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Apostila GRA0092 INTRODUÇÃO À ATUÁRIA PNA unidade 4 FMU 2019

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Celina Trajano de Oliveira 
Introdução À Atuária
Sumário
03
CAPÍTULO 4 – O que é ciclo econômico de uma companhia de seguros? ............................05
Introdução ....................................................................................................................05
4.1 Esquema contábil nas empresas seguradoras .............................................................06
4.2 Principais classificações contábeis das contas das companhias seguradoras ....................10
4.3 Demonstrações contábeis das companhias seguradoras ...............................................11
4.4 Provisões técnicas.....................................................................................................13
4.4.1 Provisões técnicas comprometidas ....................................................................16
4.4.2 Provisões técnicas não comprometidas ..............................................................17
4.4.3 Fundo de garantia de retrocessões ....................................................................18
4.4.4 Fundo de garantia operacional .........................................................................18
4.4.5 Cobertura das provisões técnicas e limites operacionais .......................................19
Síntese ..........................................................................................................................21
Referências Bibliográficas ................................................................................................22
05
Capítulo 4 
Introdução
Estamos chegando ao final da disciplina Fundamentos de Atuária, em que você pôde obter in-
formações e conhecimentos sobre seguros e previdência. Antes de começar este estudo, reflita 
sobre a questão: o que é ciclo econômico de uma companhia seguradora? Pois saiba que o ciclo 
econômico representa todas as fases pelas quais passa uma companhia de seguros.
Há muitos tipos de seguros? Sim! Há uma infinidade. Veremos os mais importantes. No início 
do capítulo, a abordagem será sobre o ciclo econômico de uma companhia de seguros. Serão 
tratadas informações sobre o esquema contábil nas empresas seguradoras, as classificações e 
demonstrações contábeis relacionadas à área de seguros, as provisões técnicas, o fundo de ga-
rantia operacional e a cobertura das provisões técnicas. Você poderá perguntar: existe fundo de 
garantia operacional para a área de seguros? Existe, sim, e este é o assunto deste estudo. 
O ciclo econômico do seguro inicia-se com o contato com a seguradora, a proposta efetuada pelos 
corretores e o cadastro do segurado. Após o recebimento da proposta, ocorrerá a análise para ve-
rificar a aceitação do risco, a revisão dos cálculos atuariais e as inspeções de riscos e aprovações. 
Na sequência, dá-se a emissão da apólice, ocorrendo então os procedimentos administrativos na 
seção de contas a pagar, contas a receber e cobrança, resultando no recebimento do prêmio, com 
as devidas aplicações que o mercado financeiro oferece e as reservas técnicas devidamente calcula-
das. Se ocorrer o sinistro, efetua-se o pagamento da devida indenização ao segurado.
A atividade seguradora no Brasil iniciou-se em 1808, por meio da abertura dos portos 
destinados ao comércio com a Europa, e era regulada pelas leis de Portugal. A compa-
nhia de seguros Boa-Fé foi a primeira seguradora do país a operar, inicialmente, com 
seguro marítimo. A mudança ocorreu somente a partir de 1850, com a Lei no 556, que 
instituiu o Código Comercial Brasileiro. (BRASIL, 1997). 
VOCÊ SABIA?
No ciclo do sinistro ocorre o aviso, a entrega na contabilidade para registro do aviso, a inspeção 
do sinistro, o processo de regulação, a revisão para entrega ao “contas a pagar”, a emissão do 
cheque ou crédito e, posteriormente, a contabilização. 
Uma seguradora precisa de uma área de marketing para mostrar e apresentar os produtos para 
o consumidor, ou seja, uma área de vendas de seguros. 
Segundo Silva (2009), uma seguradora é composta pelos departamentos administrativo, jurídico e atu-
ário – áreas ligadas à estatística e informática, ao investimento e à controladoria, todos interligados. 
As áreas ou os departamentos ligados ao gerenciamento ou às indenizações fazem a devida 
regulação de sinistro, que é a verificação de documentos do segurado ou de terceiros, quando 
O que é ciclo econômico de uma 
companhia de seguros?
06 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
pedem a indenização, obtendo as informações sobre as causas do sinistro e sobre o que efetiva-
mente ocorreu. Por meio da regulação, a seguradora tem condições de verificar a ocorrência de 
prejuízo e o efetivo cálculo do pagamento da indenização, efetuando a liquidação. 
4.1 Esquema contábil nas 
empresas seguradoras 
A contabilidade das seguradoras também exige os mesmos livros contábeis obrigatórios utiliza-
dos por outras entidades: diário e razão. Segundo a Susep (BRASIL, 2002): “A escrituração das 
operações devem obedecer às normas do Conselho Federal de Contabilidade – CFC”. 
As Normas Internacionais de Contabilidade trouxeram mudanças significativas para a área con-
tábil. As empresas seguradoras foram obrigadas a fazerem as adaptações necessárias, por meio 
da Circular Susep no 483, de 6 de janeiro de 2014. 
As demonstrações contábeis das empresas seguradoras têm por objetivo oferecer informações 
fidedignas aos usuários externos, mostrando o desempenho da empresa e a posição financeira e 
patrimonial. Outro objetivo importante, segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 
11, 2011, p. 5):
[...] as demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da 
administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos 
que lhe foram confiados.
O balanço patrimonial das empresas seguradoras apresentam características diferenciadas, mas 
têm a mesma estrutura das demais entidades. As práticas contábeis brasileiras são amparadas 
pelos pronunciamentos técnicos, pela legislação brasileira e pelas orientações e interpretações 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Para que as informações sejam fidedignas é necessá-
rio que as demonstrações possuam a seguinte estrutura: ativo, passivo, patrimônio líquido, des-
pesas e receitas (onde são apresentadas as informações sobre as perdas e ganhos da entidade), 
fluxo de caixa e alterações no capital próprio.
O livro Controle interno e gestão de riscos no mercado segurador brasileiro aborda 
sistemas de controles internos de seguros, gestão de riscos, prevenção de fraudes em 
seguros e a prevenção à lavagem de dinheiro em seguros. O autor, Assizio Oliveira, 
dedica, ainda, um longo capítulo à auditoria interna e aos controles internos. Leitura 
obrigatória para o futuro profissional em atuária. 
VOCÊ QUER LER?
As empresas seguradoras possuem esquemas contábeis parecidos com as entidades privadas em 
geral. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis publica o pronunciamento técnico sobre contra-
tos de seguros. As empresas seguradoras, assim como as demais empresas, precisam apresentar, 
obrigatoriamente os livros Diário e Razão. Os livros Caixa e demais livros que a entidade enten-
der que sejam relevantes para sua atividade, poderão ser utilizados, mas não há obrigatoriedade 
legal. As entidades seguradoras possuem seus planos de contas específicos. 
07
A aprovação das normas contábeis de empresas seguradoras resseguradoras, de capitalização, 
entidades abertas de previdência complementar foi feita por meio da resolução CNSP no 86, de 
2002, que sofreu alterações por meio da Circular Superintendência de Seguros Privados Susep 
no 483 de 6 de janeiro de 2014. De acordo com o anexo I da referida circular, o plano de codi-
ficação apresenta dois códigos distintos: o primeiro código é composto por 10 (dez) algarismos,colocados da esquerda para a direita demonstrando a classe, o grupo, o subgrupo, a conta, 
subconta, desdobramento de subconta, terceiro, quarto e quinto desdobramento da subconta, 
quando necessário. Caberá à Susep, quando necessário, criar a codificação contábil até o déci-
mo algarismo do primeiro código.
Ainda de acordo com a Circular da Susep no 483, anexo I, art. 16, vale lembrar que assim como 
a maioria das empresas, o plano contábil de uma empresa seguradora também classifica as 
contas do balanço patrimonial em:
• ativo, geralmente iniciadas pelo número 1;
• passivo, iniciadas pelo número 2;
• demonstração de resultado do exercício, iniciadas pelo número 3;
• divisões do ativo: circulante, não circulante e compensação;
• divisões do passivo: circulante e não circulante, patrimônio líquido e compensação.
O segundo código do plano de contas de entidades seguradoras é constituído por quatro algaris-
mos que têm por objetivo indicar o ramo (ou a modalidade) de seguro ou o plano de benefício. 
A Susep autoriza a utilização nas classes de contas patrimoniais e de resultado.
O terceiro código, de acordo com a resolução, pode ser utilizado pelas sociedades quando estas 
julgarem pertinentes ou necessários para os relatórios, estatísticas ou operações contábeis. 
Segundo a Circular no 517, de 2015, § 4º: 
As classes compreendem vários grupos, os quais se desdobram em subgrupos, estes em contas 
e estas em subcontas. I - classe 1 - Ativo - Contas Patrimoniais: a) grupo 11 – CIRCULANTE: 
1 - subgrupo 111 – Disponível; 2 - subgrupo 112 – Aplicações[...]b) grupo 12 – NÃO 
CIRCULANTE: 1 - subgrupo 121 – Realizável a Longo Prazo; 2 - subgrupo 122 – Investimentos; 
[...]II - classe 2 – Passivo - Contas Patrimoniais: a) grupo 21 – CIRCULANTE: 1 - subgrupo 211 
– Contas a Pagar;[...] b) grupo 22 – NÃO CIRCULANTE: 1 - subgrupo 221 – Contas a Pagar; 
2 - subgrupo 222 – Débito das Operações; [...]d) grupo 29 – COMPENSAÇÃO: 1 - subgrupo 
291 – Compensação; III - classe 3 – Contas de Resultado :a) grupo 31 – OPERAÇÕES DE 
SEGUROS: (BRASIL, 2015, p. 40).
O Quadro 1 apresenta o exemplo de um balanço patrimonial de uma empresa seguradora. 
Observe que os destaques em negrito representam as classes, os grupos e os subgrupos. Por 
exemplo: classe 1 – ativo; grupo 11 – circulante; subgrupo 111 – disponível. Após apresentação 
da classe do grupo e do subgrupo, aparecem as contas. Além disso, há o item Nota, que signi-
ficam as notas explicativas, obrigatórias no balanço patrimonial das empresas seguradoras. Ao 
término do balanço, a empresa precisa explicar, por meio de notas explicativas, os valores que 
se encontram no balanço patrimonial. Por exemplo, o valor de R$1.500, na nota explicativa 5 
refere-se ao crédito das operações com seguros e resseguros. As empresas fazem um relatório 
abaixo do balanço explicando a composição desse valor. 
08 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
1.ATIVO nota 31/12/2015
11.Circulante 13.500
111.Disponível 5.000
Caixa e bancos 5.000
112.Aplicações 4.000
113.Crédito das operações com seguros e resseguros 5 1.500
Prêmios a receber 500
Operações com seguradoras 500
Operações com resseguradoras 500
114.Provisões técnicas 6.2 600
115.Títulos e créditos a receber 2.400
12.Não circulante 30.000
121.Realizável a longo prazo 6.000
122.Aplicações 3.000
123.Crédito das operações com seguros e resseguros 2.000
124.Provisões técnicas 8.1 4.000
125.Títulos e créditos a receber 3.000
Créditos tributários e previdenciários 3.000
126Custos de aquisição diferidos 500
Seguros 500
127.Investimentos 3.500
Participações societárias 3.500
128.Imobilizado 5.000
Imóveis em uso 5.000
129.Intangível 3.000
TOTAL DO ATIVO 43.500
Quadro 1 - Contas do Ativo baseadas na Circular Susep no 483 de 6 de janeiro de 2014.
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
09
2.PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO nota 31/12/2015
21.CIRCULANTE 12 10.500
211.Contas a pagar 5.000
Obrigações a pagar 2.000
Impostos e obrigações sociais a recolher 2.000
Encargos trabalhistas 500
Impostos e contribuições 500
212.Débitos de operações com seguros e resseguros 2. 500
prêmios a restituir 500
Operações com seguradoras 600
Operações com resseguradoras 400
Corretores de seguros e resseguro 1.000
213.Depósitos de terceiros 3.000
214.Provisões técnicas – seguros 3.000
Danos 2.000
 Pessoas 1.000
22.NÃO CIRCULANTE 8.3 10.000
221.Provisões técnicas – seguros 5.000
Danos 2.000
Pessoas 3.000
24. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15 23.000
241.Capital social 6.500
Aumento/redução de capital (em aprovação) 3.000
Reservas de lucros 5.500
Ajuste de avaliação patrimonial 4.000
Lucros ou prejuízos acumulados 4.000
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 43.500
Quadro 2 – Balanço patrimonial: contas do passivo.
Fonte: Elaborado pela autora, 2016, baseado na Circular Susep no 483, de 6 de janeiro de 2014.
As contas de resultado são subdivididas em operações de seguros; operações de resseguros; 
operações de previdência complementar aberta; operações de capitalização; despesas adminis-
trativas; resultado financeiro; resultado patrimonial; ganhos e perdas com ativos não correntes e 
impostos; e participações sobre o resultado.
As notas explicativas são obrigatórias, as informações sobre os procedimentos que devem ser 
adotados em relação às normas estão explicitadas nos pronunciamentos formulados pelo Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
10 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
A Susep precisa referendar informações referentes à política contábil adotada pela empresa; 
quais os critérios utilizados para o reconhecimento das receitas e despesas da entidade e como 
é composição acionária da entidade, mencionando até o último nível de controle. Além disso, 
devem ser apresentadas as provisões e a depreciação. Mencionar, ainda, se houve redução ao 
valor recuperável de ativos.
 Outras informações relevantes que devem ser divulgadas em notas explicativas referem-se aos 
prêmios a receber, às taxas e aos juros contratados dos títulos e valores mobiliários, ao valor 
de mercado dos títulos e à discriminação dos custos. Divulgação das tábuas, detalhamento dos 
saldos de salvados e ressarcidos, além de sinistros, inflação, mortalidade. A relação das infor-
mações que devem ser divulgadas em notas explicativas, encontra-se na Circular Susep no 483, 
de 6 de janeiro de 2014 (BRASIL, 2014, s. p.). 
4.2 Principais classificações contábeis das 
contas das companhias seguradoras
A contabilidade reflete as operações realizadas nas empresas: os serviços prestados, as compras 
e vendas de mercadorias, as receitas, as despesas. Essas informações são contabilizadas por 
meio da classificação dos valores e da natureza de cada operação. Quando se fala em classifi-
cação entende-se debitar ou creditar a conta de acordo com cada operação. A classificação é 
feita por meio de contas designadas como Contas Patrimoniais e Contas de Resultado, devida-
mente registradas nos livros obrigatórios e facultativos como Diário, Razão, Caixa, originando 
as demonstrações financeiras com os balancetes, balanços, resultado, fluxo de caixa e outras 
– dependendo de cada entidade. 
Para saber se uma conta é devedora ou credora, é necessário conhecer o conceito de ativo, se-
gundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC00, 2011, p. 27): “O benefício econômico 
futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente para o 
fluxo de caixa ou equivalente de caixa para a entidade”. Ainda segundo o CPC00 (2011), o ativo 
pode ser usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos quando houver prestação de 
serviços a serem vendidos pela entidade ou na produção de bens. O ativo pode ser trocado por 
outros ativos, liquidar passivos ou distribuídosaos proprietários da empresa.
Para ser considerado ativo não é necessário ter forma física. Os direitos autorais e as patentes 
também são considerados ativos. Quando forem prováveis os benefícios econômicos futuros, 
fluindo para a entidade, e o custo puder ser mensurado confiavelmente, estará caracterizado o 
reconhecimento do ativo.
Quanto ao passivo, segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC00 2011, p. 27):
Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha uma obrigação 
presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar uma 
dada tarefa de certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência 
de contrato ou de exigências estatutárias. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas 
a pagar por bens e serviços recebidos. Entretanto, obrigações surgem também de práticas 
usuais do negócio, de usos e costumes e do desejo de manter boas relações comerciais ou agir 
de maneira equitativa.
Ainda de acordo com o CPC00 (2011, p. 28),
[...] o reconhecimento de passivos ocorre quando há uma saída de recursos detentores de 
benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual 
essa liquidação se dará puder ser mensurado com confiabilidade.
11
Em geral, as contas do ativo possuem saldos devedores e as do passivo saldos credores. Quanto 
ao patrimônio líquido, se for positivo, saldo credor; se for negativo, saldo devedor.
Ainda sobre o patrimônio líquido, de acordo com o CPC00, é residual, mas pode ter subclassi-
ficações dentro do balanço patrimonial como as reservas e retenções de lucros, sociedades por 
ações e recursos aportados pelos sócios. Veja a seguir:
A constituição de reservas é, por vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à entidade e 
seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos. Outras reservas 
podem ser constituídas em atendimento a leis que concedem isenções ou reduções nos impostos 
a pagar quando são feitas transferências para tais reservas (CPC00, 2011, p. 28).
O CPC00 – estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro 
– também informa a importância das contas de receitas e despesas, inseridas nas contas de re-
sultados. As contas de resultados são primordiais porque indicam o desempenho da empresa. 
As receitas podem ser mensuradas por meio das vendas ou entrada de recursos, ou ainda com 
informações que diminuem o passivo. Essas mensurações ocasionam o aumento no patrimônio 
líquido da empresa. Enquanto a receita representa um ganho, a despesa representa uma diminui-
ção no patrimônio líquido quando ocorrem informações relacionadas a pagamentos de salários, 
ou custos das mercadorias. 
Segundo a Circular Susep no 483 (BRASIL, 2014), as demonstrações contábeis das empresas se-
guradoras deverão ser elaboradas nos meses de junho e dezembro, revisando os valores inscritos 
no ativo e passivo circulantes, devendo ser transferidos para o não circulante os valores cujos 
vencimentos ultrapassem o prazo de 12 meses, subsequentes à data-base. No circulante ficarão 
os valores cujos vencimentos não ultrapassem o prazo de 12 meses subsequentes à respectiva 
data-base.
O livro IFRS 4 Introdução à contabilidade internacional de seguros é importantíssimo 
para o futuro profissional em atuária. Os autores Alexandre Paraskevopoulos e Nabil 
Ahmad Mourad abordam as mudanças ocorridas por meio das Normas Internacionais 
de Contabilidade relativas às seguradoras. Você entenderá os aspectos relativos à pre-
vidência privada, aos contratos de seguros, à capitalização e aos diversos produtos 
oferecidos. 
VOCÊ QUER LER?
São considerados ativos circulantes aqueles valores mantidos essencialmente com o propósito 
de negociação.
4.3 Demonstrações contábeis das 
companhias seguradoras
O que é e para que serve uma demonstração contábil? Trata-se de uma representação em valo-
res da posição patrimonial e financeira de uma determinada empresa em um período de tempo. 
É apresentada geralmente no final de um exercício. As demonstrações contábeis auxiliam os 
gerentes e os administradores para a tomada de decisão, usuários em geral muitas vezes com 
o objetivo de verificar a situação financeira de determinada entidade, a exemplo de bancos, 
fornecedores, clientes. 
12 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
Segundo a Circular Susep no 483, art. 17, 
[...] As demonstrações financeiras, na data-base de 31 de dezembro, abrangendo Relatório da 
Administração, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Período, Demonstração de 
Resultado Abrangente, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos 
Fluxos de Caixa, Notas Explicativas e o correspondente relatório do auditor independente sobre 
as demonstrações financeiras, deverão ser publicadas até o dia 28 de fevereiro de cada ano, 
observado o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações (BRASIL, 2014, s. p.). 
Após a aprovação pela assembleia geral de acionistas e a verificação do lucro da empresa, dis-
tribuem obrigatoriamente os dividendos – que deverão estar no passivo da sociedade. 
Há um mínimo obrigatório que deverá ser distribuído. Para isso, precisa haver uma assembleia 
de sócios que verifique, pois, havendo excesso, além do mínimo, os valores deverão ser mantidos 
no patrimônio da empresa até a deliberação dos sócios.
 As sociedades supervisionadas, ou seja, as seguradoras, entidades abertas de previdência com-
plementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais, são obrigadas a enviar à Susep 
cópias digitalizadas das publicações das demonstrações financeiras na imprensa, ou exemplares 
dessas demonstrações para serem divulgadas até 15 de março, referentes ao período de 1o de 
janeiro a 31 de dezembro, destacando nas demonstrações contábeis aquelas que não serão 
apresentadas, como a demonstração do resultado abrangente, por exemplo.
Quais as demonstrações que precisam ser apresentadas à SUSEP pelas sociedades supervisiona-
das? Segundo a Circular Susep 483/2014, que dispõe sobre alterações das Normas Contábeis 
a serem observadas pelas sociedades seguradoras no Art. 17:
[...] As demonstrações financeiras, na data-base de 31 de dezembro, abrangendo Relatório da 
Administração, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Período, Demonstração de 
Resultado Abrangente, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos 
Fluxos de Caixa, Notas Explicativas e o correspondente relatório do auditor independente sobre 
as demonstrações financeiras, deverão ser publicadas até o dia 28 de fevereiro de cada ano, 
observado o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações (BRASIL, 2014, s. p.).
Até as últimas duas décadas, as demonstrações financeiras eram publicadas em jornais de gran-
de circulação. Com o advento da internet, tornou-se desnecessário publicar em jornais, pois a 
Susep disponibiliza as demonstrações financeiras intermediárias em seu site.
É importante ressaltar que as sociedades supervisionadas, ao apresentarem suas demonstrações 
financeiras consolidadas, precisarão verificar se elas estão de acordo com os pronunciamentos 
emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB). Esses pronunciamentos deverão 
estar convergentes com as normas de contabilidade emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) já referendados pela Susep (BRASIL, 2016). 
Quando o balanço for consolidado, segundo o Art. 19 da Circular 483/2014 da Susep,
[...] há necessidade de se divulgar por meio de nota explicativa, em forma de reconciliação, os 
efeitos dos eventos que ocasionaram diferença entre os montantes do patrimônio líquido e do 
resultado da controladora, em confronto com os mesmos montantes do consolidado (BRASIL, 
2014, s. p.).
As sociedades supervisionadas, de acordo com a Susep (2016) não precisam elaborarnem publi-
car as demonstrações financeiras consolidadas, mas precisam da opinião do auditor independen-
te que faça abordagens sobre as práticas contábeis adotadas no Brasil e que são aplicadas nas 
instituições que a Susep autoriza a funcionar; além disso, essas demonstrações financeiras preci-
sam convergir com as normas internacionais por meio dos pronunciamentos emitidos pelo Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis CPC, desde que estejam referendados pela Susep (BRASIL, 2016). 
13
VOCÊ QUER VER? 
O filme Pacto de Sangue é uma história policial que pode ser entendida pelos novos 
profissionais da atuária como o limite entre o certo e o errado na vida de um corretor 
de seguros. Ao assistir à trama, observe como um profissional de índole duvidosa se 
aproveita de uma situação hipotética.
Quanto à escrituração contábil relativa aos fatos contábeis ocorridos desde janeiro de 2009, 
deve ser feita por sociedades supervisionadas constituídas na forma de sociedades por ações, e 
enviadas em versão digital para o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). 
4.4 Provisões técnicas
As normas para serem constituídas as provisões técnicas estão aprovadas na Resolução CNSP 120, 
de 24 de dezembro de 2004. Na resolução estão contidas as informações relativas às obrigatorie-
dades legais. As documentações e os dados estatísticos deverão ficar à disposição da Susep. 
Segundo a Funenseg (2008), considera-se provisão técnica uma base obrigatória para as se-
guradoras. Tem por objetivo garantir as operações, independentemente do lucro ou do prejuízo 
apurados. A constituição e reversão ocorrem mensalmente, efetuando-se o desdobramento de 
cada ramo de seguro, baseados nos prêmios retidos e nos sinistros avisados e não avisados. Há 
dois tipos de provisões técnicas: provisões técnicas não comprometidas, que atendem riscos de 
eventos aleatórios futuros que compreendem a Provisão de Prêmios Não Ganhos; a Provisão de 
Insuficiência de Prêmios; a Provisão Matemática; e o Fundo de Garantia de Retrocessões. E as 
provisões técnicas comprometidas, destinadas a eventos já ocorridos e ainda não liquidados, avi-
sados e não avisados, que compreendem: Provisão de Sinistros a Liquidar; Provisão de Seguros 
Vencidos; Provisão para Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR).
Segundo a Resolução CNSP 120 de 24 de dezembro de 2004, a nota técnica atuarial deverá ser 
elaborada por um atuário habilitado e a documentação deverá ser disponibilizada para a Susep 
para que sejam feitas as devidas fiscalizações. 
14 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
HISTÓRICO D/C
CÓD. 
CONTA
CONTA
1.1. – Benefícios a Conceder
 (Planos Bloqueados)
D
C
33211 
21711 
Variação de Provisões Técnicas
Prov. Mat. Benefícios a Conceder
1.2. – Apropriação de Remuneração
 (Planos Bloqueados)
D
C
36251
21711 
Despesas Financeiras s/ Prov. 
Mat. Benefícios a Conceder
Prov. Mat. Benefícios a Conceder
1.3 – Benefícios a Conceder
D
C
33221
21721
Variação de Provisões Técnicas
Prov. Mat. Benefícios a Conceder
1.4. – Apropriação de Remuneração
D
C
36261 
21721
Despesas Financeiras s/ Prov. 
Mat. Benefícios a Conceder
Prov. Mat. Benefícios a Conceder
1.5. – Benefícios Concedidos
 (Planos Bloqueados)
D
C
33214
21714
Variação de Provisões Técnicas
Prov. Mat. Benefícios Concedidos
1.6. – Apropriação da Remuneração
 (Planos Bloqueados)
D
C
36254
21714
Despesas Financeiras s/ Prov. 
Mat. Benefícios Concedidos
Prov. Mat. Benefícios Concedidos
1.7. – Benefícios Concedidos
D
C
33224
21724
Variação de Provisões Técnicas
Prov. Mat. Benefícios Concedidos
1.8. – Apropriação da Remuneração
D
C
36265
21724
Despesas Financeiras s/ Prov. 
Mat. Benefícios Concedidos
Prov. Mat. Benefícios Concedidos
Quadro 3 – Constituição das Provisões Técnicas.
 Fonte: BRASIL, 2016, Anexo III.
As provisões técnicas têm por finalidade a cobertura de contratos em vigor, cobertura da insu-
ficiência do montante de prêmios ganhos líquidos, garantia de pagamento de indenizações e 
atendimento aos riscos já ocorridos, porém não avisados.
As sociedades seguradoras supervisionadas deverão manter nota técnica atuarial com metodo-
logia de cálculo, que deverá será entregue à Susep em cinco dias, para cada provisão técnica. 
Apenas a Susep autoriza a constituição de Outras Provisões Técnicas – OPT.
João de Lyra Tavares foi deputado e senador da República e defendia o ensino da Conta-
bilidade. Atuou como comerciante e guarda-livros, sendo o fundador da Associação dos 
Guarda-livros. O Dia do Contador foi criado em homenagem a Tavares, que é conside-
rado o patrono da Contabilidade brasileira, pois foi o defensor da criação de um registro 
geral para contabilistas. brasileiros. Foi professor e historiador, com conhecimentos nas 
áreas de economia, história e política (Conselho Regional de Contabilidade, 2016).
VOCÊ O CONHECE?
15
De acordo com a Circular no 517/2015, as Entidades Abertas de Previdência Complementar 
(EAPC) e as seguradoras deverão constituir a Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG) , Provi-
são de Prêmios Não Ganhos (PPNG); Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL); Provisão de Sinistros 
Ocorridos e Não Avisados (IBNR); Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC); 
Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC); Provisão Complementar de Cobertura 
(PCC); Provisão de Despesas Relacionadas (PDR); Provisão de Excedentes Técnicos (PET); Provi-
são de Excedentes Financeiros (PEF); e Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR).
Figura 1 – A oferta de seguro é feita por meio de contrato. 
Fonte: Stock-Asso, Shutterstock, 2016. 
Ainda de acordo com a Circular no 517/2015, a PPNG obedecerá alguns critérios para que 
possa ser constituída a cobertura dos valores a pagar relativos a sinistros e despesas a ocorrer. O 
cálculo da provisão deverá considerar a parcela de prêmios não ganhos na data da apuração. 
O conceito de valor esperado, utilizado para o cálculo das provisões técnicas é baseado em 
valor presente. 
A Resolução CNSP no 153/2006 regulamenta as provisões do Seguro DPVAT, enquanto a Reso-
lução no 128/2005 regulamenta o DPEM. Cabe à SUSEP reavaliar e informar os valores da pro-
visão IBNR do seguro DPEM – a constituição é feita mensalmente pelas sociedades seguradoras.
VOCÊ QUER VER? 
O filme O Corretor mistura comédia e drama, sendo imperdível para os futuros pro-
fissionais em atuária. As situações estranhas criadas para o filme envolvem clientes, 
vítimas de incêndios e um corretor de seguros de má índole. 
O mercado segurador entende que a aplicação dos recursos financeiros supera o operacional, 
cobrindo geralmente os resultados negativos do operacional. Há quase um consenso entre as 
seguradoras em solicitarem uma liberdade maior na aplicação de recursos. Para obter um índice 
16 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
de rendimento satisfatório é necessária a flexibilização das aplicações. Segundo Luccas Filho 
(2011), ao se constituir uma provisão técnica é necessário atentar para os três referenciais que 
são utilizados: prêmio retido, sinistros avisados e não avisados, capitais garantidos a pagar. Ain-
da de acordo com Luccas Filho (2011, p. 69), 
[...] Para garantia de suas operações, as sociedades seguradoras autorizadas a operar em seguro 
de danos e seguro de vida em grupo devem constituir, mensalmente, as seguintes provisões 
técnicas, quando necessárias: provisão de prêmios não ganhos; provisão de insuficiência de 
prêmios; provisão de sinistros a liquidar; provisão de sinistros ocorridos e não avisados – IBNR. 
Provisão de Prêmios Não Ganhos.
De acordo com a Susep (BRASIL, 2016), a Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL) deve ser cons-tituída para a cobertura dos valores a pagar por sinistros avisados até a data-base de cálculo, 
considerando indenizações e despesas relacionadas, de acordo com a responsabilidade retida 
pela sociedade seguradora. A PSL deve ser calculada de acordo com metodologia descrita em 
nota técnica atuarial mantida pela sociedade seguradora. Se não houver nota técnica atuarial, 
estima-se o valor que deverá ser segurado, conforme orientações da Susep.
Quanto à Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR), de acordo com a Susep, deverá 
ser calculada segundo uma metodologia utilizada na nota técnica atuarial mantida pela segu-
radora. Refere-se à cobertura dos sinistros ocorridos e ainda não avisados até a data-base de 
cálculo, considerando indenizações e despesas relacionadas, de acordo com a responsabilidade 
retida pela sociedade seguradora (BRASIL, 2016).
4.4.1 Provisões técnicas comprometidas 
O que é uma provisão técnica comprometida? Segundo Silva (2008), são as destinadas a even-
tos já ocorridos e ainda não liquidados, avisados e não avisados e divididas em Provisão de 
Sinistros a Liquidar (PSL), Provisão de Seguros Vencidos e Provisão para Sinistros Ocorridos e 
Não avisados. Na PSL sua constituição é mensal e serve para a cobertura dos valores espera-
dos relativos a sinistros avisados e não pagos, ou sinistros avisados até a data-base de cálculo, 
incluindo os sinistros administrativos e judiciais brutos das operações de retrocessão. Ainda de 
acordo com a Susep (2016), a PSL, de acordo com a responsabilidade da seguradora, inclui 
despesas, e indenizações, com as devidas atualizações monetárias, juros, variações cambiais e 
multas contratuais. Deve ser constituída para a cobertura dos valores a pagar por sinistros avi-
sados até a data-base de cálculo.
De acordo com a Circular Susep no 462, de 31 de janeiro de 2013, a sociedade seguradora é 
a responsável pela nota técnica atuarial que apresenta o cálculos da PSL. Não havendo nota 
técnica atuarial, ela deverá ser constituída por meio de acordo entre o segurado e a seguradora.
Há ainda, segundo Silva (2008), a Provisão de Seguros Vencidos denomina aquelas provisões 
que asseguram o pagamento dos Capitais Garantidos a Pagar, em decorrência do vencimento 
dos contratos, específicos do Ramo Vida. Neste ramo dos seguros podemos encontrar: seguros 
de vida, seguros financeiros: seguros de capitalização e planos poupança para reforma. 
17
Figura 2 – Modelo de cofre utilizado em instituições financeiras.
Fonte: FreshPaint, Shutterstock, 2016.
A Provisão para sinistros ocorridos e não avisados IBNR, de acordo com Silva (2008, p. 36),
[...] faz parte das provisões técnicas comprometidas e deverá ser constituída mensalmente para 
a cobertura dos valores esperados relativos a sinistros ocorridos e não avisados, incluindo os 
sinistros administrativos e judiciais, abrangendo valores brutos das operações de resseguros e 
líquidos das operações de cosseguro, de indenizações, pecúlios, rendas.
Não há metodologia de cálculo específico determinado pela Susep. Mesmo assim, cabe à Susep 
verificar a consistência das informações e dos valores e determinar quais acertos serão necessá-
rios, aplicando sanções, quando for o caso. 
4.4.2 Provisões técnicas não comprometidas 
As provisões técnicas não comprometidas englobam as provisões de riscos decorridos, a provi-
são de prêmios não ganhos, provisão matemática, e o fundo de garantia de retrocessões. São 
consideradas provisões técnicas não comprometidas, segundo Silva (2009, p. 38): 
[...] aquelas que atendem riscos de eventos aleatórios futuros. O cálculo baseia-se na 
apropriação dos prêmios pela competência, com base nas apólices em vigor na data do 
cálculo. A provisão de prêmios não ganhos (PPNG) é constituída para a cobertura de sinistros 
a ocorrer. Nessa cobertura devem ser consideradas as indenizações e despesas relacionadas ao 
longo dos prazos a decorrer e aos riscos vigentes na data-base de cálculo. A provisão de riscos 
decorridos tem por objetivo cobrir os sinistros já ocorridos e ainda não avisados, onde o prêmio 
será pago mensalmente e 50% da receita de prêmios correspondentes ao mês de constituição 
da provisão. A provisão matemática é constituída trimestralmente e refere-se a compromissos 
relativos aos contratos de seguro de vida individual em vigor. O cálculo da provisão deve ser 
efetuado pro rata die tomando por base as datas de início e fim de vigência do risco.
18 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
Segundo a Susep:
[...] Sob a ótica atuarial, a Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG) representa o valor 
esperado a pagar relativo a despesas e sinistros a ocorrer. Na prática, a provisão se relaciona 
diretamente ao valor do prêmio registrado na contabilidade, e se caracteriza pelo diferimento 
dos prêmios utilizados como base de cálculo. Como forma de simplificação, determinou-se 
a utilização do diferimento linear desses valores como regra para a constituição da provisão 
(BRASIL, 2016, p. 5).
A provisão matemática, de acordo com Conselho Nacional de Seguros Privados Resolução CNSP 
no 281 de 2013 pode ser dividida em: Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC), 
que deve ser estruturada em regime financeiro de capitalização, por plano ou por produto, men-
salmente. O contrato determinará quais premissas serão utilizadas para o cálculo. A provisão 
deverá ser feita antes da ocorrência do fato gerador do benefício. 
A Provisão Matemática de Benefício Concedido (PMBC) deverá abranger o valor dos compromis-
sos assumidos pelos resseguradores locais, nos contratos em que forem aplicáveis, com vistas à 
garantia dos benefícios ressegurados, cuja percepção já tenha sido iniciada.
4.4.3 Fundo de garantia de retrocessões
Em 1941, por meio Decreto-Lei no 3.784 de 30 de outubro, houve regulamentação e aceitação 
das retrocessões do Instituto de Resseguros do Brasil, sendo obrigatório por parte das sociedades 
de seguros, nacionais e estrangeiras que estivessem operando no país, 
O Fundo de Garantia de Retrocessões deverá ser calculado com base no lucro que as operações 
de retrocessões do IRB trouxerem para a sociedade, respondendo pelas responsabilidades que 
ocorrerem nas operações de retrocessões mantidas com o instituto. Sua constituição é semestral 
e corresponde a 15% do lucro. Deverá ser incluída também a despesa de 10% dos prêmios retro-
cedidos, como custo de administrações. A apuração de resultado é feita em separado por ramo 
de seguro ou modalidade de seguro.
4.4.4 Fundo de garantia operacional
As empresas seguradoras possuem suas provisões técnicas. Mas elas precisam também de um 
fundo que garanta os direitos dos clientes. Por isso foi criado o Fundo de Garantia Operacional, 
que tem por objetivo garantir a estabilidade das retrocessões que são feitas pelo IRB. O per-
centual de contribuição para a garantia operacional é 3% dos prêmios líquidos que lhe forem 
retrocedidos, excedentes únicos ou consórcios com liquidação mensal dos saldos.
Inicialmente, a Previdência Privada surgiu no século XIX, por meio da criação de um mon-
tepio destinado ao servidores federais, cujo nome era Mongeral. Este montepio oferecia a 
possibilidade de ser facultativo e podia também ser mútuo. A regulamentação da Previdên-
cia Social ocorreu por meio da Lei no 4.682, de 24 de janeiro de 1923 (BRASIL, 2016). 
VOCÊ SABIA?
19
4.4.5 Cobertura das provisões técnicas e limites operacionais
Há uma preocupação das seguradoras em verificarem e oferecerem o seguro de acordo com 
o risco. Cada vez mais as seguradoras estão se especializando para oferecer o produto certo 
ao cliente, de acordo com o risco exposto. É o Conselho Monetário Nacional que determina às 
seguradoras de que forma serão cobertas as provisões. 
As aplicações podem ser feitas em títulos do Tesouro Nacional, em imóveis ou por meio do BancoCentral. Segundo o Decreto-Lei no 37 de 21 de novembro de 1966, há necessidade de registrar 
na Susep os bens garantidores de reservas técnicas e fundos, não podendo ser alienados nem 
prometidos para alienação, ou de qualquer forma gravados sem a prévia autorização da Susep. 
Quando houver garantia de imóvel oferecido para provisões técnicas, o valor não poderá ex-
ceder ao valor da aquisição juntamente com as despesas acessórias. Essas despesas acessórias 
referem-se ao imposto de transmissão, escritura e registro e comissões de corretagem.
Os limites operacionais referem-se à responsabilidade que o segurador terá em relação ao risco 
assumido. A Circular da Susep no 306 de 17 de dezembro de 2005 informa que têm direito ao 
seguro popular os proprietários de automóveis pelo tempo de 7 a 15 anos. As estatísticas mos-
tram que as mulheres têm menos acidentes que os homens. Alguns critérios são adotados para se 
operacionalizar o seguro: a faixa etária, onde se deixa o carro, onde ele está exposto. 
O seguro de riscos tem alguns pré-requisitos como verificação da poluição, guerras, poluição de 
rios e mares. Há uma divisão de riscos. Os riscos ordinários são aqueles que podem ser segu-
rados; os riscos chamados extraordinários são aqueles que não se submetem a uma estatística 
regular por não poderem ser controlados, ou pela imprevisibilidade da situação. Portanto, deve-
-se levar em conta que, muitas vezes, não é possível se obter o seguro. 
Figura 3 – Critérios e estatísticas determinam a concessão dos seguros.
Fonte: Nonwarit, Shutterstock, 2016. 
Segundo o Art. 1o da Resolução CNSP 085/2002, há necessidade de se estabelecer critério 
para o cálculo do Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) das sociedades seguradoras, sociedades 
de capitalização e entidades abertas de previdência complementar organizadas sob a forma de 
sociedade anônima. O limite técnico está relacionado ao percentual fixado por ramo de seguro. 
Dependendo do limite operacional esse percentual pode ficar entre 10% e 100%. O limite opera-
cional e o limite técnico precisam de aprovação do Instituto de Resseguros do Brasil e da Susep, 
respectivamente, de seis em seis meses. 
Os itens no Quadro 4 mostram o valor máximo da responsabilidade que a companhia terá a 
possibilidade de reter. O risco isolado está e 3% do ativo total. O patrimônio líquido ajustado 
para menos ou para mais, apresenta o ativo líquido.
20 Laureate- International Universities
Fundamentos de Atuária
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO (PLA) – art. 2o da resolução 085/2002
I – adições
a) Receitas de exercícios futuros, efetivamente recebidas
II – deduções
a) O valor das participações diretas ou indiretas em sociedades seguradora, sociedades de 
capitalização, entidades abertas de previdência complementar organizadas sob a forma de 
sociedade anônima, sociedades resseguradoras, operadoras de planos de saúde, bancos e 
demais instituições financeiras, atualizada pela efetiva equivalência patrimonial;
b) 50% do valor das participações acionárias diretas e indiretas em empresas coligadas e 
controladas de outras atividades, atualizadas pela equivalência patrimonial;
c) despesas de exercícios futuros efetivamente despendidas;
d) despesas antecipadas;
e) os critérios tributários decorrentes de prejuízos fiscais de imposto de renda e bases negati-
vas de contribuição social;
f) marcas e patentes;
g) imóveis rurais
h) ativo diferido; e
i) direitos e obrigações relativos a operação de sucursais no exterior.
Quadro 4 - Patrimônio líquido ajustado.
Fonte: Resolução CNSP 085/2002.
Quando houver insuficiência do PLA, o prazo para o procedimento de ajustamento requerido 
será de 18 meses, de acordo com Art. 4o da Resolução 085/2002. Esses procedimentos deverão 
ser feitos pelas sociedades seguradoras, sociedade de capitalização ou entidade aberta de pre-
vidência complementar organizada sob a forma de sociedade anônima.
21
Síntese
Caros estudantes, chegamos ao final dos estudos relativos à atuária. De forma resumida, neste 
capítulo você teve a oportunidade de:
• entender os esquemas contábeis de companhias seguradoras;
• identificar as provisões técnicas comprometidas e não comprometidas;
• perceber a necessidade de uma provisão técnica;
• conhecer o fundo de garantia operacional, a cobertura das provisões técnicas e os limites 
operacionais.
Síntese
22 Laureate- International Universities
Referências
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do – PLA exigido das sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e entidades aber-
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sões técnicas das sociedades seguradoras. Disponível em: <http://www2.susep.gov.br/bibliote-
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tábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, sociedades de capitalização, entidades 
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______. Controles Internos das Seguradoras. Estudos Funenseg, Rio de Janeiro, 2008. Dispo-
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maio 2016.

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