Conceitos 01A Teoria da Contabilidade

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TEORIA DA CONTABILIDADE 
CONCEITOS Nº 01-A 
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 Não é possível entender o presente sem saber o que ocorreu no 
passado e quais as diferentes etapas do caminho percorrido! 
 Para saber quem somos, é preciso conhecer a história de nossos 
antepassados! 
 
“ESSE NEGÓCIO DE 
CONTABILIDADE É MUITO 
CHATO” 
“DÉBITO E CRÉDITO É 
MUITO COMPLICADO. SAÍ 
DA FACULDADE SEM 
ENTENDER ISTO” 
“ESSES CARAS DA 
CONTABILIDADE SÃO MUITO 
ESTRANHOS. PRÁ ELES É 
TUDO NÚMERO” 
 
“MEU (MINHA) FILHO(A) SE 
GRADUOU/FORMOU EM 
CONTABILIDADE. AGORA 
VAI FAZER O I. DE RENDA 
DA FAMÍLIA TODA E 
GANHAR MUITO 
DINHEIRO” 
 
“DIRETOR FINANCEIRO, 
CONTROLLER, AUDITOR; 
PREFERIA QUE ELE (ELA) 
FOSSE MÉDICO(A) OU 
ADVOGADO(A)....” 
NÚMERO” 
 
“O INVENTOR DA 
CONTABILIDADE FOI UM 
TAL DE PADRE LUIZ 
FACIOLI” 
RENDA DA FAMÍLIA TODA E 
GANHAR MUITO 
DINHEIRO” 
 
“CHEGOU O FISCAL DO 
IMPOSTO, CHAMA O 
CONTADOR” 
“DEU PREJUÍZO? É CULPA 
DO CONTADOR” 
 
CONTABILIDADE – OPINIÕES ???? 
 
“COLOQUE-ME UMA SITUAÇÃO EM QUE EU TENHA QUE 
CALCULAR E ENCONTRAR UM RESULTADO, MAS NÃO ME 
PONHA A LER TEXTOS OU EXPOR IDÉIAS E PENSAMENTOS” 
PREFIRO QUESTÕES PRÁTICAS A DEBATES FILOSÓFICOS 
 
Mas….., apesar de todas essas opiniões.... 
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 Um sistema simples de registro e análise não falta, nem mesmo na mais rudimentar das organizações. 
 Em algumas organizações podem faltar o economista, o engenheiro ou o técnico em administração, 
mas certamente não faltará o Técnico em Contabilidade. Isto caracteriza a essencialidade da função 
contábil. 
 O contador é o primeiro analista das informações produzidas pelo sistema por ele montado e um dos 
auxiliares mais importantes dentro da entidade. 
 
 
 
 Não há registros precisos e confiáveis da 
data e do autor da criação do 
mecanismo contábil do débito e crédito, 
que representa a base da Ciência 
Contábil. 
 Até hoje não se conseguiu identificar o 
autor das “partidas dobradas”, embora 
existam antiquíssimos documentos que 
autorizam a crer que o processo tenha 
nascido no Oriente. 
 A contabilidade é tão antiga quanto o 
homem que conta e que é capaz de 
simbolizar os objetos e seres do mundo por 
meio da escrita, que nas línguas primitivas 
tomava, em muitos casos, feição pictórica. 
 Alguns historiadores fazem remontar os 
primeiros sinais objetivos da existência de 
contas (contábeis) a 4.000 A.C, entretanto, 
antes disso, o homem primitivo, ao 
inventariar o número de instrumentos de 
caça e pesca disponíveis, ao contar seus 
rebanhos, ao contar suas ânforas de 
bebidas, já estava praticando uma forma 
rudimentar de Contabilidade, o 
inventário físico (IUDÍCIBUS, 1997) 
 Há mais de sete séculos, pois, adota-se um 
critério que se tornou insuperável e cuja 
natureza é de evidenciar “Causa” e “Efeito” 
de um ou mais fenômenos patrimoniais. 
 Admite-se que foram os sumérios-
babilônios os autores do sistema de 
“débito” e “crédito”, baseado na 
identificação mental do que “é meu” e “é 
seu”. 
 As contas, como instrumentos de registros, 
já haviam nascido como primeiras 
manifestações inteligentes do homem, 
mesmo antes que esse tivesse inventado a 
escrita ou soubesse calcular. 
 O processo de “colunas”, “duplo”, surgido 
há milênios, todavia, só se completaria na 
forma como ainda hoje utilizamos, na alta 
Idade Média, segundo tudo leva a crer, na 
Itália. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CONTABILIDADE É IMPORTANTE? 
QUEM INVENTOU A CONTABILIDADE? 
 
A Contabilidade nasceu com a civilização 
e jamais deixará de existir em decorrência 
dela; talvez, por isso, seus progressos 
quase sempre tenham coincidido com 
aqueles que caracterizaram os da própria 
evolução do ser humano (LOPES DE 
SÁ, 1997). 
 
Desde que o homem se preocupou com 
o amanhã, preocupou-se, também, em 
“fazer contas”, mas, em verdade, nem 
sempre soube, racionalmente, o que 
fazer com as informações que guardou 
(LOPES DE SÁ, 1997, apud MELIS).. 
 
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 As provas de tais origens remotas, provenientes do Paleolítico Superior, existem em várias partes 
do mundo, inclusive e fartamente no Brasil. 
 Em Minas Gerais, às inscrições nas grutas de Montalvânia, foram objeto de um trabalho 
apresentado na Itália em homenagem aos 450 anos da Universidade de Messina, em Convenção 
Internacional de História da Contabilidade realizado em Taormina, na Sicília. 
 
 
 
 
 O desenvolvimento da Contabilidade está 
intimamente relacionado ao grau de 
desenvolvimento econômico da 
humanidade. 
 Nos primórdios, o comércio era limitado a 
trocas locais, nas quais a moeda não era 
necessariamente o principal elemento. Os 
produtos e serviços eram gerados 
localmente, em pequenos empreendimentos 
familiares e seus excedentes eram trocados 
por outros excedentes de outras famílias ou 
pequenas corporações. 
 Segundo Santos (2008), para Schmandt-
Besserat (1992), praticava-se na antiga 
Suméria um tipo de partida dobrada (base 
da técnica contábil) já em 3.200 A.C; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Por volta dos anos 400 D.C, os impérios 
clássicos da Eurásia (Europa e Ásia) tinham 
sido abalados, e estavam em crise, por uma 
série de invasões, iniciadas ao norte da 
China, no século I. 
 Essas invasões dos nômades da Ásia 
Central tiveram como consequência o 
retrocesso da civilização do Mediterrâneo à 
China, no início da Idade Média, segundo 
Santos (2008): 
 A Europa, principalmente, permaneceu 
atrasada. Foi um período de formação em 
que as sociedades primitivas fundiram-se 
em monarquias feudais. 
 A contabilidade, assim como todo ramo do 
conhecimento, avança com o 
desenvolvimento da cultura humana, sendo 
que nesse período não houve qualquer 
evolução expressiva da contabilidade. 
 Na história da Idade Média, para conter a 
ascensão do Islamismo, a partir de Maomé, 
ou Muhammad ou Mohamed (570-632), os 
cristãos do ocidente criaram as cruzadas 
medievais, para expulsar os seguidores do 
islamismo da Terra Santa. 
 Esta “Guerra Santa” arrasou os Estados 
cristãos do Oriente, porém contribuiu para 
dar força para que as atividades comerciais 
de cidades da costa da Itália se 
desenvolvessem. 
 
 
CONTABILIDADE NO BRASIL ANTES DA DESCOBERTA 
A CONTABILIDADE ATRELADA AO DESENVOLVIMENTO 
DO OCIDENTE ATÉ O SÉCULO XV 
Fica evidente que as transações comerciais 
eram representadas por transferências de 
fichas de barro, refletindo a entrada ou 
saída física de ativos. 
Por exemplo: a transferência de um 
carneiro de um pastor para outro 
representava a transferência de uma ficha 
de barro de um envelope para outro. 
Portanto, a entrada de uma ficha 
(representando um carneiro) dentro de um 
envelope (este envelope representando um 
pasto “X” ou curral) correspondia a um 
crédito na conta carneiro, contra um 
débito na conta pastor “X”.(SANTOS, 
2008).... 
 
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 Dentre essas cidades, Veneza tornou-se o 
centro comercial do Mediterrâneo à Rússia 
meridional, e Florença aparece como um 
grande centro industrial. 
 O fim do século X marca o período de 
recuperação da Europa, com o término das 
invasões mouras e sarracenas, e a abertura 
de novas terras para a agricultura. Os 
excedentes agrícolas estimulam o comércio 
e o aparecimento de cidades, mercados e 
feiras. 
 O comércio em grandes quantidades requer 
um controle mais apurado e, a 
contabilidade começa a despontar como 
instrumento para gerenciamento de 
negócios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Não existem registros precisos quanto a data de surgimento da moeda. 
 
 
 
 
 
 Para Santos (2008), os egípcios deram 
grande passo no desenvolvimento da 
contabilidade ao escriturarem as contas, 
tendo como base de valor sua moeda, o 
shat de outro e prata que, entretanto, eram 
de uso restrito de sua civilização. 
 Na época da troca pura e simples de 
mercadorias, os negociantes anotavam as 
obrigações e os bens perante terceiros, 
porém, obviamente, tratava-se de um mero 
elenco de inventário físico, sem avaliação 
patrimonial. 
 O grau de desenvolvimento das teorias 
contábeis e de suas práticas está 
diretamente relacionado, na maioria das 
vezes, ao grau de desenvolvimento 
comercial, social e institucional das 
sociedades, cidades ou nações. 
 O século XIII marca o fim da 
Contabilidade Antiga e início da 
Moderna, e o livro Liber Abaci, de 
Leonardo Fibonacci, de 1202, como 
mencionado a seguir, é o marco dessa 
era. 
 A primeira cunhagem de moeda de ouro na 
Europa ocorreu em Florença, em 1252, o 
que deu origem ao surgimento de vários 
sucessos comerciais e de negócios ligados a 
bancos. Florença torna-se o maior centro 
comercial da Europa, e surgem grandes 
sociedades familiares. 
 Para a contabilidade, em todos os tempos, 
a mais importante função da moeda é de 
mensurar – o mais adequadamente possível 
– o patrimônio das entidades (pessoas 
físicas e jurídicas), portanto, a moeda 
comum é uma das bases do 
desenvolvimento do pensamento contábil, e 
que veio gerar um dos princípios 
fundamentais da contabilidade, o 
denominador comum monetário. 
A MOEDA COMO ELEMENTO DE TROCA E OS 
NÚMEROS ARÁBICOS 
A sofisticação das relações econômicas 
Os historiadores possuem opinião difusa de que a primeira confecção de moeda tenha sido 
em Egina, pequena ilha no golfo de Atenas, em 869 A.C, e de que foi feita de prata. No 
entanto, as primeiras moedas que tiveram sua criação historicamente comprovada foram as 
de Lidia (na Ásia Menor), em 650 A.C, e na Grécia, em 600 A.C. 
 
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 O fluxo de dinheiro, gerado pelo 
crescimento dos mercadores 
consumidores, passam a requerer a 
necessidade de controle do caixa. 
 Para Santos (2008), a Contabilidade 
Moderna, a partir do século XIII, pode ser 
vista como resultado de uma mudança 
social e econômica vivida por cidades do 
norte da Itália. 
 Apesar da recuperação da Europa, a partir 
do século X, e até o século XV, a técnica 
contábil foi utilizada para negócios locais e 
pequenos empreendimentos, as grandes 
cidades eram poucas e bastante precárias a 
comunicação e inter-relação entre os 
agentes econômicos. 
 A partir do século XV, as cidades italianas 
começaram a decair tanto politicamente 
quanto como centros de comércio. 
 A contabilidade, como resposta, 
desenvolve mais sofisticados sistemas de 
controle de negócios, especialmente os 
referentes às participações sociais para que 
os registros das responsabilidades e 
montantes fossem convenientemente 
guardados. 
 Outro grande impulso e facilitador do 
desenvolvimento da contabilidade foram 
os algarismos indo-arábicos, ou 
simplesmente arábicos, e a noção do 
algarismo zero. 
 É bastante “estranho”, para os dias de hoje, 
imaginar-se registros contábeis em 
algarismos romanos. 
 Embora mencionados por Leonardo 
Fibonacci, no seu, já mencionado, livro 
Liber Abaci, de 1202, os números 
arábicos não foram adotados 
inicialmente, e somente no século XIV 
seu uso passou a ser generalizado. 
 Com os “Descobrimentos” e a “Revolução 
Comercial”, os centros comerciais 
deslocaram-se para Espanha e Portugal, e, 
posteriormente, para Antuérpia e Países 
Baixos, e o sistema contábil de partidas 
dobradas se espalhou para esses países. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tão logo o conceito de patrimônio se 
formou, para exprimir algo amealhado no 
intuito de suprir as necessidades humanas, 
parece ter sido imposto à razão do homem 
o controle pela memória dos fatos, esta 
oferecida pela “conta” (que reúne qualidade 
e quantidade das coisas). 
 A conta, pois, associa-se a “coisas 
amealhadas” expressas qualitativa e 
quantitativamente por símbolos, estes 
substituindo a “memória” por um “registro 
organizado”. 
 
Em 1492, apenas dois anos antes do 
aparecimento do livro de Pacioli, 
Cristóvão Colombo navegou para oeste 
num galeão espanhol, o sucessor das 
caravelas. 
É bom notar que Colombo havia nascido 
em Gênova, a localização dos mais 
antigos registros contábeis E, menos 
surpreendentemente ainda, ele foi 
acompanhado por um auditor nomeado 
pela corte espanhola para “fiscalizar as 
tapeações de Colombo quando 
começasse a calcular o custo do ouro e 
das especiarias que acumulasse 
(HENDRIKSEN, 1999)”. 
 
O SURGIMENTO DA PARTIDA DOBRADA 
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 A evolução para o débito e o crédito, 
todavia, tal como a reunião 
sistematizada de fatos, só mais tarde, em 
estágio bem mais evoluído, o homem 
criaria, quando também começou a dedicar-
se a imaginar os números abstratos (na 
Suméria, pelos contadores, admite-se há 
cerca de 6.000 anos). 
 O mais antigo documento que se conhece, 
por “Partidas Simples”, tendendo a ser 
admitido como uma base evolutiva para a 
partida dobrada é um fragmento de um 
livro de banqueiros florentinos que 
operavam em Bolonha, na Itália, de 
1211 (encontra-se na Biblioteca “Mediceo-
Laurenziana” de Florença). 
 Nessa fase, já se separava o “Deve” e o 
“Haver” com destaque, em colunas, 
distintas, de “cima” e “de baixo” (seções ou 
parte sobrepostas), em linhas horizontais, 
com barras. 
 Tais registros ocorrem em uma época de 
expansão das atividades bancárias 
florentinas (que fariam de Florença, com os 
Medicis, o grande poder financeiro da Itália 
e um dos maiores da Europa, na Idade 
Média), na qual o uso dos registros 
contábeis começou a dar margem a uma 
tendência natural de aperfeiçoamentos. 
 Por força das exigências da época (que se 
atribui à forte influência do clero), a escrita 
era feita com o uso de números romanos, 
o que criava um obstáculo sério aos 
cálculos e às apurações. 
 Em 1202, o emérito contador e 
matemático Leonardo Fibonacci, de Pisa, 
escreveu um livro denominado “Liber 
Abacci”, no qual evidenciou a vantagem 
prática da escrita por “números 
arábicos” (estes que os árabes haviam feito 
famosos pela difusão, mas que foram 
criados na Índia e não pelos árabes). 
 Esse é um outrofator que se admite como 
tendo militado em favor da “evolução” da 
escrita por “Partidas Simples” para uma 
escrita por “Partidas Dobradas”. 
 Como a época inspirava evolução (pelo 
maior volume das operações e pela 
segmentação delas), como os números 
arábicos facilitavam o desempenho, 
acredita-se (é, apenas hipótese) que tais 
ocorrências tenham influído no 
aparecimento, ainda no século XIII, das 
“duplas inscrições”. 
 Na ocasião, proliferava a quantidade de 
livros abertos para diversas finalidades, 
denominados pela “cor das capas”: livro 
amarelo, livro negro, livro vermelho, tão 
como por importância (livro secreto, livro 
da herança, etc.). 
 
 
 
 
 
 O patrimônio é o objeto principal da 
Ciência Contábil, porém outras ciências, 
com diferentes enfoques, também estudam 
o mesmo objeto, como a Administração, o 
Direito e a Economia. 
 Segundo SILVA (2004), a contabilidade, 
ou a ciência contábil, não deveria ter 
status de ciência, pois é meramente uma 
técnica. 
 Efetivamente, para alguns autores de outras 
áreas, como as mencionadas acima, a 
contabilidade é apenas um meio pelo qual 
seus objetivos (das ciências da 
Administração, do Direito e da Economia) 
são perseguidos e atingidos, portanto, é, 
exclusivamente, uma técnica e não ciência, 
e, portanto, não seria nem social, nem 
aplicada. 
 
A CONTABILIDADE É APENAS MATEMÁTICA? 
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 O mecanismo contábil – débito e crédito, 
partidas dobradas - em sua infância na 
Itália, começou a ser difundido nos livros 
de matemática, cálculo e técnicas 
comerciais. 
 Historicamente, portanto, a 
contabilidade esteve sempre ligada a 
matemática – uma ciência exata - e, em 
função disto, foi confundida, durante muito 
tempo, como um ramo desta ciência. 
 O uso da matemática, difundido entre as 
ciências como método científico, a partir 
do século XVII por Descartes, Kant e 
outros, para dar credibilidade àqueles 
resultados que podem ser expressos com 
números e utilizam a lógica matemática 
para processar suas verificações e 
previsões, contribuiu para fazer com que a 
técnica contábil, a partir do final século 
XVIII e início do XIX, começasse a ser 
considerada um ciência social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nos dias atuais, no Brasil, embora esta 
noção esteja menos arraigada, ela ainda 
prevalece para grande número de leigos 
em Contabilidade. 
 A contabilidade efetivamente se utiliza da 
matemática, assim como da estatística, 
como ferramentas para consecução de seus 
objetivos que são produzir informações 
sobre o patrimônio de pessoas físicas ou 
jurídicas, porém, assim como em outras 
ciências sociais aplicadas (economia, 
administração, arquitetura e urbanismo, 
etc), a matemática e a estatística são 
elementos de apoio e não finalidade da 
ciência contábil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Toda a matemática representa um sistema 
de leis “a priori”, de leis independentes da 
experiência e que se impõem à toda 
percepção sensível. Toda percepção 
sensível que nós tivermos haverá de estar 
sujeita às leis da matemática, e essas leis da 
matemática não foram deduzidas, inferidas 
de nenhuma percepção sensível: tiramo-las 
da cabeça, direi usando uma forma vulgar 
de expressão. E, todavia, todas as 
percepções sensíveis, todos os objetos reais 
físicos na natureza e aqueles que 
acontecerem no futuro, eternamente, 
sempre haverão de estar sujeitos a essas leis 
matemáticas que nós tiramos de nossa 
cabeça (Morente, 1943). 
Nos EUA, por exemplo, a ligação entre a 
contabilidade e a matemática continuou 
até o século dezenove com a publicação 
de The principles of doub-entry 
bookkeeping por Arthur Cayley (1821-
1895), um professor de matemática na 
Universidade de Cambridge, Inglaterra 
(HENDRISKSEN, 1998). 
 
TEORIA DA CONTABILIDADE 
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 A Contabilidade até o século XV era uma 
técnica comercial, muito associada à 
matemática e à estatística. 
 Até esta época, não existiam publicações 
específicas sobre Contabilidade e, a 
disciplina aparecia apenas como 
referência em livros sobre outros 
assuntos. 
 A partir, principalmente de um seção – 
Particularis de Computis et Scriptus - do 
livro de matemática de Luca Pacioli, 
Summa de Arithimetica, Geometrica, 
Proportioni e Proportionalitá, publicado 
em 1494, a Contabilidade começa o seu 
efetivo desenvolvimento para, 
posteriormente, ser considerada uma 
ciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As “Escolas do Pensamento Contábil” 
surgiram a partir desta época (Século XII), 
principalmente na Europa, e começaram a 
aplicar conceitos, proposições e 
metodologias aos estudantes e interessados 
na contabilidade. 
 Do século XVI ao XIX, o Materialismo, o 
Personalismo, o Controlismo, o 
Reditualismo, o Aziendalismo e o 
Patrimonialismo representaram o que mais 
moderno se discutiu sobre as teorias 
contábeis, fazendo com a contabilidade, a 
partir do século XVIII começasse a ser 
considerada uma ciência em particular, 
separando-se da matemática, da economia 
e da administração. 
 
 
 
 
 
 
 As novas doutrinas contábeis deram as 
bases para o período científico da 
contabilidade, quando passaram a buscar 
conhecer a substância gerida pelo ser 
humano para satisfação de suas 
necessidades materiais. além de buscar a 
delimitação de um objeto verdadeiro de 
estudos da ciência contábil. 
 Liderada por Francesco Villa, a primeira 
escola de pensadores, em matéria científica, 
foi a “Lombarda”, em Milão, Itália, a partir 
de sua obra La Contabilitá Applicata Alle 
Amminisrazione Private e Publiche, em 
1840 (LOPES de SÁ, 1999). 
 
 
 
A partir do momento em que 
houve a disseminação dos 
conhecimentos contábeis e das 
formas de controle das 
operações comerciais para o 
âmbito dos estudiosos e 
pesquisadores, principalmente 
pela disseminação em larga 
escala do livro de Luca 
Pacioli, começou, então, a ser 
criado o arcabouço teórico 
capaz de oferecer 
fundamentação à ciência 
contábil tal qual se concebe 
hoje (COELHO, 2010). 
 
SEPARAÇÃO ENTRE CONTABILIDADE (CIÊNCIA) E 
MATEMÁTICA 
A vocação para ciência ocorre 
quando se busca a verdade a 
respeito de acontecimentos 
que desejamos explicar 
(LOPES de SÁ, 1999). 
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 Fazer análises e estabelecer juízos está no cerne da Ciência Contábil, consequentemente, o 
profissional formado nesta ciência deve estar preparado para fazê-lo. 
 Mas, o que se espera do profissional de contabilidade nos dias atuais e desta ciência em 
particular? 
 Reportagem da Revista Brasileira de Contabilidade, nº 185, de setembro/outubro 2010, reuniu 
a opinião de vários profissionais contadores, formados e atuantes, em diversos ramos de atividades. 
Algumas delas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em resumo, omercado de trabalho espera um indivíduo uma formação humana mais ampla, 
com grande capacidade de comunicação e capacidade de pensamento sistêmico, e não um 
simples tecnocrata com uma visão utilitarista da contabilidade. 
 Espera-se também que, mais do que reproduzir padrões, a ciência contábil exerce sua função 
efetivamente social. 
O FUTURO DA CIÊNCIA E DO PROFISSIONAL CONTÁBIL. 
 NO BRASIL 
Recentemente, houve um debate no 
Congresso Mundial de Contadores, 
realizado em novembro na Malásia, a 
respeito das habilidades e competências 
dos contadores daqui a 10 anos. 
Certamente, a formação irá requerer 
uma visão multidisciplinar e, inclusive, 
o trabalho do contador como especialista 
(Ana M. Elorrieta, Presidente do 
IBRACON e sócia da PWC). 
 
O mercado de trabalho requer, cada vez 
mais, profissionais que saibam 
interpretar e harmonizar informações 
aparentemente desconexas e, ao 
mesmo tempo, que tenham capacidade 
para comunicar de maneira clara, 
objetiva e motivadora. O profissional 
tende a se destacar mais pela capacidade 
de entender, analisar e escolher a 
melhor alternativa para a organização 
do que saber tudo, algo que perdeu o 
sentido com a Internet e o Google 
(Wanderlei Neves, Auditor Interno do 
Estado de Santa Catarina). 
 
Os funcionários deverão fazer seu desenvolvimento científico ser acompanhado de 
capacidade de comunicação em linguagem objetiva e compreensível, aprimorar sua 
capacidade de pensamento sistêmico, evoluir em mais de um idioma, desenvolver a 
competência de se comunicar em público e manter-se sempre em trabalho de 
aprimoramento pessoal, de modo a alcançar um saber que poderá sempre lhe permitir 
apresentar resultados que informem, de fato, aos interessados, sem se curvar aos 
objetivos desses interessados e sem se afogar na soberba de um conhecimento ou 
função efêmeros (Silvio Simonaggio, Sócio-fundador da Simonaggio Perícias Contábeis). 
 
A prática dos princípios éticos, como 
requisito primeiro para formação de um 
bom profissional, também deve ser 
prescrutada (Pedro Coelho Neto, Diretor 
da Marpe Contadores). 
 
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QUESTIONÁRIO 01-A 
 
1. Por que na quase totalidade das organizações há necessidade de um contador? 
2. O que representam o débito e crédito no raciocínio contábil? 
3. “Fazer contas” significa “fazer Contabilidade”? 
4. A qual fator está intimamente ligado o desenvolvimento da técnica contábil? Este fator ainda 
prevalece nos dias atuais? Por que? 
5. Por que o desenvolvimento da Contabilidade foi relativamente lento até o século XII? 
6. Quais os 2 fatores que proporcionaram o grande impulso da técnica contábil do século XII ao XV? 
Dentre eles, qual o fator que, atualmente, representa um dos principais princípios contábeis 
geralmente aceitos? 
7. O que representa uma conta no raciocínio contábil? 
8. Quando começou a generalização do método de partida dobrada, e o que ele começou a 
representar? 
9. No seu ponto de vista, a Contabilidade é uma Ciência ou meramente uma técnica utilitarista? 
10. Por que a Contabilidade está intimamente associada à Matemática para a maioria dos leigos? 
11. No seu ponto de vista, que tipo de profissional contábil deveria ser formado no Brasil, a partir do 
grau de evolução da Contabilidade brasileira atualmente?