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PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO-RJ.
ALBERTO SANTOS DUMONT, brasileiro, estado civil XX, profissão XX, inscrito no CPF sob o nº XX e RG sob nº XX, titular do e-mail XX, residente e domiciliado na Rua XX, bairro XX, município do Rio de Janeiro/RJ, CEP XX, por seu advogado que esta subscreve (mandado incluso), com escritório situado na Avenida XX, Edifício XX, onde recebe intimações, e endereço eletrônico XX, vem perante Vossa Excelência propor
ação de indenização por danos morais
observando-se o procedimento comum, em face da empresa de transporte aéreo XX, inscrita sob o CNPJ
XX, situada na Rua XX, nº XX, cidade XX e Estado
XX, CEP XX, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe: 
DOS FATOS
Em meados de XX o requerente adquiriu passagem aérea da companhia X com origem do Rio de Janeiro e destino a Portugal. Passagem essa adquirida para que o mesmo fosse a Portugal realizar um curso de especialização pelo período de dois meses.
 O autor planejou a viagem para chegar a seu destino com dois dias de antecedência, tendo em vista que passaria por uma prova para avaliar seus conhecimentos no dia X.
Ao comprar a passagem o autor se atentou a todos os detalhes de sua necessidade, programou com antecedência levando em consideração o longo trajeto até Portugal, levando em conta que precisaria de um período de descanso para que se preparasse com antecedência para a prova que realizaria.
Destaca-se que se a mesma não fosse realizada importaria desistência ao curso de especialização.
Em virtude de problemas da companhia aérea, Alberto teve seu vôo injustificadamente cancelado, tendo sido informado do cancelamento após 6 horas de espera. Considerando a falta de informação e assistência por esse período. 
Quando o requerente tomou conhecimento do cancelamento foi encaminhado a um hotel, mas ainda assim sem nenhuma posição de horários, se conseguiria embarcar e se fosse feito quando seria. O mesmo se preocupava com um serie de fatores, pois a falta de certeza implicou em desconforto, ansiedade, considerando que a viagem programada para dois dias de antecedência, já tinha diária em hotel paga, ainda o tempo planejado para descanso anterior as obrigações que o levavam a outro pais, tempo de adaptação, entre outros.
Face ao exposto, o autor embarcou apenas com 48 horas de atraso para seu destino, chegando praticamente 2 (dois) dias de após a data que havia planejado chegar, o que o causou uma desordem nas suas programações, impedido de descansar, abalado pela expectativa frustrada de não ter chegado a Portugal em tempo de se preparar para a prova que era de extrema importância para o prosseguimento do curso de especialização, como também pelo período de espera extremamente agonizante e desgastante.
Reitera- se que o mesmo fez a prova sem uma preparação física, pois não teve tempo de descansar, e também teve perdas financeiras por não ter chegado na data planejada.
DO DIREITO 
É indiscutível que os fatos no caso em comento demonstram a existência de danos materiais e morais causados ao autor. Uma vez que, em virtude exclusiva que a requerida, chegue ou não ao seu destino, o medo causado por tal dúvida, o receio de perder a prova, pelo qual com antecipação adquiriu as passagens, de certo pela extrema importância que o mesmo sabe que tal curso e a prova que o esperava tinham, e a necessidade que a viagem se realizasse no horário e tempo combinado e planejado pelo autor e o requerido.
Apesar do autor não ter perdido seu compromisso efetivamente, ele, que havia programado para chegar com dois dias de antecedência para realizar sua prova, só conseguiu chegar a seu destino exatamente em cima da hora, sem a menor chance de descanso.
Ora, evidente que uma viagem internacional como esta é extremamente exaustiva, prejudicando assim o resultado no exame prestado já que o autor ficou física e mentalmente afetado, sem mencionar a questão material, que trata do prejuízo na perca das reservas das diárias, no lugar que iria se hospedar; feitas antecipadamente pelo cliente, com a expectativa de chegar com antecedência no seu destino. Desta maneira, não restou alternativa ao autor senão postular perante o Poder Judiciário para obter seu direito de ser devidamente indenizado.
Vale observar o fato de que ao comprar uma passagem aérea para chegar ao seu destino com dois dias de antecedência para se organizar adequadamente, o autor faz um contrato de prestação de serviço de transporte aéreo com a empresa, ou seja, é um negócio jurídico tipicamente de resultado, onde se espera que o serviço adquirido seja executado na forma e tempo adquiridos.
Cumpre salientar que a relação em comento é uma relação de consumo, devendo ser regida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como destinatário final.
O qual também resguarda, o direito de ressarcimento, e cumprimento do dever como fornecedor de um serviço de qualidade, como exposto na condição de prestação de serviço.
Por assim dito, o Código civil também abrange, tal situação exposta:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Que expõe e classifica explicitamente a ação como ilícita, já que se trata de dano causado, moral e material, como já exposto no decurso da exposição processual. 
2.1 Da Responsabilidade Objetiva 
Destarte, se existe a relação de consumo é evidente que estamos tratando de responsabilidade objetiva, isto é, independentemente da existência de culpa os danos deverão ser reparados. Nesse sentido, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor estabelece:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Além disso, o artigo 734 do Código Civil preconiza que “o transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade”.
O entendimento nos tribunais é unânime de que as empresas aéreas são responsáveis de forma objetiva pelos danos causados aos passageiros em decorrência dos atrasos ou cancelamentos de voos, e de que existindo o dano é cabível indenização, conforme podemos ver na jurisprudência abaixo:
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. DIREITO DO CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO. CANCELAMENTO DE VÔO. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DEVER DE INDENIZAR. MANUTENÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA. 1. Ação objetivando a condenação da empresa ré ao pagamento de indenização a título de dano moral e material em virtude do cancelamento do vôo contratado pela autora. Sentença de procedência parcial que foi alvo do inconformismo da ré que postulou pela redução do quantum indenizatório fixado na sentença. 2. O caso dos autos envolve relação de consumo a ser regida pelo Código de Defesa do Consumidor, vez que a demandante é destinatária final de serviço de transporte aéreo (CDC, artigo 2º, caput) e a demandada desenvolve atividade de prestação de serviço de transporte aéreo (CDC, artigo 3º, caput). 3. Ao adquirir a passagem aérea, o consumidor passa a ter a legítima expectativa de ser transportado, juntamente com toda a sua bagagem, com segurança e qualidade. A perda dessa legítima expectativa agride o princípio da confiança e gera o dever de reparar os danos patrimoniais e morais causados. 4. Doutrina e a jurisprudência têm entendido que, os atrasos dos vôos, ainda que causados por motivos alheios à vontade do fornecedor, não passam de fortuito interno, intrínsecos à atividade desenvolvida no mercado consumidor, motivo pelo qual incumbe ao fornecedor adotar as cautelas necessárias à prevenção de danosdecorrentes do exercício de sua atividade, sob pena de responder objetivamente pelos prejuízos causados. 5. Considerando as circunstâncias que envolveram o dano moral sofrido pela autora, tem-se que o quantum indenizatório fixado na sentença deve ser mantido já que o mesmo observou os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Dano moral caracterizado. Autora que comprovou os transtornos ocasionados em virtude do cancelamento de seu vôo. 6. Negado seguimento ao apelo da empresa ré.
(TJ-RJ - APL: 00005603120128190061 RJ 0000560-31.2012.8.19.0061, Relator: DES. MONICA MARIA COSTA DI PIERO, Data de Julgamento: 14/05/2013, OITAVA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 24/07/2013 16:26)
No caso de responsabilidade objetiva, cabe a outra comprovar o fato, o dano e o nexo de causalidade.
No presente caso, percebe-se claramente os três elementos. O fato resta comprovado com os bilhetes adquiridos, assim como no cancelamento do voo. O dano se mostra devido ao valor dispendido com as diárias, assim com o stress causado pelo atraso, pelo incomodo de ficar aguardando com a ânsia e o medo de não saber se iria chegar pelo menos a tempo.
2.2 Dos Danos Morais e Materiais
Deve-se levar em consideração também que quando o consumidor contrata um tipo de serviço como este ele planeja diversos detalhes, quais sejam, horário de chegada e os horários dos compromissos agendados. 
Deste modo, ocorrendo atraso, além do planejamento frustrado ocorre ainda a perda financeira, como o caso das reservas do hotel que já haviam sido pagas, o que enseja a obrigação de reparar os danos materiais, tal como o disposto no artigo 6º, inciso VI do Código de Defesa do Consumidor que explicita que entre os direitos básicos do consumidor estão “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”. 
É importante salientar que a Lei nº 7.565 de 1986 que dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica, em seu artigo 256, inciso II, esclarece sobre a responsabilidade por dano a passageiro: 
Art. 256. O transportador responde pelo dano decorrente: 
[...]	
II - de atraso do transporte aéreo contratado.
 Ademais, a Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional, também chamada de Convenção de Varsóvia, acordo do qual o Brasil faz parte desde 2006, no que se refere a atrasos, determina que:
Art. 19. O transportador é responsável pelo dano ocasionado por atrasos no transporte aéreo de passageiros, bagagem ou carga. Não obstante, o transportador não será responsável pelo dano ocasionado por atraso se prova que ele e seus prepostos adotaram todas as medidas que eram razoavelmente necessárias para evitar o dano ou que lhes foi impossível, a um e a outros, adotar tais medidas.
	
No caso em questão observa-se que a parte ré causou inúmeros transtornos ao autor, inclusive, além dos atrasos, o mesmo ficou por mais de 6 (seis) horas sem qualquer tipo de assistência aguardando no aeroporto, motivo pelo qual deverá ser ressarcido pelos danos sofridos, como já expostos, e comprovados que abrangem ao que se trata de dano moral e material.
DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer:
a citação da requerida para que, querendo, ofereça resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;
A condenação da requerida ao pagamento de danos morais, pelo incomodo, desconforto e o medo causado, por todo já relatado, tendo em conta a soma importância de essa viagem e da prova que poderia ser perdida.
 Danos materiais no valor equivalente a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos.
Nos termos do art. 319, VII, do CPC, o autor registra “que não se opõe à designação de audiência de conciliação”.
Dá ao pleito o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento
.
Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2017.
____________________________
ADVOGADO/OAB

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