esses embates individuais/ pessoais e intelectuais4 têm 
campos com uma lógica própria e especificidades sui generis (ou quase) que se 
desvelam pelas “[...] relações de força entre os agentes (indivíduos e grupos) e as 
instituições que lutam pela hegemonia no interior do campo, isto é, pelo monopólio da 
autoridade que detém o poder de ditar as regras, de repartir o capital específico de cada 
campo”. 
 
A Pedagogia Social está sendo trazida a lume graças a um grupo de pessoas 
(professores, educadores sociais, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, 
psicopedagogos, psicanalistas – dentre outros) que investe seu tempo em pesquisas e 
na produção de conhecimento que venha esclarecer algo em constante devir, um 
projeto aberto. Martin (2001, p. 21), por exemplo, define a Pedagogia Social como um 
tipo de intervenção social (trabalho social), realizada desde estratégias e conteúdos 
educativos, em áreas de promoção do bem-estar e de melhora da qualidade de vida, 
mediante uma série de mecanismos (serviços sociais, políticas educativas e sociais),4 
Investem em estudos e pesquisas temáticos como o de especificar o objeto de identidade da Pedagogia 
Social que justifique, por exemplo, com isso, a criação de um ofício regulamentado, o de educador 
social, que trabalhará fundamentado na Pedagogia. Ou se inventa/ cria um objeto não tão específico 
assim, mas que possibilite delimitar possibilidades profissionais, mesmo que para a sua existência 
demande recorrer às Ciências da Educação, por exemplo, como a Psicologia, Sociologia, Filosofia, 
Biologia, História – dentre outras ciências, artes e letras. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
encaminhados a resolver problemas carenciais de coletivos marginalizados, a prevenir 
problemas da população em geral, a garantir uma série de direitos para uma correta 
vida comunitária (desenvolvimento comunitário) e, em suma, otimizar os processos de 
socialização. 
 
Caliman (2011) conceitua a Pedagogia Social como uma ciência prática, social e 
educativa, não-formal, que justifica e compreende em termos mais amplos a tarefa da 
socialização e, em modo particular, a prevenção e a recuperação no âmbito das 
deficiências da socialização e da falta de satisfação das necessidades fundamentais. 
Esse mesmo autor destaca o fato de que a Pedagogia Social pode ser entendida por 
outros estudiosos também como uma articulação e especialização do discurso 
pedagógico, como o são também a Pedagogia Comparada, a História da Pedagogia, a 
Pedagogia Especial etc. 
 
Atualmente, a Pedagogia Social parece orientar-se sempre mais para a realização 
prática da educabilidade humana voltada para pessoas que se encontram em 
condições sociais desfavoráveis. O trabalho do educador social emerge, pois, como 
uma necessidade da sociedade industrializada, enquanto nela se desenvolvem 
situações de risco e mal-estar social (no que se descreve civilização) que se 
manifestam nas formas de pobreza, marginalidade, consumo de drogas, abandono, 
indiferença social, exposição às “balas perdidas”, rejeição escolar e familiar, humilhação 
comunitária advindo de preconceitos, estigmas e discriminação. 
 
A Pedagogia Social é uma ciência que se produz pela prática (e práxis) 
educacional/pedagógica (bem como social e psicossocial) não-formal (e formal), que 
dentre outras tarefas-saberes, propõe ser uma forma pedagógica e educacional de 
trabalho social de ajuda (de acordo com as necessidades) e de revitalização crítica da 
solidariedade e cidadania, havendo mais perspectivas que podem ganhar sentido, 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
dependendo do contexto sócio-histórico e realidade vivida, como o esforço de inserir o 
educando em movimentos políticos (há o perigo aí de partidos repressores e 
moralizantes), luta por uma ecologia social (e qualidade de vida), socialização em geral 
nas escolas, por exemplo, Educação Moral e Cívica, Educação para a Justiça – dentre 
outros. 
 
Sua proposta é a de educar (e cuidar – em todos os seus sentidos, inclusive no de 
educar) ao outro através de teorias/ recursos e técnicas didático-pedagógicas, aos 
problemas e aos sofrimentos humanos na esfera da socialização, com atuação em 
áreas de risco visando a minimização, bem como fazer o acompanhamento psicossocial 
e pedagógico (não-formal e formal, inclusive escolar). Trata-se dos educandos que 
vivenciam processos de marginalização e que se sentem sem a mínima autonomia para 
protestar e denunciar esse vivido injusto – sem ter seus direitos humanos garantidos. 
Apresenta ainda - esse humano - carências afetivas (e vitais – como alimentação, 
tratamento médico etc.) ou faltas sociais (em todas as dimensões) – humanos, grupos, 
coletividade, comunidades, sociedades. É preciso ser protagonista. 
 
Moraes (2010, p.1) a define esclarecendo que a Pedagogia Social vem sendo estudada 
por diferentes pesquisadores e apresenta múltiplas definições, o que dá a ela uma 
característica peculiar. Poderíamos defini-la inicialmente como uma ação teórico-prática 
e sócioeducativa realizada por educadores ou agentes sociais. Ela pode ser vista como 
um campo de estudo no qual a conexão entre Educação e Sociedade acontece de 
forma prioritária, ou ainda, uma esfera de atividades que acontece em diferentes 
espaços não-formais de educação e que combate e ameniza os problemas sociais, por 
meios de ações educacionais. 
 
Outros autores procuram obstinadamente especificá-la na ânsia de encontrar um objeto 
único, definindo o seu lugar no âmbito referencial da Pedagogia Social. Esse referencial 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
está formado por todos os processos educativos que compartilham, no mínimo, dois ou 
três dos seguintes atributos: “dirigem-se prioritariamente ao desenvolvimento da 
sociabilidade dos sujeitos; têm como destinatários privilegiados indivíduos ou grupos 
em situações de conflito social; têm lugar em contextos ou por meios educativos não 
formais” (TRILLA, PETRUS e ROMANS, 2003, p. 29). 
 
Entretanto essa seara ainda precisa dizer a que veio, considerando que o tema 
Pedagogia Social é recente e o que mais se discute e busca atualmente é a elaboração 
de uma Epistemologia (PINEL, 2011). A criação científica de conceitos que podem 
trazer alguma identidade à Pedagogia Social e aos educadores sociais que a praticam 
está apenas começando, especialmente no Brasil, confirmando inclusive sua presença 
(política e curricular) nos cursos de Pedagogia e licenciatura, bem como nas práticas 
educativas em geral5. A Pedagogia Social produz conhecimentos que poderão subsidiar 
as práticas do educador social que objetiva a promoção da cidadania. Ela é um 
saberfazer pedagógico e, portanto, também ligado ao curso de Pedagogia e aos 
sujeitos que forma inicialmente. Pinel (2011) descreve como objeto (inserido no mundo 
em constante mudança e no seu estado devir) da Pedagogia Social, o processo 
educativo6 oferecido ao ser educando do homem, considerando a disposição que todos 
temos para adentrarmos aos reinos das educabilidades (formais, considerando que as 
informais já nos envolvem cotidianamente). Outros autores pontuam que o objeto é o 
ser do homem aberto à educação (ser educando). 
 
Machado (2009) afirma que há dois objetos da Pedagogia Social, sendo o primeiro a 
socialização do sujeito (desenvolvida pela família, escola, agências não-escolares etc.) 
 
5
 No curso de Pedagogia da UFES foi recentemente incluída (2008) essa disciplina - como optativa. 
6
 O objeto de toda Pedagogia [recordemos que toda ela é ou deveria ser social] é o processo educativo 
intencional [contextualizado social e politicamente – LIBÂNEO, 2001] não-formal e até formal – dentre 
outros espaços-tempos em que existe e se põe (e impõe) à Pedagogia como intervenção, estudo e 
pesquisa. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
caracterizando-a como uma Ciência Pedagógica da Educação; e o segundo remetido 
ao trabalho social com enfoque pedagógico que é planejado, executado e avaliado por 
uma equipe multidisciplinar (da qual faz parte o educador social como profissional da 
Pedagogia Social), objetivando atender às necessidades sociais do ser humano7. 
 
Por estar no mundo, a Pedagogia Social se nutre de outros saberes-fazeres para se 
constituir – Educação Especial, Educação Inclusiva, Psicopedagogia, Sociologia, 
Política, Artes e Literatura, Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento, 
Psicologia Clínica, Psicologia Social Marxiana, Filosofia – dentre outros. Ela se 
reinventa e/ou se produz/cria pelos contextos pedagógicos/educacionais e o faz numa 
procura incessante de iluminar sempre alguma originalidadede ser ciência, mesmo que 
esbarre (de modo positivo), nas pluralidades de diversas produções interligadas a ela - 
puro hibridismo. 
 
Dentre outros, de modo geral, as ações (e pesquisas) na esfera da Pedagogia Social 
estão interessadas em dois pontos quase sempre indissociáveis: 1) a colocação do 
sujeito da educação nas redes sociais, sua inclusão; 2) a promoção humana através de 
ações socioculturais visando aprendizagens-desenvolvimento. O objetivo da educação 
é o de capacitar o indivíduo para viver em sociedade (PETRUS, 1977; 1994). 
 
Enfim, concordamos também que a Pedagogia Social exige um processo permanente 
de teorização sobre a prática, para o avanço histórico do movimento popular em que se 
insere. A criação e recriação dos fundamentos metodológicos favorecem a formação 
sólida e consistente da postura do Educador Social, principalmente transformando-o em 
um agente multiplicador, ou seja, formador de formadores, na prática social, junto aos 
 
7 
Pinel (2011) diz que o educador social pode tanto ser um profissional da Pedagogia (de um curso geral 
da Pedagogia, mas que se especializou em Pedagogia Social e se interessa profundamente por esse 
ramo) ou de um profissional habilitado em um curso superior específico (bacharelado ou licenciatura) 
em Pedagogia Social. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
setores populares. Os momentos de reflexão e de sistematização coletiva favorecem o 
crescimento, a autonomia e a independência dos educadores sociais, bem como a 
autocrítica e a auto-revisão constante de seu processo como agente de mudança, 
também do grupo com o qual partilha sua ação educativa (GRACIANI, 2009). 
 
 
3 FORMANDO EDUCADORES SOCIAIS NO BRASIL 
 
Primeiramente, é preciso entender o sentido do termo formação. Esse termo está 
relacionado a alguma tarefa, atividade, trabalho, labor, oficina. Trata-se aqui e agora da 
formação (inicial e ou continuada) de educadores sociais ou a sua supervisão (outra 
visão de sentido na formação). Nesse contexto, a formação tem uma função social de 
aperfeiçoamento dos recursos humanos de uma instituição, transmitindo 
saberesfazeres, saber-ser para quem irá atender e opção por quem você fez – projetos 
de vida, escolhas, decisões, responsabilidades. A Pedagogia Social luta no sentido de 
conceber um profissional mais qualificado, com uma formação técnica (teórica) e clínica 
(o sofrimento do trabalhador) – um duplo sentido de aprender (e de ensinar) que se faz 
muitas vezes indissociável. Para Pinel (2011) ser educador social é uma experiência de 
alegrias, mas também de tristezas, donde vemos a miséria em todos os sentidos e 
também passamos e vivemos ameaças às nossas próprias vidas, especialmente no 
Brasil no trabalho com meninos e meninas de rua e detentos – ameaças, diga-se de 
passagem, advindas de todos os lados e ideologias. Finalmente, existe uma formação 
na qual a proposta é lidar e mexer com a cultura e o clima institucionais. 
 
A formação do educador social no Brasil acontece mais frequentemente em cursos de 
pós-graduação lato sensu e em alguns poucos cursos de graduação. Na Itália, pondera 
Caliman (2006), há uma divisão de saberes que constituem o curso de graduação 
(inserido na Universidade em um Centro de Educação): para formar os educadores 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
sociais, em um curso de Pedagogia Social, a Faculdade de Educação da UPS8 (Itália) 
distribui assim a sua grade disciplinar: 31,2% de disciplinas pedagógicas; 14,6% de 
psicológicas; 14,6% de humanísticas; 12,5% são disciplinas sociológicas; 12,5% de 
técnicas e de animação cultural e os outros 4,2% de disciplinas jurídicas. 
 
Um curso de pós-graduação lato sensu (especialização) no Brasil apresenta assim a 
sua ementa9: Conhecer a história das políticas sociais, da legislação e da assistência 
no Brasil; analisar as transformações experimentadas pela concepção da situação da 
criança na sociedade brasileira; instrumentalizar os profissionais que trabalham com a 
infância e adolescência em situação de risco, no conhecimento das políticas públicas 
de atendimento, da evolução dos programas sociais e da prevenção, para embasar a 
prática social e profissional; instrumentalizar os profissionais que trabalham com idosos 
para a intervenção nas políticas públicas e atendimento, nos programas sociais e na 
comunidade, de forma a proporcionar um maior alcance de direitos. 
 
Uma grade curricular de um curso de especialização em Pedagogia Social10: Formação 
do Povo Brasileiro e Análise da Conjuntura Atual; Política Pública e a Aplicação dos 
Estatutos e da LOAS11; Pedagogia Social: Histórico e Conceitos; Conceito de Educação 
Social e Intervenção Sócio-Educativa; Fundamentos Antropológicos da Educação 
Social; Psicologia do Desenvolvimento: Contextos e Socialização; Educação Popular: 
Prática da Liberdade e da Autonomia; Educação de Jovens e Adultos: Suas 
Metodologias e Implicações; Educação Comunitária: Contextos e Significados; 
Animação Sócio-Cultural: da Criança ao Idoso; Redes Sociais: Planejamento, Estrutura 
e Sustentabilidade; Metodologia do Trabalho Científico; Orientação das Monografias. 
 
8
 Università Pontifícia Salesiana di Roma – UPS. 
9
 In:http://www.topformacao.com.br/pos-graduacao/pos-graduacao-pedagogia-social-presencial-facinter-
faculdade-internacional-de-curitiba-cu12710. Acesso em: 06/06/2010. 
10 
In: http://www.educaedu-brasil.com/pos-graduacao-em-pedagogia-social-pos-graduacao-15788.html. 
Acesso em: 06/06/2010. 
11
 Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
Um manual de orientação profissional, por exemplo, indica que o curso de Pedagogia 
apresenta algumas especializações e aponta para a área de Pedagogia Social dizendo 
que nesta especialização “o profissional de pedagogia desenvolve atividades e 
conteúdos específicos para ONGs”12 – mas na prática vivida a Pedagogia Social é 
muito mais do que isso. O pedagogo deve estar onde demanda Educação/Pedagogia 
assim como uma parte dela, que é a Pedagogia Social, cabendo também ao 
profissional muita luta pela respeitabilidade do seu ofício. 
 
 
4 ESPAÇOS DE TRABALHO 
 
Cada país onde foi regulamentada a profissão de educador social faz as suas 
exigências desse sujeito no seu labor, criando legislações, Códigos de Ética, 
descrevendo tarefas que lhe são específicas e em equipes multidisciplinares, 
supervisionando - mesmo que de modo geral - suas intervenções – dentre outros. 
 
Dentre esses espaços, há o de produzir intervenção no sentido de atuar na inadaptação 
social – ou o que isso significa no mundo (cultura, sociedade...), diz Pinel (2011). Assim, 
a Pedagogia Social (Pinel, 2011): a) é compreendida como sinônimo de correta 
socialização – no que quer dizer “correta” e a crítica disso-daí-mesmo; b) pressupõe 
intervenção qualificada de profissionais com a ajuda de recursos e presença de umas 
determinadas circunstâncias sobre um sistema social – diálogo profissional 
individual/grupal, categoria e sociedade; c) refere-se também à aquisição de 
competências sociais – agindo criativamente nesse contexto, criando e subvertendo o 
que é competente numa dada sociedade; d) representa o conjunto de estratégias e 
intervenções sócio-comunitárias no meio social; e) é concebida como formação social e 
 
12 
GUIA DA CARREIRA. Disponível em: <http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/profissao/pedagogia/>. 
Acesso em: 06/06/2010. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v.01, n. 02, jul./dez. 2012. 
política do indivíduo, como educação política do cidadão crítico e não subserviente; f) 
atua na prevenção de desvios sociais – numa proposta de resistência ao estabelecido 
como sólido e verdadeiro universalmente; g) define-se como trabalho social, entendido, 
programado e realizado desde a perspectiva educativa e não meramente 
assistencialista – mas sem negar os momentos de profundo conflito onde comer é sinal 
de viver e estar de pé para respirara e com isso resistir e lutar; h) é definida como ação 
educadora da sociedade (PETRUS, 1977; 1994) donde a Pedagogia aparece e se 
presentifica de modo crítico, bem no sentido paulofreireano. 
 
Já Quintana (1988), diz que a Pedagogia Social, como uma das áreas no campo de 
Trabalho Social, envolve uma série de especialidades: 01. Atenção à infância com 
problemas (abandono, ambiente familiar desestruturado etc.); 02. Atenção à 
adolescência (orientação pessoal e profissional, tempo livre, férias etc.); 03. Atenção à 
juventude (política de juventude, associacionismo, voluntariado, atividades, emprego 
etc.); 04. Atenção à família em suas necessidades existenciais (famílias 
desestruturadas, adoção, separações etc.); 05. Atenção à terceira idade; 06. Atenção 
aos deficientes físicos, sensoriais e psíquicos; 07. Pedagogia Hospitalar – tornando-se 
assim parte do complexo mosaico do que é Pedagogia Social, afirmaríamos; 08. 
Prevenção e tratamento das toxicomanias e do alcoolismo – dentro de uma perspectiva 
de Educação em Saúde e Saúde Pública, diríamos; 09. Prevenção da delinqüência 
juvenil (reeducação dos dissocializados) – dentro de uma perspectiva crítica, 
refletiríamos; 10. Atenção a grupos marginalizados (imigrantes, minorias étnicas, presos 
e ex- presidiários); 11. Promoção da condição social da mulher; 12. Educação de 
adultos; 13. Animação sócio-cultural. Pinel (2011) e Colodete (2013) acrescentam a 
Pedagogia Empresarial como parte da Pedagogia Social, especialmente depois de 
desenvolver pesquisa capixaba, em que educadores sociais se denominavam também 
pedagogos sociais. 
 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
As áreas são, algumas vezes, muito complexas e híbridas, por isso é sempre adequado 
confirmar um trabalho de Pedagogia Social inter e multidisciplinar, e a produção de 
mais conhecimentos esclarecedores, mas é muito estimulante um saberfazer que se 
imbrica e nos provoca a refleti-la e a encontrar caminhos específicos (próprios) e com 
outras ciências que complementam, as artes e as literaturas também. 
 
Na Universidade Federal do Espírito Santo, no Centro de Educação, demos um curso 
de aperfeiçoamento, com duração de um ano, em Pedagogia Social. Nesse curso de 
extensão universitária, criamos disciplinas como Pedagogia Social e Movimentos 
Sociais (destacamos aqui a prática do MST13, de grande significado e sentido, e outros 
movimentos atuais e passados); Legislações Indispensáveis ao Educador Social; 
Psicologia Fenomenológica e Existencial; História da Pedagogia Social; Psicologia 
Social Marxiana14; Pedagogia Comunitária; Educação de Jovens, Adultos e Idosos 
dentre outras. 
 
Na disciplina Métodos e Técnicas de Intervenção em Pedagogia Social, ao estudarmos 
Boran, Carkhuff, Levy Moreno, Rogers, Baremblitt, Lourau, Lapassade, Pichón-Riviere, 
Bleger, Deleuze dentre outros teóricos, nos pareceu, de modo explícito, que o objeto da 
Pedagogia Social é o que podemos chamar de “movimentos sociais”, no sentido maior 
de socialização (de tendência marxiana com leituras de Makarenko - de 1888 a1939) e 
de cuidado com os oprimidos (Paulo Freire), fornecendo-lhes condições imediatas de 
sobrevivência, ensino e de modos de lutar pela sua cidadania (que é de todos e de 
todas) que, muitas vezes, é arrancada à força. 
 
13 
Movimento dos Sem Terra. 
14 
Aron (2005) assim conceitua como marxista que pesquisadores que são ortodoxos, isto é, aqueles que 
defendem a dialética da luta de classes – base do que se denomina marxismo de Marx; como marxiano 
que é a proposição de investigação que se remete ao pensamento de Marx sem pertencer à 
interpretação ortodoxa do marxismo; já o marxólogo é o especialista no conhecimento e na interpretação 
científica do pensamento de Marx. Há evidentemente a Psicologia Marxista também, que segue [o mais 
perto possível], de modo ortodoxo, as ideias de Marx, e que por isso se autonomeiam marxistas. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
Segundo Machado (2010), por serem os objetos da Pedagogia Social decorrentes de 
necessidades sociais, essas áreas de intervenções sofrem muitas alterações de acordo 
com as pressões sócio-históricas, a realidade vivida. 
 
Quintana (1988) coloca-se na defesa do duplo objeto da Pedagogia Social: 1) 
socialização do indivíduo; 2) Trabalho Social, remetendo à Pedagogia Especial, às 
questões dos Meios de Comunicação, bem como da Pedagogia do Tempo Livre e 
Pedagogia Empresarial. 
 
Já Ventosa (1992) destaca a Educação Para/ Pelo Trabalho que se distingue de 
Educação de Jovens, Adultos (e Idosos), pela natureza das propostas; inclui novas 
áreas como Educação Cívica e Educação Para a Paz. 
 
Entretanto, para fins de estruturação e estudo, é preciso entender que pelas 
características próprias (MACHADO, 2009; 2010), as áreas de intervenção sócio-
educacional podem ser organizadas em três grandes grupos que, separados ou 
integrados, respondem à diversidade de contextos e de intervenções. São eles: 1) a 
Animação Sociocultural; 2) a Educação de Adultos; 3) a Educação Especializada, onde 
a 
Educação Especial pode vir compor o complexo mosaico do que seja o 
devir sempre Pedagogia Social – ou vice versa – ensinando-a a planejar, 
executar o a ação e avaliar inclusive programas especiais para e com 
pessoas com deficiência, promovendo a inclusão social e até escolar (no 
sentido do religare à escola) – bem como denunciando injustiças e 
articulando com grupos de movimentos de resistência, de oposição ao 
estabelecido como verdade única (PINEL, 2011, p. 122). 
 
Gohn (2001, p. 32) define Educação Não-Fornal (Pedagogia Social) como, 
 
práticas que abordam processos educativos que ocorrem fora das 
escolas, em processos educativos da sociedade civil, ao redor de ações 
coletivas do chamado terceiro setor da sociedade, abrangendo 
movimentos sociais, organizações não governamentais e outras 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
entidades sem fins lucrativos que atuam na área (GOHN, 2001, p. 32). 
 
Santos (1994, p. 47) sugere que, ao conceito apresentado por Gohn, seja acrescido da 
Educação no Terceiro Setor que “deve ser voltada para as populações pauperizadas e 
ter, como compromissos centrais, o apoio aos processos de emancipação humana e 
superação das condições de exploração, às quais grandes parcelas sociais estão 
submetidas”. 
 
Essas terminologias indicam subdivisões com uma ênfase maior nos sujeitos e suas 
condições do que em características pedagógicas comuns, ocasionando uma 
multiplicidade de formas de nomeação, ao infinito, no âmbito do não-formal. Assim, há 
Educação de/na Rua, Educação Comunitária, Educação no/do Terceiro Setor dentre 
outras, sugerindo uma tentativa de circunscrever as especificidades em detrimento das 
convergências dentro desse saberfazer (ZUCCHETTI, 2003). O fato é a existência de 
uma demanda urgente em aprofundar discussões, ampliar o domínio de conhecimentos 
teóricos e investir em pesquisas na área de Pedagogia Social (MACHADO, 2009). 
Trata-se assim de um dos desafios à formação do educador social, uma formação que 
lhe dê sustentação teórica de enfoqueafetivo, cognitivo e filosófico, bem como que 
encontre um espaço de escuta para sua pessoa singular e em grupo – com alegria, com 
tristeza, ou alegriatristeza. 
 
 
5 GRANDES NOMES: FUNDADORES DA PEDAGOGIA SOCIAL 
 
Desde a Grécia antiga, perpassando pela educação oriental, houve Grandes Nomes 
que produziram Educação Social. Assim, a História da Educação traz em suas 
entrelinhas ou de modo explícito, grandes educadores sociais como foram Korczak, 
Natorp e Freire como bem confirma Pinel (2011). 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
Korczak pode ser descrito como um educador principalmente de tendência 
fenomenológico-existencial e, posteriormente, de tendência pedagógico-libertária ou 
ainda, parte dos dois movimentos – Pinel (2011). Seu nome de batismo era Henryk 
Goldszmit. Nascido em Varsóvia no dia 22 de julho de 1878/1879 e morto em Treblinka 
em agosto de 1942. Foi pediatra, autor infantil e pedagogo. 
 
Seus escritos eram densos, tensos, intensos e, através da ficção falava de sua 
Pedagogia – Escolar e Social. Korczak era cuidadoso no trato com as crianças, mas 
impunha a responsabilidade diante das escolhas que faziam na vida. Textos alegres, 
tristes – e alguma vezes um discurso datado, da sua época, mas sempre profundo no 
sentido fenomenológico. Seus livros nos evocam a refletir sobre os seus projetos de 
vida, sua disposição em criticar a sociedade da época – enfim uma produção textual 
brilhante. De sua produção, destacamos: “Como Amas Uma Criança”, “Diário do 
Gueto”, “Quando Eu Voltar a Ser Criança” dentre outros. 
 
Durante o seu trabalho com orfanatos, casas-lares ou o que hoje se denomina abrigos, 
com o objetivo de acolher e educar meninos e meninas pobres, órfãos, abandonados 
de guerra etc, sua amiga (pedagoga) Stefa Wilczinska teve influência pela escolha da 
faculdade de Pedagogia. Ali ele entrou em contato com as obras dos pensadores da 
Escola Nova, que estava em voga por toda a Europa. 
 
Um dos pioneiros desse movimento foi o escritor russo Leon Tolstoi (1828-1910), muito 
admirado por Korczak pelas idéias anarquistas, pacifistas, pela pregação de uma vida 
simples e em proximidade à natureza e, além de tudo, um denunciador de instituições 
como as igrejas e governos, dogmas e tribunais - entendidas como ferramentas de 
dominação e submissão ao outro. No final da década de 1850, Tolstoi preocupado com 
a deficiência da educação do campo, criou em Iasnaia Poliana uma escola para filhos 
de camponeses, onde ele mesmo escreveu grande parte do material didático, 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
provocando a Pedagogia de sua época ao valorizar que os discentes ficassem livres, 
sem excessivas regras e sem punições físicas. 
 
Korczak gostava também do estilo (e discurso) educacional de Johann Heinrich 
Pestalozzi (1746-1827), um pedagogo suíço e educador pioneiro da reforma 
educacional. No livro “Como Gertrudes ensina suas crianças" ele expõe seu método 
pedagógico, de partir do mais fácil e simples para o mais difícil e complexo. 
 
Para educar as crianças e jovens, Korczak recorria ao teatro – sempre produzindo 
reflexões críticas baseadas no humanismo-existencial que impregnava a sua 
Pedagogia Social e práxis. Desenvolveu a reprodução política do seu país no micro-
contexto do orfanato a partir de técnicas (e filosofia) de Parlamento, Tribunal de Justiça, 
por isso o orfanato era chamado de República das Crianças. Lá, as crianças aprendiam 
o que é justiça, amor, generosidade, cidadania, solidariedade vivenciando esses valores 
subjetivos (e concretos), pois os problemas cotidianos eram resolvidos nesses 
encontros. Publicou um jornal com texto das crianças. Defendeu e deu origem o que 
hoje chamamos de Direitos da Criança – sendo precursor. 
 
Entretanto, uma Pedagogia (ainda mais a Social) recebe impactos das variáveis sócio-
histórica, política e econômica. Assim é que a crise econômica mundial deflagrada em 
1929 e o fortalecimento das ideologias nacionalistas e totalitárias foram aos poucos 
destruindo ideais revolucionários como os de Korczak. O anti-semitismo em toda a 
Europa tornou cada vez mais difícil a situação para os judeus, sobretudo na Polônia. 
Em 1936, o velho professor (e médico) foi despedido da rádio onde dava conselhos 
médico, psicológicos e pedagógicos aos pais – e por isso era muito popular. Motivo da 
demissão? Ser judeu. Visitou Israel e ficou muito impressionado com os kibutzim 
(propriedades agrícolas coletivas), chegando a pensar em mudar seu orfanato para 
aquele país. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
A invasão nazista na Polônia, que causou a eclosão da II Guerra Mundial, no dia 01 de 
setembro de 1939, impediu a realização dos planos de Korczak, que foi trabalhar em 
um hospital militar, abandonando suas funções no Lar das Crianças. Além disso, ainda 
havia os progronim, isto é, atentados populares contra os descendentes da religião 
judaica, impedindo que o educador social sequer levasse suas crianças para passeios 
fora da cidade, estratégia muito utilizada por ele para educá-las. 
 
Descrevem Lewowicki, Singer e Murahovschi (1998) que, em 1940 o orfanato de 
Korczak já havia sobrevivido a dois progronim. Em 1942, a Gestapo ordenou a 
transferência da instituição para uma casa pequena e suja, no gueto de Varsóvia. Ali, o 
médico pedagogo social usou sua influência para conseguir alimentos e medicamentos 
para as crianças. Famoso e de prestígio, o educador obteve propostas de escapar do 
gueto, mas recusou-as, preferindo ficar com suas crianças, produzindo o texto (registro) 
“Memórias”, escrito entre maio e agosto. 
 
Lewowicki (1994) destaca positivamente o programa social planejado, executado e 
avaliado por Korczak, docentes e discentes. Esse pedagogo tinha muita sensibilidade 
pelos problemas sociais que experienciava, sempre atuando contra todas as 
manifestações de maldade, arbitrariedade e injustiça. Ele soube capturar o fato de que 
fenômenos negativos se manifestam ou produzem impactos tanto na dimensão 
individual como na social e sempre se opôs a toda forma de violência material, 
psicológica, espiritual e pedagógica. Ainda assim, prosseguiu lutando contra os 
fenômenos da pobreza, do desemprego, da exploração e da desigualdade social. 
 
Korczak morreu junto com suas duzentas crianças e jovens do internato, quando foi 
obrigado a dirigir-se a um campo de concentração, morrendo em câmaras de gás. O 
dia: 10 de agosto de 1942. O professor foi à frente das crianças, caminhando como 
numa procissão, para os trens que os levariam para a morte. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
Paul Natorp (1854-1924) é outro educador social sempre citado. Defendendo a ideia de 
que a palavra “Pedagogia” não significa somente a educação da criança nas suas 
formas tradicionais, mas sim à obra inteira de elevação do homem ao alto da plena 
humanidade – conceito até hoje aprovado. A Pedagogia Social não é a educação do 
indivíduo isolado, mas sim do homem que vive em uma comunidade, porque a sua 
finalidade não é somente o indivíduo. 
 
Paulo Freire (1921–1997) entende que ninguém "Já agora ninguém educa ninguém, 
como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, 
mediatizados pelo mundo" (FREIRE, 1983, p. 79). Freire traz em seus discursos marcas 
da Fenomenologia, Existencialismo, Marxismo e talvez seja o teórico mais conhecido e 
estudado pelos pedagogos sociais no Brasil e no mundo. 
 
Freire sempre se interessou pela Pedagogia Social de modo específico, além de seu 
pensamento (discurso advindo da prática/práxis) ser rico em possibilidadespara tal 
área do saberfazer, tanto que em 1986 foi publicado pela UNICEF e extinta FUNABEM 
o manual onde consta um diálogo entre ele e educadores sociais de rua acerca do que 
significa ser esse trabalhador (FREIRE, 1986). 
 
 
6 EPISTEMOLOGIA HUMANISTA-EXISTENCIAL CRÍTICA 
 
Paiva (2010) procura e desvela uma Epistemologia da Pedagogia Social de Rua que se 
concretiza embasada em Paulo Freire e em Enrique Dussel encontrando neles marcas 
da Fenomenologia, do Existencialismo e do Marxianismo (Aron, 2005): “Ter Paulo Freire 
como marco teórico da ação interventiva da Pedagogia Social é algo vital e de máxima 
urgência, uma clínica subversiva e de muita alegria” (PINEL, 2006, p. 27). 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
Aqui-agora, de modo alternativo e como ato de resistência, pretendemos trazer alguns 
sentidos advindos da produção da Psicologia e Pedagogia criada por Carl Ransom 
Rogers (1902-1987), denominada de Abordagem Centrada na Pessoa ou ACP. Diz 
Pinel (2006, p. 17) que 
 
fui trabalhar como educador social, ligado à instituição estatal IESBEM, tendo 
por marco teórico idéias e ações propostas por Rogers, um psicólogo e 
pedagogo que me marcava em 1983, e que era muito presente nas minhas 
formações em Psicologia e em Orientação Educacional, bem como já estava 
atraído pela demanda de mostrar-me projeto de vida profissional interligando-
me aos diversos temas de Paulo Freire como alegria, esperança e 
especialmente conscientização crítica – mas reconhecia em ambos as raízes 
filosóficas diferenciadas. 
 
Rogers se desvela humanista-existencial produzindo seu discurso pelo método 
fenomenológico de investigação. Rogers, por exemplo, depois de se envolver 
existencialmente com os fenômenos que ele estudava (pela via da prática clínica 
psicológica e como professor universitário junto aos latinos e negros dentre outros) 
produzia um distanciamento reflexivo (indissociado do envolvimento) donde descrevia e 
narrava o vivido. 
 
Tal perspectiva, ao contrário de algumas afirmativas, considera também o impacto do 
ambiente imediato e amplo (ideológico, econômico, político, midiático – dentre outros) 
no processo de subjetivação. Mesmo que veja o mundo com “uma oferta mundana 
negativa ao humano” (PINEL, 2006, p. 22), há aspectos positivos que ele descreve, 
mesmo que se referindo ao imediato. 
 
Ao longo de sua produção, Rogers nomeou seu discurso como no que denominou de 
Abordagem Centrada na Pessoa (ou: ACP). Não em vão ele não recusava em participar 
de passeatas contra o uso da energia nuclear em bombas atômicas, por exemplo. 
 
A ACP, ao nosso sentir, descreve seis pressupostos que foram revisitados por Pinel 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
(2006) que assim os reescreveu a partir de sua prática como psicólogo, psicopedagogo, 
pedagogo social e educador especial e inclusivo: 1) Uma concepção do homem 
embasada na corrente humanista da Psicologia, produzida pelo método 
fenomenológico, donde ele (ser-sendo humano) é descrito como bom, positivo e 
naturalmente socializado, aberto às experiências de sentido que o torna digno de 
confiança e com isso que se mostra com Tendência Atualizante (TA): 
 
Todo o organismo é movido por uma tendência inerente a desenvolver todas as 
suas potencialidades e a desenvolvê-las de maneira a favorecer sua 
conservação e enriquecimento. (...) A tendência atualizante não visa somente 
(...) a manutenção das condições elementares de subsistência como as 
necessidades de ar, alimentação, etc. Ela preside, igualmente, atividades mais 
complexas e mais evoluídas tais como a diferenciação crescente dos órgãos e 
funções; a revalorização do ser por meio de aprendizagens de ordem 
intelectual, social, prática... (ROGERS; KINGET, 1977, apud GOBBI et al., 
1998, p. 144). 
 
2) Uma abordagem (fenomenológica e com traços existenciais, por focar o sujeito 
concreto vivido no cotidiano) que dá destaque à “experiência subjetiva”, donde o outro 
(outridade/ alteridade) é vital e resignificado nas relações interpessoais (intersubjetivas) 
compreendidos empaticamente, ou seja, do seu próprio quadro de referências; 3) Um 
modo de ser (sendo no mundo) que facilita a penetração em relações que o constituem 
de modo inventivo envolvido existencialmente que está no encontro entre pessoas, 
pessoa-pessoa-pessoas – ser no mundo; 4) uma noção de problema ( do ser no 
mundo) advindo do choque entre o “eu ideal” (romantizado mas com possibilidades 
concretas de devir-ser) e o “eu real” (aquilo que precisa ser concretamente vivido até 
para alcançar seu projeto de vida sonhado); 5) de uma intervenção humanista-
existencial que foque o resgate do sentido existencial de ser-sendo (sempre no mundo), 
através das atitudes de empatia, aceitação incondicional e congruência – atitudes que 
podem ser associadas as três outras descritas por Robert Carkhuff (PINEL, 2006): 
confrontação, imediaticidade e concreticidade; 6) o professor, educador ou outro 
ensinante que trabalha com a ACP se transforma e ao ensino/ensinante - pelas atitudes 
positivas que são favoráveis á saúde mental. O ensino mecânico e rígido é provocado 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
demais pela ACP desfazendo-a e com isso afastando-se da mera repetição e a visão do 
outro como repositório de informações destacando o vivido em “aprendizagem 
significativa” (encarnada), pois toca o mais profundo ser (sendo) da pessoa (no mundo) 
fazendo mudanças subjetivas, comportamentais, afetivas, cognitivas, sociais – falamos 
“aprendizagem-carne” (PINEL, 2009) aquela que resgata a TA: os princípios e as 
atitudes rogerianos facilitam “não só o desenvolvimento intelectual do aluno, como 
também o seu crescimento enquanto pessoa total, promovendo a aprendizagem 
significativa e a interiorização do processo de aprender” (CAPELO, 2000; p. 9). 
 
O criador da ACP também marcou profundamente a formação de assistentes sociais do 
seu país e em alguns outros do Ocidente – sua presença era comum na formação 
dessas profissionais brasileiras: “... em Vitória ES, uma das primeiras profissionais (e 
em maior quantidade; em serviço público) a penetrarem na Educação Social foram as 
assistentes sociais, que desenvolviam intervenções diversas junto aos meninos e 
meninas em situação de rua e em instituições de abrigo e cuidado. Foram elas que me 
requisitaram do meu trabalho do internato para as ruas da capital, donde teimávamos 
desenvolver prevenção ao uso de drogas a partir de profunda escuta empática e 
orientações devidas” (PINEL, 2011; p. 19). Também marcou as enfermeiras, como 
alguns cursos de Direito, e muito os pedagogos e psicólogos. 
 
Dizia Rogers que ele produziu seu discurso, sem influencias teóricas específicas, mas 
podemos capturar dessa invenção discursiva dele, marcas de Lao Tsé (filósofo chinês 
nascido entre os séculos IV aC e VII aC15 que de modo geral apregoava a não-
diretividade: “Se nada for feito, tudo estará bem”, escreveu Tsé in "O Livro do Caminho 
e da sua Virtude"); essa marca foi depois reconhecida por ele), Martin Buber (1878-
 
15 
Talvez Lao Tsé seja um mito e não uma pessoa real. Sua obra é composta por discursos que 
provavelmente foram sendo agregados de diversas contribuições de mestres taoístas. Tao pode ser 
traduzido como "via" ou "caminho": é o que há de profundo e misterioso na realidade; é o que faz com 
que tudo seja como é. 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
1965; foco nas relações Eu+Tu+Nós), do Zen-Budismo (no momento em que esse 
apregoa a centralidade da "experiência direta da/na realidade"), Sigmund Freud (1856-1939; reconhecia os mecanismos de defesa e a transferência, mas não o inconsciente, 
descrevendo essa instancia primitiva como sociável, dialógica e relacional). Outra 
marca sua advém do fundador do Existencialismo Søren Kierkegaard (1813-1855). 
 
Paulo Freire (1921-1997) é outro nome associado às práticas rogerianas (centradas na 
pessoa)16. O próprio Rogers reconheceu isso em 1978. Eles apresentam raízes 
filosóficas semelhantes, a fenomenológica, mas as modificam nas suas travessias 
científicas. Há dois nomes da ACP que também fazem essa associação: Maureen 
O’Hara e John Wood. Já o centrado na pessoa, o brasileiro Fonseca (2006, p. 8) diz 
que há “um no fundo de um abismo entre as obras de Freire e de Rogers”, mas não 
contesta que há semelhantes preocupações dos dois pensadores da Educação 
(inclusive a Social) com os marginalizados, mesmo que esses sejam abordados 
pedagógica e psicopedagogicamente de modo diferenciados devido à cultura 
(sociedade e história) em que estão envolvidos, bem como os sujeitos das 
intervenções, em fim ambos atuaram em contextos diferentes, Freire no Terceiro Mundo 
e Rogers no Primeiro Mundo que bem se legitima os Estados Unidos. Entretanto, 
produzir críticas aos dois pensadores (e a outros) é um ato cheio de inventividade, 
criação, participação e diálogo – obra de arte que é (sendo) - e quase nunca significa 
apenas produzir dissociação fundamentalista. 
 
Hoje alguns estudiosos buscam as possíveis relações, mesmo que distantes entre 
Rogers e: Paulo Freire (indo além das semelhanças reconhecidas por ele), Vigostski, 
bem como os filósofos Heidegger e Sartre (PINEL, 2011). 
 
 
16 
Há também um movimento entre pesquisadores freireanos de trazer ao núcleo de seu pensamento 
diversos autores, dentre eles Rogers e seus seguidores, que nesse caso específico, traz o artigo, 
provando essa associação, de Maureen O'Hara (GADOTTI, 2001). 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
Assim há na contemporaneidade um denso, tenso e intenso resgate da ACP, que 
mesmo trazendo a lume criticidade à sua produção (acusada até injustamente de muito 
romântica e não crítica), pontua a vitalidade no seu discurso acerca do resgate da 
pessoa plena (holística) em contraposição (prática psicopedagógica de resistência) ao 
tempo-espaço neoliberal de massificação e negação do sujeito; da valorização do ser 
humano se estiver inserido no consumismo e competição vorazes, processos de 
subjetivação que reproduz a alienação. Já não se quer ser (sendo) si-mesmo, mas um 
desejo atroz de ser o outro em um sentido de esquizofrenização. 
 
 
7 PÓS-ESCRITO 
 
A Pedagogia Social de marcas profundas (outras vezes, mais suaves) humanistas-
existenciais demanda adotar sempre as ideias (e ou algumas delas) de Rogers. 
 
Precisará o educador social desenvolver atitudes centradas na pessoa, acreditando 
com fortaleza na capacidade do sujeito da Pedagogia Social, em crescer e aprender 
significativamente, e com isso de fazer-se consciente da realidade vivida e o papel do 
afeto na comoção de ações de intervenções que objetivam modificar a realidade 
imediata e a mais ampla, tonando-se cotidianamente cidadãos que exigem o modo 
democrático como o melhor de se viver e lutar. Nesse sentido mais belicoso, 
defendemos que na formação do educador social se faz necessário a associação entre 
Rogers e Freire, destacando, entretanto as diferenças (e leves semelhanças) filosóficas, 
e reiluminando as possibilidades de interferência e intervenção: 
 
Uma abordagem desse tipo, centrada na pessoa, é uma filosofia que se acha 
em consonância com os valores, os objetivos e os ideais que historicamente 
constituíram o espírito da nossa democracia. (...) Ser plenamente humano, 
confiar nas pessoas, conceder liberdade com responsabilidade não são coisas 
fáceis de atingir. O caminho que apresentamos constitui um desafio. Envolve 
mudanças em nosso modo de pensar, em nossa maneira de ser, em nossos 
 
 
Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012. 
relacionamentos com os estudantes. Envolve uma dedicação difícil a um ideal 
democrático (ROGERS, 1986; p. 326-327). 
 
Entretanto, é preciso que se faça uma leitura refletiva e crítica de Rogers. Ele tem sido 
objeto de algumas críticas como o excesso romantismo na crença na pessoa; o não 
reconhecimento dos aspectos maléficos do ser humano; da não descrição (e análise) 
desses “modos de ser sendo junto ao outro no mundo” (PINEL, 2006) com sua 
metafórica “carne em sangue exposta em praça pública (e inter e intra pessoalmente)”; 
pouco (ou nenhum) enfoque nos aspectos socioculturais e históricos na existência junto 
ao outro no mundo etc. Uma opção epistemológica não pode significar alienação do 
educador social, que pode transitar nesse tipo de humanismo-existencial construindo 
uma ponte crítica, e produzindo negociação discursiva com outros autores como 
Merleau-Ponty e Paulo Freire, por exemplo. 
 
 
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