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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMA DA INFORMAÇÃO UNIDADE 3 – ARQUITETURA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO OBJETIVOS DA UNIDADE: ? Apresentar a importância de uma arquitetura de sistemas de informação; ? Mostrar a diferença entre arquitetura de informação e arquitetura de sistemas de informação; ? Apresentar os modelos de arquitetura de sistemas de informação existentes; ? Apresentar a importância do planejamento estratégico de tecnologia da informação; ? Apresentar uma metodologia para a elaboração do planejamento de tecnologia da informação. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 2 UNIDADE 3 - ARQUITETURA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SUMÁRIO 3.1 Introdução...........................................................................................3 3.2 Arquitetura de Sistemas de Informação ................................................3 3.2.1 Arquitetura de Zachman ...................................................................5 3.2.2 Modelo de Gifford............................................................................9 3.2.3 Arquitetura CIMOSA ..................................................................... 10 3.2.4 Arquitetura ARIS ........................................................................... 11 3.3 Planejamento da Tecnologia da Informação........................................ 12 3.4 Uma Metodologia para Elaboração do Planejamento de Tecnologia da informação ............................................................................................. 13 3.4.1 Análise estratégica da organização .................................................. 14 3.4.2 Identificação dos Processos-chaves ................................................. 14 3.4.3 Arquitetura de Sistema de Informação ............................................. 15 3.4.4 Planejamento de Sistemas de Informação ........................................ 16 3.4.5 Planejamento da Arquitetura Tecnológica........................................ 17 3.4.6 Plano de Implementação ................................................................. 18 3.5 Referências ....................................................................................... 19 Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 3 3.1 Introdução Até metade da década de 1980, o termo arquitetura na área de informática era aplicado apenas à área de hardware, em 1987 a arquitetura passar a ser associada ao software. Zachman propôs um modelo no qual todos os elementos envolvidos com o desenvolvimento de um sistema de informação devem ser colocados, desde a descrição dos aspectos relevantes para os negócios das empresas até a linguagem utilizada para o desenvolvimento dos programas (TAIT, 2000). O termo arquitetura, inicialmente, vinculado à área de hardware, passa a ser usado também na área de software, considerando toda a estrutura dos sistemas de informação, desde o planejamento estratégico até o armazenamento de dados (TAIT, 2000). A arquitetura de sistemas de informação (ASI) estabelece um conjunto de sub- arquiteturas cuja finalidade é proporcionar um mapeamento da organização em relação aos elementos envolvidos com o processo de desenvolvimento e implantação de um sistema de informação. Esta unidade aborda a arquitetura de sistemas de informação enfatizando suas contribuições e apresentando diversos modelos de ASI. Em seguida, apresenta-se uma metodologia para a elaboração do planejamento de TI para o ambiente organizacional, apoiada numa visão sistêmica da organização e da informação necessária ao processo decisório em todos os seus níveis, e que seja de fácil uso e adaptável a sua cultura gerencial. 3.2 Arquitetura de Sistemas de Informação Tipicamente, uma Arquitetura de Sistemas de Informação (ASI) consiste de um conjunto de sub-arquiteturas, cada uma direcionando um aspecto do sistema. Assim, um projeto de uma ASI pode incluir uma arquitetura de dados, uma arquitetura de aplicação e uma arquitetura tecnológica. Confundir Arquitetura de Informação (AI) com a Arquitetura de Sistema de informação é muito mais comum do que se imagina, saber diferenc iá- la é de fundamental importância para o início de implantação de um SI. De modo geral, a AI permite a estruturação das informações para uma melhor compreensão das mesmas. Já a ASI, pode ser definida como um conjunto de sub-arquiteturas cuja finalidade é proporcionar um mapeamento da organização no tocante aos elementos envolvidos com o processo de desenvolvimento e implantação de um SI. Pode-se observar que a AI, Figura 3.1, analisa toda a organização no nível de como a informação é passada, envolvendo 3 (três) parâmetros básicos: dados, informações e processamento, preocupando-se com a parte de integração do sistema a nível de informação. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 4 MARKETING FINANÇASPRODUÇÃO RECURSOS HUMANOS ARQUITETURA DE INFORMAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA EXECUTIVOS SISTEMA DE APOIO À DECISÃO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL SISTEMA DE INFORMAÇÃO TRANSACIONAL HARDWARE SOFTWARE DADOS TELECOMUNICAÇÕES BASE APLICAÇÕES FUNCIONAIS DE NEGÓCIOS Figura 3.1 – Componentes de uma Arquitetura de Informação. Fonte: (Laudon e Laudon, 2007) Entre as contribuições de uma ASI estão: (1) aprimorar as atividades do planejamento estratégico de SI; (2) melhorar o desenvolvimento de sistemas de informação; (3) racionalizar a execução das atividades; (4) economizar tempo na implantação ou no desenvolvimento de SI; (5) definir e interrelaciona r dados; (6) fornecer de forma clareza a comunicação entre os membros da organização; (7) permitir melhorar e integrar ferramentas e metodologias de desenvolvimento de software; (8) estabelecer credibilidade e confiança no investimento de recursos do sistema e (9) fornecer condições para aumentar a vantagem competitiva. Essas contrib uições se dão mais precisamente na integração entre todos os elementos de software, tratando com o mesmo grau de importância todos os seus componentes, não somente a tecnologia ou dados. Conseqüentemente, o processo de desenvolvimento pode ser mais eficazmente e eficientemente realizado. Para a construção adequada de uma ASI, primeiramente é necessário entender que uma organização pode ser considerada como um conjunto de pessoas, tecnologias, estruturas, tarefas e culturas, que interagem com uma cadeia de influências e tornam complexos os sistemas de informação (Figura 3.2). ORGANIZAÇÃO PESSOAS ESTRUTURA CULTURA TECNOLOGIA TAREFA Figura 3.2 – Componentes de uma ASI. A questão cultural é importante na medida em que mostra a existência de diversas culturas operando na empresa, como a cultura gerencial, a cultura de base operacional, a cultura de grupos, a cultura de trabalhadores e a cultura da empresa modificada pela cultura local. Além disso, é necessário a definição da missão, estratégias, metas e objetivos em todas as áreas da organização. Insere-se ainda a necessidade do conhecimento dos sistemas formais e informais que movem à organização e causam reflexos nos aspectos técnicos e sociais, como motivação e satisfação dos funcionários. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 5 Como resultado do conhecimento desses aspectos, tem-se a visão da organização como um todo (visão sistêmica), incluindo os demais aspectos que dela fazem partecomo a cultura, a motivação, os grupos existentes, etc. Dessa forma, a ASI deve ser viabilizada tomando por base as seguintes questões: (1) as organizações têm diferenças estruturais que não devem ser ignoradas na elaboração de uma ASI; (2) a definição de uma ASI não se restringe aos aspectos de dados ou tecnologias e (3) a qualidade do software deve ser abordada de uma forma mais ampla que aspectos de métricas, adequação às normas da ISO, etc., envolvendo toda a organização e os elementos que interagem com a mesma. Finalmente, têm-se como contribuições de uma ASI: (1) propiciar a administração, o aumento da qualidade dos serviços prestados na área de TI; (2) demonstrar a necessidade da ligação entre negócios, sistemas e tecnologia para o aprimoramento dos softwares desenvolvidos e (3) propiciar aos profissionais da área de sistemas de informação, uma estrutura que contribua para o aprimoramento de suas atividades. Desde os primórdios das pesquisas em relação ao ASI, vários modelos foram propostos, a seguir serão mostrados alguns dentre os vários modelos existentes no mercado. 3.2.1 Arquitetura de Zachman A arquitetura de Zachman tem por finalidade fornecer uma estrutura básica que suporta a organização, o acesso, a integração, a interpretação, o desenvolvimento, o gerenciamento e a troca de um conjunto de representações de arquitetura de sistemas de informações nas organizações. Essa arquitetura se utiliza de um modelo de classificação em duas dimensões baseado nas seis interrogações básicas de comunicação (O quê, Como, Onde, Quem, Quando, e Porquê) cruzando com 6 tipos distintos de modelo relacionados a grupos de interessados (stakeholders) que são: o Planejador, o Proprietário, o Projetista, o Construtor, o Implementador e o Trabalhador para dar uma visão holística da empresa ou do negócio que está sendo modelado. IMPORTANTE! Arquitetura de Informação (AI) consiste na organização de um conjunto de dados cuja finalidade é definir quais dados são mais relevantes para a organização. Enquanto que a Arquitetura de Sistema de Informação (ASI) pode ser definida como um conjunto de componentes cuja finalidade é proporcionar um mapeamento da organização no tocante aos elementos envolvidos (hardware, software, dados, telecomunicações e usuários), com o processo de desenvolvimento e implantação de um SI. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 6 Tabela 3.1 – Componentes de um Sistema segundo a Estrutura de Zachman. Camada O que (Dados) Como (Função) Onde (Rede) Quem (Pessoas) Quando (Tempo) Porque (Motivação) 1. Descrição/ Contexto do Escopo Planejador Lista de coisas important es para o negócio Lista de processos que o negócio realiza Lista de locais onde o negócio opera Lista de organizações importantes para o negócio Lista de eventos significantes para o negócio Lista de objetivos/estrat égias do negócio 2. Conceitos de Modelo de Negócio Dono Modelo Semântic o ou Entidade- relaciona mento Modelo de Processos de Negócio (BPM) Sistema Logístico do Negócio Modelo de Fluxo Cronograma Mestre Plano de Negócio 3. Modelo Lógico Projetista Modelo de Dados Lógico Arquitetu ra da Aplicação Arquitetura de Sistema Distribuído Arquitetura de Interface Humana Estrutura de Processame nto Modelo de Regras de Negócio 4. Modelo Tecnológico Construtor Modelo de Dados Físico Desenho do Sistema Arquitetura Tecnológica Arquitetura de Apresentação Estrutura de Controle Desenho de Regras 5. Configuração de Componentes Implementador Definiçã o de dados Programa Arquitetura de Rede Arquitetura de Segurança Definições de prazos Especificação de Regras 6. Corporação Funcional Trabalhador Dados Funções Rede Organização Cronograma Estratégia A Estrutura de Zachman completa é mostrada nas Figuras 3.3 e 3.4. Na primeira, estão as três colunas: dados (o que?), funções (como?) e rede de comunicação (onde?), e na segunda, pessoal (quem?), tempo (quando?), e motivação (porquê?). Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 7 Figura 3.3 – Arquitetura de Sistema de Informação de Zachman Completa (parte1). Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 8 Figura 3.4 – Arquitetura de Sistema de Informação de Zachman Completa (parte 2). IMPORTANTE! A estrutura de Zachman é excelente, pois analisa todos os aspectos da organização, além de tentar agradar a todos, porém sua desvantagem é que nessa tentativa ela retém muita informação que em sua maioria não serve a organização e outro fator é que sua construção gera muita documentação. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 9 O ponto forte da arquitetura de Zachman é a cobertura completa obtida ao passar por cada célula no esquema. O ponto fraco é que esta abordagem gera muita documentação, devido a sua abrangência, que pode ser de difícil assimilação e algumas vezes até de utilidade questionável. 3.2.2 Modelo de Gifford Este modelo propõe uma ASI que aplique a plataforma de hardware adequada à atividade dos negócios, formada por três dimensões: os componentes; o ciclo de vida de desenvolvimento e a correlação entre as várias plataformas. Estruturado em componentes, dentro deles devem ser modelados: os dados (pelo uso de Diagrama Entidade- Relacionamento - DER) e funções, associados ao hardware necessário. Figura 3.5 - Modelo conceitual de uma estrutura organizacional de um SI de GIFFORD. Fonte: Gifford (1992) O ciclo de vida de desenvolvimento é dividido nas fases de: planejamento; definição do escopo e objetivos; análise, determinação e organização dos requisitos; projeto ; detalhamento dos resultados; verificação da consistência e implementação e suporte. A correlação entre as várias plataformas deve envolver o hardware, o sistema operacional, os protocolos de comunicação de dados, as ferramentas de aplicações e de bancos de dados. O modelo de Gifford prega a total automação dos processos, excluindo as pessoas da realização de tarefas rotineiras, para em contrapartida, essas se dedicarem as atividades que exijam maior criatividade e intuição. Essa automação trouxe consigo o não desenvolvimento das inteligências pessoais e muito menos da inteligência da organização, diante da valoração dada aos métodos racionais de controle e regulação. Para ativar a inteligência, a criatividade e o relacionamento interpessoal, é necessário estabelecer relacionamentos sólidos, responsabilidade pessoal, flexibilidade de pensamento e ação, fatores inexistentes ou pouco aceitos nas organizações burocráticas. IMPORTANTE! O modelo de Gifford prega a total automação dos processos, excluindo as pessoas da realização de tarefas rotineiras. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 10 3.2.3 Arquitetura CIMOSA A arquitetura CIMOSA (Computer Integrated Manufacturing Open System Architecture) é uma estrutura completa, compreendendo tanto a modelagem propriamente dita como a metodologia de implantação da manufatura integrada por computador CIM - Computer Integrated Manufacturing. É composto de uma definição geral do escopo e implantação deCIM, guias para a implantação; e um framework que define termos e padrões para modelagem e implantação. Seu objetivo principal é fornecer uma arquitetura que envolva todas as necessidades de informação interna e externa de uma empresa de manufatura, incluindo relações com fornecedores, clientes, agências governamentais e serviços similares. Figura 3.6 – A Arquitetura CIMOSA. A arquitetura CIMOSA em termos estruturais consiste em um conjunto de blocos de construção que representa os diferentes níveis da empresa e modelagem de sistema. Essa arquitetura utiliza o conceito de visões e modelos. Os modelos descrevem as necessidades dos usuários num momento que vão se especializando até especificar os detalhes da implementação do funcionamento para a empresa específica. Os diferentes níveis de visões são implementados tal que um menor nível representa uma das possíveis instanciações (ou ocorrências) do nível superior. ? Visão das funções. Representa a funcionalidade e o comportamento de uma empresa, composta por eventos, atividades e processos, inclusive com módulos de programação; ? Visão das informações. Apresenta os objetos da empresa e seus ativos de informação; ? Visão dos recursos. Representa os meios de produção da empresa, sua capacidade de produção e gerenciamento; e ? Visão da organização. Representa os níveis organizacionais, de autoridades e responsabilidades. IMPORTANTE! O modelo CIMOSA trás consigo a integração de processo, aplicativos e negócios. Nesse modelo a organização é vista como uma grande coleção de processos executados por agentes sincronizados por eventos e mensagens. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 11 3.2.4 Arquitetura ARIS A arquitetura ARIS foi desenvolvida para definir conceitos padronizados nos métodos de modelagem e desenvolvimento de processos. Seus principais objetivos são: (1) permitir avaliar métodos e integrá-los pela concepção de seu foco e (2) servir como estrutura de orientação para o desenvolvimento de projetos complexos, uma vez que ele contém um modelo de procedimento para o desenvolvimento de sistemas de informações integrados. Para a arquitetura ARIS, é necessário escolher uma linguagem descritiva e uniforme que seja aplicada a todos os blocos. Funções, organização, dados e controle compõem a arquitetura ARIS que está descrita na Figura 3.7. Figura 3.7 – A Arquitetura ARIS. As visões da arquitetura ARIS são: ? Visão da organização. Essa visão permite especificar e detalhar a estrutura organizacional da empresa desde a definição das divisões e unidades de negócios, a estrutura de cargos e suas atribuições, até a infra-estrutura física e tecnológica da empresa; ? Visão dos dados . Essa visão é utilizada para definir os modelos de dados partindo das definições das informações mais complexas (relatórios ou conjunto de informações) passando pelo modelo de dados e seus relacionamentos, a definição de esquemas e pela definição da própria base de dados; ? Visão da função. Essa visão permite construir modelos que definem de maneira hierárquica todas as funções da empresa, começando das mais macro e decompondo-as até o nível de detalhe; ? Visão de controle. Essa visão permite relacionar as três visões anteriores. Nessa visão há métodos de modelagem específicos para definir a relação entre funções e dados; funções e organização; organização e dados e, principalmente, capacidade de integrar as três visões, utilizando-se, principalmente do conceito de evento. O modelo da cadeia de processos é tomado como ponto inicial para o desenvolvimento da arquitetura. Os elementos dessa cadeia são os processos individuais. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 12 As funções descrevem o processo de transformação da informação, ou seja, a transformação dos dados de entrada em informações de saída. A arquitetura ARIS utiliza também como modelo para a modelagem dos dados, a abordagem E_R (entidade- relacionamento) estendido. 3.3 Planejamento da Tecnologia da Informação O planejamento de tecnologia da informação consiste em um processo que possibilita a definição de estratégias de ação, visando elaborar plano de aquisição, desenvolvimento e implementação de SI necessários para atingir a eficiência e eficácia administrativa (REZENDE E ABREU, 2000). O planejamento de tecnologia da informação pode ser compreendido como um processo que possibilita identificar, planejar e implementar SI integrados, e a respectiva infra-estrutura de suporte a esses sistemas (REZENDE E ABREU, 2000). Como tal, deve ser elaborado de forma a propiciar os elementos necessários para suportar os negócios (ou interesses) da organização, atingir seus objetivos e atender as suas necessidades de informação. Em termos específicos, o planejamento de tecnologia da informação pode ser caracterizado como o conjunto de ações integradas com vistas à (SANCHES, 1997): ? Identificação dos processos-chaves de interesse estratégico para a organização; ? Determinação dos usuários (atores) dos SI e dos recursos informacionais necessários para o suporte às suas decisões; ? Realização do diagnóstico da situação atual dos SI disponíveis na organização; ? Fixação de objetivos e prioridades para implantação de um SI integrado; ? Determinação dos recursos necessários e dos responsáveis pelo desenvolvimento e implantação do SI integrado; ? Definição dos requisitos mínimos a serem atendidos nas simulações e testes-piloto do SI integrado; ? Capacitação dos recursos humanos envolvidos na operacionalização dos SI. Todavia, para elaborar um planejamento de tecnologia da informação, é, pré- requisito importante a elaboração do planejamento organizacional, pois as informações são parte da organização e de seu ambiente (REZENDE E ABREU, 2000). O planejamento de tecnologia da informação deve ser parte integrante do planejamento organizacional. IMPORTANTE! A arquitetura ARIS apresenta a vantagem de avaliar métodos e integrá- los parte a parte, servindo de orientação para o desenvolvimento de projetos complexos, pois contém um modelo de procedimento para o desenvolvimento de sistemas de informações integrados. Outra vantagem da arquitetura ARIS está relacionada em relação ao custo de montagem operacional e a versatilidade para a aplicação em vários sistemas diferentes. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 13 Para facilitar a elaboração do planejamento organizacional, costuma-se dividi-lo em fases. A quantidade de fases dependerá da complexidade da organização e dos negócios que ela suportará. Primeiramente, é necessário definir a missão da organização. Essa missão é a sua razão de ser e determina o seu ramo de negócio. Toda organização tem necessidade de ter sua missão bem-definida e a falta dela pode indicar que a organização está sem “rumo”. Em função da missão, a organização definirá seus objetivos empresariais, os quais representam o que precisa ser realizado para a organização atingir o estado futuro pretendido (FONTES, 1998). Uma vez definidos os objetivos empresariais, precisa-se desdobrá- los, originando assim os objetivos funcionais. O planejamento estratégico é a etapa inicial da gestão da TI, em que se estabelecem os propósitos básicos para que a organização possa implantar SI. Um planejamento estratégico para o uso da TI, entende-se a utilização de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação, deve ser decorrente da definição do negócio, e deve ser formulado antes do desenvolvimentoe da implantação de SI, considerando os fatores críticos de sucesso desse negócio. O próximo passo é a definição dos objetivos táticos que são os resultados que se espera atingir para cada objetivo estratégico, são quantificáveis e devem ser realizados dentro de um prazo estabelecido (FONTES, 1998). O planejamento tático tem como finalidade otimizar determinada área de resultado ou função empresarial e não a organização como um todo (REZENDE E ABREU, 2000). Existem ainda alguns passos a serem executados para se chegar ao nível dos objetivos operacionais, que já estão intimamente ligados ao ambiente operacional dos diversos setores da organização. O planejamento operacional pode ser considerado como formalização de processos, principalmente por meio de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento, das respectivas normas e implementação estabelecidas (REZENDE E ABREU, 2000). O planejamento organizacional está relacionado a esse ambiente. 3.4 Uma Metodologia para Elaboração do Planejamento de Tecnologia da informação A metodologia de planejamento de tecnologia da informação para uma organização basicamente passa pela compreensão de seis elementos básicos: análise estratégica da organização; determinação dos processos-chaves; definição da arquitetura de sistemas de informação; elaboração do planejamento de sistemas de informação; elaboração do planejamento da arquitetura tecnológica e definição do plano de implementação. Para o entendimento adequado dessa metodologia será explicitada, de forma detalhada, cada uma de suas etapas. IMPORTANTE! Em resumo, o planejamento de tecnologia da informação possibilita como contribuições básicas: (1) aprimorar as atividades do planejamento de SI; (2) estabelecer credibilidade e confiança no investimento de recursos de TI e, sobretudo, (3) estabelecer clareza para a comunicação entre os dirigentes, os demais integrantes da organização e a sociedade. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 14 3.4.1 Análise estratégica da organização Na análise estratégica da organização, inicialmente se busca estabelecer uma visão sistêmica da organização, como ponto de partida para as análises subseqüentes. Isso é realizado por meio do planejamento estratégico que considera o teor da análise ambiental e do diagnóstico a ser efetuado no âmbito da organização. Em seguida, realiza-se uma análise do macro- fluxo de informação que enfatiza tanto o relacionamento da organização com o ambiente externo, quanto as principais funções intra-organizacionais. Através da análise desse fluxo pode-se: (1) visualizar as principais atividades da organização; (2) compreender como o trabalho, em nível global, é executado; (3) identificar redundâncias de interações tanto em nível interno como externo a organização; (4) avaliar meios alternativos de agrupar pessoas, recursos e estabelecer unidades organizacionais e (5) identificar problemas e oportunidades. 3.4.2 Identificação dos Processos-chaves Todo trabalho importante realizado nas organizações faz parte de algum processo. Existem várias definições para processo. Um processo é um grupo de atividades realizadas numa seqüência lógica com o objetivo de produzir um bem ou um serviço que tem valor para um grupo específico (HAMMER E CHAMPY, 1994). Na concepção mais freqüente, processo é qualquer atividade (ou conjunto de atividades) que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico (GONÇALVES, 2000). Por processo-chave entende-se o conjunto de atividades principais (atividades fim), diretamente relacionadas à cadeia de agregação de valores. A escolha dos processos-chaves recai naqueles processos que estão: (1) voltados para o atendimento de clientes; (2) com alto grau de contribuição para os objetivos organizacionais; e (3) com expressivos valores envolvidos que possam afetar significativamente os resultados da organização. IMPORTANTE! Nesta fase (análise estratégica da organização), é pertinente a análise integrada da estrutura organizacional com o fluxo de informação para verificar se ela apóia a estratégia e contribui para o incremento da eficácia dos resultados corporativos. IMPORTANTE! A estruturação em torno de seus processos-chaves significa uma mudança de postura administrativa tradicional, cujo enfoque anteriormente estava no gerenciamento de como as atividades são executadas individualmente, o que representa deslocar-se de uma visão fragmentada para uma visão holística e dinâmica de toda a instituição (THIVES JR., 2001). Essa visão tem por fim a compreensão de como as atividades são executadas para atingir os objetivos e a missão da organização. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 15 Esses fatores, juntamente com os elementos estratégicos genéricos definidos para as organizações, induzem a escolha de processos-chaves da organização. Esses processos-chaves teriam prioridade em termos de racionalização e informatização (TACHIZAWA E ANDRADE, 1999). Os demais processos poderiam inclusive ser eliminados ou terceirizados. A análise efetuada anteriormente subsidia a identificação de alguns processos-chaves para uma organização. A Tabela 3.2 mostra alguns processos- chaves utilizados em uma instituição de educação superior. Processos da Alta Administração Processos da Área de Finanças Definir Diretrizes de Negócio Controlar Patrimônio e Ativos Analisar Mercado Gerenciar Contas a Receber/Contas a Pagar Monitorar Concorrência Emitir Relatórios Contábeis Definir Orçamento Processos da Biblioteca Estabelecer Estratégias Adquirir Acervo Processos de Coordenação de Estágios Catalogar Acervo Contratar Convênio Emprestar Acervo Acompanhar Estágio Processos da Coordenação de Pesquisas Processos da Coordenação de Cursos Criar projeto de pesquisa Criar/alterar Projeto Pedagógico do curso Acompanhar projeto de pesquisa Criar/controlar Plano de Aula dos docentes Processo de Coordenação de Extensão Efetuar Matrícula do Aluno Propor atividades de extensão Acompanhar desempenho dos alunos Acompanhar e avaliar atividades de extensão Tabela 3.2 – Relação de alguns processos-chaves para uma organização universitária. 3.4.3 Arquitetura de Sistema de Informação A arquitetura de sistema de informação está baseada na integração da visão organizacional (planejamento institucional) e do planejamento de tecnologia da informação. O planejamento institucional está ligado aos SI por duas vias: a primeira pelas informações que os SI fornecem para viabilizar o alcance da missão institucional, uma gestão mais eficiente e um planejamento mais condizente com a realidade; e a segunda pela necessidade de um SI que forneça suporte à gestão (TAIT, 2000). A arquitetura de sistema de informação visa atender a esta estrutura (Figura 3.8). Aspectos Organizacionais Tecnologia da Informação Planejamentos Planejamento Institucional Planejamento de TI Planejamento de SI Arquitetura de SI Figura 3.8 – Níveis de planejamento e o modelo de arquitetura de SI. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 16 Ao tratar especificamente os SI encontram-se diversos problemas que podem ser agrupados em questões institucionais, questões ligadas à cultura organizacional e questões ligadas aos SI, conforme pode ser observado na Tabela 3.3, a qual também sintetiza os impactos sofridos pelos SI pelos problemas detectados (TAIT, 2000). Problema Detectado Impacto nos Sistemas de Informação Questões Institucionais:- Mudança de gestão, principalmente no setor público - Políticas governamentais para o setor - Escassez de pessoal técnico qualificado - Escassez de recursos financeiros - Cancelamento/modificação de SI em andamento com desperdício de recursos materiais, humanos e tempo gasto Cultura: - Resistência a mudanças - Desconhecimento das necessidades da organização - Demora no desenvolvimento e implantação de SI - SI que não atendem às necessidades da organização Questões ligadas ao SI: - Falta de integração dos SI - Redundância de informação - Ausência de SI para apoiar o nível gerencial -Preocupação maior com a arquitetura tecnológica - Falta de confiança nos SI e nas informações - Morosidade no processo decisório - Avaliação inadequada das necessidades de informação e integração das mesmas Tabela 3.3 – Problemas detectados e influências nos SI. Fonte: Adaptada de (TAIT, 2000). A partir da Tabela 3.3, verifica-se a necessidade da elaboração de uma arquitetura de SI que viabilize a adequada gestão da informação no ambiente, considerando como base às questões institucionais e de cultura organizacional, que sustentam as atividades ligadas ao desenvolvimento e implantação de SI. 3.4.4 Planejamento de Sistemas de Informação O processo inicial de informatização de qualquer organização é baseado fundamentalmente no desenvolvimento e na implantação de sistemas aplicativos. Esses sistemas, também denominados de sistemas de informação transacionais, são necessários para a execução das atividades diárias de uma organização (TOM, 1991). A aceitação da real importância do tratamento dado à informação nas organizações é refletida nos investimentos cada vez maiores nas novas tecnologias relativas a essa área. Isso inclui a construção de um repositório único de dados coletados de diferentes fontes de dados dentro da organização, com a finalidade específica de apoiar o nível gerencial, bem como a utilização de ferramentas para análise e visualização dos dados. Para aprimorar as atividades de planejamento de sistemas de informação, é necessário fazer um completo levantamento dos atuais SI em uso, ou previstos para IMPORTANTE! A visão conjunta dos aspectos organizacionais e de tecnologia da informação fornece o alicerce para a elaboração da arquitetura de sistema de informação (ASI). Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 17 desenvolvimento, e relacioná- los aos processos-chaves previamente identificados na organização. Para isso pode ser usada uma matriz de processos e sistemas de informação (Tabela 3.4) que poderá mostrar os processos-chaves que estão informatizados ou não, e aqueles que não serão. Processo 1 Processo 2 Processo 3 . . . Processo N Sist. de Informação_1 Sist. de Informação_2 . . . Sist. de Informação_N Tabela 3.4 – Matriz de Processos e Sistemas de informação. O primeiro aspecto para que se empreenda o planejamento de sistemas de informação é que exista o reconhecimento de sua utilidade e haja vontade política, por parte da alta administração, para legitimar sua implantação e operação (SANCHES, 1997; FILHO, 2001). O segundo aspecto é a clara definição dos usuários e das suas necessidades de informação. Nesse caso específico um dos maiores problemas é que os seus usuários (ou gestores) não definem com clareza ou mesmo não são capazes de antecipar suas necessidades (e, muitas delas não são antecipáveis) (SANCHES, 1997). Para minimizar esse problema, será indispensável que, após a determinação dos usuários, se realizem entrevistas com estes, que se promova à análise de seus papéis, que se empreenda o acompanhamento das demandas derivadas de sua rotina de trabalho. Reconhecida a necessidade de implantação e determinados seus usuários e suas necessidades de informação, o desenvolvimento do SI deve se iniciar pela definição de seus objetivos, correlacionados aos da organização e às necessidades dos setores que dele se utilizarão. Outro elemento importante do planejamento de SI é a identificação das fontes de dados que formarão o repositório de dados que atenderá as necessidades de seus usuários. 3.4.5 Planejamento da Arquitetura Tecnológica O propósito da arquitetura tecnológica é definir os tipos de tecnologias necessários para fornecer um ambiente adequado ao desenvolvimento e uso de SI. Não se trata de uma análise detalhada de requisitos nem do design de redes e softwares da organização. Consiste na definição da estrutura de tecnologia que suportará os SI em um ambiente de dados compartilhados. É importante ressaltar que devido às necessidades de confidencialidade das informações estratégicas, impõe-se a alta administração da organização o estabelecimento e a implantação de uma política de segurança, recuperação e auditoria adequada a um ambiente tão sensível às tentativas de fraudes, de destruição de bancos de dados etc. IMPORTANTE! Para aprimorar as atividades de planejamento de sistemas de informação, é necessário fazer um completo levantamento dos atuais SI em uso, ou previstos para desenvolvimento, e relacioná- los aos processos-chaves previamente identificados na organização. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 18 Todavia, em um ambiente informatizado deve haver preocupação não apenas com a segurança lógica, mas também com a segurança física, pois de nada adianta proteção total contra acessos indesejados aos bancos de dados do sistema se há a possibilidade de transporte de dados para fora da organização livremente (FILHO, 2001). Além disso, determinadas tecnologias de software e hardware que podem ser mais fáceis de usar e manter, no entanto, podem deixar a desejar no que se refere à segurança da informação. Tudo isso deve ser considerado quando da definição de um plano da arquitetura tecnológica para uma organização, visto que ela poderá facilitar (ou dificultar) a implantação das políticas estabelecidas. Para exemplificar será apresentada uma proposta de arquitetura tecnológica que suporta as atividades de uma organização: ? Utilizar a tecnologia Web para execução das aplicações e uso dos bancos de dados; ? Utilizar uma interface gráfica comum para todas as aplicações; ? Administrar os dados centralmente, disponibilizando-os para acesso compartilhado; ? Manter a segurança dos dados, hardware e software em todos os níveis da arquitetura, de forma tão transparente quanto possível; ? Implementar sistemas aplicativos e de dados distribuídos de modo a localizá- los próximos dos usuários quando necessário; ? Assegurar a recuperabilidade para proteger a continuidade das operações; ? Efetuar freqüentemente backups dos dados; ? Utilizar software com capacidades de checagem e recuperação de erros. 3.4.6 Plano de Implementação O plano de implementação da nova arquitetura de SI tenderá a ser um plano de longo prazo definido de acordo com as possib ilidades da organização, e a necessidade da definição de cada componente da arquitetura em função de quão crítico ele será para se cumprir à missão e os objetivos organizacionais. O plano de implementação será um dos principais produtos de um projeto de planejamento de tecnologia da informação, e deverá ser elaborado após a revisão do mesmo pelos responsáveis pela organização. IMPORTANTE! Faz parte da definição do planejamento da arquitetura tecnológica; definir a arquitetura de hardware e software; analisar a viabilidade técnica e econômica; e escolher a melhor solução de arquitetura tecnológica. IMPORTANTE! No plano de implementação será definidoa seqüência de implementação da arquitetura; o cronograma de implementação; uma análise de custo/benefício; e será proposta uma estratégia de migração de onde a organização se encontra atualmente para onde ela quer estar no futuro próximo. Unidade 3 – Arquitetura de Sistemas de Informação...................................................................... 19 3.5 Referências FILHO, J.B.S. Metodologia Simplificada para Planejamento de Arquitetura de Informações. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção, PPGEP, UFSC, Julho, 2001. FONTES, E. Protegendo a Informação: Fator Crítico para o Negócio . Developers’ Magazine, ano 2, n. 18, p. 32-33, Fev, 1998. GONÇALVES, J.E.L. As Empresas são Grandes Coleções de Processos. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 40, n. 1, p-6-19, Jan./Mar., 2000. HAMMER, Michael; CHAMPY, James. Reengineering the corporation. New York: HarperBusiness, 1994. REZENDE, D.A .; ABREU, A .F. Tecnologia da Informação aplicada a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas empresas. São Paulo: Atlas, 2000. SANCHES, O. M. Estratégias para a implantação e gerência de sistemas de informação de apoio à tomada de decisões. Revista de Administração Pública, Vol. 31 (4):68-100, Jul./Ago., 1997. SCHEER, August-Wilhelm. ARIS Mentor. CD-ROM, 1997. TACHIZAWA, Takeshy; ANDRADE, Rui Otávio Bernardes. Gestão de Instituições de Ensino. Rio de Janeiro:Editora Fundação Getúlio Vargas, 1999. TAIT, Tânia Fatima Calvi. Um Modelo de Arquitetura de Sistemas de Informação para o Setor Público: estudo em empresas estatais prestadoras de serviços de informática. PPGEP, Tese de Doutorado, Agosto, 2000. TOM, Paul L. Managing Information as a Corporate Resource. Harper Collings Publishers, 1991. ZACHMAN, J.A. A framework for Information Systems Architecture. IBM System Journal, vol. 26, nr.3, 1987, pp. 276-285.
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