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0 UNIRB FACULDADE REGIONAL DA BAHIA MÓDULO DA DISCIPLINA METODOLOGIA CIENTÍFICA PROFA MARLA OLIVEIRA ANDRADE MATERIAL INTEGRALMENTE ELABORADO PELA PROFA DRA. ALÍCIA DUHÁ LOSE SEMESTRE 2013.1 1 SUMÁRIO 1 DISTINTAS FORMAS DE APROPRIAÇÃO DO REAL 1.1 POPULAR OU EMPÍRICO 1.2 FILOSÓFICO 1.3 ARTE 1.4 RELIGIOSO 1.5 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 1.5.1 Elementos Inerentes à natureza da ciência 1.5.1.1 A natureza metodológica da ciência compreende dois aspectos 2 PESQUISA 2.1 DEFINIÇÃO 2.2 NÍVEIS DE PESQUISA 2.2.1 Pesquisas exploratórias 2.2.2 Pesquisas descritivas 2.2.3 Pesquisas explicativas 2.3 CLASSIFICAÇÃO COM BASE NOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS UTILIZADOS 2.3.1 Pesquisa bibliográfica 2.3.2 Pesquisa documental 2.3.3 Pesquisa experimental 2.3.4 Pesquisa ex-post facto 2.3.5 Estudo de coorte 2.3.6 Levantamento 2.3.7 Estudo de campo 2.3.8 Estudo de caso 2.4 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO O ENVOLVIMENTO DO PESQUISADOR 2.4.1 Pesquisa-ação 2.4.2 Pesquisa participante 3 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 3.1 QUANDO E PARA QUE CONSULTAR 3.2 LIVROS DE LEITURA CORRENTE 3.3 LIVROS DE REFERÊNCIA INFORMATIVA 3.4 LIVROS DE REFERÊNCIA REMISSIVA 3.5 PERIÓDICOS 3.6 IMPRESSOS DIVERSOS 3.7 PRIMEIROS PASSOS PARA A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 3.7.1 Identificação das fontes 3.7.2 Localização das fontes e obtenção do material 3.7.3 Leitura para pesquisa 3.7.4 O que ler 3.7.5 Fichamento 4 O TRABALHO COM O TEXTO 4.1 ANÁLISE INTERNA 4.2 ANÁLISE EXTERNA 4.3 É PRECISO 4.4 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DO MATERIAL 4.4.1 Aquisição 4.4.2 Bibliotecas .4.3 Localização através do catálogo 4.4.3.1 Número de chamada 4.5 LEITURA DO MATERIAL 2 4.5.1 Recepção sensitiva 4.5.2 Leitura significativa 4.5.2.1 Finalidades da leitura significativa 4.6 FASES PRELIMINARES DA LEITURA INFORMATIVA 4.6.1 Leitura de reconhecimento ou leitura prévia 4.6.2 Leitura explanatória ou pré-leitura 4.7 LEITURA SELETIVA 4.7.1 Delimitação de uma unidade de leitura 4.8 LEITURA CRÍTICA 5 COLETA DOS DADOS TEXTUAIS 5.1 TÉCNICAS DE ANOTAÇÃO 5.1.1 Notas 5.1.1.1 Exposições orais 5.1.1.2 Textos escritos 5.1.1.3 Tipos 5.2 TÉCNICAS DE SUBLINHA 5.2.1 Como fazer 5.3 EXERCÍCIO 6 FICHAMENTO 6.1 ESTRUTURA DA FICHA 6.2 CONFECÇÃO DA FICHA 6.2.1 Fichas de leitura 6.2.2 Fichas de indicação bibliográfica 6.2.3 Ficha de resumo 6.2.4 Ficha de transcrição 6.2.5 Ficha de comentário 7 CITAÇÃO 7.1 SISTEMAS DE REFERÊNCIA DAS CITAÇÕES 7.1.1 Sistema autor-data 7.1.2 Sistema numérico 7.2 EXPRESSÕES LATINAS UTILIZADAS EM REFERENCIAÇÕES DE TEXTOS CIENTÍFICOS 7.2.1 Algumas expressões latinas devem ser usadas em citações 7.2.2 Outras são utilizadas em caso de referência feita em sistema numérico 7.3 EXERCÍCIO SOBRE CITAÇÃO EM DOCUMENTO (NBR 10520) 8 REFERÊNCIAS 8.1 ABREVIATURAS 8.2 ALGUNS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE REFERÊNCIA 8.3 DATA (ELEMENTO OBRIGATÓRIO) 8.4 SISTEMA AUTOR-DATA 8.5 EXERCÍCIO 9 SEMINÁRIO (TÉCNICA DE ESTUDO) 9.1 INCLUI 9.2 ENVOLVE 9.3 POSSIBILITA 9.4 FONTES QUE ORIGINAM UM ASSUNTO PARA O SEMINÁRIO 9.5 COMPONENTES 9.6 ETAPAS 9.7 FASES DE PREPARAÇÃO DO MATERIAL 9.8 A EXPOSIÇÃO 10 RESUMO 10.1 FUNÇÃO 10.2 ESTRUTURA 3 10.3 DICAS PARA REDAÇÃO 10.4 TIPOS 10.5 TAMANHO 10.6 PALAVRAS-CHAVE 10.6 IMPORTANTE! 10.7 EXEMPLO DE RESUMO 11 RESENHA 11.1 CONCEITO 11.2 PÚBLICO 11.3 OBJETIVOS GERAIS DA RESENHA 11.4 LINGUAGEM UTILIZADA NA RESENHA 11.5 TIPOS DE MENSAGENS REFERENCIAIS 11.6 RESUMO CRÍTICO ou RECENSÃO CRÍTICA 11.7 NA FASE DE LEITURA 11.8 ANÁLISE TEMÁTICA 11.9 ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA RESENHA 11.10 EXERCÍCIO 12 PROJETO DE PESQUISA (NBR 15287) 12.1 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO 12.2 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 12.3 ELEMENTOS TEXTUAIS 12.4 TEMA 12.4.1 Delimitação do tema 12.5 DELIMITAÇÃO DO CORPUS 12.6 PROBLEMA 12.7 HIPÓTESE(S) DA PESQUISA 12.8 OBJETIVOS 12.8.1 Objetivo geral 12.8.2 Objetivos específicos 12.9 JUSTIFICATIVA 12.10 REFERENCIAL TEÓRICO 12.11 MÉTODO 12.12 ORÇAMENTO 12.13 CRONOGRAMA 12.14 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 12.15 FORMATAÇÃO 13 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 13.1 FINALIDADE 13.2 LINGUAGEM 13.3 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ACADÊMICO 13.3.1 Elementos temáticos e estruturais 13.3.2 Estrutura lógica 13.3.3 Estrutura técnica 13.4 ESTILO 13.5 EXERCÍCIO 14 ESTRUTURA INTERNA DO TEXTO ACADÊMICO 14.1 INTRODUÇÃO 14.2 DESENVOLVIMENTO 14.2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 14.2.2 MATERIAIS E MÉTODOS (ou METODOLOGIA) 14.2.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 14.2.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 14.2.5 CONCLUSÃO (ou CONSIDERAÇÕES FINAIS) 4 15 ARTIGO (NBR 6022:2003) 15.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 15.2 ELEMENTOS TEXTUAIS 15.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 15.4 PECULIARIDADE DA FORMATAÇÃO DOS ARTIGOS 16 APRESENTAÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS 16.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS (EXEMPLOS) 16.2 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 16.3 ELEMENTOS TEXTUAIS 16.4 ILUSTRAÇÕES 16.5 TABELAS 16.6 EQUAÇÕES e FÓRMULAS 16.7 SIGLAS 16.8 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 16.9 DISPOSIÇÃO GRÁFICA E FORMATO 5 1 DISTINTAS FORMAS DE APROPRIAÇÃO DO REAL O conhecimento científico é uma criação humana e é apenas mais uma forma de apreensão da realidade que nos cerca. Assim, para ser bem compreendido, ele precisa ser contraposto às outras formas de conhecer o mundo que são: a) Popular (comum ou empírico) b) Filosófico c) Artístico d) Religioso (mítico ou teológico) 1.1 POPULAR OU EMPÍRICO É aquele que se obtém na vida cotidiana, independentemente de estudo. Decorre de experiências às vezes casuais, vivenciadas ou transmitidas de geração em geração. A forma de obtenção do conhecimento é o conhecido processo de “tentativa e erro”, não havendo interpretações nem estabelecimento de relações causais precisas: as informações são superficiais e vagas. A visão da realidade é, portanto, fragmentária, presa a convicções pessoais e daí decorre seu caráter incoerente e impreciso. O processo de transmissão termina por fazer dele um elemento da cultura dos povos, fazendo parte de suas tradições. 1.2 FILOSÓFICO Decorre da auto-reflexão do espírito do homem para atingir uma visão global do mundo: ele aspira conhecer a inteligência (i. é conhecer e explicar) a conexão última das coisas exclusivamente através da razão, procurando refletir sobre suas funções valorativas, teóricas e práticas. 1.3 ARTE É também uma interpretação do mundo, mas não deriva da razão, do pensamento. Ela deve sua origem à vivência e à intuição, portanto é tradução de uma subjetividade. Trata-se de uma interpretação da realidade que é representada nos aspectos que tocam a intuição do artista. Trata-se de um ser e de um acontecer concretos que se representam no nível do irreal, embora a partir do real (mimese). 1.4 RELIGIOSO Brota da fé. Deriva da vivência religiosa, da experiência de Deus. A visão religiosa de mundo depende decisivamente de valores subjetivos, visto que diferentes crenças determinam diferentes formas de vê-lo.1.5 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO Ciência: “conjunto de conhecimentos em torno de um determinado objeto, obtidos com determinados critérios metódicos e sistemáticos, [acumulados] num organismo logicamente constituído.” (VITA, 1999, p. 115) 1.5.1 Elementos Inerentes à natureza da ciência Sua dimensão compreensiva (contextual ou de conteúdo) e sua dimensão operacional (metodológica). Esses dois elementos são inseparáveis, embora, por motivos pedagógicos sejam tratados separadamente. É a dimensão metodológica que é objeto de cursos e livros de metodologia científica. 6 1.5.1.1 A natureza metodológica da ciência compreende dois aspectos Aspecto lógico: definido como método de raciocínio e de inferência sobre os fenômenos a serem investigados, é a dimensão da descrição, interpretação, explicação e verificação que se aplica para a construção de proposições e enunciados, sob as diretrizes de sistemas conceituais e teóricos. Assim, a dimensão lógica da ciência se caracteriza como PROCEDIMENTOS E OPERAÇÕES INTELECTUAIS. Aspecto técnico: caracteriza-se pelos processos de manipulação dos dados relativos aos fenômenos que são tratados com o maior rigor possível. Aí se incluem as técnicas de registro de freqüência, as condições de ocorrência, sua extensão, persistência, etc. Os cientistas desenvolvem constantemente seu arsenal técnico. Este arsenal está intrinsecamente vinculado à natureza do objeto estudado e nunca se utiliza uma única técnica: às vezes, diversas etapas exigem técnicas diversas. Já se vê que a dimensão técnica da ciência se processa como PROCEDIMENTOS DE OBTENÇÃO E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO. 7 2 PESQUISA 1 2.1 DEFINIÇÃO Processo formal e sistemático de desenvolvimento de um método científico. Objetivo fundamental: descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. Pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou Quando a informação requerida se encontra em desordem. A pesquisa envolve várias fases: da adequada formulação do problema a até a satisfatória apresentação dos resultados. Há dois grandes tipos que são complementares entre si: pesquisas puras e pesquisas aplicadas. Pesquisa pura: objetiva o conhecimento em si. Pesquisa aplicada: objetiva as contribuições práticas decorrentes desse conhecimento. 2.2 NÍVEIS DE PESQUISA 1º) Estudos exploratórios; 2º) Estudos descritivos; 3º) Estudos que verificam hipóteses causais ou explicativas. 2.2.1 Pesquisas exploratórias Finalidade: desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, para a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudo posterior. Têm mais flexibilidade no planejamento. Envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas, estudos de caso. Têm objetivo de proporcionar visão geral sobre algo. É utilizado quando o tema escolhido é pouco explorado; é difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis sobre ele. Normalmente constituem a primeira parte de uma investigação mais ampla. Para temas muito genéricos é necessário o esclarecimento e delimitação. Exige revisão da literatura, discussão com especialistas, etc. Seu produto final é um problema mais delimitado, passível de investigação através de procedimentos mais sistematizados. 2.2.2 Pesquisas descritivas Objetivo: descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados. Estudar as características de um grupo: distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, renda, etc. Verificar opiniões, atitudes e crenças de uma população. Verificam associações entre variáveis: preferência político-partidária X nível de escolaridade e renda; ou verificar a natureza dessa relação (pesquisa descritiva-explicativa). 1 Adaptado de GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 42- 48. e______. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 17, 41-56. 8 2.2.3 Pesquisas explicativas Objetivo: identificar os fatores que determinam ou que contribuem para ocorrência dos fenômenos. Aprofunda mais o conhecimento da realidade, pois explica a razão das coisas. É o tipo mais complexo e delicado, pois o risco de cometer erros aumenta muito. Normalmente são a continuação de pesquisas descritivas. Nas ciências naturais, normalmente usam o método experimental; nas sociais, recorre-se a outros métodos (p. e. observacional). 2.3 CLASSIFICAÇÃO COM BASE NOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS UTILIZADOS 2.3.1 Pesquisa bibliográfica Desenvolvida com base em material já elaborado (livros, artigos científicos, etc.). Em todos os tipos de pesquisa, esse tipo constitui uma das etapas iniciais. Há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. As pesquisas teóricas ou sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente mediante fontes bibliográficas (são também chamadas pesquisas de revisão). Também constitui um tipo de coleta de dados (o que será visto em uma aula posterior). 2.3.2 Pesquisa documental Assemelha-se muito à bibliográfica. A diferença essencial está na diferença das fontes, pois os passos seguidos são os mesmos. Bibliográfica: utiliza fundamentalmente as contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. Documental: vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de com acordo com os objetivos da pesquisa. Documentos de primeira mão: que não recebem nenhum tratamento analítico (encontrados em arquivos e órgãos públicos e instituições privadas: documentos e cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins, etc.) Documentos de segunda mão: que já sofreram analise (relatórios de pesquisa, de empresas, tabelas estatísticas, etc.) 2.3.3 Pesquisa experimental Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Não precisa, necessariamente, ser realizada em laboratório. Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de líquidos, bactérias ou ratos, não há muitas limitações. Quando se trata de experimentar com objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as limitações tornam-se bastante evidentes. Deve apresentar as seguintes propriedades: manipulação, controle, distribuição. São um valioso procedimento disponível aos cientistas para testar hipóteses que estabelecem relações de causa e efeito entre as variáveis 2.3.4 Pesquisa ex-post facto Ou seja, a partir do fato passado. 9 Estudo realizado após a ocorrência de variação na variável dependente no curso natural dos acontecimentos. Muito parecida com a pesquisa experimental. Objetivo: verificar a existência de relação entre as variáveis. O pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu. O pesquisador procura identificar situações que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como se estivessem submetidasa controles. 2.3.5 Estudo de coorte Refere-se a um grupo de pessoas que têm alguma característica comum, constituindo uma amostragem a ser acompanhada por certo período de tempo, para se observar e analisar o que acontece com elas. Assim como o estudo do caso-controle, é muito utilizado na pesquisa nas ciências da saúde. Os estudos podem ser prospectivos (contemporâneos) ou retrospectivos (históricos). Por exemplo: Objetivo: verificar a exposição passiva à fumaça de cigarro e a incidência de câncer no pulmão. Seleção de uma amostra de indivíduos expostos ao fator de risco (grupo experimental) e de outra amostra equivalente que não é exposta (grupo controle). Faz-se o acompanhamento de ambos os grupos, por determinado período. Verifica-se o quanto os indivíduos expostos estão mais sujeitos à doença do que os não expostos. 2.3.6 Levantamento Caracterizam-se para interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para obterem-se conclusões correspondentes aos dados coletados e estatisticamente trabalhados. Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado tem-se um censo. Normalmente, os levantamentos trabalham com amostragem calculada mediante procedimentos estatísticos. As conclusões obtidas para a amostragem são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro. São mais adequados para estudos descritivos que para explicativos. 2.3.7 Estudo de campo Muito semelhante ao levantamento, mas apresenta maior profundidade. Procura o aprofundamento das questões propostas. O seu planejamento apresenta maior flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo da pesquisa. Estuda-se um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ressaltando a interação entre os componentes. Tende a utilizar muito mais técnicas de observação do que de interrogação. É muito utilizado na Sociologia, Educação, Saúde Pública, Administração, etc. Tipicamente focaliza uma comunidade (grupo de pessoas de um mesmo ambiente de trabalho, de estudo, de lazer, etc.). 10 A pesquisa é desenvolvida por meio de observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre com o grupo. Esses procedimentos são normalmente conjugados com outros (análise de documentos, filmagem e fotografias). 2.3.8 Estudo de caso Muito utilizados nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, para permitir seu amplo e detalhado conhecimento. Pode ser utilizado também como estudo-piloto. Seus resultados são normalmente apresentados em aberto (não como conclusões). 2.4 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO O ENVOLVIMENTO DO PESQUISADOR 2.4.1 Pesquisa-ação [...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e o qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENTE, 1985 apud GIL, 2002, p. 55) 2.4.2 Pesquisa participante Caracteriza-se também pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. Envolve a distinção entre ciência popular (senso comum) e ciência dominante (atividade que privilegia a manutenção do sistema vigente). 11 3 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 2 Os “dados de gente” são obtidos em campo, no local onde os fenômenos ocorrem, espontaneamente ou de forma controlada. Os “dados de papel” podem ser obtidos nos mais diversos locais, sendo os principais deles, bibliotecas e internet. Em qualquer pesquisa é necessário consultar material publicado. 3.1 QUANDO E PARA QUE CONSULTAR Definir o material adequado ao sistema conceitual da pesquisa e à sua fundamentação teórica. Verificar o material já publicado para identificar o estágio em que se encontram os conhecimentos acerca do tema. Analisar e cotejar dos dados coletados durante a pesquisa e aqueles já disponíveis. No momento da redação, consultar modelos de relatórios e normas de apresentação de trabalhos científicos. 3.2 LIVROS DE LEITURA CORRENTE Obras de divulgação. Objetivo: transmitir informação sobre determinado assunto. Finalidade: comunicar aos especialistas das áreas o resultado de estudos e pesquisas. Esclarecem acerca dos procedimentos a serem observados no desenvolvimento das pesquisas. Em pesquisa social, os mais utilizados são os de divulgação técnica e científica. 3.3 LIVROS DE REFERÊNCIA INFORMATIVA Vocabulários: obra que apresenta de forma sistemática o conjunto de termos especializados no campo do conhecimento. Define os termos utilizados na pesquisa. Dicionários (especializados): obras que além de explicar os termos técnicos e científicos, aprofundam a análise crítica do significado. Fornecem elementos para análise do significado mais amplo dos termos, relaciona-os com autores e teorias. Anuários: publicações anuais que contêm informações sobre determinada área. Úteis para o fornecimento de dados precisos e atualizados. Ex. para obtenção de dados referentes à realidade econômica e social brasileira, Anuário estatístico do Brasil (IBGE). Enciclopédias: guias gerais de referência. Muito importantes na vida escolar. Na pesquisa científica, que tem propósito mais específico, sua utilização é menor. 3.4 LIVROS DE REFERÊNCIA REMISSIVA Os mais úteis para pesquisa social são os índices de livros e periódicos e os catálogos de bibliotecas. Permitem localizar publicações de acordo com assunto, local, data de publicação. Possibilitam identificar pesquisas significativas já desenvolvidas sobre determinado assunto. Muitos apresentados em forma de CD. No BR: Bibliografia brasileira de ciências sociais, da Revista brasileira de informação em ciências sociais; Sumários correntes brasileiros (Ciências humanas e sociais). As grandes bibliotecas publicam catálogos de seu acervo, por autor ou por assunto. Bibliografia brasileira, da Biblioteca Nacional. Desde 1907, as editoras são obrigadas a depositar lá um exemplar de todas as suas publicações. 2 Adaptado de GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 75- 88. 12 3.5 PERIÓDICOS Jornais: proporcionam informações atualizadas. Informações rápidas, menos profundas. Revistas especializadas: geralmente mais importantes. Matérias com mais profundidade e melhor elaboração. Principal fonte de divulgação de pesquisas científicas. Fornecem informações sobre o estágio atual de conhecimentos sobre determinado assunto. 3.6 IMPRESSOS DIVERSOS Outras publicações de interesse para pesquisas em ciências sociais. São: publicações governamentais, boletins informativos de empresas ou de institutos de pesquisa, estatutos de entidades diversas, folhetos, etc. Conforme o objetivo da pesquisa, publicações desse tipo podem até mesmo constituir a principal fonte de dados. 3.7 PRIMEIROS PASSOS PARA A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Primeiro procedimento para pesquisa: formulação do problema a ser investigado. O assunto deve ser colocado em níveis de problema a ser selecionado. É preciso definir o que se quer saber acerca do tema: “como ocorre?”,“quais as causas?” ou “e as conseqüências?” Delimitar o problema numa dimensão viável, caso contrário, a pesquisa bibliográfica se torna impossível. Para a adequada formulação do problema, é necessário haver uma revisão bibliográfica preliminar. Pode ocorrer que o pesquisador tenha que passar por sucessivas reformulações e revisões bibliográficas para formular um problema adequado. 3.7.1 Identificação das fontes Consulta a catálogos de publicações. Consulta a especialistas e pessoas que realizem pesquisas na mesma área. Consulta a internet, pelo tema da pesquisa. 3.7.2 Localização das fontes e obtenção do material Fichários das bibliotecas. Bibliotecas inter-relacionadas possibilitam a localização ou a permuta (COMUT). Títulos que podem ser retirados. Títulos para consulta local. Sistema de cópias. 3.7.3 Leitura para pesquisa Identificar as informações e os dados constantes nos materiais. Estabelecer relações entre essas informações e dados e o problema proposto. Analisar a consistência das informações e dados apresentados pelos autores. 3.7.4 O que ler Leitura explanatória do material selecionado. Nem tudo precisa ser lido, nem tudo será importante para pesquisa. Ler a obra na sua totalidade: sumário, prefácio, introdução, “orelhas”, algumas passagens esparsas do texto. 13 Leitura seletiva: mais aprofundada das partes que realmente interessam. Leitura analítica: tem por finalidade ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes. Leitura interpretativa: procura estabelecer relação entre o conteúdo das fontes pesquisadas e outros conhecimentos. 3.7.5 Fichamento Fichas bibliográficas: anotar as referências bibliográficas, sumário e apreciação crítica da obra. Fichas de apontamentos: anotar as idéias obtidas a partir da leitura de determinado texto. Partes da ficha: cabeçalho, referências bibliográficas e texto. Cabeçalho: título e subtítulo referentes aos itens definidos no plano de trabalho. Referências bibliográficas: informações necessárias para identificar a fonte pesquisada. Texto p/ bibliográficas: sumário e apreciação crítica da obra. Texto p/ de apontamentos: transcrição fiel de trechos da obra, de esquemas, resumos e de anotações pessoais. 3.8 PESQUISAS NA INTERNET Muitas informações podem ser encontradas em bases digitais: nos catálogos das bibliotecas, das fundações, das universidades, dos arquivos públicos e em muitas outras bases de dados. A Internet é uma ferramenta bastante valiosa para inúmeros tipos de pesquisa, no entanto, todas as informações localizadas através dela, assim como todas as demais informações localizadas em qualquer fonte, devem ser trabalhadas com muita ética e cautela, verificando a validade e pertinência das informações, fazendo uso das válidas através do sistema de citações com as suas respectivas referências. Para o uso de informações via internet, de antemão, aconselha-se a busca através de sites confiáveis. Isso pode ser feito, grosso moto, restringindo-se as buscas a sites cujos endereços tenham as seguintes finalizações: .org .edu .gov .ba (ou qualquer outra Unidade da Federação = .rs; .rj; .sp, etc.) .br (apenas .br; não .com.br, pois todos os sites comercias têm esse finalização) 3.8.1 Onde encontrar informações seguras via Internet ABNT – http://www.abnt.org.br Base de Teses CAPES – http://www.capes.gov.br/servicos/bancoteses.html Biblioteca Nacional de Portugal – http://bnd.bn.pt Bibioteca Nacional do Rio de Janeiro – http://www.bn.br/site/default.htm CAD Document Detective Service – http://info.cas.org/cgi-bin/AT-www_cas_orgsearch.cgi Comitê Gestor da Internet – Br. – http://www.cg.org.br COMUT – http://www.ct.ibict.br:8000/comut/html/ Dicionário Histórico-Bibliográfico Brasileiro – http://www.fgv.br/cpdoc/dic/ Directories of Scientists on the www from Micro World –http://www.mwm.com/feature/people.htm Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil – http://www.prossiga.cnpq.br Enciclopédias e Dicionários, Prossiga – http://www.prossiga.br/referencia/dic.html English Language Translations: a guide to selected resources in the Duke University Libraries – http://www.lib.duke.edu/reference/translations.html Europa Publications – http://europapublications.co.uk/index.htm FindArticles – http://www.findarticles.com/ Fundação Getúlio Vargas – http://www.fgv.br/ Glossary, Department of Chemistry, University of Wisconsin (EUA) – http://genchem.chem.wisc.edu Google Acadêmico – http://scholar.google.com.br/ IBICT – http://www.ibict.br 14 INMETRO – http://inmetro.gov.br/ INPI – http://www.inpi.gov.br Internet Cataloging Project – http://www.oclc.org/oclc/man/catproj/ Iternet Tools Summary – http://www.december.com/net/tools/ ISI – http://www.isinet.com/ ISO – http://www.iso.ch/ ONU – http://www.unsystem.org/ Portal de Periódicos CAPES – http://www.periodicos.capes.gov.br Prossiga – http://www.prossiga.cnpq.br RADAR UOL – http://www.radaruol.com.br/ RNP – http://www.rnp.br Scholarly Electronic Publishing Bibliography – http://info.lib.uh.edu/sepb/sepb.html SciELO – http://www.scielo.br Scientific Organizations and Associations – http://alice.ibpm.serpukhov.su/friends/science/organizations.htmlopt-unix-english Scientific Societies – http://www.edoc.com/sources/soc.html Scout Reports – http://scout.cs.wisc.edu/ SEPIN – http://www.mct.gov.br/sepin/ TechEncyclopedia – http://www.Techweb.com/encyclopedia/defineterm.cgi The Complete Search Engine Index – http://members.aol.com/PRHopper/Search.htm Thomas Publishing Company – http://www.thomaspublishing.com/ UFRGS, Lista de Tradutores – http://www.sabi.ufrgs.br/trad/ Universities.com – http://www.universities.com/ Web of Science (ISI) – http://isinet.com/prodserv/citation/websci.html WEBRA – Índice do Mercosul – http://www.webra.com.br/ Wikipedia – http://pt.wikipedia.org 15 4 O TRABALHO COM O TEXTO 4.1 ANÁLISE INTERNA Conjunto de atividades voltadas para a compreensão de seu todo. 4.2 ANÁLISE EXTERNA Volta-se para as relações do texto com outros (intertextualidade) e com o contexto científico e cultural da época de sua produção. 4.3 É PRECISO Percorrer as diversas etapas da leitura, particularmente nos trechos mais difíceis, procurar localizar os pontos de relacionamento do texto com a matéria que você está estudando, de modo a extrair dele todas as informações que contém. 4.4 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DO MATERIAL 4.4.1 Aquisição É aconselhável a compra de material bibliográfico que tenha grande capacidade de utilização, que seja clássico ou revolucionário. 4.4.2 Bibliotecas Gerais: possuem no seu acervo trabalhos de muitas (ou todas) as áreas do conhecimento, obras de referência e obras literárias. Ex.: bibliotecas centrais das universidades ou bibliotecas públicas. Setorias: possuem um acervo ligado a uma ou algumas áreas do conhecimento, às quais também estariam filiadas as obras de referência e as literárias. Ex.: bibliotecas das unidades de ensino das universidades. 4.4.3 Localização através do catálogo A obtenção do livro depende da correta informação que o leitor fornece ao bibliotecário. Esta se dá através do preenchimento de uma ficha que contém o endereço do livro, i. é, seu NÚMERO DE CHAMADA. 4.4.3.1 Número de chamada Composto por um número equivalente à classificação do assunto, constituído segundo um sistema decimal. Há duas classificações decimais, utilizadas segundocritérios internos das bibliotecas, que se diferenciam levemente. CDD = classificação decimal de Dewey (a mais prática e mais usada); CDU = classificação decimal universal. Atenção: esse número de chamada deve ser copiado cuidadosamente para facilitar a localização do livro nas estantes. 16 4.5 LEITURA DO MATERIAL 4.5.1 Recepção sensitiva Corresponde a PODER LER e consiste na capacidade de movimentação dos olhos e de decifração material dos símbolos escritos. 4.5.2 Leitura significativa Corresponde a SABER LER e consiste na interpretação dos significados dos símbolos impressos, i. é., captar o sentido das frases, atribuindo aos termos o valor que o autor lhes deu ao escrever, e captar sua intencionalidade, separando, imediatamente, os conceitos fundamentais dos que são acessórios. 4.5.2.1 Finalidades da leitura significativa Leitura formativa é ler para se formar, ou seja, para adquirir conhecimentos gerais ou, como no processo de aprendizagem ocorre com freqüência, para se ter uma visão mais ampla de determinado assunto dado em sala de aula. Leitura de distração é aquela que se faz por diletantismo, para se divertir. Leitura informativa é a que se utiliza do texto como fonte de informação sobre a qual se basearão conclusões, teorias, estudos, etc. Cada tipo de leitura exige processos e atitudes diferentes. Para a investigação e coleta de dados fazemos leitura informativa que tem três objetivos dominantes: constatar o que o autor do texto realmente afirma, os dados que oferece, as informações que dá; relacionar informações do autor com o problema que se está estudando; analisar os fundamentos de verdade das afirmativas do autor. 4.6 FASES PRELIMINARES DA LEITURA INFORMATIVA Para se fazer uma boa leitura informativa, é preciso ler com método. Um modo possível de fazê-lo é seguir as seguintes etapas. 4.6.1 Leitura de reconhecimento ou leitura prévia A que certifica a existência de informações. É uma “leitura por alto”, feita apenas olhando-se, no sumário, os títulos dos capítulos e, nos índices (se houver), o detalhamento da matéria do livro. 4.6.2 Leitura explanatória ou pré-leitura É a leitura de localização, no livro, dos tipos de informação existentes para verificar se correspondem a nossa expectativa: uma referência pode tratar de um assunto, mas omitir o que nos interessa. A leitura explanatória é feita a partir dos elementos pré- e pós- textuais e de alguns capítulos ou partes: no livro: subtítulos, índices, bibliografias, citações, prefácio, introdução, orelha inicial e final; em um capítulo de livro, os parágrafos inicial e final; em um artigo de periódico, cuja técnica de composição é já conhecida, a idéia principal está no título e os parágrafos contêm, sucessivamente: 17 1º) o conjunto de dados mais importantes; 2º) maiores detalhes sobre os dados e a pesquisa; 3º) especificações mais particularizadas. 4.7 LEITURA SELETIVA A que seleciona o melhor material relativo ao problema. É dessa leitura que devem ser feitas FICHAS DE INDEXAÇÃO – aquelas que relacionam as referências que tratam de cada parte do assunto. É o último passo da localização do material e o primeiro de uma leitura mais séria, mas que pressupõe que se tenham presentes os objetivos do trabalho, pois não há seleção sem critério. 4.7.1 Delimitação de uma unidade de leitura Determinação dos limites da disciplina de estudo e leitura: uma unidade de leitura é o setor do texto que forma uma totalidade de sentido, como um capítulo, seção ou qualquer outra subdivisão. A extensão da unidade é determinada por dois fatores: a acessibilidade do texto e a familiaridade do leitor com o assunto. 4.8 LEITURA CRÍTICA É aquela pela qual se adquirem as informações realmente pertinentes ao tratamento da questão proposta no trabalho. São fundamentais a compreensão e a interpretação correta da mensagem do texto. Para fazê-lo é preciso seguir alguns passos. Terminado o processo de leitura crítica, chega-se a ter condições de REFAZER O RACIOCÍNIO GLOBAL DO QUE FOI LIDO. Pela leitura crítica é que se faz a apreensão, a compreensão e a interpretação do texto. 18 5 COLETA DOS DADOS TEXTUAIS 3 5.1 TÉCNICAS DE ANOTAÇÃO Processo de seleção de informações para posterior aproveitamento; podem ser de palestras, aulas, consultas bibliográficas, etc.; apontamentos claros e completos evitam a perda de tempo, tendo que retornar a conteúdos já vistos; são, geralmente, feitas em fichas (com a devida identificação), que possibilitam a organização e o manejo dos dados. 5.1.1 Notas Devem permitir redação a partir delas; não devem ser excessivamente sintéticas. 5.1.1.1 Exposições orais Palavras-chave; expressões que dividem o discurso (em primeiro lugar..., em segundo lugar...); dúvidas e respostas surgidas durante a exposição; informações gestuais do falante; indicar fonte: autor da idéias, local, dia, mês e ano em que ocorreu a exposição. 5.1.1.2 Textos escritos Feitas depois de uma primeira leitura rápida; após sublinha das idéias principais; indicar fonte: autor, título da obra, lugar, editora, ano da publicação, número das páginas consultadas. 5.1.1.3 Tipos Corridas: palavras-chave que deverão ser transformadas em texto tão breve quanto possível; esquemáticas: ordenam hierarquicamente as partes principais do conteúdo de uma comunicação; resumo: procura sintetizar informações colhidas em livros, ou exposições orais. 5.2 TÉCNICAS DE SUBLINHA Destaque das idéias principais do texto; distinção entre o essencial e o acessório; facilita as revisões de leitura ao término de um parágrafo, de um tópico, de todo o texto. 5.2.1 Como fazer Não sublinhar à primeira vista, à medida que se faz a leitura inicial; não há um código único para sublinhar; mas se recomenda: sublinhar palavras-chave apenas depois de feita uma leitura; sublinhar apenas idéias principais, e as palavras-chave; 3 Baseado em MEDEIROS, João Bosco. Redação científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 11-22. 19 atentar para os elementos de coesão que criam idéia de oposição (mas, embora), eles devem ser destacados; descartar artigos e adjetivos, advérbios, preposições, conjunções, desde que não necessárias à compreensão do texto; reconstruir o parágrafo a partir das palavras e expressões sublinhadas; colocar um traço vertical à margem do texto para indicar passagens mais significativas; havendo passagens obscuras, falhas na exposição dos argumentos, dúvidas, discordâncias, colocar à margem do texto um ponto de interrogação; para chamar a atenção para uma expressão tópica de todo o texto, usar dupla sublinha. 5.3 EXEMPLO 5.4 EXERCÍCIO 4 Há muito tempo o homem iniciou uma jornada em busca do conhecimento para buscar possíveis respostas a certas questões referentes a problemas do seu dia-a-dia. Algumas destas respostas eram, muitas vezes, explicadas de forma mística à medida que utilizavam a mitologia para explicá-las. Quando o homem passou a questionar estas respostas e a buscar explicações mais plausíveis, por meio da razão, excluindo suas emoções e suas crenças religiosas, passou-se a obter respostas mais realistas que foram sendo aceitas pela sociedade. Esta forma de abordagem dos problemas originou o que chamamos hoje de conhecimento científico. No intuito deesboçar uma definição sobre o que vem a ser ciência decidi iniciar uma discussão que me fez chegar à conclusão que “ciência” é à busca de ordem através de paradigmas que possibilite conhecer como o mundo se comporta em busca de soluções, por meio da razão, de questões de enigmas que possam ser transformadas em conhecimentos que possibilite novas maneiras de sobrevivência do homem. 4 Alves, Adriano. O que é ciência, afinal? In: Arte e Ciência. Disponível em: < 5 Cf. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 96-114. ononononononoononononononononononon ononononoononononononononononononon onononononononononononononoonononon nonononononononoononononononononono nonononononoononononononononononono nononononononononononononononoonono noonononononononoononononononononon ononononononoononononononononononon onononononononononononononononoonon ? 20 21 6 FICHAMENTO 5 As fichas constituem valioso recurso de estudo de que se valem os pesquisadores para a realização de uma obra didática, científica e outras. Freqüentemente, há obstáculos a vencer no início da utilização das fichas como método de estudo e de redação. Uma dessas dificuldades é relativa ao dispêndio inicial de tempo, à metodologia de transcrição de texto, às anotações bibliográficas (autor, título da obra, local de publicação, editora, ano, página, etc.). Para quem não pratica ou não está acostumado a fazer fichamento, essa prática parece demorada, desgastante, inútil. No entanto, o pequeno trabalho inicial reverte-se em ganho de tempo futuro, quando precisar escrever sobre determinado assunto. Não se recomenda, porém, o armazenamento de assuntos pelos quais não se tem nenhum interesse. O fichário precisa ser funcional. 6.1 ESTRUTURA DA FICHA O cabeçalho engloba título genérico ou específico e letra indicativa da seqüência das fichas, se for utilizada mais de uma. As fichas compreendem cabeçalho, referências (bibliográficas), corpo da ficha e local onde se encontra a obra. As anotações que ocupam mais de uma ficha têm o cabeçalho da primeira ficha repetido. Para facilitar a realização do trabalho de redação e consulta ao arquivo, pode-se escrever no alto da ficha a especificação dela: ficha de comentário, ficha de resumo, ficha de citação direta. 6.2 CONFECÇÃO DA FICHA Todo o trabalho de fichamento é precedido por uma leitura atenta do texto, no nível da racionalidade e compreende: capacidade de analisar o texto, separar suas partes e examinar como se inter-relacionam e como o texto se relaciona com outros, e competência para resumir as idéias do texto. O primeiro nível desse tipo de leitura é denotativo, parafrástico. Cuida do vocabulário, das informações sobre o autor, do contexto socioeconômico, histórico e objetivo do texto. Atenta também para a teoria desenvolvida ou conceitos apresentados. Examina as idéias centrais, procurando identificar de que trata o texto. Procura também observar como se desenvolve o raciocínio do autor, quais suas teses e provas, enfim, verifica-se o encadeamento das idéias apresentadas. No segundo nível, o leitor interpreta os significados não transparentes: a leitura aqui é polissêmica. A pergunta a responder é: "O que o autor quis demonstrar?". Verifica-se a relação do texto com a realidade de seu tempo. Há originalidade nas idéias? O nível seguinte é o da crítica, que não será subjetiva, impressionista, do tipo gosto/não gosto. O autor atingiu os objetivos estabelecidos? É claro, coerente? O texto apresenta alguma contribuição para a comunidade científica? O passo final é o da problematização, em que se indagam sobre as possibilidades de aplicação do texto a outras situações, sobre contribuições para nova leitura do mundo. 6.2.1 Fichas de leitura Fichas nas quais se registram informações bibliográficas completas, anotações sobre tópicos da obra, citações diretas, juízos valorativos a respeito da obra, resumo do texto, comentários. Enquanto as fichas bibliográficas contêm apenas as informações bibliográficas, necessárias para a localização de um livro, as fichas de leitura contêm todas as informações sobre um livro ou artigo. 5 Cf. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 96-114. 22 6.2.2 Fichas de indicação bibliográfica A indicação de referências bibliográficas é feita segundo normas da ABNT (NBR 6023). Pode-se valer o pesquisador da ficha catalográfica, que consta das primeiras páginas de um livro, para a transcrição das referências, ou dos elementos constantes da folha de rosto. Periódicos apresentam indicações dos elementos identificadores na primeira página, ou na capa. 6.2.3 Ficha de resumo Resumo é um tipo de redação informativo-referencial que se ocupa de reduzir um texto a suas idéias principais. Em princípio, o resumo é uma paráfrase e pode-se dizer que dele não devem fazer parte comentários e que engloba duas fases: a compreensão do texto e a elaboração de um novo. A ficha de resumo ou de conteúdo apresenta uma síntese das idéias do autor. Saliente-se que não é um sumário ou índice das partes. Devem-se expor abreviadamente as idéias do autor. Não se faz uso de citações. 6.2.4 Ficha de transcrição A transcrição direta exige a colocação de aspas no início e no final do texto. Consiste na reprodução fiel de textos do autor citado. Se já houver no texto transcrito expressão "aspeada", tais aspas devem ser transformadas em aspas simples. Indica-se o número da página de onde foi transcrito o texto. Se houver erros de grafia ou gramaticais, copia-se como está no original e escreve-se entre colchetes [sic]. A supressão de palavras é indicada com três pontos entre parênteses. Supressões iniciais ou finais não precisam ser indicadas. A supressão de um ou mais parágrafos intermediários é indicada por uma linha pontilhada. Ao transcrever um texto é preciso rigor, observando aspas, itálicos, maiúsculas, pontuação, etc. Não se deve alterar o texto de nenhuma forma. 6.2.5 Ficha de comentário Devem-se analisar os aspectos quantitativos e depois os qualitativos, desta forma, podem-se acrescentar comentários sobre extensão do texto, sua constituição (ilustrações, exemplos, bibliografia, citações, etc.), conceitos abordados. Em aspectos qualitativos, recomenda-se que se atenha à análise e detecção da hipótese do autor, objetivo, motivo pelo qual escreveu o texto, as idéias que fundamentam o texto. Deve o comentarista verificar se a exemplificação é genérica ou específica, se a organização do texto é clara, lógica, consistente, e o tom utilizado na exposição é formal ou informal, se há pontos fortes e fracos na argumentação do autor, se a terminologia é precisa. E ainda dizer se a conclusão é convincente e quem será beneficiado pela leitura do texto. Finalmente, deve fazer uma avaliação da obra. 23 6.3 MODELO DE FICHAMENTO Assunto Referência de acordo com a NBR 6023 p. 13 p. 14-15 p. 16 Síntese do conteúdo, incluindo citações diretas e indiretas do original. A extensão e o grau de aprofundamento do fichamento irão depender do que se pretende em relação ao texto que está sendo fichado. Pode-se fazer, também, a síntese página a página, neste caso, colocando-se o númerodas páginas de onde se extraíram as informações na margem esquerda. Por exemplo. blablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablablablablablablablablabla bla"blablablablablablablablablablablablabla blablablablablablabla" blablablablablabla. blablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablablablablablablablablablablablabla"blablablablablablablablablablabla". blablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablablablablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla. blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla blablablablablablabla. Pode-se informar, também, o grau de importância do material para o trabalho que será feito, ou a que outros assuntos ou disciplinas ele poderá interessar. Pode-se informar, ainda, se esse mesmo assunto pode ser encontrado em outros materiais. É importante incluir a informação da localização do material: se pertence a alguma biblioteca, ou a algum colega. Caso seja de biblioteca, copiar o código de localização na estante. 24 6.4 EXEMPLO DE FICHAMENTO 6 6 Este exemplo é um fragmento do fichamento elaborado por uma aluna de Técnicas de Pesquisa, turma de 2010.1. A origem da paleontologia BRYSON, Bill. Ciência vermelha nos dentes e garras. In: ______. Breve história de quase tudo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 86-105. RESUMO p. 89 p. 94 p. 96 O descobrimento dos primeiros ossos de dinossauro da história provocaram grandes disputas e muita rivalidade; em muitos casos não houve ética e nem preocupação com trabalho alheio. “Em 1787, alguém em nova Jersey- encontrou um fêmur enorme progetando- se para fora de uma margem de rio em um local chamado Woodbury Creek. Acredita-se que tenha pertencido a um hadrossauro, grande dinossauro com bico de pato. Naquela época os dinossauros eram desconhecidos. O fato de o osso não despertar maior interesse é bem estranho, pois ele apareceu numa época em que os Estados Unidos vivem numa onda de entusiasmo em torno dos resquícios de animais grandes e antigos.” “[...] a liderança paleontológica havia passado para a Inglaterra. Em 1812, em Lyme Regis, na costa de Dorset, uma criança extraordinária Chamada Mary Anning- de onze [...]. [...] encontrou um estranho monstro marinho fossilizado [...] ictiossauro, incrustado nos penhascos íngremes e perigosos ao longo do canal da Mancha. Ela também encontraria o primeiro plesiossauro, outro mostro marinho [...]. Em 1853 Richard Owen era considerado astro da jovem ciência da paleontologia, aos 21anos foi contratado pelo colégio real de cirurgiões para ajudar a organizar sua coleções. Por sua capacidade de organização e dedução se destacou rapidamente. [comentários do autor] Este texto poderá interessar a estudantes de história, ou áreas ligadas a paleontologia, e até mesmo a pessoas que tenham interesse em histórias curiosas. [comentários do autor] Este texto foi disponibilizado em cópia (na xerox) pela professora. 25 7 CITAÇÃO 7 As regras de citação em documentos são determinadas pela NBR 10520 da ABNT e, de acordo com ela, citação é toda "menção no texto de uma informação colhida em outra fonte". Elas dão credibilidade ao texto e respaldam as idéias transmitidas pelo autor. Porém, é importantíssimo levar em consideração o contexto em relação ao texto original. Deve-se ter cuidado, ainda, para não truncar a idéia inicial do texto do qual se origina. A citação pode ser DIRETA, quando é feita a transcrição literal das palavras extraídas da outra fonte exatamente como elas se encontram, ou INDIRETA, quando se transmitem as idéias do outro utilizando nossas próprias palavras. Pode, ainda, variar conforme a sua extensão. Exemplo de citação INDIRETA 8 : A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação proposta por Authler-Reiriz (1982). Exemplo de citação DIRETA: “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia […]” (DERRIDA, 1967, p. 293). Em casos de citação DIRETA, caso esta ocupe ATÉ TRÊS LINHAS do texto, deve ser incluída, entre aspas duplas, dentro do próprio texto, com a mesma fonte e o mesmo tamanho. Caso a citação ultrapasse a quantidade de três linhas do texto, deve, então, vir separada deste, em parágrafo próprio, RECUADO da margem esquerda. Faz-se este recuo através da régua do Word, levando-a a 4cm da margem esquerda em direção ao centro. A fonte deve ser menor do que aquela utilizada no corpo do texto, com espaçamento simples e não deve se apresentar entre aspas. Caso se façam necessárias omissões, estas são indicadas através da utilização de reticências de três pontos dentro de colchetes. Por exemplo: A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem uso de televisão, telefone e computador. [...] Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181) Em casos de acréscimos, interpolações ou comentários, estes devem ser incluídos entre colchetes. E, em casos de destaques ou ênfase através do uso de recursos gráficos como negrito ou itálico, deve-se informar ao leitor que o grifo foi feito por arbítrio nosso e não do autor do texto transcrito, isso deve ser feito utilizando-se a expressão (grifo nosso) logo após o grifo na transcrição. Exemplo: A teleconferência [ou videoconferência] permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem uso de televisão, telefone e computador. Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio 7 Baseado em ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002. 7 p. e em LUBISCO, Nídia M. L.; VIEIRA, Sônia Chagas. Manual de estilo acadêmico: monografias, dissertações e teses. 2. ed. Salvador: EDUFBA, 2003. p. 58-65. 8 A maioria dos exemplos foram extraídos ou adaptados da própria ABNT. 26 pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão (grifo nosso). (NICHOLS, 1993, p. 181) Em caso de haver uma citação já aspada dentro do texto citado e que deve ganhar novas aspas, as primeiras aspas são transformadas em aspas simples. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação. Exemplo: “Apesar das ‘aparências’, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia […]” (DERRIDA, 1967, p. 293) Caso se faça uma citação em língua estrangeira, a tradução desta deve vir em nota de rodapé ou de fim, a depender das especificidades do sistema de referência. Também deve aparecer, entre parênteses,a expressão (tradução nossa). 7.1 SISTEMAS DE REFERÊNCIA (ou CHAMADA, de acordo com a NBR 10520) DAS CITAÇÕES Há duas formas de se referenciar as citações, o sistema autor-data e o sistema numérico (o qual não será explicado aqui). Uma das duas deve ser escolhida e utilizada ao longo de todo o texto. Atualmente, a tendência é recomendar o uso do sistema autor-data. 7.1.1 Sistema autor-data a) sobrenome do autor (ou pelo nome de cada entidade), entre parênteses, em maiúsculas, seguido de vírgula, e o ano de publicação. Ex. (MEDEIROS, 1999); (BRASIL, 1995) b) caso o nome do autor já conste da sentença em que será incluída a citação, ele possuirá apenas a letra inicial maiúscula, a data aparecerá entre parênteses, seguida de vírgula e a indicação do número da página, se for o caso. Ex. De acordo com Lakatos (2001, p. 137) “[...] todo o trabalho científico obedece a uma norma [...]”; c) quando são citadas obras diferentes de um mesmo autor, publicadas no mesmo ano, as referências devem diferenciá-las através de letras minúsculas, após a data, sem espacejamento. Ex. (LAKATOS, 2001a) ou (LAKATOS, 2001b) d) quando são citados autores com o sobrenome igual e cujas edições consultadas foram do mesmo ano, coloca-se, além do sobrenome, a inicial do nome do autor. Ex. (SILVA, C., 2005) e (SILVA, M., 2005) e) quando são citados autores com o sobrenome igual e com a inicial do nome também igual e cujas edições consultadas foram do mesmo ano, coloca-se, além do sobrenome, o primeiro nome do autor por extenso. Ex. (SILVA, Carlos, 2005) e (SILVA, Cláudio, 2005) f) caso se faça uma citação que já era uma citação no texto que se está lendo, ou seja, uma citação de segunda mão, deve-se colocar a referência do autor do texto que se está citando, seguida da expressão apud seguida da referência do texto que a havia citado primeiramente. Ex. (SILVA, 2003 apud SOUZA, 2006) g) quando a citação é direta, deve-se sempre indicar o número da(s) página(s) onde de onde o texto foi extraído. 27 h) As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, têm suas datas separadas por vírgula. Exemplo: (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995) (CRUZ, CORREA, COSTA, 1998, 1999, 2000) i) As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética. Exemplos: Ela polariza e encaminha, sob a forma de “demanda coletiva”, as necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997) Diversos autores salientam a importância do “acontecimento desencadeador” no início de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991) j) pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso de obra sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação direta, separados por vírgula e entre parênteses; No texto: “As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e transparentes de avaliação sistemática de suas atividades, levando em consta seus objetivos institucionais e seus compromissos para com a sociedade.” (ANTEPROJETO..., 1987, p. 55) Na lista de referências: ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates, Brasília, DF, n. 13, p. 51-60, jan. 1987. l) se o título começa por artigo (definido ou indefinido), ou monossílabo, este deve ser incluído na indicação da fonte; No texto: “Em Nova Londrina (PR), as crianças são levadas às lavouras a partir dos 5 anos.” (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 12) Na lista de referências: NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro, 16 jul. 1995. O País, p. 12 7.1.2 Sistema numérico a) o nome do autor é citado dentro do texto, apenas com as iniciais maiúsculas, seguido do número indicativo da nota que conterá a referência completa. Esta nota poderá ficar no rodapé da página ou ao final do texto. Neste caso a lista de referências deverá ser organizada na ordem em que as citações aparecem no texto; b) o número indicativo da nota poderá vir de dois modos, ou sobrescrito ou entre parênteses. Ex."Num relatório de pesquisa, pode-se ter citações literais [...] ou livres [...]". 9 "Num relatório de pesquisa, pode-se ter citações literais [...] ou livres [...]".(3) 9 LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A Construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999. p. 263. (3) LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A Construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999. p. 263. 28 c) caso se faça uma citação de um mesmo autor, na mesma página em que aparece a citação anterior, pode-se utilizar na referência algumas abreviaturas. Ex. “[...] as notas fornecem a referência bibliográfica da citação [...]”.10 d) caso se faça uma citação de segunda mão, para o sistema numérico, deve-se colocar a referência completa de cada uma das obras, ligadas pela expressão apud. Ex. SILVA, Carlos. O trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Antoniela, 2003. Apud SOUZA, Joaquim. O método científico. Rio de Janeiro: DXL, 2006. p. 37. Obs.: Atualmente, não se recomenda a utilização das referências de citação em sistema numérico. Recomenda-se a utilização do sistema autor-data. 7.2 EXPRESSÕES LATINAS UTILIZADAS EM REFERENCIAÇÕES DE TEXTOS CIENTÍFICOS 7.2.1 Algumas expressões latinas devem ser usadas em citações (Não são utilizadas em destaque, ou seja, em negrito ou itálico ou travessões, mas na mesma fonte e tamanho do texto) apud – utilizada para citações de segunda mão; c.f. – confira, confronte; e.g. – exempli gratia, por exemplo; i.e. – id est, isto é; inf. – infra, citado ou mencionado abaixo; supra – citado ou mencionado acima; sic – tal qual, assim mesmo; vs. – versus, em oposição a. 7.2.2 Outras são utilizadas em caso de referência feita em sistema numérico et seq. ou sequentia – e seguintes; ibidem ou ibid. – na mesma obra; idem ou id. – do mesmo autor; loc. cit. ou loco citato – no local antes citado; op. cit. ou opus citatum ou opera citatum – obra citada (obs.: esta expressão só pode ser usada na mesma página onde se encontra a citação a qual se refere); passim – aqui e ali, em diversas páginas ao longo do texto. Acompanhando qualquer citação, seja ela direta ou indireta, longa ou curta, deve vir a referência da fonte, de acordo com a norma. Utilizar as palavras ou idéias de um autor sem referenciá- lo é plágio, o que constitui um crime, e denota falta de ética. 7.3 EXERCÍCIO SOBRE CITAÇÃO EM DOCUMENTO (NBR 10520) De acordo com o que foi visto em aula e com a NBR 10520, responda as seguintes questões: 1) Quais sistemas de chamadas (ou referências) podem ser usados para referenciar textos citados em trabalhos acadêmicos brasileiros? 2) Em que consiste o sistema autor-data? 3) Qual a diferença entre notas de referência e notas explicativas? (Onde você explicou isso?) 4) Caso se opte pelo sistema de citação em notas, deverá haver uma lista de referências ao final do trabalho? 5) É possível utilizar em um único trabalho ambos os sistemas de referência? 6) No sistema numérico, onde devem aparecer as referências das citações? 10 Ibid., loc. cit. 297) Caso se opte pelo sistema autor-data, como devemos proceder em relação a: a) quando o nome do autor não aparece na minha sentença, ou seja, apenas citei o trecho de sua obra, sem ter ainda dito o seu nome, esta indicação deve aparecer de que maneira? b) quando o nome do autor fizer parte da minha sentença, devo repeti-lo outra vez dentro dos parênteses? c) é obrigatória a utilização do número de página de onde foi extraída a citação? d) caso eu esteja citando duas obras de um mesmo autor publicadas em um mesmo ano, como farei para diferenciar uma da outra? e) caso eu esteja citando dois autores diferentes que publicaram obras em um mesmo ano, e estes dois autores possuem o mesmo sobre nome. Como devo fazer para diferenciá-los? f) e caso eles tenham o mesmo sobrenome, e o mesmo nome além de terem publicado no mesmo ano. O que devo fazer? g) caso eu cite um trabalho que não apresenta indicação de autoria, como indicarei através do sistema autor-data? 8) Como devem ser indicadas supressões de palavras do trecho que estou citando? 9) Como devem ser indicados acréscimos de palavras em um trecho que estou citando? 10) O que significam as seguintes expressões em latim e quando cada uma delas deve ser utilizadas? a) apud: b) cf.: c) e.g.: d) i.e. e) sic: f) ibid.: g) id.: h) loc. cit.: i) op. cit.: j) et al.: k) S.l.: l) s.n.: m) ca.: 11) Como devem ser formatadas as citações diretas que ocupem mais de três linhas do texto? 12) Como devem ser formatadas as citações diretas que ocupem até três linhas do texto? 30 8 REFERÊNCIAS 11 REFERÊNCIAS é o nome dado ao conjunto de elementos que indicam os documentos utilizados, citados ou apenas consultados na elaboração de trabalhos acadêmicos. De cada um desses documentos se devem indicar os elementos essenciais – autoria, título, local de publicação, tipo de documento, data, página, etc. – da forma mais completa possível, permitindo, desta maneira, que aquele que leia o trabalho consiga chegar até as fontes originais. De acordo com a ABNT, estas referências devem constituir uma lista única, incluindo tudo (tudo o que, o material, as fontes?) (o que foi citado ou não) que o autor considerou importante para a elaboração do trabalho. Conforme lembram Lubisco e Vieira esta lista "não deve ser denominada de Bibliografia, nem confundida com ela, pois esta constitui uma publicação onde se encontra registrada a literatura produzida sobre determinado tema, num determinado país ou em âmbito mundial". (2003, p. 51) A forma e a disposição destas referências são regidas pela NBR 6023 de 2002, da ABNT, que indica que todas as referências estejam alinhadas apenas pela margem esquerda, dispostas em ordem alfabética pelo primeiro elemento e em espacejamento simples (podendo vir numeradas ou não) ou na ordem de aparecimento no texto, separadas entre si por espaço duplo. Nos casos em que aparecem em ordem alfabética, as referências que possuam o(s) mesmo(s) autor(es), o(s) nome(s) deste(s) pode(m) ser substituído(s) a partir da segunda vez por um traço de seis toques seguido de um ponto (cada um). (Dificulta a ordenação alfabética) 8.1 ABREVIATURAS As abreviaturas dos meses do ano obedecem à seguinte regra: abrevia-se o nome do mês até a terceira letra, com exceção do mês de maio, que deve ser grafado por inteiro. Ex. jun.; ago.; maio página: p. folha: f. número: n. volume: v. Sem local: S.l. sem nome: s.n. c.a: cerca edição: ed. editor: Ed. organizador: Org. coordenador: Coord. revisada: rev. ampliada: ampl. aumentada: aum. Obs.: estas expressões não vão para o plural. em casos de tradução, o termo vem por inteiro, seguido do nome do tradutor. Ex.: Tradução de Luis Souza. 11 Adaptado de LUBISCO, Nídia M. L.; VIEIRA, Sônia Chagas. Manual de estilo acadêmico. 2. ed. Salvador: UFBA; UNIFACS, 2002 e ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24 p. 31 8.2 ALGUNS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE REFERÊNCIA Livro com um único autor, em primeira edição: SILVA, Antônio da. Mercado de trabalho: um desafio para o futuro. Salvador: Bom Tempo, 1998. 362 p. Livro com até três autores: CUNHA, Manuel da; PEREIRA, Antônio; MALTA, Carlos. Assim se faz um projeto: auxílio aos principiantes. 7. ed. Belo Horizonte: Lux, 1970. 251 p. Capítulo de livro com organizador: DANTAS, Manuel. Os jornais do interior. In: SILVA, José da (Org.). Comunicação e sociedade. 3. ed. São Paulo: Avante, 1973. p. 121-136. Artigo, com mais de três autores, publicado em periódico: MACHADO, Pedro Antônio et al. Seriedade na profissão. Itatiaia, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 12-16, jun. 2001. Artigo publicado em periódico sem indicação de autoria: O FUTURO nos espera. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 ago. 2002. Caderno Emprego, p. 27. Texto publicado em anais de congresso: SANTANA, Alexandre dos Santos. Multimeios e comunicação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 24., 2000. Porto Alegre, Anais... Porto Alegre: PUCRS, 2002. p. 32-37. Dissertação de mestrado: SILVA, Maria Antonieta Souza e. Relações Públicas: um estudo de caso na cidade de Salvador. 2002. 2v. 165f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Faculdade de Comunicação Social, Universidade Salvador, Salvador. Texto extraído de página disponível na Internet: LOUREIRO, Antônio. Propaganda e preconceito. Disponível em: <http://www.publicidadeetnica.com.br>. Acesso em: 23 maio 2002. Entrevista registrada em fita K-7: CHAVES, Marcos: depoimento [02 jul. 2002]. Entrevistadora: Maria Souza. Salvador: UFBA/Faculdade de Comunicação. 1 fita cassete (45 min), 3 3/4 pps, estéreo. 8.3 DATA (ELEMENTO OBRIGATÓRIO) A data é um elemento obrigatório, portanto não pode ser substituído pela abreviatura [s.d.]. Deve-se inferir pelos elementos presentes, ou por informações externas. Desta forma, deve-se indicar a data dentro de colchetes, visto que ela será, nestes casos, uma inferência. [1971 ou 1972]: um ano ou outro [1969?]: data provável [1973]: data certa não indicada no item [entre 1906 e 1912]: use intervalos menores de 20 anos [ca. 1960]: data aproximada 32 [197-]: década certa [197-?]: década provável [18--]: século certo [18--?]: século provável 8.4 SISTEMA AUTOR-DATA Neste sistema, sugere-se uma adaptação da norma (NBR 6023:2003), colocando-se a data, entre parênteses, logo após a indicação de autor. Ex.: SOUZA, Dantas (2002). Somos todos iguais. 3.ed. Rio de Janeiro: Áter. 8.5 EXERCÍCIO De acordo com o que foi visto em aula e com a NBR 6023, coloques os elementos indicados a seguir na ordem correta: Autor: José Sousa dos Santos Júnior Título: Como fazer ciência em Humanidades Subtítulo: Um estudo de caso Local de publicação: Rio de Janeiro Editora: Editora Santana Ltda. Edição: 4ª edição Ano de publicação: provavelmente 1997 Número total de páginas: 151 __________________________________________________________________ Organizadores: Antônio Silvério – Cláudio Rios de Silva – José Santana de Mattos Netto & Luiz Filipe da Soledade Título: Entre a Ciência e a Religião Local de publicação: São Paulo Editora: Santana Cia. Ltda. Edição: 1ª edição Ano de publicação: 1999 Número total de páginas: 287 Páginas consultadas e citadas: da 09 a 22 __________________________________________________________________Organizador do livro: Luiz André dos Santos Neto Título do capítulo: Metodologia ou método? Autor do capítulo: Luiz André dos Santos Neto Edição: 9ª Editora: Andaluzia Título do livro: Dúvidas sobre a construção do conhecimento científico Data: provavelmente década de 1960 páginas do capítulo: 102 a 130 __________________________________________________________________ Endereço do site: http://www.zemileza.com.br Data do acesso: 5 de setembro de 2011 Título do artigo: Estudos literários Subtítulo: Uma Introdução __________________________________________________________________ Autor: Alouísio Alves de Souza e Josué Lordelo Título: Crise Imobiliária Americana Subtítulo: Causas e Efeitos Local de publicação: Rio Grande Estado de Publicação: Rio Grande do Norte. Edição: 1ª edição 33 9 SEMINÁRIO (TÉCNICA DE ESTUDO) 9.1 INCLUI Pesquisa. Discussão. Debate. 9.2 ENVOLVE Capacidade de pesquisa. Análise sistemática de fatos. Raciocínio. Reflexão. 9.3 POSSIBILITA Elaboração clara e objetiva de trabalhos científicos. 9.4 FONTES QUE ORIGINAM UM ASSUNTO PARA O SEMINÁRIO São as mais variadas temas constantes de um programa disciplinar que necessitam de conhecimento mais aprofundado; temas complementares a um programa disciplinar; temas novos, divulgados em periódicos especializados, referentes à disciplina em questão; temas atuais, de interesse geral, com idéias renovadoras; temas específicos, atualizados, adequados a um programa de seminário. 9.5 COMPONENTES Individual ou em grupos (entre 5 e 12 participantes) Coordenador: geralmente o professor. Propõe os temas a serem estudados, indica bibliografia inicial, estabelece uma agenda de trabalhos e fixa a duração das sessões. Geralmente preside e coordena a apresentação dos seminários. Pode introduzir o assunto geral do qual irão derivar os subtemas. Ao final dos debates, sintetiza as conclusões globais, faz uma apreciação geral dos resultados, complementando alguns itens. Organizador: marca reuniões prévias, coordena as pesquisas e o material, designa os trabalhos de cada componente. Relator(es): expõe os resultados dos estudos. Essas tarefas podem ser realizadas por todo o grupo. Secretário: designado para anotar as conclusões parciais e finais do seminário, após os debates. Pode ser substituído pelo organizador. Comentador: pode ser um só ou um grupo. Responsável pelo aprofundamento crítico do trabalho. Deve estudar com antecedência o tema a ser apresentado para fazer críticas adequadas à exposição, antes da discussão e debate dos demais participantes da classe. Debatedores: todos os alunos da classe. Depois da exposição e da crítica do comentador (se houver), devem participar fazendo perguntas, pedindo esclarecimentos, colocando objeções, reforçando argumentos ou dando alguma contribuição. 9.6 ETAPAS O coordenar propõe determinado estudo, indica bibliografia, forma os grupos de seminário, escolhe o comentador e o secretário; 34 o grupo escolhe o organizador e o(s) relator(es), divide as tarefas, inicia o trabalho de pesquisa. Depois reúnem-se (diversas vezes) para discutir o material coletado, confrontar os pontos de vista, formular conclusões e organizar os dados disponíveis; pronto o seminário, a classe se reúne; os relatores apresentam os resultados dos estudos; o comentador, após a exposição, intervém com objeções, subsídios e críticas; a classe participa das discussões e debates, fazendo indagações, reforçando ou refutando afirmações; ao final, o coordenador faz uma síntese e encaminha para as conclusões finais. 9.7 FASES DE PREPARAÇÃO DO MATERIAL determinação do tema divisão do tema em tópicos análise do material coletado síntese das idéias, resumo das contribuições 9.8 A EXPOSIÇÃO Deve ser composta de: introdução desenvolvimento conclusão referências 35 10 RESUMO Tipo de redação informativo-referencial que se ocupa de reduzir um texto a suas idéias principais, é uma paráfrase, não deve conter comentários, engloba duas fases: a compreensão do texto e a elaboração de um novo. É uma apresentação sistemática e seletiva das idéias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação das mesmas, deve apresentar as idéias principais do autor. Para se elaborar um bom resumo é necessário passar por duas etapas de compreensão das idéias: análise do texto e checagem das informações colhidas com aquilo que já se conhece; deriva de dois métodos distintos: o analítico (resumo parágrafo a parágrafo que deve refletir a idéia do texto principal) e o comparativo (enfoca a estrutura geral do texto; pressupõe o conhecimento prévio das informações contidas no texto). O resumo, assim como os demais textos científicos, tem sua estrutura e formato regidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, e a norma específica que trata dele é a NBR 6028. De acordo com ela, um resumo é a "apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto". 10.1 FUNÇÃO Toda comunicação científica possui utilidade clara e específica, assim a do resumo é: abreviar o tempo dos pesquisadores; difundir informações de tal modo que possam influenciar e estimular a consulta do texto completo. 10.2 ESTRUTURA Em sua elaboração devem-se destacar, quanto ao conteúdo: o assunto do texto; o objetivo do texto; a articulação das idéias; as conclusões do autor do texto. 10.3 DICAS PARA REDAÇÃO Para redação de um bom resumo é necessário que se atente para os seguintes pontos: utilizar linguagem objetiva; evitar repetições de frases inteiras do original; respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados; não apresentar juízo de valor; ser compreensível por si mesmo (dispensar a consulta ao original). Um resumo pode: apresentar um sumário de idéias do autor; narrar as idéias mais significativas; condensar o conteúdo. Para isso é preciso realizar alguns procedimentos: descobrir o plano da obra a ser resumida; responder duas perguntas: o que o autor pretende demonstrar?; de que trata o texto?; ater-se às idéias principais do texto e a sua articulação; 36 distinguir as diferentes partes do texto; identificar palavras-chave. 10.4 TIPOS Existem vários tipos de resumo, cada qual com objetivo e características próprias. O resumo que precede as publicações científicas é o chamado resumo indicativo, também conhecido como descritivo. Ele apresenta um sumário narrativo, não apresenta dados qualitativos e quantitativos, não dispensa a leitura do original e se refere apenas às partes mais importantes do texto. Todo resumo deve salientar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho. (Essa observação cabe melhor quando se discorre sobre a estrutura do resumo) Quanto ao estilo, aconselha-se que um resumo seja elaborado com frases concisas, evitando enumerar tópicos. A primeira frase deve explicar o assunto, em seguida indica-se de que trata o texto (um estudo de caso, a análise de uma situação). De acordo com Lubisco e Vieira (2003, p. 40), um o resumo deve: [...] ser redigido na terceira pessoa do singular, com verbo na voz ativa, em frases correntes, sem enumeração de tópicos [...]. A frase de abertura deve explicitar o tema do trabalho e ser seguida da indicação de sua categoria (memória, estudo de caso etc.). Deve ser evitado o uso de frases
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